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ENDODONTIA EM ODONTOPEDIATRIA Profa. Ana Keila CICLO BIOLÓGICO Dentes decíduos Ciclo vital curto Processo de rizólise Fisiológica ▪ São menores (1:3), ▪ Camadas de esmalte e dentina mais delgadas e menos mineralizadas, ▪ Câmara pulpar é mais ampla, ▪ Cornos pulpares mais proeminentes Facilitam a exposição pulpar por cárie ou lesão traumática. Canais radiculares complexos, Canais acessórios e recorrentes. Relação de proximidade entre as raízes dos dentes decíduos e os germes permanentes. Assoalho da câmara pulpar é FINO. Isto favorece uma perfuração acidental durante a realização da terapia pulpar. CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS Esmalte e dentina delgados e menos calcificados Polpa e furca (molares) Vulneráveis Atenção para: 2 • Topografia da câmara pulpar • Curvatura das raízes • Rizólise • Região de furca (molares) • Canais secundários e acessórios Reabsorção fisiológica X Odontometria Exame Clínico e Radiográfico • Tecidos moles: - alterações de cor e volume - presença de fístula ou abscessos • Dentes: - firmeza ou mobilidade - exame da cavidade - vitalidade pulpar ou exposição - hiperplasia pulpar Exame Clínico Fístula Abscesso Pólipo pulpar Palpação 3 Exame Radiográfico • Se há ou não lesão nos tecidos de suporte. • Se a cárie dentária já atingiu, a polpa ou se está próxima a esta. • Grau de reabsorção radicular- fisiológica ou patológica. Osteólise inter-radicular Dente 74 Osteólise inter-radicular Dente 75 Osteólise na furca e em direção a raiz distal do dente 74. Osteólise na furca e em direção a raiz distal do dente 74. Diagnóstico da condição pulpar Normal Alterada vital ❖ Reversível Dor provocada, durante o teste, sangramento ao toque ❖ Irreversível Dor espontânea, prolongada após teste, sangramento escuro ou pouco Não vital ❖ Ausência de sensibilidade e alteração de cor 4 TERAPIAS PULPARES • Capeamento pulpar indireto • Capeamento pulpar direto • Pulpotomias • Pulpectomias TERAPIA PULPAR CONSERVADORA Capeamento pulpar indireto capeamento pulpar direto Pulpotomias TERAPIA PULPAR RADICAL Pulpectomias Capeamento Pulpar Indireto Consiste na remoção da dentina infectada (contaminada e desorganizada pela presença de microorganismos) e manutenção da dentina afetada (parcialmente desorganizada, porém sem microorganismos e passível de reorganização). Indicações: ◼ Dentes jovens; ◼ Sem dor espontânea; ◼ Cáries profundas em que a remoção de todo o tecido cariado, pode expor a polpa. ◼ Nenhuma mobilidade e alterações nos tecidos periodontais. ◼ Ausência de alterações detectáveis radiograficamente (reabsorções e lesões). 5 Técnica: ◼ - Anestesia, ◼ - Isolamento absoluto, ◼ - Remoção parcial / total do tecido cariado, ◼ - Bolinha de algodão com OTOSPORIN 5’, ◼ - Ca(OH)2 ◼ - Selamento provisório- OZE, IRM, C.I.V., ◼ - Observação 45-60 dias, ◼ - Restauração definitiva. Tratamento expectante: Hidróxido de cálcio na cavidade, após 5’ otosporin. Capeamento Pulpar Indireto Depois de 10 meses Depois de 9 meses Capeamento Pulpar Direto Consiste na aposição de um fármaco diretamente sobre exposição pulpar, que permite cicatrização pulpar e formação de tecido dentinário, mantendo a vitalidade pulpar. Objetivo • Selamento da exposição pela formação de uma barreira mineralizada (ponte de dentina). 6 Proteção direta da polpa Indicações: ✓ Sem dor espontânea; ✓ Pequenas exposições acidentais; ✓ Sangramento mínimo. ✓ Trauma. Técnica: 1. - Anestesia, 2. - Isolamento absoluto, 3. - Irrigação com soro, secar com algodão, 4. - Bolinha de algodão com OTOSPORIN 5’, 5. - Ca(OH)2 , 6. - Selamento provisório- OZE, IRM, C.I.V., 7. - Observação 60-180 dias, 8. - Restauração definitiva. Exposição acidental onde indica-se capeamento direto. Sequência técnica 1. Otosporin 2. Pasta de Ca(OH)2 (Pró-análise) 3. Cimento de Ca(OH)2 4. Base cavitária + restauração definitiva 5. Proservação (6 meses) Pulpotomia É a amputação cirúrgica da polpa coronária, seguida do uso de fármacos, que objetiva manter o remanescente pulpar radicular vital. Indicações: • Exposição pulpar por cárie; • Hiperplasia pulpar; 7 • Dentes cuja permanência no arco seja +/- 6 meses; • RX- normalidade tecidos inter- radicular e periapicais; • Ausência de reabsorção externa; • Sangramento durante a curetagem deve ser vermelho vivo; • Remanescente pulpar consistente. Condições clínicas: TECIDO CONSISTENTE SANGRAMENTO VERMELHO VIVO Pulpotomia Indicações Hiperplasia pulpar Sangramento vermelho vivo Pulpotomia Indicações Dente 84 com cárie profunda,o exame radiográfico não mostra patologia inter- radicular. Contra-indicações: • Dor espontânea; • Decíduos com evidência RX de reabsorção interna ou externa; fístula; • Evidência de doença periapical ou na região de furca; • Dentes irrestauráveis, ou com mais de 2/3 de reabsorção radicular. Hemorragia intensa sinal de inflamação pulpar crônica. Hemorragia intensa sinal de inflamação pulpar crônica. Pulpotomia Contra-Indicações Abcessos Imagem radiolúcida na área inter-radicular. Materiais mais utilizados • FORMOCRESOL 8 • GLUTARALDEÍDO • PASTA GUEDES-PINTO • HIDRÓXIDO DE CÁLCIO Pulpotomia com Formocresol • Tratamento não biológico. • Aceleração da rizólise . • Fixação do tecido. • Não possui controle da profundidade de penetração. • Apresenta zona de necrose , seguida de zona de reação inflamatória. • Aumento da rarefação óssea . Fórmula do Formocresol: -formaldeído.................19% -cresol............................35% -glicerina........................15% -H2O destilada..............100cc Ação do Formocresol sobre a polpa 1º Tecido fixado 2º Tecido atrofiado 3º Tecido inflamatório 4º Tecido normal A 1º e 3º aumentam com o tempo de contato com a medicação. Resultados com formocresol Resultados clínico e radiográfico favoráveis Resultados histológicos questionáveis (inflamação leve à grave) Aceleração da rizólise Segurança!!! Técnica: 1. Anestesia, 2. Isolamento absoluto, 3. Remoção de toda a dentina cariada, 4. Remoção do teto da câmara pulpar, 5. Remoção da polpa coronária com curetas, 6. Irrigação com soro fisiológico, 7. Secagem com algodão estéril até obter hemostasia, 8. Colocação da bolinha de algodão com formocresol,5’’ 9. Remoção do formocresol e aplicação de OZE, 10. Restauração do dente 9 Remoção do teto e amputação da polpa. Fixação com formocresol. Polpa fixada pronta para receber OZE. Pulpotomia com Glutaraldeído Vantagens do Glutaraldeído sobre o Formacresol: • Limitada penetração ; • Sua ação é menos irritante que o formocresol; • Não há constatação de crescimento de tecido de granulação para dentro do canal apical. Técnica: 1. Anestesia, 2. Isolamento absoluto, 3. Remoção de toda a dentina cariada, 4. Remoção do teto da câmara pulpar, 5. Remoção da polpa coronária com curetas, 6. Irrigação com soro fisiológico, 7. Secagem com algodão estéril até obter hemostasia, 8. Colocação da bolinha de algodão com glutaraldeído 2% a 5% ,5’’9. Remoção do glutaraldeído e aplicação de OZE, 10. Restauração do dente. Pulpotomia com pasta Guedes-Pinto Composição da pasta: - Iodofórmio, - Paramonoclorofenol canforado, - Rifocort. Alternativa manipular a composição: - Acetato de prednisolona 5mg/g - Rifamicina SV sódica 1,5mg/g - Pomada carbowax 10g • Propriedade anti-inflamatória • Capacidade de desinfecção e ação antimicrobiana. • Propriedade antiséptica. • Tolerância tecidual. • Ser reabsorvível. • Fácil manipulação. • Baixo custo. 10 Técnica: 1. Anestesia, 2. Isolamento absoluto, 3. Remoção de toda a dentina cariada, 4. Remoção do teto da câmara pulpar, 5. Remoção da polpa coronária com curetas, 6. Irrigação com soro fisiológico, 7. Secagem com algodão estéril até obter hemostasia, 8. Colocação da pasta Guedes- Pinto, 9. Sobre a pasta coloca-se coltosol, 10. Restauração do dente (pode na mesma sessão). Pulpotomia com Hidróxido de Cálcio Estudo morfológico e histológico do processo de reparo da polpa dentária,após pulpotomia e proteção com hidróxido de cálcio: 1-Zona de necrose, 2-Zona granulosa superficial, 3-Zona granulosa profunda, 4-Zona de proliferação celular, 5-Zona da polpa dentária adjacente. ◼ Selamento biológico ◼ Biocompatível ◼ Bactericida ◼ Radiopacidade ◼ Viscosidade ◼ Fácil manuseio Técnica: 1ª Sessão 1. Anestesia, 2. Isolamento absoluto, 3. Remoção de toda a dentina cariada, 4. Remoção do teto da câmara pulpar, 11 5. Remoção da polpa coronária com curetas, 6. Irrigação com soro fisiológico, 7. Secagem com algodão estéril até obter hemostasia, 8. Colocação de um curativo com OTOSPORIN (2 a 7 dias), 9. Selamento da cavidade com OZE. Técnica: 2ª Sessão 1. Anestesia, 2. Isolamento absoluto, 3. Remoção do selamento e do curativo, 4. Colocar sobre os remanescentes pulpares e assoalho da câmara, hidróxido de cálcio (pró-análise), 5. Colocação de uma sub-base de cimento de hidróxido de cálcio, 6. Procedimento restaurador. Insucessos relacionados a: • Dificuldades de diagnóstico da condição pulpar • Processo de rizólise • Realização da técnica TÉCNICA (1º Sessão) REMOÇÃO DO TECIDO PULPAR IRRIGAÇÃO COM SORO FISIOLÓGICO CURATIVO DE DEMORA- Otosporin RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA 12 Pulpotomia – segunda sessão Ao remover a bolinha de algodão com Otosporin: • tecido róseo na entrada dos canais: continua a Pulpotomia Sangramento abundante, polpa seca, paciente apresenta sintomatologia dolorosa ou presença de fístula: PULPECTOMIA. REMOÇÃO DA BOLINHA DE ALGODÃO COLOCAÇÃO DA PASTA DE Ca (OH)2 Antes Depois Pulpectomia É uma terapia pulpar radical, na qual busca- se a extirpação das polpas coronária e radicular e obturação dos canais radiculares. INDICAÇÕES • Dentes com hemorragia excessiva, • Polpa seca, 13 • Envolvimento da furca sem perda de todo o suporte ósseo, • Reabsorção interna (sem perfurar raiz), • Falha da pulpotomia, • Cooperação do paciente. Contra- indicações: • Reabsorção radicular extensa; • Destruição coronária grande; • Cárie destruindo o assoalho da câmara pulpar; • Lesões periapicais extensas; • Abscessos volumosos; • Saúde geral do paciente. Materiais utilizados no tratamento endodôntico - Limas Kerr - Soluções irrigadoras - Medicação intracanal - Cones de papel absorvente - Material obturador ( pastas reabsorvíveis.) Odontometria: a partir da medição do comprimento total da raiz na radiografia de diagnóstico realiza um recuo de 2 a 3mm do ápice. Preparo dos canais: -molares 2 a 3 limas no máximo 30-35 -incisivos 2 a 3 limas no máximo 50-60 Soluções irrigadoras: -hipoclorido de sódio (líquido de Dakin 0,5% e solução de Milton 1%) -H2O2 -Soro fisiológico. Medicação intracanal: -PMCC -formocresol -hidróxido de cálcio Material obturador: -OZE -Callen (Ca(OH)2 ) -Pasta Guedes -UltraCal Pulpectomia 14 OZE PASTA GUDES Técnica: 1ª Sessão 1. Radiografia, 2. Odontometria através do RX, 3. Anestesia, 4. Remoção do tecido cariado, 5. Isolamento absoluto, 6. Remoção do teto da câmara pulpar, 7. Remoção da polpa coronária ou dos restos necróticos, 8. Irrigação com Dakin e H2O2 (10V), Técnica: 1ª Sessão 1. Instrumentação com limas tipo Kerr (2 a 3 limas), 2. Irrigação e aspiração, 3. Secagem com aspiração e pontas de papel absorvente, 4. Curativo de demora ( necro, lesão inter ou perirradicular) 5. Restauração provisória. Pulpectomia com pasta Guedes-Pinto Técnica: 2ª Sessão 1. Remove a restauração provisória mais o curativo de demora, 2. Observar: se apresenta exudato purulento-repete a técnica, 3. Se estiver tudo bem: obturar o canal radicular (remover resíduos da pasta da câmara pulpar), 4. Restauração definitiva, 5. Radiografia final. 15 Pulpectomia com Hidróxido de Cálcio Curativo (solução): Paramono: BACTERICIDA Pasta de Hidróxido de Cálcio • 5 ml de propilenoglicol (veículo), • 2 gr de óxido de zinco (radiopacidade), • 20 mg de colofônia (liga), • 2 gr de iodofórmio (antisséptico). • 5 gr de Ca(OH)2 Pulpectomia em dente anterior Odontometria Radiografia (sobreposição de imagens) Pode haver reabsorção fisiológica Lima pode afetar germe sucessor Pasta (Guedes-Pinto) ❖ Iodofórmio (pó),Paramonoclorofenol canforado (líquido) e Rifocort (pasta) Propriedades ❖ Anti-séptica ❖ Boa tolerância tecidual ❖ Reduz inflamação ❖ Facilmente reabsorvida ❖ Radiopaca Alternativa manipular a composição: -Acetato de prednisolona 5mg/g -Rifamicina SV sódica 1,5mg/g -Pomada carbowax 10g Alternativa para tratamento Endodôntico de molares decíduos com pulpite irreversível ou necrose pulpar. 16 CTZ Composição: - Cloranfenicol - Tetraciclina - Óxido de zinco - Eugenol Alternativa para tratamento Endodôntico de molares decíduos com pulpite irreversível ou necrose pulpar. Técnica CTZ 1. RX inicial 2. -Anestesia e isolamento(ou não) 3. -Remoção do tecido necrosado 4. -Lavagem da câmara pulpar com soro 5. -Localização e desobstrução dos canais radiculares 6. -Secagem com bolinhas de algodão 7. -Preparo da pasta CTZ: manipulação do pó da pasta CTZ com eugenol 8. -Inserção da pasta CTZ e pressão leve com bolinhas de algodão 9. -Proteção da pasta CTZ com uma camada fina de coltosol 10. -Restauração do dente 11. -RX final Pó na pasta Pó manipulado com eugenol Região de furca após a remoção Presença de abcesso, área radiolúcida na região de furca. Após 10 meses trabeculado ósseo normal, pasta CTZ Técnica CTZ Considerações Finais O CTZ é uma alternativa para o tratamento endodôntico em dentes decíduos e, ainda apresenta um nível de evidência científica baixo. Como desvantagem apresenta potencial de descoloração da estrutura dentária devido à presença da tetraciclina. IMPORTANTE: SUCESSO 17
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