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Área 2 – Bioquímica II (slides Cris Matte) Metabolismo de AA: digestão, proteólise limitada e degradação intracelular – Slides 10 (Vinícius Stone) Aminoácidos e balanço nitrogenado Visão geral aminoácidos Estrutura geral dos AA → Cα com 4 ligações diferentes; São estereoisômeros do tipo L; Divididos a partir de 5 grupos R: CARREGADOS (+) | CARREGADOS (–) | APOLARES ALIFÁTICOS | POLARES NÃO CARREGADOS | AROMÁTICOS • Aminoácido = carbono quiral ligado a um hidrogênio + carboxilato (ionizado em pH fisiológico) + grupamento amino (positivamente carregado em pH 7) + grupamento R. Ligação peptídica → reação de condensação Carboxilato de um AA e o grupamento amino de outro. Estruturação das proteínas → PRIMÁRIA | SECUNDÁRIA | TERCIÁRIA | QUATERNÁRIA Rumo do pool de aminoácidos → Pool de aminoácidos com AA provenientes da dieta, da renovação (degradação de proteínas) e síntese de aminoácidos não essenciais; POOL DE AMINOÁCIDOS Síntese de proteínas corporais 300 - 400 g/dia (RENOVAÇÃO) Síntese de compostos nitrogenados 30 g/dia ◦ Porfirinas ◦ Creatina ◦ Neurotransmissores ◦ Bases nitrogenadas... Grupo Amino Cadeia Carbonada Ureia Glicose Glicogênio CO2 + H2O Corpos Cetônicos Ácidos Graxos Balanço nitrogenado Equilíbrio → ingestão e excreção (na forma de ureia, 90% através da urina e 10% através das fezes) de nitrogênio equiparadas; Balanço positivo → ingestão > excreção; Balanço negativo → jejum, dietas pobres em proteína (Kwashiorkor, marasmo), infecções, cirurgias, queimaduras. Digestão de proteínas Digestão no estômago Visão geral → Ambiente ácido (pH ~2,0) favorece a desnaturação proteica, colaborando com a proteólise; Hormônio gastrina ‣ induz a síntese de HCl e pepsinogênio – zimogênio; Pepsina ‣ principal enzima proteolítica (atividade máxima pH 2); O início da digestão gástrica gera peptídeos e aminoácidos, liberando os hormônios colecistoquinina (CCK) e secretina no sangue; • Colecistoquinina: estimula a síntese de tripsinogênio, quimiotripsinogênio, pró- elastase e pró-carboxipeptidase pelo pâncreas para atuação no intestino delgado; • Secretina: favorece síntese de bicarbonato pelas células acinares do pâncreas que, quando no intestino delgado, elevam o pH a 7. Proteólise (ilimitada) Clivagem da ligação peptídica → ocorre tanto na digestão de proteínas da dieta até aminoácidos, como na degradação de proteínas intracelulares; Reação de hidrólise realizada pelas proteases. Proteólise limitada Clivagem proteolítica específica Visão geral → não tem gasto de ATP; Zimogênio (ou proenzima) como precursor inativo; Ativa inclusive proteínas que estão fora das células – zimogênios no lúmen intestinal; Reação irreversível ‣ só ocorre uma vez na vida de uma molécula enzimática. Enzimas reguladas por proteólise limitada → Enzimas digestivas sintetizadas como zimogênios no estômago e no pâncreas | Coagulação do sangue é mediada por uma cascata de ativações proteolíticas (rápida resposta ao traumatismo) | Hormônios proteicos (ex.: insulina) | Colágeno | Processos de desenvolvimento | Morte celular programada (apoptose): caspases sintetizadas na forma de procaspases; eliminação de células danificadas ou infectadas. Enzimas digestivas → Síntese no estômago, pâncreas e intestino delgado; ▪ Estômago e pâncreas sintetizando intermediários denominados zimogênios que, ativados via clivagem proteolítica, se tornam enzimas ativas; intestino delgado produz direto enzimas ativas. ◦ A ativação de zimogênios é um caso específico de modulação covalente exclusivo de alguns tipos de enzimas proteolíticas ◦ Zimogênios: as proteases são sintetizadas numa forma inativa por estar em uma conformação desfavorável, com bloqueio ou desalinhamento dos resíduos do sítio catalítico. ► Pepsinogênio: Zimogênio produzido no estômago (pH ótimo 2); Possui dois resíduos de aspartil no sítio ativo, portanto uma aspartil protease; Precursor da pepsina ‣ segmento amino-terminal contendo 44 aminoácidos que impede o sítio ativo e que é removido para a formação da pepsina → clivagem da ligação peptídica entre Leu16 e Ile17; Segmento precursor com características básicas, com resíduos de Lis e Arg que interagem com radicais carboxilato de Glu e Asp no segmento que faz parte da pepsina (pontes salinas); além de um resíduo de Lis que interage com os Asp no sítio ativo (interação eletrostática); pepsina ativa possui características ácidas; ► Tripsinogênio: Zimogênio produzido no pâncreas; Precursor da tripsina ‣ tripsina como ativador comum de todos os zimogênios pancreáticos → a produção de tripsina leva à ativação de outros zimogênios; Ativação do tripsinogênio pela enteropeptidase sendo a principal etapa da digestão de proteínas no intestino delgado; Domínios de ativação flexíveis, que quando a enzima é ativada, assumem uma posição bem definida; ● Mecanismo de inibição da tripsina ‣ Inibidores utilizados a fim de parar a proteólise, impedindo a auto degradação do organismo; Inibidor com estrutura complementar ao sítio ativo da enzima, interagindo de forma bastante estável impedindo a atividade proteolítica; Inibidor clivado em velocidade bastante baixa, colaborando com a ativação da tripsina somente no intestino. CASCATA DE ZIMOGÊNIOS PANCREÁTICOS ► Quimiotripsinogênio: prod. Pâncreas; no intestino, o quimotripsinogênio é clivado pela tripsina em dois pontos – clivagem da ligação da Arg15 com a Ile16 produzindo quimiotripsina π; ............................................................................................ Quimiotripsina π atua sobre outras moléculas de quimiotripsina π, gerando quimiotripsina α ‣ forma estável da enzima; Atuação das enzimas → especificidade nível ptn ◦ Amino-peptidases – grupamento amino terminal; ◦ Pepsina – ligação peptídica com resíduos de AA que contenham fenilalanina, tirosina, glutamato e aspartato; ◦ Tripsina – ligação peptídica com resíduos de AA que contenham arginina e lisina; ◦ Quimiotripsina – ligação peptídica com resíduos de AA que contenham fenilalanina, tirosina, triptofano e leucina; ◦ Elastase – ligação peptídica com resíduos de AA que contenham alanina, glicina e serina; ◦ Carboxi-peptidase A – grupamento C terminal; ligação peptídica com resíduos de AA que contenham alanina, isoleucina, leucina e valina; ◦ Carboxi-peptidase B – grupamento C terminal; ligação peptídica com resíduos de AA que contenham arginina e lisina. Digestão e absorção de proteínas Visão geral Degradação intracelular de proteínas A degradação intracelular ocorre no lisossomo e proteassoma; Visão geral • Dentre os objetivos estão regulação de uma via de sinalização e remoção de proteínas MUDANÇA CONFORMACIONAL NA ATIVAÇÃO DA QUIMIOTRPSINA CLIVAGEM ENTRE ARG15 E ILE16 | INTERAÇÃO DA ILE16 E ASP194 NO SÍTIO ATIVO | MUDANÇA CONFORMACIONAL DISCRETA | FORMAÇÃO DO SÍTIO ATIVO (TRÍADE CATALÍTICA = SER-HIS-ASP) | FORMAÇÃO DE SÍTIO OXIANIONTE defeituosas/danificadas, uma vez que o acúmulo de proteínas danificadas pode levar a condições patológicas; ◦ Depende do tempo de meia vida de cada proteína – turnover proteico; meia vida de uma proteína é o tempo após o qual metade das moléculas é degradas (proteínas defeituosas e enzimas reguladoras de vias metabólicas geralmente têm meia-vida curta) [lista no slide 31]. Vias de degradação proteica Turnover proteico lisossomal → Ocorre por heterofagia (endocitose/fagocitose) ou autofagia; • Por endocitose/fagocitose ‣ degradação de microrganismos, proteínas extracelulares e de membrana e lipoproteínas; • Por autofagia ‣ degradaçãode proteínas endógenas “velhas” e organelas; ◦ Conta com ± 50 enzimas hidrolíticas (proteases) – catepsinas degradam as proteínas em aa livres, que retornam ao pool intracelular de aa. ◦ pH lisossomal ótimo em aproximadamente 5. Via da ubiquitina-proteassoma → A ubiquitina marca proteínas intracelulares para a degradação pelo proteasoma através de ligação a resíduos de Lis; Ubiquitina é uma pequena proteína monomérica (76 AA) e é a mais altamente conservada em células eucarióticas; Processo de ubiquitinação com gasto de ATP e reciclagem da ubiquitina; • Mecanismo de conjugação da ubiquitina ‣ o carboxilato terminal da ubiquitina Ub fica ligado a uma cisteína da enzima ativadora de ubiquitina E1. A ubiquitina ativada é então levada a uma cisteína da enzima de conjugação de ubiquitina E2. A ubiquitina-proteína ligase E3 catalisa a transferência da ubiquitina para um resíduo de lisina da proteína alvo. Catabolismo de aminoácidos: Transaminações e desaminações – Slides 11 Catabolismo de aminoácidos nos animais Visão geral Quando ocorre → Durante a síntese e degradação de proteínas celulares – turnover de proteínas libera aminoácidos livres que serão degradados/catabolizados | No excesso de AA na dieta – aminoácidos não são armazenados, portanto o excesso é catabolizado | Durante o jejum prolongado ou diabetes mellitus não tratado os carboidratos estão respectivamente esgotados/inacessíveis às células e, nesse sentido, o organismo precisa de outras fontes de energias, logo AA são utilizados. Metabolismo de aa nos tecidos Estado alimentado → Ao serem liberados no intestino, AA seguem para o sangue e são captados pelos hepatócitos. No fígado podem ser oxidados, liberando CO2, ou então direcionados para a síntese de proteínas e compostos nitrogenados. O excesso de aa segue para síntese de glicose – quando glucagon estiver em alta – ou triacilgliceróis – durante alta de insulina. Estado de jejum → No jejum não há AA provenientes do intestino, portanto serão AA oriundos dos órgãos internos. No músculo, a proteólise libera aa que serão utilizados pelo mesmo para oxidação, como o ciclo de Krebs, bem como libera aa como glutamina e alanina que serão utilizados por outros órgãos. Os rins podem utilizar glutamina, convertendo a alanina e liberando amônia excretada na urina; o intestino utiliza também utiliza glutamina e libera alanina, que é captada pelo fígado; o fígado utiliza a alanina (e outros aa) para conversão de glicose, corpos cetônicos e amônia na forma de ureia. Do fígado, os produtos obtidos seguem para outros tecidos. Catabolismo de aminoácidos A desaminação dos aminoácidos é o primeiro passo no seu catabolismo ‣ para que se possa utilizar o esqueleto carbônico dos aminoácidos, primeiro é preciso retirar o grupamento amino através de duas reações → 1. transaminação e 2. desaminação oxidativa ou não- oxidativa; 1. Transaminações → Catalisada por transaminases chamadas aminotransferases; • Tem como objetivo remover o grupo α-amino dos aa que chegam no fígado e concentrá-los em um único aa ► glutamato ⮩ Glutamato: doador de grupos aminos em reações de biossíntese (anabolismo) e doador de grupos amino no ciclo da ureia; • A coenzima utilizada por todas as aminotransferases é o piridoxal fosfato ‣ PLP; • Exceção ‣ lisina e treonina não possuem transaminases. Especificidade das aminotransferases/transaminases As aminotransferases são específicas para o aminoácido que irá doar o grupo α-amino para o α-cetoglutarato; a nomenclatura é dada pelo aa que será desaminado. Coenzima das aminotransferases → PLP PLP é o grupo prostético das aminotransferases; Derivado da vitamina B6 ou piridoxina; Ligado ao grupo ε-amino de um resíduo de Lis na enzima ↳ ligação aldimina (base de Schiff). REAÇÃO GERAL Exemplo: FORMA ALDEÍDO PIRIDOXAL FOSFATO FORMA AMINADA PIRIDOXAMINA FOSFATO https://unicode-table.com/pt/2935/ https://unicode-table.com/pt/2935/ Ciclo catalítico das aminotransferases 1. O piridoxal fosfato ligado à enzima reage com o aa1, formando uma base de Schiff, ocorre troca na posição da ligação dupla; 2. Liberação do -cetoácido1 após hidrólise da base de Schiff, produção da piridoxamina fosfato; 3. Formação de base de Schiff entre a piridoxamina fosfato e o -cetoácido2, troca de posição da ligação dupla; 4. Liberação do aa2 após hidrólise da base de Schiff, o piridoxal fosfato é regenerado. MECANISMO TIPO PINGUE-PONGUE → AA1 E AA2 NÃO SE ENCONTRAM EM NENHUM MOMENTO DO CICLO [Aplicação de transaminases na prática clínica SLIDE 13] 2. Desaminações oxidativas e não-oxidativas Desaminação oxidativa → Oxidoredução acoplada a desaminação do glutamato. • Liberação do grupo amino do Glu no fígado ► Glutamato formado nas reações de transaminação sendo o doador principal de amônia para que, dentro da mitocôndria, se tenha eliminação de amônia na forma de ureia. • Reação reversível catalisada pela enzima L- Glutamato-desidrogenase; • Produz NAPH ou NADH + α-cetoácido; ⮩ Glutamato doa prótons e elétrons para NAD formando NADH ou NADP formando NADPH e é convertido um intermediário com ligação base de Schiff; essa ligação facilita a fragilidade da ligação C-H, favorecendo a hidrólise e remoção de NH4, formando o produto α-Cetoglutarato. Regulação da desaminação oxidativa Regulação alostérica • Ativador ‣ ADP, NAD+, leucina; • Inibidor ‣ GTP, NADH; Transdesaminação Transeminação + Desanminação Reações de síntese e degradação de aminoácidos. • Geralmente, -cetoácido2 = -cetoglutarato e aa2 = glutamato Glutamato + NAD(P) + + H 2 O -cetoglutarato + NAD(P)H + NH 4 + Glutamato-desidrogenase Desaminação não-oxidativa → Enzimas serina-desidratase/treonina-desidratase catalisando liberação de grupamento amino em forma livre (NH3), sem formação de nenhuma coenzima reduzida | Coenzima PLP | Aminoácido desaminado como produto ‣ α-cetoácido; EXEMPLOS Histidina-amônia-liase | Asparaginase | Glutaminase HISTIDINA UROCANATO Fontes de amônia (NH4+) Amônia na forma livre que será utilizada no clico da ureia Catabolismo de aminoácidos: Transporte de amônia e ciclo da ureia – Slides 12 Transporte de amônia Transporte de amônia no sangue A amônia é muito tóxica para as células, portanto precisa ser convertida em uma forma não tóxica para ser transportada no sangue a partir dos tecidos extra-hepáticos ► Glutamina e Alanina. Glutaminase Glutamato- desidrogenase Catabolismo de Purinas e Pirimidinas Serina- desidratase Histidina- amônia-liase Intestino (enterócitos e bactérias) Asparaginase TOXICIDADE AMONIACA NO SNC ‣ EDEMA, AUMENTO DA PRESSÃO INTRACRANIANA, CONVULSÕES E COMA | ASTRÓCITOS SINTETIZAM GLUTAMINA À PARTIR DE A-CETOGLUTARATO E AMÔNIA, LEVANDO À DEPLEÇÃO DE GLUTAMATO | NH4+ COMPETE COM K+ NA NA+,K+-ATPASE, AUMENTANDO K+ EXTRACELULAR, CAUSANDO DESPOLARIZAÇÃO | NH4+ PERTURBA ATIVIDADE DAS AQUAPORINAS, CAUSANDO EDEMA. Ciclo glicose-alanina → Transporte de grupos amino do músculo para o fígado; ◦ No jejum, a glicose formada no fígado é liberada no sangue e captada por diversos tecidos periféricos, quebrando o ciclo. 1. Reações de transaminação no músculo ›› coleta de grupos amino dos AA ›› Glutamato; AMINOÁCIDO + -CETOGLUTARATO → -CETOÁCIDO + GLUTAMATO 2. Transaminação com pituvato catalisada pela alanina- aminotransferase; GLUTAMATO + PIRUVATO → ALANINA + -CETOGLUTARATO 3. Transporte de grupos amino no sangue através da Alanina, que agora contém os grupamentos aminos derivados dos AA do músculo; 4. Músculo esquelético ›› Alanina no sangue ›› Fígado; 5. Transaminaçãocatalisada pela alanina-aminotransferase (citosol hepático); ALANINA + -CETOGLUTARATO → PIRUVATO + GLUTAMATO Glutamina → A glutamina é formada nos tecidos e transportada até o fígado, intestino e rins • Intestino ‣ liberação de amônia, que é transportada até o fígado pela veia porta; • Rins ‣ liberação de amônia no sangue (que é transportada até o fígado pela veia porta) e na urina (alcalinização); • Fígado ‣ síntese de ureia; SÍNTESE DE GLUTAMINA 1. Fosforilação do L-Glutamato dos tecidos periféricos pela glutamina-sintetase, gerando γ- glutamil-fosfato; 2. Glutamina-sintetase catalisando inserção de grupamento amino da amônia livre, formando L- Glutamina; 3. Glutamina transportada aos tecidos periféricos via sangue; 4. Glutaminase (enzima mitocondrial) hidrolisa glutamina, liberando amônia e reestabelecendo o L-Glutamato. Libera NH4+ para o ciclo da ureia ou sofre transaminação com oxaloacetato para formar Asp (mitocôndria) Gliconeogênese Piruvato → Glicose Ciclo intercelular da glutamina no fígado Tem como objetivo interceptar a amônia que não foi incorporada na forma de ureia, para evitar que se tenha o efeito tóxico da amônia no organismo. Glutamina no rim: Acidose promove desvio de glutamina do fígado para o rim; Na presença de glutaminase há liberação de glutamato e amônia na forma livre, que é a responsável pela alcalinização da urina ‣ NH3 + H+ → NH4+ ; O bicarbonato (HCO3-) utilizado no ciclo da ureia é poupado, para conter a acidose; Excreção de amônia • Animais amoniotélicos Maioria das espécies aquáticas/peixes ósseos ›› excretam amônia • Animais uricotélicos Pássaros e répteis ›› excretam ácido úrico • Animais ureotélicos: Maioria dos animais terrestres ›› excretam ureia Glutamina-sintetase Glutaminase Ciclo da ureia Sangue na veia porta Instestino Fígado Sangue na veia central periportal GLNASE = GLUTAMINASE CPS = CARBAMOIL-P-SINTETASE I Gliconeogênese Oxidação Fluxo de nitrogênio até o ciclo da ureia Aminoácidos são transaminados até glutamato; glutamato libera amônia pela GDH; outras desaminações oxidativas ou não oxidativas liberam amônia; glutamato pode ser transaminado com oxalacetato liberando α-cetoglutarato e aspartato. Com amônia e aspartato teremos o ciclo da ureia. Ciclo da ureia Ocorre principalmente no fígado, liberando ureia para o sangue e excretando pelos rins. Início • Série de transaminações de aminoácidos provendo glutamato e α-cetoglutarato; • Glutamina como segunda fonte de glutamato; Matriz mitocondrial • Glutamato gerando amônia (NH4+) pela ação da glutamato- desidrogenase; • Glutaminase catalisando formação de glutamato e NH4+; • Carbamoil-fosfato-sintetase I catalisando formação de carbamoil- fosfato a partir de NH4+; AMÔNIA + BICARBONATO + 2 ATP → CARBAMOIL-FOSFATO + 2 ADP + Pi • Aspartato com segundo substrato para o ciclo ›› Ação da aspartato- aminotransferase; GLUTAMATO + OXALACETATO → α-CETOGLUTARATO + ASPARTATO ⮩ Aspartato como doador de grupamento amino/carbamoil-fosfato doador ativo de grupos carbamoil no ciclo de ureia. ENZIMAS RESPONSÁVEIS PELA LIBERAÇÃO DE NH4+ NA MATRIZ MITOCONDRIAL ENZIMA RESPONSÁVEL PELA LIBERAÇÃO DE ASPARTATO NA MATRIZ MITOCONDRIAL Citosol – ciclo da ureia propriamente dito 1. Ainda na matriz mitocondrial, ocorre a condensação de ornitina e carbamoil-fosfato para formação de citrulina, catalisada pela ornitina-transcarbamoilase ›› citrulina é transportada para o citosol; 2. A argininossuccinato-sintetase é responsável pela condensação da citrulina e aspartato (doador do segundo grupo amino) formando o intermediário ativado citrulil-AMP, que segue até argininossuccinato; 3. Argininossuccinase catalisa a reação que libera parte do aspartato (deixando apenas o grupamento amino ligado à citrulina) formando fumarato (intermediário do ciclo de Krebs) e arginina (aa carregando os 2 nitrogênios provenientes da amônia livre e do aspartato); 4. Arginase catalisa a hidrólise da arginina em ornitina e ureia; UREIA SEGUE TRANSPORTADA AO SANGUE E APÓS AOS RINS PARA SER ELIMINADA ENQUANTO ORNITINA SEGUE COMO AA NÃO PROTEICO E É TRANSPORTADA PARA DENTRO DA MITOCÔNDRIA À MEDIDA QUE CITRULINA SAI 2 ⮩ Canalização de substrato ► enzimas agrupadas; o produto de uma reação é o substrato da próxima reação ›› maior eficiência do ciclo. Intersecção entre ciclo da ureia e ciclo de Krebs → bicicleta de Krebs Regulação do ciclo da ureia → pode ser feito considerando a disponibilidade de substrato (mecanismo Feed-forward), expressão gênica das enzimas e regulação alostérica enzimas. Conteúdo proteico da dieta: regulação da velocidade do ciclo; • Dieta rica em proteínas ‣ aumenta a quantidade de aa disponíveis, aumentando o catabolismo dos mesmos, consequentemente aumentando os níveis de amônia e eliminando mais ureia; • Desnutrição severa ‣ promove proteólise muscular, que também aumenta a concentração de aminoácidos liberando grupamento amino na forma de amônia e consequentemente ureia – na proteólise as primeiras proteínas utilizadas são as musculares, por fim as do SNC; ⮩ Aumentam a expressão das enzimas do ciclo da ureia e da carbamoil-fosfato-sintetase I; • Dieta pobre em proteínas ‣ diminui a expressão das enzimas do ciclo da ureia e da carbamoil-fosfato-sintetase I por diminuição dos níveis de amônia a serem eliminados. Excreção no período de jejum • Estado alimentado ‣ poucos aa são degradados, turnover normal de proteínas → metabolismo do nitrogênio em equilíbrio; • Estado de jejum 12h ‣ proteólise muscular intensa, libereação de Ala do músculo,g liconeogênese utilizando piruvato → excreção de ureia aumentada; • Progressão do jejum ‣ cérebro passa a utilizar corpos cetônicos, que têm os C oriundos de ácidos graxos, assim diminui utilização de glicose → excreção de ureia diminuída. Custo energético do ciclo da ureia ‣ 1,5 ATP O ciclo consome 4 ligações fosfato de alta energia, porém na via Fumarato → Malato → Oxaloacetato há Pontos de intersecção • Fumarato → Malato → Oxaloacetato • Fumarase e malato-desidrogenase → isoenzimas citosólicas e mitocondriais • Transaminação do Oxaloacetato em Aspartato, que deixa a mitocôndria para doar seu grupo amino no ciclo da ureia Regulação alostérica da Carbamoil-fosfato-sintetase I produção de NADH pela ação da malato desidrogenase e geração de 2,5 ATP, logo o gasto resultante do ciclo é 1,5 ATP. Defeitos genéticos no ciclo da ureia → erros inatos do metabolismo causados por deficiência em cada uma das enzimas do ciclo; • Sintomas: hiperamonemia, vômitos, recusa à alimentação com proteínas, ataxia, letargia, irritabilidade, retardo mental; • Tratamento: dieta com restrição proteica | Carbamoil glutamato (análogo do N-acetilglutamato utilizado na deficiência da N-acetilglutamato-sintetase | Arginina em pacientes com deficiência na argininossuccinase, assim regenerando a ornitina que segue no ciclo até argininossuccinato, que é excretado | Benzoato | Fenilbutirato. Catabolismo de aminoácidos: Destinos do esqueleto de carbono – Slides 13 Vias de degradação dos aminoácidos Produção de energia proveniente dos aa corresponde a 10-15% do total; Fluxo varia de acordo com o aporte de aminoácidos (oriundos tanto do turnover de proteínas quanto dieta) e a demanda para as vias anabólicas; Catabolismo ocorre principalmente no fígado (exceto AA ramificados – metabolismo ocorrendo principalmente no músculo). Aminoácidos cetogênicos e glicogênicos Divisão de classes considerando o destino dos esqueletos de carbono; Aminoácidos cetogênicos → aqueles que podem produzir corpos cetônicosno fígado. Diabetes melito não tratado ‣ fígado produz grandes quantidades de corpos cetônicos a partir de ácidos graxos e aminoácidos. PRODUTOS UTILIZADOS NA SÍNTESE DE CORPOS CETÔNICOS Aminoácidos glicogênicos → aqueles que podem ser utilizados pela via gliconeogênica. PRODUTOS UTILIZADOS NA SÍNTESE DE GLICOSE Doenças e respectivas enzimas Leucina | Lisina | Fenilalanina | Triptofano | Tirosina → Acetoacetil-CoA Isoleucina | Leucina | Treonina | Triptofano → Acetil-CoA Produtos utilizados na síntese de corpos cetônicos Arginina, Glutamina, Histidina, Prolina → Glutamato → -cetoglutarato Isoleucina, Metionina, Treonina, Valina → Succinil-CoA Fenilalanina, Tirosina → Fumarato Asparagina, Aspartato → Oxaloacetato Alanina, Cisteína, Glicina, Serina, Treonina, Triptofano → Piruvato Coenzimas que participam do catabolismo de AA Responsáveis pela transferência de unidades monocarbônicas Biotina (Vitamina H, B7, B8) → Ligada à enzima via resíduo de lisil, responsável pela transferência de grupos CO2 ativados. Tetraidrofolato → coenzima que pode transferir grupamentos CH3 CH2 ou CduplaO. Ácido fólico (vitamina B9) adquirido através da dieta (sintetizado por bactérias); no organismo é convertido em diidrofolato e posteriormente em tetraidrofolato através da enzima diidrofolato-redutase; Doador de carbono oxidado – Serina como fonte de unidades monocarbônicas; AA que produzem piruvato são potencialmente cetogênicos Leucina e Lisina são exclusivamente cetogênicos Fenilalanina, Triptofano, Tirosina, Isoleucina e Treonina são cetogênicos e glicogênicos Ácido fólico Diidrofolato S-adenosilmetionina → Principal coenzima transferidora de grupos metil (1000 vezes mais reativa que o tetraidrofolato, devido ao íon sulfônico). Síntese mediada pela metionina- adenosil-transferase; Transferência –CH3: N5-metiltetra- hidrofolato → Metilcobalamina → SAM Anemia perniciosa: deficiência de vitamina B12; Anemia megaloblástica: deficiência de N5,N10-MTHFR na síntese de timidilato; Tetraidrobiopterina → Participa da reação da fenilalanina hidroxilase (oxidase de função mista ‣ responsável pela hidroxilação do substrato pelo O2 e redução à H2O). Transferência do tipo “NIH” (National Institutes of Health); Transferência de elétrons do NADH/NADPH para o O2. Oxidação dos aminoácidos Grupo 1 – Aminoácidos convertidos a piruvato Alanina, cisteína, glicina, serina, treonina e triptofano Os AA degradados até piruvato são potencialmente tanto cetogênicos quanto glicogênicos Visão geral – Passo a passo da figura a seguir: Treonina-desidrogenase oxida treonina formando 2-amino-3-ceobutirato e reduzindo coenzima NAD+ em NADH; 2-amino-3-ceobutirato é então metabolizado pela 2-amino-3- cetobutirato-CoA-ligase liberando uma molécula de Acetil-CoA e glicina; Glicina como segundo produto dessa reação é degradada por 3 vias distintas, uma leva a piruvato (vista agora). A enzima serina-hidroximetil-transferase, com PLP como coenzima, catalisa o recebimento de um metileno do N5,N10-metileno-H4-fosfato e converte glicina em serina; Serina é convertida diretamente a piruvato pela serina-desidratase, via desaminação não oxidativa; Triptofano resulta em alanina a partir de 4 etapas reacionais; Alanina é convertida a piruvato pela alanina-aminotranferase conforme visto anteriormente; Cisteína, por sua vez, libera enxofre e depois é transaminada até piruvato. Glicina convertida em CO2 e NH4+ pela enzima de clivagem da glicina, com redução de NAD+ a NADH; Via da treonina é pouco relevante em mamíferos; Origem animal CORPOS CETÔNICOS GLICOSE OXALOACETATO ACETIL-COA PIRUVATO Catabolismo da glicina → 3 vias distintas • Via 1: Conversão de Glicina em Serina, que segue para dar origem ao Piruvato | Utiliza as coenzimas PLP e N5,N10- metilenotetraidrofolato | Via pouco representativa em animais; Ligação da Glicina com PLP é a primeira etapa da reação, que forma ligação do tipo imina: 1. Abstração de próton e formação de carbânion; 2. PLP estabiliza o carbânion, que ataca o N5,N10-metilenoTHF e produz serina; 3. PLP liga-se à enzima e libera Serina. • Via 2: Via mais representativa em mamíferos | Catalisada pela enzima de clivagem da glicina ou glicina-sintase (enzima mitocondrial) com domínios P, H, T, L | Utiliza as coenzimas PLP e tetraidrofolato; Os átomos de C da glicina não entram no Ciclo de Krebs, são perdidos como CO2 e o outro átomo de C torna-se o grupo metileno da coenzima Deficiência enzimática → hiperglicinemia não cetótica: aumento de glicina, crises convulsivas, retardo mental, morte na primeira infância – erro inato do metabolismo; acúmulo de glicina ataca SNC uma vez que glicina é neurotransmissor inibitório. • Via 3: “Menos importante” | Enzima D-aminoácido-oxidase – tem como função eliminar D-aminoácidos (cozimento de L-AA, PC bacteriana) | Importante no Rim, uma vez que Oxalato forma cristais de oxalato de cálcio → pedras renais. Grupo 2 – Aminoácidos convertidos a Acetil-CoA e Acetoaceti-CoA Acetil-CoA: Isoleucina, leucina, treonina e triptofano Acetoacetil-CoA: Leucina, lisina, fenilalanina, triptofano e tirosina Visão geral – Passo a passo da figura a seguir: A parte linear do triptofano dá origem a alanina que, por meio de uma transaminação, origina piruvato; O anel endólico do triptofano libera α-cetoadipato, que também é o produto da degradação da lisina; α-cetoadipato é descarboxilado oxidativamente e forma Glutaril-CoA; Glutaril-CoA é descarboxilado e libera Acetoacetil-CoA; Leucina (exclusivamente cetogênica) dá origem à Acetil-CoA e ao aceto-acetato, que forma Acetoacetil-CoA com ação da coenzima A; Isoleucina dá origem a Acetil-CoA e ao Propionil-CoA que, em 3 etapas, forma Succinil-CoA (intermediário do ciclo de Krebs), portanto é cetogênico e glicogênico; Fenilalanina é hidroxilada pela fenil-alanina-hidroxilase (oxidase de função mista), convertendo em Tirosina, que libera fumarato e aceto-acetato, que reage com a coenzima A e libera Acetoacetil-CoA, portanto são cetogênicos e glicogênicos; Treonina, como visto antes, forma glicina e acetil-CoA; Ainda, o Acetoacetil-CoA, por meio da tiolase, forma 2 Acetil-CoA que podem ser utilizados na síntese de corpos cetônicos. Derivados do triptofano Catabolismo do Trp é o mais complexo entre os AA; Metabolismo da fenilalanina A deficiência genética em enzimas do catabolismo tem importância médica, implicando em erros inatos; Alanina Acetoacetil-CoA Acetil-CoA Piruvato PKU – Fenilcetonúria DEFICIÊNCIA DA FENILALANINA-HIDROXILASE ▪ Acúmulo de Phe no sangue e outros tecidos ▪ Através de uma via alternativa a Phe é transaminada com o Piruvato, produzindo fenilpiruvato, fenilacetato e fenillactato, que também são acumulados na doença, e excretados na urina ▪ Retardo mental grave, olhos e cabelos claros ▪ Tratamento: dieta com restrição em Phe ▪ Aspartame contém Phe – adoçante bastante utilizado DEFICIÊNCIA DA DIIDROBIOPTERINA-REDUTASE, que regenera a tetraidrobiopterina, também pode causar PKU ▪ Enzimas afetadas pela deficiência da diidrobiopterina-redutase: Phe-hidroxilase, Tyr- hidroxilase, Trp-hidroxilase ▪ Síntese de neurotransmissores (Dopamina, Epinefrina, Norepinefrina, Serotonina) é afetada ▪ Tetraidrobiopterina não atravessa a Barreira Hematoencefálica Detecção precoce de Erros Inatos do Metabolismo permite o início do tratamento e evita o desenvolvimento dos sintomas neurológicos característicos dessas doenças Grupo 3 – Aminoácidos que são convertidos a -CETOGLUTARATO Glutamato, arginina, glutamina, histidina e prolina Desaminação ou Transaminação Ciclo da Ureia
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