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Metabolismo proteico Visão geral 50% das proteínas corporais estão divididas em: proteínas contráteis (actina e miosina), colágeno e hemoglobina. No músculo esquelético: 66% de proteínas contrateis, 34% de proteínas não contráteis e 130g de aminoácidos livres (estes aminoácidos estão em um movimento dinâmico entre a formação e a degradação da proteína). As proteínas não são estocadas, elas apresentam uma relação funcional para as células. Turnover proteico A quantidade de aminoácidos livre pode vir da dieta, da produção do próprio organismo de aminoácidos não essenciais e do turnover (degradação de proteínas, gerando aminoácidos: renovação). Espera-se que grande parte dos aminoácidos sejam utilizados na síntese proteica, mas eles também podem ser oxidados, excretados na urina e no suor. A dieta, os hormônios (associados ao estado alimentado e de jejum) e o exercício influenciam no turnover proteico. A dieta fornece aminoácidos para a produção de proteínas corporais, mas no estado de jejum, pode não haver a quantidade e o perfil de aminoácidos necessários para produção das proteínas corporais. A dieta é muito importante no fornecimento de aminoácidos essenciais e para manter a taxa positiva de anabolismo proteico. O estado de jejum pode interferir negativamente porque pode ocasionar a perda de aminoácidos essenciais, possibilitando que o organismo oxide os aminoácidos liberados ou utilize-o na gliconeogênese (em que se quebra entre outras coisas, proteínas como a alanina para ser convertida em glicose – favorecimento da quebra de proteínas endógenas) e diminui os níveis de energia. Os hormônios, com destaque na insulina e glucagon. No estado bem alimentado e com produção de insulina haverá uma maior captação de glicose e espera-se um armazenamento de glicose como estoque o que culmina em uma polpação das proteínas. Em um estado de jejum, o corpo estará no processo de gliconeogênese, com produção de glucagon, haverá a oxidação dos estoque e as proteínas serão utilizadas. Os exercícios a depender do tipo e da intensidade podem favorecer a síntese (exercício adequado) ou a degradação proteica (acaba perdendo a massa magra). Normalmente, durante o exercício, acontece a quebra de proteínas celulares, após ele, essa queda continuará (até 24 horas depois – vai sempre caindo conforme o tempo vai passando), em comparação, no momento em que se termina o exercício, a taxa de síntese proteica cresce muito e ultrapassa a degradação (2-3 após o fim do exercício há um pico de anabolismo proteico), o metabolismo continua por muito tempo. Em resumo, durante o exercício, haverá estímulos catabólicos, pós exercício, haverá ambos os estímulos, mas o de síntese/anabólico é maior e mais durador. Como realizar anabolismo proteico celular? Dentro da célula muscular, existe uma proteína chamada de mTOR (relacionada com o aumento da síntese proteica nas vias celulares), o estímulo a essa proteína favorece a síntese de proteína muscular. A mTOR é estimulada em exercício de força, por a insulina (estado bem alimentado) e aminoácidos de cadeia ramificada, como a leucina. Em relação ao bloqueio, esse é feito através do AMPK, portanto, a restrição calórica (momento em que o AMPK aumenta), bloqueia a produção de mTOR e, consequentemente a síntese de proteínas. Exercício aeróbio também estimula, mas em menor quantidade e principalmente a síntese de proteínas não-contráteis. Como estimular o catabolismo proteico celular? O catabolismo é estimulado em situações de: ▪ Exercício: o exercício sem suporte da dieta, favorecerá sempre a quebra de proteínas; ▪ Jejum: o não fornecimento de nutrientes adequados pela dieta estimula a gliconeogênese que quebra proteínas e pode não oferecer acesso aos aminoácidos, não havendo a produção das proteínas; ▪ Excesso de proteínas: como não pode ser estocada, ela é quebrada; ▪ Diabetes: há uma pouca disponibilidade de glicose, o que favorece a gliconeogênese. Destino do C O nitrogênio não faz parte do metabolismo energético, ao grupo amina será dado um destino (ciclo da ureia), para então ser utilizado o esqueleto carbonado, o esqueleto C. Os esqueletos de carbono tomam vias distintas, sendo direcionados para a gliconeogênese ou para a cetogênese, ou oxidados completamente a CO2 e H2O. Sete dos aminoácidos podem ter seus esqueletos de carbono, total ou parcialmente, degradados para produzir acetil CoA. Cinco aminoácidos são convertidos em -cetoglutarato, quatro em succinil-CoA, dois em fumarato e dois em oxaloacetato. Seis aminoácidos têm seu esqueleto carbonado, total ou parcialmente, convertido em piruvato, o qual pode ser transformado em acetil CoA ou em oxaloacetato. Normalmente os aminoácidos são divididos em dois grupos: aminoácidos que geram acetil- CoA (cetogênicos) e aminoácidos que geram piruvato (glicogênicos). Aminoácidos cetogênicos: Aminoácidos cetogênicos (isoleucina, leucina, treonina, fenilalanina, tirosina, lisina e triptofano) podem ser convertidos em acetil CoA, em situação bem alimentada, que pode gerar gorduras (o excesso de proteína pode fornecer gordura porque alguns aminoácidos são cetogênicos). No jejum, os aminoácidos podem formar acetil CoA que forma os corpos cetônicos, devido ao estado de gliconeogênese. Aminoácidos glicogênicos: Aminoácidos glicogênicos (alaninina, cisteína, glicina, serina, treonina, triptofano, asparagina, asparato, fenilalanina, tirosina, isoleucina, metionina, treonina, valina, arginina, glutamina, histidina, prolina e glutamato) podem entrar no ciclo de Krebs em alguma das fases, ou em suma, eles fornecem piruvato que por sua vez pode gerar a glicose. Assim, no estado de jejum, em que o cérebro está precisando de glicose, será quebrado proteínas, pois elas podem fornecer aminoácidos glicogênicos e não será quebrado gorduras, tendo em vista que os ácidos graxos formam acetil CoA que não pode ser convertido em glicose. Aminoácidos e proteínas não são uma fonte de energia porque não o consumimos para isso, mas em algumas situações, o seu catabolismo pode produzir subprodutos que produzem energia. Remoção do nitrogênio Acontece em duas etapas: 1. O aminoácido transfere o seu grupo amino através da enzima amino-transferase para o -cetoglutarato que ao ganhar o grupo amino se transforma em glutamato; 2. Do glutamato, retira-se o amino na forma de amônia (NH4+) – pois o glutamato foi oxido- através da enzima glutamato desidrogenase. A vitamina B6 é uma coenzima das amino- transferases, portanto, ela tem uma relação direta com o metabolismo de aminoácidos. No entanto, a amônia é tóxico para o corpo (relacionado com encefalopatia e alcalose metabólica, por exemplo), por isso, ele precisa ser convertido em ureia, processo que só acontece no fígado. O local de produção de amônia é o mesmo de síntese de aminoácidos, o músculo, e esse nitrogênio não pode ir para o sangue, ele precisa ir até o fígado, sendo transportado de uma forma protegida. Transporte do nitrogênio para o fígado: Ele é transportado na forma de dois aminoácidos, a alanina e o glutamina, ambos possuem o grupo amino e o grupo carboxílico. Glutamina: A glutamina é fruto do glutamato que é formado no metabolismo de carboidratos. Ao glutamato, adiciona-se um grupo nitrogenado a mais, através da enzima glutamina-sintetase. A glutamina vai para o sangue e de lá se direciona ao fígado, local em que a glutamina é metabolizada. O fígado pega a glutamina e através da enzima glutaminase (presente na mitocôndria hepática), é retirado o grupo nitrogenado (hidrólise). Com a amônia, o fígado tranquilamenteproduz ureia e libera o produto da reação, o glutamato, que volta a realizar as suas funções normalmente. Alanina: No músculo, existe enzimas alanina- aminotransferases que podem pegar o nitrogênio e colocá-lo no piruvato, produzindo a alanina. A alanina assim produzida passa para o sangue e segue para o fígado. No citosol dos hepatócitos, a alanina aminotransferase transfere o grupo amino da alanina para o a- cetoglutarato, formando piruvato e glutamato. O glutamato então entra na mitocôndria, onde a reação da glutamato- desidrogenase libera NH4+, ou sofre transaminação com o oxaloacetato para formar aspartato, outro doador de nitrogênio para a síntese de ureia. Alanina sem nitrogênio é piruvato. Ciclo da ureia Foi descoberto por Hans Krebs e Kurt Henseleit em 1932 e apresenta quatro reações que parte acontece na mitocôndria e a outra parte acontece no citosol: O grupo amino junto ao bicarbonato produz um componente chamado de carbamoil fosfato. 1. A carbamoil fosfato doa o seu grupo carbamoila para a ornitina (aminoácido que não produz proteína), formando citrulina, com a liberação de fosfato inorgânico. A reação é catalisada pela enzima ornitina transcarbamoilase. A citrulina produzida no primeiro passo do ciclo da ureia passa da mitocôndria para o citosol; 2. Asparato (produzido na mitocôndria por transaminação é transportado para o citosol) se une a citrulina e forma arginino succinato. Essa reação citosólica é catalisada pela arginino succinato sintase; 3. Arginino succinato sofre uma quebra pela enzima arginino succinase, formando arginina e fumarato. O fumarato é convertido em malato e a seguir entra na mitocôndria para unir-se aos intermediários do ciclo do ácido cítrico. 4. A arginina sofre uma quebra pela enzima citosólica arginase que libera a ornitina e a ureia. A ureia é formada no fígado, de lá vai para o sangue, do sangue vai para os rins e dele é excretado pela urina. As situações em que mais acontece o ciclo da ureia é situações em que há um aumento do catabolismo de proteínas – jejum e dietas ricas em proteínas.
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