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1 Victor Daniel| Resumos | CURSO POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL | MÓDULO 3 PRINCIPAIS PROGRAMAS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ASSISTÊNCIA SOCIAL NA PRÁTICA UNIDADE 1 - PRINCIPAIS PROGRAMAS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL Na assistência social, os programas são conhecidos por integrarem a rede SUAS de forma complementar aos serviços. Em teoria, os programas são ações que possuem início, meio e fim, e tendem a responder a objetivos claramente definidos, em geral, voltados ao enfrentamento da pobreza, de práticas violadoras de direitos, ou mesmo de promoção da autonomia e da participação social. A LOAS, em seu artigo 24, define os programas de assistência social: “Art. 24. Os programas de assistência social compreendem ações integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços assistenciais. § 1º Os programas de que trata este artigo serão definidos pelos respectivos Conselhos de Assistência Social, obedecidos os objetivos e princípios que regem esta lei, com prioridade para a inserção profissional e social. § 2o Os programas voltados para o idoso e a integração da pessoa com deficiência serão devidamente articulados com o benefício de prestação continuada estabelecido no art. 20 desta Lei. SÃO PROGRAMAS IMPORTANTES PARA A ASSISTÊNCIA SOCIAL: A) PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA – PBF: é um programa de complementação de renda a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. O objetivo é proporcionar segurança alimentar e nutricional, segurança de renda, de autonomia, de sobrevivência a riscos, combate à pobreza e à privação. Além disso, o PBF promove o acesso à rede de serviços públicos, como saúde, educação, segurança alimentar e assistência social. Por meio do Cadastro Único dos Programas Sociais (CadÚnico), um sistema informatizado que coleta as informações prestadas pelo agente público que o opera, é feito o registro da família. A partir dessas informações, é realizada a avaliação de composição da renda e de outros fatores de vulnerabilidade que podem indicar o encaminhamento para algum serviço de proteção do SUAS ou de outras políticas setoriais. O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), ou outra unidade no município ou Distrito Federal que realize o CadÚnico, presta atendimento e informações à família, que receberá em sua residência um cartão para saque do benefício mensalmente, sem intermediários, por depósito bancário realizado em cartão magnético fornecido pela Caixa Econômica Federal. Para permanecer no PBF, a família deve cumprir algumas condicionalidades, isto é, deve possuir o perfil de renda permanência, cumprir as metas de saúde e de educação e manter o seu cadastro sempre atualizado. São atendidas pelo Programa Bolsa Família quase 14 milhões de famílias com os seguintes patamares de renda (Fonte: BRASIL, 2021): – Todas as famílias com renda por pessoa de até R$ 89,00 mensais (famílias em situação de extrema pobreza); – Famílias com renda por pessoa entre R$ 89,01 e R$ 178,00 mensais, desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos (famílias em situação de pobreza com crianças e adolescentes). 2 Victor Daniel| Resumos | CURSO POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL | MÓDULO 3 B) PROGRAMA CRIANÇA FELIZ – PCF: de caráter intersetorial, tem a finalidade de promover o desenvolvimento integral das crianças na primeira infância, considerando sua família e seu contexto de vida. Sua principal ação é a realização de visitas domiciliares diretamente na residência da família incluída no programa. Essas visitas fortalecem os vínculos e as competências da família para o cuidado das crianças, além de promoverem intervenções singulares, pertinentes a cada realidade. De acordo com informações do Ministério da Cidadania, o Programa Criança Feliz está presente em todas as unidades da federação, em aproximadamente 1.000 municípios (2021). São públicos prioritários do programa: gestantes, crianças de até 3 (três) anos e suas famílias beneficiárias do Bolsa Família; crianças de até 6 (seis) anos e suas famílias beneficiárias do BPC; e crianças de até 6 (seis) anos afastadas do convívio familiar em razão da aplicação de medida protetiva prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. C) PROGRAMA BPC NA ESCOLA: tem como objetivo a inclusão e a permanência na escola de crianças com deficiência beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada (BPC), em idade escolar. Por meio de ações intersetoriais envolvendo a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal, é possível identificar barreiras que impedem ou dificultam o acesso e a permanência de crianças e adolescentes com deficiência na escola. Podem ser encontradas barreiras físicas, de comunicação, como a ausência de acessibilidade (uma rampa, um programa de computador, um intérprete de libras, entre outros), como também barreiras atitudinais, ou seja, a própria família ou a criança não acredita que seja capaz de aprender e de se socializar na escola. Com esse diagnóstico, obtido por meio de questionário aplicado pela assistência social em visitas à residência dos beneficiários, são acionadas as demais políticas setoriais com vistas à superação dos fatores que levam à exclusão educacional. D) PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL – PETI: de caráter intersetorial, tem como objetivo contribuir para a retirada de crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos em situação de trabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a partir de 14 anos. Cabe ressaltar que houve um redesenho metodológico do programa, no qual as conhecidas “jornadas ampliadas” foram substituídas por acesso aos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Além disso, as famílias passaram a integrar o Serviço de Proteção Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), ofertados pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social, com vistas a um atendimento especializado e contínuo. A bolsa-Peti, o componente de renda que era transferido às famílias por ocasião da exploração do trabalho infantil, foi extinta, e o acesso ao componente de renda para a família ocorre por intermédio do Programa Bolsa Família. É compromisso de todo gestor combater todas as formas de trabalho infantil, sejam elas leves ou graves, igualmente danosas para o desenvolvimento infantil. As exceções são os trabalhos realizados a partir dos 16 anos, ou aos 14, dentro de programas regulares de aprendizagem, desde que não sejam perigosos ou degradantes para os adolescentes. E) PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO DO SUAS – CAPACITA SUAS: integra a Política Nacional de Educação Permanente do SUAS e objetiva promover a capacitação de profissionais que atuam diretamente nos territórios. É coordenado em âmbito nacional pelo Ministério da Cidadania em parceria com os governos estaduais por meio da rede de Instituições de Ensino Superior. Visa a 3 Victor Daniel| Resumos | CURSO POLÍTICAS PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL | MÓDULO 3 oportunizar a gestores, trabalhadores e conselheiros da assistência social o acesso à qualificação, aos conhecimentos, aos conteúdos atualizados, desenvolvendo habilidades e atitudes essenciais ao desempenho de suas atribuições. F) PROGRAMA ACESSUAS TRABALHO: visa a promover a integração dos usuários da assistência social no mundo do trabalho, a partir da mobilização e do encaminhamento para cursos de qualificação profissional e inclusão produtiva. São prioritários para ingresso no Acessuas populações urbanas em situação de vulnerabilidade e risco social, residentes em municípios integrantes do Programa, com idade mínima de 16 anos, com prioridade para usuários de serviços,projetos, programas de transferência de renda e benefícios socioassistenciais. Ações da gestão municipal na assistência social – programas Todos os programas nacionais divulgados anteriormente dispõem de abrangência municipal. Cada qual com suas regras específicas e finalidades e com a dimensão de fortalecer e apoiar a oferta de serviços continuados. Fonte: ENAP. Curso Políticas Públicas de Assistência Social. Distrito Federal, 202