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Estudos epidemiológicos MISCO

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1 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
Revisão MISCO M1 
 
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS 
A diferenciação dos estudos epidemiológicos mais 
comum refere-se ao posicionamento do pesquisador 
em relação à investigação (ativo/analítico ou 
passivo/experimental), podendo ser classificados em 
observacionais ou experimentais. 
 
Ainda, podem ser do tipo observacional 
experimental: relatos de casos ou série de casos, 
ecológico, transversal, de coorte, caso-controle e 
ensaios clínicos. 
Estudos observacionais: 
• O pesquisador não controla a exposição nem 
distribui os indivíduos entre os grupos de 
expostos e não expostos. 
• Tem uma atitude passiva e de observador. 
• Geralmente não apresentam problemas de 
natureza ética para investigação de fatores de 
risco. 
• Podem fazer uso de dados secundários e 
primários (coletados para o desenvolvimento do 
estudo). 
• Podem ser descritivos ou analíticos. 
Estudos descritivos: 
• Objetivo: determinar a distribuição de doenças 
ou condições relacionadas à saúde segundo o 
tempo, o lugar e a pessoa (características dos 
indivíduos) – responder “quando”, “onde” e 
quem adoece”. 
• A epidemiologia descritiva examina como a 
incidência (casos novos) ou a prevalência (casos 
existentes) de uma doença ou condição 
relacionada à saúde varia de acordo com 
determinadas características (Sexo, idade, 
escolaridade, renda etc). 
Estudos analíticos: 
• São delineados para examinar a existência de 
associação entre uma exposição e uma doença 
ou condição relacionada à saúde. 
• Tem capacidade para responder hipóteses de 
associações entre variáveis. 
Estudos experimentais: 
• São conhecidos como de intervenção, clinical 
trials (Quando aplicados de modo individual) ou 
Community trials (quando aplicados em 
comunidades inteiras). 
• Apresentam atitude ativa do pesquisador 
(experimentação). 
• São essencialmente analíticos. 
• O investigador determina os grupos de 
indivíduos expostos e não expostos – alocação 
aleatória. 
Tempo em relação ao surgimento do desfecho: 
Quando se investiga a frequência do desfecho ou de 
fatores associados, no presente e ao mesmo tempo, 
menciona-se o estudo transversal ou seccional (no 
tempo). Contudo, em muitos casos, a investigação 
transversal não é suficiente, existindo a possibilidade 
de recorrer a desenhos chamados de longitudinais, 
ou seja, quando o desfecho e/ou os fatores 
associados não estão no presente. Isso geralmente é 
necessário quando se deseja conhecer a incidência 
de doença ou fatores de risco com maior precisão. 
 
 
RELATOS DE CASO OU SÉRIE DE CASOS: 
Descrição cuidadosa e detalhada por 1 ou mais 
profissionais de saúde das características clínicas de 
1 único paciente ou série de pacientes. 
Aguça a interpretação de sinais e sintomas e constitui 
farto material par discussões que alavancam o 
aprendizado de jovens médicos. 
Nesse tipo de trabalho, não existe comparação 
analítica, não sendo possível a realização de 
inferência acerca da ocorrência daquele ou daqueles 
casos. 
Contudo, uma apresentação de caso benfeita pode 
auxiliar na descrição de um quadro clínico específico, 
que pode ser importante para a Epidemiologia 
conhecer um padrão de doença ou de doentes. 
 
ESTUDO ECOLÓGICO: 
Analisa um grupo ou determinada população de um 
dado local, com grande relevância para Saúde 
Pública 
Analisa um grupo ou determinada população de um 
dado local, com grande relevância para Saúde 
Pública, pois permite avaliar a ocorrência de uma 
doença na comunidade e a efetividade das 
intervenções feitas nesse local. 
• A unidade de análise é uma população ou um 
grupo de pessoas, que geralmente pertence a 
uma área geográfica definida, como um país, um 
estado, uma cidade, um município ou um setor 
censitário. 
• São feitos com dados secundários – bases de 
dados de grandes populações. 
 
2 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
• Objetivos: gerar hipóteses etiológicas a respeito 
da ocorrência de determinada doença e avaliar a 
efetividade de intervenções na população, 
testando a aplicação de determinado 
procedimento para prevenir doença ou 
promover saúde em grupos populacionais. 
Pode ser delineado em um eixo transversal – 
avaliando-se vários agregados com dados no mesmo 
período, como um estudo que comparou a taxa de 
mortalidade em diversos países, no ano de 2018 
(presente); ou por meio de análise de série histórica – 
são necessários dados retrospectivos (passado) para 
todas as unidades de análise existentes. 
Trata-se de um tipo de delineamento muito 
interessante para a Saúde Pública e a Gestão em 
Saúde; pode-se, por exemplo, avaliar uma série 
histórica de mortalidade infantil para diferentes 
municípios e levantar aqueles em que a queda do 
indicador não foi significativa ou se houve 
modificação na tendência. Deve-se lembrar que a 
qualidade desse tipo de estudo depende do sistema 
de informação de origem da base de dados. 
Com relação ao tempo pode ter: 
Característica transversal – quando faz avaliação 
como um corte no tempo, podendo inclusive estudar 
associação, nesse sentido. 
Característica longitudinal – estudos ecológicos de 
tendencia histórica ou séries históricas, é possível 
analisar o comportamento de uma doença/desfecho 
no tempo. 
 
Classificam 2 subtipos de estudos ecológicos, de 
acordo com a base de referência para produção de 
dados: 
• Estudo territorial – há definição geográfica das 
unidades/blocos de observação (bairros, 
distritos, municípios, países) 
• Estudo institucional – toma organizações 
coletivas como parâmetros (fábricas, escolas). 
 
Podem ser avaliadas medidas provenientes dos 
agregados (grupos de indivíduos), como proporções 
de indivíduos com certa característica (renda 
familiar, taxa de fumantes); medidas ambientais, 
como as características 
físicas do lugar onde os membros de cada grupo 
vivem ou trabalham; e 
medidas globais, como indicadores de saúde, 
densidade demográfica ou 
existência de determinado nível de saúde. 
 
Correlação – método que estuda variação 
concomitante entre 2 ou mais variáveis quantitativas 
contínuas. 
 
Vantagens: 
• Examinar associações entre exposição e doença 
(desfecho) relacionada nessa coletividade. 
• Facilidade e rapidez de execução 
• Baixo custo relativo 
• Simplicidade analítica 
• Capacidade de geração de hipóteses 
• Facilidade de encontrar maior variação na 
exposição média entre diferentes regiões 
• Possibilidade de mensurar “efeitos ecológicos” 
(exemplo: implementação de nova legislação em 
saúde). 
 
Desvantagens: 
• Baixo poder analítico 
• Pouco desenvolvimento das técnicas de análise 
de dados 
• Ausência de acesso aos dados individuais 
• Vulnerabilidade à falácia ecológica (atribuir a um 
individuo o que se observou com base em 
análises de grupo) 
• Dificuldade de controlar fatores de confusão 
• Variação na qualidade de informações (fontes de 
dados podem ser diferentes). 
 
Os estudos ecológicos não podem tirar conclusões 
sobre a causa da doença porque não há informação 
sobre o status de cada pessoa quanto à exposição e 
ao desfecho; trata-se do viés ecológico (ou falácia 
ecológica). 
 
 
 
ESTUDOS TRANSVERSAIS OU DE 
PREVALÊNCIA: 
Também chamado de estudo seccional, de corte ou 
de inquérito epidemiológico. 
É um delineamento observacional que pode 
apresentar caráter descritivo ou analítico, ambos de 
base individual. 
Caracteriza-se pela seleção de pessoas de toda uma 
população ou amostra – os indivíduos são 
selecionados sem considerar a exposição ou estado 
da doença. 
Objetivo principal: estimar a prevalência de uma 
doença ou de fatores associados nessa população. 
 
As determinações da doença (entenda-se doença 
como desfecho) e da exposição são realizadas 
simultaneamente, e subpopulações de diferentes 
níveis de exposição são comparadas com relação à 
prevalência da doença e aos fatores que se julgam 
associados a ela. 
 
 
3 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
 
As coletas de dados tanto da exposição 
(levantamento de fatores associados) como dodesfecho são feitas transversalmente, em um único 
ponto do tempo (no mesmo tempo – presente). 
Seleciona-se uma amostra da população de interesse 
e avalia-se essa amostra, que deve ser semelhante à 
população. Quando se pesquisa desfecho binário 
(por exemplo, presença/ausência de uma doença), é 
comum haver esses 4 estados para cada parcela da 
amostra: exposto e doente, exposto e não doente, 
não exposto e doente e não exposto e não doente. 
 
Por avaliarem um único ponto do tempo, os estudos 
transversais não podem avaliar causalidade, visto 
que não se pode obedecer ao critério de 
temporalidade (isto é, o fator em estudo acontece 
antes do desfecho). Esse fato faz que os estudos 
transversais possam ocasionar o fenômeno (viés) de 
causalidade reversa, ou seja, atribuir o desfecho 
como consequência, quando pode ser, na verdade, 
causa. 
 
Os estudos transversais, por lidarem exclusivamente 
com a medida de frequência do tipo prevalência, são 
mais indicados para estudar as doenças de longa 
duração e exposição que pouco se modificam com o 
tempo. São úteis, também, para fornecer 
informações sobre distribuição e características do 
evento investigado na população, avaliar as 
necessidades de serviços de saúde e planejamento 
em Saúde Pública e contribuir para o estudo da 
etiologia das doenças. 
 
Planejamento e execução: 
A seleção da população depende do objetivo do 
estudo. 
Amostragem – com base na observação de um 
grupo de indivíduos, obtém parâmetros do todo 
(população). 
Para ser possível a realização de inferência, a amostra 
deve ser representativa da população que lhe deu 
origem. 
Tipos de amostragem: 
• Aleatória simples 
• Estratificada 
• Sistemática 
• Por conglomerados 
Amostras por conveniência: obtidas sem processo 
de aleatoriedade – não garante representatividade. 
 
 
 
Estudos transversais feitos em intervalos periódicos 
de tempo são úteis, pois podem refletir mudanças na 
situação de saúde. Todavia, uma de suas 
desvantagens importantes refere-se à 
impossibilidade de seguimento, uma vez que 
indivíduos diferentes são avaliados em cada amostra. 
Vantagens: 
• É rápido e de baixo custo (não há seguimento) 
• Permite estimar a proporção de expostos na 
população 
• Permite estudar múltiplas exposições e/ou 
múltiplas doenças 
• Fornece informações úteis para o planejamento 
de serviços e programas de saúde (tomadores 
de decisão/políticas de saúde) 
• É adequado para descrever a situação de saúde 
• Compreende subsídio para estudos mais 
complexos – geração de hipóteses 
Desvantagens: 
• Não permite estabelecer relação temporal entre 
exposição e efeito 
• Tem dificuldade para estabelecer relação causal 
• Doentes com evolução rápida tem menor chance 
de inclusão 
• Doenças com exacerbação/remissão (pessoas 
em fase de remissão podem ser incluídas como 
não tendo a doença) 
• É pouco útil se o evento é raro 
• É suscetível a baixa participação 
 
 
 
Avaliam-se desfecho e exposição em dada 
população em um momento específico de tempo. 
A prevalência representa o peso da doença em um 
momento específico de tempo. Baseia-se no 
número total de casos da doença existentes na 
população total, mostrando, então, a proporção de 
indivíduos doentes nessa população, naquele 
momento definido. Não mede o risco de se 
desenvolver a doença. 
 
ESTUDOS DE COORTE OU DE INCIDÊNCIA: 
Principal característica: seleção de indivíduos 
saudáveis (sem o desfecho) classificados segundo o 
grau de exposição a um fator de interesse que se 
deseja investigar. Os indivíduos são acompanhados 
ao longo do tempo para apurar a incidência do 
desfecho de interesse. 
O interesse do investigador é saber a frequência 
com que as pessoas se tornam doentes, ou seja, a 
incidência. 
 
Nos estudos tipo coorte, o pesquisador cataloga os 
indivíduos como expostos e não expostos ao fator de 
estudo, segue-os por determinado período e, ao 
 
4 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
final, verifica a incidência da doença entre eles, 
comparando-a nos 2 grupos. 
 
Há 2 tipos de estudo de coorte, segundo a 
localização temporal do delineamento: prospectivo 
ou concorrente e retrospectivo ou não concorrente 
(também chamado de coorte histórica). Tais estudos 
também são chamados de “estudo de 
acompanhamento”, “de incidência” ou “follow-up”. 
 
O objetivo do estudo é a comparação da incidência 
entre os grupos, e para tanto é preciso garantir que 
todos os participantes não apresentem o desfecho 
de interesse no início do estudo (o que caracterizaria 
um caso prevalente). 
Essa característica do estudo de coorte permite 
determinar uma relação temporal confiável entre 
exposição e desfecho, essencial para determinar 
causalidade. 
 
Coorte prospectiva ou concorrente: 
 
Uma coorte clássica inicia-se com um grupo de 
indivíduos acompanhados ao longo do tempo. No 
caso de uma coorte prospectiva, seleciona-se uma 
parcela da população com alguma característica de 
interesse, como uma coorte de gestantes, que terá 
como base de inclusão uma mulher que se torne 
gestante. 
São selecionadas, então, as variáveis de exposição 
(álcool, tabaco, violência), e essas gestantes são 
subdivididas em expostas e não expostas aos fatores. 
Segue-se no tempo o desfecho (incidência ou casos 
novos), por exemplo, abortamento. No final do 
estudo, existirão mulheres que abortaram e estavam 
expostas aos fatores, que abortaram e não estavam 
expostas, que não abortaram e estavam expostas e 
que não abortaram e não estavam expostas. 
Os fatores de risco são reconhecidos por meio da 
análise de proporção de casos novos nesses grupos. 
 
A amostra inicial apresenta apenas indivíduos não 
doentes ou sem o desfecho. 
Cabe lembrar que os eventos de interesse podem 
ser: ocorrência de novos casos, mortalidade por 
determinada causa ou mudanças de um marcador 
biológico. 
Podem investigar respostas a tratamentos, mas não 
são indicados para a inclusão de novos tratamentos 
visto que os participantes não estão randomizados e, 
consequentemente, com fatores de confusão 
desbalanceados. 
 
Corte retrospectiva ou não concorrente: 
A investigação inicia-se em um ponto no tempo em 
que tanto exposição quanto desfecho já ocorreram. 
Nesse caso, o registro inicial depende dos dados já 
coletados para outros propósitos. É necessário 
confiar na memória dos participantes para 
estabelecer a data de desenvolvimento do desfecho 
e para saber se este não estava presente no início do 
estudo (caso prevalente). A qualidade e o grau de 
detalhamento da informação obtida dependem 
largamente do indivíduo e da sua memória, porém é 
um estudo que pode ser feito de forma mais rápida e 
econômica, desde que haja dados passados 
disponíveis. 
 
A estrutura de uma coorte histórica é a mesma que a 
de uma coorte prospectiva, porém na primeira a 
coleta de dados é feita no presente, ou seja, a 
definição entre exposição e desfecho é feita no 
presente, mas a coorte já havia sido formada e 
iniciada anteriormente. 
 
 
 
No geral, o estudo de coorte apresenta como 
vantagens permitir o cálculo de incidência de um 
desfecho entre expostos e não expostos, bem como 
a flexibilidade em escolher variáveis para registro 
sistemático ao longo do estudo. Em contrapartida, 
ao se estudar um desfecho raro, é preciso 
acompanhar um grupo muito grande de indivíduos 
para obter algum resultado. Talvez a desvantagem 
mais significativa do estudo de coorte seja comum a 
 
5 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
todos os estudos observacionais: a posição do 
pesquisador é passiva, e ele não influencia a 
distribuição dos indivíduos nos grupos. 
 
Vantagens: 
• Permite o cálculo de taxas de incidência em 
expostos e não expostos e, por meio delas, o 
cálculo do RR 
• É o melhor método para conhecer com precisão 
a história natural de uma doença, assim como 
sua incidência 
• O fator de exposição é definido no início do 
estudo, não sofrendo influencias da presença ou 
ausência do evento de interesse. 
• Permite o estudo de múltiplos 
efeitos/consequênciasde um mesmo fator de 
exposição 
• Vieses de confusão são mais fáceis de controlar 
• Permite o estudo de fatores de exposição pouco 
frequentes. 
 
 
 
 
O fator principal a ser avaliado é a incidência do 
desfecho na população estudada. 
O risco (ou incidência) de uma doença é a 
probabilidade de ela ocorrer em um período 
determinado de tempo. O risco é estimado 
contando-se o número de casos novos da doença 
durante um período específico de tempo, dividido 
pelo número específico de pessoas que no, 
momento inicial, eram não doentes, porém estavam 
em risco de contraí-la. 
 
ESTUDOS CLÍNICOS: 
Arma de teste de intervenções para a saúde. 
São estudos analíticos, prospectivos e experimentais 
e tem por obrigação testar o efeito de uma 
intervenção. 
Um grupo de pessoas é acompanhado (como na 
coorte), porém há intervenção terapêutica ou 
preventiva (exame de rastreamento) pelo 
pesquisador. 
Os estudos de intervenção com indivíduos são 
chamados de ensaios clínicos, e outros que 
envolvem agregados populacionais, ou seja, uma 
comunidade inteira, são os ensaios clínicos 
comunitários. 
A grande vantagem dos ensaios clínicos é serem 
passíveis de terem a ferramenta mais poderosa para 
controle dos fatores confundidores entre os grupos: 
a randomização. 
Quando selecionamos uma amostra e a 
randomizamos em 2 grupos ou mais, presume-se 
que todos os fatores confundidores, pelas leis das 
probabilidades, estão balanceados entre os grupos. 
Isso significa que, para qualquer intervenção 
realizada, o desfecho será devido à intervenção e 
não a outros fatores. Por isso, o ensaio clínico 
randomizado é o desenho que mais se aproxima do 
ideal para inferência causal. 
 
A 1ª forma de classificar um ensaio clínico depende 
da presença de controles. 
Um estudo de intervenção é dito controlado quando 
são acompanhados 2 grupos: o primeiro é tratado 
com o esquema terapêutico em estudo, e o outro 
recebe placebo ou convencional (grupo-controle). 
Um exemplo de estudos não controlados é o 
chamado estudo “antes depois”, em que todos os 
participantes recebem a mesma intervenção e suas 
condições são verificadas no início do tratamento e 
depois dele. 
 
 
Os ensaios clínicos apresentam a mesma estrutura 
de uma coorte prospectiva. 
No entanto, aqui os grupos de exposição não 
ocorrem naturalmente, pois são expostos/não 
expostos experimentalmente, em geral por critérios 
de randomização (aleatórios). O que será verificado, 
com o tempo, é a diminuição da frequência do 
desfecho: o fator experimental tem algum impacto 
na diminuição da característica que agregava esses 
indivíduos nesse grupo, como uma doença. Deve-se 
lembrar que, diferentemente da coorte, os estudos 
clínicos sempre se iniciam com todos os indivíduos 
com a doença/desfecho. 
 
 
6 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
Uma 2ª divisão desse método valoriza a forma de 
composição dos grupos. De forma simplificada, o 
ensaio clínico controlado pode ser randomizado, 
quando a alocação dos participantes nos grupos de 
intervenção e controle é feita de forma aleatória; ou 
não randomizado, quando os grupos experimental e 
controle são formados com base em critérios de 
disponibilidade e conveniência, havendo, portanto, 
maior possibilidade de viés. 
Para o estudo ser considerado randomizado, a 
alocação deve ser aleatória. Em outras palavras, deve 
haver, necessariamente, um sorteio. 
Caso contrário, fatores confundidores podem estar 
presentes. Além disso, quem deve ser randomizado 
são os indivíduos, e não as comunidades. Caso elas 
sejam randomizadas e suas taxas avaliadas após a 
intervenção, tratar-se-á de um ensaio comunitário, 
podendo correr o mesmo risco de falácia ecológica. 
 
Além disso, quando não há randomização, mas há 
experimento (por exemplo, avaliar a taxa de 
mortalidade de um hospital antes e após a 
inauguração de um centro de hemodinâmica), tratar-
se-á de um quase-experimento. 
Uma opção para alocação do grupo de intervenção é 
o ensaio clínico controlado cruzado (crossover). 
Nesse caso, um grupo de pacientes recebe um 
tratamento, e outro, o placebo. Após uma pausa 
temporal, faz-se uma inversão, com a 1ª metade 
recebendo o placebo, e a segunda, o tratamento. 
Esse tipo de estudo permite comparar os resultados 
em conjunto e, como cada indivíduo participa 2 
vezes no experimento, pode-se reduzir pela metade 
o número da casuística em relação ao ensaio clínico 
controlado simples. Porém, deve-se afastar a 
possibilidade de o tratamento ou sua falta na 1ª fase 
não ter repercussão na segunda. 
Por fim, vale fazer um comentário sobre a chamada 
técnica de mascaramento ou avaliação cega, que 
consiste em qualquer tentativa de evitar que os 
participantes do estudo saibam qual é o tratamento 
administrado. 
 
 
O mascaramento é uma das formas de controlar o 
efeito Hawthorne – consiste na mudança positiva de 
comportamento de um grupo devido ao fato de eles 
se sentirem valorizados. O fato de o paciente saber 
que está recebendo um novo tratamento pode ter 
efeito positivo e, ao contrário, o fato de ele 
reconhecer que está no grupo de tratamento 
convencional, ou sem tratamento, pode gerar um 
efeito desfavorável. 
Para viabilizar o mascaramento, muitas vezes, é 
necessário o uso de um placebo, substância de 
aparência, forma e administração semelhantes às do 
tratamento que está sendo testado, porém sem 
princípio ativo. Por questões éticas, o placebo só 
deve ser utilizado caso não exista um tratamento-
padrão alternativo de eficácia conhecida. O ensaio 
clínico, como os demais estudos, deve recrutar um 
número suficiente de pessoas para obter uma 
estimativa da resposta desejada. Quando o tamanho 
da amostra necessária é muito grande, o ensaio 
pode ser realizado em vários centros, o que 
caracteriza o chamado ensaio multicêntrico 
(megaensaio ou megatrial). 
 
 
Análise por intenção de tratar (intention to treat): 
 
 
A análise por intenção de tratar não irá considerar a 
 
7 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
intervenção que os pacientes receberam, e sim para 
qual grupo os pacientes foram randomizados. Essa 
estratégia é utilizada por 2 motivos: o primeiro é 
porque se aproxima mais da prática médica real; o 2º 
motivo é que, ao usar essa técnica, introduz-se um 
viés conservador (isto é, contra a hipótese) no 
estudo, de modo que, caso o tratamento continue a 
ser eficaz mesmo usando a técnica, isso significa que, 
de fato, o tratamento é eficaz. É quando há 
cruzamento de tratametnos. 
 
 
 
 
 
A avaliação ética transforma-se em um marco 
essencial da investigação clínica para assegurar que 
os seres humanos sejam respeitados nos termos de 
sua dignidade, integridade e valores, evitando que 
sejam usados apenas como instrumentos para a 
obtenção de resultados. 
 
Ao tratar-se de estudos longitudinais de intervenção 
(ensaios clínicos), também se pode lançar mão dos 
cálculos de incidência entre expostos e não expostos 
à intervenção. 
 
ESTUDOS CASO-CONTROLE: 
Seleciona indivíduos que desenvolveram e que não 
desenvolveram um desfecho de interesse (ou seja, 
casos e controles) e procura avaliar a frequência de 
exposição passada a fatores que se acreditam ser 
associados ao desfecho. 
Assim, trata-se de estudo observacional, longitudinal 
e unicamente retrospectivo. 
Os controles devem ser pertencentes à mesma 
população a que pertencem os casos, ou a 
comparação deixa de ser válida. 
Para esse estudo, é imprescindível definir a 
população-base, em que os casos devem ser uma 
amostra fidedigna dos casos totais e os controles da 
mesma forma, inclusive para a exposição ao fator 
que se deseja estudar. Caso haja restrição para a 
seleção de casos (por exemplo, idade), essa mesma 
restrição deve ser aplicada aos controles e 
enumerada no momento da inferência. A inferência 
será válida para uma população com aquela restrição 
de idade imposta à amostragem. 
 
Casos e controles devem ser comparáveis - O 
pareamento refere-se ao procedimento pelo qual, 
para cada caso selecionado, são recrutados1 ou 
mais controles idênticos com relação a certas 
características (no máximo 4), como sexo, idade e 
nível socioeconômico. A escolha das variáveis para o 
pareamento deve envolver possíveis variáveis de 
confusão. 
 
 
 
Um estudo caso-controle inicia-se sempre com um 
grupo de indivíduos afetados pelo desfecho de 
interesse. O que os pesquisadores fazem é buscar 
outros indivíduos com características semelhantes e 
comparar a presença dos fatores entre os casos e os 
controles. Para isso, após a seleção dos controles 
(grupo de comparação), ambos os casos e controles 
são pesquisados sob exposições diversas de 
 
8 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
interesse, no passado. As situações existentes, no 
final, serão casos que foram expostos, casos que não 
foram expostos, controles que foram expostos e 
controles que não foram expostos. 
 
A coleta de dados sobre exposição ao fator de 
interesse e possíveis variáveis de confusão deve ser 
feita com o mesmo nível de detalhamento para casos 
e controles, para que esses dados sejam 
comparáveis. O ideal é utilizar o mesmo método de 
coleta desses dados e, se possível, que o 
entrevistador não saiba quais são casos ou controles. 
Os controles devem ser selecionados da população 
sob risco de ocorrência do desfecho. 
 
 
O contraponto é que não é possível estimar a 
proporção de expostos e não expostos na 
população-base (exceto no delineamento aninhado). 
Assim como no estudo de coorte retrospectiva, é 
preciso confiar na memória dos participantes sobre 
exposição a determinados fatores, e esta pode ser 
difícil de validar. A incidência do desfecho em 
expostos e não expostos não pode ser calculada 
(consequentemente, o RR também não), e, como em 
todos os demais estudos observacionais, a 
distribuição dos grupos de expostos e não expostos 
pode não ser aleatória em relação a outras variáveis 
que representam risco (conhecido ou não), o que 
levaria a uma inferência causal errônea, caso o 
pesquisador não tomasse as devidas precauções. 
 
 
Existe, além do estudo caso-controle convencional, o 
chamado caso-controle aninhado (nested), um tipo 
de estudo em que a população total é enumerada e 
acompanhada. Assim, o número de casos descritos é 
o total de casos da população ou uma fração 
representativa destes, enquanto os controles são 
selecionados entre os indivíduos que estavam na 
população no momento em que cada caso ocorreu. 
A grande vantagem dessa estratégia é minimizar o 
viés de seleção, por termos certeza de que os 
controles são selecionados da mesma população de 
casos. Esse tipo de estudo permite estimar a 
frequência do desfecho por expostos e não 
expostos, o que é incomum em estudos caso 
controle convencionais. É muito comum o 
desenvolvimento de estudos casos controle 
aninhados a coortes, formando, assim, estudos 
híbridos. 
 
 
 
 
Não são utilizadas medidas de frequencia, nesse 
caso, o estimador de associação utilizado é o odds 
ratio (que é uma razão de chance, e não 
probabilidade). 
 
ENSAIOS DE CAMPO: 
Envolvem pessoas que estão livres de doença, mas 
sob risco de desenvolvê-la. 
Os dados são coletados no campo – entre pessoas 
da população geral não institucionalizadas. 
Os participantes estão livres da doença e o propósito 
é prevenir a ocorrência de doença mesmo entre 
aquelas de baixa frequencia. 
Envolvem muitas pessoas tornando-os caros e 
complicados. 
Os ensaios de campo podem ser utilizados para 
avaliar intervenções que objetivam reduzir a 
exposição sem necessariamente medir a ocorrência 
dos efeitos sobre a saúde. 
 
ENSAIOS COMUNITÁRIOS: 
Os grupos de tratamento são comunidades ao invés 
de indivíduos. 
 
9 Laís Flauzino | MEDICINA 5°P 
Apropriado para doenças que tenham suas origens 
nas condições sociais e que possam ser facilmente 
influenciadas por intervenções dirigidas ao 
comportamento do grupo ou do indivíduo. 
 
É difícil isolar as comunidades onde a intervenção 
está sendo conduzida devido a mudanças sociais em 
curso. 
 
Referência: 
MEDCEL 2019 
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s
&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4r
pUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2
Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.p
hp%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-
XT_9xxGEmqlS5 
 
 
 
 
 
 
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4rpUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-XT_9xxGEmqlS5
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4rpUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-XT_9xxGEmqlS5
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4rpUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-XT_9xxGEmqlS5
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4rpUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-XT_9xxGEmqlS5
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4rpUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-XT_9xxGEmqlS5
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwjLg5_ltav2AhX4rpUCHRIOAu8QFnoECAwQAw&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2346693&usg=AOvVaw1VGBicaX-XT_9xxGEmqlS5

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