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Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi - Fortaleza/CE – CEP: 60.714-903 Fone (85) 3101.9650 - E-mail: semana.universitaria@uece.br Site www.uece.br A importância do estudo de mormo e anemia infecciosa equina na formação do Médico Veterinário como agente de saúde pública Laércio Mariano Fernandes¹, Fágner Cavalcante Patrocínio dos Santos², Isaac Neto Goes da Silva³ ¹Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária, e-mail: laercio.fernandes@aluno.uece.br ²Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária, e-mail: fagner.cavalcante@uece.br ³Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária, e-mail: isaac.neto@uece.br RESUMO. O mormo e a anemia infecciosa equina (AIE) são doenças infectocontagiosas de grande importância para a saúde pública e para a atuação do Médico Veterinário como agente público de saúde. Nesse contexto, o presente documento objetiva realizar um levantamento bibliográfico sobre a importância do estudo de mormo e anemia infecciosa equina na formação generalista do Médico Veterinário. Para isso, realizou-se busca nas principais bases de dados nacionais, como SciELO, Google Scholar e revistas online para discussão do objeto em questão. Os principais resultados demonstraram a necessidade do estudo de doenças infectocontagiosas na medicina veterinária, utilizando-se do estudo complementar e sistemático para formação integral nas diversas áreas de atuação profissional. Palavras-chave: Patologia equina. Saúde animal. Formação integral. 1. INTRODUÇÃO Compreendendo as diversas transformações tecnológicas, sociais, econômicas e científicas ao longo da história, percebe-se que o reconhecimento da importância de uma profissão para a sociedade está na dependência de sua relevância social. Para Pfuetzenreiter (2004), o profissional de medicina veterinária deve possuir competência coerente às demandas da sociedade. Para isso, é fundamental que o indivíduo possua formação teórico-prática de qualidade e conhecimento científico, empírico e filosófico na lida direta e indireta com os diversos e distintos casos. A medicina veterinária, dentre suas tantas funções, é incumbida pelo controle e erradicação de zoonoses e pelo tratamento de doenças infectocontagiosas, sendo esse conjunto de enfermidades responsável por importantes prejuízos ao redor do mundo. Por esse motivo, busca-se o entendimento relacionado aos riscos de infecções causadas por agentes patológicos conhecidos e desconhecidos de origem animal. Diante disso, com o intuito de atender à necessidade de competente formação teórico-prática, de favorecer o desenvolvimento da medicina veterinária para as mais diversas espécies e de preservar a saúde a todos, utiliza-se de estudos sobre tais patologias em grande parte da graduação. Dentre as diversas espécies animais presentes no território brasileiro, destacam-se as pertencentes ao gênero Equus. Os equídeos possuem alta importância econômica para seus tutores. Todavia, a maioria dos animais não possui manejo adequado e carece de vacinas e acompanhamento veterinário, possibilitando a proliferação de doenças intra e interespecíficas. Nesse contexto, o mormo – zoonose infectocontagiosa caracterizada por lesões respiratórias, linfáticas e cutâneas em equídeos, causada pela bactéria Burkholderia mallei (SAID et al., 2016 apud MOTA, 2006) – e a anemia infecciosa equina (AIE) – doença infectocontagiosa de etiologia viral, limitada a equinos, muares e asininos (FRANCO et al., 2011) conhecida como mailto:semana.universitaria@uece.br http://www.uece.br/ mailto:laercio.fernandes@aluno.uece.br mailto:fagner.cavalcante@uece.br mailto:isaac.neto@uece.br Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi - Fortaleza/CE – CEP: 60.714-903 Fone (85) 3101.9650 - E-mail: semana.universitaria@uece.br Site www.uece.br AIDS equina (RODRIGUES et al., 2009) – possuem papel significativo durante e após a formação do profissional. Durante a formação na medicina veterinária o estudante tem a possibilidade de, por meio da experimentação animal, observar fenômenos e alterações fisiológicas e realizar estudos anatômicos interespecíficos. O mormo e a AIE favorecem tais pontos, visto que possibilitam a interdisciplinaridade, abrangendo fundamentos e métodos da imunologia, microbiologia, patologia e histologia patológica, epidemiologia e saúde pública, propiciando uma formação melhor estruturada. Por outro lado, a baixa compreensão sobre tais doenças, influencia negativamente na atuação profissional do Médico Veterinário como agente de saúde pública, tendo em vista uma visão social enfraquecida pela decorrente formação superficial. Perante o exposto, este documento tem o objetivo de realizar um levantamento bibliográfico sobre a importância do estudo de mormo e de anemia infecciosa equina na formação generalista do Médico Veterinário. 2. METODOLOGIA Para a execução do estudo, inicialmente foram realizadas pesquisas bibliográficas nas principais bases de dados nacionais, como SciELO, Google Scholar, revistas online e algumas outras plataformas de dados acadêmicos. As palavras-chave utilizadas na busca por documentos foram “anemia infecciosa equina”, “AIDS equina”, “diagnóstico de AIE”, “tratamento e prevenção de AIE”, “importância de AIE na medicina veterinária”, “mormo”, “diagnóstico de mormo”, “importância de mormo na medicina veterinária”, “tratamento e prevenção de mormo”, “mormo e a saúde pública”, “importância da experimentação na medicina veterinária”, “saúde pública na medicina veterinária” e “formação na medicina veterinária”. Seguidamente, foram selecionados os documentos com maior relevância para a discussão do objeto em questão, visto sua relação com a problematização realizada. Para esse fim, optou-se pela escolha de estudos que abordassem o ensino e aprendizado na medicina veterinária, o conhecimento sobre zoonoses e doenças infectocontagiosas e a importância do profissional na saúde pública. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir do levantamento bibliográfico realizado, constatou-se a real importância do conhecimento de mormo e de AIE no estudo de medicina veterinária. Para Filho (2009), por exemplo, o curso de graduação deve garantir a formação profissional com perfil generalista, apto a compreender e a traduzir as necessidades de indivíduos e comunidades, com base nas atividades intrínsecas ao exercício profissional, inclusive na medicina veterinária preventiva e na saúde pública. Entretanto, o autor afirma que em muitas situações os currículos são carentes de estratégias que articulem os saberes, os quais se constituem atributos indispensáveis à formação do Médico Veterinário. Torres e Chirelli (2019) reforçam a afirmação de Filho (2009) declarando que o currículo dos cursos de medicina veterinária privilegia, em alto grau, a clínica médica em detrimento de outros campos de atuação, não havendo articulação entre eles. Além disso, reiteram que a falta de conhecimento e compreensão produzem profissionais com pouco comprometimento com a saúde coletiva. Desse modo, o estudo de Mormo e de AIE são capazes de minimizar as lacunas deixadas pelas insuficiências das matrizes curriculares e de criar interdisciplinaridade, fazendo com que o indivíduo desenvolva visão crítica acerca do cenário em que se encontra. Para demonstrar isso, Rifas Junior et al. (2013) realizou uma avaliação sobre conhecimento conceitual sobre zoonoses, na qual somente 42,2% dos formandos em medicina mailto:semana.universitaria@uece.br http://www.uece.br/ Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi - Fortaleza/CE – CEP: 60.714-903 Fone (85) 3101.9650 - E-mail: semana.universitaria@uece.br Site www.uece.br veterinária e 44,4% dos médicos veterinários entrevistados assinalaram de forma correta a caracterização de tais enfermidades. Para o autor, isso ocorre pelo direcionamento dopensamento, ainda durante a formação, à medicina curativa e individual, carecendo de uma formação integral para atender às diversas áreas de atuação do profissional. Além disso, as zoonoses e doenças infectocontagiosas estão introduzidas nas principais vertentes da saúde pública veterinária, por serem importantes indicadores socioeconômicos (apud PFUETZENREITER et al., 2004). Nesse sentido, devido à ausência de manejo adequado e de vacinas regulares, muitos equídeos estão mais susceptíveis a doenças infectocontagiosas como o mormo e a anemia infecciosa equina. Por esse motivo, Costa (2011) afirma que o médico veterinário deve desempenhar um papel fundamental na saúde pública. Para o autor, é fundamental o conhecimento de tais doenças para correto diagnóstico, notificação às vigilâncias (compulsória, no caso do mormo) e orientação dada aos proprietários. Em razão disto, o mormo e a anemia infecciosa equina possuem grande relevância para a saúde pública, medicina veterinária preventiva e clínica. Aliás, o estudo dessas patologias é capaz de interligar diversas disciplinas, favorecendo melhor compreensão sistemática dos modos com que essas doenças afetam o paciente e o ambiente em que se encontra. A utilização de disciplinas complementares permite um estudo contínuo das condições geradas por essas enfermidades, fazendo com que haja formação integral. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do texto supracitado, pode-se compreender que a importância do mormo e da anemia infecciosa equina não se limita ao Médico Veterinário responsável pela saúde pública, mas está intimamente relacionada à interdisciplinaridade, afetando as diversas áreas de atuação do profissional. Além disso, visando a atuação na saúde pública e na medicina veterinária preventiva, por meio de uma formação integralizada, os currículos demonstram fragilidades que podem ser minimizadas mediante à relação interdisciplinar do conteúdo. Por fim, sugere- se a busca pelo estudo sistemático e complementar na medicina veterinária. 5. REFERÊNCIAS COSTA, H. X. A importância do médico veterinário no contexto de saúde pública. Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária, Seminários Aplicados. Seminário, 2011. FILHO, B. D. O. O ensino da medicina veterinária: Realidade atual e perspectivas. Revista CFMV-DF, ano XV, n. 46, 2009. FRANCO, M. M. J.; PAES, A. C. Anemia infecciosa equina. Revisão de Literatura. Vet. e zootec, v.18, n.2, p.197-207, 2011. PFUETZENREITER, M. R.; Zylbersztain, A.; AVILA-PIRES, F. D. Evolução histórica da medicina veterinária preventiva e saúde pública. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.5, p.1661- 1668, 2004. RIFAS JUNIOR, J. R. et al. Avaliação sobre o conhecimento de zoonoses em profissionais e acadêmicos de medicina e medicina veterinária na cidade de Maceió-Alagoas-Brasil. Ci. Vet. Tróp., v.16, n.1,2,3, p.53-58, 2013. mailto:semana.universitaria@uece.br http://www.uece.br/ Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi - Fortaleza/CE – CEP: 60.714-903 Fone (85) 3101.9650 - E-mail: semana.universitaria@uece.br Site www.uece.br _____. PFUETZENENREITER, M. R.; ZYLBERSZTAJN, A. O ensino da saúde e os currículos dos cursos de medicina veterinária: um estudo de caso. Interface – Comunicação, Saúde, Educação. 2004, n.8, v.15, p.349-360, 2004. RODRIGUES, T. R. Anemia infecciosa equina. Revista científica eletrônica de medicina veterinária. ano VII, n.12, 2009. SAID, N. C.; JUNIOR, G. N.; DOMINGUES, P. F. Mormo em equinos e a biossegurança no agronegócio. Tekhne e Logos, Botucatu, SP, v.7, n.3, 2016. _____. MOTA, R. A. Aspectos etiopatológicos, epidemiológicos e clínicos do mormo. 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