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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL MÓDULO RECURSOS E OUTROS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DOS ATOS JUDICIAIS Professores: Georges Abboud e Leandro Castanheira Leão 1. Material pré-aula a. Tema - Ação Rescisória - Da ordem dos processos no tribunal, incluindo a sanabilidade dos vícios e a técnica de julgamento por maioria (que substitui os antigos embargos infringentes). b. Noções Gerais Ação Rescisória Segundo a definição de Humberto Theodoro Júnior: “Chama-se rescisória a ação por meio da qual se pede a desconstituição de sentença transitada em julgado, com eventual rejulgamento, a seguir, da matéria nela julgada”.1 A ação rescisória é a ação autônoma de impugnação, que tem por objetivos a desconstituição de decisão judicial transitada em julgado e, eventualmente, o rejulgamento da causa. Ela não é recurso, exatamente porque dá origem a um novo processo para impugnar a decisão judicial. A ação rescisória pressupõe a coisa julgada, contrariamente ao recurso, que impede o trânsito em julgado e mantém o estado de litispendência ou de pendência do processo.2 A ação rescisória foi criada com o principal objetivo de desconstituir a coisa julgada. A autoridade da res iudicata, frente a sua possível rescindibilidade, não representa para o mundo jurídico, um valor absoluto, mesmo tendo em vista que 1 THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Vol III. Forense, 47º ed. 2016. 2 DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol 3, 13º ed. Ed. Juspodivm. p.421 nossa constituição presa pelo respeito a coisa julgada (art. 5º, XXXVI), tratando-a como um direito e garantia fundamental, porém a mesma carta magna, em seu art.102,I,j, faz expressa referência a ação rescisória, como instrumento adequado de nosso ordenamento jurídico, para o ataque das questões que esgotaram as vias recursais, ou por inércia, já foram devidamente transitada em julgado. Com o esgotamento dos recursos opera-se a coisa julgada, em razão da qual a relação jurídica torna-se imutável e indiscutível (art. 502 do CPC). Tratando-se de decisão definitiva (art. 487 do CPC) que compõe o litígio, após a fase de interposição dos recursos, o ato judicial irradia qualidade que torna imutável e indiscutível a relação de direito material. Se tivermos uma decisão terminativa, a coisa julgada (formal) produz a imutabilidade da extinção da relação processual, mas se tivermos uma decisão definitiva, a coisa julgada (material) conduz à imutabilidade da extinção da relação processual e do regulamento estabelecido para o caso concreto. De outra parte, se a imutabilidade decorrente da coisa julgada fosse absoluta, o interessado poderia ter graves prejuízos se após o trânsito em julgado da decisão fosse constatado um vício. Assim, por intermédio da ação rescisória a decisão de mérito que encerra um vício pode ser anulada. Conforme Jorge Amaury Maia Nunes e Guilherme Pupe da Nóbrega: Logo em seu artigo 966, o Código de Processo Civil de 2015 inova ao substituir o vocábulo “sentença”, constante do antigo artigo 485 do CPC/73, por decisão, alcançando sentença, decisão interlocutória, acórdão e decisão monocrática. A mudança consagra evolução do sistema, que prestigiou a teoria dos capítulos das decisões — como ilustram os artigos 356, § 3º, 1.009, § 3º, e 1.013, § 5º, do CPC/15 —, culminando na previsão expressa de cabimento de rescisória apenas contra a parcela do julgado, a teor do § 3º do artigo 966, como, aliás, já admitia a jurisprudência sobre o tema.3 Os vícios ou defeitos que tornam a decisão anulável são elencados no art. 966 do CPC. Dispõe o referido artigo que a decisão de mérito já transitada em julgada poderá ser rescindida nas hipóteses previstas, quais sejam: (i) se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; (ii) for proferida por juiz impedido ou por juiz absolutamente incompetente; (iii) resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; (iv) ofender a coisa julgada; (v) violar manifestamente norma jurídica; (vi) for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; (vii) obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; (viii) for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Para Jorge Amaury Maia Nunes e Guilherme Pupe da Nóbrega: No que tange às hipóteses autorizadoras da rescisão de julgado, iniciamos nosso exame pelo inciso I do artigo 966, que traz a hipótese de decisão proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz, merecendo registro que não se exige, para que exsurja o cabimento, prévia sentença penal condenatória e nem, mesmo, investigação criminal, eis que a comprovação dos elementos ensejadores da rescisão poderá ser feita no bojo da própria 3 NUNES, Jorge Amaury Maia e NÓBREGA, Guilherme Pope Da. Ação Rescisória. In Migalhas. 2016. http://www.migalhas.com.br/ProcessoeProcedimento/106,MI244484,91041-Acao+rescisoria. Acesso em 20/11/2018. rescisória, o mesmo raciocínio se aplicando ao inciso III, abordado mais adiante.4 Continua ainda Jorge Amaury Maia Nunes e Guilherme Pupe da Nóbrega: O inciso II, de sua vez, prevê a possibilidade de desconstituição da decisão proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente. No caso da incompetência absoluta, particularmente, a análise do dispositivo merece ser feita à luz da regra inserta no artigo 64, § 4º4, o que quer dizer que virtual decisão de desconstituição com fulcro no mencionado inciso II haverá de ser, por prudência, expressa a respeito da interrupção dos efeitos do julgado rescindendo, quando não incursionar, de pronto, em novo julgamento de mérito, a teor dos artigos 968, I, e 974. No inciso III, cumpre ressaltar que a inserção da coação e da simulação representaram novidade importante em relação ao Código anterior. Já conforme José Miguel Garcia Medina : O inciso IV prevê a rescisória contra decisão ofensiva a coisa julgada previamente produzida. Na doutrina, há o entendimento de que uma segunda decisão em ação com identidade de elementos em relação a outro feito anteriormente julgado definitivamente, a vulnerar a coisa julgada, seria, por conseguinte, e a rigor, juridicamente inexistente, premissa essa que redundaria na desnecessidade de aviamento de rescisória, eis que a inexistência do segundo julgado seria passível de ser suscitada por qualquer via e a qualquer tempo. Não se olvida a controvérsia sobre o tema. Sem embargo, aderida a posição supra, e observado o prazo decadencial de dois anos, a ação rescisória surgiria como instrumento adicional para invocação do ponto.5 O inciso V do artigo 966 destoa bastante do antecedente inciso V do artigo 485 do CPC/73. No Código anterior, a previsão era no sentido de ser cabível a rescisória contra 4 Ibidem 5 MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil Comentado. 4ª ed. São Paulo: RT, 2017, p. 1.380. sentença que violasse “literal disposição de lei”; no Código atual, lado outro, há a menção a decisão “que violar manifestamente norma jurídica”. Fernando da Fonseca Gajardoni aponta que: A novidade no que toca às hipóteses de rescindibilidade fica por conta da regra do art. 966, V, do CPC/2015, que fala em violação manifesta de norma jurídica em vez de violação literal de disposição de lei, como constava no art. 485, V, do CPC/73. Compreendida a norma jurídica como fruto da interpretaçãodo texto legal, abre-se espaço para a admissão do cabimento da rescisória – de modo absolutamente diverso do que se entendia no regime revogado -, quando a decisão transitada em julgado contrariar, de modo manifesto (como impõe a lei), precedente judicial (especialmente os enumerados no art. 927 do CPC/2015), visto este como norma jurídica.6 Conforme Denarcy Souza e Silva Jr o art. 966 parágrafo 1º do CPC ao conceituar o que é erro de fato e elencar os pressupostos legais para a sua caracterização, não deixou brecha para se imaginar uma nova hipótese de rescindibilidade (reexame da prova). Para a correta propositura de ação rescisória fundamentada em erro de fato, não pode ter havido pronunciamento judicial sobre o fato da sentença rescindenda, o que se extrai, sem muito esforço, da parte final do referido dispositivo (o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.) 7 Vê-se que o atual sistema processual não apresentou grandes mudanças com relação a ação rescisória que tenha por fundamento erro de fato, pois os pressupostos necessários para a propositura permanecem os mesmos, com a 6 GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Ação Rescisória no novo CPC e uma potencial inconstitucionalidade. 2016. https://jota.info/colunas/novo-cpc/acao-rescisoria-no-novo-cpc-e-uma-potencial- inconstitucionalidade-05092016 7 SILVA JÚNIOR, DENARC Souza e. Ação Rescisória com fundamento em erro de fato e o caç. 2015 Impossibilidade de pronunciamento judicial sobre o fato na decisão rescindenda. n Empório do Direito. 2017.http://emporiododireito.com.br/leitura/acao-rescisoria-com-fundamento-em-erro-de-fato-e-o-cpc- 15-impossibilidade-de-pronunciamento-judicial-sobre-o-fato-na-decisao-rescindenda manutenção da impossibilidade do fato havido em erro ter sido decidido expressamente na decisão rescindenda. Cumpre ressaltar, que o CPC em seu art. 966, parágrafo 2º, I admite ação rescisória para desconstituir provimento que, embora não seja de mérito, impeça a propositura de nova demanda. Além disso, o nosso CPC também permite a rescindibilidade de decisão que impeça a admissibilidade de recurso correspondente, conforme previsão no art. 966, parágrafo 2º, II. Assim, vedar a propositura de ação rescisória contra decisão que inadmite o recurso correspondente seria afrontar o próprio direito de ação, que engloba o direito de recorrer e os princípios da inafastabilidade e do duplo grau de jurisdição. A ação rescisória tem natureza constitutiva, pois modifica relação jurídica anteriormente regulada. Terá eficácia positiva se julgar de novo o caso concreto. A sentença rescindível não é nula, mas apenas anulável e produz efeitos, porquanto não transitado em julgado o acórdão que decreta a sua desconstituição. Legitimidade O art. 967 I a IV aponta a legitimidade para propor ação rescisória. A legitimidade para propor a ação rescisória é de quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular, bem como o terceiro juridicamente interessado, o Ministério Público e aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Inciso I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular: Só terá interesse quem ficou vencido, total ou parcialmente, no julgamento que transitou em julgado. Também o seu sucessor, podendo ser inter vivos ou causa mortis. Inciso II - terceiro juridicamente interessado: Aquele que por manter uma relação jurídica com o vencido, suportou os efeitos da coisa julgada material. Exemplos: o adquirente ou cessionário de coisa litigiosa. Inciso III - o Ministério Público (art. 967, III, a, b e c): Nas duas primeiras hipóteses, o autor e réu da demanda originária integrarão o pólo passivo da rescisória, como litisconsortes necessários. A legitimidade do MP para o ajuizamento da rescisória na hipótese da alínea “b” não é exclusiva, podendo a ação ser proposta pelo terceiro prejudicado e pelo litisconsorte que não tenha participado do conluio. Inciso IV- aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção: É o caso de litisconsorte que deixou de atuar no feito principal. A sua posição não seria de assistente, mas de verdadeira parte, vinculada ao polo ativo ou passivo por titularidade da relação jurídica material. Prazo O prazo para a propositura da ação rescisória é de 2 anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. (art. 975 do CPC) Esse prazo tem natureza decadencial, uma vez que a ação rescisória trata de tutela constitutiva negativa fundada no direito potestativo de desconstituir decisão de mérito transitada em julgado, com prazo estabelecido em lei. O novo CPC estabelece que, se o termo final do prazo para ajuizamento da ação rescisória recair durante as férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense, ele deverá ser prorrogado para o primeiro dia útil subsequente. (art. 975, parágrafo 1º do CPC). Procedimento da ação rescisória A propositura da ação rescisória se dá por meio da petição elaborada com os requisitos do art. 319, no qual o autor deve arguir uma ou mais das causas de rescindibilidade no art. 966. Além do pedido de rescisão do julgado, a petição deve conter o novo julgamento, se for o caso (art. 968, I do CPC). Na afronta a coisa julgada, limitará o tribunal a rescindir a última sentença com trânsito em julgado ao passo que, no caso de suborno, impedimento e de incompetência, om processo será anulado, devendo o pedido ser renovado no juízo de primeiro grau. Nas demais hipóteses é possível que o tribunal, ao rescindir a sentença, já promova novo julgamento da lide. É requisito cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo, bem como depositar a importância de 5% sobre o valor da causa, que se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente. (art. 968, II do CPC). O não depósito acarretará o indeferimento da petição inicial. Esse depósito só será dispensado no caso de gratuidade da justiça, ou com relação à União, Estados, Distrito Federal, Municípios, suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público e à Defensoria Pública. O valor da causa deve corresponder ao benefício econômico a ser auferido pelo autor com a demanda. Predomina na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que, em regra, o valor da causa nas ações rescisórias corresponde ao valor da demanda originária, monetariamente corrigido. Proposta a ação rescisória o relator ordenará a citação do réu, designando-se prazo para apresentar resposta, ao fim do qual observar-se-á o procedimento comum (art. 970 do CPC). A competência para o julgamento da rescisória é do tribunal competente para conhecer do recurso contra a sentença rescindenda ou que tenha editado o acórdão cuja rescisão se pretende. Julgado procedente o pedido, o tribunal desconstituirá a sentença proferido, se for o caso, novo julgamento, determinando a restituição do depósito prévio. Se o pedido for julgado improcedente, o depósito será convertido em multa a favor do réu, mesmo se a parte autora estiver ampara pela assistência judiciária. Da ordem dos processos no tribunal, incluindo a técnica de julgamento por maioria (que substitui os antigos embargos infringentes) Conforme o art. 93, XV da CF, a distribuição de processos deverá ser imediata em todos os graus de jurisdição. Nos Tribunais Superiores também deve haver distribuição imediata após a remessa dos autos ou o protocolo do recurso. Assim, os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com a imediata distribuição, sendo que o primeirorecurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. Os arts. 284 a 290 também são aplicáveis à distribuição dos processos no âmbito dos tribunais. O CPC, nos arts. 929 à 946, trata da ordem dos processos no tribunal. Conforme Fredie Didier: Em geral, o procedimento no tribunal tem duas fases distintas: uma perante o relator, a quem se atribui a função de praticar todos os atos até a sessão de julgamento, e a outra, perante o colegiado, que tem por finalidade o debate e o julgamento do caso.8 8 DIDIER JÚNIOR,Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol 3, 13º ed. Ed. Juspodivm, p. 33. Nos termos do art. 929 do CPC, "os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição". Segundo Araken de Assis: O protocolo é livro oficial; todo tribunal tem um livro oficial de protocolos, que pode ser eletrônico ou não. Sua principal função é a de autenticar a data de apresentação dos autos ou petições, sendo permitida, a partir de então, a obtenção de certidões ou, se for o caso, de recibo da entrega dos autos ou da petição.9 A distribuição, segundo o art. 930 do CPC, há de ser feita de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. A distribuição deve ser alternada entre os membros do tribunal, obedecendo-se rigorosa igualdade (art. 285, CPC), para que haja a distribuição adequada. Daniel Amorim Assumpção Neves explica: Os julgamentos, nos tribunais, devem, em princípio, ser realizados de forma colegiada. Os órgãos julgadores são, essencialmente, colegiados. Na sessão de julgamento, cada membro profere seu voto. O voto consiste na manifestação dada pelo julgador do órgão colegiado.10 A reunião dos votos acarreta o julgamento pelo tribunal. O julgamento colegiado consiste na conjunção dos votos proferidos pelos membros do órgão julgador. Após a distribuição, os autos serão imediatamente conclusos a relator, que, em 30 dias, depois de elaborar o voto, restituirá os autos à secretaria, com o relatório. O CPC extinguiu a figura do revisor no procedimento recursal, visando dar maior celeridade processual. . Nos termos do art. 9 ASSIS, Araken de. Manual dos recursos. São Paulo 8º ed, RT, 2016, p. 264. 10 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo CPC - inovações, alterações e supressões comentadas. Rio de Janeiro: Método, 2015, p. 470. 932 do CPC incumbe ao relator: (i) dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; (ii) apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; (iii) não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; (iv) negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; (v) depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a : a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; (v) depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; (vi) decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; (vii) determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; (viii) exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Todos esses atos constituirão decisão monocrática impugnável por agravo interno, nos termos do art.1.021 do CPC. Entretanto, antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, mesmo quando a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, ou durante vistas dos autos. Após, o presidente designará dia para julgamento, sendo que entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas hipóteses de recurso de apelação, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, embargos de divergência, ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, agravo de instrumento interposto contra decisão interlocutória que verse sobre tutela provisória, no incidente de resolução de demandas repetitivas (que observará o art. 984), entre outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal. Serão proferidos os votos e o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando o relator para redigir o voto, ou, se ele for vencido, o autor do primeiro voto vencedor. O art. 942 do CPC introduziu uma nova técnica de julgamento. Segundo Jorge Amaury Maia Nunes e Guilherme Pupe da Nóbrega: Por essa técnica, no julgamento da apelação, do agravo de instrumento ou da ação rescisória, se não se obtiver unanimidade, será ele suspenso, e prosseguirá apenas com a presença de outros julgadores, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, até então obtido antes da suspensão.11 Cuida-se de técnica que objetiva fazer valer o voto minoritário, de modo a garantir que esse voto não seja apenas uma dissidência, mas uma efetiva posição que mereça uma análise por um maior número de julgadores. No caso da apelação, se o resultado não for unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presente de outros julgadores, em número suficiente para a garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial. Esse julgamento poderá ocorrer na mesma sessão ou em outra a ser designada. Essa técnica de julgamento será também aplicada ao julgamento não unânime proferido em: ação rescisória (quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno) e agravo de instrumento (quando houver reforma da decisãoque julgar parcialmente o mérito). A nova técnica de julgamento é assim aplicada de ofício, imperativamente, pois não há margem para que a parte renuncie ao direito de ver o voto minoritário prevalecer. 11 NUNES, Jorge Amaury Maia e NÓBREGA, Guilherme Pupe da. O fim dos embargos infringentes e a nova técnica de julgamento do art. 942 do CPC. In Migalhas. 2015.http://www.migalhas.com.br/ProcessoeProcedimento/106,MI224193,101048+fim+dos+embargos +infringentes+e+a+nova+tecnica+de+julgamento+do O artigo 942 do CPC poderá, também, ensejar problemas de alocação de desembargadores, ante a insuficiência, em vários tribunais, de juízes em número suficiente para desempatar o julgamento. A nova técnica, tende a gerar, pelo contrário, ainda mais morosidade na prestação judicial, porquanto apenas estende as hipóteses de incidência do embargos e, para piorar, torna a reapreciação da matéria obrigatória. Finalmente, quanto à baixa utilização dos embargos infringentes, o motivo, ao invés de justificar a manutenção de sua essência, foi razão determinante justamente para sua extinção. A técnica de julgamento, ademais, aparenta trazer ganho mínimo em termos de celeridade (não haverá, apenas, o prazo recursal dos embargos infringentes e nem prazo para contrarrazões), sabido que, de fato, o que consome o tempo do processo é o prazo até que se julgue o recurso com ampliação do colegiado. Por todas essas razões, o sentimento que fica é que a técnica de julgamento prevista no artigo 942 do CPC/15 foi solução política que desvirtuou instituto jurídico, desvirtuação essa que tende a trazer novo problema em momento em que a novel legislação se prestaria a resolver problemas antigos.12 c. Legislação Código de Processo Civil – Lei nº. 13.105/2015 (926 à 947 e 966 a 975) d. Julgados/Informativos PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. SUPOSTO DEFEITO NA DIGITALIZAÇÃO DE PROVAS QUANDO DA REMESSA DO PROCESSO PARA ESTA CORTE SUPERIOR. ACÓRDÃO RESCINDENDO. APLICAÇÃO DA SÚMULA 7 DO STJ. 12 Ibidem 1. A ação rescisória está assentada exclusivamente em suposto erro de fato (art. 966, VIII, do CPC/2015) cometido quando da remessa do processo para o STJ, consubstanciado na ausência de digitalização de documentos essenciais à caracterização da filiação/paternidade socioafetiva. 2. No presente caso, o que inviabilizou o exame do tema de mérito - existência de filiação/paternidade socioafetiva - no acórdão rescindendo foi a aplicação do óbice contido na Súmula n. 7 do STJ, não a suposta falha na digitalização do processo. A eventual ausência de determinadas provas nos autos quando de sua remessa ao STJ, portanto, não pesou no julgamento da TERCEIRA TURMA, sendo irrelevante o apontado erro de fato. 3. Quanto ao requerido afastamento da Súmula n. 7 do STJ, deduzido neste agravo interno, destaco que a agravante não enquadra tal pretensão em nenhuma das hipóteses do art. 966 do CPC/2015. Em tal contexto, inafastada a aplicação do referido óbice, não há como permitir o simples reexame de provas na instância especial. 4. Agravo interno desprovido. (STJ, AgInt na AR 6275 / RS, Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, 08/11/2018) AGRAVO INTERNO NA AÇÃO RESCISÓRIA. ACÓRDÃO RESCINDENDO. ARREMATAÇÃO. AUSÊNCIA DE LAVRATURA DO AUTO. MERA IRREGULARIDADE. PRAZO PARA OS EMBARGOS. TERMO INICIAL: A PRÓPRIA ARREMATAÇÃO. ERRO DE FATO. DESCARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. AUSÊNCIA. IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO RESCISÓRIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A ação rescisória fundada em erro de fato pressupõe que o acórdão rescindendo tenha admitido um fato inexistente, ou considerado inexistente um fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que não tenha havido controvérsia nem pronunciamento judicial a esse respeito. 2. No caso dos autos, a inexistência da lavratura do auto de arrematação foi expressamente alegada, analisada e decidida. 3. O acolhimento da ação rescisória fundada no art. 485, V, do CPC exige que a interpretação dada pelo decisum rescindendo seja de tal modo discrepante que viole o dispositivo legal em sua literalidade,porque, se a decisão rescindenda elege uma dentre as interpretações cabíveis, a ação rescisória não merece prosperar. 4. Na hipótese, o aresto rescindendo afirma que o fato de o auto de arrematação não ter sido lavrado não tolhe a faculdade de a parte manejar os recursos cabíveis, porque, para tanto, o interessado é intimado da própria arrematação, e não da assinatura da completa formalização. 5. O termo inicial do prazo recursal é a intimação da própria arrematação, e não da lavratura do respectivo auto de arrematação. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ, AgInt na AR 4510 / SP, Ministro RAUL ARAÚJO, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, 08/11/2018) PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO PRECISA DOS DISPOSITIVOS LEGAIS VIOLADOS PELA DECISÃO RESCINDENDA. ERRO DE FATO NO JULGAMENTO NÃO INDIVIDUALIZADO. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL. DECISÃO RESCINDENDA QUE INDEFERIU LIMINARMENTE MANDADO DE SEGURANÇA POR ILEGITIMIDADE PASSIVA E POR IMPOSSIBILIDADE DE INSTRUÇÃO. AUSÊNCIA DE EXAME DO MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. INADEQUAÇÃO DA AÇÃO RESCISÓRIA. AÇÃO RESCISÓRIA NÃO PROVIDA. 1. De acordo com a jurisprudência do STJ, não é possível declarar a inépcia da petição inicial quando a narração dos fatos denota razoável compreensão da causa de pedir e do pedido. 2. Contudo, a narração dos fatos não conduz à ocorrência dos vícios rescisórios porque não indica - precisamente - como os dispositivos legais indicados foram violados e nem como a decisão rescindenda foi consubstanciada em erro de fato. Tendo em vista a inépcia da ação rescisória, impõe-se a sua extinção sem resolução de mérito. Nesse sentido: (AgRg na AR 5.604/MS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/09/2015, DJe 16/09/2015). 3. Ademais, a decisão monocrática do Min. Benedito Gonçalves indeferiu liminarmente a petição de Mandado de Segurança tanto pela impossibilidade de atividade instrutória quanto pela ilegitimidade da autoridade coatora. Em outras, palavras, a decisão rescindenda não realizou nenhum exame do mérito da demanda apresentada no mandado de segurança. Logo, a presente ação rescisória deve ser considerada inadmissível. Nesse sentido: AgInt na AR 5.774/PB, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/03/2017, DJe 27/03/2017; AgInt na AR 5.613/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 23/08/2017, DJe 15/09/2017; AR 4.210/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/10/2012, DJe 14/05/2013. 4. Ação rescisória improcedente. (STJ, AR 6008 / RJ, Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Ministro BENEDITO GONÇALVES, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, 10/10/2018) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO QUE RECONHECEU A DECADÊNCIA. PREJUDICIAL DE MÉRITO. AÇÃO RESCISÓRIA. PRAZO. CONTAGEM. INÍCIO. ESGOTAMENTO DO PRAZO PARA O ÚLTIMO RECURSO CABÍVEL. CONTRADIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. No que tange ao início do prazo para o ajuizamento de ação rescisória, a orientação contida no enunciado da Súmula n. 401 do STJ - que deve ser compreendida como impossibilidade de interposição de recurso por ter escoado in albis o prazo recursal - é mitigada nos casos em que há má-fé do recorrente ou o intuito deliberado de protrair o termo inicial para o ajuizamento da demanda rescisória. A hipótese dos autos, contudo, não se situa nessa situação de excepcionalidade que justifique a mitigação do referido entendimento jurisprudencial sumulado.2. Inexiste contradição no acórdão que reconheceu ser, em tese, cabível os embargos de divergência, de tal sorte que o prazo para o ajuizamento da ação rescisória deveria iniciar-se com escoamento do prazo deste recurso e não do prazo destinado a eventual embargos de declaração. 3. Embargos de declaração rejeitados. (STJ, EDcl no AgRg no AgRg na AR 4298 / RJ, Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, 24/10/2018) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LICITAÇÃO. PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA. ACÓRDÃO NÃO UNÂNIME. JULGAMENTO CONCLUÍDO NA VIGÊNCIA DO CPC/2015. REGRA TÉCNICA DO ART. 942 DO CPC/15. DESCABIMENTO. ENUNCIADO N. 2/STJ. PRECEDENTES. PROGRAMA COM NÍTIDO CARÁTER SOCIAL. FRACIONAMENTO DO OBJETO. LIMITES DE ORDEM TÉCNICA E ECONÔMICA. EQUIPAMENTOS PÚBLICOS. RECURSOS FINANCEIROS DO DISTRITO FEDERAL. VENDA DAS UNIDADES. LEGISLAÇÃO PRÓPRIA. RIGORISMO DA LEI DE LICITAÇÕES AFASTADO. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRESERVADOS. I - A sentença foi proferida e o respectivo recurso de apelação do Distrito Federal interposto na vigência do Código de Processo Civil de 1973, momento também no qual foi iniciado seu julgamento. O fato de a conclusão do julgamento desse recurso, por maioria de votos, ter-se dado já na vigência do Código de Processo Civil de 2015 não implica necessidade da adoção da técnica processual de ampliação do quórum prevista no seu art. 942. Aplicação do Enunciado Administrativo n. 2 do Superior Tribunal de Justiça. Precedentes: AgInt no AREsp 1.126.475/ES, Rel. Min. Assussete Magalhães, Segunda Turma, julgado em 6/3/2018, DJe 12/3/2018 e AgInt no EDcl no REsp n. 1.685.043/SP, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, DJe de 13/9/2017. II - De acordo com a Lei n. 11.977/2009, o Programa Minha Casa Minha Vida se constitui na principal política habitacional do país que objetiva o desenvolvimento urbano e o acesso à moradia para famílias de baixa renda, a fim de reduzir o enorme déficit habitacional brasileiro e também os impactos ambientais e sociais decorrentes das ocupações irregulares e das habitações precárias. III - O interesse social desse Programa é inegável, principalmente na perspectiva da efetivação do direito fundamental à moradia digna, da inserção desse direito entre as necessidades básicas dos brasileiros e da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para promover programas de construção de moradias e melhorias das condições habitacionais, nos termos dos arts. 1º, III, 7º, IV, e 23, IX, todos da Constituição Federal. IV - Para o julgamento do recurso especial não é necessário o revolvimento da matéria fático-probatória produzida no curso da demanda, porque é possível, no caso, a eventual revaloração jurídica do quadro fático delineado no acórdão recorrido para se concluir pela reforma ou não do resultado do julgamento realizado pela primeira e confirmado pela segunda instância. Afasta-se, por isso, a incidência do óbice descrito na Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. Precedentes: AgInt no REsp 1.453.412/SC, Rel. Min. Og Fernandes, Segunda Turma, julgado em 2/5/2017, DJe 8/5/2017; AgInt no AResp 557.471/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 28/11/2017, DJe 5/12/2017. V - Em face da peculiaridade de sua natureza e do flagrante interesse social envolvido no Programa Minha Casa Minha Vida, por força do art. 4º, parágrafo único, da Lei n. 10.188/2001, as regras gerais previstas na Lei n. 8.666/1993 podem ser flexibilizadas, desde que se observem os princípios gerais da administração pública, isto é, aqueles previstos no art. 37 da Constituição Federal e que se consubstanciam em legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. VI - Os avisos de chamamento devem conter as principais informações acerca do certame e, principalmente, indicar os locais onde os interessados poderão obter informações completas e precisas. O acesso às informações específicas e exigências deve se fazer por meio do edital propriamente dito. Diante do interesse social envolvido no Programa Minha Casa Minha Vida e da flexibilização das regras gerais de licitação, a ausência de informação específica nos avisos acerca da inclusão da construção dos equipamentos públicos é incapaz de levar à nulidade dos respectivos editais, porque não chega sequer a macular o princípio da publicidade. VII - O fracionamento do objeto da licitação previsto no art. 23, §1º, da Lei n. 8.666/1993 não encerra uma regra absoluta, porque deve respeitar limites de ordem técnica e econômica. No âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, por não se tratar de contrato administrativo configurado unicamente pela Lei n. 8.666/1993, a ausência do fracionamento do objeto para licitação específica da construção dos equipamentos públicos não caracteriza ofensa aos princípios da administração pública, notadamente os da legalidade, moralidade e eficiência. VIII - Mesmo os poucos equipamentos públicos a serem construídos com recursos específicos do Distrito Federal estão inseridos no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida e, por isso, não se pode exigir todas as formalidades previstas na lei geral de licitações, principalmente na hipótese de os respectivos editais estabelecerem que, no preço máximo das unidades, os valores subsidiados também estão incluídos, o que é suficiente para demonstrar a origem dos recursos que irão custear a contrapartida do poder público. IX - A ausência de lesão aos princípios da administração pública, a inexistência de ato de improbidade e a não caracterização de qualquer dano ao erário impedem que se considerem nulos os editais de chamamento impugnados na petição inicial da ação civil. X - Recurso especial provido. (STJ, REsp 1687381 / DF, Ministro FRANCISCO FALCÃO, T2 - SEGUNDA TURMA, 17/04/2018) e. Leitura sugerida - ABBOUD, Georges. Processo Constitucional Brasileiro, 2º ed. Ed. RT, 2018. - ABBOUD, Georges. NERY, Rosa Maria de Andrade. Coleção Doutrina, Processos e Procedimento. Ed. RT, 2015. - ASSIS, Araken de. Manual dos recursos. São Paulo 8º ed, RT, 2016 - BUENO, Cassio Scarpinella. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: 3º ed. Saraiva, 2017. - LENZA, Pedro. Direito Processual Civil Esquematizado. 8ª edição: São Paulo: Editora Saraiva, 2017. - MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2017. - NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manuel de Direito Processual Civil. Editora Juspodivm, Brasil, 2016. - NETO, José de Andrade. Análise doutrinaria sobre o novo direito processual civil brasileiro, vol 3. 1ª ed. São Paulo: Contemplar, 2015. - SCARPINELLA BUENO, Cassio. Novo Código de Processo Civil Anotado. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2016. - THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Vol III. Forense, 47º ed. 2016. f. Leitura complementar - ARAUJO, José Henrique Mouta. Prazos diferenciados para a Ação Rescisória e seus regramentos processuais http://emporiododireito.com.br/leitura/prazos-diferenciados- para-acao-rescisoria-e-seus-regramentos-processuais Acesso em 20/11/2018. - DESTEFENNI, Marcos. Fundamentos da Ação Rescisória no NCPC. In Estado de Direito. http://estadodedireito.com.br/os-fundamentos-da-acao- rescisoria-no-ncpc/. Acesso em 20/11/2018. - FERNANDES, Caio Guimarães.Ação Rescisória no novo CPC. In Ambito Juridico. http://www.ambito- juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura& artigo_id=18166. Acesso em 20/11/2018. - GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Ação Rescisória no novoCPC e uma potencial inconstitucionalidade.2016. https://jota.info/colunas/novo-cpc/acao-rescisoria-no-novo- cpc-e-uma-potencial-inconstitucionalidade-05092016. Acesso em 20/11/2018 - LANDIM, Lais de Brito Paes. Ação rescisória e sua aplicabilidade no novo código de processo civil. https://www.lex.com.br/doutrina_27522168_ACAO_RESCISOR IA_E_SUA_APLICABILIDADE_NO_NOVO_CODIGO_DE_PROCES SO_CIVIL.aspx Acesso em 20/11/2018 - NUNES, Jorge Amaury Maia e NÓBREGA, Guilherme Pupe da. Ação Rescisória. In Migalhas. 2016. http://www.migalhas.com.br/ProcessoeProcedimento/106,MI24 4484,91041-Acao+rescisoria. Acesso em 20/11/2018 - NUNES, Jorge Amaury Maia e NÓBREGA, Guilherme Pupe da. O fim dos embargos infringentes e a nova técnica de julgamento do art. 942 do CPC. In Migalhas.2015. http://www.migalhas.com.br/ProcessoeProcedimento/106, MI224193, 101048+fim+dos+embargos+infringentes+e+a+nova+tecnica +de+julgamento+do Acesso em 20/11/2018 - PEIXOTO, Ravi. Sobre a contagem do prazo da ação rescisória e o trânsito em julgado parcial. http://emporiododireito.com.br/leitura/sobre-a-contagem-do- prazo-na-acao-rescisoria-e-o-transito-em-julgado-parcial-por- ravi-peixoto Acesso em 20/11/2018 - SILVA JÚNIOR, Denarcy Souza e. Ação Rescisória com fundamento em erro de fato e o cpc 2015. Impossibilidade de pronunciamento judicial sobre o fato na decisão rescindenda. In Emporio do Direito. 2017. http://emporiododireito.com.br/leitura/acao-rescisoria-com- fundamento-em-erro-de-fato-e-o-cpc-15-impossibilidade-de- pronunciamento-judicial-sobre-o-fato-na-decisao-rescindenda. Acesso em 20/11/2018 - RAMOS, Carmem. Ação rescisória a luz do novo cpc. https://carmemrrk.jusbrasil.com.br/artigos/336567820/acao- rescisoria-a-luz-do-novo-cpc Acesso em 20/11/2018 - SILVA, Leonardo Soares. Estudo da ação rescisória acerca do novo Código de processo civil. https://jus.com.br/artigos/66422/estudo-da-acao-rescisoria- acerca-do-novo-codigo-de-processo-civil Acesso em 20/11/2018