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Recursos e Procedimentos Judiciais

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1 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4 
1. CONCEITO DE RECURSO .................................................................................................. 5 
1.1 Classificação dos Recursos: .................................................................. 6 
2 APELAÇÃO .......................................................................................................................... 7 
2.1 Requisitos de admissibilidade da apelação ........................................... 7 
2.2 Dos efeitos da apelação ........................................................................ 8 
2.3 Processamento da Apelação ............................................................... 10 
2.4 Julgamento da apelação ...................................................................... 12 
2.5 Processamento da apelação em caso de indeferimento da inicial ...... 14 
2.6 Processamento da apelação em caso de improcedência de plano (art. 
285-A) .................................................................................................. 14 
3 AGRAVO DE INSTRUMENTO ........................................................................................... 15 
3.1 Requisitos formais intrínsecos do Agravo de Instrumento. .................. 16 
3.2 Requisitos extrínsecos ......................................................................... 16 
3.3 Agravo de instrumento eletrônico ........................................................ 17 
3.4 Julgamento do agravo ......................................................................... 19 
4 AGRAVO INTERNO............................................................................................................ 20 
4.1 Requisitos e processamento ............................................................... 20 
5 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ....................................................................................... 21 
5.1 Requisitos formais e processamento dos embargos de declaração .... 21 
5.2 Embargos com efeito de prequestionamento ...................................... 23 
5.3 Efeitos dos embargos de declaração ................................................... 24 
6 RECURSO ORDINÁRIO ..................................................................................................... 25 
7 RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO .................................................................. 25 
7.1 Requisitos formais ............................................................................... 26 
7.2 Processamento e juízo de admissibilidade .......................................... 28 
7.3 Interposição Conjunta .......................................................................... 29 
7.4 Fungibilidade ....................................................................................... 31 
8 RECURSO ESPECIAL ....................................................................................................... 32 
9 RECURSO EXTRAORDINÁRIO ......................................................................................... 32 
9.1 Julgamento no recurso extraordinário ................................................. 35 
10 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ....................................................................................... 36 
10.1 Prazo ................................................................................................... 39 
10.2 Comprovação da divergência .............................................................. 40 
 
 
10.3 Decisão de inadmissão do recurso ...................................................... 41 
10.4 Procedimento no STJ e STF ............................................................... 42 
10.5 Alguns problemas superados pelo novo CPC ..................................... 43 
11. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o 
tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos 
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não 
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de 
atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso 
da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e 
à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a 
ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
1. CONCEITO DE RECURSO 
 
 
Recurso é o meio pelo qual a parte inconformada com a sentença dada 
pelo juiz de 1ª instância usa para recorrer da decisão do juízo a qual não lhe foi 
favorável. De acordo com o doutrinador Humberto Theodoro Júnior: 
 
Em linguagem jurídica a palavra recurso é usualmente empregada 
num sentido lato para denominar “todo meio empregado pela parte 
litigante a fim de defender o seu direito”, como, por exemplo, a ação, 
contestação, a reconvenção, as tutelas provisórias. Nesse sentido 
diz-se que a parte deve recorrer às vias ordinárias, ou deve recorrer 
às tutelas de urgência e da evidência, ou deve recorrer à ação 
reivindicatória etc. Mas, além do sentido lato, recurso em direito 
processual tem uma acepção técnica e restrita, podendo ser definido 
como o meio ou remédio impugnativo apto para provocar, dentro da 
relação processual ainda em curso, o reexame de decisão judicial, 
pela mesma autoridade judiciária, ou por outra hierarquicamente 
superior, visando a obter-lhe a reforma, invalidação, esclarecimento 
ou integração. (JÚNIOR, 2018. p. 1011) 
 
 
O recurso é um meio idôneo o qual o objetivo é facilitar o reexame da 
decisão dentro do mesmo processo em que foi proferida, antes da formação da 
coisa julgada. 
 
Além do recurso existem ações autônomas de impugnação. No 
sistema jurídico brasileiro, o que caracteriza o recurso é a sua 
inserção na própria relação jurídica processual onde o direito de ação 
está sendo exercido, enquanto as ações de impugnação, como a 
rescisória, o mandado de segurança, os embargos de terceiro etc., 
representam a instauração de uma nova relação jurídica processual. 
Os remédios impugnativos do segundo tipo às vezes são manejados 
até mesmo depois da extinção do processo em que se proferiu a 
decisão atacada, ou seja, depois de consumada a coisa julgada, 
como se dá com a ação rescisória. (JÚNIOR, 2018. p. 1012) 
 
 
O recurso objetiva a reforma da decisão impugnada, tentando obter em 
novo pronunciamento, do mesmo órgão judicial, ou de um tribunal superior, uma 
solução concreta distinta daquela contida no julgado anterior. 
 
 
 
6 
 
 
 
O recurso pode também ao invés de tentar modificar a decisão anterior 
apenas reforma-la, ou seja, aperfeiçoá-la, mediante eliminação de obscuridade, 
contradição e omissão. 
 
1.1 Classificação dos Recursos: 
 
 
a) de reforma: quando se busca a modificação sentença de maneira 
a alcançar, no julgamento recursal, um pronunciamento mais favorável ao 
recorrente. 
b) de invalidação: quando não se busca um novo julgamento, dentro 
do recurso, mas, sim, a sua cassação pura e simples, onde a sentença 
contenha vícios que provocaram a anulação do primeiro julgamento. 
 
Ocorre esse tipo de recurso, geralmente, nas hipóteses de 
inobservância de requisitosde validade do julgamento, como a 
incompetência, o cerceamento de defesa, as decisões citra, extra e 
ultra petita, e, enfim, a ausência de qualquer pressuposto processual 
ou condição da ação; (JÚNIOR, 2018. p. 1013) 
 
c) de esclarecimento ou integração: os chamados embargos de 
declaração, onde o objetivo recursal não é o rejulgamento da matéria decidida 
nem tampouco a invalidação do ato impugnado. 
 
 
[...] tão somente, o seu aperfeiçoamento, o que se alcança eliminando 
a falta de clareza ou a contradição nele verificada, ou suprindo-lhe 
alguma omissão no tratamento das questões suscitadas no processo. 
Eventualmente, ter-se-á de introduzir alguma inovação no decisório 
embargado. Isto, porém, haverá de ser feito nos estritos limites da 
meta de eliminar a dúvida, a contradição ou suprir a omissão, e nunca 
com a dimensão de um amplo reexame e rejulgamento daquilo que já 
restara solucionado no ato judicial anterior. (JÚNIOR, 2018. p. 1013) 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
2 APELAÇÃO 
 
 
 
2.1 Requisitos de admissibilidade da apelação 
 
 
Os Requisitos de admissibilidade da apelação estão condicionados ao 
preenchimento dos requisitos gerais de admissibilidade, onde o prazo para a 
interposição é de quinze dias, observado o disposto nos arts.180, do CPC/15: 
 
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para 
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação 
pessoal, nos termos do art. 183, § 1º.§ 1º Findo o prazo para 
manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o 
juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo. § 2º Não se 
aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, 
de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público. (BRASIL, 
2015) 
 
 
Deve-se observar ainda relativo aos prazos o art. 183, do CPC/15: 
 
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de 
prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja 
contagem terá início a partir da intimação pessoal. § 1º A intimação 
pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. § 2º Não se 
aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, 
de forma expressa, prazo próprio para o ente público. (BRASIL, 2015) 
 
Para finalizar o art. 229 do CPC/15: 
 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de 
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro 
para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. § 1º Cessa a contagem do 
prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa 
por apenas um deles. § 2º Não se aplica o disposto no caput aos 
processos em autos eletrônicos. (BRASIL, 2015) 
 
Ainda existem outros requisitos de admissibilidade os quais devem 
ser observados 
 
 
 
8 
 
 
O apelante deve recolher o preparo, observadas as disposições da 
Lei Estadual de Custas. Sob o aspecto formal, deverão ser 
observadas as exigências do art. 1.010: ser interposta no juízo a quo 
por petição, acompanhada das respectivas razões. A petição é 
endereçada ao juiz da causa, e não ao Tribunal. As razões, no 
entanto, são dirigidas ao Tribunal, pois competirá a ele examiná-las. 
O recurso deverá conter os nomes e a qualificação das partes. Na 
verdade, a qualificação só será necessária em caso de recurso de 
terceiro prejudicado, pois, nos demais, já deverá constar dos autos, 
sendo desnecessário repeti-la. Deverá ainda apresentar a exposição 
do fato e do direito e as razões do pedido de reforma ou de decretação 
de nulidade, com o pedido de nova decisão. (GONÇALVES, 2016. p. 
881, 882) 
 
 
Dos requisitos que deve conter a apelação versa o art. 1010: 
 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de 
primeiro grau, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a 
exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou 
de decretação de nulidade; IV - o pedido de nova decisão. § 1º O 
apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 
(quinze) dias. § 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz 
intimará o apelante para apresentar contrarrazões. § 3º Após as 
formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao 
tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. 
(BRASIL, 2015) 
 
 
As razões de apelação devem acompanhar o recurso no ato de 
interposição, as quais não podendo ser apresentadas posteriormente, cabendo 
ao juízo o encaminhamento do recurso. 
 
2.2 Dos efeitos da apelação 
 
 
Os efeitos da apelação podem ser: devolutivo; suspensivo; regressivo; 
translativo; expansivo. 
 
a) Efeito devolutivo: Como todos os demais recursos instituídos em 
nosso ordenamento Jurídico, a apelação é dotada de efeito 
devolutivo, do qual trata o art. 1.013, §1º e 3º: 
 
 
 
 
9 
 
 
Art. 1.013, A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da 
matéria impugnada. § 1º Serão, porém, objeto de apreciação e 
julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no 
processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que 
relativas ao capítulo impugnado. § 3º Se o processo estiver em 
condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo 
o mérito quando: I - reformar sentença fundada no art. 485; II - 
decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os 
limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no 
exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - 
decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
(BRASIL, 2015) 
 
 
Artigo este que vai tratar do efeito devolutivo em todas as espécies de 
recursos, não apenas na apelação. 
 
b) Suspensivo: regra geral a apelação é dotada de efeito suspensivo. 
Mas conforme o art. 1.012, § 1°, do CPC, existem algumas 
exceções: 
 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1º Além de outras 
hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente 
após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou 
demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue 
sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do 
executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de 
arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - 
decreta a interdição. (BRASIL, 2015) 
 
 
Nestes casos se houver reforma ou invalidação da sentença os 
mesmos serão revistos automaticamente. 
 
c) Regressivo: A apelação só será atribuída de efeito regressivo 
quando for interposta contra a sentença de extinção sem resolução 
de mérito conforme versa o art. 485, § 7°, do CPC: O juiz não 
resolverá o mérito quando: § 7º Interposta a apelação em qualquer 
dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) 
dias para retratar-se. 
 
 
 
10 
 
 
Ou no caso de improcedência liminar conforme versa o art. 332, § 3°: 
Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: § 3º 
Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
 
d) Translativo: A apelação irá dispor de efeito translativo, o que permite 
ao tribunal conhecer de ofício das matérias de ordem pública, ainda 
que não suscitadas. 
e) Efeito expansivo: A apelação terá efeito expansivo, nas condições 
examinadas no conteúdo da mesma relativo a esse efeito. 
 
Em regra, os efeitos da apelação são os supra- citados e não existe 
possibilidade de inovação apelação, conforme se observa no art. 1.013, § 1°, 
que limita o objeto da apreciação e julgamento pelo tribunal às questões 
suscitadas e discutidas. 
No entanto, o CPC de 2015 em seu art. 493 cita duas situações em 
que o tribunal pode examinar questões não apreciadas em primeiro grau. 
Caso em que ocorrer de depois da propositura da ação, fatoconstitutivo, modificativo ou extintivo do direito do autor influir no julgamento do 
mérito. 
 Não cabendo mais tomá-lo em consideração e quando houver matéria 
de ordem pública que, embora não discutida anteriormente, poderá ser 
conhecida de ofício no exame do recurso. 
 
2.3 Processamento da Apelação 
 
 
O Processamento da apelação pode ser ocorrer de duas formas: 
perante o órgão a quo, ou nos tribunais, deve ser interposta originariamente no 
juízo de origem que, o qual deverá remeter ao tribunal a remessa dos autos 
para que ocorra o exame dos recursos. 
 
 
 
11 
 
 
Processamento da apelação pode ocorrer também em primeira 
instância, onde no prazo quinze dias deverá ser interposta, e em seguida 
processada perante o juízo a quo. 
 
 
O juízo não fará nenhum juízo de admissibilidade. O processamento 
do recurso não poderá ser indeferido pelo juízo a quo, ainda que se 
verifique o não preenchimento de algum dos requisitos de 
admissibilidade. Como não cabe ao juiz receber ou indeferir a 
apelação, também não cabe a ele atribuir-lhe efeitos, já que eles 
decorrem de lei. 
 
Como regra, já foi visto, a apelação terá efeito suspensivo, salvo as 
hipóteses do art. 1.012, § 1°. Se a parte tentar promover o 
cumprimento provisório de sentença, pendente apelação provida de 
efeito suspensivo, o juiz o indeferirá. Apresentada a apelação, o juiz 
determinará a intimação do adversário para as contrarrazões, no 
prazo de 15 dias. 
 
 Caso nas contrarrazões o apelado postule ao tribunal o reexame de 
alguma decisão interlocutória proferida no curso do processo, e que 
não se tornou preclusa, porque não suscetível de agravo de 
instrumento (art. 1.009, § 1°), o juízo intimará o apelante para sobre 
ela se manifestar, no prazo de 15 dias, ficando assim assegurada, em 
relação a ele, a observância do contraditório. (GONÇALVES, 2016. p. 
884) 
 
 
 
Em seguida, os autos serão remetidos ao Tribunal, a quem caberá 
receber ou não o recurso, bem como verificar o preenchimento dos requisitos 
de admissibilidade. 
Quanto ao processamento da apelação no tribunal, Processamento da 
apelação no Tribunal, os autos serão registrados e distribuídos de acordo com 
o regimento interno, sendo encaminhados ao relator, o qual, em 30 dias, depois 
de haver elaborado o voto, os devolverá à Secretaria, com o relatório conforme 
versa o art. 931, do CPC/15, apontando os principais pontos controvertidos que 
são objeto do recurso. 
 
Será marcada data para o julgamento, no qual haverá a participação 
de três juízes. Qualquer um poderá, durante o julgamento, pedir vista 
dos autos, se ainda não se sentir habilitado a proferir imediatamente 
o seu voto, observando-se as regras e os prazos do art. 940 do CPC. 
Só será marcada data para o julgamento se o relator não tomar uma 
das providências do art. 932, III, IV e V, do CPC, não admitindo 
 
12 
 
 
 
 recurso, negando-lhe provimento ou dando-lhe provimento, 
preenchidos os requisitos indicados na lei, em decisão monocrática. 
Se ele o fizer, da sua decisão caberá agravo interno, no prazo de 15 
dias, nos termos do art. 1.021 e ss. O art. 938, § 1°, do CPC autoriza 
o tribunal, em caso de vício sanável, a determinar a realização ou 
renovação de ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau 
de jurisdição, intimando-se as partes; depois que a diligência for 
cumprida, o julgamento prosseguirá. O relator também poderá 
determinar a conversão do julgamento em diligência, para produção 
de prova considerada necessária. A prova será realizada no tribunal 
ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a 
conclusão da instrução (art. 938, § 2°). (GONÇALVES, 2016. p. 884) 
 
 
Depois de processado no tribunal, a apelação segue então para ser 
julgada. 
 
2.4 Julgamento da apelação 
 
 
No momento do julgamento votarão três juízes, sendo o resultado 
colhido por maioria. Ainda devem ser observadas algumas coisas: 
 
As questões referentes à admissibilidade do recurso devem ser 
votadas em primeiro lugar. Se houver mais de uma questão, cada 
qual deve ser votada separadamente, sob pena de falseamento do 
resultado. Também cada um dos fundamentos do recurso deve ser 
votado separadamente. (GONÇALVES, 2016. p. 885) 
 
Após os julgadores proferirem os votos, será anunciado o resultado e 
redigido o acórdão, pelo relator ou, se ele for vencido, pelo juiz que proferiu o 
primeiro voto vencedor. 
O CPC de 2015 inovou extinguindo os embargos infringentes que 
reformavam a sentença de mérito contra acórdão não unânime. 
 
O art. 942 introduziu, no entanto, uma nova técnica de julgamento, 
aplicável aos acórdãos proferidos no julgamento de apelação, agravo 
de instrumento contra decisão de mérito, proferida nos casos de 
julgamento antecipado parcial, e em ação rescisória. Esse 
mecanismo, conquanto não tenha natureza recursal, faz lembrar os 
embargos infringentes. (GONÇALVES, 2016. p. 885) 
 
 
 
13 
 
 
Recurso este que lembra os embargos infringentes: 
 
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o 
julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a 
presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos 
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente 
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, 
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar 
oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1º Sendo 
possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma 
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura 
componham o órgão colegiado. § 2º Os julgadores que já tiverem 
votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do 
julgamento. § 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-
se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: I - ação 
rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, 
nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior 
composição previsto no regimento interno; II - agravo de instrumento, 
quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. 
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I - do 
incidente de assunção de competência e ao de resolução de 
demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não unânime 
proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. (BRASIL, 
2015) 
 
 
Mas não se trata de recurso, no entanto, não depende de interposição, 
constituindo apenas uma fase do julgamento da apelação, do agravo de 
instrumento contra decisão de mérito e da ação rescisória, não unânime. 
 
 Estabelece o CPC, art. 942, caput, que, quando o resultado da 
apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em 
sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, a 
serem convocados nos termos previamente definidos no regimento 
interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de 
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais 
terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os 
novos julgadores. De acordo ainda com o art. 942, § 3°, a mesma 
técnica de julgamento aplica-se, igualmente, ao julgamento não 
unânime proferido em ação rescisória, quando o resultado for a 
rescisão da sentença, e no agravo de instrumento, quando houver 
reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. Como não se 
está diante de um recurso, como eram os embargos infringentes, que 
dependiam de interposição pelo interessado, a nova técnica de 
julgamento deve ser aplicada sempre, independentemente de 
qualquer requerimento dos interessados, todas as vezes que 
estiverem presentes as circunstâncias acima indicadas. 
(GONÇALVES, 2016 p. 885) 
 
 
Devendo ser julgada a apelação por outros julgadores. 
 
 
14 
 
 
 
2.5 Processamento da apelação em caso de indeferimento da inicial 
 
 
O processamento da apelação contra a sentença que indefere a petição 
inicial possui algumas particularidades, especialmenteem primeira instância. 
 
Ela extingue o processo antes de determinar que o réu seja citado. 
Apresentado o recurso, o juiz terá o prazo de 5 dias para, querendo, 
retratar-se. Se o fizer, determinará que o réu seja citado, e o processo 
prosseguirá; se não, determinará a citação do réu, para que apresente 
contrarrazões e, em seguida, determinará a subida dos autos. A 
possibilidade de retratação existirá em todos os casos de extinção 
sem resolução de mérito (art. 485 do CPC). (GONÇALVES, 2016. p. 
886) 
 
Somente no caso de indeferimento de Inicial é que o réu precisará ser 
citado para as contrarrazões, uma vez que nos demais casos ele já estará 
citado. 
 
2.6 Processamento da apelação em caso de improcedência de plano (art. 
285-A) 
 
Nos casos em que o juiz, antes de citar o réu, julga o pedido totalmente 
improcedente, nas hipóteses do art. 332, a apelação do autor terá algumas 
peculiaridades. 
 
Apresentado o recurso, o juiz terá o prazo de cinco dias para retratar-
se. Se o fizer, a sentença ficará sem efeito, e o réu será citado para 
oferecer contestação. Se não, antes de determinar a subida do 
recurso, mandará que o réu seja citado, para apresentar as suas 
contrarrazões. (GONÇALVES, 2016. p. 886) 
 
 
Em seguida, será determinada a remessa dos autos ao Tribunal. 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
3 AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
O agravo de instrumento é o recurso usado para atacar decisões 
interlocutórias, a partir do Novo Código de Processo Civil, o agravo de 
instrumento recebeu uma nova formatação, onde passou a ser chamado pela 
doutrina de agravo de instrumento específico, uma vez que tão somente poderá 
ser meio de impugnação contra algumas decisões que estão elencadas no art. 
1015 do CPC de 2015. 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: 
 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do 
pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou 
coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos 
embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos 
termos do art. 373, § 1º; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra 
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença 
ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no 
processo de inventário. (BRASIL, 2015) 
 
 
Caberá ainda, agravo de instrumento contra todas as decisões 
interlocutórias as quais forem proferidas na fase de liquidação e de 
cumprimento de sentença, nos casos onde haja processo de execução e de 
inventário. 
Uma ressalva de que as questões decididas interlocutoriamente as 
quais não estão representadas no art. 1015, não sofrem o efeito de preclusão, 
devendo ser impugnadas no recurso de apelação ou nas contrarrazões. 
 
 
 
16 
 
 
3.1 Requisitos formais intrínsecos do Agravo de Instrumento. 
 
 
O art. 1016 do NCPC/15 estabelece os requisitos formais intrínsecos 
do NCPC/15: 
 
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao 
tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos: 
I - os nomes das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as 
razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio 
pedido; IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes 
do processo. (BRASIL, 2015) 
 
 
Destaque-se que em regra o agravo de instrumento não possui efeito 
suspensivo. 
 
3.2 Requisitos extrínsecos 
 
 
Os requisitos formais extrínsecos encontram-se elencados no art. 1017 
do NCPC/15 
 
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída: I - 
obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da 
petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão 
agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento 
oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas 
aos advogados do agravante e do agravado; II - com declaração de 
inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita 
pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade 
pessoal; III - facultativamente, com outras peças que o agravante 
reputar úteis. § 1º Acompanhará a petição o comprovante do 
pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando 
devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais. § 2º No prazo do 
recurso, o agravo será interposto por: I - protocolo realizado 
diretamente no tribunal competente para julgá-lo; II - protocolo 
realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias; III - 
postagem, sob registro, com aviso de recebimento; IV - transmissão 
de dados tipo fac-símile, nos termos da lei; V - outra forma prevista 
em lei. § 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum 
outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de 
instrumento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo 
único. § 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de 
dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no 
momento de protocolo da petição original. § 5º Sendo eletrônicos os 
 
17 
 
 
autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos I e II 
do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que 
entender úteis para a compreensão da controvérsia. (BRASIL, 2015) 
 
 
No caso de agravo de instrumento extrínseco conforme explica Sales: 
 
Para essa modalidade de agravo, por ser dirigido diretamente a órgão 
diferente do que proferiu a decisão para ser apreciado de imediato, 
exige-se que se forme um instrumento com as peças necessárias 
para que o tribunal possa examinar a questão. Assim, o agravo deve 
ser acompanhado das cópias do processo principal, em especial da 
petição inicial, da contestação (se houver), da petição que deu azo à 
decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão (ou outro 
documento oficial) que comprove a tempestividade do agravo e das 
procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, 
como peças obrigatórias (inc. I), e, facultativamente, com outras 
peças que considerar importantes para o entendimento do Tribunal 
(inc. III). Além disso, na ausência de qualquer uma das peças 
obrigatórias, o agravante deverá juntar ao agravo uma declaração de 
inexistência do documento, firmada pelo advogado (inc. II). (SALES, 
2018. p. 554, 555) 
 
 
3.3 Agravo de instrumento eletrônico 
 
 
A nova modalidade de processo eletrônico ainda é novidade e existem 
muitos processos físicos, de forma que como supra- citado o mencionado por 
Sales sobre as cópias só cabe para processos físicos. 
Quando se tratar de processo eletrônico, não existe necessidade de 
juntada das cópias dos documentos. 
O processamento do agravo de instrumento deve ser ajuizado 
diretamente no tribunal, uma vez distribuído reagirá de forma imediata. Após a 
distribuição do agravo, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, o 
qual deverá verificar se é o caso de aplicar as hipóteses dispostas no art. 932 
e seguintes. 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
I - Dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à 
produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar auto 
composição das partes; 
 
 
 
18 
 
 
II - Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos 
processos de competência originária do tribunal; 
 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não 
tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida; 
 
IV - Negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do 
Supremo Tribunal Federal,do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal 
ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
 
 V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar 
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) 
súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça 
ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
 
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, 
quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; 
 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; 
 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno 
do tribunal. 
 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator 
concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja 
sanado vício ou complementada a documentação exigível. (BRASIL, 
2015) 
 
 
Quanto a tutela recursal pretendida quando o relator entender, que 
estão presentes os pressupostos legais contidos no art. 300 do CPC/15, poderá 
antecipá-los. 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1 o Para a concessão 
da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real 
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa 
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte 
economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. § 2º A tutela 
de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação 
prévia. § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será 
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da 
decisão. (BRASIL, 2015) 
 
 
 
 
19 
 
 
Ainda quanto a necessidade de informar a interposição do agravo, o art. 
1018 do CPC estabelece duas situações diferentes: uma quando se tratar de 
processo originariamente físico e outra quando se tratar de processo 
originariamente eletrônico. 
 
 Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do 
processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do 
comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que 
instruíram o recurso. § 1º Se o juiz comunicar que reformou 
inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de 
instrumento. § 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará 
a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da 
interposição do agravo de instrumento. § 3º O descumprimento da 
exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo 
agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento. 
(BRASIL, 2015) 
 
 
O caput doa art. 1018 do CPC/15 versa sobre os processos 
originariamente eletrônicos, onde a comunicação será opcional, uma vez que a 
própria plataforma irá comunicar a interposição ao tribunal. 
Já o § 2º versa sobre os processos físicos, onde a comunicação é 
obrigatória, sob pena de não conhecimento do agravo. Neste caso o agravante 
deverá comunicar ao juiz de 1º grau a interposição do agravo, dentro do prazo 
de 3 (três) dias contados da data do ajuizamento. 
Uma vez que o juiz se tornar ciente da interposição, poderá rever ou 
até mesmo reformar a sua decisão, comunicando de forma imediata ao relator 
do recurso no tribunal, que o considerará prejudicado. 
 
 
3.4 Julgamento do agravo 
 
 
O julgamento do agravo deverá correr no prazo de 1 (um) mês, a partir 
da intimação do agravado, deverá ser feito pelo colegiado, composto por 3 (três) 
desembargadores, o acórdão deverá ser lavrado pelo relator, porém se vencido, 
pelo desembargador que proferiu o primeiro voto vencedor, não se admitido 
sustentação oral no julgamento. 
 
20 
 
 
 
4 AGRAVO INTERNO 
 
 
O agravo interno é uma modalidade própria a qual é usada par atacar 
no âmbito dos tribunais, decisões monocráticas, proferidas pelo relator de um 
recurso. 
O processamento do agravo interno se dá de acordo com as normas do 
Regimento interno do respectivo tribunal. 
 
4.1 Requisitos e processamento 
 
 
O agravo interno deve ser feito mediante petição escrita, no prazo de 
15 dias, na qual o agravante deverá impugnar, de maneira específica, 
os fundamentos da decisão atacada. A petição deverá ser dirigida ao 
relator que proferiu a decisão, que determinará a intimação do 
agravado para oferecer resposta ao recurso, também no prazo de 15 
dias. O relator poderá rever sua decisão, retratando-se. Se não o fizer, 
deverá levar o agravo para julgamento do órgão colegiado. (SALES, 
2018. p. 557) 
 
 
Conforma institui o art. 1021, § 4º do CPC/15, quando o agravo for 
considerado manifestamente inadmissível ou improcedente, no caso de 
votação unânime, o órgão colegiado em uma votação fundamentada, 
condenará o agravante, a pagar uma multa ao agravado, no valor fixado entre 
1% e 5% sobre o valor da causa atualizado. 
Entretanto, apenas ao agravo manifestamente improcedente deve ser 
aplicada a multa. 
Uma vez aplicada a multa, a interposição de qualquer outro recurso 
ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, sob pena de não 
conhecimento do recurso. 
Havendo exceção relativo à Fazenda Pública e o do beneficiário da 
justiça gratuita, os quais poderão efetuar o pagamento ao final do processo. 
 
 
 
21 
 
 
5 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
 
 
O recurso denominado embargos de declaração é o recurso próprio 
para esclarecer a decisão atacada partindo do pressuposto de que a decisão 
precisa ser completa e clara. 
Os embargos de declaração objetivam no ato impugnado: esclarecer 
obscuridade; eliminação de contradição; bem como a supressão de omissão, 
servindo também para suprimir erros materiais, cometidos pelo juiz ou relator 
do processo. 
 
Os embargos de declaração não se prestam a reformar a decisão 
impugnada, mas tão somente integrá-la, sanado os vícios de 
obscuridade, contradição e omissão. Entretanto, em algumas 
situações, o acolhimento dos embargos, especialmente no caso de 
omissão, pode acarretar a modificação da decisão embargada. 
Admite-se assim, ainda que por via reflexa, o efeito modificativo dos 
embargos. (SALES, 2018. p. 558) 
 
 
Sales ainda menciona a Súmula nº 278 do STF que versa da seguinte 
forma: A natureza da omissão suprida pelo julgamento de embargos 
declaratórios pode ocasionar efeito modificativo no julgado. 
Quanto aos requisitos especiais dos embargos de declaração, em caso 
de omissão, o julgamento dos embargos irá supri-la, decidindo as questões 
onde houveram a omissão, já nos casos onde houveram contradição e/ou 
obscuridade, a decisão será extirpada, eliminando então defeito que nela 
houver. 
 
5.1 Requisitos formais e processamento dos embargos de declaração 
 
 
Os requisitos formais intrínsecos e extrínsecos dos embargos de 
declaração se encontram elencados no art. 1023 do NCPC/15: 
 
 
 
22 
 
 
 Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, 
em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade 
contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. § 1º Aplica-se 
aos embargos de declaração o art. 229. § 2º O juiz intimará o 
embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, 
sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique 
a modificação da decisão embargada. (BRASIL, 2015) 
 
Em relação aos prazos para julgamento dos embargos de declaração 
versa o art. 1024 do NCPC/15: 
 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. § 1º Nos 
tribunais, o relator apresentará os embargosem mesa na sessão 
subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa 
sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente. § 2º 
Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de 
relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão 
prolator da decisão embargada decidi-los-á monocraticamente. § 3º 
O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como 
agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que 
determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 
(cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las 
às exigências do art. 1.021, § 1º. § 4º Caso o acolhimento dos 
embargos de declaração implique modificação da decisão 
embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra 
a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas 
razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) 
dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. 
§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem 
a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra 
parte antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração 
será processado e julgado independentemente de ratificação. 
(BRASIL, 2015) 
 
 
Observa-se então que contra decisão de primeiro grau, os embargos 
de declaração devem ser julgados no prazo de 5(cinco) dias, já nos embargos 
contra decisão do tribunal, devem ser encaminhados a mesa julgadora na 
sessão subsequente ao seu recebimento pelo relator, sendo por decisão 
monocrática, o julgamento dos embargos também deverá ocorrer por decisão 
monocrática. 
 
O § 3º do art. 1024 do NCPC/15 vai versar sobre o princípio da 
fungibilidade quanto a dúvida entre os embargos de declaração e o agravo 
interno. 
 
 
23 
 
 
 
É bastante comum ocorrer, contra a mesma decisão- por exemplo, 
um acórdão, -de uma parte oferecer embargos de declaração e a 
outra, um recurso extraordinário, ao mesmo tempo. Quando isto 
acontece, os embargos deverão ser julgados desde logo, deixando 
de lado, momentaneamente, o outro recurso. No julgamento dos 
embargos, duas situações são possíveis de ocorrer: a) acolher os 
embargos, com modificação da decisão; ou b) rejeitar os embargos, 
mantendo a decisão. [...] se o acolhimento dos embargos resultar na 
modificação da decisão, o embargado poderá complementar ou 
alterar suas razões recursais, nos limites da modificação, no prazo de 
15 dias contados da intimação da decisão dos embargos. Caso os 
embargos sejam rejeitados, mantendo-se a íntegra decisão, o recurso 
interposto pelo embargado anteriormente será processado e julgado, 
independentemente de ratificação. (SALES, 2018. p. 559, 560) 
 
 
Assim conforme o §5º versa não há mais necessidade de ratificação do 
recurso interposto antes do julgamento dos embargos de declaração. 
 
 
5.2 Embargos com efeito de prequestionamento 
 
 
O prequestionamento é o ato de questionar antes, significa dizer que já 
houve argumentação anteriormente, ou seja houve prévia apreciação por parte 
do poder judiciário sobre o tema em questão. 
O prequestionamento é então um requisito para interposição dos 
recursos aos Tribunais Superiores, requisito que decorre da própria natureza 
dos recursos excepcionais, de suas finalidades e seus limites. 
 
O instituto é a condição de abertura para alcançar os graus de 
jurisdição excepcionais, o recurso especial no STJ, a revista e os 
embargos no TST, ou mesmo do Recurso extraordinário no STF. 
 
 A finalidade do prequestionamento é a de que os Tribunais 
Superiores possam manifestar-se sobre a matéria posta e apreciada 
no Tribunal Ordinário. Se não houve prequestionamento expresso da 
matéria, exige-se que se interponham embargos de declaração. 
(SALES, 2018. p. 560, 561) 
 
Cita-se algumas súmulas que tratam sobre o tema prequestionamento: 
 
 
 
24 
 
 
STF, Súm. n° 356: O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram 
opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso 
extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento. STJ, Súm. 
nº 211: Inadmissível recurso especial quanto À questão que, a 
despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada 
pelo tribunal aquo. TST, Súm. nº 297: (...) II_ Incumbe a parte 
interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso 
principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento 
sobre o tema, sob pena de preclusão.(...) III_ Considera-se 
prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre 
a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos 
embargos de declaração. (SALES, 2018. p. 561) 
 
 
Destarte, o fato dos embargos interpostos, com o fim específico de 
prequestionar a matéria que vai ser objeto do recurso excepcional, ser rejeitado 
não impede o conhecimento das questões suscitadas pelo Tribunal Superior. 
 
5.3 Efeitos dos embargos de declaração 
 
 
Conforme estabelece o art. 1026 do NCPC os embargos de declaração 
não possuem efeito suspensivo, ou seja, não suspendem a eficácia da decisão 
embargada. 
Assim, os embargos de declaração interrompem o prazo para outros 
recursos, o que significa dizer que o prazo para de correr e, quando forem 
julgados os embargos, o prazo interrompido retomará a contagem do zero. 
Existem embargos que são considerados protelatórios, que são 
aqueles embargos sem fundamento, são os embargos que tem o objetivo de 
procrastinar o cumprimento da decisão judicial. 
São considerados protelatórios os embargos que não apontam, nas 
suas razões: erro, obscuridade, contradição ou omissão. 
Entendendo o magistrado que o objetivo dos embargos é protelatório, 
imporá ao embargante em decisão fundamentada, a condenação ao 
pagamento de multa, cujo valo não pode exceder o equivalente a 2% do valor 
da causa atualizado, podendo ser elevado até 10% do valor da causa atualizado 
no caso de acontecer reiteradamente, ficando condicionada a interposição de 
qualquer outro recurso ao pagamento da multa. 
 
 
25 
 
 
6 RECURSO ORDINÁRIO 
 
O recurso ordinário é um recurso constitucional que deve ser interposto 
no prazo de 15 dias contados da intimação da decisão, a competência para 
julgar o recurso ordinário é do STF conforme o art 102, inciso II da CF/88, ou 
do STJ, art. 105, inciso II da CF/88. 
O recurso ordinário tem por finalidade permitir a apreciação de decisões 
prolatadas em ações de competência originária dos tribunais. 
 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: I - pelo Supremo 
Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os 
mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais 
superiores, quando denegatória a decisão; II - pelo Superior Tribunal 
de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única 
instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de 
justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão; b) os processos em que forem partes, de um 
 
lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, 
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. § 1º Nos 
processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões 
interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior 
Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. § 2º Aplica-se ao 
recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3º, e 1.029, § 5º. 
(BRASIL, 2015) 
 
 
O recurso ordinário deve ser interposto por meio de petição escrita a 
qual deve ser dirigida ao Relator do acórdão recorrido. O qual será processado 
de acordo com o Regimento Interno do STF ou do STJ, conforme o caso. 
 
 
7 RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
 
 
De natureza constitucional, os recursos especial e extraordinário são 
recursos excepcionais, a função destes recursos é garantir a efetividade e a 
uniformidade de interpretação do direito objetivo em âmbito nacional. 
 
 
 
26Conforme Sales, 
 
Não se prestam a reexaminar o desacerto da matéria fática, mas 
apenas questões de direito, consubstanciado na violação de norma 
constitucional, têm a função de garantir a efetividade e a uniformidade 
de interpretação do direito objetivo em âmbito nacional. Não se 
prestam a reexaminar o desacerto da matéria fática, mas apenas 
questões de direito, consubstanciado na violação de norma 
constitucional ou da legislação federal. Segundo Paulo Medina, “não 
se destinam a corrigir eventual injustiça da decisão, mas assegurar a 
correta aplicação, no caso em julgamento, da Constituição ou da Lei 
Federal”. Assim sendo, não se trata de um “terceiro grau” de 
jurisdição, eis que tais recursos não possibilitam o mero reexame da 
matéria já decidida. (SALES, 2018. p. 563, 564) 
 
 
 
Para que estes recursos sejam admitidos é necessário que se enquadre 
nas situações específicas previstas na Constituição Federal. 
 
7.1 Requisitos formais 
 
Os recursos especial e extraordinário devem ser interpostos por petição 
escrita, a qual deve ser endereçada ao presidente do tribunal recorrido, 
devendo conter: a exposição do fato e do direito; demonstração do cabimento 
do recurso interposto; as razões do pedido de reforma ou de invalidação da 
decisão recorrida. 
Devendo ser interposto no prazo de 15 dias conforme versa o § 5°, art. 
1003 do CPC/15, contados da intimação do acórdão. 
 
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso 
extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao 
Superior Tribunal de Justiça. § 1º Concluído o julgamento do recurso 
especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para 
apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado. 
§ 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso 
extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e 
remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal. § 3º Na hipótese do 
§ 2º, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, 
rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de 
Justiça para o julgamento do recurso especial. (BRASIL, 2015) 
 
 
 
 
27 
 
 
Ainda assim, conforme explica Sales, 
 
Os recursos excepcionais cabem contra acórdãos proferidos no 
julgamento de apelação e agravo de instrumento, em processos de 
conhecimento e de execução, de jurisdição contenciosa ou voluntária. 
Exige-se, para autorizar o conhecimento do recurso, que a matéria 
tenha sido prequestionada, ou seja, que sobre ela tenha havido 
discussão anterior no processo. A falta de prequestionamento da 
matéria alegada no recurso implica sua inadmissibilidade. Para suprir 
eventual ausência de prequestionamento, a parte deverá oferecer, 
antes, embargos de declaração. (SALES, 2018. p. 564) 
 
 
Em caso de dissídio jurisprudencial, é necessário que se use todos os 
meios de provas de forma fundamentada da divergência, com fonte referencial, 
quando se for interpor o recurso. 
 
Se o fundamento do recurso for o dissídio jurisprudencial, o recorrente 
deve fazer prova da divergência juntando certidão, cópia ou citação 
do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em 
mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, 
ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de 
computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em 
qualquer caso, mencionar as circunstâncias que identifiquem ou 
assemelhem os casos confrontados. A divergência deve ser 
comprovada mediante meios idôneos. O recorrente deve atender a 
dois requisitos: a) juntar certidão ou cópia autenticada do acórdão 
paradigma (ambas conseguidas diretamente no processo onde 
proferida a decisão); ou b) citando a fonte oficial (Diário Oficial da 
União ou dos Estados) ou o repositório autorizado em que foi 
publicado (repositórios autorizados são publicações especializadas 
em decisões dos tribunais, oficiais ou privadas, reconhecidas como 
tal pelos tribunais superiores). (SALES, 2018. p. 565) 
 
 
O recorrente deve ainda transcrever a ementa ou trechos da decisão 
paradigmática, com o fim de demonstrar e apontar a divergência suscitada, 
sendo esse um requisito essencial desses recursos, onde a cópia do acórdão 
seja juntada ao recurso. 
 
STF, Súm. nº 291 No recurso extraordinário pela letra d do art. 101, 
número III, da Constituição, a prova do dissídio jurisprudencial, far-se-
á por certidão, ou mediante indicação do “diário da justiça” ou de 
repertório de jurisprudência autorizado, com a transcrição do trecho 
que configure a divergência, mencionadas as circunstâncias que 
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. (SALES, 2018, 
p. 565) 
 
28 
 
 
 
 
Segundo o art. 995 do CPC/15 em regra os recursos excepcionais não 
possuem efeito suspensivo, entretanto em casos mais graves onde existe a 
possibilidade de lesão ou dano de difícil ou impossível reparação, o recorrente 
poderá formular pedido de efeito suspensivo. 
 
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo 
disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso. Parágrafo 
único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por 
decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver 
risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar 
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. (BRASIL, 
2015) 
 
 
O pedido será feito: 
 
[...]ao tribunal superior para o qual o recurso é dirigido, se feito entre 
a publicação da decisão de admissão e a distribuição do recurso; b) 
ao Ministro relator, se o recurso já houver sido distribuído; e c) ao 
tribunal de origem, se feito no período entre a sua interposição e a 
decisão de admissibilidade, ou se o recurso foi sobrestado por conta 
de incidente de demandas repetitivas (art. 1037, do CPC). (SALES, 
2018. p. 565) 
 
 
O recurso especial e extraordinário possui requisitos próprios de 
admissibilidade. 
 
7.2 Processamento e juízo de admissibilidade 
 
Conforme supra- citado o recurso deve ser interposto perante o tribunal 
recorrido, onde após receber o recurso, o presidente do tribunal dará vista a 
parte contrária para apresentar contrarrazões. 
 Depois disto será feito o juízo prévio de admissibilidade pelo 
Presidente e Vice-Presidente do tribunal, em decisão fundamentada, onde se 
for admitido, passará por um novo juízo de admissibilidade feito no tribunal 
superior para julgamento. 
 
 
 
29 
 
 
STJ, Súm. n° 123 A decisão que admite, ou não, o recurso especial, 
deve ser fundamentada, com o exame dos seus pressupostos gerais 
e constitucionais.(...) STF, Súm. nº 456 O Supremo Tribunal Federal, 
conhecendo o recurso extraordinário, julgará a causa, aplicando o 
direito à espécie. (...) STF, Súm. nº 292 Interposto o recurso 
extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no art. 101, 
III, da Constituição, a admissão apenas por um deles não prejudica o 
seu conhecimento por qualquer dos outros. (SALES, 2018. p. 566) 
 
 
Assim feito o juízo de admissibilidade o juízo encaminhará o recurso 
para ser julgado. 
 
7.3 Interposição Conjunta 
 
 
Fonte:https://stock.adobe.com/pt/search? 
 
 
 
 
Quando ocorrer de o acórdão, ao mesmo tempo, conter requisitos para 
cabimento de recurso especial e de extraordinário, ambos os recursos deverão 
ser interpostos simultaneamente no prazo de 15 dias, conforme versa o art. 
1.029 do CPC/ 15. 
 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos 
previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o 
presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições 
distintas que conterão: 
 I - a exposição do fato e do direito; 
 II - a demonstração do cabimento do recurso interposto; 
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão 
recorrida. 
 
§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o 
recorrente fará a prova da divergência com a certidão,cópia ou 
citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, 
inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o 
acórdão divergente, ou ainda com a reprodução de julgado disponível 
 
30 
 
 
na rede mundial de computadores, com indicação da respectiva fonte, 
devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que 
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. § 2º Quando o 
recurso estiver fundado em dissídio jurisprudencial, é vedado ao 
tribunal inadmiti-lo com base em fundamento genérico de que as 
circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da 
distinção. 
 
 § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
(Vigência) 
 
 § 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça 
poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou 
determinar sua correção, desde que não o repute grave. 
 
§ 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de 
resolução de demandas repetitivas, o presidente do Supremo 
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber 
requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão 
federal constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando 
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, 
estender a suspensão a todo o território nacional, até ulterior decisão 
do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto. 
 
 § 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso 
extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por 
requerimento dirigido: 
 
I - ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a 
interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado 
para seu exame prevento para julgá-lo; I – ao tribunal superior 
respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão 
de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator 
designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada 
pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
 
 II - ao relator, se já distribuído o recurso; 
III - ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o 
recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. III – ao 
presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período 
compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da 
decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso 
ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei 
nº 13.256, de 2016) (Vigência) (BRASIL, CPC/15) 
 
 
Uma vez remetidos simultaneamente, os autos serão remetidos, 
primeiramente ao STJ, para julgamento do recurso especial, após finalizado o 
julgamento, os autos serão remetidos para o STF, para julgamento do recurso 
extraordinário, uma vez que o segundo não seja prejudicado em razão do 
primeiro. 
 
 
 
 
31 
 
 
 
STJ, Súm. n° 326 É inadmissível recurso especial, quando o acórdão 
recorrido assenta em fundamentos constitucional e 
infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, 
e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário. (SALES, 
2018. p. 566) 
 
 
O recurso pode ser prejudicado em razão do outro quando interpostos 
simultaneamente, o que for julgado primeiro, torna vazio o conteúdo do outro. 
Pode ocorrer ainda o inverso, ou seja, quando o julgamento do segundo 
prejudicar o julgamento do primeiro. 
 
Nessa hipótese, percebendo o relator do especial que isso pode 
acontecer, ele deverá sobrestar o julgamento deste- em decisão 
também irrecorrível- e determinar a remessa dos autos para o STF 
julgar o extraordinário. (SALES, 2018. p. 567) 
 
 
Assim, recebido os autos pelo relator do recurso extraordinário, poderá 
rejeitar a prejudicialidade em decisão também irrecorrível, devolvendo os autos 
ao STJ para julgar o recurso especial. 
 
7.4 Fungibilidade 
 
 
Quanto à fungibilidade enunciadas nos arts. 1032 e 1033 do CPC/15 
criam uma espécie de fungibilidade dos recursos excepcionais de que tratam 
os tribunais superiores do STJ para o STF e do STF para o STJ. 
Conforme institui o art. 1032 do CPC/15, uma vez que o relator do 
recurso especial perceba que a matéria do recurso é de natureza constitucional, 
ou seja de competência do STF, ele concederá o prazo de 15 (quinze) dias para 
que o recorrente possa demonstrar a repercussão geral, e também se 
manifestar sobre a questão constitucional, o chamado aditamento do recurso. 
Em seguida, os autos serão remetidos para o STF, o qual entendendo 
não ser o caso devolverá os autos para o STJ. 
Caso ocorra de o STF entender que a ofensa à Constituição alegada, 
no recurso extraordinário é apenas reflexa, deverá remeter o recurso para o 
STJ adotando o princípio da fungibilidade. 
 
32 
 
 
 
8 RECURSO ESPECIAL 
 
 
É o recurso próprio para o STJ conforme art. 105, III, CF/88, o qual tem 
por finalidade fazer o controle de constitucionalidade das decisões dos tribunais 
estaduais e da Justiça Federal, assim como promover a uniformidade da 
interpretação do direito. Cabe ao Superior Tribunal de Justiça: 
 
[...] julgar, em recurso especial. As causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos 
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a 
decisão recorrida". (GONÇALVES, 2016. p. 908) 
 
 
 O Recurso Especial pode ser interposto com fundamento na alínea a 
do art.105, Ill, da CF, tanto quando a decisão recorrida afronta ou deixa de 
aplicar dispositivo de lei federal ou tratado como quando dá a eles interpretação 
que é razoável, mas não é a melhor. 
 
Essa hipótese não traz nada de novo, já que, se a decisão der pela 
validade de ato de governo local contestado em face de lei federal, 
estará contrariando esta última, com o que se recai na hipótese 
anterior. O recurso especial só é cabível em caso de ato de governo 
local. Se a decisão der pela validade de lei local contestada em face 
de lei federal, o recurso cabível não será o especial, mas o 
extraordinário, na forma do art. 102, III, d, da CF. O "ato de governo 
local " que enseja o recurso especial é ato infra legal. (GONÇALVES, 
2016. p. 909) 
 
 
9 RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
Os recursos extraordinários estão previstos na Constituição Federal, 
art. 102, alíneas a, b, c e d, onde o dispositivo constitucional, institui compete 
ao Supremo Tribunal Federal: 
 
"julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância, quando a decisão recorrida". 
(GONÇALVES, 2016. p. 910) 
 
 
33 
 
 
 
A nova possibilidade do recurso extraordinário, ocorre quando o 
acórdão recorrido der ao dispositivo constitucional interpretação divergente, 
não melhor do que aquela que lhe haja dado outro tribunal. 
Isso ocorre quando no recurso especial, outro tribunal interpretar 
diferentemente a CF, e tal interpretação for melhor, então o acórdão recorrido 
a terá contrariado. 
 
As instâncias ordinárias podem reconhecer a inconstitucionalidade, 
no processo em que ela foi suscitada, abrindo ensejo ao recurso 
extraordinário. Mas somente se for reconhecida a 
inconstitucionalidade: se o acórdão recorrido der pela 
constitucionalidade da lei federal ou tratado, o recurso não será 
admitido. A declaração de inconstitucionalidade de lei local - estadual 
ou municipal - não enseja recurso extraordinário, nos termos da 
súmula 280 do STF: "Por ofensa ao direito local não cabe o recurso 
extraordinário". (GONÇALVES, 2016, p. 910) 
 
 
É por meio do recurso extraordinário que se pode declarar 
inconstitucionalidade de lei. 
 
"No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, 
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do 
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois 
terços de seus membros". 
 
 A finalidade é reduzir o número de recursos extraordinários, 
limitando-os àquelas situações em que haja questões relevantesdo 
ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que 
transcendam os interesses individuais dos litigantes no processo. 
 
O legislador faz uso de conceitos indeterminados (ou vagos), que 
devem ser integrados pelo STF, a quem competirá dizer, nos casos 
que lhe são submetidos, se estão ou não presentes. 
 
Além disso, haverá repercussão geral sempre que o acórdão 
recorrido for contrário à súmula ou jurisprudência dominante do STF, 
tiver sido proferido em julgamento de casos repetitivos ou tiver 
reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos 
termos da art. 97 da Constituição Federal. (GONÇALVES, 2016. p. 
911) 
 
 
 
 
 
34 
 
 
O art. 1035 do NCPC que vai regulamentar a repercussão geral, onde, 
o procedimento para verificação da existência da repercussão geral vem 
previsto nos arts. 323 a 325 do Regimento Interno do STF. 
 
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não 
conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional 
nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo. 
 
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência 
ou não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, 
social ou jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do 
processo. 
 
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão 
geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal 
Federal. 
 
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar 
acórdão que: 
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal; 
II - tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos; II – 
(Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei 
federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. 
 
 § 4º O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a 
manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos 
termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 
 
 § 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal 
Federal determinará a suspensão do processamento de todos os 
processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a 
questão e tramitem no território nacional. 
 
§ 6º O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente 
do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e 
inadmita o recurso extraordinário que tenha sido interposto 
intempestivamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para 
manifestar-se sobre esse requerimento. 
 
§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º caberá 
agravo, nos termos do art. 1.042. § 7º Da decisão que indeferir o 
requerimento referido no § 6º ou que aplicar entendimento firmado em 
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos 
repetitivos caberá agravo interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, 
de 2016) (Vigência) 
 
§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente 
do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários 
sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica. 
 
 § 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser 
julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais 
 
 
35 
 
 
feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de 
habeas corpus. 
 
§ 10. Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar do 
reconhecimento da repercussão geral, cessa, em todo o território 
nacional, a suspensão dos processos, que retomarão seu curso 
normal. § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 
2016) 
 
§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, 
que será publicada no diário oficial e valerá como acórdão. (BRASIL, 
2015) 
 
 
De acordo com a Constituição Federal, a inexistência de repercussão 
geral terá de ser reconhecida por, pelo menos, oito ministros, para que o RE 
não seja admitido. 
 
9.1 Julgamento no recurso extraordinário 
 
 
O relator dos recursos afetados deverá se movimentar tomando 
algumas providências para o esclarecimento da matéria 
 
Ele poderá solicitar, antes do julgamento do recurso, informações aos 
tribunais estaduais ou federais a respeito da controvérsia. Como a 
decisão dos recursos paradigmas poderá ter grande impacto, já que 
resolverá a questão jurídica, com possível repercussão sobre os 
demais, o relator poderá admitir a manifestação de pessoas, órgãos 
ou entidades com interesse na controvérsia, na condição de amicus 
curiae. Poderá, ainda, fixar data para, em audiência pública e ouvir 
depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na 
matéria, com a finalidade de instruir o procedimento. Se houver 
intervenção do Ministério Público, o relator abrir-lhe-á vista, pelo 
prazo de quinze dias. O julgamento do recurso especial paradigma 
preferirá a qualquer outro, exceto os que envolvam habeas corpus ou 
réu preso. (GONÇALVES, 2016. p. 914) 
 
 
Após a publicação do acórdão no julgamento do recurso especial pela 
Seção ou pela Corte Especial, ocorrerá: 
 
 
* aos recursos suspensos na origem será negado seguimento pelo 
presidente ou vice-presidente do tribunal, quando o acórdão recorrido 
estiver em conformidade com o que foi decidido pelo STF ou STJ, nos 
recursos afetados; ou, se o acórdão recorrido, proferido no recurso 
anteriormente julgado, em remessa necessária ou ação de 
 
36 
 
 
competência originária, estiver em desconformidade com o 
paradigma, o tribunal de origem o reexaminará, podendo retratar-se, 
modificando- o, para ajustá-lo à nova orientação do STF ou STJ (art. 
1.040, II).Caso seja mantido o acórdão divergente, o recurso especial 
ou extraordinário contra ele interposto será remetido ao tribunal 
superior. Caso haja retratação, será negado seguimento ao recurso; 
* caso se trate de recurso extraordinário afetado, será necessário que 
o tribunal superior aprecie primeiro a repercussão geral. Caso seja 
negada a sua existência, serão considerados automaticamente 
inadmitidos todos os recursos extraordinários sobrestados; * os 
processos e recursos ordinários ainda não julgados retomarão o seu 
andamento, devendo ser aplicada a tese jurídica formulada no 
recurso afetado, sob pena de reclamação (art. 988, IV); * se os 
recursos versarem sobre questão relativa a prestação de serviço 
público objeto de concessão, permissão ou autorização. O resultado 
do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência 
reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por 
parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada. (GONÇALVES, 
2016. p. 914, 915) 
 
 
Sendo julgado o recurso extraordinário, seus efeitos afetam a todos, e 
as partes envolvidas que inconformadas podem entrar com o agravo especial 
em recurso extraordinário. 
 
10 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
 
 
Os embargos de divergência são um recurso cabível apenas nos 
tribunais superiores (STJ e STF), que por sua vez são divididos em turmas 
julgadoras, se faz importante a informação da divisão das turmas pois os 
embargos serão cabíveis quando houver divergências jurisprudenciais entre as 
turmas do mesmo tribunal. Vejamos a redação do artigo 1.043 do CPC: 
 
 
Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que: I - em 
recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento 
de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, 
embargado e paradigma, de mérito; III - em recurso extraordinário ou 
em recurso especial, divergir do julgamento de qualquer outro órgão 
do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro que não 
tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia; 
§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em 
julgamentos de recursos e de ações de competência originária. § 2º 
A divergência que autoriza a interposição de embargos de 
divergência pode verificar-se na aplicação do direito material ou do 
direito processual.§ 3º Cabem embargos de divergência quando o 
acórdão paradigma for da mesma turma que proferiu a decisão 
embargada, desde que sua composição tenha sofrido alteração em 
 
37 
 
 
 mais da metade de seus membros. § 4º O recorrente provará a 
divergência com certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou 
credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia eletrônica, onde foi 
publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de julgado 
disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva 
fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham 
os casos confrontados. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016). 
(BRASIL, 2015) 
 
A norma aqui é apresentada com os incisos revogados para que melhor 
aproveitem a explicação de GONÇALVES: 
 
 
Esse recurso foi introduzido em nosso ordenamento jurídico pela Lei 
n. 8.950/94. Suas hipóteses de cabimento vêm previstas no art. 1.043 
do CPC: “É embargável o acórdão de órgão fracionário que: 
 
 I — em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os 
acórdãos, embargado e paradigma, de mérito; (...) 
 
III — em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do 
julgamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um 
acórdão de mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, 
embora tenha apreciado a controvérsia”. 
 
As hipóteses dos incisos II e IV do art. 1.043 foram revogadas ainda 
na vacatio legis do novo CPC. Sua finalidade é evitar divergências, 
tanto de natureza material quanto processual, no âmbito do STF e do 
STJ, uniformizando a jurisprudência. Pressupõe, no âmbito do STF, 
que haja divergência de entendimento entre uma e outra Turma, ou 
entre uma Turma e o Plenário; e, no âmbito do STJ, divergência entre 
uma Turma e outra, ou entre Turma e Seção, ou ainda entre a Turma 
e o Órgão Especial. 
 
 Não basta que ela se manifeste entre ministros da mesma Turma, a 
menos que a sua composição tenha sido alterada em mais da metade 
de seus membros (art. 1.043, § 3º). É preciso, normalmente, que se 
estabeleça entre dois órgãos fracionários distintos desses Tribunais, 
ou entre um deles e o plenário. 
 
 Vale lembrar que o STF tem duas turmas, compostas por cinco 
Ministros, e o Plenário, com onze. O STJ tem seis turmas, com cinco 
ministros cada. Cada Seção é composta de duas turmas e há o Órgão 
Especial, denominado Corte Especial, que, nos termos do art. 2º, § 
2º, do Regimento Interno do STJ, é integrada pelos quinze Ministros 
mais antigos e presidida pelo Presidente do Tribunal. 
 
 É preciso que a divergência seja atual, não cabendo mais os 
embargos se a jurisprudência do Tribunal já se uniformizou em 
determinado sentido. 
 
 É o que resulta da Súmula 168 do STJ: “Não cabem embargos de 
divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou no mesmo 
sentido do acórdão embargado”. Havia controvérsia sobre a 
possibilidade de a divergência manifestar-se em acórdão proferido no 
julgamento do agravo interno, o que foi superado com a Súmula 316 
 
38 
 
 
 
 do STJ: “Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em 
agravo regimental, decide recurso especial”. (GONÇALVES, 2017. P. 
1177) 
 
 
Vejamos também a explicação de THEODORO JÚNIOR acerca do 
cabimento dos embargos divergentes: 
 
Os embargos de divergência, já previstos no Código anterior 
(CPC/1973, art. 546), têm a função de uniformizar a jurisprudência 
interna das Cortes Superiores. Isto porque o seu cabimento se dá 
sempre que houver divergência de entendimento entre turmas ou 
outros órgãos fracionários do Supremo Tribunal Federal ou do 
Superior Tribunal de Justiça. 
 
O NCPC, por outro lado, não só manteve esses embargos como 
ampliou as hipóteses de seu cabimento (art. 1.043, I e III), numa forma 
de desestimular os recursos para o STJ ou STF. Com efeito, a 
existência de teses jurídicas divergentes num mesmo tribunal é 
campo fértil para instigar a interposição de recursos. 
 
Assim, quanto maior a uniformidade na jurisprudência interna das 
Cortes Superiores, maior é a tendência de reduzir o número de 
recursos interpostos. Cabem os embargos de divergência quando no 
STJ ou no STF um órgão fracionário decide a mesma questão 
anteriormente enfrentada por outro órgão do mesmo tribunal, dando-
lhe solução diferente. 
 
Para estes embargos, é irrelevante a existência ou não de 
unanimidade nas decisões confrontadas. Nesse contexto, o art. 
1.043, com o texto decorrente da Lei nº 13.256/2016, prevê os 
embargos divergentes contra acórdão de órgão fracionário do STF ou 
do STJ, nas seguintes hipóteses, sempre em relação a julgamentos 
de recurso extraordinário ou especial: quando a divergência se 
estabelecer entre acórdãos de mérito (inciso I); quando a divergência 
se manifestar entre um acórdão de mérito e outro que não conheceu 
do recurso, mas apreciou a controvérsia (inciso III). 
 
A previsão de embargos de divergência em relação a julgamentos de 
processos de competência originária dos tribunais superiores, que 
chegou a constar do texto original do art. 1.043, IV, do NCPC, não 
vingou diante da revogação do dispositivo pela Lei nº 13.256/2016. 
 
Há uma novidade do Código de 2015 que merece destaque: enquanto 
o estatuto anterior se limitava a autorizar os embargos de divergência 
apenas para enfrentar conflitos ocorridos entre julgamento de recurso 
extraordinário e entre julgamento de recurso especial, por órgãos 
diversos do mesmo tribunal (CPC, 1973, art. 546), o novo Código é 
explícito em permitir a interposição do recurso não só quando a 
divergência se instala entre julgamentos de mérito, mas também entre 
acórdão de mérito e outro que, embora sem conhecer do recurso, 
tenha apreciado a controvérsia (NCPC, art. 1.043, I e III). 
(THEODORO JÚNIOR, 2018. P. 1223-1224) 
 
 
 
39 
 
 
Introduzido sobre o tema e ainda com breves comentários doutrinários 
acerca do cabimento do recurso tratado, seguimos com nossos estudos. 
 
 
10.1 Prazo 
 
 
 
Fonte: https://stock.adobe.com/pt/search? 
 
Com relação aos prazos THEODORO JÚNIOR é direto e objetivo: “O 
prazo para interposição dos embargos de divergência e para a prestação das 
contrarrazões é o geral, de quinze dias (art. 1.003, § 5º). ” (THEODORO 
JÚNIOR, 2018. P. 1224). 
GONÇALVES ainda expõe alguns detalhes acerca do processamento: 
 
É regulado pelos regimentos internos do STF e do STJ. O prazo para 
interposição é de quinze dias da publicação da decisão embargada. 
A petição de interposição deve vir acompanhada com a prova da 
divergência, sendo necessário que indique, de forma analítica, em 
que a divergência consiste. O relator poderá valer-se dos poderes que 
lhe atribui o art. 932 do CPC, não conhecendo, negando ou dando 
provimento ao recurso, em decisão monocrática. 
 
Contra essa decisão, caberá agravo interno para o órgão coletivo. O 
julgamento no STF será feito pelo Plenário. No STJ, se a divergência 
se der entre turmas da mesma Seção, o julgamento será feito pela 
Seção; se entre turmas de seções diferentes, ou entre uma Turma ou 
uma Seção com a Corte Especial, o julgamento será feito pela Corte 
Especial. (GONÇALVES, 2017. P. 1178) 
 
 
 
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Insta salientar sobre o efeito dos embargos de divergência interromper 
o prazo para interposição de recurso extraordinário. 
 
A oposição de embargos de divergência interrompe o prazo para 
interposição do recurso extraordinário contra o acórdão proferido pelo 
STJ (art. 1.044, § 1º). Entretanto, se a parte contrária interpuser o 
extraordinário antes do julgamento dos embargos, não será 
necessário ratificá-lo, caso os embargos sejam desprovidos ou não 
alterarem a conclusão do julgamento anterior (art. 1.044, § 2º). A 
técnica é a mesma adotada para o recurso interposto antes de 
decididos os declaratórios (art. 1.024, § 5º). No entanto, havendo 
alteração das conclusões do julgamento anterior, motivada pela 
decisão dos embargos, “o recorrido que já tiver interposto