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E-BOOK Disturbios de Aprendizagem Seja bem-vindo! Obrigado por fazer parte do nosso propósito de levar conhecimento com qualidade para o maior número de pessoas possíveis, por confiar e acreditar no nosso trabalho assim como nós acreditamos e confiamos no seu potencial. acreditamos que você pode chegar onde quiser sempre com mais conhecimento. Você já é diferente por ter acesso a esse e-book e certificado. Você poderá ter acesso aos nossos cursos e congressos pelo nosso site: www.cessetembro.com.br Quer ser um membro VIP? Faça parte da A Nova Classe: www.anovaclasse.com.br Nos acompanhe através de nossa rede social: @cessetembro Vamos fazer história juntos! É comum que síndromes, distúrbios e transtornos sejam tratados como sinônimos e empregados erroneamente. Apesar de algumas semelhanças, cada um destes problemas tem um conceito com características diferentes. Vamos definir cada um: Síndrome É a condição clínica caracterizada pela reunião de sintomas ou sinais ligados a mais de uma causa. As síndromes podem ter origens diversas, e por isso, pode ser difícil fechar um diagnóstico sobre as causas desse quadro vulnerável. Exemplos: • Síndrome do Pânico (SP); • Síndrome Guillain-Barré (SGB); • Síndrome de Down (SD). Distúrbio É uma alteração nas condições físicas ou mentais do indivíduo que afeta o funcionamento de algo em sua rotina, e geralmente tem origem de fácil identificação. Essa alteração pode interromper ou afetar o desenvolvimento neurológico, o hábito alimentar, a interação social e anormalidades físicas. Os distúrbios que causam problemas ou atrasam a maturação as funções do Sistema Nervoso Central (SNC), geralmente são identificados na infância e persistem na vida adulta comprometendo a habilidade intelectual. Outros podem surgir posteriormente e causar “alteração” na capacidade de condução das atividades do dia a dia da pessoa. Transtorno A definição de transtorno parte do significado do verbo de origem, “transtornar”, que refere se a inversão da ordem regular ou natural das coisas. DIFERENÇA ENTRE DISTÚRBIO E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM Tratando de maneira mais específica, com relação a saúde psiquiátrica, o transtorno pode ser conceituado como a perturbação da ordem mental devido a falha na estimulação da parte frontal do cérebro. Os transtornos afetam as relações interpessoais do indivíduo causando como sofrimento, confusão de personalidade e sentimento de incapacidade. Os transtornos mentais são classificados em tipos, e estão relacionados à alimentação, emocional, personalidade e movimentos do ser humano. Exemplos: • Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); • Transtorno de Déficit de Atenção (TDA); • Transtorno de Bipolaridade (TB); • Depressão; • Transtorno de Ansiedade (TA); • Anorexia Nervosa. Porém o que vamos abordar aqui é a diferença entre os distúrbios e a dificuldade de aprendizagem. Ainda existem muitas pessoas que não entendem a diferença Entre dificuldade de aprendizagem e distúrbios. Enquanto a dificuldade de aprendizagem pode ser um problema passageiro, talvez até gerado pela forma como o professor ensina ou pelas relações com os amigos na escola, o distúrbio é uma questão intrínseca ligada a problemas neurobiológicos, os distúrbios são genéticos, o que pode ser visto no histórico familiar. O termo transtorno é usado para indicar um conjunto de sintomas clinicamente reconhecível, associado na maioria dos casos, a sofrimento ou interferência com as funções pessoais. Existem alguns transtornos comuns, como o transtorno de déficit de atenção (TDA), que é um conjunto de sintomas caracterizado por distração, agitação/hiperatividade, impulsividade, desorganização, esquecimento, entre outras. Sintomas os quais devem ser observados por pelo menos 6 meses. Existem algumas diferenças que podem ser sutis, e também existem algumas confusões, por este motivo a duração, frequência e a intensidade dos sintomas vão determinar o quadro. No entanto, é importante verificar os sintomas e não generalizar às terminologias. A grande diferença entre uma dificuldade e um distúrbio está na análise da permanência dos sintomas. Uma criança com o transtorno da disgrafia não consegue nem mesmo compreender a movimentação do traçado para realizar cada letra, a direção, o espaçamento, enquanto que uma dificuldade de aprender a escrita vai resultar em alguns erros que aos poucos podem ser superados. Há exemplos de atividades e detalhes da rotina das crianças que podem auxiliar a identificar se há um distúrbio ou apenas Uma dificuldade. A partir dos 4 anos, a criança passa a dominar os números, letras e traços, aquelas crianças que chegam aos 5 anos sem conseguir utilizar o lápis ou o giz de cera podem dar sinais de distúrbios. Outro ponto a ser analisado, é a capacidade de concentração. Crianças com dificuldade de aprendizado podem apresentar falta de concentração nas horas de estudar e fazer a lição de casa, enquanto as que apresentam distúrbio também não conseguem se concentrar em uma brincadeira com muitas regras ou jogos eletrônicos, por exemplo. Outros comportamentos comuns nas crianças que apresentam dificuldade de aprendizado são a demora exagerada para se arrumar antes de ir à escola e o tempo para fazer lição, muitas vezes necessitam apenas de uma organização de rotina, ou até mesmo espacial (arrumar um local adequado para fazer a tarefa escolar). Uma criança com distúrbio provavelmente não consegue finalizar a lição, chora, rejeita, se nega, mas uma com dificuldade pode apenas demorar mais, exemplifica. Precisamos ficar alerta também as dificuldades emocionais. As crianças que choram diante de toda situação de desafio, ou que fazem muito xixi na cama, podem estar com dificuldades emocionais, e isso é possível de tratar com atendimento psicológico ou uma conversa com a professora da sala para verificar a incidência deste comportamento. Distúrbios de aprendizagem segunda definição de Schirmer, et. al. (2004) é uma disfunção em um ou mais dos processos cognitivos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos e pode ser percebida no momento do ingresso formal da criança na escola a partir dos 7 anos de idade. Quando nos referimos aos distúrbios de aprendizagem a responsabilidade do professor em conhecer e saber identificar medos e reais dificuldades em aprender de seus alunos aumenta ainda mais, lembrando que professor não pode diagnosticar apenas identificar características suspeitas e alertar os pais e a escola para que junto com outros profissionais que envolvem o desenvolvimento cognitivo procedam com o as possibilidades de exclusão e assim seguir com o fechamento do diagnóstico. A GRANDE DIFERENÇA ENTRE DISTÚRBIO E DIFICULDADE O PESO DO RÓTULO Independentemente de ter uma dificuldade ou um distúrbio, é importante tomar cuidados com os rótulos. Procure não rotular a criança com o diagnóstico que foi dado ela, seja qual for. Determinar para uma criança que ela tem certas limitações, ou acreditar que ela nunca será capaz de algo específico, é o pior posicionamento que podemos ter. Qualquer diagnóstico só pode ser dado após uma análise coerente e multidisciplinar por profissionais capacitados, e mesmo depois que isso é feito, precisamos olhar muito mais para as potencialidades do que as dificuldades; as crianças são como diamantes que ainda não foram lapidados, e que só alcançam o brilho máximo se a lapidação respeitar sua forma natural. Nossas crianças devem ser ensinadas e educadas de acordo com o que elas são, e não o que os outros querem que elas sejam. Concluindo, a diferença entre Distúrbio e Dificuldade de Aprendizagem: DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM Os Distúrbios de Aprendizagem sugerem a existência de um comprometimento neurológico e das funções corticais específicas. A dificuldade aprendizagem está relacionada a problemas deordem pedagógica e/ou sócio- culturais e logo o problema central não é apenas no aluno. A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM NA ESCOLARIZAÇÃO A aquisição da linguagem é uma etapa de extrema importância no desenvolvimento infantil. Isso por que as crianças, por volta dos 21 meses, já pronunciam uma média de 100 palavras. O mais interessante é que é comum que antes mesmo de completarem dois anos elas já passem a combinar essas palavras entre si, formando frases curtas. O grande problema que se enfrenta é que muitas crianças, ainda bem pequenas, já apresentam algum tipo de atraso nesse período oral. A linguagem é uma das principais áreas que estão em construção na primeira infância. Há uma relação estreita entre: linguagem, pensamento, afetividade. Há uma relação estreita entre: linguagem, pensamento, afetividade. Para um desenvolvimento saudável da criança não basta ter a parte orgânica e intelectual normal, mas um ambiente que a estimule e que permita a construção tranquila de sua subjetividade. É muito importante a presença do olhar e da voz da mãe, desde os momentos iniciais de vida. É isso que irá transformar os reflexos em gestos e intenções. Linguagem Pensamento Afetividade POR QUE A LINGUAGEM É TÃO IMPORTANTE? A linguagem está também diretamente relacionada ao desenvolvimento e organização do pensamento. Ela permite superar o presente imediato e também está estreitamente relacionada à construção das funções mentais superiores como memória, percepção e atenção. A linguagem se constitui como um instrumento importante na resolução de problemas, ela modifica a ação. O trabalho da linguagem é, sem dúvidas, um importante componente do processo educativo e não pode ser deixado de lado em nenhuma das etapas do aprendizado infantil. A importância da linguagem está justamente no fato de que ela torna o processo educativo mais eficaz, pois proporciona ao estudante situações e momentos mais envolventes e dinâmicos. A AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM Se inicia nos primeiros contatos do bebê com o mundo, por meio da interação com o meio e as pessoas ao seu redor. A criança aprende, aos poucos, a usar as palavras para descrever o que vê, sente, ouve e pensa na medida em que conclui as etapas do desenvolvimento mental, emocional e comportamental. Ou seja, o desenvolvimento da linguagem vai acontecer mediante os estímulos e interferências que o ambiente social e cultural tem na vida da criança. Os sons começam a fazer sentido para o bebê de acordo com os significados que os adultos dão para eles. Crianças que recebem pouco ou nenhum estímulo poderão apresentar prejuízo no desenvolvimento de linguagem. A criança com algum tipo de inflamação no ouvido, como a otite, por exemplo, pode apresentar desatenção por não ouvir direito, o que dificulta o processo de aprendizagem das palavras. A fala está diretamente ligada à audição. Quando o bebê ouve as outras pessoas conversarem, aprende os sons das palavras e como as frases são estruturadas. Embora algumas crianças comecem a formar palavras com 9 meses, muitas vão fazer isso só depois com 1 ano e 3 meses. A criança deve ser estimulada logo após o nascimento: fazer expressões faciais, mandar beijinho ou mostrar a língua para a criança, funcionam como bons exercícios orais. Sempre fale de frente para a criança na mesma altura que ela. Sempre pronuncie as palavras corretamente, evitando palavras no diminutivo, apelidos ou infantilização na fala. É indispensável que você crie a necessidade para a criança falar. Quanto mais correto você conversar melhor será a fala da criança. Não se adiante ao pedido da mesma, nem atenda aos gestos ou outra forma de comunicação que não seja verbal. Você é o espelho para ela! A criança deve estar livre para aproveitar a sua infância e, de um modo geral, as brincadeiras mais simples são as que melhor podem ser exploradas contribuindo muito para o desenvolvimento da criança. Quando a criança conquista maior autonomia discursiva, não significa que o processo de aquisição de linguagem termina, ao contrário, ele é infinito. Um dos objetivos que se coloca é que a criança deverá ir tornando-se capaz de ajustar seu discurso (gênero discursivo e forma) à situação comunicativa. A narrativa terá um papel fundamental no desenvolvimento de linguagem da criança e uma das atividades que costumam dar resultado e são muito importantes é o contar e ler histórias; perguntar sobre o que a criança fez no dia, auxiliar com questões que estruturem e organizem a fala dela; falar de modo adequado, sem infantilizar demais seu discurso; cantar; brincar junto com ela, sentar no chão, propor brincadeiras e principalmente os jogos simbólicos. A escola também contribui muito para esse processo. Desde o mini- maternal, quando histórias são lidas e contadas ou são pedidas a elas recontagens dessas histórias. Há também a roda de conversa. A música, com gestos, movimentos de corpo e exploração do espaço povoa o dia-a-dia das salas de aula. Estimula-se o jogo simbólico. Há várias formas de intervenção que são realizadas no discurso das crianças. Se aos dois anos a criança não falar quase nada, balbuciar pouco, ter poucas palavras com sentidos estáveis, deve-se também fazer uma avaliação de Linguagem. Caso a criança seja muito desatenta, não responder quando é chamada pelo nome, não fazer contato de olho, não estiver utilizando os brinquedos e objetos com suas funções originais, também deve-se procurar ajuda profissional para uma avaliação. A criança deve estar com autonomia de linguagem, conseguindo contar eventos de seu cotidiano, recontar histórias, ter certa noção temporal e não apresentar trocas articulatórias até os 4 anos. Se houver dificuldades, procurar um profissional. Se a fala da criança apresentar muitas trocas de sons na fala, prejudicando a inteligibilidade de seu discurso, o encaminhamento ao fonoaudiólogo também deverá ser feito antes dos 4 anos. Na escola, há diversas situações, com dinâmicas às crianças, que podem não só desenvolver como também explorar os seus próprios instrumentos comunicativos e sociais. Assim sendo, é fundamental para o desenvolvimento da linguagem que o professor crie situações e promova atividades nas quais essa habilidade possa ser incentivada por meio da participação das crianças. Isso pode acontecer por meio de conversas, poesias, leituras de historinhas, música, fantoches, teatro, exposições e muitos outros meios que possibilitam que a criança interaja e seja mais comunicativa com o grande grupo. O fato é que, um ambiente rico em atividades expressivas certamente irá incentivar de forma significativa do desenvolvimento da fala infantil e o processo de aquisição da linguagem e é justamente por isso que esse tipo de trabalho em sala de aula deve sempre acontecer amparado por atividades significativas. Assim sendo, o ideal é que as atividades sejam organizadas de maneira que o estudante possa transitar entre as situações informais e coloquiais que já conheciam antes de entrar na escola para situações mais estruturadas e formais, explorando o modo como funcionam e aprendendo a utilizar isso tudo da maneira correta. O ideal é identificar o problema o mais precocemente possível e assim iniciar um tratamento adequado e focado na dificuldade. Pois isso pode significar um atraso considerável na linguagem e seu impacto na alfabetização pode ser grande. Conforme já sabemos a linguagem nada mais é do que uma atividade livre que tem início muito cedo ainda nos primeiros anos de vida de um indivíduo evoluindo de acordo com a etapa em que ele se encontra. Assim como qualquer outra habilidade fundamental, a linguagem deve ser estimulada e trabalhada desde o início da vida. Na escolarização, então o professor deve trabalhar também a linguagem, porém sempre como um processo dinâmico e por meio de atividades significativas promovendo diferentes formas de interação. Isso pode ser feito desde o início, de forma metódica aumentando e melhorando o desempenho nos discursos argumentativos do cotidiano. Isso por que pesquisas com professoresda rede pública de educação infantil relatam que isso possibilita à criança ter mais interação, tornar-se mais comunicativa, desenvolver sua autonomia e seu pensamento, enriquecer seu vocabulário e construir o conhecimento sem falar nodesenvolvimento do senso crítico. Por meio dessas informações podemos entender então a importância da linguagem na escolarização das crianças e como ela influencia o desenvolvimentopessoal e social dos indivíduos sendo um fator determinante no crescimento de cada um deles. Caso não sejam tratadas, as dificuldades com leitura e escrita comprometem a aquisição de conhecimento, expõem a criança a experiências repetidas de insucesso, e podem assim reduzir a motivação para a aprendizagem em geral. Essas consequências podem ter um impacto de longo prazo na trajetória educacional, desde a alfabetização até a aquisição de outras habilidades, o que poderiam ser conseguidas com a ausência desses problemas que envolvem a aquisição da linguagem. A aquisição e o desenvolvimento da linguagem não se dão em virtude de uma atividade isolada da criança, mas se dão, fundamentalmente, a partir da interação com o adulto. Quanto mais rica e fluente é a linguagem, mais rica será a interação social. É na interação que a criança se exercita na atividade construtiva da linguagem. Quando a criança é levada à escola todo o seu conhecimento Anterior será organizado de forma sistemática. O espaço escolar passa a ser um cenário repleto de descobertas e conhecimentos, onde gestores, professores e funcionários atuam como despertadores e auxiliares nos trabalhos desenvolvidos pelas crianças. O letramento das crianças se tornará um verdadeiro espetáculo, nos quais o ensino e a aprendizagem da linguagem, da leitura e da escrita será responsabilidade de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem da escola. Começando pela entrada escolar até a chegada à sala de aula. Com isso, deve-se enfatizar, que na sala de aula não pode ser diferente, paredes, estantes, quadros, personagens infantis, caixinhas de sapatos, cestos com livros, e outros, todos devem estar ornamentados com frases, palavras e/ou textos. Assim, cabe ao professor o preparar um ambiente harmonioso que incentive a criança a sentir vontade de ler e escrever. E com isso, em clima de entusiasmo, a leitura e a escrita atingirá em sua todos os espaços da escola. A leitura e a escrita estão em toda parte, as crianças começam a entrar em contato com o mundo letrado muito cedo, haja vista a maioria dos objetos que estão a sua volta (embalagens, adesivos, jogos, brinquedos, televisores, placas comerciais, histórias infantis, dentre outras) tornarem- se fontes inesgotáveis de estímulos direcionados à alfabetização. Sendo assim, a alfabetização se tornará uma aventura experenciada pelo próprio educando, quando bem conduzida pelo professor. Quando se fala sobre o contentamento de alfabetizar e ser alfabetizado, quer ressaltar que esse momento de aprendizagem é único, repleto de tensão, superação e descobertas, atingindo o emocional, o intelectual e o social da criança com bastante intensidade. Essa transformação requer do professor um grande envolvimento na ação de ensinar e aprender, requisitar também, gostar do que faz, e principalmente, de transmitir em ação a emoção. O professor que descobriu o prazer em alfabetizar tem muito mais chance de ajudar seus alunos nesta descoberta. Nesta fase o docente caminha juntamente com seus estudantes em um mundo fantástico, onde a leitura e a escrita aparecem com cores, formas e tamanhos variados, em lugares reais ou imaginários, respeitando o ritmo de cada criança, despertando o gosto pela leitura e a escrita, vivenciado pelo próprio professor, ultrapassando assim, os limites da sala de aula, passando a pertencer a vida de cada criança. Na sociedade atual, a linguagem faz parte do cotidiano do cidadão e está presente em todos os espaços e a todo o momento, cumprindo diferentes funções sociais. Assim, concluímos que é de extrema importância o acompanhamento e a interação junto as crianças desde o início da sua fala, ou seja desde do processo de ação e retorno entre mãe e filho. OS TIPOS DE DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM DISLEXIA Os Distúrbios de Aprendizagem são problemas que afetam a capacidade da criança de receber, processar, analisar ou armazenar informações. Podem dificultar a aquisição, pelabcriança, de habilidades de leitura, escrita, soletração e resolução de problemas matemáticos. Os Distúrbios de Aprendizagem mais comuns entre crianças e adolescentes na escola são: dislalia, disgrafia, dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), déficit de processamento auditivo (DPA) e as discalculias –que interferem na capacidade de calcular e no raciocínio lógico da criança. A dislexia inclui alterações neurológicas, uma vez que o cérebro da pessoa com esse distúrbio enfrenta obstáculos na codificação, processamento e representação da informação linguística. Há alterações na forma como os neurônios processam os domínios neurolinguísticos e fonológicos. Assim, essacondição está relacionada especificamente à aprendizagem da leitura e da escrita, podendo envolver também alguns sintomas perceptíveis na oralidade. Na prática, a pessoa tem dificuldades para reconhecer, decodificar e soletrar palavras, além de apresentar muita lentidão na leitura e na escrita. Também se incluem entre sintomas a inversão de letras ou números, problemas de memória e interpretação equivocada de textos. Geralmente, é diagnosticada na infância, embora também possa ser diagnosticado em adultos. Hoje em dia, acredita-se que a dislexia esteja mais relacionada à carga genética. Fatores genéticos, alterações na estrutura cerebral, dificuldades de comunicação entre os neurônios ou desenvolvimento tardio do sistema nervoso central são alguns pontos que podem explicar a existência desse distúrbio. Ela acompanha a pessoa por toda a vida, mas o diagnóstico geralmente é feito durante os primeiros anos escolares. Nessa época, os sintomas ficam mais claros, pois a criança entra na fase de alfabetização e a aprendizagem neurolinguística é mais exigida. Assim, rapidamente a escola ou a família percebem as dificuldades do estudante. OS PRINCIPAIS SINAIS DA DISLEXIA Os sintomas são bastante amplos. Em geral, existem confusões entre grafemas (os símbolos usados para formar palavras) e fonemas (os sons que usamos para formar e distinguir as palavras), erros ortográficos, trocas de letras ou sílabas, além de inversões, adições e omissões na escrita. A pessoa apresenta caligrafia irregular e tem bastante dificuldade paraorganizar suas ideias em um texto.Na leitura, é possível perceber uma clara dificuldade no ritmo e na precisão, dessa forma a compreensão dos textos também fica muito comprometida em quem tem dislexia. Há dificuldade no processamento fonológico e no reconhecimento das palavras. A leitura silabada e hesitante permanece por muito tempo, mesmo depois que a criança se alfabetiza. Dependendo da fase de desenvolvimento, os sintomas da dislexia podem variar. Veja os principais sinais divididos por idade escolar: PRÉ-ESCOLA Mesmo antes da escolarização começar, já é possível perceber algumas dificuldades relacionadas à dislexia, principalmente observando a oralidade da criança e sua relação com a linguagem. Por exemplo, a criança com dislexia vai iniciar sua fala mais tardiamente. Outros atrasos no desenvolvimento também podem ser utilizados para chamar atenção para esse diagnóstico: demora para engatinhar, sentar e andar, além de dificuldades para dormir, se adaptar à escola ou aprender desafios motores (como andar de triciclo). Choro e inquietação frequente. Na área da linguagem, a criança pode ter dificuldades para entender o que foi dito e apresentar pouco interesse por brincadeiras orais, rimas e aprendizagens relacionadas à linguagem oral e à escrita do seu nome. A dislexia nessa idade também se expressa na dificuldade em pronunciar palavras e na lentidão para ampliação do vocabulário oral. Problemaspara memorizar e se lembrar de palavras específicas também são sinais importantes. ENSINO FUNDAMENTAL À medida que a criança avança em seus processos de escolarização, os sinais de dificuldade no processamento linguístico vão ficando mais claros. Nessa fase, a criança com dislexia costuma demorar muito mais tempo para realizar a sua lição de casa e quando ela é feita de maneira mais rápida, apresenta diversos erros. Na leitura, é comum que a criança omita ou acrescente palavras sem lógica ao texto, além de inverter ou trocar a direção e a ordem de letras ou sílabas. Sua compreensão textual é bastante comprometida e há dificuldades de concentração e memória. Ela também vai apresentar resistência em realizar atividades de linguagem, principalmente leituras em voz alta. Sua escrita é irregular e desorganizada, apresentando muita dificuldade para expressar suas ideias no papel. Há outras dificuldades de aprendizagem, como confundir direita e esquerda e ter pouca noção temporal. Na área da linguagem geral, ela pode ter dificuldades para aprender a associar letras e sons; ler palavras simples; dividir as palavras em partes; compreender enunciados de questões. ADOLESCÊNCIA E VIDA ADULTA Ainda que o diagnóstico de dislexia seja mais comum na infância, muitos adolescentes e adultos carregam o transtorno sem tratamento por não terem investigado os sinais corretamente. Um dos sintomas mais comuns é a grande demora para terminar de ler um texto ou livro. Também é comum notar que a pessoa desconsidera as sílabas finais ou mesmo palavras inteiras, além de precisar ler várias vezes um trecho para compreender. Na escrita, geralmente percebe-se muitos erros de ortografia, pontuação e troca de letras. Pode acontecer de a pessoa escrever a mesma palavra de formas diferentes em trechos próximos. Dificuldades para acompanhar sequências e listas, realizar cálculos mentais, gerir o tempo, fazer anotações simples, entender instruções, decorar números de telefone, organizar as ideias em um texto e compreender corretamente o que lê, são outros sintomas da dislexia em adolescentes e adultos. Mesmo quando os sintomas já são percebidos desde a idade pré-escolar, o diagnóstico da dislexia só pode ser feito a partir das primeiras séries do ensino fundamental. Essa é a época em que a criança tem contato formal com a aprendizagem da língua escrita, necessária para investigar as condições neurolinguísticas. É muito importante que a investigação seja cuidadosa e não se Feche diagnósticos antes do segundo ano do ensino fundamental. Isso porque é normal que as crianças apresentem e superem dificuldades na fase inicial de sua alfabetização. Isso não impede, entretanto, que a criança seja observada e receba intervenções importantes desde a idade pré- escolar. O apoio durante a observação dos sinais precoces da dislexia traz grandes benefícios para o desenvolvimento da criança, mesmo que só se chegue ao diagnóstico anos depois. Para confirmar o diagnóstico de dislexia, são realizados alguns testes específicos com a criança, com objetivo de investigar as funções neurocognitivas e linguísticas. Além disso, os pais, os professores e outras pessoas próximas respondem algumas perguntas sobre o comportamento da criança nos últimos seis meses. Também é avaliado o histórico familiar, para entender os fatores genéticos que podem influenciar a prevalência de dislexia ou de alguma dificuldade de aprendizagem. Conhecer o desenvolvimento da criança e detalhes do seu contexto escolar são outros pontos importantes para fundamentar o diagnóstico. A dislexia não tem cura, mas o tratamento adequado permite que a pessoa tenha qualidade de vida e melhore muito a sua vida acadêmica e produtiva. Ainda que apresente dificuldades na área de leitura e escrita, a pessoa com esse transtorno não tem comprometimento da inteligência e nem da sua vida social. Dessa forma, é possível viver bem com dislexia. DIAGNÓSTICO O tratamento envolve acompanhamento com diversos profissionais, como psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo. A criança ou adulto consegue, com esse apoio, enfrentar os desafios do distúrbio e desenvolver as suas capacidades de leitura, escrita e pensamento lógico-matemático. Um ponto importante do tratamento é oferecer oportunidades para que a pessoa aprenda de forma criativa, acompanhando o ritmo e as dificuldades que cada uma apresenta. Muitos dos problemas que as pessoas com dislexia enfrentam dizem respeito à falta de adaptação aos métodos tradicionais e pouco interessantes de ensino. A pessoa com dislexia é inteligente, produtiva e muitos são geniais, como Albert Einstein, Henry Ford, Leonardo da Vinci, Pablo Picasso, Walt Disney. É um distúrbio que acomete a fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. A pessoa portadora de dislalia, troca as palavras por outras similares na pronuncia, fala erroneamente as palavras, omitindo ou trocando as letras. Resumidamente, as manifestações clínicas da dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação dos fonemas. A dislalia pode ser subdividida em quatro grandes tipos: Dislalia evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida gradativamente durante o seu desenvolvimento. Dislalia funcional: neste caso, ocorre substituição de letras durante a fala, não pronunciar o som, acrescente letras na palavra ou distorce o som. Dislalia audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos e que não conseguem imitar os sons. Dislalia orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, impossibilitando à correta pronuncia, ou quando há alguma alteração na boca. DISLALIA Dentro desses quatro grandes tipos de Dislalia, encontramos os tipos De ocorrências: Omissão – não pronuncia alguns sons – “Omei ao ola”(Tomei coca-cola). Substituição – troca alguns sons pôr outros – “Telida mamãe”(Querida mamãe). Acréscimo – Acrescenta mais um som – “Oceano Atelântico”(Oceano Atlântico). Rotacismo – substitui o r pela letra L – “plato”(Prato). Gamacismo – omite ou substitui os fonemas k e g pelas letras d e t – “tadeira” (cadeira),“dato”(gato). Lambdacismo – pronuncia a letra L de maneira defeituosa – “palanta” (planta), confilito”(conflito). Sigmatismo – usa de forma errada ou tem dificuldade em pronunciar as letras s e z (às vezes não consegue nem soprar ou assobiar). Até os quatro anos de idade, os erros de linguagem são considerados normais. Todavia, após essa fase, a criança pode vir a ter problemas caso continue falando errado, podendo afetar até a escrita. O caso clássico desse distúrbio é o Cebolinha, personagem da Turma da Mônica. O tratamento da dislalia é feita por um fonoaudiólogo e varia de acordo com a necessidade de cada criança. Em primeiro lugar, é feita uma avaliação após um contato com a família, e faz-se um levantamento histórico da criança para, só depois, iniciar o trabalho com a percepção dos sons que ela não executa. Existem crianças que têm dificuldade de perceber auditivamente os sons, assim o fonoaudiólogo se utiliza de recursos corporais e visuais para chegar ao seu objetivo. Outras crianças apresentam línguas hipotônicas (flácidas), o que às vezes chega a ocasionar alterações na arcada dentária. Ou ainda, mostram falhas na pronúncia de certos fonemas devido avpostura e respiração deficientes. Para cada criança, tem-se um procedimento diferente, mas, em geral, o fonoaudiólogo atua, na terapia, sobre a falha e a dificuldade, usando, de preferência, meios lúdicos para ampliar a possibilidade de utilização dos sons, até que a criança se sinta segura. Dicas para os Professores: Repetir a palavra correta para que a criança fixe a forma que acabou de pronunciar. É importante que o professor articule bem as palavras, fazendo com que as crianças percebam claramente todos os fonemas. Uma criança que falta às aulas regularmente por problemas de audição, como otites frequentes, requer maior atenção. O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores precisam trocar informações com os outros professores que fazemparte desse processo, por exemplo os professores de Educação Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças. O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiológica, quando há suspeita de algum distúrbio; antes de iniciar a alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos. É um distúrbio que dificulta a percepção e capacidade escrita das pessoas, levando os portadores a frequentemente cometerem diferentes erros ortográficos. De acordo com especialistas, o distúrbio pode estar relacionado a problemas psicomotores, levando as pessoas a apresentarem dificuldade em formar palavras, reconhecer e diferenciar maiúsculas e minúsculas, espaçamento das palavras, entre outras. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível. Algumas crianças com disgrafia possui também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia. A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual. Características da Disgrafia: •Lentidão na escrita; •Letra ilegível; •Escrita desorganizada; •Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves; •Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial; •Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha; •Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo); •Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida; •O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares; •Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular. DISGRAFIA Observação: O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima. A disgrafia pura ocorre ainda durante a gestação e já nasce com a criança. Ela não é adquirida, estudos apontam que a disgrafia é mais comum em meninos e é detectada ainda na infância, depois que o processo de alfabetização é consolidado, por volta dos oito ou nove anos. A disgrafia pode ocorrer em adultos também, mas somente quando ocorre uma lesão, como um derrame, que pode comprometer a coordenação motora de mãos e braços e nesse caso já não se trata mais de disgrafia pura. Podemos encontrar dois tipos de disgrafia: Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever. Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita. A disgrafia não compromete o desenvolvimento intelectual da criança. Geralmente, os disgráficos são alunos muito inteligentes. Sua oralidade é muito boa, mas, na hora de colocar as ideias no papel, eles têm muita dificuldade. É esse desdobramento do problema que pode prejudicar o rendimento da criança. Devido à dificuldade no ato motor, ela demora mais a realizar algumas atividades, em comparação a seus colegas, mesmo em tarefas simples como copiar a lição da lousa. Se o professor pede que os estudantes escrevam um texto, e o disgráfico, envergonhado pela a letra feia, conclui que nem vale a pena escrever. Abalando assim a sua autoestima e diante do obstáculo, deixa de aprender. Outro item importante e o treino da letra cursiva, que se existir desde cedo, é possível encontrar os disgráficos. Assim como em outros transtornos de aprendizagem, o tratamento é multidisciplinar e envolve neurologistas, psicopedagogos, fonoaudiólogos e terapeutas. É a falha na aquisição e na habilidade de lidar com conceitos e símbolos matemáticos, transcrever números e sinais erradamente, no momento em que resolve um problema matemático, pode estar associada à dificuldade com processamento de linguagem (dislexia). Características da discalculia: •Lentidão no trabalho: não assimila os mecanismos necessários para resolução da tarefa como: tabuada decorada, sequências decoradas; •Problemas com orientação espacial: não sabe posicionar os números de uma operação na folha de papel, gasta muito espaço ou faz contas “apertadas” num cantinho da folha; •Dificuldade em lidar com operações básicas: soma, subtração, multiplicação e divisão; •Dificuldade na memória de curto e longo prazo, tabuadas, fórmulas; Dificuldade em lidar com grande quantidade de informação de uma vez só; Confusão de símbolos (= + - : . < >); É capaz de compreender a matemática representada simbolicamente (3+2=5), mas é incapaz de resolver “Maria tem três balas e João tem duas balas”. Dicas que ajudam: •Permitir o uso de calculadora e tabela de tabuada; •Uso de caderno quadriculado; •Provas com questões claras e diretas, reduzindo o número de questões; •Fazer prova sozinho, sem limite de tempo e com um tutor para certificar que entendeu as questões; •Fazer prova oralmente, desenvolvendo as expressões mentalmente e ditando para que alguém transcreva; Moderar a quantidade de lição de casa; •Passar exercícios repetitivos e cumulativos; Incentivar a visualização do problema, com desenhos; •Observar qual o processo utilizado pela criança, que tipo de pensamento é usado para resolver um problema. DISCALCULIA DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO (DPA) O desenvolvimento normal da linguagem e da escrita é resultado em grande parte de um processamento adequado, dentre outras vias de informação, como a visual e tátil-cinestésica, das informações pela via da audição. Não basta escutar os sons, é preciso que o som seja analisado e interpretado, para que se transforme em uma mensagem com significado. Quando as habilidades auditivas não estão bem desenvolvidas, torna-se muito difícil aprender sem assistência especial, mesmo tendo inteligência normal, motivação e Saúde. As pessoas com Distúrbio do Processamento Auditivo (DPA) escutam os sons, mas têm dificuldade de entendê-los, armazená-los e localizá-los. De uma forma mais formal: O sistema auditivo é responsável pelo processamento da informação realizado por diversos centros de integração, com funções de detecção e discriminação do som, separação do ruído de fundo, compreensão e reconhecimento do som como familiares, dentre outros. Todo este processo envolve transmissão da informação auditiva pelas fibras do VIII nervo craniano para os núcleos cocleares, tronco encefálico, tálamo e córtex auditivo. E o termo "Distúrbio do Processamento Auditivo" (DPA) é referido como dificuldade no processamento de informações auditivas em uma ou mais habilidades auditivas, e representa uma limitação da transmissão, análise, organização, transformação, elaboração, armazenamento e/ou recuperação, e uso das informações de um evento acústico, não atribuídos à perda auditiva, nem ao déficit intelectual. Características do distúrbio do processamento auditivo central – DPAC: desatenção; não acompanhar uma conversa com muitas pessoas falando ao mesmo tempo; se atrapalhar ao contar uma história ou dar um recado; não atender prontamente quando chamada; agitação ou quietude; dificuldades escolares; trocas de letras na escrita ou espelhamento; dificuldade para falar o “R”,“J” e o“L”; letra feia; alterações na comunicação oral ou na utilização de regras gramaticais; inversões de grafemas; alterações da noção de lateralidade; agitação, hiperatividade ou apatia; memória auditiva prejudicada; dificuldade em compreender a mensagem acústica em ambientes ruidosos. DICAS DE COMO AJUDAR: •Reduzir o barulho ambientaldurante atividades que requerem concentração; •Posicionar a criança em sala de aula de modo a ficar próximo ao professor, sem ficar ao lado de paredes; •Falar sempre próximo à criança e voltada para ela, com o passar do tempo e com sua melhora, a distância poderá ser aumentada; •Falar alto e bem articulado, em ambiente o mais silencioso possível; •Ao explicar algum assunto, fale em frases curtas, devagar, com entonação rica, pausas nítidas e contexto significativo; •Forneça pistas contextuais para facilitar a compreensão, ou seja, esteja segura que a criança sabe sobre o que está sendo falado; •Acompanhe a leitura da criança, de preferência oral, correndo o dedo sob as letras e dando “dicas” mediante suas dificuldades; •Lembre-se de que seu aluno provavelmente tem dificuldade em sequencialização. Portanto, em tarefas de elaboração oral ou gráfica, assegure-se de que ele tenha bem organizada a noção de início, do meio e do fim, de sua história, nem que para isso você tenha que repetir várias vezes a sequência; •Trabalhe reforçando a relação dos fonemas com as letras, mesmo que seu método de alfabetização não siga esta linha, ou seja o método fônico, pois estas pistas são importantes para tais crianças. •Essas recomendações facilitam o trabalho do professor, ou seja, na atuação pedagógica no desenvolvimento do aluno com alteração auditiva central. •O tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar, isto é, neurologista, fonoaudiólogo, psicopedagogo e/ ou neuropsicopedagogo. TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH) Também chamado de Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha a criança por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Esses sintomas podem manifestar-se em diferentes graus de comprometimento e intensidade. Quando predomina a desatenção, os pacientes apresentam dificuldade maior de concentração, de organizar atividades, de seguir instruções, e podem saltar de uma tarefa inacabada para outra, sem nunca terminar aquilo que começaram. São pessoas que se distraem com facilidade e frequentemente esquecem o que tinham para fazer ou onde colocaram seus pertences. Não conseguem também prestar atenção em detalhes, demoram para iniciar as tarefas e cometem erros por absoluto descuido e distração, o que pode prejudicar o processo de aprendizagem e a atuação profissional. Nos casos em que prevalece a hiperatividade, os portadores do distúrbio são inquietos, agitados e falam muito. Dificilmente conseguem participar de atividades sedentárias e manter silêncio durante as brincadeiras ou realização dos trabalhos. Se é a impulsividade que se destaca os sinais mais marcantes são a impaciência, o agir sem pensar, a dificuldade para ouvir as perguntas até o fim, a precipitação para falar e a intromissão nos assuntos, conversas e atividades alheias. Na adolescência e na vida adulta, os sintomas de hiperatividade costumam ser menos evidentes, mas as outras dificuldades permanecem inalteradas e os prejuízos se acumulam no dia a dia com reflexos negativos sobre a autoestima. Para efeito de diagnóstico, que é sempre clínico, os sintomas devem manifestar-se na infância, antes dos sete anos, pelo menos em dois ambientes diferentes (casa, escola, lazer, trabalhos), durante seis meses, no mínimo. Devem também ser responsáveis por desajustes e alterações comportamentais que dificultam o relacionamento e a performance dos portadores nas mais diversas situações. Via de regra, o problema fica claro nos primeiros anos de escola, apesar de estar presente desde o nascimento, e o diagnóstico deve ser feito por especialistas. O tratamento varia de acordo a existência, ou não, de comorbidades ou de outras doenças associadas. Basicamente, consiste em psicoterapia e na prescrição de medicamento psicoestimulante, e de antidepressivos. Crianças podem exigir os cuidados de equipe multidisciplinar, em função dos desajustes pedagógicos e comportamentais associados ao TDAH. Em geral, os efeitos benéficos da medicação aparecem em poucas semanas e as reações adversas – insônia, falta de apetite, dores abdominais e cefaleia – são leves e ocorrem no início do tratamento, enquanto o organismo não desenvolveu tolerância a essas drogas. Já se sabe o que está afetado no cérebro do TDAH, ou seja o lobo frontal direito, e os neurotransmissores: noradrenalina e dopamina, porém, ainda não se sabe com certeza porquê isso acontece. Concluimos que mesmo com a medicação e com todas as técnicas e estratégias, provavelmente, a pessoa com TDAH sempre vai ter alguma dificuldade nestas questões. De vez em quando, ela vai precisar de “um tempo”, uma “folga”, afinal, coisas que são naturais para a maioria das pessoas, para ela, exigem esforço dobrado. E não crie expectativas de que o desempenho vá se “igualar” ao de quem não tem TDAH. Estimule, reconheça, parabenize e comemore a superação, o avanço, mostrando como ela melhorou em comparação a si mesma. O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas: •Autismo Infantil Precoce, •Autismo Infantil, •Autismo de Kanner, •Autismo de Alto Funcionamento, •Autismo Atípico, •Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, •Transtorno Desintegrativo da Infância •Síndrome de Asperger. As pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. AUTISMO Todos os pacientes com autismo partilham estas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, resultando em situações bem particulares. Apesar de ainda ser chamado de autismo infantil, pelo diagnóstico ser comum em crianças e até bebês, os transtornos são condições permanentes que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida. As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética passada de pais para filhos. No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas metade do risco de desenvolver TEA. Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos te O TEA afeta o comportamento do indivíduo, e os primeiros sinais podem ser notados em bebês de poucos meses. No geral, uma criança do espectro autista apresenta os seguintes sintomas: 1. Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual, expressão facial, gestos, expressar as próprias emoções e fazer amigos; 2. Dificuldade na comunicação, optando pelo uso repetitivo da linguagem e bloqueios para começar e manter um diálogo; 3. Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas específicas, dificuldade de imaginação e sensibilidade sensorial (hiper ou hipo). CARACTERISTICAS: Os primeiros sinais do Transtorno do Espectro Autista são visíveis em bebês, entre 1 e 2 anos de vida, embora possam ser detectados antes ou depois disso, caso os atrasos de desenvolvimento sejam mais sérios ou mais sutis, respectivamente. A partir dos 12 meses, as crianças autistas não apontam com o dedinho, demonstram mais interesse nos objetos do que nas pessoas, não mantêm contato visual efetivo e não olham quando chamadas. É importante destacar os raros casos de regressão do desenvolvimento, identificados comumente após ao menos 2 anos de desenvolvimento típico (denominado anteriormente como transtorno desintegrativo da infância). Por volta dos 18 mesesjá é possível realizar uma avaliação com um profissional especializado, como um neuropediatra ou psiquiatra pediátrico. O diagnóstico do autismo é feito por observação direta do comportamento e uma entrevista com os pais e cuidadores. Rotula-se estes distúrbios como um espectro justamente por se manifestarem em diferentes níveis de intensidade. Uma pessoa diagnosticada como de alta funcionalidade apresenta prejuízos leves, que podem não a impedir de estudar, trabalhar e se relacionar. Um portador de média funcionalidade tem um menor grau de independência e necessita de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas, como tomar banho ou preparar a sua refeição. Já o paciente de baixa funcionalidade vai manifestar dificuldades graves e costuma precisar de apoio especializado ao longo da vida. Por outro lado, pode ser acompanhado de habilidades impressionantes, como facilidade para aprender visualmente, muita atenção aos detalhes e à exatidão; capacidade de memória acima da média e grande concentração em uma área de interesse específica durante um longo período de tempo. Cada indivíduo dentro do espectro vai desenvolver o seu conjunto de sintomas variados e características bastante particulares. Tudo isso vai influenciar como cada pessoa se relaciona, se expressa e se comporta. DIAGNÓSTICO Confirma-se quando criança possui as características principais do autismo: deficiências sociais, dificuldades de comunicação, interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos (também chamados de estereotipias). A condição pode se apresentar em distintos graus, o que faz com que os sinais também possam ter essas variações. Em casos de autismo leve, por exemplo, o transtorno pode demorar mais tempo para ser diagnosticado, pois costuma ser confundido com outros comportamentos, como timidez, excentricidade ou falta de atenção. Há pessoas que podem apresentar sintomas associados em diferentes graus, como uma habilidade cognitiva fora do normal (para mais ou para menos), atrasos de linguagem ou alta habilidade de linguagem expressiva, surtos nervosos e agressividade, padrões de início, além de outras condições associadas. O diagnóstico permite que a criança receba um tratamento personalizado de acordo com as particularidades do seu quadro. Com o acompanhamento médico multidisciplinar, os sintomas tendem a ser amenizados ao longo da vida, melhorando a qualidade de vida do indivíduo e da sua família. O acompanhamento médico multidisciplinar, composto por pediatra, psiquiatra, neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, entre outros, é o tratamento mais recomendado para ajudar no desenvolvimento da criança autista. A conduta indicada vai depender da intensidade do distúrbio e da idade do paciente e deve ser decidido junto aos pais. Em linhas gerais, o tratamento associa diferentes terapias para testar e melhorar as habilidades sociais, comunicativas, adaptativas e organizacionais. A rotina de cuidados pode incluir exercícios de comunicação funcional e espontânea; jogos para incentivar a interação com o outro; aprendizado e manutenção de novas habilidades; e o apoio a atitudes positivas para contrapor problemas de comportamento. É muito popular a adoção das abordagens terapêuticas Análise Aplicada do Comportamento (conhecido como método ABA) e Terapia Cognitivo-Comportamental. TRATAMENTO Frequentemente, as terapias são combinadas com remédios para tratar condições associadas, como insônia, hiperatividade, agressividade, falta de atenção, ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos. As avaliações são realizadas a cada 3 ou 6 meses para entender a necessidade de mudanças na abordagem ou intensidade do tratamento. Outro elemento essencial no tratamento é o treinamento com os pais. O contexto familiar é fundamental no aprendizado de habilidades sociais e o trabalho com os pais traz grandes benefícios no reforço de comportamentos adequados. Também é comum que os profissionais que tratam a criança indiquem acompanhamento psicológico para a família, devido ao desgaste emocional que o distúrbio pode provocar. DICAS DE COMO TRABALHAR Para ensinar, manter ou modificar comportamentos precisamos olhar para as consequências que eles produzem no ambiente. Isso é muito importante porque todo comportamento é controlado pelas consequências que produz. Chamaremos essas consequências de reforçadores. Os reforçadores têm duas características que os definem: Em primeiro lugar, o reforçador deve seguir imediatamente a ação, isto é, ele ocorre logo depois que o comportamento é emitido. Em segundo lugar, o reforçador tem o efeito de fazer com que essa ação ocorra com maior frequência. Existem basicamente três tipos de consequências que controlam os comportamentos: Reforçamento Positivo, Reforçamento Negativo e Punição. No Reforçamento Positivo o comportamento é seguido pelo aparecimento de algo novo, que não estava lá antes do ato. Algo que foi acrescentado. O acréscimo de algo torna mais provável a ocorrência da ação que o produziu futuramente. Exemplo: No Reforçamento Negativo a ação remove ou elimina algo, fazendo com que alguma condição ou coisa que estava lá desapareça. A ação que eliminou algo tem grande probabilidade de ocorrer novamente. Exemplo: Manter-se sentado por pelo menos 15 minutos; Responder ao chamado do nome (olhar para a pessoa que está solicitando sua atenção); Compreender instruções verbais simples de maneira direta e indireta. Direta, a instrução é dada especificamente para o aluno; indireta, a instrução é dada para o grupo. exemplo: senta, guarda, me dá, vem cá, levanta, pega, espera sua vez; Comunicação vocal ou por figura para o uso do banheiro e beber água; Imitar ações; Identificar figuras; Parear figuras (juntar figuras iguais e semelhantes); O terceiro tipo de consequência que controla o comportamento: a punição. Ela pode assumir duas formas: apresentação de estímulo aversivo e ao término dê o reforçamento positivo. Como o reforçamento, a punição é a relação entre o comportamento e a consequência; no entanto, embora nos pareça natural sua aplicação, ela realmente não nos ajuda, simplesmente porque, ao aplicarmos a punição, não estamos ensinando um comportamento. Quando muito, nós ensinamos o que a criança não deve fazer. Veja bem, o que pretendemos como educadores? Ensinar o que os alunos devem fazer. Desenvolver algumas das habilidades são necessárias: Como minimizar estímulos distratores em sala de aula: Evite excesso de estímulos visuais nas paredes. No geral, o professor gosta de enfeitar a sala de aula, no entanto é bom direcionarmos as ilustrações para a matéria estudada no momento. Observe a posição do aluno na sala de aula. O ideal é que o aluno com TEA fique na fileira da frente, com um dos lados da carteira encostado na parede e o outro lado com espaço suficiente para que a auxiliar (acompanhante) possa sentar. Minimize o barulho, mantendo-se a rotina de classe com comando expressivo de voz do professor (sem gritar, naturalmente!). Combine com as crianças o sistema de saída para banheiro ou água. É bom que as crianças saiam uma por vez, após pedirem autorização verbal ou por figuras (no caso de crianças não verbais). Importante que as crianças com TEA estejam acompanhadas ao sair da classe. Use rotinas visuais para que o aluno possa antecipar o que vai acontecer. Essa estratégia minimiza a ocorrência de comportamentos inadequados. Uma sala de aula saudável e agradável para todos, devemos levar em consideração: Os alunos devem ser mantidos constantemente em atividades planejadas de acordo com o que eles já sabem, evitando, assim, que fiquem ociosos. Evitar procedimentos punitivos. Sabemos que a punição produz alguns efeitos indesejáveis, como, por exemplo, torna a situação em que ela ocorre aversiva para o aluno e, com isso, ele tenderá a se comportar de maneira a se esquivar e fugir de atividades relacionadas às contingências punitivas. Pode, também, produzir respostas emocionais, como ansiedade, raiva, vergonha e apatia. Puniçãonão ensina. Nesse processo de ensino- aprendizagem, devemos utilizar apenas reforço positivo. O professor deve habituar-se a reforçar positivamente (dar atenção, elogiar) os comportamentos adequados do aluno, tais como: permanecer sentado, seguir as instruções, realizar as atividades solicitadas, enfim tudo que o professor quer que o aluno faça. Incentivar as brincadeiras em duplas e em situações estruturadas (incentivar que o colega o acompanhe para beber água). Ensiná-lo a como seguir as instruções e regras. Para isso, desenhos e imagens podem ajudá-lo. É importante a escolha de elementos de interesse da criança. Quando escolher um brinquedo ou brincadeira, pense no que ela gosta. Por exemplo, se ela gosta de água, escolha brinquedos que envolvam água (dá banho na boneca, lavar o carrinho, guerra de bexiga com água, etc). Medir a motivação da criança em uma atividade é tão importante quanto saber como ensinar uma brincadeira. Concluindo, faça elogios e mostre alegria no brincar e no ensinar. É importante reforçar o engajamento das crianças em todas as atividades. A inclusão deve fazer parte de uma sociedade mais humana que contemple a beleza que há em sermos todos diferentes. E-book oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a professora Sueli Julioti. cessetembro
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