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Estudo de caso com intervenções Neuropsicopedagógicas

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Intervenção Neuropsicopedagógicas: estímulos às possibilidades 
cognitivas Neuropsicopedgogo no espaço escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Edson Antônio 
 
 Faculdade Facuminas Ltda, Brasil 
 Rua Duque de Caxias, 366 - Centro 
 Coronel Fabriciano - Minas Gerais 
 CEP: 35170-009 
 E-mail: edson1970antonio@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 março de 2024 Alta Floresta /MT 
 
 
 
 
 RESUMO: 
 
Com a junção das neurociências, da psicologia e da pedagogia originou-se uma 
nova ciência transdisciplinar, a Neuropsicopedagogia, cujo objetivo é 
compreender as funções cerebrais para o processo de aprendizagem, com 
intuito na reabilitação e prevenção dos eventuais problemas detectados nos 
indivíduos. A neuropsicopedagogia é vista como um nuance da neurociência que 
tem grande importância para potencialização da aprendizagem. Este trabalho é 
um estudo de caso realizado através de estágio em um curso de 
neuropsicopedagogia com uma criança com Paralisia Cerebral a partir de 
intervenções neuropsicopedagógicas. O objetivo deste é analisar as emoções 
cognitivas no paciente e as possibilidades de desenvolvimento cognitivo 
considerando os conceitos da plasticidade cerebral. 
Palavras-chave: Neuropsicopdagogia; cérebro; plasticidade cerebral; 
diagnóstico de TDAH; Cotidiano Escolar. 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO: 
 
O presente artigo propõe uma discussão teórica que tem como base as 
pesquisas realizadas podem ser classificadas como qualitativa e de cunho 
bibliográfico, feita através do levantamento de referências teóricas já analisadas 
e publicadas por meio escritos e eletrônicos, buscando discutir sobre a 
importância da intervenção neuropsicopedagógica nas dificuldades de 
aprendizagem na educação básica. “A neuropsicopedagogia e a união da neuro 
ciências, psicologia e pedagogia originou-se uma nova ciência transdisciplinar, 
a neuropsicopedagogia que procura reunir e integrar os estudos do 
desenvolvimento, das estruturas, das funções e das disfunções do cérebro, ao 
mesmo tempo que estuda os processos psicocognitivos responsáveis pela 
aprendizagem e os processos psicopedagógicos responsáveis pelo ensino” 
(FONSECA, 2014, p.1). Segundo (Dalgalarrondo, 2008) É de particular interesse 
da neuropsicologia o estudo das funções cognitivas, porém ao abordar sua 
complexidade, torna-se necessário compreender, em primeiro lugar, o que é 
função. Os estudos pioneiros de Luria (1981) sobre os fundamentos da 
neuropsicologia como ciência fazem referência ao conceito de função, situando 
o termo no campo sistêmico, tendo em vista que função, quando se trata da 
análise do comportamento humano, não diz respeito exclusivamente à “função 
de um tecido” em particular, como afirmaram os primeiros estudos de localização 
das zonas corticais. “A neuropsicopedagogia é uma ciência que estuda o sistema 
nervoso e sua atuação no comportamento humano, tendo como enfoque a 
aprendizagem. Para isso, a Neuropsicopedagogia busca relações entre os 
estudos das neurociências com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da 
pedagogia. Sendo assim, essa é uma ciência transdisciplinar que estuda a 
relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana. 
Seu objetivo é promover a reintegração pessoal, social e educacional a partir da 
identificação, do diagnóstico, da reabilitação e da prevenção de dificuldades e 
distúrbios da aprendizagem. “O cérebro é sem dúvida o órgão mais importante, 
essencial para a vida humana. Esse minucioso “computador” fica situado na 
caixa craniana. É para o cérebro que são enviadas todas as informações que 
recebemos. “A plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro possui de se 
modificar de acordo com a necessidade, estímulo e ambiente. Esse fenômeno 
que por muito tempo foi considerado uma característica exclusiva do 
desenvolvimento cerebral na infância e adolescência, tem se mostrado uma 
capacidade notável que se estende ao longo de toda a vida. “O diagnóstico 
clínico do TDAH é atualmente o único meio pelo qual essa condição pode ser 
definitivamente identificada. Mesmo os métodos mais avançados, como 
ressonância magnética funcional, PET, SPECT, eletroencefalograma digital ou 
testes de substâncias específicas no sangue ou nos fios de cabelo, não são 
suficientes para determinar o TDAH por conta própria. Para diagnosticar com 
precisão esta condição, várias avaliações são necessárias, muitas vezes usando 
uma abordagem multidisciplinar (SAUVE, 2014). 
 
 
 Neuropsicopedagogia seu objetivo: 
 
A Neuropsicopedagogia é uma ciência que estuda o sistema nervoso e sua 
atuação no comportamento humano, tendo como enfoque a aprendizagem. Para 
isso, a Neuropsicopedagogia busca relações entre os estudos das neurociências 
com os conhecimentos da psicologia cognitiva e da pedagogia. Sendo assim, 
essa é uma ciência transdisciplinar que estuda a relação entre o funcionamento 
do sistema nervoso e a aprendizagem humana. 
Seu objetivo é promover a reintegração pessoal, social e educacional a partir da 
identificação, do diagnóstico, da reabilitação e da prevenção de dificuldades e 
distúrbios da aprendizagem. Sobre as novas perspectivas educativas da 
Neuropsicopedagogia, os autores argumentam que a neuropsicopedagogia 
ajuda na motivação para o estudo por meio de estímulos e métodos 
personalizados para cada aluno. Isso valoriza os métodos e canais de 
aprendizagem, avaliação cognitiva, autonomia intelectual e emocional de cada 
aluno, à medida em que ele é estimulado através da curiosidade e criatividade. 
A conclusão dos pesquisadores é que a Neuropsicopedagogia é uma nova área 
no campo educacional “que requer o desconstruído para reconstruir, 
transformando o processo de aprendizagem dos alunos”. Ao entender o 
funcionamento do cérebro, a Neuropsicopedagogia pode identificar as causas 
subjacentes dos problemas de aprendizagem e desenvolver abordagens 
personalizadas para ajudar cada aluno a superar essas barreiras. Ela não 
apenas auxilia na identificação de dificuldades de aprendizagem, como dislexia 
e TDAH, mas também fornece ferramentas práticas para promover o 
desenvolvimento cognitivo e acadêmico de todos os alunos. 
Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo de condições com início no 
período do desenvolvimento, em geral, antes de a criança ingressar na escola, sendo 
caracterizados como déficits de desenvolvimento que acarretam prejuízos no 
funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional (APA, 2014, p. 31). 
Englobado nos transtornos do neurodesenvolvimento, o TDAH é caracterizado por 
um padrão persistente voltado à desatenção e/ou hiperatividade/impulsividade, cujos 
sintomas devem estar presentes antes dos 12 anos e serem perceptíveis em pelo 
menos dois contextos diferenciados (APA, 2023). 
A desatenção podeser percebida pelo comportamento de negligenciar ou deixar 
passar detalhes na realização das atividades; dificuldade de manter o foco durante 
aulas, conversas ou leituras prolongadas; começar as tarefas, mas rapidamente 
perder o foco e facilmente perder o rumo; dificuldade em gerenciar tarefas 
sequenciais; dificuldade em manter materiais e objetos pessoais em ordem; trabalho 
desorganizado e desleixado; prejuízos no gerenciamento do tempo; dificuldade em 
cumprir prazo. A hiperatividade se mostra através de atividade motora excessiva ou 
inapropriada (batucar, remexer, entre outros), ou seja, dificuldade para permanecer 
parado durante muito tempo. 
 
TDAH: UM TRANSTORNO DO NEURODESENVOLVIMENTO QUE REQUER 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
A impulsividade faz menção às ações precipitadas sem levar em consideração as 
consequências que tais ações podem acarretar, tais como meter-se nas conversas, 
em jogos ou atividades de outros; usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou 
receber permissão. 
Para fins de diagnóstico, o Manual Estatístico de Transtorno Mentais (DSM-5 TR) 
descreve 5 (cinco) critérios: A, B, C, D e E. 
Critérios diagnósticos para TDAH conforme o DSM-5 TR (2023) 
 Critérios e Sintomas 
A Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que 
interfere no funcionamento ou desenvolvimento, caracterizado por desatenção e/ou 
hiperatividade/impulsividade, por pelo menos pelo menos 6 meses para um grau que 
é inconsistente com o nível de desenvolvimento e que impacta negativamente 
diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/ocupacionais. Inclui-se 9 sintomas 
de desatenção e 9 de hiperatividade/ impulsividade, sendo que para fins de 
diagnóstico a criança deve ter ao menos 6 sintomas de desatenção e/ou 
hiperatividade ocorrendo de forma persistente 
B vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estavam 
presentes antes da idade de 12 anos. 
C vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão 
presentes em dois ou mais ambientes (por exemplo, em casa, escola ou trabalho; 
com amigos ou parentes; em outras atividades). 
D há evidências claras de que os sintomas interferem ou reduzem a qualidade 
de funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. 
E os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou 
outro transtorno psicótico e não são mais bem explicados por outro transtorno mental 
(por exemplo, transtorno de humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, 
transtorno de personalidade, intoxicação ou abstinência de substância). 
 FONTE APA (2023) 
O indivíduo com TDAH poderá ser diagnosticado com a descrição de 
“apresentação combinada”, quando ele preencher o critério A, tanto de 
desatenção quanto de hiperatividade/impulsividade, “apresentação 
predominantemente desatenta”, quando somente preencher o critério A de 
desatenção ou “apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva”, quando 
preencher somente o critério A voltado a estes itens. Durante o processo de 
avaliação clínica com hipótese de TDAH, o profissional leva em consideração os 
critérios diagnósticos apresentados no DSM-5 TR, o que faz com que 
profissionais da neuropsicopedagogia façam uso de uma avaliação abrangente, 
na qual visa coletar dados em ambientes diferenciados, envolvendo escalas, 
relatórios, interação com a escola, além de coleta da história de vida do paciente. 
 
O TDAH é frequente em parentes biológicos de primeiro grau com o transtorno 
(APA, 2014; POSNER; POLANCZYK; SONUGA-BARKE, 2020; DE FREITAS 
DE SOUZA et al, 2020), sendo que a herdabilidade é de aproximadamente 74% 
(APA, 2023). Além disso, existem fatores ambientais voltados a muito baixo peso 
ao nascer e grau de prematuridade, exposição pré-natal ao tabagismo, além de 
que uma minoria de casos pode estar relacionada a reações a aspectos da dieta. 
A exposição a neurotoxinas (por exemplo, chumbo), infecções (por exemplo, 
encefalite) e exposição ao álcool no útero também são fatores que podem 
originar o TDAH (APA, 2023). Dessa forma, podemos entender que o TDAH tem 
a sua origem em fatores genéticos; em fatores epigenéticos (quando um fator 
ambiental, gera uma mudança nos genes); e em diferentes fatores ambientais, 
tais como: uso de álcool, drogas, agrotóxicos, ingestão de antidepressivos na 
gravidez. Estes fatores ambientais apresentam maior probabilidade de 
ocorrerem entre a terceira e a sexta semana de gestação. 
Estudos de neuroimagens estruturais mostram que indivíduos com TDAH 
apresentam um amadurecimento cerebral mais lento em comparação com os 
que não apresentam o transtorno, e este atraso, que equivale a 3 anos, é mais 
expressivo nas regiões pré-frontais (Rohde et al., 2019), impactando diretamente 
o funcionamento adequado do controle inibitório, do planejamento e da memória 
de trabalho (funções executivas), além de impactar na regulação emocional, no 
controle do tempo ao lidar com tarefas longas, na organização e sequência de 
metas para fins de alcançar os objetivos, no controle de impulsos e da atenção 
sustentada (BARKLEY, 2020). A compreensão do funcionamento cerebral de 
indivíduos TDAH oportuniza o entendimento que a alteração na captação de 
neurotransmissores implica em prejuízos funcionais na vida acadêmica, social e 
emocional, portanto em alguns casos será necessário o uso de fármacos para 
regular a produção dos neurotransmissores envolvidos. Entretanto, Hodgson, 
Hutchinson e Denson (2014), em estudo de meta-análise, descrevem a eficácia 
de 7 tratamentos não farmacológicos: terapia de neurofeedback, tratamento 
psicossocial multimodal, programas escolares, treinamento de memória de 
trabalho, treinamento de pais e auto monitoramento. 
O CÉREBRO DE UM INDIVÍDUO COM TDAH 
Schmitz et al. (2011) alerta que os estudos voltados à neurobiologia do TDAH 
apontam para disfunções em estruturas cerebrais, nas quais o Córtex Pré-Frontal 
(CPF) e o cingulado dorso anterior, juntamente às conexões com o corpo estriado 
(núcleo caudado e putame) e o cerebelo trazem inúmeras informações acerca da 
fisiopatologia envolvida neste transtorno. 
Picon (2014) ressalta que os estudos de Ressonância Magnética Funcional e de 
Ressonância Magnética Estrutural permitiram comparar cérebros de indivíduos 
típicos com os de TDAH, detectando quais regiões cerebrais são mais ou menos 
ativadas diante da realização de determinada atividade, evidenciando que algumas 
amostras de indivíduos TDAH apresentam redução de volume em regiões 
relacionadas ao córtex pré-frontal, considerado o lóbulo associativo (COSENZA e 
GUERRA, 2011; HERCULANO-HOUZEL, 2010), por conta de sua conectividade 
com as demais regiões corticais. Além disso, Picon (2014) e Rohde et al. (2019) 
ressaltam que em pesquisas com Ressonância Magnética Estrutural 
(CASTELLANOS et al., 2002; DURSTON et al., 2004) se verificou que a maturação 
da espessura cortical em indivíduos que faziam parte do grupo de controle ocorria 
aos 7.5 anos de idade, no entanto em indivíduos TDAH este pico só foi alcançado 
aos 10.5 anos de idade. Portanto, este atraso de 3 anos compromete 
significativamente os processos cognitivos, às Funções Executivas (FEs), que são 
processos relacionados à memória operacional, ao controle inibitório, à flexibilidade 
cognitiva, ao planejamento. Além das mudanças morfológicas, também foram 
detectadas alterações químicas, sobretudo, nas áreas dopaminérgicas e 
noradrenérgicas (redução na produção de importantes neurotransmissores 
responsáveis pela atenção, memória, quietação, ânimo e prazer); mudanças 
funcionais no cerebelo (alterações motoras) e no hipocampo (onde ocorre a 
consolidação e evocação da memória). (FARAONE, et al 2015; DE FREITAS DE 
SOUZA, et al., 2020). 
Os neurotransmissores desempenham papéis fundamentais, poisestão intimamente 
ligados a processos cognitivos e executivos, além de estimularem respostas motoras, 
sendo que a dopamina e noradrenalina exercem funções importantes na atenção e 
concentração, além de funções cognitivas como motivação, interesse e aprendizado 
de tarefas (ANDRADE, VASCONCELOS, 2018). Indivíduos TDAH apresentam um 
hipofuncionamento na produção de dopamina, noradrenalina e, bem como 
evidenciam estudos mais recentes, em outros neurotransmissores, tal como na 
serotonina (PICON, 2014; ROHDE, 2019). 
A acetilcolina, opioides e glutamato também apresentam alterações em indivíduos 
TDAH e levam a prejuízos relacionados às funções executivas, memória operacional, 
regulação emocional e processamento de recompensas (ANDRADE, 
VASCONCELOS, 2018). 
 
Neuroplasticidade, também conhecida como plasticidade neuronal ou 
plasticidade cerebral. 
Refere-se à capacidade do sistema nervoso central de adaptar-se e moldar-se a 
novas situações. O sistema nervoso central é uma estrutura que está em 
constante mudança, da qual a neuroplasticidade é uma propriedade integral, e a 
consequência de cada entrada sensorial, ato motor, associação, sinal de 
recompensa, plano de ação ou consciência. Assim, a neuroplasticidade não é 
um estado ocasional, mas sim o estado normal e contínuo do sistema nervoso 
central ao longo da vida. Dessa forma, o sistema nervoso central é um sistema 
dinâmico, com possibilidades imensuráveis de adaptação, relativas às funções 
exigidas, às novas demandas ambientais, ou até mesmo, às limitações 
funcionais impostas por patologias, esta característica única faz com que os 
circuitos neuronais, que são coleções de neurônios agrupados em sistemas 
anatomicamente separados, sejam maleáveis, sendo a base da formação da 
memória e da aprendizagem. A aprendizagem de novas competências é feita 
inicialmente através do reforço das conexões preexistentes, resultantes do 
sistema neural geneticamente controlado e diferente entre indivíduos, esse 
reforço é possível por meio influências ambientais, entrada aferente e demanda 
eferente. O comportamento é a manifestação do funcionamento coordenado de 
todo o sistema nervoso. Desde que a via de saída responsável por manifestar o 
comportamento seja preservada (mesmo que vias alternativas precisem ser 
desvendadas ou facilitadas), mudanças na atividade numa rede neural 
distribuída podem ser capazes de estabelecer novos padrões de ativação 
cerebral e sustentar a função. 
Tipos de neuroplasticidade: 
Plasticidade sináptica, Plasticidade hebbiana (que permite o controlo dinâmico 
da passagem de informação através da correlação coordenada entre neurônios). 
Plasticidade homeostática (que promove a estabilidade dos circuitos neuronais). 
Plasticidade de circuitos/redes neuronais; 
A plasticidade de circuitos pode ser considerada, então, como a mudança na 
atividade e nas relações entre neurônios sincronizados em um circuito e a 
interligação que é feita com outros neurocircuitos; dois exemplos muito comuns 
são a plasticidade ao nível do córtex cerebral e a neurogénese. 
Plasticidade do córtex cerebral adulto; 
O córtex cerebral tem capacidade plástica, a qual é importante em situação de 
lesão ao permitir que a perda de aferências específicas (e.g., amputação) são 
compensadas. No caso dessa perda não ultrapassar os limites anatômicos 
requeridos para que neurônios vizinhos tenham a capacidade de "se mudar" e 
projetar novas ramificações para campos adjacentes. De maneira que, acorrerá 
uma substituição dos campos receptores de uma maneira reversível, assim a 
zona do córtex das imediações irá assumir a função deste. 
Instrumentos de Avaliação Neuropsicopedagógica. 
Para realizar o diagnóstico clínico, o Neuropsicopedagogo utiliza diversos 
recursos. Esses recursos se constituem num importante instrumento de 
linguagem e revelam dados sobre a nossa vida, que muitas vezes são segredos 
para nós mesmos. Com base nesses dados é elaborado o plano de intervenção. 
Os instrumentos de avaliação podem incluir diferentes modalidades de 
atividades e testes padronizados, utilizados de acordo com a habilitação 
profissional e da composição da equipe multidisciplinar da clínica de educação. 
Em geral, realiza-se uma análise do material escolar; questionários; atividades 
matemáticas, como resolução de cálculos, problemas, exercícios de lógica; 
escrita livre e dirigida, visando avaliar a grafia (qualidade da letra ou caligrafia); 
ortografia e produção textual; leitura (decodificação e compreensão); desenhos; 
jogos de construção, jogos simbólicos e com regras; testes psicomotrizes; 
interações grupais e usa-se também testes de neurofeedbacks. O processo que 
avaliação inclui numerosas atividades entrelaçadas e interdependentes entre si. 
Vamos iniciar pela anamnese. A palavra anamnese tem origem grega e 
significa – ana= trazer novamente – mnesis= memória. É uma entrevista que o 
profissional da área da saúde ou educação vai realizar com o responsável pelo 
aluno, em seu primeiro encontro, tentando relembrar fatos ocorridos. 
Os objetivos da anamnese são os seguintes: 
 Saber qual a queixa dos pacientes para melhor direcionar o tratamento; 
Obter informações desde o período intrauterino para pesquisar possíveis causas 
da patologia atual; 
 Levantar a hipótese diagnóstica (HD); Providenciar os encaminhamentos 
necessários para avaliações de outros especialistas. profissional da área da 
saúde ou educação vai realizar com o responsável pelo aluno, em seu primeiro 
encontro, tentando relembrar fatos ocorridos. 
As famílias vêm em busca do atendimento neuropsicopedagógico a partir de uma 
queixa voltada ao rendimento acadêmico da criança/adolescente, sendo que a 
entrevista de anamnese é a etapa inicial e fundamental no processo de 
atendimento clínico neuropsicopedagógico. A avaliação neuropsicopedagógica 
tem se caracterizado por suas diversas possibilidades de levantamento, análise 
e interpretação de fenômenos relacionados ao funcionamento do sistema 
nervoso e a aprendizagem humana, os quais oportunizam ao 
neuropsicopedagogo respaldar-se para a tomada de decisões e delineamento 
de intervenções. A próxima etapa engloba uma sessão lúdica, diretamente ao 
paciente, como forma de estabelecer vínculos, identificar fatores funcionais e 
disfuncionais de modo ecológico (jogos, diálogo e demais tarefas), além de 
informar ao paciente o direcionamento dos próximos encontros. As próximas 3 
(três) ou 4 (quatro) sessões são pautadas em aplicações de testagens 
padronizadas, tarefas qualitativas e coleta de informações mediante aplicação 
de escalas junto a família ou escola. A realização destas etapas iniciais 
proporciona ao clínico realizar uma análise dos resultados, fazendo uso do 
raciocínio clínico para a elaboração dos resultados dos atendimentos através do 
RAN (Relatório de Avaliação Neuropsicopedagógico). Na entrega de devolutiva 
aos familiares, são explicitados os resultados obtidos e, em casos necessários, 
o paciente é encaminhado para avaliações com demais profissionais, bem como 
é proposta a família um plano de intervenção que poderá culminar em demais 
atendimentos com fins interventivos. 
a) sessão – Anamnese (esta pode ser elaborada de acordo com as 
características do trabalho de cada profissional e a queixa/contexto de cada 
atendimento); 
b) 3 a 4 sessões de 1h1/2 para avaliação. Pode ocorrer em até 3 vezes na 
semana, viabilizando a entrega rápida ao profissional de saúde solicitante ou 
escola, visando ao processo, se necessário, adequações pedagógicas; 
c) Uma sessão para devolutiva aos pais e responsáveis, sendo possível a 
entrega de laudo técnico para encaminhar aos profissionais de saúde para 
fechamento de diagnósticos embasados no trabalho em equipe multiprofissional; 
d) Contato com a escola para orientações acadêmicas, visando à melhoria da 
aprendizagem do aluno (SBNPp, 2017). Nesse sentido, é indispensávelque, 
durante o atendimento, você siga se um processo: 
1. Criar um diálogo aberto e franco com o seu paciente; 
2. Esteja disposto a ouvi-lo, deixe que o seu paciente conte tudo e não 
esconda nada! 
3. Interrompa-o o mínimo possível; 
4. Mostre se que está interessado não só na doença em si, isso é 
fundamental para um atendimento mais humano; 
5. Seja profissional, tenha controle emocional, dignidade e a confiabilidade 
do sigilo das informações compartilhadas 
 Etapas da anamnese? 
 
A anamnese é composta por alguns elementos indispensáveis, de acordo com 
o que se quer descobrir. Conheça alguns deles! 
 
1. Identificação do paciente: 
 
Identifique seu paciente a partir de informações triviais, como: nome, idade e a 
data de nascimento, o peso, altura etc. 
 
2. Queixa principal (QP): 
 
A Queixa Principal (QP) é o momento para perguntar ao paciente o motivo dele 
ter procurado ajuda, isso significa que o neuropsicopedagogo precisa extrair do 
paciente o motivo principal da sua presença no consultório. 
 
 Usa-se a pergunta mais clássica: “como posso te ajudar?” ou “o que você está 
sentindo?”, além de poder personalizá-las de acordo com as suas necessidades. 
Registre as queixas do paciente, com as mesmas palavras utilizadas por ele, ou 
seja, nada de termos técnicos. Analisar o encerramento, nos casos específicos 
de dificuldades de aprendizagem transitórias; 
 
Partindo desse princípio, e da relevância do tema: “A Importância da Avaliação 
Neuropsicopedagógica”, ainda sob a visão de Luckesi (1999), “a avaliação é uma 
ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir, 
e por isso é necessário que seja usada da melhor forma possível”. Avaliar, 
segundo o autor é um ato amoroso e afetivo, onde o sujeito aprendente é o centro 
do processo. Antes de conhecer sobre as práticas avaliativas, faz -se necessário 
compreender sobre a abordagem Neuropsicopedagógica e como ela se 
comunica com o meio escolar. A saber, o Código de Ética Técnico Profissional 
da Neuropsicopedagogia, traz no seu Artigo 10º. A Neuropsicopedagogia é uma 
ciência transdisciplinar, fundamentada nos conhecimentos da Neurociência 
aplicada à educação, com interfaces da Psicologia e Pedagogia que tem como 
objeto formal de estudo a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a 
aprendizagem humana numa perspectiva de reintegração pessoal, social e 
escolar. (SBNPP, 2018ª). O processo de aprendizagem é imprescindível em 
qualquer etapa da vida e o sistema nervoso atua nas diferentes formas que o 
sujeito aprende. A Neuropsicopedagogia estuda como esse processo acontece 
a partir da compreensão dos aspectos neuronais. É uma ciência transdisciplinar 
que prima pela integração pessoal, social e educacional humana. A avaliação 
Neuropsicopedagógica ocorre em colaboração com o aluno, a família, a escola 
e outros profissionais que façam parte do acompanhamento do indivíduo. 
Segundo Coll; Marchesi; Palacios (2007), a avaliação irá fornecer informações 
importantes em relação às necessidades do indivíduo, bem como de seu 
contexto escolar, familiar e social, e ainda irá justificar se há ou não necessidade 
de introduzir mudanças na oferta educacional. Num primeiro contato na consulta 
inicial, a queixa vinda da família deve ser observada cuidadosamente, pois o 
motivo da procura de um especialista, muitas vezes não descreve apenas o 
“sintoma”, mas também dá pistas que indicam o caminho para o início de uma 
investigação. “A versão que os pais transmitem sobre a problemática e 
principalmente a forma de descrever o sintoma, dão-nos importantes chaves 
para nos aproximarmos do significado que a dificuldade de aprender tem na 
família” (FERNÁNDEZ, 1991, p. 144). Essa parceria é deveras importante para 
que haja uma melhor aproximação da realidade de quem se avalia. Tais 
aspectos estão intrinsecamente relacionados a uma boa coleta de dados 
referente à natureza da dificuldade apresentada pela família e uma sondagem e 
análise de informações acerca das características das partes já citadas (escolar, 
familiar e social). A avaliação não se reduz a uma atuação pontual e esporádica. 
Trata-se de uma continuidade de atuações inter-relacionadas, destinadas a 
pesquisar e compreender a dinâmica de ensinar a aprender. 
 
 
 
 
 Fonte: elaborado pelas autoras com base em SBNPP (2017). 
artigo 66º ressalta que “[…] a escolha dos instrumentos ficará restrita àqueles 
abertos à Neuropsicopedagogia e validados na população brasileira, tendo 
seus resultados embasados cientificamente, pedagogicamente e clinicamente”. 
A nota técnica 02/2017 sugere como etapas do atendimento clínico avaliativo. 
 
 
 
Intervenções neuropsicopedagógicas 
 
As intervenções também podem ser uma fala/comentário ou um diálogo 
compreensivo, um assinalamento ⎯ quando o agente da interferência aponta um 
comportamento específico ou geral ⎯ ou uma interpretação ao identificar as possíveis 
causas para determinada ideia, comportamento ou emoções, mas sempre com a 
finalidade de revelar os padrões de relacionamento do sujeito com o mundo, consigo 
mesmo, com o conhecimento e a aprendizagem. O Neuropsicopedagogo trabalha 
no cerne cognitivo: A Intervenção neuropsicopedagógica, visa a solução dos 
problemas de aprendizagem; no desejo e na "vontade de aprender" melhorando e 
ampliando habilidades e talentos latentes. 
O atendimento e a avaliação objetivam identificar as dificuldades que estão 
prejudicando o aprendizado fluido, sem entraves, oferecendo ferramentas de auto 
superação cognitiva, intelectual e emocional, contribuindo com a crescente 
autoconfiança e motivação para o aprendizado. Sendo assim, o Neuropedagogo 
intermedia, ajuda, auxilia no despertamento da motivação da criança ou adolescente 
para o estudo, através de estímulos e metodologias apropriados e personalizados 
para cada indivíduo, respeitando seus modos e canais de aprendizagem e 
colaborando com a crescente autonomia cognitiva do neuroaprendiz. O exercício do 
pensar, refletir, atentar, memorizar, associar ideias, despertar a curiosidade, a 
criatividade e a inventividade, são focos permanentes do trabalho de um 
Neuropsicopedagogo. A Neuropsicopedagogia no campo clínico emprega como 
recurso principal à realização de entrevistas operativas dedicadas a expressão e a 
progressiva resolução da problemática individual e/ou grupal daqueles que a 
consultam. Neste segmento também destacamos sua atuação profissional em 
hospitais e clínicas. 
 Para Sánchez (2004) existem vários tipos de intervenção: direta, quando planejada 
e específica; indireta, quando se aborda apenas um aspecto da não - aprendizagem 
para se atingir um ou mais aspectos; especializada, como no casos dos distúrbios de 
aprendizagem ou de dificuldades de aprendizagem generalizadas; formal, quando 
realizada em consultório ou informal, quando feita em uma conversa; intencional, em 
um processo de intervenção propriamente dito, quando se está diagnosticando; 
global, quando há um aspecto geral de funcionamento do aprendente a ser 
trabalhado como a atenção ou específica, como no caso de problemas de 
matemática; sistêmica, quando envolvem a escola ou parcial, quando se relacionam 
a uma disciplina do currículo. Em outras palavras, o neuropsicopedagogo deve 
sempre atuar dentro da especificidade de sua área, como afirma a Sociedade 
Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPP, 2016, p. 13), quando afirma que “o 
neuropsicopedagogo precisa ter cautela para não adentrar no espaço de atuação de 
outros profissionais. Isso pode ocorrer com maior facilidade no contexto clínico”. 
Quanto às intervenções do neuropsicopedagogo clínico, vale destacar que a sua 
avaliação deve ter por objetivo principal identificar no aprendente o seu 
desenvolvimento e a aprendizagem em relação a atenção e as funções executivas 
de expressão do comportamento, o aspecto da linguagem, a compreensão leitora,a 
memória dos processos de ensino e aprendizagem, a motivação intrínseca e 
extrínseca, as próprias estratégias de aprendizagem, o seu desenvolvimento 
neuromotor, as habilidades matemáticas, assim como as habilidades sociais de 
interação interpessoais. 
Diagnóstico Neuropsicopedagógico. 
É a investigação do processo de aprendizagem do indivíduo: seu modo de 
aprender, áreas de competência e limitações, habilidades. Tem como objetivo 
entender as origens das dificuldades e/ou distúrbio de aprendizagem 
apresentado. O Neuropsicopedagogo não busca um diagnóstico isolado. Ao 
contrário disso, complementa suas impressões e achados junto a outros 
profissionais, como o Neurologista, Psicólogo, Fonoaudiólogo, nutricionista; 
visando aprofundar tal investigação. 
Acompanhamento Neuropsicopedagógico 
O trabalho de acompanhamento Neuropsicopedagógico desencadeará novas 
necessidades, de modo a provocar o desejo de aprender e não somente uma 
"melhora no rendimento escolar". O foco do Neuropsicopedagogo não é o 
"aluno" como outrora comentou-se, mas sim o "indivíduo" o ser aprendente, em 
qualquer das dimensões em que ele se manifeste. Durante o acompanhamento 
são estabelecidos contatos periódicos ou um cronograma com o neuroaprendiz; 
os pais e a equipe escolar (coordenador e professores) com a finalidade de obter 
um melhor feedback dos avanços, melhoras e conquistas do neuroaprendiz, até 
que o Neuropsicopedagogo conclua que seu paciente reassumiu sua autonomia 
cognitiva, para conduzir seu caminho de conhecimentos. 
Devolutiva Familiar: 
A devolução familiar deve ser marcada por uma conversa tranquila e franca entre 
a pesquisadora e a mãe do paciente, onde foram explicados os métodos 
utilizados para análise do paciente e em seguida foram expostas as 
considerações a que se conseguiu obter durante o período em que se 
procederam as intervenções neuropsicopedagógicas. No momento serão 
apresentados os registros realizados pelo paciente no decorrer das 
intervenções. Receber relatos do responsável do paciente ao participar das 
intervenções e observar o avanço no seu entendimento em relação às 
brincadeiras e estímulos realizados em casa. 
 ATUAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA E A APRENDIZAGEM 
ESCOLAR: 
O trabalho do neuropsicopedagogo no espaço escolar torna-se cada vez mais 
relevante haja vista que sua formação está amparada nos conceitos da 
neurociência, o que assegura embasamento teórico diferenciado para lidar com 
as questões que envolvem o funcionamento das estruturas cerebrais, o que 
configura-se indispensável para o emprego de estratégias que corroborem para 
o desenvolvimento da criança nos aspectos relacionados à aprendizagem. De 
acordo com Russo (2015, p.15-16), as normativas da Sociedade Brasileira de 
Neuropsicopedagogia, no artigo 29, estabelece que referente ao 
neuropsicopedagogo institucional, “fica delimitada sua atuação com 
atendimentos neuropsicopedagógicos exclusivamente em ambientes escolares 
e/ou instituições de atendimento coletivo”. Cabendo a este profissional a 
“observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões 
relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, 
cognitivas e comportamentais”. 
Ademais, as “neurociências possibilitam uma abordagem mais científica do 
processo ensino-aprendizagem, fundamentada na compreensão de processos 
cognitivos” (RUSSO, 2015, p. 19). Entre eles o raciocínio, a capacidade de tomar 
decisões, de comandar o corpo, e tantos outros em que se faz necessário 
formação específica para o entendimento de questões tão complexas 
relacionadas ao desempenho cognitivo e acadêmico das crianças. Ao conhecer 
as funções neurofuncionais de alunos com determinadas limitações, o 
neuropsicopedagogo torna-se primordial para o processo educacional ao 
empregar como recurso principal, entrevistas dedicadas a expressão e 
comportamentos em busca do diagnóstico educacional. Assim, será capaz de 
desenvolver um trabalho pertinente, proporcionando assim, um processo eficaz 
na aprendizagem dos alunos da Educação Básica. 
As atribuições do neuropsicopedagogo, em conhecer os distúrbios das 
aprendizagens e posteriormente os processos da aprendizagem humana, tem a 
função de identificar, diagnosticar e encaminhar a outros especialistas por meio 
de pareceres e laudos. Distúrbios esses, que podem estar relacionados a leitura, 
a escrita, a matemática, a situação problemas, a déficit visuais, motora, 
transtornos emocionais ou desenvolvimento intelectual. Com essas observações 
especificas pode-se endossar os recursos mediante a outros laudos de 
profissionais de saúde, a partir do quadro de sintomas existentes do aluno, e 
assim, trilhar o caminho para a solução do problema de aprendizagem dos 
mesmos. 
Conclusão: 
De acordo com a fundamentação teórica e a pesquisa bibliográfica realizada 
concluir-se que o neuropsicopedagogo, é um profissional que busca 
conhecimentos acerca dos transtornos, síndromes, patologias e distúrbios 
incluindo o TDAH. Esse profissional tem condições de identificar quais 
competências e habilidades que o TDAH possui e propor um auxílio da 
neuropsicopedagogia, que será acompanhada por familiares, professores, 
equipe pedagógica e demais que se fazem presentes na vida destes indivíduos. 
Quando um portador de TDAH cria uma rotina e desenvolvem hábitos os 
sintomas serão menores. Neuropsicopedagogia, neurociência e as capacidades 
da plasticidade cerebral são temas atuais que se relacionam com as pesquisas 
educacionais, uma vez que os estudos destas temáticas contribuem nas 
diversas áreas das ciências da educação. Processos de ensino e aprendizagem 
devem ser pesquisados e discutidos, pois os alunos são singulares entre si e seu 
tempo de desenvolvimento deve ser respeitado. 
No que tange a estimulação precoce, intervenções e discussões são válidas 
dentro do campo da educação especial a fim de promover e potencializar o 
desenvolvimento psicomotor e cognitivo das crianças. Por fim, abordagens de 
pesquisas correlacionando essas temáticas seriam de grande valia para o 
cenário científico acadêmico e trariam suporte aos profissionais no manejo com 
os alunos. Nessa perspectiva, a educação tem sofrido influências apontando 
caminhos cada vez mais atentos para os meios e recursos didáticos pedagógicos 
em que seja revisto o papel de todos os professionais envolvidos neste processo 
entre eles, o neuropsicopedagogo em seu trabalho de observação, identificação 
e análise para intervenção na aprendizagem, assim como também nos 
conteúdos formais do ensino e na organização curricular da escola. 
 
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