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Júlia Figueirêdo – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS CARACTERÍSTICAS DOS STREPTOCOCCUS : Os Streptococcus são bactérias Gram- positivas organizadas em pares ou cadeias, que se agrupam em pequenas colônias imóveis. Fisiologicamente, esses cocos são encontrados na mucosa das vias aéreas superiores, do trato gastrintestinal e do sistema urogenital inferior. Morfologia dos cocos, destacando o crescimento em fita dos Streptococcus No que se refere à fisiologia dessas bactérias, ressaltam-se algumas características importantes, como: São catalase negativos (necessário para o diagnóstico diferencial para Staphylococcus); Promovem hemólise, cujo padrão permite especificar o tipo de bactéria: o Cocos alfa-hemolíticos (S. pneumoniae): causam degradação parcial, criando uma zona de coloração esverdeada na placa de incubação; o Cocos beta-hemolíticos (S. pyogenes e S. agalactiae): desempenham hemólise total, com zonas de transparência na placa. o Cocos gama-hemolíticos (Enterococcus): não desempenham hemólise. Formação de áreas de transparência em esfregaços bacterianos (A: beta-hemolítica / B: alfa-hemolítica / C: gama-hemolítica) Apresentam comportamento anaeróbio facultativo. Dentro do grupo dos beta-hemolíticos, as bactérias ainda podem ser segmentadas pela classificação de Lancefield, formando 20 grupos sorológicos (A-V), conforme a presença de determinados fatores de virulência, a saber: Hialuronidase: promove a destruição do ácido hialurônico, fundamental à coesão do tecido conjuntivo; Estreptoquinases: realizam a hidrólise de coágulos de fibrina, o que promove a liberação bacteriana na corrente sanguínea; Júlia Figueirêdo – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS Estreoptolisina O: causa a lise de leucócitos e plaquetas de forma anaeróbia; Estreptolisina S: promove a lise celular em aerobiose (é estável na presença de O2); Proteína M: tem potencial imunogênico, porém é associada a reações cruzadas (anticorpos atacam estruturas do hospedeiro); DNAse: provoca a destruição do material genético tecidual, favorecendo a colonização bacteriana. Características de bactérias do grupo dos cocos, destacando o grupo de Lancefield daquelas beta- hemolíticas Dentre as principais patologias humanas causadas por Streptococcus, destacam-se: Glomerulonefrite; Faringoamigdalite (com potencial de evolução para endocardite infecciosa); Pneumonia pneumocócica; Erisipela; Febre reumática; Escarlatina. Os estreptococos do grupo A também podem causar síndrome do choque tóxico, quadro de sintomas graves e subitamente progressivos, em resposta à ação “superantigênica” da proteína M. Esse agregado irá interagir com leucócitos, induzindo sua degranulação, que é capaz de gerar dano ao endotélio vascular. Mecanismo de lesão promotora da síndrome do choque tóxico Após a suspeita clínica de infecção bacteriana, diversos testes podem ser empregados para o diagnóstico específico do agente etiológico, a saber: Prova da catalase: determina a presença dessa enzima, que degrada o peróxido de hidrogênio, formando bolhas. É usada para diferenciar estreptococos (negativo) de estafilococos (positivo); Comparação entre placas com organismos produtores (esq.) de catalase ou não (dir.) Prova de sensibilidade à bacitracina (antibiótico): diferencia o S. agalactiae (resistente) do S. pyogenes e outras cepas dos grupos alfa e beta-hemolíticos (sensíveis); Júlia Figueirêdo – DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS Formação de halo de inibição (S) em placa semeada com S. pyogenes e bacitracina (disco escuro) Prova de CAMP: usado para identificar cepas de S. agalactiae (beta- hemolíticas), que produzem o fator CAMP, cuja ação é sinérgica às toxinas produzidas pelo S. aureus. A prova é positiva quando há formação de uma flecha convergente para a semeadura do S. aureus. Resultado positivo em prova de CAMP Prova da bile-escurina: determina a capacidade de hidrolisar a esculina na presença de bile, diferenciando Enterococcus spp. dos demais estreptococos; A presença de cor escura é uma prova positiva da presença de Enterococcus spp. Prova da optoquina: é empregada na identificação do S. pneumoniae, bactéria alfa-hemolítica que é sensível a esse tipo de antibiótico, Respostas dos principais tipos de estreptococos às provas diagnósticas Fluxograma para o diagnóstico microbiológico de infecções bacterianas O tratamento das doenças causadas por esses microrganismos é mediado por múltiplos antibióticos, a saber: Penicilina G; Ampicilina (principalmente intraparto); Sulfametoxazol-Trimetoprima; Fluoroquinololnas; Gentamicina.
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