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Infectologia Joëlle Moreira ISTs Aula professor Diego Guedes CORRIMENTOS URETRAIS: · Característica · Purulenta: Neisseria gonorrhoeae (uretrite gonocócica) · Mucóide: Chlamydia trachomatis e Mycoplasma genitalium (uretrite não-gonocócica) · Dor uretral (independentemente da micção), disúria e estrangúria (micção lenta e dolorosa). · Diagnóstico clínico · Bacterioscopia: Gram (diplococos Gram - = gonorreia) Tratamento: · Se não houver identificação do agente, lançar mão de ceftriaxona 500 mg IM (DU) + azitromicina 500 mg, 2 cp, VO (DU) - medicações que cobrem os 3 agentes etiológicos possíveis · A ceftriaxona é reservada para suspeitas de uretrite gonocócica - preocupação com resistência bacteriana (lembrar que na meningite bacteriana, também tratamos com ceftriaxona) · Em caso de uretrite por tricomonas, devemos tratar o parceiro sexual. Tratamos com metronidazol, 500 mg, 2cp/dia por 7 dias (VO). CORRIMENTOS VAGINAIS: CANDIDÍASE · Fungo: Candida spp. · Prurido vaginal, ardência, sem odor, de aspecto grumoso com placas aderidas à parede vaginal, de cor branca, dispareunia e disúria externa. · Eritema e fissuras vulvares, edema vulvar, escoriações e lesões satélites, por vezes, pustulosas pelo ato de coçar. · Citologia a fresco: soro fisiológico + hidróxido de potássio a 10% = hifas e /ou esporos dos fungos. · pH normal vaginal (<4,5) · Sempre preferir medicações tópicas! · Miconazol 2%, intravaginal, a noite, por 7 dias · Não precisa tratar parceiros sexuais assintomáticos. VAGINOSE BACTERIANA · Bactéria: bacilos e cocos Gram-negativos anaeróbicos · O mais frequente corrimento em mulheres em idade reprodutiva · pH vaginal aumentado ⤍ > 4,5 (sem lactobacilos) · Odor desagradável, principalmente após coito e menstruação (aumento do pH) Se a microscopia estiver disponível, o diagnóstico é realizado na presença de pelo menos três critérios de Amsel: · Corrimento vaginal homogêneo; · pH >4,5; · Presença de clue cells no exame de lâmina a fresco; · Teste de Whiff positivo (odor fétido das aminas com adição de hidróxido de potássio a 10%). TRICOMONÍASE · Protozoário: Trichomonas vaginalis · Corrimento intenso, amarelo-esverdeado, por vezes acinzentado, bolhoso e espumoso, odor fétido (peixe estragado) · Exame especular: microulcerações no colo uterino ⤍ aspecto de morango ou framboesa (teste de Schiller “onçoide” ou “tigroide”) · pH > 5 Observações: › Durante o tratamento com metronidazol, deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, devido à interação de derivados imidazólicos com álcool, caracterizado por mal-estar, náuseas, tonturas e “gosto metálico na boca”). › Durante o tratamento, devem-se suspender as relações sexuais. › Manter o tratamento durante a menstruação. CERVICITES · Corrimento vaginal, sangramento intermenstrual ou pós-coito, dispareunia, disúria, polaciúria e dor pélvica crônica · Exame físico: dor à mobilização do colo uterino, material mucopurulento no orifício externo do colo, edema cervical e sangramento ao toque da espátula ou swab COM ULCERAÇÃO: HERPES GENITAL · Lesões eritemato-papulosas de 1-3 milímetros de diâmetro, que evoluem para vesículas sobre base eritematosa, muito dolorosas e de localização variável na região genital. SÍFILIS A sífilis secundária é muito caracterizada pela presença de rash pruriginoso em palmas e plantas. Neurossífilis: · Cefaleia · Pode ocorrer algum grau de alteração de comportamento · LCR · Aumento da celularidade (pleocitose) · Aumento das proteínas · VDRL nem sempre reagente Testagem: · Testes treponêmicos: ficam reagentes por muitos anos · Teste não treponêmico: VDRL quantitativo - avaliar a titulação, podendo também ter um acompanhamento da eficácia do tratamento (deve cair pelo menos 4x) · É considerado positivo quando possui título a partir de 1/16 Testes negativos: · Ausência de infecção ou janela imunológica · Se suspeita, nova testagem em 30 dias HTLV: · Retrovirus · Transmissão sexual, leite materno, congênita · Manifestações em menos de 90% dos infectados, e a longo prazo. · Leucemia de células T no adulto · Paraparesia espástica tropical · Afeta < 5% · Desmielinização motora periférica espinhal: alteração da marcha, incontinência urinária, impotência · Tto: zidovudina (AZT) · Solicitar sorologia para HTLV, se: · HIV+, ISTs, gestação · Recife com alta prevalência
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