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corrida de rua

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Cuiabá 
2018 
WILHAN GUIMARÃES SENA 
 
 
 
 
 
 
CORRIDA DE RUA: RISCOS E BENEFÍCIOS 
 
 
 
 
Cuiabá 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CORRIDA DE RUA: RISCOS E BENEFÍCIOS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à UNIC-Universidade de Cuiabá, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Educação Física-Bacharel 
Orientador: Camila Santos 
 
 
 
WILHAN GUIMARÃES SENA 
 
 
 
 
 
 
 
WILHAN GUIMARÃES SENA 
 
CORRIDA DE RUA: RISCOS E BENEFÍCIOS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à UNIC-Universidade de Cuiabá, como 
requisito parcial para a obtenção do título de 
graduado em Educação Física-Bacharel. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Cuiabá, 15 de Junho de 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Cleidiana Santana 
de Oliveira pela dedicação e parceria, e 
não mediu esforços para que eu 
chegasse nessa etapa da minha vida. 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido o dom da vida e força 
para superar as dificuldades. 
Agradeço aos professores Rosemar e Claudinei, pois sempre tiveram 
disposição para esclarecer minhas duvidas, orientar e dar dicas. 
Agradeço em especial minha amiga Cleidiana Santana de Oliveira por ajudar a 
fazer este trabalho, debatendo comigo assuntos relacionados com o meu tema, 
levantando perguntas e sempre lendo meu trabalho e fazendo criticas construtivas 
que contribuíram para meu aprendizado. 
Todas essas pessoas me forneceram as ferramentas que fizeram eu concluir 
essa etapa muito importante da minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SENA, Wilhan Guimarães. Corrida de Rua: Riscos e Benefícos: 2018. Número 
total de folhas: 28. Trabalho de Conclusão de Curso (Educação Física Bacharel) – 
Unic, Cuiabá, 2018. 
 
RESUMO 
 
Esse trabalho tem como objetivo analisar a corrida de rua como um fenômeno 
popular, e que tem alcançado muitos adeptos nas mais diversas faixas etárias e 
classes econômicas. Diante dessa explosão de adeptos levantou-se a necessidade 
de investigar os riscos associados à prática da corrida de rua, identificando as lesões 
mais comuns, que acometem seus praticantes considerando seus inúmeros 
benefícios quando há um programa de treinamento adequado e as razões que 
levam esses indivíduos a se manterem motivados a alcançar novos desafios e 
aumentar a distancia percorrida diminuindo o tempo para cumprir determinado 
percurso. Este estudo abordou diferentes opiniões em relação à história da corrida 
por se tratar de uma das atividades físicas mais antigas e populares sendo praticada 
por civilizações no mundo todo, passando por muitas transformações até os dias de 
hoje para que se desenvolvessem os métodos de treinamentos. Hoje em dia todos 
os aspectos que estão relacionados com a corrida de rua têm sido colocados como 
um objeto de estudo, pois é muito mais do que um esporte, em determinados 
contextos de cada sociedade é uma herança cultural, sendo muitas as razões que 
levam as pessoas a entrarem para grupos de corrida de rua, sendo essas diferentes 
para mulheres e homens conforme elencado nessa pesquisa. Além disso, com o 
crescimento da popularidade da corrida, aumentou expressivamente os riscos de 
lesões, sendo os membros inferiores são os mais afetados. Trata-se de uma 
pesquisa bibliográfica onde as fontes utilizadas foram livros, artigos, documentos 
monográficos e revistas cientificas. Através do presente estudo concluiu-se que a 
corrida de rua tem o propósito de oferecer uma vida mais saudável aos seus 
praticantes, beneficiando o corpo e a mente no mais pleno sentido, razão que 
explica o seu fenômeno. Quanto aos seus impactos e riscos percebeu-se que esta 
mais relacionada com conscientização do limite corporal, acompanhamento 
profissional e planejamento do treinamento adequado, que por fim resultara no 
sucesso da pratica. 
 
Palavras-chave: Corrida de rua; Motivação; benefícios; lesões; 
 
SENA, Wilhan Guimarães. Street race: Risks and Benefíts: 2018. Número total de 
folhas: 28. Trabalho de Conclusão de Curso (Educação Física Bacharel) – Unic, 
Cuiabá, 2018. 
 
ABSTRACT 
This article have to analyze the street race as a popular phenomenon, and that has 
reached many adherents in the most diverse age groups and economic classes. In 
the face of this explosion of adepts, the need to investigate the risks associated with 
the practice of street racing has been identified, identifying the most common injuries 
that affect their practitioners considering their many benefits when there is an 
adequate training program and the reasons that lead these individuals to remain 
motivated to reach new challenges and increase the distance traveled by reducing 
the time to fulfill a certain route. This study deals with different opinions regarding the 
history of the race because it is one of the oldest and most popular physical activity 
being practiced by civilizations worldwide, going through many transformations to the 
present day to develop the methods of training. Nowadays all the aspects that are 
related to the street race have been placed as an object of study, because it is much 
more than a sport, in certain contexts of each society is a cultural heritage, being 
many reasons that take the to street race groups, which are different for women and 
men as listed in this survey. In addition, as the race's popularity grew, it significantly 
increased the risk of injury, with lower limbs being most affected. It is a investigation 
bibliographical research where the sources used were books, articles, monographic 
documents and scientific journals. Through the present study it was concluded that 
the street race is intended to offer a healthier life to its practitioners, benefiting the 
body and mind in the fullest sense, which explains its phenomenon. Regarding its 
impacts and risks, it was noticed that this is more related to awareness of the 
corporal limit, professional accompaniment and adequate training planning, which in 
the end resulted in the success of the practice. 
 
Key-words: Street race; Motivation; benefits; injuries; 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
GRÁFICO 1. Ordem de criação das Maratonas...................................................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10 
2.BENEFICIOS DA CORRIDA DE RUA AOS PRATICANTES..................................12 
2.1 HISTÓRIA DA CORRIDA DE RUA...............................................................................................................12 
3. BENEFÍCIOS FISIOLÓGICOS ASSOCIADOS A CORRIDA DE RUA ........................16 
 3.1 GRUPOS ESPECIAIS..................................................................................................................................16 
4. CORRIDA DE RUA: RISCOS E FATORES MOTIVACIONAIS ....................................... 19 
 
 4.1 CORRIDA DE RUA: OS PRINCIPAIS RISCOS.......................................................................................... 19 
 
 4.2 CORRIDA DE RUA: FATORES MOTIVACIONAIS......................................................................................22 
 
5.REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................... 26 
 
 
10 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 Correr é uma das atividades mais primitivas do ser humano, tal ato é como 
um vínculoque nos mantém conectados com nossos ancestrais mais distantes, 
diante dessa herança histórica atualmente vivenciamos uma explosão de adeptos 
dessa atividade que se tornou a modalidade esportiva mais popular da sociedade 
moderna. 
 A corrida de rua teve início a partir dos anos de 1970 nos Estados Unidos e 
já no Brasil consolidou-se como um fenômeno popular no início desse século, em 
termos simples tal fenômeno explica por se tratar de um esporte que abrange uma 
diversidade de público que vão em busca de algo além do que uma vida saudável 
buscam a superação de desafios e a exploração de seus próprios limites. 
 Pensando nisso, eventos, patrocinadores, consultorias e assessórias 
esportivas movimentam um mercado em constante crescimento e bastante 
promissor, para um público alvo sedento por adrenalina, visto que, conforme 
relatados por estudos científicos a corrida proporciona a seus praticantes um imenso 
prazer, devido à alta liberação de endorfina, hormônio responsável pela sensação de 
bem-estar. 
 Sendo assim, já é evidente que a corrida de rua traz uma série de benefícios 
físicos, psíquicos e emocionais, porém, esse aumento considerável de corredores 
tem despertado o interesse científico da literatura atual, que buscam entender: Quais 
são os fatores de riscos que estão expostos os praticantes de corrida de rua, e que 
benefícios resultam na vida dos que aderem a essa pratica? Tendo em vista, que 
boa parte dos praticantes são amadores e recreacionais, que desconhecem os 
processos fisiológicos, biomecânicos provenientes desse exercício, como exemplo: 
os tipos de pisada, métodos e frequência de treinamento, como prevenir lesões, 
entre outras patologias que podem ser agravadas por falta de conhecimento do 
mesmo. 
 Portanto, partindo desse cenário o presente estudo tem como objetivo 
compreender as motivações que movem indivíduos de todas as idades a prática da 
corrida de rua, assim como alertar os riscos resultantes de uma prática inadequada, 
11 
 
visando desta forma o melhor desempenho em benefícios dos atletas praticantes 
dessa modalidade esportiva. 
 Essa pesquisa abordará sobre os benefícios e/ou riscos da corrida de rua e 
cujo seu objetivo geral é apontar os fatores de riscos que estão expostos os atletas 
de rua, e quais as vantagens que corrida proporciona para seus praticantes, tanto no 
âmbito social, físico, motor e psicológico. 
 Este trabalho visa reunir as informações e dados que servirão de base para 
construção da investigação proposta a partir do tema apresentado. Sendo uma 
pesquisa bibliográfica, além de traçar um histórico sobre o objetivo de estudo, a 
pesquisa também identificará contradições e respostas anteriormente encontradas 
sobre a problematização. 
 As fontes utilizadas serão: livros, artigos, documentos monográficos e 
revistas. O material será lido, analisado e interpretado. Durante o processo da 
pesquisa bibliográfica, será feito anotações e fichamentos sobre os conteúdos que 
foram mais importantes, e que eventualmente serão usados como fundamentação 
teórica do trabalho. 
 A abordagem será qualitativa por ser um método de investigação cientifico 
que se foca no caráter subjetivo do objeto analisado, estudando as suas 
particularidades e experiências dos autores referenciados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
2. BENEFÍCIOS DA CORRIDA DE RUA AOS PRATICANTES 
 
2.1 A História das Corridas de Rua 
 
 O movimento é um dos primeiros campos funcionais a se desenvolver no 
corpo humano, e à medida que crescemos e adquirimos a maturação e habilidades 
locomotoras já não queremos apenas andar, mais também a correr. 
 Oliveira (2010) aponta em sua obra, que existem de fato referências que 
sugerem a presença da corrida em antigas civilizações, há exemplo disso observam-
se diversos relatos bíblicos relacionados com corredores que percorriam longas 
distâncias para explorar e reconhecer os possíveis locais de moradia para suas 
tribos, bem como comunicar com reis ou grupos de maior poder aquisitivo, 
simplesmente acompanhando o trajeto de pessoas e veículos de tração animal. 
 Em outros escritos bíblicos, Oliveira (2010) observa que os escritores 
comparam a corrida como uma competição, onde os cristãos que buscam o paraíso, 
a vida eterna, ou fazer a “vontade de Deus” devem ter qualidades semelhantes aos 
de atletas, como exemplo: ter objetivos definidos e perseverança, tudo em prol de 
alcançar o prêmio destinado aos vencedores. 
 Há também na história outros fatos relevantes sobre a origem da prática da 
corrida. Segundo Mandell (1984) apud Dalari (2009 p.23): 
Os primeiros corredores seriam os “Footmen”, empregados que, no século 
XVI, iam a pé, na frente e ao lado das carruagens, para conduzir os cavalos 
de modo a evitar grandes buracos e troncos caídos e para segurá-las em 
caso de oscilações perigosas e que perderam suas funções com as 
melhorias nas estradas. 
 Em contrapartida com as ideias citadas acima, Noakes (1991) apud Dalari 
(2009 p.23) em sua obra afirma: 
As corridas pedestres modernas têm origem nos mensageiros, gregos e 
romanos inicialmente, depois na Grã-Bretanha, por volta do ano 1000 e no 
restante da Europa e na Turquia a partir do século XV. No final do século 
XVIII, com a melhora das condições das estradas as notícias deixaram de 
ser transportadas a pé e os mensageiros se tornaram corredores. 
13 
 
 
 A origem das maratonas está relacionada com a famosa história ocorrida no 
ano de 490 A.C, onde o grego Fidípides, recebeu a missão de comunicar os 
Atenienses de que os gregos teriam vencidos a batalha de Maratona contra os 
Persas. Porém, ao chegar ao seu destino, após ter percorrido os 42 quilômetros, o 
mesmo deu a notícia, caiu ao chão e morreu. Diante deste fato histórico, surgiu a 
corrida de fundo, com a distância de 42,193. (Maratona) já na primeira edição dos 
jogos Olímpicos da era moderna, em 1896 (MATTHIESEN, 2007). 
 Segundo Machado (2011), as corridas de rua surgiram no século XVIII na 
Inglaterra, e foi mais bem difundida no século XIX em virtude da primeira maratona 
olímpica, pelo médico norte-americano Kenneth H. Cooper, criador do método de 
Cooper, o mesmo foi o responsável por popularizar a corrida de rua de forma 
surpreendente por todo mundo. 
 De acordo com a federação internacional das associações de atletismo 
(IAAF) as corridas de rua são definidas por provas de pedestrianismo, com disputas 
em circuitos que podem ser realizados em ruas, avenidas e estradas, com distâncias 
entre 5 km, 10 km, 15 km, 20 km, meia maratona (21.095 metros) e maratona 
(42.148 metros). 
 Interessante notar que atualmente há um aumento expressivo da prática de 
corrida de rua na sociedade moderna. No Brasil, a prática de pedestrianismo tomou 
grandes proporções na década de 1990, e vem aumentando significativamente nos 
últimos anos como modalidade esportiva, e vem conquistando cada vez mais 
adeptos de todas as idades e classes sociais, por se tratar de um esporte de baixo 
custo e de fácil acesso (MACHADO,2011) 
 A prova de corrida de rua de maior importância no Brasil segundo Rojo 
(2014), teve sua primeira edição em 31 de dezembro de 1925 na cidade de São 
Paulo. Devido ao seu grande sucesso, com aumento significativo de corredores a 
mesma a partir de 1945 passou a aceitar corredores sul americanos e em 1947 
atletas do mundo todo, tornando assim mundialmente conhecida como a corrida 
internacional de São Silvestre (DALLARI,2009). 
 Logo abaixo veremos quando se deu o início das maiores maratonas ao 
redor do mundo respectivamente. 
Tabela 1. Ordem de criação das Maratonas: 
14 
 
1981 Maratona de Londres
 Maratona de Boston
1974 Maratona deBerlim
1976 Maratona de Paris
1977 Maratona de Chicago
1947 Maratona de Fukuosa
1970 Maratona de New York
1972 Stramilano
ProvaAno
1897
1924 Maratona de Kosice
1925 Corrida de São Silvestre
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:Elaborado a partir de dados da AIMS- Association of International Marathons 
and Road e Luzenfichter (2003). 
 
 No entanto, foi somente no final da década de 1970 que a corrida de São 
Silvestre sofreu maiores transformações, pois antes a participação era restrita, para 
se inscrever era necessário pré-requisitos como ser classificado em uma prova 
seletiva ou ser representante de um dos estados brasileiros, somente atletas de 
outros países não necessitavam de passar por essas restrições (DALARRI,2009). 
 Nota-se que após essas transformações houve uma expansão e solidificação 
das provas e de participantes de corrida de rua, desde então a atividade continuou 
crescendo, sendo considerado por muitos autores um verdadeiro fenômeno cultural. 
É importante notar outras mudanças no cenário das corridas de rua relacionado ao 
perfil dos corredores: 
A transição de perfil do participante das corridas de rua, alterando as 
relações percentuais de gênero, faixa etária, classe social e nível de 
performance; 2)o surgimento de novos modelos de eventos de 
corrida, que podem ser divididos em duas classes princ ipais, as 
corridas convencionais e as corridas fashion; e, 3) o surgimento dos 
grupos de corridas , que dá conta de agregar os novos perfis de 
corredores, se coloca como alternativa de emprego para ex- atletas e 
sofre influências pedagógicas baseadas em valores carregados por 
esses novos profissionais.(OLIVEIRA,2010,p.25) 
 Como extinto de sobrevivência, os seres humanos sempre correram. 
Segundo Newsholmen, Leech e Duester (2006), não só por suas habilidades físicas, 
mas por sua capacidade de adaptação, de acordo com os autores, a capacidade 
15 
 
humana de se adaptar foi o que manteve vivo, por sua natureza intuitiva de 
observação, e assim, desenvolveram os primeiros métodos de treinamento. 
 Portanto, torna-se evidente que os primeiros métodos de treinamento foram 
frutos apenas da observação e comparação de resultados obtidos. Pois de acordo 
com Newsholmen, Leech e Duester, o homem tem instinto de sobrevivência, não por 
serem corredores natos, mas por seu histórico de adaptação, tanto na caça como na 
fuga, os indivíduos sobressaiam, fundamentado por sua natureza intuitiva e de 
observação, o homem constatou os resultados de suas atividades através de seu 
desempenho. 
 As afirmações de Newsholme, Leech e Duester (2006), está de acordo com 
Bompa (2002), que diz que o treinamento não é um costume exclusivo da sociedade 
moderna, pois desde a antiguidade se treinava sistematicamente adotando métodos 
de treinamentos planejados para o desempenho de atividades militares ou 
olímpicas. 
Os autores da atualidade apenas vêm confirmando o que Cooper havia 
descoberto a mais de meio século, porém é importante ressaltar que 
avanços nos campos da filosofia do exercício, bioquímica e áreas afins 
contribuem enormemente para o aperfeiçoamento do processo de 
treinamento. (COGO, 2009, p12). 
 Desde os tempos da Grécia Antiga, até os dias atuais o esporte obteve uma 
crescente evolução, é possível acompanhar essa evolução observando períodos 
que marcam o treinamento esportivo. 
 Assim sendo, conforme citado pelos autores acima os atletas da antiguidade 
mesmo sem conhecimento científico deram uma enorme contribuição para um 
melhor desenvolvimento e aperfeiçoamento dos métodos de treinamentos 
sistematizados, e com base nas suas opiniões já não é possível ignorar que a 
prática de atividades esportivas oferece benefícios incalculáveis a saúde humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
3. BENEFÍCIOS FISIOLÓGICOS ASSOCIADOS A CORRIDA DE RUA 
3.1 GRUPOS ESPECIAIS 
 
 
 A correria do dia a dia, associada à péssima alimentação, tem contribuído 
para que a saúde dos indivíduos entre em declínio, tornando mais suscetível ao 
surgimento de patologias. Entendemos, porém, que a preocupação relacionada com 
a saúde da população já existia desde os tempos antigos. 
Herodito (480 a.C), médico e atleta na Grécia antiga, influenciou Hipócrates 
(460 a.C.) a estudar, dentre outros assuntos que naquela época já 
despertavam interesse, a nutrição, os benefícios do exercício e as 
consequências do sedentarismo à saúde. (MACHADO 2009, p. 27). 
 Assim, o que antes era apenas objeto de estudo hoje é uma realidade, cada 
vez mais os indivíduos têm conscientizado da importância da prática de exercícios 
físicos, com isso estudos científicos tem buscado compreender a associação entre 
pratica de atividades física e a saúde. De modo geral, profissionais da saúde 
afirmam que o envelhecimento saudável deve estar associado com a pratica de 
atividade física. (Matsudo S; Matsudo V, 2001). 
 Atualmente acredita-se que indivíduos com mais de 50 anos de idade que 
mantém uma prática regular de atividade tem uma capacidade aeróbia 20% a 30% 
maior que adultos jovens sedentários (FARINATTI, 2008). 
 A caminhada é a base inicial de quem almeja iniciar uma atividade física e 
talvez se aventurar na corrida de rua, e entre profissionais da área de saúde é bem 
recomendada, visto a mesma ser uma aliada no combate a obesidade, sedentarismo 
e outras patologias associadas a vida moderna (MAZO,LOPES; BENEDITTI,2009) 
 Pensando sobre os grupos de riscos como os obesos, idosos, portadores de 
doenças crônicas, cardiocirculatória, respiratória, hipertensos e os com 
predisposição a lesões, a caminhada é bastante indicada. Isso é compreensível, 
tendo em vista que trata-se de uma atividade leve, segura, adaptável e sem 
necessidade de técnica ou treinamento. Sendo essa a razão de ser uma atividade 
com excelente aceitação. 
 De acordo com Guedes (2001), a medida que vamos envelhecendo diminui-
se também o ritmo das atividades físicas, e com a chegada da terceira idade a 
17 
 
caminhada e o alongamento são as atividades mais adotadas, pois os exercícios de 
força com o tempo sofre considerável rejeição. 
 Pensando nisso, deve-se considerar diversas variáveis para a elaboração de 
um programa de corrida voltado para o idoso, é importante realizar treinos 
intervalados com uma baixa intensidade, dando ênfase a caminhada para idosos 
iniciantes. (FARINATTI, 2008). 
 Dessa forma, no começo do exercício deve-se trabalhar métodos contínuos e 
constantes, com duração de 15 a 60 minutos, recomenda-se durante a semana 
realizar um total de 150 minutos de atividade aeróbica para causar adaptações 
significativas e ganhar resistência. Manter uma frequência de treinamento mínimo de 
três vezes na semana, para obter bons resultados e conforme o nível de 
condicionamento e o objetivo do indivíduo, pode-se intercalar com os métodos 
contínuos, intervalados e variativos. 
 Em concordância, o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), 
ressalta a importância da aplicação da frequência cardíaca de reserva (FCR) para 
controlar a intensidade do exercício, indivíduos descondicionados devem começar 
seus treinos com baixa intensidade que varia entre 40 e 50 % da FCR, para pessoas 
que mantem uma boa rotina de treinamento deve trabalhar com uma intensidade 
que varia entre 60% a 90%. 
 De acordo com Machado e Evangelista (2014), para obter benefícios com a 
prática da corrida de rua é necessário distinguir o treinamento para corredores que 
ainda estão desenvolvendo seu condicionamento físico, dos que já possuem 
condicionamento e estão em busca do aprimoramento da performance. 
 A prática da corrida também tem sido recomendada, na prevenção e 
reabilitação de doenças de origem cardiovascular, embora seja benéfica a suafrequência e intensidade devem subir de forma gradativa, sendo fundamental o 
acompanhamento médico. 
 As recomendações para o treinamento de corrida para cardíacos é de 30 a 60 
minutos de volume, com intensidade do exercício entre 50% e 70% da FC máxima e 
o treinamento semanal entre três a cinco vezes na semana, sendo assim muito 
parecido com as indicações feitas a indivíduos hipertensos. (ACSM, 2004). 
 Ao controlar a intensidade do treinamento de forma mais precisa, a atividade se 
torna muito mais atrativa ao atleta, e o mesmo começa a sentir-se mais seguro na 
18 
 
tomada de decisões quanto ao que se pode e deve fazer durante o treinamento, 
proporcionando maior benefício da prática. 
 
A pratica da corrida de rua também tem sido indicada no tratamento de 
doenças cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 
2, obesidade e hipercolesterolemia, insuficiência cardíaca, entre outras. 
Tem sido demonstrado que a corrida pode proporcionar angiogênese ( 
aumento do número de vasos sanguíneos no coração), o que contribui para 
aumentar o fluxo sanguíneo no coração e nos músculos, bem como o 
consumo de oxigênio, hipertrofia excêntrica no coração, facilitando aumento 
do volume sistólico e do debito cardíaco e bradicardia de repouso, todos 
esses fatores contribuindo para o organismo passe a ser mais eficientes. 
(ISHIDA et.al.2013,p.55) 
 Diante dos benefícios apresentados acima, concluímos que prática de um 
exercício físico como a corrida, associado a uma dieta balanceada e uso de 
medicamentos é um forte aliado para o controle de doenças como a diabetes. 
 O hábito de exercícios físicos regulares, proporciona aos indivíduos que sofre 
de diabetes tipo 1, maior sensibilidade a insulina, melhorando os níveis de lipídeos, 
aumentando os gastos energéticos resultando na redução de gordura corporal,bem 
como aumentando sua massa muscular. Já para diabéticos do tipo 2, há uma 
diminuição dos níveis de glicose no sangue e de hemoglobina glicolisada, há 
aumento de gasto energético e de sensibilidade periférica e hepática a insulina, e 
com o aumento do fluxo sanguíneo reduz o risco de amputações de membros, 
sendo que em ambos os casos o exercício físico traz benefícios na vida social dos 
indivíduos. (MACHADO;EVANGELISTA,2014). 
 Sabe-se também que a obesidade é um problema de saúde que atinge a 
população mundial, que através dela desencadeia outras doenças como diabetes, 
hipertensão arterial e cardiopatia. Sendo que em alguns casos pode afetar o 
convívio social e o psicológico do indivíduo (COGO,2009). 
 O exercício físico potencializa a perca de peso e aumenta o gasto energético, 
resultando no aumento da massa magra e mantem em equilíbrio taxa metabólica de 
repouso durante a dieta hipocalórica. Sendo assim, uma dieta balanceada associada 
a pratica regular de atividade física auxilia no tratamento da obesidade e no excesso 
de peso, porém, esse hábito deve ser continuo durante toda a vida. (PONTES; 
SOUSA; NAVARROS, 2009). 
 Ao prescrever exercícios físicos, deve-se levar em conta as diferenças 
fisiológicas e estruturais, pois para cada indivíduo possui particularidades que devem 
19 
 
ser levadas em consideração. Com relação ao condicionamento físico do indivíduo 
obeso, o exercício aeróbio deve ser de baixa a moderada intensidade, permitindo 
assim que o corpo estimule mais gordura como fonte de energia, causando a perda 
de gordura corporal. (HAUSER; BENETTI; REBELO, 2004). 
 Em contrapartida outros autores, defendem que para aumentar o gasto 
energético, é recomendado exercícios de alta intensidade, pois a produção de calor 
vindo da oxidação da gordura causará um gasto energético maior (MACHADO, 
2011). Para indivíduos obesos deve-se aumentar a intensidade de forma gradativa, 
respeitando o princípio de adaptação. 
 Como vimos à prática da corrida tem sido cada vez mais recomendada 
principalmente na prevenção e reabilitação de doenças de origem cardiovascular, 
bem como no combate do sedentarismo e obesidade tão comum nos dias atuais. 
 Hespanhol Junior et. al(2011), enfatiza que a maioria das pessoas que buscam 
melhorar a capacidade física e controlar o peso corporal tem a corrida como a 
primeira escolha, por sua facilidade de prática e por seu baixo custo. 
 Olbrich et. al (2009), cita que o sedentarismo é o principal fator de risco para a 
morte súbita, sendo responsável direta e indiretamente pelas causas e 
agravamentos das maiorias das doenças, esta afirmação complementa as ideias de 
Coutinho, Gentil e Toral (2008), que cita que a obesidade também contribuem para o 
surgimento das doenças crônicas e essas por sua vez está associada as causas de 
morte mais comuns atualmente. 
O sedentarismo é definido como a falta ou grande diminuição de atividade 
física. É sabido que a atividade física estimula a função dos sistemas 
cardiovascular, respiratório e musculoesquelético, assim como promove 
motivação psicológica e sensação de bem estar. ( Olbrich et al 2009, p. 30). 
 De acordo com os autores citados acima, conclui-se que a corrida de rua é um 
exercício ideal para esse público, pois a mesma se enquadra nesse perfil de 
treinamento, onde pode-se trabalhar intensidades altas, moderadas e baixas, sendo 
um esporte de fácil adaptação e muito eficiente na queima de gordura. Deve-se levar 
em conta também seus benefícios no aspecto sócio afetivo. 
 
4. CORRIDA DE RUA: RISCOS E FATORES MOTIVACIONAIS 
 
4.1 CORRIDAS DE RUA: OS PRINCIPAIS RISCOS 
 
20 
 
 Como vimos no capítulo anterior, fica evidente que exercer uma atividade física 
regular é essencial para saúde, e sem dúvidas a prática da corrida poderá aumentar 
a perspectiva de vida do indivíduo, resultando em benefícios incalculáveis. Porém, 
existem algumas implicações negativas que deve ser ponderado. 
 A corrida de rua tornou-se um fenômeno popular, paralelamente a isso 
aumentou também os riscos de lesões e doenças relacionadas a pratica. Segundo 
estudo de Hespanhol et. al (2011), a falta de experiência associada a falta de 
orientação adequada podem ocasionar em lesões, dificultando o desempenho e 
levando a desistência da pratica. 
 Segundo Cogo (2009), o treinamento deve ter como prioridade a promoção da 
saúde, evitando o estresse excessivo, especialmente para indivíduos 
descondicionados, tendo em vista que muitos atletas de fim de semana na tentativa 
de perder peso da noite pro dia acabam por realizar treinamentos de alta 
intensidade, que acabam por prejudicar a saúde, podendo trazes problemas a longo 
prazo. 
 O ideal para pessoas sedentárias que desejam ingressar num programa de 
corrida, é começar com intensidades baixas, para que o corpo possa se adaptar com 
o treinamento, e aumentar a intensidade de forma gradativa, com a finalidade de 
evitar lesões provenientes de um despreparo físico. 
 Em concordância Oliveira et. al (2012) descreve que a corrida de rua é um 
esporte popular, por consequência disso, muitos praticantes que não tem o devido 
acompanhamento e orientação, se colocam em situações de riscos, que pode 
contribuir para o surgimento de lesões, trazendo resultados negativos para saúde e 
desempenho de seus adeptos. 
 Para Goston e Mendes (2001), a dieta é um dos fatores que influenciam 
diretamente no desempenho do corredor, tendo em vista que uma dieta pobre em 
carboidratos, abaixo do recomendado, pode levar a um quadro de sobretreinamento 
ou a lesões provenientes da falta de nutrientes. Visto que a corrida é uma atividade 
que gera um grande gasto calórico, podendo levar nosso corpo a um desgaste físico 
progressivo. 
 Em concordância Pazin et al (2008), em seu estudo descreve que na corrida 
de rua são comum lesões em corredores amadores, em alguns casos levando ao 
afastamento do praticante por um tempodeterminado. Haja vista que o esporte não 
21 
 
tem como objetivo a promoção da saúde, mais sim a competição, tendo como 
consequência da intensidade alta e cargas excessivas: exaustão, estresse, fadiga e 
perigo de morte súbita. 
 Segundo os autores referenciado acima, grande parte dessas consequências 
pode-se evitar respeitando o principio da adaptação, por isso a importância do 
acompanhamento do profissional de Educação Física, pois cada indivíduo tem suas 
próprias limitações, ou seja tanto o excesso de volume e intensidade, quanto o 
treinamento inadequado pode contribuir para o aumento da incidência de lesões 
associados a corrida. 
 Assim os atletas amadores estão mais suscetíveis a lesões devido à 
inexperiência, e há um forte indicio de que as lesões que ocorrem é proveniente a 
falha no processo de execução, que por sua vez ao ser executado de forma 
exaustiva podem agravar as lesões esportivas. 
 Segundo Oliveira et. al. (2012), correr necessita de intenso esforço, e o que 
leva o organismo a um desgaste e estresse físico resultando em fadiga. Assim, 
entendemos que para a preservação do atleta é necessário que respeitemos os 
princípios do treinamento desportivo, pois tal conhecimento reduz os riscos de 
lesões. 
 Em estudos realizados por Hespanhol et. al. (2011), relatou que as principais 
lesões nos membros inferiores de atletas são as tendinopatias e as lesões 
musculares, sendo o joelho a articulação que mais é afetada. Em consenso com 
outros autores, o mesmo aponta a inexperiência do corredor como uma das causas 
das lesões musculoesqueléticas. 
 Embora as lesões de membros inferiores como joelhos, pés e tornozelos são 
as mais comuns, geralmente esses problemas não são grandes a ponto de 
preocuparem os médicos e os próprios corredores, tendo em vista que muitos 
quando inicia a correr não tem ciência da sua condição de saúde, e esta pratica 
quando exercida em alta potência pode ser extremamente perigosa. 
 Sendo a corrida um esporte em que há uma constância de movimentos 
repetitivos, quanto maior a distância percorrida pelo atleta, maior as possibilidades 
de lesões pois a frequência e intensidade das passadas, relacionado ao tipo de solo 
podem comprometer os membros inferiores. Outro fator que contribuem para o 
22 
 
surgimento de lesões é a pratica simultânea com outra modalidade esportiva, pois 
há uma sobrecarga maior nas articulações dos membros inferiores. 
 
A prática de atividade física realizada em altas intensidades, como é o caso 
da corrida de rua, por pessoas com hipertensão ou outro risco coronariano 
(geralmente desconhecidos pelos corredores), pode ser perigosa, pois o 
exercício físico intenso provoca aumento exacerbado da FC e da PA, 
podendo desencadear um infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico 
ou até morte súbita. (Ishida et.al. 2013, p.61). 
 Diante dos fatores prejudiciais apresentados acima, concluímos que para uma 
pratica segura com eliminação dos riscos expostos é necessária uma 
conscientização desses atletas quanto ao seu estado de saúde antes de iniciar essa 
prática, bem como a orientação e acompanhamento de um profissional. 
 
4.2 CORRIDA DE RUA: FATORES MOTIVACIONAIS 
 
 O fenômeno da Corrida de rua talvez se explica se aprofundar-nos nas razões 
para qual o individuo busca a corrida como modalidade esportiva, seja pelo bem 
estar físico, mental ou prevenção de doenças, ponderar sobre as suas motivações 
nos dará melhor compreensão das razões motivacionais envolvidas. 
 Segundo Cogo (2009), motivação é um fator imprescindível nas práticas 
esportivas individuais, visto que ao iniciar uma atividade física o indivíduo está 
empolgado. Porém, passado esse processo, permanecer é um desafio que envolve 
manter um objetivo em mente e persegui-lo, mesmo diante do cansaço físico e 
mental pois, somente isso fará com que o indivíduo não desista da pratica. 
 Em acordo Truccolo, Maduro e Feijó (2008) enfatizam que o sucesso da 
prática de uma atividade está associada à dedicação do indivíduo em alcançar 
objetivos, quebrar barreiras, explorar seu potencial e sentir-se satisfeito com seu 
desempenho. Conhecer e acreditar nos benefícios da prática regular de corrida são 
fundamentais para se manter motivado. 
 O ser humano é um ser altamente social e pensante, sendo muito mais do que 
carne e osso, as alterações físicas influenciam diretamente o lado mental e 
emocional do indivíduo. No processo de treinamento visando aperfeiçoar o 
condicionamento físico e específico para uma determinada modalidade esportiva, o 
23 
 
psicológico do atleta passa por esse mesmo processo de aperfeiçoamento (COGO, 
2009) 
 Desta maneira, é tão importante e atraente estudos que relacionam a 
motivação com as modalidades esportivas, sobretudo, a corrida de rua, sendo a todo 
momento um desafio psicológico, pois correr é uma atividade árdua e envolve 
esforço, superar obstáculos e alcançar metas, estando ligados a fatores ambientais 
e pessoais que também influenciam suas ações e escolhas. 
 O treinamento aeróbio tem, o poder de desenvolver valências que podem ser 
percebidas no cotidiano do atleta seja amador ou profissional, estando associados 
com a persistência em cumprir tarefas do dia-a-dia, mudanças de hábitos e 
perseverança em alcançar seus objetivos, levamos tais ensinamentos para nossa 
vida. (COGO, 2009) 
 Compreender as diferenças nas características de cada individuo é um fator a 
ser considerado, pois cada ser possui uma estrutura biológica individual, ou seja ao 
planejar um programa de treinamento deve-se ponderar as diferenças anatômicas e 
fisiológicas entre o homem e a mulher. O homem possui mais força, mais massa 
magra e uma estrutura óssea maior comparado a mulher. 
 
As razões mais importantes para as mulheres aderirem a um programa de 
acessória técnica foram: melhora do condicionamento físico e saúde, 
apreciar estar ao ar livre, aumento da auto-estima e melhora da aparência 
física. Para homens as razões mais importantes foram: diminuição da 
ansiedade, melhora do condicionamento físico e saúde, redução do 
estresse, melhora da auto-estima e apreciar estar ao ar livre. (Trucollo, 
Maduro e Feijó 2008, p.108). 
 Durante o período menstrual, a mulher passa por uma alteração hormonal 
imensa e muitas vezes penosa, portanto, deve-se programar um treinamento 
adequado a essa fase, respeitando a sua individualidade biológica, pois durante 
esse período algumas atletas tem seu rendimento altamente 
afetado.(MACHADO;EVANGELISTA,2014). 
 Por conseguinte, a razão motivacional do aumento da participação feminina 
nas corridas está intimamente relacionada com condicionamento físico, preocupação 
com a saúde, estética, autoestima, apreciação do ar livre e a socialização. 
(TRUCCOLO;MADURO;FEIJÓ,2008). 
 Estudos atuais prescrevem a pratica da corrida como uma terapia, é o 
momento de reflexão e socialização. Segundo Pullen (2017), em sua obra descreve 
24 
 
a terapia da corrida dinâmica (TCD), como um método terapêutico baseado na 
atenção plena, esse método ajuda o individuo a enfrentar e entender melhor os seus 
problemas com o auxilio do movimento, ou seja correr é o remédio, resultando assim 
numa vida saudável e prazerosa. 
 
O exercício aumenta seus níveis de energia que pode aliviar a fadiga mental 
que muitas vezes é causada pela raiva e pela frustração. Ele pode agir 
como uma válvula de escape para a irritação e o rancor reprimido. De novo, 
ao aliviar alguns dos sintomas, você tem a chance de olhar para a situação 
subjacente e para a origem dessas emoções.(PULLEN,2017). 
 Ressaltamos ao fato de que conhecer e acreditar nos benefícios que a 
atividade aeróbica proporciona, motiva o individuo a iniciar uma atividade, porém 
para manter-se motivados dependera defatores intrínsecos e extrínsecos. 
 
A consciência a respeito do que leva o indivíduo a buscar alguma atividade 
física, ou seja, um objetivo claramente definido assim como, a experimentar 
seus benefícios psicológicos, parece fundamental para mantê-lo 
consideravelmente motivado e com a auto-estima elevada. (Truccolo, 
Maduro e Feijó 2008, p.112). 
 Diante desses fatores notamos que a atividade física como a corrida, além de 
beneficiar o corpo, ela melhora o estado emocional, visto que hoje em dia é comum 
sua prescrição no combate a ansiedade, estresse e depressão. Pode-se concluir 
que cada indivíduo tem seus próprios motivos e motivações para correr, e por essas 
razões é essencial permanecer correndo. 
25 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 No decorrer do presente estudo observou-se o processo de evolução da 
corrida desde os primórdios até a sua predominância como modalidade esportiva, 
objetivou-se a importância de identificar os riscos envolvidos da prática, 
conscientizando os atletas de rua da necessidade de um treinamento adequado, 
apontando os benefícios e os fatores motivacionais que resultam na vida dos 
praticantes. 
 Considerando que a corrida é um esporte de movimentos repetitivos e 
constantes, verificou que as lesões mais comuns são dos membros inferiores: 
joelhos, pés e tornozelos, o grau de riscos se eleva quando se trata de portadores 
de doenças crônicas, sedentários, obesos e idosos, geralmente esses riscos são 
oriundos de atletas amadores sem experiência que treinam intensamente. 
 Em contrapartida, quando há orientação médica ou acompanhamento de um 
profissional de educação física percebeu-se que a mesma promove bem-estar e 
saúde, auxilia no combate do estresse, depressão e diversas doenças de origem 
osteomuscular e cardiovascular. Notou-se também que a prática da corrida de rua 
previne o surgimento de patologias bem como promove maior interação social, visto 
que o treinamento adequado respeitando os princípios desportivos, os limites e as 
particularidades de cada um proporcionam maior beneficio da prática. 
 Pensando nisso, observou-se que ter em mente esses benefícios e vivencia-
los na prática motivam cada vez mais os indivíduos que estão em busca de desafios 
e superação. Vimos também que o treinamento individual necessita de constantes 
estímulos, por isso grupos de corredores, acessórias esportivas e eventos investem 
pesado nesse mercado que esta sempre evoluindo. 
 Portanto, diante dos fatos expostos no decorrer da pesquisa, inferimos que a 
corrida de rua é um esporte popular não apenas devido a sua simplicidade, mas por 
possibilitar uma melhor qualidade de vida sendo os seus benefícios reais e 
imensuráveis em todos os sentidos: físico, motor, social e afetivo. Pois conforme 
vimos a possibilidade de risco, porém o mesmo pode ser ponderado e reduzido a 
zero desde que haja orientação e acompanhamento de um profissional, 
proporcionando assim maior satisfação e prazer na prática mantendo constante a 
sua motivação . 
26 
 
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