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BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA: MÁQUINAS DE FLUXO PROFESSOR: JOSÉ JUNIO URBANO AULA 06 ANÁLISE DE CAVITAÇÃO EM BOMBAS INTRODUÇÃO ANÁLISE DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS Dois aspectos sobre a cavitação em bombas devem ser estudados: ✓ Determinar as condições que deve-se satisfazer para evitar o fenômeno. ✓ Apresentar procedimentos que atenuem seus efeitos, caso seja impossível ou impraticável evitar a sua existência. Considera-se que a cavitação normalmente tem origem na entrada, ou olho do impelidor, devido à insuficiência do sistema em manter, naquela região, uma pressão acima da crítica. Adotaremos a pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento como a pressão crítica. EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS 𝑝𝑠 𝑍𝑠 0𝑓𝑠 Sistema de sucção e entrada da bomba 𝑍𝑠 altura estática de sucção 𝑝𝑠 pressão manométrica no reservatório de sucção 0 olho do impelidor 𝑓𝑠 flange de sucção EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS A altura manométrica de sucção ℎ𝑠 representa a energia manométrica por unidade de peso existente no flange de sucção e é expressa por: Então, a energia em termos absolutos no flange de sucção seria: Onde, 𝑝𝑎𝑡𝑚 é a pressão atmosférica local. Se dessa energia subtrairmos a parcela correspondente à perda de carga ℎ𝑓𝑖 entre o flange de sucção e o olho do impelidor, obteremos a energia em termos absolutos neste último. ℎ𝑠 = 𝑝𝑏 𝛾 + 𝑣2𝑏 2𝑔 ℎ𝑠 = 𝑝𝑠 𝛾 ± 𝑍𝑠 − ℎ𝑓𝑠 ou ℎ𝑠(𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜) = ℎ𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 𝛾 ℎ𝑠(𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑙𝑖𝑑𝑜𝑟) = ℎ𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 𝛾 − ℎ𝑓𝑖 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS Nosso objetivo é determinar a pressão mínima no olho do impelidor, assim devemos subtrair desse valor a parte correspondente à energia cinética absoluta no impelidor e uma parcela de energia cinética relativa, que corresponde a uma queda de pressão local devido à aceleração sofrida pelo fluido ao entrar propriamente no olho do impelidor. Considerando que a cavitação inicia quando esta pressão mínima é igual à pressão de vapor, a equação do início da cavitação toma a forma: 𝜆 fator experimental dependente do projeto da sucção da bomba. 𝑉1 velocidade absoluta no olho do impelidor. 𝑉𝑟1 velocidade relativa no olho do impelidor. ℎ𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 𝛾 − ℎ𝑓𝑖 − 𝑉1 2 2𝑔 − 𝜆𝑉𝑟1 2 2𝑔 = 𝑝𝑣 𝛾 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS A equação pode ser modificada para: Observando a equação acima verificamos que o primeiro membro não depende da bomba, só depende das características do sistema e do líquido bombeado. Esse membro é chamado de NPSH disponível (Net Positive Suction Head) e é interpretado fisicamente como sendo a energia absoluta por unidade de peso existente no flange de sucção, acima da pressão de vapor. ℎ𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 = ℎ𝑓𝑖 + 𝑉1 2 2𝑔 + 𝜆𝑉𝑟1 2 2𝑔 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = ℎ𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS Por outro lado, o segundo membro da equação não depende das características do sistema, só depende daquelas da bomba e, sob certos aspectos, do líquido bombeado. Esse membro recebe o nome de NPSH requerido e é interpretado fisicamente como sendo a quantidade mínima de energia absoluta por unidade de peso acima da pressão de vapor, que deve existir no flange de sucção para que não haja cavitação. 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 = ℎ𝑓𝑖 + 𝑉1 2 2𝑔 + 𝜆𝑉𝑟1 2 2𝑔 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CURVA NPSHr VERSUS VAZÃO O NPSH requerido é função da velocidade e consequentemente, para uma mesma bomba, aumenta com a vazão. Essa informação é normalmente fornecida pelo fabricante para cada uma das bombas de sua linha de fabricação. 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 𝑄 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CÁLCULO DO NPSH DISPONÍVEL Considere a figura a seguir: 𝑝𝑠 𝑍𝑠 𝑓𝑠 Sistema de sucção e entrada da bomba 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = ℎ𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 𝑝𝑠 𝛾 ± 𝑍𝑠 − ℎ𝑓𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 𝑝𝑓𝑠 𝛾 + 𝑉𝑓𝑠 2 2𝑔 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 ou EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CÁLCULO DO NPSH DISPONÍVEL Considere a figura a seguir: 𝑝𝑠 𝑍𝑠 𝑓𝑠 Sistema de sucção e entrada da bomba 𝑝𝑎𝑡𝑚 pressão atmosférica local 𝑝𝑣 pressão de vapor na temperatura de bombeamento 𝑉𝑓𝑠 velocidade do líquido no flange de sucção 𝑝𝑓𝑠 pressão manométrica no flange de sucção 𝑍𝑠 altura estática de sucção 𝑝𝑠 pressão manométrica no reservatório de sucção ℎ𝑓𝑠 perdas de carga na linha e acessórios de sucção ℎ𝑠 altura manométrica de sucção 𝛾 peso específico na temperatura de bombeamento EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CAVITAÇÃO Nosso problema é então calcular o NPSH disponível para a vazão de operação pretendida e comparar com o valor de NPSH requerido retirado da curva fornecida pelo fabricante. O NPSH disponível de ver maior que o NPSH requerido, bastando definir uma margem de segurança, que na prática corresponde a 0,6 metros de líquido. De modo geral, a margem usada na prática é: 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 ≥ 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 + 0,6 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CÁLCULO DA VAZÃO MÁXIMA PERMISSÍVEL DE UMA BOMBA EM UM SISTEMA O critério expresso pela equação anterior permite verificar as condições de cavitação para uma determinada vazão. Observando a equação para o NPSH disponível, vemos que é função das perdas na linha de sucção e consequentemente da vazão bombeada. Assim sendo, se arbitrarmos valores de vazão e computarmos os correspondentes valores de NPSH disponível, tendo em vista que as perdas crescem com a vazão, os valores resultantes serão decrescentes com o aumento da mesma. Dessa forma, se plotarmos estes valores em função da vazão, a consequente curva NPSH disponível versus vazão será decrescente. 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 𝑝𝑠 𝛾 ± 𝑍𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 − ℎ𝑓𝑠 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CÁLCULO DA VAZÃO MÁXIMA PERMISSÍVEL DE UMA BOMBA EM UM SISTEMA 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 𝑄 𝑝𝑠 𝛾 ± 𝑍𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 ℎ𝑓𝑠 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CÁLCULO DA VAZÃO MÁXIMA PERMISSÍVEL DE UMA BOMBA EM UM SISTEMA Considerando que a curva NPSH requerido versus vazão é crescente, a interseção destas curvas determinará a vazão máxima de uma bomba em um sistema. Esta é a vazão correspondente ao início da cavitação. 𝑁𝑃𝑆𝐻 𝑄 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝑝𝑠 − 𝑝𝑣 𝛾 ± 𝑍𝑠 ℎ𝑓𝑠 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 𝑄𝑚á𝑥 EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS CÁLCULO DA VAZÃO MÁXIMA PERMISSÍVEL DE UMA BOMBA EM UM SISTEMA É importante frisar que a vazão máxima assim determinada corresponde à vazão máxima teórica para efeitos do início da cavitação. A vazão máxima permissível do ponto de vista prático seria aquela que mantivesse a diferença de 0,6 𝑚 entre o NPSH disponível e o NPSH requerido. Deve-se notar que não é possível estabelecer regra geral para determinar a vazão máxima pois a bomba em outro sistema teria a vazão máxima diferente devido à variação do NPSH disponível. Por outro lado, bombas diferentes em um mesmo sistema também acarretariam vazões máximas diferentes devido à variação do NPSH requerido. EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS ALTURA MÁXIMA DE SUCÇÃO Este valor, eventualmente dado pelos fabricantes como meio de limitar as condições permissíveis de sucção, corresponde teoricamente ao valor de altura estática de sução máxima, 𝑍𝑠−𝑚á𝑥, que a bomba pode aceitar. 𝑍𝑠−𝑚á𝑥 Altura estática de sucção EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS ALTURA MÁXIMA DE SUCÇÃO 𝑍𝑠−𝑚á𝑥 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = 𝑝𝑠 𝛾 − 𝑍𝑠−𝑚á𝑥 − ℎ𝑓𝑠 + 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝑝𝑣 𝛾 = 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 + 0,6 𝑍𝑠−𝑚á𝑥 = 𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝑝𝑠 − 𝑝𝑣 𝛾 − ℎ𝑓𝑠 − (𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟 + 0,6) EQUACIONAMENTO DA CAVITAÇÃO EM BOMBAS ALTURA MÁXIMA DE SUCÇÃO Normalmente, este critério só é utilizado em instalações cujo reservatório de sucção é atmosférico e em instalações de bombeamento de água. Neste caso o valor da altura máxima de sucção é, eventualmente, fornecido pelo fabricante.
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