Buscar

Crime sob o aspecto formal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Introdução
1. O conceito formal de crime possui dois requisitos: fato típico e antijurídico. 
· Fato típico é o primeiro requisito do crime. Nem todo fato é crime. Somente o fato típico, o fato que se amolda ao conjunto de elementos descritivos do crime contido na lei, é penalmente relevante. 
· Antijuridicidade: Para que seja crime, porém, não basta que o fato seja típico, é preciso que seja antijurídico (contrário a norma).
· Culpabilidade: Para que haja crime o fato precisa ser típico e antijurídico, para que o agente sofra pena, porém, é necessário ainda que ele seja culpável. Ex.: “A atira em B, matando-o. Prova-se que A, por erro de proibição invencível, acreditava achar-se na iminência de uma agressão injusta. Ocorre uma causa de exclusão da culpabilidade, chamado erro de proibição (descriminante putativa versando sobre a ilicitude da agressão). Aplica-se o art. 21, caput, 2ª parte, do CP. O fato é típico e antijurídico, mas não incide o juízo de reprovação social (culpabilidade). O crime existe, mas o sujeito não sofre pena, uma vez que está ausente a culpabilidade”. 
Fato típico, antijuridicidade, culpabilidade e punibilidade
1. Fato típico é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca um resultado (em regra) e é previsto na lei penal como infração. O fato típico é composto pelos seguintes elementos:
· Conduta humana dolosa ou culposa; 
· Resultado (salvo nos crimes de mera conduta); 
· Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado (salvo nos crimes de mera conduta);
· Enquadramento do fato material (conduta, resultado e nexo) a uma norma penal incriminadora. 
Nota: hoje, adotada a teoria da imputação objetiva, ela se insere como quinto elemento do fato típico, devendo ser apreciada depois do nexo de causalidade. 
2. Antijuridicidade é a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico.
3. Culpabilidade é a reprovação da ordem jurídica em face de estar ligado o homem a um fato típico e antijurídico. 
4. Punibilidade: a doutrina prevalente entende que a punibilidade não é requisito do crime, mas sua consequência jurídica. 
Requisitos, elementares e circunstâncias do crime
1. Os requisitos se dividem em requisitos genéricos e requisitos específicos. 
· Os requisitos genéricos são o fato típico e a antijuridicidade. 
· E requisitos específicos são as elementares ou elementos, as várias formas em que aqueles requisitos genéricos se manifestam nas diversas figuras delituosas. 
2. Circunstâncias: São determinados dados que, agregados à figura típica fundamental, têm função de aumentar ou diminuir as suas consequências jurídicas, em regra, a pena. 
3. Qual a diferença de elementar para circunstância? Enquanto a ausência de um elemento ou elementar faz com que o fato não possa ser considerado crime, a falta de uma circunstância não influi sobre a sua existência.
4. A ausência de elementar pode produzir dois efeitos:
· Atipicidade absoluta: excluída a elementar, o sujeito não responde por nenhuma infração.
· Atipicidade relativa: excluída a elementar, não subsiste o crime de que se cuida, operando-se uma desclassificação para outro delito. 
O crime na teoria geral do direito
1. O direito não recai sobre todos os fatos, estes se classificam em
· Fatos comuns: que não interessam ao direito;
· Fatos jurídicos (lato sensu): acontecimento a que o Direito atribui efeitos.
2. Os fatos jurídicos subdividem-se em:
· Fatos jurídicos naturais: como o nascimento e a morte do homem.
· Ações humanas: que produzem efeitos de acordo com a vontade do homem ou sem ela.
3. As ações humanas, por sua vez, se agrupam em:
· Ações humanas de efeitos jurídicos voluntários: em que a atividade do homem se alia à vontade de produzir consequências jurídicas, como o casamento, o contrato, etc. São os atos jurídicos.
· Ações humanas de efeitos jurídicos involuntários: são acontecimentos que produzem consequências jurídicas, mas sem qualquer atenção à vontade do homem. O efeito jurídico não é desejado pelo agente, mas ocorre por força de lei. Dentre eles se incluem os atos ilícitos de natureza civil, administrativa e penal.
4. Os fatos jurídicos, portanto, compreendem os atos jurídicos e os atos ilícitos.
Referências:
JESUS, Damásio de. Parte geral – arts. 1 ao 120 do CP. Vol 1. Atualizador: André Estefam. 37 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020.

Outros materiais