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Universidade Federal de Goiás Turma A Grupo 5 Matheus C. J. Pacheco Patrick S. Mendes Eduardo E. Santos Física Experimental V Experimento 5 Determinação de Carga Elementar: Experiência de Millikan __________________________________Física Experimental V, Turma B, Equipe 5__________________________________ Determinação da carga elementar: Experiência de Millikan Matheus C. J. Pacheco, Patrick S. Mendes, Eduardo E. Santos Professor Pablo J. Gonçalves Universidade Federal de Goiás, Instituto de Física Resumo Neste relatório é discutido a respeito de semicondutores e condutores, no qual foi investigado como a condutividade elétrica varia em função da temperatura do metal cobre (Cu) e do semicondutor de germânio (Ge). A partir disso, é calculado o gap de energia do semicondutor, sendo obtido experimentalmente. E ainda, foi determinada a resistividade elétrica em função da temperatura para as amostras de Ge e Cu, a partir da medição de tensão e corrente, assim sendo, por sua vez, é determinada a resistividade e condutividade destes materiais. Com isso, obteve-se como resultados, o coeficiente de temperatura da resistividade do cobre e o gap de energia do semicondutor de germânio. I. Introdução Em 1897, J. J. Thomson realizou experimentos que levaram à descoberta do elétron. A partir do experimento utilizando os chamados raios catódicos, Thomson conseguiu, através da deflexão do feixe por campos elétricos e magnéticos, medir a razão carga massa do elétron (e/m). Essa razão pode ser obtida quando há um campo magnético uniforme, no qual é formado perpendicular a direção de movimento das partículas carregadas, que se movem em um caminho circular. O experimento realizado por Thomson mostrou que a razão carga massa era independente do material utilizado no cátodo, indicando que os elétrons possuem a mesma carga. No ano de 1909, o físico experimental estadunidense R. A. Millikan foi o primeiro cientista a determinar a carga elétrica do elétron, para isso, utilizou-se de um sistema borrifador de gotículas de óleo ionizadas, que por sua vez, eram inseridas e confinadas em uma região com campo elétrico uniforme cuja orientação de sentido é alternada. A ideia central era de que, a partir da velocidade de ascensão ou descida de uma partícula carregada (gota de óleo ionizada) em um meio viscoso permite determinar a carga elétrica que a partícula carrega. Assim, Millikan mediu as velocidades de subida e descida de cada partícula dentro do condensador, e ainda, observou que conforme a polaridade do campo elétrico era invertida, o movimento vertical das partículas acompanhava a inversão da polaridade do campo. Com uma análise da dinâmica das partículas, o experimento é capaz de medir indiretamente a carga elétrica e o raio das gotículas de óleo. Desta forma, considerando a segunda lei de Newton, a força resultante sobre uma gotícula é dada por (1). (1)𝐹 → 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝐹 → 𝐸 + 𝐹 → 𝐺 + 𝐹 → 𝐸𝑚 + 𝐹 → 𝑉 Onde é a força elétrica, sendo Q a carga𝐹 → 𝐸 = 𝑄𝐸 → elétrica da partícula, e o campo elétrico no𝐸 → condensador; é a força gravitacional,𝐹 → 𝐺 = 𝑉ρ𝑔 → no qual , é o volume da gota de óleo,𝑉 = 43 π𝑟 3 𝑔 → a aceleração da gravidade local , e é aρ ó𝑙𝑒𝑜 densidade da gota de óleo ; é aρ ó𝑙𝑒𝑜 = 1, 03𝑥103𝐾𝑔. 𝑚−3( ) 𝐹→𝐸𝑚 = ρ𝑎𝑟𝑣𝑔→ força de empuxo, sendo ρar a densidade do ar ( . A equação (2)ρ 𝑎𝑟 = 1, 0293𝐾𝑔. 𝑚−3) [1] fornece a força devido a viscosidade do meio. (2)|𝐹 → 𝑉 | = 6π𝑟𝑣η é a força de viscosidade devido ao𝐹 → 𝑉 meio, onde v a velocidade da partícula, r é o raio da gota de óleo, e η é a viscosidade do ar ( ) [1].η = 1, 82𝑥10−5𝐾𝑔. 𝑚−1. 𝑠−1 A distância entre os eletrodos do capacitor é , de forma que, o módulo𝑑 = 2, 50±0, 01 𝑚𝑚 da força elétrica sobre uma gotícula de óleo é dado por (2). (3)𝐹 𝐸 = 𝑄𝐸 = 𝑄 𝑈𝑑 No qual, U é a diferença de potencial elétrico entre as placas do capacitor e Q a carga da gota (Q= ne) sendo, n um fator multiplicativo e e a carga elementar. Somando (2) e (3) é possível determinar a velocidade de subida e descida das gotículas, são dadas respectivamente por (4) e (5). (4)𝑣 𝑠 = 16π𝑟η 𝑄𝐸 + 4 3 π𝑟 3𝑔 ρ ó𝑙𝑒𝑜 − ρ 𝑎𝑟( )( ) (5)𝑣 𝑑 = 16π𝑟η 𝑄𝐸 − 4 3 π𝑟 3𝑔 ρ − ρ( )( ) Subtraindo (4) e (5) obtém-se equações para a carga elétrica Q e o raio r da gotícula. (6)𝑄 = 𝐶 1 (𝑣 𝑠 +𝑣 𝑑) 𝑈 (𝑣𝑠 − 𝑣𝑑) (7)𝑟 = 𝐶 2 𝑣 𝑠 − 𝑣 𝑑( ) Onde C1=2,73x10-11Kg.m.(m.s)-1/2 e C2=6,37x10-5(m.s)-1/2 [1]. O objetivo do experimento consiste em medir o tempo de subida e descida de gotas de óleo com várias cargas em diferentes tensões, e a partir deste tempo, determinar as velocidades, o raio, e a carga de cada gota, bem como a carga elementar [1]. II. Metodologia Os itens utilizados como aparato experimental são apresentados na Figura 1 e são respectivamente: ● 1 fonte de tensão; ● 2 cronômetros; ● 1 chave inversora; ● 1 fonte radioativa de 241Am; ● 1 janela de mica; ● 11 cabos para conexões; ● 1 borrifador para óleo; ● Óleo; ● Sistema de iluminação; ● Soquete de 6.3V; ● 1 micrômetro ocular; ● 1 capacitor eletrolítico; Figura 1 – Aparato experimental utilizado no experimento. A fonte de tensão é usada para fornecer várias voltagens ao sistema. A chave inversora é usada para inverter a polaridade do capacitor eletrolítico, responsável pelo campo elétrico uniforme no interior da câmara. A fonte radioativa de amerício-241 emite raios α e γ, que serve para ionizar as gotículas de óleo. A fonte radioativa deve ser posicionada em frente à janela de mica. As saídas fixas e variáveis de tensão d.c. devem ser conectadas em série de modo a fixar a tensão fornecida em 300V. O sistema de iluminação é conectado ao soquete de 6.3V. Fixada a voltagem em 300V, deve-se borrifar as gotas de óleo com o uso do borrifador. As gotículas borrifadas devem se observadas pelo micrômetro ocular, por sua vez, escolhida a gota a ser observada, com o auxílio da chave comutadora, a gota deve ser movida entre as graduações mais altas e mais baixas apresentadas na lente ocular, a escala apresenta 30 divisões sendo cada uma de 0,89mm. No momento das medições, é importante que as gotículas observadas não se movam muito rapidamente, assim, o ideal é que cada gotícula se movimente em linha reta (movimento espúrios devem ser corrigidos aumentando a intensidade do campo elétrico), percorrendo o caminho completo entre as 30 divisões no intervalo de tempo de 1 a 3 segundos. Devem ser medidos os tempos de subida e descida para uma mesma gota, pelo menos cinquenta medições devem ser realizadas. Com isso, uma tabela com os valores de tempo médio de subida e descida para gota deve ser calculado seguindo . A partir disso, deve ser𝑡 = 𝑖=1 2 ∑ 𝑡 𝑖 2 montada uma tabela contendo o número original de cada gota medida com os respectivos tempos médios de subida e descida, suas velocidades de subida e descida, bem como o raio e a carga elétrica de cada gotícula. Para a medição da carga elementar, deve-se escolher a gota de óleo com menor carga elétrica (Qmin) que, por sua vez, dividirá a carga elétrica das demais gotículas (n=Qi/Qmin , com i=1,2,3....50), com isto, deve-se construir uma terceira tabela, contendo o número ordinal da gota na 1ª coluna e o fator multiplicativo n na 2ª coluna. Assim, a partir da tabela 3 deve-se construir um gráfico carga x n, e verificar se existe uma relação linear entre a carga elétrica de cada gota Qi e a carga elementar e. Além disso, um gráfico contendo a carga Q em função do raio da gota deve ser feito, e com isso, verificar a discretização dos valores da carga Q. III. Resultados A partir dos dados obtidos, usamos as fórmulas (4), (5), (6) e (7), criando assim um conjunto de dados de possíveis valores de carga massa elementar, subdivididas a partir da tensão aplicada nas gotas. Além disso, utilizamos a ideia de menor carga obtida na coleta de dados e a consideramos como a carga mínima, assim encontrando o número de gotas. Todos os cálculos foram feitos separadamentepara cada fase do experimento, dividido a partir da tensão adotada. As tabelas estão na seção anexo. Com os dados organizados e trabalhados, podemos agora encontrar a relação carga massa por meio da relação Q=ne. Com isso realizamos uma regressão linear com esses dados para cada valor de tensão, obtendo os seguintes resultados. Tensão = 300V - Qmin = ;2, 45×10 −19 - Coeficiente angular da reta Q x n = 2, 0×10−19 Tensão = 325V - Qmin = 2, 36×10 −19 - Coeficiente angular da reta Q x n = 2, 0×10−19 Tensão = 350,3V - Qmin = 3, 17×10 −19 - Coeficiente angular da reta Q x n = 3, 0×10−19 Antes de analisarmos a relação carga massa, conferimos se a relação de raio x carga do experimento acompanha um comportamento linear, que seria o esperado. Gráfico 1: 300V Q x r Gráfico 2: 325V Q x r Gráfico 3: 350,3V Q x r Conseguimos ver a partir dos grá�icos acima que, mesmo em alguns pontos tendo casos pontuais bem discrepantes, os dados seguem um comportamento linear, em especial os pontos coletados sob uma tensão maior. Por �im, analisamos os dados para determinar a relação carga massa com todos os dados coletados, desconsiderando a diferença de tensão nas fases do experimento. Assim encontramos o grá�ico abaixo. Gráfico 4: Q x n Para encontrar esse gráfico, primeiro arredondamos o n para o número inteiro mais próximo, que assim a partir disso, usando a relação Q=ne realizamos a regressão linear, obtendo o coeficiente angular da reta, que assim é o valor encontrado de carga elementar, sendo ele, e= .2, 209±10−19 𝐶 IV. Conclusão O resultado obtido no experimento foi de e= , sendo esse tendo um erro2, 209±10−19 𝐶 percentual de 37,89% do valor da literatura, e= , o que se mostrou não1, 602±10−19 𝐶 satisfatório, por ter um grande erro associado. Esses erros podem ser associados a coleta de dados, pelo fato de que os dados obtidos durante o uso de maior tensão (350,3V), possuíam um valor de coe�iciente angular muito maior que os demais dados obtidos anteriormente. Além disso , analisando os grá�icos de Q x r, podemos ver muitos pontos bem discrepantes da linearização, que talvez se deva ao fato de o modelo teórico considerar que as gotas se movem de forma unidimensional, o que não acontece na realidade V. Referências [1}GRIFFITHS, D. J. , Introduction to Electrodynamics, Prentice-Hall (2009) [2] CARVALHO, J. F.; SANTANA, R. C.;MAIA, L.J.Q.,Física Experimental V (Experimentos de Física Moderna), . UFG (2020), pg 27–30. VI. Apêndice Tabela 1: Dados e análises das gotas obtidas sob uma tensão de U=300V Tabela 2: Dados e análises das gotas obtidas sob uma tensão de U=325V Tabela 3: Dados e análises das gotas obtidas sob uma tensão de U=350,3V Tabela 4: Dados fornecidos para a análise
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