Buscar

1 CONCEITO DE PLANEJAMENTO ESCOLAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DEFINIÇÃO
A evolução histórica e a definição atual dos conceitos de planejamento
e de planejamento escolar com sua função no âmbito escolar.
PROPÓSITO
Compreender os modos de organização educacional e escolar que as
diferentes perspectivas do planejamento viabilizam por meio do
conhecimento escolar e de suas características e aplicações.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os conceitos de planejamento e de planejamento escolar,
reconhecendo as diferentes compreensões do termo ao longo da
história
MÓDULO 2
Reconhecer as funções do planejamento no âmbito escolar e na
organização da escola
MÓDULO 3
Identificar as características do planejamento estratégico no âmbito
educacional e escolar
INTRODUÇÃO
O desejo de planejar advém da necessidade de alguém ou de algum
grupo social. Ou seja, devido à realidade colocar diante das pessoas
ou de grupos alguma situação que é percebida como problema,
exigindo uma reflexão para solucioná-lo, planejamos ações. Sem um
problema originário percebido como tal, não se colocaria a
necessidade do planejamento. Ao perceber que algo vai mal, há um
diálogo mais efetivo com a realidade, que será “examinada” e sobre a
qual se deseja intervir. Assim, a intervenção exigirá um plano, um
planejamento.
O ato de planejar existe desde os tempos em que o homem se
percebeu como ser humano. Antes mesmo de querer pensar em
formar uma sociedade mais estruturada, o homem já planejava. E o
fazia porque, diferentemente de outros animais, percebia a
necessidade de articular ações para tornar sua atitude mais eficaz.
Assim, planejava formas de caçar em função das possibilidades de
sucesso; passou a retirar as peles dos animais para proteger-se do
frio; dominou o fogo e desenvolveu técnicas de preservação da chama;
percebeu que precisava se proteger da chuva e outras intempéries e,
sabendo estimar quando ela viria, planejava a hora de se abrigar, entre
outras ações que, antes de serem praticadas, eram pensadas, ou seja,
planejadas.
Com o passar do tempo e a complexificação das estruturas sociais, o
planejamento foi se tornando parte estruturante da vida humana. A
agricultura exigia aprender a cuidar da terra, a plantar na estação
correta do ano, a colher no momento apropriado de cada cultura. Os
locais e momentos em que apareceriam as caças também passaram a
ser conhecidos e permitiam o planejamento do ato de caçar; as
migrações de inverno eram preparadas conforme a chegada do frio.
Tudo isso exigia planejamento.
 
Fonte: Pressmaster/Shutterstock
MÓDULO 1
 Identificar os conceitos de planejamento e de planejamento
escolar, reconhecendo as diferentes compreensões do termo ao
longo da história
O QUE É PLANEJAMENTO
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre o planejamento
escolar.
Com a complexificação das sociedades, foi necessário ampliar e
melhor estruturar a organização de diferentes setores, como o da
produção, do comércio, do uso dos espaços públicos e a estruturação
das normas sociais, além de aperfeiçoar as estratégias de guerra,
tornando-as mais eficientes. Assim, o ato de planejar ganhou maior
sistematicidade e uso social diversificado, passando a integrar a vida
social e mesmo a familiar.
A noção de planejamento tornou-se mais ampla e complexa, de acordo
com o setor, com o nível institucional ao qual se aplica e com a
abrangência de seu conteúdo. Atualmente, é percebido como uma
ferramenta usada pela administração que viabiliza uma percepção
mais precisa da realidade, da avaliação dos caminhos possíveis para
se chegar a determinados objetivos.
 DICA
Um bom planejamento exige uma construção anterior do que se
espera produzir como resultado e os trâmites e caminhos a serem
seguidos para se chegar aos objetivos.
A racionalidade da reflexão e proposição de ação é uma marca do
planejamento, que normalmente não está sujeito, como as ações
estão, a problemas eventuais e imprevisíveis que podem ocorrer. É
fruto de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e
organiza ações, antecipando os resultados esperados a partir de
objetivos predefinidos. Sua constante avaliação é necessária, já que
tanto as circunstâncias de sua aplicação quanto interferências
externas podem ocorrer, comprometendo os resultados.
Vejamos alguns tipos de planejamento:
1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Destina-se à organização como um todo e ao longo do tempo.
Menos ligado às ações do que aos propósitos e à estrutura da
organização – educacional ou de qualquer outro setor da
sociedade.
É uma ferramenta gerencial adotada pelas empresas, buscando
estabelecer metas de médio e longo prazo.
Centraliza as decisões nos gestores que chefiam a empresa ou a
instituição.
É um processo contínuo e permanente pelo qual são definidos e
revisados a missão da organização, sua visão de futuro, os
objetivos e os projetos de intervenção que visam a mudanças ou
permanências desejadas por aqueles que lideram a organização.

2. PLANEJAMENTO TÁTICO
É mais setorial e envolve metas e tarefas a serem executadas pelo
pessoal do setor.

3. PLANEJAMENTO OPERACIONAL
É por meio do qual planos de aplicação imediata aos níveis mais
rotineiros e básicos de uma instituição são produzidos.
Nas sociedades atuais, o planejamento é tão familiar que às vezes
passa despercebido, mesmo estando presente em todos os
segmentos de nossas vidas. Atualmente, o ato de planejar está
consolidado como algo de suma importância, e temos formas e esferas
do planejamento percebidos e definidos de diferentes maneiras.
Falamos em:
Planejamento pessoal
Planejamento financeiro
Planejamento organizacional
Planejamento empresarial
Planejamento estratégico
Planejamento familiar
Planejamento operacional
Planejamento urbano
Planejamento educacional e escolar
Pode-se dizer que o termo planejamento foi e vem sendo empregado
em diferentes cenários. Algumas vezes de maneira mais restrita e em
outros momentos de modo mais amplo e complexo. Mas a notoriedade
que o termo possui atualmente advém do período da Revolução
Industrial e com as novas perspectivas de compreensão da
administração no final século XIX e início do século XX, incluindo-se a
administração do Estado. Foi também nesse período, após a Primeira
Guerra Mundial e com a Revolução Russa de 1917, que o
planejamento começou a ser aplicado no campo da economia.
Rejeitado pelos liberais, que entendiam que a economia seria
autorregulável e apostavam na “mão invisível” do mercado, o
planejamento econômico centralizado no Estado foi adotado pelo
regime comunista implantado na União Soviética e, gradativamente, foi
sendo incorporado como necessidade nas economias capitalistas.
Atualmente, é impensável uma economia não planejada, mesmo que
não gerenciada em detalhes pelo Estado.
Sendo o planejamento intimamente relacionado com os conceitos de
organização ou administração e de produtividade, o planejamento em
níveis distintos e formas específicas em função do setor a que se
aplica é parte da vida de todos nós. Como não poderia deixar de ser,
ele está também no campo da Educação, em níveis mais gerais por
meio do planejamento educacional e, mais especificamente em cada
unidade escolar, em diferentes instâncias das escolas. Os estudos do
Planejamento Educacional e Escolar se situam, portanto, no campo da
Administração Educacional e Escolar, respectivamente.
 SAIBA MAIS
Historicamente, além desse espraiamento em campos e da
estruturação em níveis, o planejamento também evoluiu
conceitualmente e encontrou em Frederick Winslow Taylor seu autor
de referência. O livro escrito por ele, Os Princípios da Administração
Científica , publicado em 1911, tornou-se um clássico incontornável
nos estudos de Administração e Economia em geral, e mesmo nos
estudos da administração educacional e escolar ainda atualmente. Foi
a partir de seus estudos e de sua obra, trazendo o termo para a área
empresarial, que cursos e formações específicas para o campo da
Administração ganharam corpoe notoriedade.
 
Fonte: Wikimedia
 Frederick Winslow Taylor.
O planejamento, para Taylor, é um dos cinco princípios do que ele
nomeia como sendo a Administração Científica, origem da disciplina
acadêmica Administração de Empresas, e consiste em substituir o
critério individual do operário, a improvisação e o empirismo por
métodos planejados e testados de gestão. Os outros quatro Princípios
da Administração Científica (seleção ou preparo, controle,
execução e singularização das funções) não estudaremos neste
tema.
A Administração Científica é, portanto, um modelo de gestão que se
baseia na aplicação do método científico à administração com o
objetivo de garantir uma melhor relação custo/benefício nos sistemas
de produção, aumentando-se, com isso, a produtividade da empresa e,
consequentemente, seus lucros. O pensador percebeu que a
padronização de métodos de produção poderia contribuir
sensivelmente para o incremento da produção, sem ampliação de
custos, e formulou cientificamente os seus princípios.
Ao incorporar o termo à gestão empresarial no início do período da
interferência mais efetiva do Estado na economia e de complexificação
dos processos de produção industrial, Taylor tornou-se uma referência
tanto para empresas – Henry Ford foi um dos primeiros a adotar o
taylorismo em suas fábricas – quanto para o campo acadêmico, e suas
ideias se tornaram influentes até mesmo no nível estatal.
Atualmente, embora a Administração Científica e seus princípios ainda
exerçam influências sobre o campo de estudos da Administração,
muitas outras perspectivas são consideradas relevantes, questionando
o taylorismo e buscando outras formas de administrar e de incluir o
planejamento da gestão do Estado e de empresas. Uma das novas
formas de planejamento que tem adesões em muitos setores é o
planejamento participativo, que envolve um número maior de
pessoas e de setores de empresas, escolas e parte do Estado.
A mais notória experiência de planejamento participativo no Brasil
aconteceu na Prefeitura de Porto Alegre no início dos anos 2000, por
meio do que ficou conhecida como “Orçamento Participativo”, uma
forma de planejamento financeiro da prefeitura, do qual participavam
cidadãos e organizações sociais para definir os destinos da verba
disponível.
Muitas outras experiências e propostas de planejamento vêm
ocorrendo mundo afora e são estudadas, aperfeiçoadas e corrigidas
por meio daquilo que se convencionou chamar de feedback (a análise
avaliativa dos resultados das ações planejadas, que sugere as
javascript:void(0)
correções de rumo a serem implantadas). Essa avaliação é um
procedimento permanente dos processos de planejar, sempre
retomados pós-ação para serem melhorados e redefinidos. Ao
incorporarmos a noção de feedback ao ato de planejar, estamos
reconhecendo o caráter cíclico de todo o planejamento, que é
retomado desde o início cada vez que uma avaliação se faz e a
realimentação do processo é efetivada.
ESTATAL
Planejar é decidir com antecedência o que fazer, como fazê-lo,
quando fazê-lo e quem deve fazê-lo. O planejamento cobre o
espaço entre onde estamos e para onde queremos ir. Torna
possível a ocorrência de eventos que em caso contrário não
aconteceriam. Embora o futuro exato não possa ser predito, e
fatores incontroláveis possam interferir com os planos mais bem
formulados, a menos que haja planejamento, os eventos serão
deixados totalmente ao sabor do acaso. Planejamento é um
processo intelectual exigente, requer determinação consciente das
alternativas de ação e a fundamentação de decisões em
finalidades, conhecimentos e estimativas cuidadosas.
Fonte: Wikipédia
O PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL E ESCOLAR
O planejamento faz parte de todos os setores da sociedade e pode se
organizar de modos distintos conforme escolhas daqueles a quem
cabe a responsabilidade por ele. Essas escolhas envolvem gestores,
mas também (mesmo antes deles) decisões políticas a respeito do
modo de planejar e daquilo que deverá ser o conteúdo do plano. Isso
porque a definição dos objetivos mais amplos de qualquer organização
é sempre fruto de uma opção política.
 
Fonte: Master1305/Shutterstock
Isso significa que, concretamente, pouco a pouco, o conceito de
planejamento também foi incorporado pelo campo da Educação e pela
escola e, assim como em outros campos da vida humana e da
sociedade, muitos dos princípios básicos do planejamento já eram
praticados no dia a dia da administração escolar. Isso porque, sem
uma organização básica, uma escola não teria a mínima condição de
funcionamento. Mais do que isso, o planejamento escolar se inscreve
em uma política educacional – pública ou privada – definida em
documentos que devem ser respeitados por todas as escolas do
sistema no momento de sua organização específica.
Um dos grandes conflitos em torno do planejamento – em especial o
chamado estratégico – no campo da Educação reside no fato de sua
origem estar ligada às necessidades da economia capitalista, do
mercado, da indústria. Seus princípios básicos estão centrados em
uma racionalidade tecnicista e seus desdobramentos – a partir dos
anos 1970 – nos princípios da tecnocracia, na qual eficiência e
produtividade são características básicas da lógica reprodutivista do
modo de produção capitalista que esse modelo encarna. Traduzindo:
um modelo pautado na técnica, no domínio da técnica e na reprodução
da técnica como a coisa mais importante para ter sucesso na
educação.
 SAIBA MAIS
Existem muitas formas econômicas de compreender o cotidiano social
do capitalismo; as principais delas são dos autores de economia, com
destaque para Adam Smith e Karl Marx como os primeiros
interpretadores do fenômeno do capital nos séculos XVIII e XIX. O
conceito de Modo de Produção é cunhado por Marx, ampliando a visão
de Smith, no sentido de perceber qual a principal forma de produção
de riqueza. Com o capital e suas dinâmicas, entende-se que controlar
a produção – ora industrial, ora de riquezas setorizadas – marca o
momento de uma sociedade definida pelo capital.
 EXEMPLO
Pense no impacto que isso provoca: o professor deixa de ser um
intelectual que promove para ser um técnico que executa uma missão;
os gestores e a equipe pedagógica têm técnicas, procedimentos e
ações que, se cumpridos, garantem resultados semelhantes, ainda
que com poucas correções de rumo.
Esse primado do planejamento tecnicista não é total, e o planejamento
educacional e escolar atualmente o transcendem, indo muito além
dessa visão tecnicista, bastante questionada na atualidade. A mais
difundida das propostas de superação do planejamento tecnicista
tradicional, reconhecido por alguns como tecnocrático e por outros
como burocrático, é o planejamento participativo.
A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO QUE
ATUALMENTE SE CHAMA
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NÃO É
O FATO DE NELE SE ESTIMULAR A
PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS. ISSO
EXISTE EM QUASE TODOS OS
PROCESSOS DE PLANEJAMENTO: NÃO
HÁ CONDIÇÕES DE FAZER ALGO NA
REALIDADE ATUAL SEM, PELO MENOS,
PEDIR ÀS PESSOAS QUE TRAGAM
SUGESTÕES. USA-SE ESSA
“PARTICIPAÇÃO” ATÉ PARA ILUDIR OU
COOPTAR. O PLANEJAMENTO
PARTICIPATIVO É, DE FATO, UMA
TENDÊNCIA (UMA ESCOLA) DENTRO DO
CAMPO DE PROPOSTAS DE
FERRAMENTAS PARA INTERVIR NA
REALIDADE. ELE SE ALINHA A OUTRAS
CORRENTES, COMO O
GERENCIAMENTO DA QUALIDADE
TOTAL E O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO. COMO TAL, ELE TEM
UMA FILOSOFIA PRÓPRIA E
DESENVOLVEU CONCEITOS, MODELOS,
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS TAMBÉM
ESPECÍFICOS.
GANDIM, 2001
O planejamento participativo recebe esse nome porque pressupõe
que seja feito, não por técnicos especializados ou por políticos no
poder, mas pelo conjunto de pessoas envolvido com a instituição (seja
ela qual for, mas, no nosso caso, as escolas) e interessado em pensá-
la e em suas ações, com autonomia suficiente para que a participação
não seja um simulacro, caindo na cooptação de que fala Gandim. A
pensadora da Educação, Ilma Veiga (2005), afirma que a escolaé o
lugar de concepção, realização e avaliação de seu projeto
educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho
pedagógico com base em seus alunos. Ou seja, a participação dos
diferentes sujeitos da escola é fundamental para que o projeto
elaborado considere, efetivamente, as especificidades locais, de
alunos, professores e demais trabalhadores, suas possibilidades e
seus limites. Por isso, a opção pelo planejamento participativo parece
tão relevante para esses autores.
Nos campos educacional e escolar, é preciso, também, diferenciar o
caráter do planejamento nas instituições públicas e privadas. Podemos
dizer que, no caso:
Redes privadas
Os Planos de Desenvolvimento Institucional (PDI) e os Projetos
Pedagógicos Institucionais (PPI) são definidos pelos proprietários e
javascript:void(0)
gestores contratados para a tarefa.
PROJETOS PEDAGÓGICOS
INSTITUCIONAIS
O Projeto Pedagógico Institucional (PPI) é um documento que
estabelece as políticas para o fazer acadêmico fiel à filosofia
institucional, enquanto o Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI) é o instrumento que estabelece ações para dar cumprimento
às políticas expressas no PPI.
Fonte: Projeto Pedagógico Institucional – PPI / UFAL

Redes públicas
As escolas não formulam nem seguem esses tipos de planos, já que a
elas cabe apenas elaborar os projetos político-pedagógicos locais –
tornados obrigatórios para todas as escolas a partir da aprovação da
LDB em 1996 –, recebendo orientações gerais da Administração do
sistema, o Ministério e as Secretarias de Educação estaduais e
municipais. Há, ainda, o planejamento especificamente pedagógico,
definido dentro das escolas e do qual, normalmente, participam os
javascript:void(0)
docentes da escola e, eventualmente, representantes dos
responsáveis, de acordo com as normas gerais da gestão democrática
da escola pública.
LDB
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Vejamos a seguir alguns artigos da LDB, Lei n. 9394/1996, que
demonstram a importância que o planejamento assume nos atuais
sistemas de ensino, a preocupação em normatizá-lo de modo
democrático e o investimento na autonomia das unidades escolares.
Percebendo, ainda, os diferentes níveis em que o planejamento deve
ocorrer, bem como a subalternidade dos níveis mais específicos ao
projeto da escola:
ARTIGO 12
Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as
do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I – elaborar e
executar sua proposta pedagógica (...).
ARTIGO 13
Os docentes incumbir-se-ão de: I – participar da elaboração da
proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II – elaborar e
cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino (...).
ARTIGO 14
Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do
ensino público na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos
profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da
escola; II – participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
ARTIGO 15
Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas
de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as
normas gerais de direito financeiro público.
A tentativa de legislar dessa forma sobre o planejamento escolar está
baseada no princípio da gestão democrática, presente na LDB e
inspirador dos itens I do Artigo 13, e do Artigo 14, ao determinar que
todos os profissionais da Educação participem na elaboração do
Projeto Político-Pedagógico da escola, reconhecendo funcionários de
apoio como “educadores” e incorporando pais e responsáveis à gestão
da escola. Ressaltamos, ainda, o Artigo 15 e a perspectiva de
autonomização progressiva das escolas em relação ao sistema de
ensino que integram, democratizando não apenas a gestão local, mas
também a relação dela com o sistema. Como vimos, essa
preocupação democrática também se faz presente no campo
acadêmico do estudo do planejamento escolar e sua proposta de
planejamento participativo.
Celso Vasconcellos (2008), pensador brasileiro que se dedica ao
estudo do planejamento escolar, propõe o planejamento estruturado
da seguinte forma:
 
Fonte: Autor
PPP E O PLANEJAMENTO
O projeto político-pedagógico é um documento legal obrigatório desde
a LDB 9394/1996 e que deve ser elaborado pelas escolas, definindo
objetivos, interações, missões, entre outros aspectos.
Nos níveis mais especificamente pedagógicos dos planos de ensino e
das aulas, sempre em consonância com o PPP (Projeto Político-
Pedagógico) da escola, os planejamentos devem obedecer, também,
a uma lógica participativa. Vejamos:
PLANO CURRICULAR OU DE ENSINO
Constitui-se no referencial basilar para a fundamentação de cada
disciplina e de cada ação junto aos alunos.
É no plano curricular que são expressos os conteúdos previstos, as
expectativas de aprendizagem e as propostas de avaliação para
cada ano/série.
PLANOS DE AULA
Constitui-se da organização didática do processo ensino-
aprendizagem destinado a cada turma, apontando explicitamente o
conteúdo de ensino, os objetivos a atingir, as estratégias de
ensino e o material didático de apoio, além de prever avaliações
e seu tempo de execução. Essa estrutura clássica dos planos de
aula continua válida por ser uma forma completa e útil de
acompanhamento de conteúdos ministrados e de alunos.
Essa esfera pontual do planejamento escolar exige do docente algum
trabalho anterior de diagnóstico dos alunos, já que os planos de aula
precisam levar em consideração os conhecimentos prévios destes e as
defasagens existentes, procurando garantir que todos os alunos
alcancem os objetivos de aprendizagem contidos no plano curricular
geral e expressos especificamente em cada plano de aula.
Como instrumento personalizado de trabalho, o plano de aula deve
ser desenvolvido para atingir os objetivos definidos no plano curricular,
mas respeitando a especificidade de cada turma, precisando, portanto,
ser formulado para cada grupo em suas características, quando
estamos diante dos mesmos conteúdos. Isso significa, do ponto de
javascript:void(0)
vista conceitual, que o conhecimento da realidade sobre a qual se quer
intervir antecede o próprio ato de planejar.
PLANEJAMENTO ESCOLAR
Significa organizar, racionalizar e coordenar a ação gestora e
docente com o objetivo de criar uma articulação entre os
programas curriculares (oficiais ou de rede pública), a prática da
sala de aula, bem como os problemas e as dificuldades inerentes
ao dia a dia da escola, quer no contexto social e cultural onde cada
instituição está inserida, quer nas salas de aula e nos demais
espaços escolares.
FIXANDO CONCEITOS
Podemos resumir os principais conceitos trabalhados neste módulo
por meio de uma esquematização e das principais noções envolvidas.
Tivemos acesso aos níveis de planejamento atualmente
reconhecidos como necessários à gestão de empresas, de instituições
educativas autônomas e de escolas que integram sistemas de ensino.
Em cada caso, os níveis do planejamento se repetem, do mais amplo
ao mais específico, sendo que, nas escolas que integram sistemas
educacionais, a autonomia na definição do PPP (Projeto Político-
Pedagógico) é parcial, já que este, como vimos na legislação, deve
obedecer às normas do sistema de ensino no qual se inscreve a
escola.
Ressaltamos, também, a importância de sabermos que esse esquema
visa a facilitar a retenção dos conteúdos trabalhados, mas requer o
conhecimento das definições específicas que não estão no esquema,
mas foram devidamente trabalhadas acima.
Finalmente, dentro desse esquema, cabe tanto o planejamento
científico burocrático ou tecnocrático quanto as propostas de
planejamento participativo que discutiremos no próximo módulo, de
aprofundamento do estudo do planejamento escolar.Vejamos a seguir os conceitos já estudados:
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem
horizontal
Níveis do
planejamento
Planejamento
em empresas
Planejamento
em instituições
educativas
Planejamento
escolar
Institucional 
(Níveis
hierárquicos
mais altos)
Estratégico PDI → PPI
PPP 
(participativo)
Intermediário 
(Gerências e
Tático Planos de
curso/disciplinas
Plano
curricular
subdivisões)
Local 
(Setor
específico)
Operacional Planos de aula
Planos de
aula
Vamos fixar o que foi aprendido? Sua vez de escrever. Faça seus
registros e guarde suas anotações. Vê-las daqui a algum tempo dará a
você outra possibilidade de compreensão.
EMBORA A HUMANIDADE TENHA
SEMPRE REALIZADO O
PLANEJAMENTO DE AÇÕES, A
ACEITAÇÃO DA NECESSIDADE DO
PLANEJAMENTO PARA
DIFERENTES SETORES DA VIDA E
A PROPOSIÇÃO CIENTÍFICA E
ESTRUTURADA DO
PLANEJAMENTO SÃO BEM MAIS
RECENTES. EXPLIQUE O QUE
OCORREU A PARTIR DO QUE
ESTUDOU NESTE MÓDULO.
RESPOSTA
O PLANEJAMENTO ESCOLAR
SEMPRE SOFRE VARIAÇÕES
QUANDO CHEGA ÀS SALAS DE
AULA, PERMANENTEMENTE
SUJEITAS A MUDANÇAS DE RUMO.
AO AVALIARMOS OS RESULTADOS
DA PRÁTICA DOCENTE, TEMOS
POR HÁBITO RESPONSABILIZAR
OS PROFESSORES OU OS ALUNOS
javascript:void(0)
EM CASO DE FRACASSO. DO
PONTO DE VISTA DA TEORIA DO
PLANEJAMENTO, QUE OUTRAS
INSTÂNCIAS DEVERIAM SER
CONSIDERADAS QUANDO HÁ
FRACASSO NOS RESULTADOS
PLANEJADOS?
RESPOSTA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO PERÍODO DE INFLUÊNCIA DO TECNICISMO NA
EDUCAÇÃO, O PLANEJAMENTO PREVALECEU
javascript:void(0)
COMO:
A) Prática refletida a serviço da transformação da realidade, e da
humanização e emancipação do sujeito.
B) Instrumento de diagnóstico sobre a prática com vistas a incorporar,
na ação docente, os anseios dos discentes.
C) Abordagem que favoreceu o desenvolvimento de práticas coletivas
e colaborativas.
D) Mecanismo burocrático de padronização e controle do trabalho dos
professores, privilegiando a forma.
2. A IDENTIFICAÇÃO DO PLANEJAMENTO TEM NÍVEIS
E TIPOLOGIAS DIVERSAS QUANDO PENSAMOS EM
EDUCAÇÃO. A PARTIR DESSE PONTO, PODEMOS
AFIRMAR QUE:
A) Em instituições de educação, o principal documento de
planejamento é o projeto político-pedagógico.
B) Nas empresas, o planejamento é algo completamente diferente da
concepção de planejamento escolar.
C) Nas escolas, o planejamento tem, em nível operacional, a produção
de planos de aula.
D) Nas escolas, o planejamento deve dialogar com as decisões da
direção, espelhando o olhar dos dirigentes.
GABARITO
1. No período de influência do tecnicismo na educação, o
planejamento prevaleceu como:
A alternativa "D " está correta.
 
A ideia de que o mundo contemporâneo pertence ao capital é bastante
consolidada, mas ainda estava em formação no século XIX e princípio
do século XX. No entanto, percebe-se que a escola atual é filha desse
processo e, portanto, seu início e suas formas de planejamento
dialogavam efetivamente com a forma de produção, comercialização e
treinamento. Assim, a escola e as empresas guardam uma relação
intrínseca que ainda pode ser observada em nosso cotidiano.
2. A identificação do planejamento tem níveis e tipologias
diversas quando pensamos em educação. A partir desse ponto,
podemos afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
 
O planejamento escolar tem três partes fundamentais:
Institucional – em que é estruturado o PPP.
Gerencial e diretivo – marcados pelos planos governamentais e
curriculares.
Local – voltado aos planos de aula.
Esse planejamento equivale, nas empresas, aos planos operacionais.
MÓDULO 2
 Reconhecer as funções do planejamento no âmbito escolar e
na organização da escola
PLANEJAR E A INSTITUIÇÃO
ESCOLA
É comum acreditar na diferença entre os que pensam e planejam e
aqueles que executam as tarefas. Não há, nas instituições, empresas
e escolas, profissionais isentos da tarefa de planejar. Mesmo que em
escala e níveis diferentes, todo profissional atuando na escola – e nas
empresas– em algum momento precisa planejar sua ação.
 
Fonte: Prasit2512/Shutterstock
É um equívoco acreditar que cabe às autoridades governamentais a
obrigação de apresentar um planejamento para as escolas. Não é
assim que o processo educativo funciona. Por mais que o governo de
um estado ou de um país defina normas gerais de funcionamento ou
mesmo diretrizes para a ação pedagógica, cada escola precisa ter seu
próprio planejamento. Não se faz uma escola somente com uma sala
de aula e um professor que siga um planejamento externo do qual não
participou. O processo escolar vai muito além disso e envolve muita
planificação.
 ATENÇÃO
Por mais que haja uma responsabilidade do Estado pelo planejamento
nas escolas da rede pública, notadamente há elementos centrais da
ação pedagógica na definição das políticas educacionais e de
financiamento que devem ser planejados dentro das escolas. Ou seja,
são instâncias diferentes de organização do trabalho escolar, todas
responsáveis pelo planejamento.
PLANEJAMENTO NA ESCOLA
 
Fonte: Vasin Lee/Shutterstock
Quando pensamos em uma escola funcionando, às vezes não
percebemos o quanto aquela rotina exigiu ações de planejamento
anterior. Desde a elaboração dos projetos político-pedagógicos,
passando pela logística de funcionamento no dia a dia, pela
organização da gestão e do trabalho educativo em si, nos processos
ensino-aprendizagem, tudo numa escola precisa ser planejado, de
preferência coletivamente.
Dos horários das diferentes aulas à organização do uso dos
espaços e chegando aos conteúdos escolares, nada se faz
espontaneamente. A estruturação de uma escola se assemelha a um
quebra-cabeça, no qual cada peça precisa encontrar seu lugar sob
pena de jamais se chegar a uma organização satisfatória. Ou seja,
para que uma escola funcione satisfatoriamente no cotidiano, muitos
planos e muitas reflexões precisam ser realizados antes. Não é por
acaso que, em geral, profissionais de educação retornam às escolas
alguns dias antes dos alunos: é para planejar.
Alguns exemplos úteis à compreensão dessa necessidade de
planejamento logístico para o bom funcionamento de uma escola
podem ser úteis. Vamos a eles:
RECREAÇÃO
AULAS
HORÁRIOS
ESPAÇOS ESPECIALIZADOS
Junte-se a ele o planejamento mais propriamente pedagógico, do qual
os professores devem participar e levar em conta ao organizar o
trabalho, como em que dia e horário eles encontram melhores
condições para ministrar conteúdos mais densos e quando será
necessário trabalhar exercícios ou atividades de menor exigência
intelectual. E usando essa informação, organizar as ações para cada
turma, respeitando as sequências necessárias dos conteúdos e, por
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
caminhos diferentes, chegar com suas turmas ao mesmo ponto nas
avaliações mais gerais.
 EXEMPLO
Caio é professor de Artes da educação infantil e está trabalhando
competências motoras com seus alunos. Ao planejar, Caio precisa
utilizar diferentes ambientes da escola para desenvolver seu trabalho.
Mais do que isso, uma das turmas de Caio tem três alunos com grave
deficiência motora. Caio não pode avaliar ou construir seu
planejamento de forma individual, precisa planejar apoiado por um
plano maior, trabalhado com a equipe pedagógica, pensado para
atender a demandas e grupos diversos, sabendo que têm objetivos a
serem alcançados. Logo, planejar passa por ver os limites, mas
também garantir ao máximo que os instrumentos necessários estejam
disponíveis para auxiliar o professor em sua complexa missão:
conduzir alunos a atingir pontos de aprendizagem específica.
Poderíamos multiplicar os exemplos e ampliar as variáveis dos nossos
quebra-cabeças, mas o importante a reter nesse momento é que o ato
de planejar permeia, basicamente, toda a estrutura e ação de uma
escola, tanto física quanto pedagógica, passando pela gestão dos
espaços, pelas normas curriculares e a sequência do trabalho
pedagógico, pelos critérios e processosde contratação dos
professores e demais profissionais de educação, pelos modos de
relacionamento interno e com a comunidade escolar. Tudo envolve
planejamento!
Planejar é necessariamente perceber que vivemos sob um acúmulo de
planejamentos que precisam ser articulados para serem efetivamente
atingidos. As secretarias planejam, e o planejamento de uma escola
dialoga com o das secretarias e com os seus planejamentos
pedagógicos, financeiros, de projetos, em vários níveis. Depois vem o
planejamento docente, que dialoga como o da escola, com o da
secretaria e com os seus. Ainda temos os alunos, enfim, se não
houver uma concatenação de objetivos e fins, ocorre a fragilização dos
resultados. Diante de um processo tão complexo, só há uma solução:
planejar com muito cuidado!

O planejamento prevê ações para todas as áreas da escola,
envolvendo gestores, professores, profissionais de educação não
docentes e a comunidade escolar. A gestão escolar envolve, portanto,
a estruturação da escola a partir de sua proposta geral, expressa no
projeto político-pedagógico, referência para tudo o que lhe sucede na
organização escolar.

Como vimos, há também uma dimensão logística de estruturação
dos espaços e tempos da escola, bem como toda a parte estritamente
administrativa a ser planejada e estruturada segundo um plano de
gestão escolar.

Finalmente, temos o planejamento propriamente pedagógico, que
envolve a organização dos conteúdos a serem trabalhados ao longo
do ano letivo, chegando ao detalhamento de planos de aula, passando
pelos momentos de avaliação e replanejamento.
No campo estritamente pedagógico, é por meio do planejamento que a
escola coloca em prática o seu projeto político-pedagógico, define
os caminhos a serem traçados para atingir seus objetivos, os modos
de como será desenvolvida cada etapa do trabalho, qual o eixo
condutor do ensino e dos diferentes componentes curriculares. Nesse
contexto, todas as ações pedagógicas precisam estar claras e
definidas, bem como as estratégias para o bom desenvolvimento do
ensino e quais as formas de avaliação utilizadas. Percebe-se, com
isso, que o planejamento é fundamental para o desenvolvimento
do processo de ensino-aprendizagem, bem como para o
desenvolvimento do dia a dia da escola.
Considerando essa relevância do planejamento pedagógico dentro do
planejamento escolar, faz-se necessário considerar os docentes como
elementos de grande importância, não apenas na execução de planos,
mas em sua elaboração cotidiana.
 DICA
Quanto maior a clareza do docente no que diz respeito ao
planejamento, à importância dele e do ato de planejar propriamente
dito, maior liberdade e autonomia docente e discente podem ser
alcançadas no processo ensino-aprendizagem.
Com isso, afirmamos que a tarefa de ensinar não pode ser concebida
como um processo mecânico ou estático, onde os resultados estão
definidos e podem ser predeterminados como produto de uma ação
mecanizada. Vejamos:
SALA DE AULA
EDUCADORES
PRÁTICA PEDAGÓGICA
É um espaço de interação humana, na qual pessoas convivem com
outras, com interesses e comportamentos diversos. E é por isso
mesmo que a sala de aula se constitui como espaço privilegiado de
negociação, formação do pensamento crítico e produção de novos
sentidos em relação aos conhecimentos formais e outros a partir de
situações de aprendizagem previamente planejadas. Por isso, o
planejamento escolar precisa ser pensado muito além do planejamento
empresarial, que envolve estratégias e metas de produção de objetos
ou serviços, ao contrário da escola, espaço-tempo de formação
humana e de produção de aprendizagens significativas.
Todos os profissionais de uma escola são educadores, pois a
articulação entre as diferentes instâncias e dimensões do
planejamento – material, organizacional, logístico e pedagógico – só
funcionam articuladamente, de modo interdependente.
Para o profissional docente, pode-se afirmar que a prática pedagógica
docente seria a junção de três momentos: o planejamento, a mediação
e a avaliação. São três momentos distintos e autônomos, mas
intrinsecamente vinculados e sempre presentes, um influenciando o
outro. Eles têm uma relação de interdependência cujo reconhecimento
depende da qualidade e da coerência de todo o processo da prática
pedagógica. Ao longo do processo, certamente ocorrerão momentos
de prevalência de um sobre o outro, mas nunca de ausência. Pode-se,
ainda, considerar que, de modo cíclico, o momento de avaliação
precederá novos momentos de planejamento, funcionando como
feedback e levando ao replanejamento, tendo em vista novas ações e
assim sucessivamente.
CITAÇÃO
(...) QUANDO SE FALA EM
PLANEJAMENTO ESCOLAR, ESTAMOS
INDO MUITO ALÉM DA ELABORAÇÃO
DE PLANOS DE AULA PELOS
DOCENTES A PARTIR DE ALGUMA
ORIENTAÇÃO EXTERNA. NÃO SE DEVE,
PORTANTO, CONFUNDIR O
PLANEJAMENTO COM A ELABORAÇÃO
DE PLANOS DE AULA. SÃO BEM
DIFERENTES! PLANOS DE AULA FAZEM
PARTE DO PLANEJAMENTO, MAS SE
INTEGRAM ÀS DEMAIS INSTÂNCIAS. OU
SEJA, PODE-SE DIZER QUE O
PLANEJAMENTO, COMO PROCESSO, É
PERMANENTE; O PLANO DE AULA, POR
SUA VEZ, COMO PRODUTO, É
PROVISÓRIO.
VASCONCELOS, 2010
IMPORTÂNCIA DO
PLANEJAMENTO ESCOLAR
Quando a ideia de planejamento chegou à Educação e às escolas, a
partir das interferências da Administração Científica Burocrática
sobre a Administração Escolar, houve muita resistência. Não porque
não houvesse planejamento nas escolas, mas porque a ideia de se
assemelhar uma escola a uma empresa causava estranheza e muita
resistência no meio educacional. Nos últimos cinquenta anos, no
entanto, os debates foram intensos, muitas vezes acalorados, e,
apesar dessa forma dominante de se pensar o planejamento ser de
fato considerada imprópria para escolas e espaços educativos em
geral, o planejamento se consolidou não só como algo necessário,
mas também como relevante.
Atualmente, existe um consenso em torno da ideia de que o
planejamento veio para ficar e que o ato de planejar de modo
sistemático traz vários benefícios facilitadores para o bom
funcionamento da escola e para a gestão escolar. Além de auxiliar a
gestão e a logística administrativa e pedagógica, o planejamento
contribui para a organização dos conteúdos a serem ministrados, sua
distribuição em meses, semanas e aulas, tornando-se um eixo auxiliar
fundamental para o professor na organização do seu trabalho.
O planejamento escolar ou pedagógico, se concebido e implantado
de modo cooperativo, proporciona trocas de experiências e de ideias
entre professores, entre eles e os coordenadores e supervisores
pedagógicos, podendo chegar, em casos de gestão mais democrática
do sistema, a autoridades locais de educação, permitindo fazer circular
em diferentes grupos e instâncias experiências positivas, questões
delicadas e possibilidades de atuação inovadoras. Quando se percebe
esse potencial, chega-se à possibilidade de concepção de uma
unidade escolar, na qual todos os professores estejam trabalhando
em prol dos mesmos objetivos e que pode transcender os muros de
uma escola e chegar ao sistema de ensino. Esse favorecimento de
trocas de experiências, dúvidas, sucessos e problemas pode levar
ao amadurecimento local do trabalho em uma escola específica e,
quando se consegue uma interlocução maior, espraiar-se pela rede de
ensino.
Um bom planejamento pode levar à transformação de conceitos
abstratos em realidade concreta, pois, mais do que um documento, ou
vários, expressam possibilidades e servem de eixo norteador do
trabalho na escola. Conforme visto, o processo que envolve o
planejamento traz consigo a avaliação do que se realizou e a
possibilidade de replanejamento.
Considerando o caráter cíclico do ato de planejar, melhor formulado
como planejamento-implementação-avaliação, pode-se afirmar que
ele é o eixo condutor do trabalho na escola (em permanente
mudança), desde que avaliado no tempo correto. A ansiedade em
avaliar, antes de dar tempo para a consolidação das açõesplanejadas,
pode trazer mais problemas do que soluções, já que é preciso
respeitar o processo antes de avaliar seu sucesso ou não.
Para formular um bom planejamento:
 
Fonte: Autor
Não raro, boas ideias acabam por se mostrar ineficientes, inovações
naufragam em meio a intempéries repentinas e outros problemas do
cotidiano se interpõem, exigindo mudanças. Mas o oposto também
acontece, quando planos se mostram úteis, eficazes e mesmo
multiplicáveis em função do seu sucesso. Saber lidar com ambos,
sucessos e fracassos, são qualidades de bons professores, gestores,
já que fazem parte daquilo que nenhum planejamento pode prever, a
dinâmica da vida cotidiana nas escolas, com suas imprevisibilidades e
incontrolabilidades.
Por exemplo, quando os alunos durante as aulas perguntam,
questionam, indagam, as circunstâncias são modificadas e o cenário
inicialmente planejado perpassa as diferentes formas de ensinar
“inventadas” e integra-se a criação de alternativas móveis, provisórias,
não planejadas, como resposta aos problemas e às dificuldades da
vida cotidiana. Criam-se, então, ações que transcendem objetivos e
funções predefinidos da ação pedagógica, levando-a para além do já
existente e do já sabido.
E é exatamente porque a vida cotidiana nas escolas tem essas
características que o planejamento se torna tão importante.
Essas práticas, comuns nas escolas, criam novidades em relação
àquilo que foi previsto e prescrito e, com frequência, levam a
adaptações nos planos, que precisam estar lá para que a escola não
se desorganize e seja capaz de recriar os planos e seguir com a ação
de modo coerente com seus objetivos.
Outra dimensão em que o planejamento escolar surge como elemento
de grande relevância é o do diálogo escola-comunidade. A
estruturação do projeto político-pedagógico com a participação da
comunidade e a existência de conselhos operacionais e ativos dentro
das escolas são pontos centrais de atendimento ao princípio da gestão
democrática. Nessa perspectiva, o planejamento precisa expressar,
também, os interesses da comunidade, de uma maneira geral,
influenciando o direcionamento das metas e as diretrizes da escola.
Assim, nessa perspectiva, todas as partes internas e externas da
escola (docentes, discentes, funcionários, governo, família e toda a
comunidade) se envolvem no direcionamento das diretrizes.
 
Fonte: Wikipédia
 Figura 1: Escola indígena baníua no rio Içana, na Amazônia
Rede privada
Muitas são as escolas que, por meio das associações de pais,
integram a comunidade em sua gestão, o que normalmente é facilitado
pelo fato de as escolhas das famílias já considerarem as semelhanças
de compreensão do que seja e do que deva ser o processo educativo,
numa perspectiva de consonância de intenções entre família e escola.

Rede pública
Atualmente, os diretores são eleitos pelos corpos envolvidos na
escola, alunos, comunidade e funcionários. É um pequeno exemplo.
De qualquer modo, é mais do que recomendável que a comunidade
participe efetivamente das decisões do planejamento da escola. Nesse
contexto, o planejamento precisa ser pensado ou repensado
coletivamente a fim de abrir espaço para que os membros da equipe
de coordenação pedagógica – quando existirem – e docentes troquem
experiências, além de possibilitar que a comunidade se envolva e se
comprometa com a instituição de ensino. Essa atitude de conciliar
interesses de todos os participantes torna a escola mais consciente
das demandas externas e mais democrática.
ETAPAS DO PLANEJAMENTO
ESCOLAR
Para que o planejamento escolar cumpra sua função, é preciso que
ele seja organizado conforme um cronograma e um sistema em que,
gradativamente, possa-se chegar ao conjunto de aspectos que ele
abranja.
Planejar é estabelecer uma bússola, definir um caminho; para isso,
necessita de procedimentos. No nível macro, o que podemos chamar
de estrutura mais geral da escola é a definição de metas gerais. O
planejamento deve seguir o PPP (Projeto Político-Pedagógico) da
escola, que deve permitir o entendimento do cenário da escola para
determinar os objetivos que deseja alcançar. Nesse sentido, temos
algumas etapas.
PRIMEIRA ETAPA
É a do planejamento geral, renovável a cada ano letivo, em função da
avaliação do ano anterior e da feitura dos ajustes considerados
necessários. Em geral, as escolas promovem reuniões de
planejamento em sua primeira semana após as férias, antes do
retorno dos alunos, para efetivar as discussões necessárias ao
entendimento do “cenário” no momento a ser planejado, partindo
dessa compreensão e do seu PPP para definir os objetivos gerais da
instituição para o ano letivo que se inicia.
(...) o planejamento do ano não começa da estaca zero. O trabalho
já se inicia no ano anterior, quando a equipe escolar realiza a
avaliação do último plano. Na semana pedagógica, trabalha-se em
cima dos resultados obtidos e com a troca de experiência sobre
as turmas entre os docentes, visando sempre melhorar o que tem
sido feito.
PASCOAL, 2014
SEGUNDA ETAPA
Trata-se de prever as ações apropriadas aos objetivos, ou seja, de
definir e detalhar previamente as estratégias gerais de ação sobre o
trabalho que será desenvolvido no dia a dia para atingir os objetivos
definidos, aproximando-nos do trabalho especificamente pedagógico.
TERCEIRA ETAPA
Promove-se a adequação, passo a passo na proposta, das estratégias
gerais ao dia a dia escolar e suas possibilidades. É nesse momento
que toda a estrutura logística precisa estar clara a fim de avaliar se ela
está de acordo com o que se pretende desenvolver, que a cooperação
entre docentes se faz mais relevante – já que coletivamente é possível
tecer propostas mais sólidas – e que a ação gestora precisa refletir
sobre as condições efetivas da escola de desenvolver o que se prevê.
A distribuição das tarefas por setor pode ser integrada à terceira etapa
ou ser percebida como uma etapa específica ao final do processo.
Preferimos situá-la aqui, uma vez que os setores já trabalham
especificamente naquilo que farão no próprio planejamento do
cotidiano.
Embora haja mais duas fases do planejamento a serem apresentadas,
esses três momentos expressam uma sequência que vai do nível mais
amplo, envolvendo a instituição e suas metas mais gerais ao mais
focal, quando chegamos aos planejamentos docentes para o dia a dia.
 RESUMINDO
Na primeira etapa, portanto, estaríamos no nível do planejamento
estratégico, conforme o significado a ele atribuído no módulo 1. Na
segunda etapa, vamos à definição setorial das estratégias adequadas
aos objetivos, determinadas pelos diferentes setores da escola, o que
poderia ser percebido como o planejamento tático e, com relação aos
docentes, seria a formulação de planos de curso. Finalmente, na
terceira etapa, chegamos ao planejamento operacional, talvez o
mais fácil de compreender, já que se debruça sobre as ações
cotidianas, planos de aula docentes e ações ligadas ao que
conhecemos como atividades-meio, ou seja, aquelas necessárias
como suporte à atividade-fim, o processo ensino-aprendizagem.
Depois de finalizado o planejamento, ações de acompanhamento do
trabalho precisam ser organizadas e elas fazem parte da quarta etapa
da nossa reflexão, aquela que prevê a criação de indicadores para que
se possa analisar e acompanhar os resultados das ações
desenvolvidas, buscando mensurá-los. A definição de critérios
apropriados é aqui fundamental, já que da precisão deles dependerá a
eficácia da avaliação.
 
Fonte: GUNDAM_Ai/Shutterstock
Um bom planejamento não está concluído antes de ser apresentado
à comunidade escolar. Assim, após a elaboração do planejamento é
necessário divulgá-lo em reuniões gerais e focais para que aquilo que
foi decidido pela escola chegue aos seus parceiros externos.
A implantação do planejamento também exige algumas medidas
voltadas à ampliação da clareza da equipe e da comunidade escolar
em relação ao plano e às funções que lhes cabe desempenhar.Para
isso, recomenda-se a elaboração de um plano de trabalho
relacionando objetivos e estratégias; explicação clara dos objetivos e a
avaliação dos resultados, já prevista na quarta etapa.
EM POUCAS PALAVRAS, O
PLANEJAMENTO SIGNIFICA CONHECER
A REALIDADE E AS NECESSIDADES DA
COMUNIDADE ESCOLAR,
ESTABELECER METAS E OBJETIVOS,
DESTINAR RECURSOS FINANCEIROS E
MATERIAIS E GERIR TEMPO E
PESSOAS. ASSIM, É POSSÍVEL
ANTECIPAR PROBLEMAS E ANTEVER
AÇÕES PARA CONTRIBUIR COM O
DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
DOS ESTUDANTES.
PASCOAL, 2014
VAMOS PESQUISAR UM POUCO?
O QUE É UM PROJETO POLÍTICO-
PEDAGÓGICO?
RESPOSTA
javascript:void(0)
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre o olhar da relação
entre a secretaria e a escola e a dinâmica da escola.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O PLANEJAMENTO ESCOLAR TEM MUITAS
DINÂMICAS, DESDE O ENTENDIMENTO DE QUE O
PLANEJAMENTO É APLICADO NA ESCOLA ATÉ
COMO A INSTITUIÇÃO PODE CUMPRIR SEUS
OBJETIVOS, COMO NAS AÇÕES INDIVIDUAIS E
COTIDIANAS DOS SEUS DOCENTES COM PLANOS DE
CURSOS E DE AULA. OBSERVANDO A PRIMEIRA
VISÃO, O QUE SE ENTENDE POR PLANEJAMENTO
ESCOLAR?
A) Planejamento escolar é um termo abrangente que se refere à
estruturação das atividades de gestão, logísticas e pedagógicas em
uma escola.
B) Qualquer coisa que acontece em uma instituição de ensino deve
estar devidamente organizada como parte de um planejamento escolar
geral, ainda que seu foco seja os fins de ensino.
C) O planejamento é, exclusivamente, uma ferramenta que auxilia os
professores a concretizarem seu trabalho na prática docente, ou seja,
no cotidiano escolar.
D) As práticas cotidianas desenvolvidas em salas de aula são
reguladas por planejamentos individuais dos professores que devem
ser registrados e arquivados pela escola.
2. (UFG/2019/TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM
EDUCAÇÃO – ADAPTADA) A GESTÃO DA ESCOLA SE
CONSTRÓI COM A COLABORAÇÃO DE TODOS OS
ENVOLVIDOS NO PROCESSO EDUCATIVO; NO
ENTANTO, É PRECISO QUE CADA PROFISSIONAL
ASSUMA AS FUNÇÕES ESPECÍFICAS DO CARGO QUE
OCUPA. PARA TAL, É NECESSÁRIO QUE A ESCOLA
POSSUA:
A) Um planejamento que leve em consideração seus alunos, suas
histórias, seus objetivos, suas dificuldades e suas famílias, suas
demandas docentes, entre outros.
B) Um único planejamento direcionado para o trabalho dos
professores, seus planejamentos individuais, suas metodologias e
seus projetos desenvolvidos.
C) Um planejamento que deve ser executado pela a equipe diretiva,
suas ações, atuações e decisões.
D) Um planejamento exclusivo e estruturado para a atuação dos
funcionários, sua produção e qualificação.
GABARITO
1. O planejamento escolar tem muitas dinâmicas, desde o
entendimento de que o planejamento é aplicado na escola até
como a instituição pode cumprir seus objetivos, como nas ações
individuais e cotidianas dos seus docentes com planos de cursos
e de aula. Observando a primeira visão, o que se entende por
planejamento escolar?
A alternativa "A " está correta.
 
O planejamento é um recurso organizativo que ajuda a escola a
prever, estruturar, ordenar e solucionar problemas para seu pleno
funcionamento. Ainda que o planejamento docente individual faça
parte do processo, aqui referimo-nos à dinâmica e ao ordenamento
escolar.
2. (UFG/2019/TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO –
ADAPTADA) A gestão da escola se constrói com a colaboração de
todos os envolvidos no processo educativo; no entanto, é preciso
que cada profissional assuma as funções específicas do cargo
que ocupa. Para tal, é necessário que a escola possua:
A alternativa "A " está correta.
 
Planejar é buscar soluções, estar pronto para solucionar demandas,
atender aos diversos grupos envolvidos, às demandas que surjam, e
não perder o sentido de processo de execução.
MÓDULO 3
 Identificar as características do planejamento estratégico no
âmbito educacional e escolar
O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
O planejamento estratégico é aquele que envolve o próprio perfil de
uma empresa ou instituição, suas metas de longo prazo e o conjunto
dos seus membros. Assim, é comum encontrar a responsabilidade por
essa definição ampla e geral daquilo que interessa à instituição na
mão de gestores altamente profissionalizados e percebidos como
capazes de avaliar e propor planos de grande escala e longa duração.
O planejamento estratégico tanto se diferencia de instâncias mais
específicas do planejamento, de conjuntos de setores ou mesmo locais
– nas quais se desenvolvem o planejamento tático e operacional –
como também de formas de planejamento mais democráticas,
especialmente presentes no planejamento participativo.
 
Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock
No campo da Educação, sobretudo a partir da Lei n. 9.394/1996 e da
definição do princípio da gestão democrática como obrigação no
sistema público de ensino, o planejamento participativo vem
ganhando adeptos e formulações importantes para entendermos como
ele contribui para a democratização da educação e das escolas. Pode-
se dizer que:
 
thitipong chotwicha/shutterstock
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
É aquele em que a responsabilidade pela definição das estratégias
está democratizada e envolve os diferentes atores sociais.

 
thitipong chotwicha/shutterstock
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
É centralizado nas principais autoridades da empresa ou da instituição
(em sentido estrito).
 RELEMBRANDO
Como vimos no módulo 1, a ideia de planejamento advém de
necessidades do sistema econômico, notadamente a partir da
Revolução Industrial, que exigiu e promoveu grandes mudanças no
mundo da produção e do trabalho. A complexificação dos sistemas
produtivos e a necessidade de ampliar a produtividade trouxeram
consigo a demanda por formas mais precisas e estruturadas de
organização, exigindo mais e melhores planejamentos.
Não é exagero pensar que duas visões de administração emergem e
ganham notoriedade: uma que propõe especificamente que o campo
da Administração seja mais uma das ciências em formação, e outra
que pensava na herança das hierarquias sociais tradicionais como
foco central das decisões em torno da Administração.
A evolução dessas noções no século XIX e início do século XX,
juntamente à crise do capitalismo e à Primeira Guerra Mundial, faz
com que a Administração Científica e a planificação da economia
assumam certo protagonismo em relação às tradições.

Antigas estruturas da administração, em especial no que tange ao
planejamento, tornam-se rapidamente obsoletas. Os avanços muito
rápidos das tecnologias transformam o mundo e os processos de
produção, exigindo adaptações e novos planos de gestão do trabalho
em diferentes setores. Nesse contexto, muitas foram as teorias do
planejamento formuladas, com maior ou menor projeção e
expressando possibilidades múltiplas de gestão nos mais diferentes
setores e instituições, incluindo a Educação.

Foi no imediato pós-guerra, em 1945, que a noção de planejamento
estratégico ganhou notoriedade. A partir de seu uso pelo governo dos
Estados Unidos nos anos 1950 como parte do exercício orçamentário
oficial, a ideia se generaliza como modo de planejamento eficiente.
Segundo Christensen e Rocha (1995), o termo estratégia advém dos
estudos da guerra e, ao ser ressignificado para a gestão, corresponde
à capacidade de se trabalhar contínua e sistematicamente o
ajustamento da organização às condições ambientais que se
encontram em constante mudança, tendo sempre em mente a
visão de futuro e a perpetuidade organizacional.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO É
DEFINIDO COMO O PROCESSO
GERENCIAL DE DESENVOLVER E
MANTER UMA ADEQUAÇÃO RAZOÁVEL
ENTRE OS OBJETIVOS E RECURSOS DA
EMPRESA E AS MUDANÇAS E
OPORTUNIDADES DE MERCADO. O
OBJETIVO DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO É ORIENTAR E
REORIENTAR OS NEGÓCIOS E
PRODUTOS DA EMPRESA DE MODO
QUE GERE LUCROS E CRESCIMENTO
SATISFATÓRIOS. O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO, EM TODOS OS
ASPECTOS TÉCNICOS, SURGIU
SOMENTE NO INÍCIO DA DÉCADA DE
1970. NAS DÉCADAS DE 1950 E 1960, OS
ADMINISTRADORES EMPREGAVAM
APENAS O PLANEJAMENTOOPERACIONAL PORQUE O
CRESCIMENTO DE DEMANDA TOTAL
ESTAVA CONTROLADO E ERA POUCO
PROVÁVEL QUE MESMO UM
ADMINISTRADOR INEXPERIENTE NÃO
FOSSE BEM-SUCEDIDO NO NEGÓCIO.
KOTLER, 1992
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
NA EDUCAÇÃO 
E NO PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL
Quando tratamos de planejamento estratégico voltado à Educação, a
principal linha reconhecida como importante para o campo é o modelo
da abordagem sistêmica, pautada na Teoria Geral dos Sistemas,
elaborada por Ludwig von Bertalanffy. A proposta sistêmica busca
demonstrar que diferentes instituições de diversos setores, quando
desenvolvem seus sistemas administrativos, apresentam
características comuns. Isso significa que é possível encontrar as
mesmas características em planejamentos aplicadas a sistemas
distintos, permitindo, consequentemente, a percepção do
planejamento educacional a partir dessas teorias.
Essa teoria é claramente integradora, uma vez que expõe a
necessidade de se compreender os diferentes sistemas de modo
conjunto, já que perspectivas isoladas gerariam uma miopia da
percepção dos processos de planejamento. Acreditando em uma
“dependência recíproca” entre os agentes que compõem um conjunto
a ser analisado, essa teorização acaba por explicitar, em relação ao
planejamento, que é necessário um conjunto analítico interdisciplinar a
fim de constituir um campo decisório que permita “prever” resultados
possíveis, assim como direcioná-los a tais tendências. Esse é um
modelo possível para a compreensão do planejamento educacional na
relação com o planejamento estratégico, mas não o único.
LUDWIG VON BERTALANFFY
javascript:void(0)
Ludwig von Bertalanffy (1901-1972) foi um biólogo austríaco que
se dedicou a entender que todo sistema tem características que,
se examinadas, permitem-nos perceber o funcionamento geral.
A compreensão do planejamento estratégico como um sistema
complexo é recorrente quando pensado no âmbito da Educação, mas
nem por isso é livre de críticas de percepções que anunciam sua
ascensão e seu fim no mundo. Há uma tendência que considera essa
forma de planejamento como muito vaga e abstrata, sendo incapaz,
portanto, de cumprir a função de conceber efetivamente a construção
do futuro. Indo mais longe ainda, afirma-se que qualquer probabilidade
de controle do futuro por meio do planejamento tem pouco sentido.
Voltamos, aqui, aos limites que a realidade cotidiana em sua
mutabilidade impõe aos planejamentos, sejam eles estratégicos ou
não. De qualquer modo, a lição que fica é a da necessidade de
consideração do imponderável nas elaborações de planejamentos,
sobretudo no campo da Educação.
A complexidade do sistema educacional e as inúmeras variáveis nele
intervenientes, bem como as influências recíprocas, tornam o
planejamento educacional uma tarefa árdua e habitada por imensos
desafios.
Quando se reflete sobre os sistemas educacionais, pensando em
planejar ações para seu bom desempenho e aperfeiçoamento
permanente, o que se encontra são possibilidades organizativas e de
articulação múltiplas, sem que se possa definir, com base apenas na
racionalidade cognitiva, as melhores escolhas. É um tipo de
planejamento que inclui as decisões sobre a educação no conjunto do
desenvolvimento geral do país. A elaboração desse tipo de
planejamento requer a proposição de modos de organização do
sistema, objetivos ou competências em longo prazo que definam uma
política da Educação. É aquilo que deveria ser realizado pelo governo
federal e pelos governos estaduais que possuem seus próprios
sistemas de ensino por meio de planos e programas educacionais,
normas legais e outras. Suas principais expressões são:
Plano Nacional de Educação (PNE)
Legislação vigente
 RELEMBRANDO
Você se lembra de que falamos de planejamentos organizados pelos
estados, pelo governo federal, municípios e que eles funcionam em
cascata na organização do planejamento? Eles se materializam nesse
documento obrigatório, que precisa ser renovado a cada decênio e
fundamenta metas para a Educação.
 
Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock
A complexidade e dificuldade inerentes à formulação desse plano e
dessas leis devem-se ao fato de que pensar a Educação exige pensar
em políticas voltadas à estruturação das escolas e à adequação de
diferentes estudantes, com diversas características sociais e
individuais, a distintos espaços e realidades sociais. É preciso definir
modelos educativos em função de objetivos também definidos para a
Educação, chegando ao planejamento estritamente pedagógico, que
envolve a dimensão da formação e da contratação de docentes. Há,
ainda, as questões relacionadas à logística de implantação de todo
esse sistema de modo coerente e, sobretudo, à definição de uma
política de financiamentos compatível ao que se pretende. Para cada
uma dessas tantas variáveis, e outras não consideradas nessa lista,
existem atores distintos, muitas vezes com necessidades específicas e
interesses opostos.
O que se percebe na realidade brasileira é, precisamente, a falta de
articulação entre os diferentes atores, além de muitas vezes serem
adotadas medidas autoritárias, que nem estratégicas são, já que
seguem mais a ditames políticos do que técnicos, como seria o caso
de qualquer planejamento estratégico. O que encontramos, com
frequência, são planejamentos parciais, impossíveis de levar o sistema
a avançar em direção ao cumprimento de metas, uma vez que, sendo
definidos em espaços distintos de decisão, muitas vezes são
incompatíveis uns com os outros.
 EXEMPLO
Exemplo disso foi uma proposta organizacional para o sistema
municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro, em que a Secretaria
Municipal de Educação definiu que a metodologia adotada no
município, à época contando com mais de mil escolas, seria a
construtivista, mas não ofereceu nenhuma formação específica para
docentes, nem adaptação de espaços escolares, para que se pudesse
implantar o que, supostamente, fora planejado.
 
Fonte: Wikipédia
 Figura 2: Placa na entrada de uma escola municipal do Rio de
Janeiro
Em outras circunstâncias, fala-se em democratização das decisões,
mas resumem a participação efetiva dos interlocutores à confirmação
ou não do que foi elaborado em gabinetes e por poucos, ferindo o
princípio fundante da deliberação democrática. A lista pode ser
interminável, mas não vamos seguir com ela. O importante nesse
debate é perceber, simultaneamente, como mais do que planejamento
impróprio, nosso sistema educacional sofre com a falta de um
planejamento estruturado, ao mesmo tempo em que lida com uma
centralização decisória incompatível com a pluralidade de interesses
em jogo e de atores envolvidos.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
E ESCOLA: O PLANEJAMENTO
ESCOLAR
Nossa discussão já permitiu perceber que o planejamento é uma
necessidade dos tempos atuais e vem se mostrando cada vez mais
relevante para a Educação e nas escolas. Ele não pode ser confundido
com uma ação puramente técnica, já que envolve decisões que
transcendem as compreensões de certo e errado e se vinculam a
objetivos previamente estabelecidos. Assim, pode-se afirmar que o
planejamento é, também, um ato político que envolve reflexão, tomada
de decisão e participação.
De acordo com Daibem e Minguili (1996), a meta da perspectiva mais
democrática de compreensão da organização da escola é que ele se
efetive por meio de uma prática docente desenvolvida de maneira
solidária e articulada, levando ao avanço contínuo do
conhecimento, consolidando caminhos já descobertos e
construindo novos e melhores caminhos a partir do desejado: um
projeto de vida para o ser humano em suas relações sociais e
com a natureza.
O planejamento, por outro lado, também deve revelar um
conhecimento amplo da realidade a que se destina, obtido por meio de
um diagnóstico tão amplo e preciso quanto possível, o que, feito
coletivamente, também tem vantagens sobre perspectivas
centralizadas de análise. É preciso, para definir de modo consistenteos objetivos do planejamento, que as ações propostas se articulem
para permitir que, em conjunto, atinjam os objetivos e avaliem de modo
sistemático o que foi feito para, coletivamente, fazerem uma
apreciação sólida das “ações desenvolvidas” que permita levar à
produção de sugestões de correção de rumo também eficientes.
Entre as diferentes dimensões e instâncias do planejamento escolar
estão aquelas que envolvem:
Aspectos decisórios sobre a filosofia de educação a ser adotada.
Aspectos logístico e administrativo.
Aspectos pedagógicos centrados no fazer docente, nos currículos
propostos e nas práticas pedagógicas e de avaliação dos estudantes.
Umas dimensões dialogam e interferem nas outras, mas a
interdependência entre elas não anula suas especificidades nem a
necessidade de se pensar essa articulação ao longo dos processos de
planejar. Em instâncias e dimensões diferentes, os participantes desse
planejamento vão se alterar, mas é necessário que, em alguns
momentos, todos estejam juntos, já que a escola é uma só.
Em que pese o fato de que muitas sejam as formas de organizar o
planejamento escolar, em função das opções de cada grupo por esta
ou aquela forma de estruturar sua escola e seu planejamento, temos,
na atualidade, um debate muito específico entre duas formas de
planejar: o planejamento estratégico e o planejamento
participativo.
PLANEJAMENTO ESCOLAR
ESTRATÉGICO E
PLANEJAMENTO
PARTICIPATIVO
A principal característica do modelo de planejamento estratégico é a
centralização decisória. O poder de decisão fica concentrado em
uma única pessoa, geralmente, no caso das escolas, o diretor, que
define o que será feito, deixando a cargo dos demais atores apenas
decisões de como fazer.
O modelo de planejamento escolar estratégico se baseia em métodos
qualitativos e quantitativos em formato de metas, analisando-se os
pontos fracos, as oportunidades e as restrições do ambiente. Missão,
visão do futuro e valores norteiam essa perspectiva, que passa a
medir, por meio de indicadores e de um conjunto de metas
organizacionais, o desempenho e as possibilidades de
desenvolvimento.
É um tipo de planejamento que se desenvolveu dentro de uma
concepção de administração estratégica, que se articula aos
modelos e padrões de organização da produção construídos no
contexto das mudanças do mundo, do trabalho e da sociedade a partir
da segunda metade do século XX e notadamente dos anos 1970. Essa
concepção de administração e de planejamento procura definir a
direção a ser seguida por determinada organização, especialmente no
que se refere ao âmbito de atuação, às macropolíticas e às políticas
funcionais, à filosofia de atuação, aos objetivos de nível macro e
funcionais, sempre com vistas a um maior grau de interação dessa
organização com o ambiente.
A interação com o ambiente, no entanto, é compreendida como a
análise das oportunidades e ameaças do meio ambiente à
instituição, de forma a estabelecer objetivos, estratégias e ações
que possibilitem um aumento da competitividade da empresa ou
da organização; no caso das escolas, a melhoria de índices de
rendimento e desempenho de alunos e professores.
Em síntese, o planejamento estratégico concebe e realiza o
planejamento dentro um modelo de decisão unificado e
homogeneizador, que pressupõe os seguintes elementos básicos:
Determinação do propósito organizacional em termos de valores,
missão, objetivos, estratégias, metas e ações com foco em priorizar a
alocação de recursos.
Análise sistemática dos pontos fortes e fracos da organização,
inclusive com a descrição das condições internas de resposta ao
ambiente externo e à forma de modificá-las com vistas ao
fortalecimento dessa organização.
Delimitação dos campos de atuação.
Engajamento de todos os níveis da organização para a consecução
dos fins maiores.
Em contraposição a esse modelo de planejamento, que pensa a
escola como uma empresa ou organização, a perspectiva da gestão
democrática da educação e da escola pressupõe o planejamento
participativo como concepção e modelo de planejamento:
PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS
É a participação de todos os membros da comunidade escolar nos
processos decisórios da escola. Diretores, professores, alunos e
funcionários participam de discussões em todos os níveis e em todas
as dimensões da escola e têm direito ao voto nesse modelo de
planejamento escolar. Análise, decisão, execução e avaliação das
ações são de responsabilidade desses atores sociais. A grande
vantagem desse modo de planejar é a possibilidade de construção de
uma cultura de planejamento coletivo, fortalecendo as práticas
democráticas e a distribuição horizontal do poder da decisão.
TOMADA COLETIVA DE DECISÕES
Tem como objetivo, não só a democracia das decisões, mas o
estabelecimento de prioridades entre os envolvidos, apontando os
caminhos da escola em função das urgências e prioridades coletivas,
permitindo a organização de pautas conforme as necessidades e
possibilidades da escola para definição, inclusive, de temas futuros.
Diretores, professores, alunos e funcionários têm direito ao voto no
modelo do planejamento escolar participativo, mas o mais importante é
o debate do qual todos participam em igualdade de condições para
convencer outros ou serem convencidos por eles dos melhores rumos
a seguir no planejamento e no desenvolvimento das ações da escola.
GESTÃO PARTICIPATIVA
São relacionados, justamente, ao aprendizado coletivo, focando em
valores como a cidadania, a organização e a gestão coletiva.
Entretanto, para que o modelo funcione da forma esperada, é um
requisito que todos estejam inteirados da realidade da escola para
diagnosticar os problemas e apontar as soluções. Ou seja, se todos
vão intervir, é necessário que o façam com conhecimento de causa e
ciência da responsabilidade assumida. Informações sobre a
comunidade, o local e a realidade presente e futura são a base desse
tipo de planejamento. Análise, decisão, execução e avaliação das
ações são de responsabilidade desses atores sociais, coletivamente.
 SAIBA MAIS
O planejamento de ações de ensino-aprendizagem já existia, mas
como instituição, nem as escolas nem as universidades buscavam
definir estratégias gerais para suas diferentes instâncias e níveis. Do
ponto de vista do sistema educacional, havia estruturas concebidas
por diferentes atores sociais, como algumas ordens religiosas e
comunidades. Mas, talvez se possa dizer que o primeiro sistema
escolar nacional do mundo, público, laico e gratuito, foi o francês,
criado em 1871. Ou seja, o primeiro país a centralizar o planejamento
educacional teria sido a França.
Atualmente, o planejamento educacional e escolar faz parte da vida
de educadores e estudantes mundo afora, e mesmo da vida de pais e
responsáveis, quando se opta por meios mais democráticos de
planejar, como o planejamento participativo. O certo é que,
atualmente, é impensável um sistema educacional ou uma escola que
não planeje suas ações.
Por meio de estratégias de planejamento distintas, de modo mais ou
menos democrático ou completo, sempre há planejamento. E ao
estudar o tema, habilitamo-nos a perceber não apenas sua
importância, mas também seu alcance, mais amplo ou mais restrito em
relação à estrutura institucional ou escolar ou governamental; e sua
democraticidade, definida conforme se preveja e se pratique uma
maior participação decisória dos diferentes atores das escolas e da
sociedade.
A participação decisória não pode se restringir a um direito de voto;
exige uma discussão aberta entre alternativas e a possibilidade de
participação argumentativa, sem que o ponto de vista dos gestores
prevaleça em virtude apenas da função que exercem. Ou seja, essa
participação democrática, para ser considerada como estilo de
planejamento e de gestão, não deve se restringir ao consentimento de
todos sobre a proposta da direção.
VAMOS PESQUISAR?
EM 2016, O CONGRESSO
NACIONAL APROVOU UMA
EMENDA CONSTITUCIONAL QUE
PROÍBEO AUMENTO DE
INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO
PELOS PRÓXIMOS VINTE ANOS. EM
2017, A REFORMA DO ENSINO
MÉDIO PREVIU A AMPLIAÇÃO DAS
HORAS OBRIGATÓRIAS DE 800
PARA 1400 ANUAIS. AO OBSERVAR
ESSAS DUAS MEDIDAS, COMO SE
PODE INTERPRETÁ-LAS DO PONTO
DE VISTA DO PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL DO PAÍS?
RESPOSTA
Assista ao vídeo a seguir para saber mais sobre planejamento
estratégico.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
javascript:void(0)
1. O PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E O
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARTEM DE
PRESSUPOSTOS DIFERENTES E PRESUMEM AÇÕES
DISTINTAS NA ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO
ESCOLAR. QUAL DAS ALTERNATIVAS EXPLICA
ESSAS DIFERENÇAS NO QUE SE REFERE AOS
PROCESSOS DECISÓRIOS?
A) No planejamento estratégico, o poder de decisão é centralizado,
ainda que por um comitê; no planejamento participativo, é o conjunto
dos profissionais de educação envolvidos com o trabalho na escola
que tem a palavra final sobre o que será feito.
B) No planejamento estratégico, são definidos os objetivos de forma
clara, tendo um fim específico; no planejamento participativo, o corpo
de funcionários democraticamente tem a palavra.
C) No planejamento estratégico, as definições sobre as fases e a
implementação são relativas, devendo ser modificadas sempre que
demandadas pelo planejamento participativo.
D) No planejamento – estratégico ou participativo – existe a
preocupação do funcionamento institucional com qualidade, sendo a
diferença que um é voltado para a empresa e o outro para as escolas.
2. (UFG/2019/TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM
EDUCAÇÃO) O PLANEJAMENTO É UM PROCESSO DE
SISTEMATIZAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO
DA AÇÃO DOCENTE QUE ARTICULA A ATIVIDADE
ESCOLAR AO CONTEXTO SOCIAL. A ESCOLA, OS
PROFESSORES E OS ALUNOS SÃO INTEGRANTES
DESSE PROCESSO. NESSE SENTIDO, O
PLANEJAMENTO DE ENSINO NECESSITA:
A) Ser elaborado considerando a realidade externa à escola
desvinculada dos programas e conhecimentos a serem trabalhados
em sala de aula.
B) Ser produzido de forma consciente e qualitativamente satisfatória
no que diz respeito aos aspectos de gestão e aos aspectos político-
pedagógicos.
C) Estar vinculado diretamente aos objetivos da comunidade para a
proposição das ações técnico-administrativas da escola.
D) Orientar as decisões dos gestores das redes de ensino em relação
às situações exclusivas ao funcionamento administrativo da escola.
GABARITO
1. O planejamento participativo e o planejamento estratégico
partem de pressupostos diferentes e presumem ações distintas
na organização do planejamento escolar. Qual das alternativas
explica essas diferenças no que se refere aos processos
decisórios?
A alternativa "B " está correta.
 
Ambos os planejamentos têm fins importantes. O primeiro permite a
melhora do controle, das ações e dos resultados; o segundo oferece
uma participação ativa e forte engajamento da comunidade escolar.
Deve-se levar em consideração que a execução do primeiro é
concentrada, mais veloz, centralizada. O participativo é lento, mas
permite ser mais vivo de engajamento dos participantes.
2. (UFG/2019/TÉCNICO-ADMINISTRATIVO EM EDUCAÇÃO) O
planejamento é um processo de sistematização, organização e
coordenação da ação docente que articula a atividade escolar ao
contexto social. A escola, os professores e os alunos são
integrantes desse processo. Nesse sentido, o planejamento de
ensino necessita:
A alternativa "B " está correta.
 
O planejamento escolar precisa ser moderno, pleno de sentido
estratégico para que a educação possa ser organizada de forma
qualitativa. É um processo integrado entre as ações de administração,
a relação com as redes de ensino e os aspectos político-pedagógicos,
que deve ter sido elaborado de forma colaborativa.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo deste tema nos permitiu não só definir conceitualmente o que
é planejar, como também nos levou à compreensão de muitas
variações e distinções entre dimensões, instâncias e perspectivas
relacionadas ao ato de planejar.
Iniciamos nosso trabalho buscando definir de modo global as ações de
planejamento que acompanham o ser humano desde a Pré-história,
evidenciando a própria necessidade de planejar que acompanha a
humanidade. Depois, mostramos como, à medida em que a sociedade
crescia e se complexificava, as exigências colocadas ao planejamento
se modificavam.
Planejar foi, sempre, uma questão de sobrevivência, individual e
coletiva, já que os seres humanos necessitavam de abrigo, alimento e
armas para se manterem vivos no planeta, organizando-se e
planejando os modos de fazer cada uma dessas coisas.
Planejar é, antes de tudo, responder antecipadamente a questões com
a clara definição do estudo em que todas as possibilidades devem ser
observadas.
No mundo organizado, já bem depois das primeiras sociedades
humanas, as exigências da produção de bens, da estratificação social
e das guerras elevaram o planejamento a outro patamar. Surgem
armamentos mais sofisticados, estruturas de governo mais
organizadas. Estratégias de ação são definidas com maior
antecedência e as instituições de apoio a esses planos e ações
também se complexificam.
Tudo isso exigiu, sempre, planejamento, mas a generalização da
prática de planejar como válida e socialmente necessária emergiu da
Revolução Industrial e, posteriormente, consolidou-se nos fins do
século XIX e início do século XX, chegando ao campo da educação
formal, tanto na organização da instituição escolar e dos sistemas de
ensino quanto do trabalho pedagógico em si.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: 1996.
CHRISTENSEN, C.; ROCHA, A. Marketing: Teoria e Prática no Brasil.
São Paulo: Atlas, 1995.
DAIBEM, A. M. L.; MINGUILI, M. G. Projeto pedagógico, trabalho
coletivo, interdisciplinaridade: uma proposta instigadora. In:
Circuito PROGRAD: As disciplinas de seu curso estão integradas?
1996, Anais[...] São Paulo: Unesp – Pró-Reitoria de Graduação. p.11-
23.
KOTLER, P. Administração de Marketing: análise, planejamento,
implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
GANDIN, D. Escola e transformação social. Petrópolis: Vozes, 1995.
GANDIM, D. A prática do planejamento participativo. Petrópolis:
Vozes, 2001.
GANDIN, D. A posição do planejamento participativo entre as
ferramentas de intervenção na realidade. In: Currículo sem
Fronteiras, v.1, n.1, pp 81-95, jan./jun. 2001.
GANDIN, D.; GANDIN, L. A. Temas para um projeto político-
pedagógico. 12. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
PASCOAL, R. O que é planejamento. In: Nova Escola – Gestão.
2014.
VASCONCELLOS, C. Planejamento: Projeto de Ensino-
Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. São Paulo: Libertad,
2008.
VASCONCELOS, F. S. et al. O Desenvolvimento Espiritual
Integrado ao Planejamento Estratégico Pessoal. Dissertação de
mestrado em Engenharia de Produção. Santa Maria: UFSM, 2010.
VEIGA, I. P. (Org.) Projeto político pedagógico da escola.
Campinas: Papirus, 2005.
TAYLOR, F. Os Princípios da Administração Científica. 8. ed. São
Paulo: Atlas, 1990.
WPENSAR. Guia de planejamento escolar. (s.d.) In: WPENSAR:
Tecnologias para gestão escolar.
EXPLORE+
O aprofundamento de seus estudos do Planejamento Educacional e
Escolar pode envolver desde textos acadêmicos até documentos
governamentais e escolares.
Vale a pena você pesquisar sobre:
O Plano Nacional de Educação, disponível no site do MEC.
A Base Nacional Comum Curricular, disponível no site do MEC.
Livros:
Por dentro da escola pública , de Vitor Paro, 1995.
Administração escolar: introdução crítica , de Vitor Paro, 1986.
Planejamento Educacional , de Sonia Fonseca, 2016.
Para saber mais sobre PPP, assista aos vídeos do professor Vasco
Moreto.
CONTEUDISTA
Inês Barbosa de Oliveira
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);

Continue navegando