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Objetivos OBJETIVO 1: Revisar a vascularização dos MMII OBJETIVO 2: Compreender a fisiopatologia da doença arterial obstrutiva periférica (manifestações clínicas e fatores de risco) OBJETIVO 3: Diferenciar a doena arterial obstrutiva periférica da oclusao arterial periférica aguda OBJETIVO 4: Listar o diagnóstico e tratamentos OBJETIVO 5: Analisar como as condições socioeconomicas influenciam nos tratamentos Doença Arterial Obstrutiva Periférica DEFINIÇÃO: As doenças vasculares periféricas caracterizam-se como um problema vascular que resulta em um estreitamento ou obstrução dos vasos, prejudicando o fluxo normal de sangue e linfa para braços e pernas. A aterosclerose das artérias dos membros inferiores é definida como doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) A DAOP crônica leva à isquemia dos tecidos, dependendo do grau de obstrução arterial e do desenvolvimento de circulação colateral. FISIOPATOLOGIA Ela é considerada uma resposta inflamatória crônica decorrente de uma lesão no endotélio dos vasos. Esse processo inflamatório gera oxidação A aterosclerose ocorre em decorrência do acúmulo de lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) e LDL oxidadas na túnica interna do vaso/artéria. Essa deposição lipídica resulta em uma resposta inflamatória com adesão de monócitos ao endotélio (realizam a fagocitose). Os monócitos da corrente sanguínea são direcionados ao local danificado. Quando adentram a túnica intima do vaso se transformam em macrófagos, os quais digerem o colesterol (lipoproteínas), mas por serem incapazes de eliminar os lipídios fagocitados, acabam se tornando células espumosas. As células espumosas estimulam as células lisas a se proliferarem e a migrarem para a superfície da placa (túnica média) contribuindo para a formação de uma placa fibrosa que estreita a passagem da artéria diminuindo o fluxo sanguíneo e as quantidades de O2 disponíveis. A placa fibrosa pode se romper liberando a placa aterosclerótica na corrente sanguínea A placa de ateroma pode se romper desencadeando a cascata de coagulação e formação de trombos que por sua vez, podem causar doenças isquêmicas. A distribuição da placa aterosclerótica se dá principalmente nas bifurcações das artérias, onde ocorrem alterações locais devido ao esforço, a separação do fluxo e turbulência. Doença Arterial Obstrutiva Crônica OBS: Os vasos comumente acometidos são as artérias iliofemorais (artéria femoral superficial) e artérias poplíteas. Fatores de Risco: → Idade avançada → Tabagismo → Diabetes mellitus → Dislipidemia → Hipertensão arterial sistêmica Manifestações Clínicas: Segundo as Diretrizes da American College Of Cardiology sobre a DAOP sugeriam a seguinte distribuição das apresentações clínicas da DAOP nos pacientes acima dos 50 anos: • Assintomáticos: 20-50% • Dor na parte atípica: 40-50% • Claudicação clássica: 10-35% • Membro ameaçado: 1-2% Assintomáticos: São diagnosticados pela triagem recomendada em casos específicos. Estes pacientes se beneficiam da redução de lipídios, controle da PA e cessação do tabagismo, que reduzem o risco de IAM, AVC e morte. Dor nos Membros Inferiores: Sintoma predominante em pacientes com DAOP, ocorre em devidos graus de isquemia. Pode ocorrer na panturrilha, coxa ou nádega. A dor é provocada por atividade mas aliviada em repouso (claudicação intermitente), dor atípica nas pernas ou dor constante (dor isquêmica no repouso) Claudicação intermitente: Desconforto em um grupo definido de músculos que é induzido por atividade e aliviado em repouso. Embora a demanda de sangue seja suficiente para atender as demandas do musculo inativo, ocorre incompatibilidade de sangue e aumento da demanda induzida pela atividade. Pode variar desde um desconforto incomodo a uma dor severa e debilitante que se torna limitadora do estilo de vida. É comum relato de dor nas pernas por esforço que começa com uma certa distância a pé, faz com que ele pare de andar e se resolve em cerca de 10 minutos. Pode se apresentar uni ou bilateralmente, nas nádegas, quadris, coxas, panturrilhas ou pés, de acordo com o local da DAOP. Nádegas e quadris: acometimento aorto-ilíaco. Pulso femoral diminuído. Pode haver disfunção erétil em homens. Coxas: acometimento da artéria femoral Panturrilhas: dor nos terços superiores, acometimento da artéria femoral superficial, já a dor no terço inferior o acometimento se dá na artéria poplítea. Pés: acometimento das arteriais tibial e fibular, pouco comum. Dor atípica nas extremidades: Comum em pacientes com comorbidades, inatividade física e percepção alterada de dor. Muitas vezes é difícil distinguir a DAOP de outras doenças como: artrite, neuropatia, fibromialgia, entre outras. Dor isquêmica em repouso: Uma redução severa da perfusão dos MMII pode resultar em dor isquêmica em repouso. Esta dor é tipicamente localizada no ante pé e nos dedos, não e facilmente controlada por analgésicos. Com elevação dos MMII a dor aumenta. Dor difusa grave: A isquemia difusa resulta em dor de início repentino que evolui para dormência e finalmente paralisia, acompanhada de palidez, parestesia e ausência de pulsos palpáveis Ferida/Úlcera sem cicatrização: As úlceras começam como pequenas feridas traumáticas e depois não cicatrizam porque o suprimento de sangue é insuficiente para atender às crescentes demandas do tecido cicatrizante. Descoloração da pele/gangrena: A isquemia extrema altera a aparência da pele. Podem surgir áreas focais de descoloração da pele que podem evoluir para necrose cutânea. Membro ameaçado: Depende da gravidade da ferida e da infecção. Os pacientes podem apresentar diferentes níveis de isquemia ou gangrena Diagnóstico: ITB (Índice de Pressão Sistólica Tornozelo- Braquial): é um teste onde se afere a pressão sistólica do tornozelo e a pressão sistólica braquial com Doppler Exame de Imagem Vascular: arteriografia é o padrão ouro. DIFERENÇA ENTRE A DAOP E A OCLUSÃO ARTERIAL AGUDA DAOP: doença obstrutiva periférica decorrente de placa aterosclerótica nos vasos/artérias dos MMII. Acontece de forma evolutiva, ao longo dos anos. Oclusão arterial aguda: A oclusão arterial aguda (OAA) é uma doença que tem como definição uma súbita diminuição da perfusão de um membro, com possível lesão tecidual e risco de perda da viabilidade da área afetada, cujos sintomas têm duração de menos de duas semanas. Causada por uma embolia ou trombose arterial, representa a emergência vascular mais comum. É uma das complicações da DAOP, porém apresenta taxa potencial de reversão, com cerca de 85% de salvamento de membros. Acontece de forma abrupta, não é ocasionada por ateroma, mas forma êmbolos e trombos. COMO AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS INFLUENCIAM NO TRATAMENTO DA DAOP • Paciente (sexo, idade, etnia, estado civil, escolaridade e nível socioeconômico) • Doença (cronicidade, ausência de sintomas e consequências tardias) • As cresças de saúde, hábitos de vida e culturais (percepção da seriedade do problema, desconhecimento, experiência com a doença no contexto familiar e autoestima) • Tratamento dentro do qual se engloba a qualidade de vida (custo, efeitos indesejáveis, esquemas terapêuticos complexos). • Instituição (política de saúde, acesso ao serviço de saúde, tempo de espera versus tempo de atendimento) • Relacionamento com a equipe de saúde Referências: • Oclusão Arterial Aguda - Bernardo Nadal Bortoluzzi, Eduardo Anton de Oliveira, Matheus Bom Fraga, Maximilian Porley Hornos dos Santos¹; Ricardo Medeiros Piantá², ³ - https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/88388 0/oclusao-arterial-aguda-final_rev.pdf • Aterosclerose, uma resposta inflamatória - Camila R. Corrêa-Camacho1; Luciane A. Dias-Melicio2; Ângela M.V.C. Soares2 - https://repositorio- racs.famerp.br/racs_ol/vol-14-1/ID205.pdf• DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA: REVISÃO INTEGRATIVA - THAMIRYS DE CARVALHO MOTA1, JOSÉ DIEGO MARQUES SANTOS2*, BÁRBARA DE JESUS CUNHA DA SILVA1, NICOLE MARIA CAMPELO BRANDIM DE MESQUITA, DANIELLE MACHADO OLIVEIRA - http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/ 1402/1017 • Doença arterial obstrutiva periférica - novas perspectivas de fatores de risco - Silvestre Savino NetoI; José Luis Martins do NascimentoII - https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/883880/oclusao-arterial-aguda-final_rev.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/883880/oclusao-arterial-aguda-final_rev.pdf https://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-14-1/ID205.pdf https://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-14-1/ID205.pdf http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1402/1017 http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/1402/1017 http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_artt ext&pid=S0101-59072007000200007 http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-59072007000200007 http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-59072007000200007
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