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NOTAS DE AULA PROFESSORA DOUTORA RAQUEL MARIA DE OLIVEIRA PIRES GAG 103 Controle de Qualidade de sementes, Padrões e Regras para Análises de sementes 1 INTRODUÇÃO A produção de sementes de boa qualidade é uma das principais bases para o sucesso da agricultura. A alta qualidade das sementes é caracterizada pela alta viabilidade, vigor, por sua identidade genética pela ausência de misturas ou aspecto físico, bem como por sua sanidade. Desta forma, na avaliação da qualidade de lotes, o tecnologista de sementes tem um verdadeiro desafio na escolha de métodos e técnicas que realmente avaliem a qualidade dos lotes. Os métodos de análise de sementes são importantes, eles podem fornecer uma ideia a respeito da qualidade que vai ser a base para a decisão sobre destinos dos lotes e para sua comercialização. O consumidor das sementes se beneficia com a utilização da análise de sementes tanto para estabelecer as bases de compra e venda junto ao produtor, como na determinação do valor real das sementes para fins de semeadura. O treinamento de analistas de sementes é um fator preponderante dentre de um sistema de controle de qualidade na indústria sementeira, pela necessidade de padronização de resultados pelos diversos laboratórios. A fiscalização do comércio faz uso da análise como instrumento indispensável para a verificação da qualidade das sementes e para a aferição da veracidade das informações contidas nas etiquetas da embalagem. Já o produtor de sementes se utiliza da análise em seus programas de controle de qualidade durante todas as fases de produção, comercialização e armazenamento. A análise auxilia ainda na tomada de decisões a respeito da distribuição, descarte ou armazenamento dos lotes de sementes e permite o desenvolvimento de novas tecnologias. Os resultados da análise só serão válidos se a amostragem for efetuada corretamente e se houver disponibilidade de métodos que permitam resultados uniformes e comparáveis, dentro de certas tolerâncias. Para permitir uma realização correta e uniforme da análise de sementes, especialistas na área, adotam um texto que serve de base para todos os laboratórios. Neste texto, chamado RAS (Regras para Análise de Sementes), estão compiladas as definições e métodos padrões, a serem utilizados na avaliação de sementes. As RAS devem ser usadas, obrigatoriamente, na avaliação da qualidade das sementes produzidas e à venda no comércio do país e, também, como uma avaliação da qualidade de sementes são processos dinâmicos que devem ser revistos periodicamente para a inclusão de avanços na área. As RAS especificam métodos padrões e definições para o comércio internacional e por esse motivo é necessário um alto nível de acuidade e repetibilidade. Como a semente passa por diferentes países, pode ser testada em diversos laboratórios com diferentes condições, Desta forma, devem ser utilizados métodos padrões designados para fornecer em qualquer situação os mesmos resultados dentro de uma amplitude aceitável. As RAS internacionais prescrevem os objetivos e princípios de cada teste, as definições a serem aplicadas e em termos gerais, os procedimento e métodos a serem utilizados. O texto é composto de duas partes; as regras propriamente ditas, e os anexos que ampliam as definições e descrevem em maiores detalhes os procedimentos e métodos descritos nas regras. Estas regras e anexos foram estabelecidos para as principais espécies cultivadas no mundo. Mas e aplicam em princípio, se não em cada detalhe, a qualquer espécie vegetal cultivada não mencionada no texto. Análise → é o exame de cada parte de um todo para conhecer-lhe a natureza, funções, etc. “O conjunto de técnicas usáveis em laboratório para determinar a qualidade de uma amostra, que envolve aspectos físicos, fisiológicos, genéticos e sanitários”. Finalidades da análise → Determinar a qualidade do lote; Fornecer dados para etiquetar as embalagens; Determinar o valor das sementes para semeadura; Base para fiscalização do comércio e normatização da produção; Estabelecer bases para compra e venda de sementes; Estabelecer bases para distribuição, armazenamento e descarte; Avaliar o beneficiamento; Trabalhos de pesquisa e melhoramento genético. 2 CONTROLE DE QUALIDADE A qualidade das sementes deve envolver aspectos físicos, genéticos e sanitários. Existem dois tipos de controle de qualidade: Externo: exige padrões mínimos que garantem certo nível de qualidade dentro de casa categoria. São diretrizes e normas estabelecidas pelas entidades certificadoras. Visa “no mínimo” para garantir o estabelecimento da cultura. Interno: programa próprio da empresa. – Conceito: Atividades e providências tomadas para que a qualidade esteja inserida no produto final, a semente. Objetivos: - Estabelecer, avaliar e sugerir os parâmetros da qualidade do produto; - Confrontrar a conformidade do processo aos padrões estabelecidos e proceder ações corretivas apropriadas quando se notar desvios; - Estabelecer a capacidade de processo (qualidade ótima sob determinadas condições); - Melhorar produtividade e qualidade através do controle do processo e experimentação; - Coordenar as atividades de aferição de qualidade nos teste de laboratório. ISO/IEC 17025 – Sistema de gerenciamento que permite controlar todos os processos do laboratório para para garantir a qualidade analítica. 3 PADRÕES DE SEMENTES Cultura Pureza (%) Germinação (%) Básica C1 C2 S1 S2 Milho - Zea mays 98 HS70 Var80 HS85 Var85 Soja - Glycine max 99 75 80 Feijão -Phaseolus vulgaris 98 70 80 Braquiaria - B. decumbens 40 60 Café- Coffea arabica 98 70 A quantidade de sementes analisada no laboratório é pequena, comparada com o tamanho do lote de sementes o qual representa. Para obter resultados uniformes e precisos na análise de sementes é essencial que as amostras simples, compostas e médias sejam obtidas e preparadas com cuidado e de acordo com os métodos prescritos nas RAS. Não importa o grau de precisão com que o trabalho de laboratório é executado uma vez que os resultados mostram apenas a qualidade da amostra submetida à análise; consequentemente, todo o esforço deve ser feito para assegurar que a amostra enviada ao laboratório de análise de sementes represente pormenorizadamente a composição do lote de semente em questão. Da mesma maneira, ao reduzir a amostra no laboratório, todo o cuidado deve ser tomado para se obter uma amostra de trabalho que seja representativa da amostra média.
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