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LIVRO DE ÉTICA 7 ANO

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SSE_ME_Etica_7A_001a002.indd 1 04/01/17 10:56
ISBN: 978-85-7797-737-6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e 
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
As palavras destacadas de amarelo ao longo do livro sofreram 
modificações com o novo Acordo Ortográfico.
Cidadania moral e ética
7o ano do Ensino Fundamental 
Armando Moraes
Maria Soledade da Costa
Editor
Lécio Cordeiro
Revisão de texto
Consultexto
Projeto gráfico, editoração 
eletrônica e ilustrações
Box Design Editorial
Capa
Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/
Sophia karla
Foto: siribao/shutterstock.com
Outras ilustrações
JrCasas/Shutterstock.com
Direção de Arte
Elto Koltz 
Direitos reservados à
Distribuidora de Edições Pedagógicas Ltda.
Rua Joana Francisca de Azevedo, 142 – Mustardinha
Recife – Pernambuco – CEP: 50760-310
Fone: (81) 3205-3333 – Fax: (81) 3205-3306
CNPJ: 09.960.790/0001-21 – IE: 0016094-67
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos 
direitos dos textos contidos neste livro. A Distribuidora de Edições 
Pedagógicas pede desculpas se houve alguma omissão e, em 
edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.
Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, 
sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, 
uma nova pontuação.
SSE_ME_Etica_7A_001a002.indd 2 04/01/17 10:56
Apesar de, por vezes, serem tratadas como sinônimos, 
as palavras moral e a ética têm sentidos diferentes, e 
é de extrema importância que a consciência de cada 
um desses conceitos faça parte da formação dos estu-
dantes, desde o Ensino Fundamental. É por meio dessa 
compreensão que os alunos terão, talvez, o primeiro 
contato com a noção de responsabilidade social que 
cada cidadão possui por direito e dever.
Essa introdução às problemáticas sociais tem a função 
de trazer à percepção do aluno o seu papel de agen-
te social. Por isso, é muito importante que, para que 
essa consciência social seja plenamente desenvolvida, 
a discussão sobre a moral e a ética seja alimentada em 
sala de aula, sempre incentivando o aluno a colocar o 
seu ponto de vista como elemento fundamental para a 
construção do conhecimento. É preciso, também, que 
os debates se apoiem em situações reais, onde o estu-
dante deverá refletir sobre a sua prática social cotidiana. 
Assim, buscamos desenvolver a sua autonomia ética, 
seu potencial para avaliar as suas atitudes sob uma vi-
são consciente da moral.
Para que esse primeiro passo em direção à formação 
de um cidadão ativo e consciente seja dado, é impor-
tante que apresentemos um panorama histórico sobre a 
concepção moral de cada época e cultura, como marca 
das várias sociedades existentes. A evolução social é um 
fator determinante para aguçar a percepção dos alunos 
sobre a inconstância do conceito, trazendo, dessa for-
ma, a ideia de que podemos e devemos questioná-lo, 
com o intuito de estabelecer uma sociedade harmonio-
sa para todos os cidadãos.
Explicar que, em certas épocas, a existência da escra-
vidão sequer era discutida sob o viés da ética; o feminis-
mo não era uma causa válida, já que era perfeitamente 
natural haver desigualdade de gênero; e práticas de 
tortura eram consideradas um procedimento de corre-
ção, por exemplo, nos dá a dimensão do desafio que é 
a prática educacional dos conceitos de moral e ética. 
Esses assuntos precisam ser revistos e reavaliados cons-
tantemente, de modo a abarcar, refletir e posicionar-se 
a respeito dos valores contemporâneos.
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IIIManual do Educador – 7o ano
Introdução
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 3 06/01/17 10:47
Assim, em meio à fluidez de conceitos e visões, a obri-
gatoriedade da disciplina Cidadania Moral e Ética repre-
senta um grande salto pedagógico. Isso faz com que 
a escola e os professores deixem de trabalhar apenas 
indiretamente ou de maneira difusa as dimensões da 
moral e da ética e passem a articular o que tem sido 
chamado de valores universalmente desejáveis, ba-
seados na Declaração Universal dos Direitos Humanos 
e, mais especificamente, na Constituição da República 
Federativa do Brasil, promulgada em 1988.
A partir desses valores, você, professor, deve praticar 
suas ações pedagógicas no sentido de:
•	Compreender os fundamentos da ética e da mora-
lidade e como seus princípios e normas podem ser 
trabalhados no cotidiano das escolas e da comuni-
dade.
•	Compreender e introduzir no dia a dia das escolas o 
trabalho sistemático e intencional sobre valores de-
sejados por nossa sociedade.
Esses objetivos estão colocados no Programa Ética e 
Cidadania, módulo voltado para a formação dos pro-
fessores, planejado pelo Ministério da Educação. Para 
que essas ações sejam amplamente executadas, é ne-
cessário compreendermos melhor a expressão valores 
desejados.
Quando falamos dessas normas, estamos nos refe-
rindo ao núcleo moral de uma sociedade, isto é, aos 
valores escolhidos para mediar o convívio entre os in-
divíduos integrantes dessa sociedade. Assim, o ensino 
de Cidadania Moral e Ética não está inserido em uma 
perspectiva de relativismo moral ou liberdade absoluta 
para seguir valores individuais. Isso porque, para que a 
sociedade democrática possa funcionar, é fundamental 
que exista um consenso, um conjunto mínimo de valo-
res regentes. Alguns desses valores estão explicitados, 
como tópicos da Constituição, e devem ser tomados 
como referência em sala de aula.
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IV Cidadania Moral e Ética
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 4 06/01/17 10:47
A República Federativa do Brasil tem como funda-
mentos:
Art. 1o
I - A soberania. 
II – A cidadania.
III – A dignidade da pessoa humana. 
IV – Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
V – O pluralismo político.
No que se refere aos seus objetivos enquanto Repú-
blica Federativa, a Constituição enumera os seguintes 
propósitos:
Art. 3o
I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
II – Garantir o desenvolvimento nacional.
III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir 
as desigualdades sociais e regionais.
IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas 
de discriminação.
Quanto a alguns dos direitos individuais listados na 
Constituição, destacamos que:
Art. 5o
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos es-
trangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro-
priedade [...].
I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obri-
gações, nos termos desta Constituição.
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa se não em virtude da lei.
III – Ninguém será submetido a tortura nem a trata-
mento desumano ou degradante.
IV – É livre a manifestação do pensamento, sendo ve-
dado o anonimato. 
VI – É inviolável a liberdade de consciência e de cren-
ça, sendo as segurado o livre exercício dos cultos reli-
giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos lo-
cais de culto e a suas liturgias.
VIII – Ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, 
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a 
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
tiva, fixada em lei.
IX – É livre a expressão da atividade intelectual, artísti-
ca, científica e de comunicação, independentemente de 
censura ou licença.
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VManual do Educador – 7o ano
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 5 06/01/17 10:47
Esses valores nos dão uma ideia do núcleo moral pre-
sente em nossa sociedade, o que nos impede de viver 
em estado de anomia — ausência de valores que re-
gema sociedade, ficando a cargo de cada indivíduo o 
estabelecimento de suas condutas morais e éticas. Com 
a anomia, a democracia torna-se impraticável, dado a 
falta de organização e entendimento mínimo entre os 
integrantes da coletividade.
Podemos pensar que, em um regime democrático, 
que valoriza e incentiva preceitos como liberdade e 
diversidade, é contraditório que haja um conjunto de 
valores a ser seguido por todos. Acontece, porém, que 
alguns entendem que a expressão de liberdade é, na 
verdade, a afirmação da inferioridade (étnica, social, ra-
cial ou de gênero) de outro indivíduo, que, por sua vez, 
tem a liberdade subjugada. É por isso — para que todos 
os integrantes sociais possam usufruir da mesma liber-
dade e dos mesmos direitos sem pôr em risco o direito 
alheio — que um conjunto de valores se faz necessário. 
E é neste sentido que a matéria de Cidadania Moral e 
Ética torna-se fundamental: para apresentar e estabele-
cer fronteiras morais e éticas que garantam a convivên-
cia harmoniosa e o fortalecimento do nosso país.
Os itens que vimos anteriormente acerca dos valores 
que regem o Brasil pretendem, por sua vez, alinhar-se 
à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa de-
claração foi proclamada em 1948 pela Organização das 
Nações Unidas (ONU) — organização internacional for-
mada por vários países com o objetivo de trabalhar pela 
paz e pelo desenvolvimento mundial. Vejamos:
“A Assembleia Geral proclama a presente Declaração 
Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum 
a ser atingido por todos os povos e todas as nações, 
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da 
sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se 
esforce, através do ensino e da educação, por promo-
ver o respeito a esses direitos e essas liberdades e, pela 
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e 
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e 
a sua observância universais e efetivos, tanto entre os 
povos dos próprios Estados-Membros quanto entre os 
povos dos territórios sob sua jurisdição.
Semmick Photo/Shutterstock.com
VI Cidadania Moral e Ética
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 6 06/01/17 10:47
Artigo I
Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade 
e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem 
agir em relação umas às ou- tras com espírito de frater-
nidade.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos 
e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem 
distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, 
língua, religião, opinião política ou de outra nature-
za, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou 
qualquer outra condição.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segu-
rança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão. A 
escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em 
todas as suas formas.
Artigo V
Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
ou castigo cruel, desumano ou degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, 
reconhecida como pessoa perante a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qual-
quer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito 
a igual proteção contra qualquer discriminação que vio-
le a presente Declaração e contra qualquer incitamento 
a tal discriminação.
Artigo VIII
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos na-
cionais competentes remédio efetivo para os atos que 
violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhe-
cidos pela constituição ou pela lei.
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VIIManual do Educador – 7o ano
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 7 06/01/17 10:47
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exi-
lado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma 
audiência justa e pública por parte de um tribunal in-
dependente e imparcial, para decidir de seus direitos e 
deveres ou do fundamento de qualquer acusação cri-
minal contra ela.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o di-
reito de ser presumida inocente até que a sua culpa-
bilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em 
julgamento público, no qual lhe tenham sido asse-
guradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou 
omissão que, no momento, não constituíam delito 
perante o direito nacional ou internacional. Tam-
pouco será imposta pena mais forte do que aquela 
que, no momento da prática, era aplicável ao ato 
delituoso.
Artigo XII
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida pri-
vada, na sua família, no seu lar ou na sua correspon-
dência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda 
pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interfe-
rências ou ataques.
Artigo XIII
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção 
e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, 
inclusive o próprio, e a este regressar.
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VIII Cidadania Moral e Ética
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 8 06/01/17 10:47
Artigo XIV
1. Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito 
de procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de per-
seguição legitimamente motivada por crimes de di-
reito comum ou por atos contrários aos propósitos 
e princípios das Nações Unidas.
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacio-
nalidade nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qual-
quer restrição de raça, nacionalidade ou religião, 
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma 
família. Gozam de iguais direitos em relação ao ca-
samento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e 
pleno consentimento dos nubentes.
Artigo XVII
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em 
sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua pro-
priedade.
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, 
consciência e religião; este direito inclui a liberdade de 
mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar 
essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo 
culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em 
público ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e ex-
pressão; este direito inclui a liberdade de, sem interfe-
rência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir 
informações e ideias por quaisquer meios e indepen-
dentemente de fronteiras.
Artigo XX
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e 
associação pacíficas.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma 
associação.
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IX
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 9 06/01/17 10:48
Artigo XXI
1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no gover-
no de seu país, diretamente ou por intermédio de 
representantes livremente escolhidos.
2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço 
público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do 
governo; esta vontade será expressa em eleições pe-
riódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto 
secreto ou processo equivalente que assegure a li-
berdade de voto.
Artigo XXII
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito 
à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, 
pela cooperação internacional e de acordo com a orga-
nização e recursos de cada Estado, dos direitos econô-
micos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade 
e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha 
de emprego, a condições justas e favoráveis de tra-
balho e à proteção contra o desemprego.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a 
igual remuneração por igual trabalho.3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remu-
neração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim 
como à sua família, uma existência compatível com 
a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se 
necessário, outros meios de proteção social.
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e ne-
les ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a 
limitação razoável das horas de trabalho e férias perió-
dicas remuneradas.
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X Cidadania Moral e Ética
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 10 06/01/17 10:48
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será 
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fun-
damentais. A instrução elementar será obrigatória. 
A instrução técnico-profissional será acessível a to-
dos, bem como a instrução superior, esta baseada 
no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno de-
senvolvimento da personalidade humana e do for-
talecimento do respeito pelos direitos humanos e 
pelas liberdades fundamentais. A instrução promo-
verá a compreensão, a tolerância e a amizade en-
tre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e 
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol 
da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gê-
nero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII
Toda pessoa tem o direito de participar livremente da 
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de par-
ticipar do processo científico e de seus benefícios.
Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses 
morais e materiais decorrentes de qualquer produção 
científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XXVIII
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e inter-
nacional em que os direitos e as liberdades estabele-
cidos na presente Declaração possam ser plenamente 
realizados.
Artigo XXV
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz 
de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, 
inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuida-
dos médicos e os serviços sociais indispensáveis, e 
direito à segurança em caso de desemprego, doen-
ça, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de per-
da dos meios de subsistência fora de seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e 
assistência especiais. Todas as crianças nascidas den-
tro ou fora do matrimônio gozarão da mesma pro-
teção social.
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iraua/Shutterstock.com
XIManual do Educador – 7o ano
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 11 06/01/17 10:48
Artigo XXIX
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, 
na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua per-
sonalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pes-
soa estará sujeita apenas às limitações determina-
das pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar 
o devido reconhecimento e respeito dos direitos e 
das liberdades de outrem e de satisfazer às justas 
exigências da moral, da ordem pública e do bem-
-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese 
alguma, ser exercidos contrariamente aos propósi-
tos e princípios das Nações Unidas.
Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode 
ser interpretada como o reconhecimento a qualquer 
Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qual-
quer atividade ou praticar qualquer ato destinado à 
destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui 
estabelecidos.”
Recorremos, aqui, à Constituição e à Declaração de 
Direitos Humanos porque acreditamos que elas devem 
estar em nosso horizonte quando falamos da prática 
pedagógica. No entanto, reforçamos a ideia de que as 
considerações a respeito da ética e da moral não são 
modelos estanques a serem repassados para os estu-
dantes. Toda e qualquer norma ou regra representa uma 
resposta a um determinado tempo/período histórico. É 
por isso que nós, professores, devemos ter em mente 
que trabalhamos com princípios passíveis de mudança, 
e não com mandamentos. E, assim, devido ao caráter 
abstrato dos valores morais e éticos, nosso papel pe-
dagógico e formativo deve basear-se na intenção de 
colocar os alunos dentro desse processo de construção 
contínua de valores, de modo a torná-los seres eman-
cipados e autônomos para agirem criticamente perante 
os preceitos morais e éticos.
Rawpixel.com/Shutterstock.com
XII Cidadania Moral e Ética
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 12 06/01/17 10:48
Tendo em vista estabelecer padrões que ajudem a 
promover uma educação comprometida com a moral, 
a ética e a cidadania, os PCN propõem os seguintes tó-
picos a serem trabalhados no Ensino Fundamental:
Dignidade da pessoa humana: Implica respeito aos 
direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer 
tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo 
nas relações interpessoais, públicas e privadas.
Igualdade de direitos: Refere-se à necessidade de 
garantir a todos a mesma dignidade e possibilidade de 
exercício de cidadania. Para tanto, há que se considerar 
o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças 
(étnicas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religio-
sas, etc.) e desigualdades (socioeconômicas) que neces-
sitam ser levadas em conta para que a igualdade seja 
efetivamente alcançada.
Participação: Como princípio democrático, traz a no-
ção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade 
entre a representação política tradicional e a participa-
ção popular no espaço público, compreendendo que 
não se trata de uma sociedade homogênea, e sim mar-
cada por diferenças.
Corresponsabilidade pela vida social: Implica par-
tilhar com os poderes públicos e diferentes grupos 
sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos 
destinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabili-
dade de todos a construção e ampliação da democracia 
no Brasil.
Tyler Olson/Shutterstock.com
XIIIManual do Educador – 7o ano
O ensino baseado nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 13 06/01/17 10:48
O ambiente escolar, além dos outros papéis, repre-
senta um microcosmo da sociedade. O primeiro conta-
to com indivíduos que não fazem parte da nossa família 
e com os quais devemos estabelecer outro tipo de re-
lação se dá no colégio. Essa é a nossa primeira vivência 
social. Lá aprendemos que temos, invariavelmente, de-
veres e direitos que devem ser seguidos e respeitados 
por todos que compõem aquela realidade.
O papel da escola se estende para além da transmis-
são de conhecimento ou formação profissional.
Nesse local, a intenção primeira é a de ajudar a de-
senvolver as capacidades, a consciência, a compreen-
são de si mesmo, do outro e da sociedade. E é por 
meio dessa experiência cotidiana que nos adequamos 
às demandas sociais.
Essa consciência dos valores morais, no entanto, não 
deve ser imposta. É evidente que os estudantes devem 
saber diferenciar o certo e o errado, mas essa avaliação 
deve partir deles, de acordo com o conhecimento de 
suas responsabilidades, com a evolução do seu senso 
crítico e a sua capacidade de decisão. Os estudantes 
precisam assumir a sua prática, e não apenas seguir o 
estabelecido, sem nenhum exercício de reflexão.
A formação do ser humano precede a formação do tra-
balhador. A educação existe antes para que possamos 
discutir, estabelecer e ajustar as normas sociais. Dessa 
forma, o objetivo social da escola deve estar voltado para 
a formação de um cidadão consciente de suas ações e 
obrigações e ativo na construção permanente da socie-
dade. Por isso, a inclusão da matéria Cidadania Moral e 
Ética no currículo do Ensino Fundamental e Médio é es-
sencial para o desenvolvimento social dos estudantes.
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XIV Cidadania Moral e Ética
A importância do ensino de 
Cidadania Moral e Ética na escola
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Levandoem consideração que o volume de conhe-
cimento produzido pela humanidade não pode ser 
completamente explorado em sala de aula, mesmo que 
durante os doze anos previstos para a conclusão do En-
sino Fundamental e Médio, é fundamental que exista 
uma seleção de conteúdos que consideramos indispen-
sáveis para a formação de um indivíduo.
A inclusão do conteúdo de Cidadania Moral e Ética foi 
aprovada no Senado no ano de 2012. As considerações 
do MEC sobre os objetivos a serem atingidos, durante o 
Ensino Fundamental, são:
A compreensão do significado de justiça e a cons-
cientização da construção de uma sociedade igualitária, 
tendo em vista a necessidade de internalizar e assimilar 
esse conceito na prática, para que possamos formar su-
jeitos sociais ativos.
O respeito pelas diferenças — seja ela de credo, cor, 
gênero, etc.—, fundamental ao convívio em uma so-
ciedade democrática e pluralista; e a compreensão da 
diversidade como uma oportunidade de ampliação do 
conhecimento, promoção do desenvolvimento pessoal 
e social e enriquecimento dos processos de aprendi-
zagem.
A adoção de atitudes solidárias, de cooperação, e re-
púdio às injustiças e discriminações. A reflexão é apenas 
o primeiro passo para uma atitude ética. É preciso que, 
além dos debates e preocupações sociais, nós sejamos 
o reflexo do nosso discurso.
A compreensão da vida escolar como participação no 
espaço público, utilizando e aplicando os conhecimen-
tos adquiridos na construção de uma sociedade demo-
crática e solidária.
A valorização e o emprego do diálogo como forma de 
esclarecer os conflitos e tomar decisões coletivas. Por 
isso a importância da construção dos debates no de-
senvolvimento da capacidade argumentativa.
A construção de uma imagem positiva de si, o respei-
to próprio traduzido pela confiança em sua capacidade 
de escolher e realizar seu projeto de vida e pela legiti-
mação das normas morais que garantam, a todos, essa 
realização.
Para que possamos atingir as metas estabelecidas, é 
necessário que não só o professor de Cidadania Moral e 
Ética esteja comprometido, mas que todos os professo-
res tenham em mente a responsabilidade da educação e 
da conscientização social no processo de aprendizagem.
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XVManual do Educador – 7o ano
Objetivos fundamentais 
para o ensino de Ética
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Em seu sentido tradicional, a cidadania expressa um 
conjunto de direitos e de deveres que permite aos ci-
dadãos a participação na vida política e na vida pública, 
podendo votar e serem votados, fazendo parte ativa-
mente na elaboração das leis e do exercício de funções 
públicas, por exemplo. Hoje, no entanto, o significado 
da cidadania possui contornos mais amplos, que ex-
trapolam o sentido de apenas atender às necessidades 
políticas e sociais, e assume como objetivo a busca por 
condições que garantam uma vida digna às pessoas.
Entender a cidadania a partir da redução do ser hu-
mano às suas relações sociais e políticas não é coeren-
te com a multidimensinalidade que nos caracteriza e 
com a complexidade das relações que cada um e to-
das as pessoas estabelecem com o mundo à sua volta. 
Deve-se buscar compreender a cidadania também sob 
outras perspectivas, por exemplo, considerando a im-
portância que o desenvolvimento de condições físicas, 
psíquicas, cognitivas, ideológicas, científicas e culturais 
exerce na conquista de uma vida digna e saudável para 
todas as pessoas.
Tal tarefa, complexa por natureza, pressupõe a edu-
cação de todos (crianças, jovens e adultos), a partir de 
princípios coerentes com esses objetivos, e com a inten-
ção explícita de promover a cidadania pautada na de-
mocracia, na justiça, na igualdade, na equidade e na par-
ticipação ativa de todos os membros da sociedade nas 
decisões sobre seus rumos. Dessa maneira, pensar em 
uma educação para a cidadania torna-se um elemento 
essencial para a construção da democracia social.
Entendemos que tal forma de educação deve visar, 
também, ao desenvolvimento de competências para li-
dar com: a diversidade e o conflito de ideias, as influên-
cias da cultura e os sentimentos e emoções presentes 
nas relações do sujeito consigo mesmo e com o mundo 
à sua volta.
Uma questão a ser apontada é que, atualmente, as 
crianças e os adolescentes vão à escola para aprender 
as Ciências, a Língua, a Matemática, a História, a Física, a 
Geografia, as Artes, e apenas isso. Não existe o objetivo 
explícito de formação ética e moral das futuras gerações. 
Entendemos que a escola, enquanto instituição pública 
criada pela sociedade para educar as futuras gerações, 
deve-se preocupar também com a construção da cida-
dania, nos moldes que atualmente a entendemos. Se 
os pressupostos atuais da cidadania têm como base 
a garantia de uma vida digna e a participação na vida 
política e pública para todos os seres humanos, e não 
apenas para uma pequena parcela da população, essa 
escola deve ser democrática, inclusiva e de qualidade, 
para todas as crianças e adolescentes. Para isso, deve 
promover, na teoria e na prática, as condições mínimas 
para que tais objetivos sejam alcançados na sociedade.
Mas como os valores são apropriados pelos sujei-
tos? Adotamos a premissa de que os valores não são 
nem ensinados, nem nascem com as pessoas. Eles são 
construídos na experiência significativa que as pessoas 
estabelecem com o mundo. Essa construção depende 
diretamente da ação do sujeito, dos valores implícitos 
nos conteúdos com que interage no dia a dia e da qua-
lidade das relações interpessoais estabelecidas entre o 
sujeito e a fonte dos valores.
Ulisses F. Araújo
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aging/Shutterstock.com
XVI Cidadania Moral e Ética
A educação e a construção da cidadania
ME_CIDADANIA_E_ETICA_7ANO.indb 16 06/01/17 10:48
Na Filosofia, o campo que se ocupa da reflexão sobre 
a moralidade humana recebe a denominação de Ética. 
Estes dois termos, ética e moral, têm significados pró-
ximos e, em geral, referem-se ao conjunto de princípios 
ou padrões de conduta que regulam as relações dos 
seres humanos com o mundo em que vivem.
Uma educação ancorada em tais princípios deve con-
verter-se em um âmbito de reflexão individual e coletiva 
que permita elaborar racionalmente e autonomamente 
princípios gerais de valor, que ajudem a defrontar-se 
criticamente com realidades como a violência, a tortura 
ou a guerra. De forma específica, educação ética e mo-
ral deve ajudar na análise crítica da realidade cotidiana 
e das normas sociais e morais vigentes, de modo que 
contribua para idealizar formas mais justas e adequa-
das de convivência. Ainda na linha de compreensão do 
papel da educação para a formação ética dos seres hu-
manos, alguns teóricos entendem que a educação dos 
cidadãos deve levar em conta a dimensão comunitária 
das pessoas, seu projeto pessoal e também sua capaci-
dade de universalização, que deve ser exercida dialogi-
camente, pois, dessa maneira, elas poderão ajudar na 
construção do melhor mundo possível, demonstrando 
saber que são responsáveis pela realidade social.
De forma específica, lidar com a dimensão comuni-
tária, dialogar com a realidade cotidiana e as normas 
vigentes nos remete ao trabalho com a diversidade hu-
mana, à abordagem e ao desenvolvimento de ações 
que enfrentem as exclusões, os preconceitos e as discri-
minações advindos das distintas formas de deficiência 
e das diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas, 
culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de gênero. 
Conceber esse trabalho na própria comunidade onde 
está localizada a escola, no ambiente natural, social e 
cultural de seu entorno, é essencial para a construção 
da cidadania efetiva.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/
materiais/0000015509.pdf. Adaptado. Acessado em: 14/07/2014.
loreanto/Shutterstock.com
XVIIManual do Educador – 7o ano
Ética
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Com o intuitode promover uma educação plena, a 
coleção leva para a sala de aula os temas mais impor-
tantes e próximos aos alunos, para que, por meio de 
textos, imagens, exercícios e debates, eles possam de-
senvolver solidamente a sua consciência social.
Os capítulos que compõem os livros abrigam uma 
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Conhecimentos prévios
•	Você	consome	por	
necessidade	ou	por	desejo?
•	O	que	você	entende	por	
meio	ambiente?
•	Você	considera	que	a	Terra	
ou	o	meio	ambiente	estão	
doentes?
•	 	Você	contribui	de	alguma	
maneira	para	o	fim	do	meio	
ambiente	e	da	vida	na	Terra?	
Como?
O meio 
ambiente
Na sua sala de aula, provavelmente existe um lixeiro, 
assim como em outros locais da escola. Pense também 
no lixo que é produzido em sua casa e na enorme quan-
tidade de detritos e materiais jogados fora que vemos 
pelas ruas. É bastante lixo. Agora, pense em quanto lixo 
é produzido no mundo inteiro. Para onde vai tudo isso? 
O que é possível reaproveitar e quais são os problemas 
que essa enorme quantidade causa no meio ambiente? 
O acúmulo de lixo é apenas um dos problemas relacio-
nados à preservação do planeta. 
Neste capítulo, estudaremos como nossas ações, em 
especial as referentes ao trabalho e ao consumo, podem 
contribuir para a preservação ou a destruição do mundo 
e do lugar em que vivemos.
Vamos dialogar!
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Vamos dialogar!: Esta é a única seção 
que se apresenta, exclusivamente, no 
princípio de cada capítulo. Aqui, intro-
duzimos a temática por intermédio de 
imagens. A intenção é que os alunos 
construam suas falas a partir da memó-
ria visual que as fotografias, somadas 
ao tema, despertam neles. O resultado 
dessa abordagem ampla é a probabili-
dade de surgirem inúmeras e valiosas 
reflexões que ajudarão na construção 
de sentido dos assuntos abordados.
unidade temática, norteadora das discussões, que é 
subdividida em três seções que se intercalam para um 
melhor aprofundamento do tema. Essas seções têm 
funções específicas e buscam estruturar da maneira 
mais didática e agradável o conteúdo estudado. Veja-
mos, a seguir, quais elas:
XVIII Cidadania Moral e Ética
Estrutura da coleção
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Para Refletir: Esta seção também se interpõe entre os 
textos responsáveis pelo desenvolvimento do conteú-
do e as questões, que auxiliam nesse progresso. Nesse 
espaço, selecionamos diversos escritos que abordam o 
assunto do capítulo sob um viés lúdico. São crônicas, 
reportagens, sinopses, indicações de filmes, etc. que 
aproximam, ainda mais, os jovens estudantes das re-
flexões propostas.
1. Leia a canção abaixo e responda às questões que seguem:
Criança não trabalha 
Lápis, caderno, chiclete, peão, 
Sol, bicicleta, skate, calção, 
esconderijo, avião, correria,
tambor, gritaria, jardim, confusão. 
Bola, pelúcia, merenda, crayon,
banho de rio, banho de mar, 
pula-sela, bombom,
tanque de areia, gnomo, sereia, 
pirata, baleia, manteiga no pão. 
[...]
Criança não trabalha, 
criança dá trabalho.
Criança não trabalha.
[...]
ANTUNES, Arnaldo. TATIT, Paulo. In: Palavra Cantada. Canções curiosas. BMG, 1998.
a. Qual é a principal mensagem da música?
Resposta pessoal
b. Que relação tem a música com o tema Exploração no trabalho?
Resposta pessoal
Questão de ética?
Cidadania Moral e Ética I 7o ano 43
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c. Quais são os recursos usados para apresentar o objeto como necessário para ser feliz? 
Resposta pessoal
3. Observe propagandas de bebidas alcoólicas e responda às questões. Em seguida, debata 
cada um dos itens com o professor e seus colegas. 
a. Como é o ambiente em que se passa a propaganda? 
b. Como são os personagens? Eles são felizes?
c. Qual é a mensagem do comercial?
d. Esse tipo de campanha publicitária incentiva hábitos que prejudicam a saúde?
e. Quais são as consequências do consumo exagerado de bebida alcoólica?
f. A relação entre a propaganda e a realidade é verdadeira? Por quê?
Para refletir
Publicidade, consumo e meio ambiente
Vivemos numa sociedade de consumo, em que comprar e vender fazem parte do cotidiano 
e tomam muito tempo, recurso e energia. O problema é que geralmente não percebemos que 
esse simples ato pode ter reflexos negativos sobre o meio ambiente. 
Ao comprar uma roupa nova, por exemplo, não nos damos conta de que, para produzir aque-
le tecido, foi preciso cultivar o algodão, e que isso implicou o uso de grandes quantidades de 
fertilizantes químicos e pesticidas, que contaminam o solo, a água e o ar. Atualmente, imensas 
áreas de terra são destinadas à monocultura do algodão, que, com o passar dos anos, vai 
deteriorando o solo. Mais ainda, o processo de tingimento na indústria têxtil emprega grandes 
volumes de água e produtos químicos, que contaminam os cursos de água.
Hoje, disseminado em praticamente todo o mundo, o fenômeno do consumismo não teria 
sido possível sem o bombardeio incessante da publicidade.
A publicidade nos persegue em toda parte, e muitas vezes não nos damos conta disso. Está 
nas ruas, nas fachadas dos prédios, nos ônibus e nas vitrines. Também chama a nossa atenção 
em bancos, escritórios, hospitais, restaurantes, cinema e outros lugares públicos. Em casa, bas-
ta abrir o jornal, ligar o rádio ou a televisão. Muitas vezes, ela vem pelo correio: são as ofertas 
e propagandas.
Sem perceber, fazemos publicidade gratuitamente ao usar roupas, sapatos, bolsas e outros 
objetos com etiquetas visíveis. É realmente muito difícil não ser afetado por essa publicidade 
massiva, que se incorporou a todos os aspectos de nossa vida e nos emite mensagens o tempo 
todo, de forma direta ou velada.
Cidadania Moral e Ética I 7o ano 53
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Questão de ética: Esta seção aparece depois de cada 
tópico proposto no capítulo. Dessa forma, podemos 
nos aprofundar no conteúdo de maneira gradual e 
agradável, sem diferenciar a apreensão teórica e prá-
tica. As questões têm o propósito de colocar o aluno 
como protagonista, demandando reflexão para a expo-
sição do seu ponto de vista. É interessante, também, 
pedir que os alunos compartilhem suas respostas a fim 
de que toda a turma possa ser responsável, conjunta-
mente, pela conclusão desses tópicos.
XIXManual do Educador – 7o ano
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Sumário
Capítulo 1
•	O homem e a ética ........................................................... 6
•	Ética:	uma	necessidade	do	homem	.......................................8
•	Ética	e	educação	........................................................................11
•	As	três	peneiras:	verdade,	bondade	e	utilidade	..................15
•	A	moral	e	a	ética	na	sociedade	...............................................18
•	Sobre	o	amor	...............................................................................20
•	Apelo	de	um	idoso	.....................................................................24
Capítulo 3
•	O trabalho .................................................................. 36
•	A	mulher	no	mercado	de	trabalho	................................37
•	Exploração	no	trabalho	....................................................41
•	Segurança	do	trabalho	....................................................46
Capítulo 2
•	Ciência e tecnologia .......................................... 28
•	A	tecnofobia	..................................................................29
•	A	tecnologia	aproxima	ou	afasta	as	pessoas?	.....31
•	O	uso	de	robôs	............................................................32
•	Cuidado	com	os	jogos	eletrônicos	..........................34
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Capítulo 4
•	Consumo e consumismo ....................................... 48
•	O	que	é	consumo?	..........................................................49•	O	consumo	e	o	nosso	lugar	na	sociedade	.................51
•	O	consumo	te	consome	..................................................54
•	O	que	consumimos	e	o	que	desperdiçamos	.............60
•	Defesa	do	consumidor	....................................................62
Capítulo 5
•	O meio ambiente ..................................................... 64
•	Localidade	e	consumo	....................................................65
•	Para	onde	vai	o	lixo?	........................................................69
Capítulo 6
•	A cultura brasileira .................................................. 72
•	O	conceito	de	cultura	no	Brasil	....................................73
•	A	rica	cultura	dos	indígenas	...........................................75
•	A	presença	dos	negros	no	Brasil	.................................78
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O homem e a ética
Cidadania Moral e Ética
•	Fazer	uma	análise	objetiva	do	
conceito	de	ética	e	de	como	este	
dialoga	com	demais	conceitos	
importantes	para	nosso	estudo,	
como	moral,	verdade	e	
cidadania.
•	Entender	por	que	a	ética	é	uma	
necessidade	histórica	do	ser	
humano	e	a	sua	importância	
para	a	manutenção	do	respeito	
entre	os	humanos.	
•	Estudar	a	importância	da	
educação	para	a	formação	ética	
da	sociedade.
•	Avaliar	as	implicações	éticas	na	
prática	cotidiana	do	amor.	
•	Analisar	a	necessidade	de	se	dar	
atenção	aos	idosos	e	as	maneiras	
de	se	fazer	isso.
Objetivos 
Pedagógicos
Sugestão de leitura ////
Ética
Autores:	Adela	Cortina	e	
Emilio	Martínez
Hoje	a	ética	pode	abordar	a	tríplice	
tarefa	que	desde	os	inícios	da	filoso-
fia	grega	 já	havia	sido	 incumbida	de	
realizar	—	esclarecer	em	que	consiste	
a	moral,	fundamentar	ou	fornecer	ra-
zão	suficiente	a	desse	fenômeno	hu-
mano	e	aplicar	o	que	se	descobriu	aos	
problemas	 morais	 cotidianos.	 Nesse	
livro,	apresentam-se	as	linhas	funda-
mentais	dessas	três	tarefas	a	partir	de	
uma	perspectiva	comprometida	com	
a	razão	prática.	
Fundamentação
A ética é indiretamente 
normativa
Desde	 suas	 origens	 entre	 os	 filó-
sofos	da	antiga	Grécia,	 a	Ética	é	um	
tipo	 de	 saber	 normativo,	 isto	 é,	 um	
saber	que	pretende	orientar	as	ações	
dos	seres	humanos.	A	moral	também	
é	um	 saber	que	oferece	orientações	
para	a	ação,	mas,	enquanto	ela	pro-
põe	ações	concretas	em	casos	concretos,	
a	ética	—	como	filosofia	moral	—	remon-
ta	 à	 reflexão	 sobre	 as	 diferentes	morais	
e	as	diferentes	maneiras	de	 justificar	 ra-
cionalmente	a	vida	moral,	de	modo	que	
sua	maneira	de	orientar	a	ação	é	indireta:	
no	máximo,	pode	indicar	qual	concepção	
moral	é	mais	 razoável	para	que,	a	partir	
dela,	possamos	orientar	nossos	compor-
tamentos.
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Conhecimentos prévios
•	 	Você	sabe	o	que	é	ética?
•	 	Será	que	podemos	ver	
atitudes	éticas	no	dia a 
dia?
•	 	Para	você,	qual	é	a	
necessidade	da	ética?		
•	 	Existe	ética	no	amor?
O homem e 
a ética
A palavra ética procede do grego ethos, que signifi-
cava originalmente morada, lugar em que vivemos, mas 
posteriormente passou a significar o caráter, o modo 
de ser que uma pessoa ou um grupo vai adquirindo 
ao longo da vida. Por sua vez, o termo moral proce-
de do latim mos, moris, que originariamente significava 
costume, mas em seguida passou a significar também 
caráter ou modo de ser. Desse modo, ética e moral 
confluem em um significado quase idêntico: tudo aqui-
lo que se refere ao modo de ser ou caráter adquirido 
como resultado de pôr em prática alguns costumes 
considerados bons.
Fala-se, por exemplo, de uma “atitude ética” para de-
signar uma atitude moralmente correta segundo deter-
minado código moral; ou diz-se que um comportamen-
to foi “pouco ético” para significar que não se ajustou 
aos padrões habituais da moral vigente.
Vamos dialogar!
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7
O homem e a ética
Manual do Educador – 7o ano
Portanto,	em	princípio,	a	filosofia	mo-
ral	 ou	 ética	 não	 tem	motivos	 para	 ter	
uma	 incidência	 imediata	 na	 vida	 coti-
diana,	pois	seu	objetivo	último	é	escla-
recer	reflexivamente	o	campo	da	moral.	
No	 entanto,	 esse	 esclarecimento	 cer-
tamente	pode	servir	de	modo	 indireto	
como	 orientação	 moral	 para	 os	 que	
pretendem	agir	racionalmente	no	con-
junto	da	sua	vida.	[...]
A ética não é nem pode ser 
“neutra”
A	caracterização	da	ética	como	filosofia	
moral	leva-nos	a	enfatizar	que	essa	disci-
plina	não	se	identifica,	em	princípio,	com	
nenhum	código	moral	determinado.	Pois	
bem,	 isso	 não	 significa	 que	 permaneça	
“neutra”	 diante	 dos	 diferentes	 códigos	
morais	 que	 existiram	 ou	 possam	 existir.	
Tal	 “neutralidade”	 ou	 “assepsia	 axioló-
gica”	 não	 é	 possível,	 uma	 vez	 que	 os	
métodos	 e	 objetivos	 próprios	 da	 ética	
a	 comprometem	 com	 certos	 valores	
e	 a	 obrigam	a	denunciar	 alguns	 códi-
gos	 morais	 como	 “incorretos”,	 ou	 até	
mesmo	 como	 “desumanos”,	 enquanto	
outros	podem	ser	 reafirmados	por	ela	
na	medida	em	que	os	considere	“razoá-
veis”,	 “recomendáveis”	 ou	 até	 mesmo	
“excelentes”.
No	entanto,	não	é	certo	que	a	inves-
tigação	 ética	 possa	 nos	 levar	 a	 reco-
mendar	um	único	código	moral	como	
racionalmente	preferível.	Dada	a	com-
plexidade	do	fenômeno	moral	e	a	plu-
ralidade	de	modelos	de	racionalidade	
e	de	métodos	e	enfoques	filosóficos,	o	
resultado	tem	de	ser	necessariamente	
plural	e	aberto.	Mas	isso	não	significa	
que	a	ética	fracasse	em	seu	objetivo	de	
orientar	de	modo	mediato	a	ação	das	
pessoas.	 Em	 primeiro	 lugar,	 porque	
diferentes	 teorias	 éticas	 podem	 dar	
como	 resultado	 algumas	 orientações	
morais	 muito	 semelhantes	 (a	 coinci-
dência	em	certos	valores	básicos	que,	
embora	não	estejam	de	todo	incorpo-
rados	 à	 moral	 vigente,	 são	 justifica-
dos	como	válidos).	Em	segundo	lugar,	
porque	 é	muito	 possível	 que	 os	 pro-
gressos	 da	 própria	 investigação	 ética	
cheguem	a	evidenciar	que	a	missão	da	
filosofia	moral	não	é	a	 justificação	ra-
cional	de	um	único	código	moral	pro-
priamente	dito,	e	sim	um	quadro	geral	
de	princípios	morais	básicos	dentro	do	
qual	 diferentes	 códigos	 morais	 mais	
ou	menos	compatíveis	entre	si	possam	
legitimar-se	 como	 igualmente	 válidos	
e	 respeitáveis.	 O	 quadro	 moral	 geral	
assinalaria	as	condições	que	 todo	có-
digo	moral	 concreto	 teria	 de	 cumprir	
para	 ser	 racionalmente	 aceitável,	mas	
essas	condições	poderiam	ser	cumpri-
das	 por	 uma	 pluralidade	 de	modelos	
de	vida	moral	que	rivalizariam	e	entre	
si,	mantendo-se,	desse	modo,	um	plu-
ralismo	moral	mais	ou	menos	amplo.
CORTINA,	Adela;	MARTÍNEZ,	Emilio.	Ética.	São	
Paulo:Loyola,	2005,	p.	9,	10,	20,	21.
Corresponde à ética uma tripla função: 
1. Esclarecer o que é a moral, quais são seus traços específicos.
2. Fundamentar a moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as razões que conferem 
sentido ao esforço dos seres humanos de viver moralmente.
3. Aplicar, aos diferentes âmbitos da vida social, os resultados obtidos nas duas primeiras 
funções.
CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. São Paulo: Loyola, 2005.
Pensando nisso e na sua observação do dia a dia, você acha que a ética é mais levada em 
consideração ou é mais esquecida pela maioria das pessoas? Que regras éticas nós segui-
mos? Quem nos ensina sobre elas? E por que é importante pensar sobre isso?
Assim como fizemos no ano anterior, estudaremos, a partir de agora, conceitos, exemplos e 
pontos de vista a respeito da cidadania e da ética. Para começar, veremos o que alguns pensa-
dores falam sobre o tema e discutiremos como aplicar o que aprendemos na nossa vida.
Observe, com seus colegas, as imagens abaixo e debatam: as personagens estão seguindo 
normas éticas? Por quê?
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O homem e a ética
Cidadania Moral e Ética
Sugestão de leitura ////
A arte da Felicidade
Autor:	Dalai	Lama
Dalai-lama	 busca	 mostrar	 como	
derrotar	a	ansiedade	e	a	insegurança,	
a	contrariedade	e	o	desânimo	do	dia	
a	dia.	Junto	com	o	Dr.	Cutler,	ele	ex-
plora	facetas	do	cotidiano,	entre	elas	
os	relacionamentos,	a	perda	e	a	bus-
ca	 da	 riqueza,	 procurando	 mostrar	
como	transpor	os	obstáculos	da	vida	
através	de	uma	fonte	permanente	de	
paz	interior.
Só	escrever	os	objetivos	do	seu	pla-
no	de	aula	não	é	suficiente	para	cum-
pri-los.	Uma	 forma	de	cumprir	estes	
objetivos	é	 criar	um	sistema	que	 in-
tegre	ensino,	aprendizagem	e	avalia-
ção,	que	irão	assegurar	que	cada	uma	
das	 metas	 para	 o	 desenvolvimento	
das	aulas	sejam	trabalhadas.
Sugestão de 
Abordagem
Pequena biografia do Dalai-lama
Tenzin	 Gyatso,	 Sua	 Santidade,	 o	 14º	
dalai-lama,	 nasceu	 em	 6	 de	 julho	 de	
1935,	numa	 família	de	camponeses	da	
pequena	 vila	 de	 Taktser,	 na	 província	
de	 Amdo,	 situada	 no	 nordeste	 do	 Ti-
bet.	 Seu	 nome	 era	 Lhamo	 Dhondup	
até	 o	momento	 em	 que,	 com	 2	 anos	
de	idade,	Sua	Santidade	foi	reconheci-
do	como	sendo	a	reencarnação	de	seu	
predecessor,	o	13º	dalai-lama,	Thubten	
Gyatso.	Os	dalai-lamas	são	tidos	como	
manifestações	 de	 Avalokiteshvara	 ou	
Chenrezig,	o	bodhisattva	da	Compaixão	
e	patrono	do	Tibet.	Um	bodhisattva	 é	
um	ser	iluminado	que	adiou	sua	entra-
da	no	nirvana	e	escolheu	renascer	para	
servir	à	humanidade.
Sua	 Santidade,	 o	 Dalai-lama,	 come-
çou	 sua	 educação	 monástica	 aos	 6	
Fundamentação
anos.	[...]	Aos	23	anos,	fez	seu	exame	final	
no	Templo	de	Jokhang,	em	Lhasa,	duran-
te	 o	 Festival Anual de Orações Mönlam.	
Foi	 aprovado	 com	 honras	 e	 recebeu	 o	
grau	de	Geshe	Lharampa	(título	máximo,	
equivalente	 a	 um	 doutorado	 em	 Filoso-
fia).	Em	complemento	a	esses	temas	bu-
distas,	estudou	inglês,	ciências,	geografia	
e	matemática.
Em	 1950,	 com	 15	 anos	 de	 idade,	 Sua	
Santidade	foi	solicitado	a	assumir	a	com-
pleta	 responsabilidade	 política	 como	
chefe	de	Estado	e	de	governo,	após	a	
invasão	chinesa	do	Tibet.	Em	1954,	 foi	
a	 Beijing	 para	 tratativas	 de	 paz	 com	
Mao	Tsé-tung	e	outros	líderes	chineses,	
como	Chou	En-Lai	e	Deng	Xiaoping.	Em	
1956,	durante	visita	à	Índia	para	partici-
par	 das	 festividades	 do	 aniversário	 de	
2.500	 anos	 de	 Buda,	 esteve	 presente	
em	uma	série	de	reuniões	com	Nehru,	
o	primeiro-ministro	indiano,	e	o	premiê	
Ética: uma necessidade do homem
Há muito que o homem tem sede de ética; desde antes de Cristo, tomando como fundamen-
tal a busca da felicidade, princípio básico dos seres humanos. 
Cada uma de nossas ações conscientes e, de certa forma, toda a nossa vida podem ser vis-
tas como resposta à grande pergunta que desafia a todos: “Como posso ser feliz?”. 
A ética fere todos os ideais egoístas. Ela se debruça sobre a generosidade e o compartilha-
mento; invade a alma do ser humano, buscando o que ela tem de melhor a oferecer, garantindo 
a sua integridade diante de seus semelhantes. Nesse momento, podemos dizer que a ética é a 
grande estimuladora de uma convivência sadia, em que os valores que a sustentam direcionam-
-se rumo à paz. Após tantas tragédias ecológicas, tanta miséria humana, tantas mortes e injus-
tiças, o mundo finalmente começa a compreender o óbvio: a necessidade de se unir, pois, do 
contrário, perecerá irreversivelmente. 
É a ética que conduz à reflexão das práticas, contribuindo para evitar o isolamento e o fim do 
homem como pessoa, como cidadão do mundo, como portador de uma alma e de um espírito. 
Além de abordar o comportamento social, a ética volta-se, como se vê, para o ambiente que 
é palco de atuação de todos os viventes que contribuem para o desencadear da vida. O valor 
do respeito, por exemplo, é vital para o controle dinâmico dos ecossistemas e para o equilíbrio 
da qualidade de vida no planeta Terra. É por isso que o tema gera releituras e debates, por ser 
um aliado da sociedade planetária na luta contra o desrespeito e as diferenças e em favor do 
resgate da dignidade humana.
A ética vem facilitar a reflexão dos conceitos e das práticas. A cooperação, por exemplo, é 
um valor imprescindível para a construção de uma humanidade menos egoísta e mais equili-
brada. Porém, não se pode esquecer o significado do diálogo, da compreensão, do respeito, 
da verdade, da solidariedade... Nunca o mundo precisou tanto redescobrir esses valores. Eles 
convidam para a promoção do diálogo entre os povos. É chegado o momento de assumir um 
comportamento ético fundamentado no interesse comum, no fim dos preconceitos. É hora de 
construir pontes entre as diferenças! São esses princípios que funcionam como uma rocha de 
edificação para a construção de um milênio formador da consciência reflexiva, crítica e solidária.
 
Dalai Lama. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.
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O homem e a ética
Manual do Educador – 7o ano
Chou,	sobre	a	situação	do	Tibet,	que	se	
deteriorava	rapidamente.
Seus	esforços	para	alcançar	uma	so-
lução	 pacífica	 para	 o	 problema	 sino-
-tibetano	 foram	 frustrados	 pelas	 atro-
cidades	 da	 política	 chinesa,	 no	 leste	
do	 Tibet,	 dando	 origem	 a	 um	 levante	
popular.	Esse	movimento	de	resistência	
espalhou-se	por	outras	partes	do	país,	
e,	em	10	de	março	de	1959,	Lhasa,	a	ca-
pital	do	Tibet,	explodiu	em	um	grande	
levante.	 As	 manifestações	 da	 resistência	
tibetana	exigiam	que	a	China	deixasse	o	
Tibet,	reafirmando	a	independência	deste	
último.
Quando	a	situação	se	tornou	insusten-
tável,	 pediu-se	 ao	Dalai-lama	que	 saísse	
do	país	para	continuar	no	exílio	a	luta	pela	
libertação.	 Sua	 Santidade	 seguiu	 para	
a	 Índia,	 que	 lhe	 concedeu	 asilo	 político,	
acompanhado	de	outros	 80	mil	 refugia-
dos	 tibetanos.	 Hoje	 há	 mais	 de	 120	 mil	
tibetanos	vivendo	como	refugiados	na	
Índia,	no	Nepal,	no	Butão	e	no	Ociden-
te.	 Desde	 1960,	 Sua	 Santidade	 reside	
em	Dharamsala,	 uma	 pequena	 cidade	
no	 norte	 da	 Índia,	 apropriadamente	
conhecida	 como	 Pequena	 Lhasa,	 por	
sediar	o	governo	tibetano	no	exílio.	[...]
Com	o	 estabelecimento	 do	 governo	
tibetano	no	exílio,	Sua	Santidade	perce-
beu	que	a	tarefa	mais	imediata	e	urgen-
te	era	 lutar	pela	preservação	da	cultu-
ra	 tibetana.	 Fundou	53	 assentamentos	
agrícolas	 de	 larga	 escala	 para	 acolher	
os	 refugiados;	 idealizou	 um	 sistema	
educacional	 tibetano	 autônomo	 (exis-
tem	hoje	mais	de	80	escolas	 tibetanas	
na	 Índia	 e	 no	Nepal)	 para	 oferecer	 às	
crianças	refugiadas	tibetanas	pleno	co-
nhecimento	de	sua	língua,	história,	reli-
gião	e	cultura.	
Em	setembro	de	1987,	Sua	Santidade	
propôs	o	Plano	de	Paz	de	Cinco	Pontos	
para	o	Tibete,	como	um	primeiro	pas-
so	na	direção	de	uma	solução	pacífica	
para	a	situação	que	rapidamente	se	de-
teriorava	no	país.	Em	sua	visão,	o	Tibete	
se	tornaria	um	santuário,	uma	zona	de	
paz	no	coração	da	Ásia,	em	que	todos	
os	seres	sencientes	poderiam	viver	em	
harmonia,	 com	 o	 delicado	 equilíbrio	
ambiental	 preservado.	 A	 China,	 até	 o	
momento,	não	respondeu	positivamen-
te	 às	 várias	 propostas	 de	 paz	 criadas	
por	Sua	Santidade.	[...]
Disponível	em:	http://www.dalailama.org.br/biografia/.
Acessado	em:	03/06/2014.
Sócrates	 (470–399	 a.C.)	 foi	 um	 fi-
lósofo	 da	 Antiguidade	 que	 discutiu	
questões	antropológicas.	Ele	exerceu	
filosofia	em	praça	pública,	promoven-
do	debates	e	desenvolvendo	a	cons-
ciência	crítica.	A	Sócrates	é	atribuído	
o	pensamento:	“Conhece	a	ti	mesmo”.	
proponha	uma	reflexão	com	seus	alu-
nos	com	essa	máxima.
Diálogo com o 
professor 
Questão de ética?
1. Segundo o autor do texto, a preocupação com a ética é recente? Explique. 
Não. Conforme o texto, desde que o homem busca a felicidade, ele se preocupa com a ética,para nortear essa busca.
2. De que maneiras a ética vai de encontro ao egoísmo e à violência?
A busca da ética promove a convivência pacífica entre os homens, além da busca por parte
destes pelos sentimentos de generosidade e compartilhamento.
3. Conforme o texto, há uma pergunta que provoca toda a humanidade (“Como posso ser fe-
liz?”). Como você responderia a esse questionamento? 
Resposta pessoal
4. Que acontecimentos constantes incentivam o esforço de união entre as pessoas? 
A miséria, as injustiças, as tragédias ecológicas, entre outros.
5. Para Dalai Lama, a ética vem para facilitar a reflexão dos conceitos e de nossas práticas para 
o dia a dia. Por que temos que introduzir a ética no nosso cotidiano?
Porque é um é um valor imprescindível para a construção de uma humanidade menos 
egoísta e mais equilibrada.
6. De acordo com o texto, o mundo precisa redescobrir certos valores que hoje em dia estão 
se perdendo. Que valores são esses?
O valor do diálogo, da compreensão, do respeito, da verdade, da solidariedade.
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O homem e a ética
Cidadania Moral e Ética
O	trabalho	com	a	prática	de	valores	
pode	ser	interagido	com	das	ativida-
des	 docentes	 de	 outras	 disciplinas.	
Você	 pode	 interagir,	 por	 exemplo,	
com	o	professor	de	Língua	Portugue-
sa.	 Como	 vocês	 estão	 comprometi-
dos	com	a	educação	em	valores,	ele	
não	 se	 limitará	 a	 indicar	 ou	 solicitar	
de	seus	alunos	uma	lista	de	palavras	
como	justiça,	dignidade	e	solidarieda-
de,	para	exemplificar	os	substantivos	
abstratos,	como	assinalam	as	gramá-
ticas	 escolares.	Mais	 do	 que	 abstra-
tas,	estas	palavras,	na	sociedade,	são	
categorias	que	se	aplicam	às	práticas	
sociais,	 isto	 é,	 às	 atividades	 social-
mente	produzidas,	ao	mesmo	tempo	
produtoras	da	existência	social.	Pense	
nisto:	 Interdisciplinaridade	é	a	 chave	
para	o	sucesso.	
Sugestão de 
Abordagem
Muitas	vezes,	a	educação	é	entendida	
e	 exercida	 somente	 como	um	proces-
so	de	acumulação	de	 informações,	ou	
seja,	como	um	processo	de	ensino.	Um	
cabedal	 imenso	 de	 informações	 pode	
não	 acrescentar	 valores	maiores	 a	 um	
ser,	 que,	 portanto,	 não	 haverá	 de	 se	
humanizar	devidamente.	O	acúmulo	de	
informações,	atualmente,	é	muito	mais	
um	processo	eletrônico,	executado	com	
fantástica	eficiência	por	máquinas,	sem	
que	 isso	signifique	qualquer	dimensão	
de	educabilidade.	Um	simples	compu-
tador	 haverá	 de	 acumular	 dados	 em	
uma	 quantidade	 infinitamente	 maior	
do	que	qualquer	cérebro	humano.	Re-
sulta	que	ensinar,	embora	faça	parte	do	
processo	de	educar,	não	significa,	por	si	
só,	 um	processo	educativo.	 Tampouco	
um	 treinamento	 leva	 necessariamente	
à	 educabilidade	 humana.	 Os	 animais	
irracionais	 também	são	 treináveis.	 Eles	
aprendem	a	executar	tarefas,	movimen-
tos	e	práticas	repetitivas	num	automa-
tismo	surpreendente.	Um	ser	humano,	
porém,	não	pode	ser	 reduzido	apenas	
a	um	mero	 repetidor	de	ações	 irrefle-
Fundamentação
tidas,	 não	 assimiladas	 e	 executadas	me-
canicamente.	Portanto,	não	se	pode	con-
fundir	 um	 treinamento	 com	 educação.	
[...]	 Teremos	 somente	 um	 ser	 humano	
educado	na	medida	em	que	ele	crescer	e	
for	melhor	sob	todos	os	pontos	de	vista.	
Isso	quer	dizer	que	a	educação	mobilizará	
sempre	suas	múltiplas	dimensões	de	um	
ser	biológico,	social,	espiritual,	intelectual,	
psicológico,	material,	estético,	etc.
[...]	 Seria	 de	 todo	desejável	 podermos	
afirmar	que	não	é	possível	haver	edu-
cação	sem	ética.	Entretanto,	a	realidade	
é	 marcada	 por	 uma	 imperfectibilida-
de	 inerente	 a	 toda	 condição	 humana.	
Resulta	 que	 algumas	 interrogações	 se	
impõem	contundentemente	ao	refletir-
mos	sobre	essa	aproximação:	como	será	
possível	 se	 construir	 uma	 sociedade	
marcada	 profundamente	 pela	 partici-
pação	de	cidadãos	éticos	se	o	conjunto	
de	ideias,	ideais	e	valores	que	impregna	
As pessoas normalmente dizem: “Eu sabia que era errado, mas não pude evitá-lo”. Só-
crates responde: “Isso nunca é realmente a verdade. Tu podes ter sabido que outras pes-
soas acham que o que fizeste era ruim; mas, se tivesses sabido por ti mesmo que era ruim, 
não o terias feito. Teu erro foi a falta de esclarecimento. Não viste o bem; foste enganado 
por algum prazer que parecia bom naquele momento. Se tivesses visto o bem, também o 
terias desejado e agido para obtê-lo”. 
Sócrates. In: CORNFORD, F. M. Antes e depois de Sócrates. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 47. 
“Quando desempenho meu papel social de irmão, de esposo ou de cidadão, quando 
realizo os compromissos que tomei, cumpro deveres que estão definidos, para além de mim 
e de meus atos, no direito e nos costumes. Mesmo quando eles estão de acordo com os 
meus sentimentos próprios e sentindo-lhes interiormente a realidade, esta não deixa de 
ser objetiva, pois não fui eu que a estabeleci, antes os recebi pela educação.”
DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Martin Claret, 2001, p. 31-32.
Para refletir
Questões para reflexão?
1. “Eu sabia que era errado, mas não pude evitá-lo.” Você já praticou tal atitude? 
Por quê?
2. Quando uma pessoa tem o esclarecimento, ela evita o erro? Justifique.
3. Se todas as pessoas cumprissem seu papel social, a sociedade viveria me-
lhor? Por quê?
4. Se seus desejos e suas vontades forem atitudes aéticas, você segue 
em frente ou desiste? Justifique. 
7. Por que o estudo da ética, hoje, apresenta-se como imprescindível? 
Porque os valores éticos favorecem o diálogo entre os povos, facilitando a resolução 
de problemas diante de interesses conflituosos.
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O homem e a ética
Manual do Educador – 7o ano
Com	as	respostas	dos	alunos	você	
pode	fazer	um	painel	explanando	as	
várias	possibilidades	de	atitudes	an-
tiéticas	 e	 realizar	 uma	 pequena	 ex-
posição	para	ratificar	as	atitudes	que	
discutem	a	sociedade.
Sugestão de 
Abordagem
todo	o	mundo	atual	não	 contempla	a	
ética	como	algo	necessário?	Como	ter,	
na	educação,	um	 instrumento	que	ve-
nha	a	ser	uma	ferramenta,	mesmo	que	
imperfeita,	de	formação	dessa	realidade	
ética,	se	ela	só	existe	enquanto	serve	a	
uma	sociedade	que	lhe	impõe	sua	ma-
neira	de	ser	e	de	funcionar?	Por	outra,	
como	buscar	uma	educação	impregna-
da	de	valores	éticos	em	um	mundo	que	
não	contempla	a	ética	como	um	valor	
imprescindível?	Como	um	profissional	de	
educação	poderá	pretender	realizar	a	sua	
tarefa	 cotidiana	 como	 educador	 se	 ele	
precisa	 responder	 às	 exigências	 de	 uma	
sociedade	 que	 lhe	 impõe	 padrões	 de	
comportamento	que	em	pouco	ou	nada	
contemplam	 uma	 postura	 ética	 funda-
mental?	 Como	 buscar	 pelo	menos	 uma	
aproximação	entre	a	educação	e	a	ética	
na	 prática	 cotidiana	 desse	 profissional	
da	educação?	Na	contrapartida	de	todas	
essas	 indagações,	 cabe	 perguntar	 se	
não	é	mesmo	possível	haver	educação	
sem	ética.	Ou	seja,	uma	educação	sem	
ética	 deixa	 de	 ser	 educação?	 Precisa-
mos	conviver	com	a	existência	de	mais	
perguntas	 do	 que	 respostas	 e	 certe-
zas	e	com	as	contradições	 inerentes	a	
uma	 realidade	 complexa	 e	 paradoxal.	
Mesmo	 assim,	 é	 preciso	 encontrar	 e	
alimentar	razões	suficientes	para	acre-
ditar	que	essa	aproximação	é	possível,	
que	o	mundo	transformável	e	a	espe-
rança	de	uma	 realidade	orientada	por	
valores	éticos	pode	ser	construída.	É	no	
rastro	 dessas	 questões	 que	 se	 desen-
volve	a	reflexão	na	busca	de	caminhos	
possíveis.
JOHANN,	Jorge	Renato.	Educação e ética:	em	busca	
de	uma	aproximação.	Porto	Alegre:	Edipucrs,	2009,	p.	
20-22.
Anotações
Ética e educação 
No começo do processo de hominização, encontra-
mos um ser natural, que ainda não produziu história, nem 
educação, nem ética. É um hominídeo, um ser semelhante 
aos demais seres que habitam o planeta,como os inani-
mados, os vegetais e os animais. Estes apenas repetem 
um programa predeterminado pela natureza. Nada têm que 
acrescentar para existirem. São movidos por impulsos e 
por instintos. [...]
Na medida em que o processo de hominização se com-
pleta e se inicia o processo de humanização, o ser humano 
passa a se apresentar como um ser aberto e inconcluso. 
É o único ser deste planeta que não recebe a vida pronta 
e acabada, diferentemente dos demais seres. Ele recebe 
uma mera possibilidade de existir. Sua grande tarefa será 
sua própria construção, a sua própria fabricação. [...]
O ser humano descobre que pode ir além do estado 
natural em que está imerso e fechado. [...] Nesse momen-
to, inicia-se o fenômeno da educação como possibilida-
de de ser diferente, de ser mais e ser melhor, são tarefas 
que implicam em comprometimento ético. [...] Portanto, a 
construção de um ser humano pleno sugere a inclusão de 
dimensões éticas em seu desenvolvimento.
JOHANN, Jorge Renato. Educação e ética: em busca de uma aproximação. Porto 
Alegre: Edipucrs, 2009.
1. A partir de que momento histórico o homem passa a se preocupar com questões éticas? 
Quando começa a se desenvolver o processo de humanização e o homem se descobre 
aberto a inúmeras possibilidades e com o dever de estabelecer suas próprias orientações.
2. Como a educação está relacionada ao nascimento da ética?
A educação nasce com a necessidade do comprometimento ético, da criação de valores
que guiem a convivência dos homens.
Questão de ética?
AnnaTamila/Shutterstock
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O homem e a ética
Cidadania Moral e Ética
Os	relatos	apresentados	na	questão	
4	oferecem	a	oportunidade	de	se	am-
pliar	a	discussão	sobre	ética	e	valores	
morais.	Depois	de	classificá-los	como	
certos	ou	errados,	os	alunos	podem	
responder	às	seguintes	perguntas:
a)	Que	ações	conscientes	você	pode	
realizar	 para	 demonstrar	 que	 age	
com	ética	no	dia	a	dia?
b)	Por	que	o	 ser	humano,	diferente-
mente	dos	animais,	é	capaz	de	de-
senvolver	e	aplicar	valores	éticos?
c)	Em	 nossa	 sociedade,	 o	 que	 são	
princípios	ideais?	Cite	alguns	deles.
d)	Como	 podemos	 identificar	 rela-
ções	de	respeito	entre	amigos,	fa-
miliares,	alunos,	professores,	etc.?
e)	Por	 que	 a	 ética	 não	 necessaria-
mente	 impede	 de	 defendermos	
nossos	 próprios	 ideais?	 Exemplifi-
que.
A	questão	5	oferece	a	oportunida-
de	de	 trabalhar	 o	 conteúdo	da	 aula	
com	o	auxílio	de	jornais,	que	podem	
ser	 impressos	 ou	 virtuais.	 Após	 os	
alunos	 realizarem	a	pesquisa	e	ano-
tarem	 o	 resumo	 da	 notícia	 de	 um	
fato	 antiético,	 pode	 ser	 feita	 uma	
mesa-redonda	na	qual	cada	um	lerá	
o	 texto	pesquisado	 e	 apontará,	 jun-
tamente	aos	demais,	a	demonstração	
de	falta	de	ética.	O	professor	também	
pode	 levar	 matérias	 e	 reportagens	
recentes	 para	 a	 sala	 para	 contribuir	
com	o	debate.	Esse	tipo	de	atividade,	
além	de	possibilitar	uma	leitura	crítica	
dos	fatos	atuais,	incentiva	o	hábito	de	
se	manter	bem-informado.
Sugestão de 
Abordagem
Abordar	as	religiões	de	matriz	africa-
na	em	sala	de	aula	torna-se	primordial	
para	que	o	preconceito,	o	estigma	e	a	
intolerância	 religiosa	 sejam	 subtraídos.	
É	 nesta	 perspectiva	 que	 este	 traba-
lho	 vem	ceder	uma	discussão	 teórico-
Diálogo com o 
professor 
Anotações
-metodológica	que	possa,	pelo	menos,	
amenizar	esse	problema	em	sala	de	aula,	
contribuindo	para	tornar	o	ambiente	es-
colar	mais	democrático	e	inclusivo.
3. Como você tem aprendido a diferenciar os valores bons dos ruins: 
a. em casa, com a família? 
Resposta pessoal
b. na escola, com os professores?
Resposta pessoal
c. com os amigos?
Resposta pessoal
4. No seu dia a dia, você se depara, muitas vezes, com atitudes que não são éticas. Sobre isso, 
escreva um breve relato sobre alguma atitude que você considerou antiética.
Resposta pessoal
5. Com base na frase abaixo, classifique como certa (C) ou errada (E) cada uma das afirmativas 
seguintes: Resposta pessoal
 C E
a. Para agir com ética, são necessárias ações conscientes. ( ) ( )
b. Os valores éticos não condizem com o ser humano. ( ) ( )
c. Ser ético é respeitar os princípios ideais. ( ) ( )
d. Ética é fundamental numa relação de respeito. ( ) ( )
e. Ser ético é demonstrar desprezo para com os ideais pessoais. ( ) ( )
Ética tem a ver com valores morais da conduta humana. 
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O homem e a ética
Manual do Educador – 7o ano
Fundamentação
A intolerância religiosa em sala 
de aula
Percebemos	que	a	intolerância	e	o	
preconceito	 em	 relação	 às	 religiões	
de	 matriz	 africana	 em	 sala	 de	 aula	
são	encarados	como	algo	corriquei-
ro,	como	brincadeira	de	alunos,	e	di-
ficilmente	são	levados	em	considera-
ção.	Se	o	professor/educador,	diante	
dessa	 situação,	 optar	 pelo	 silêncio,	
estará	 promovendo	 o	 preconceito,	
mesmo	que	implicitamente.	Pois	o	si-
lêncio,	enquanto	omitido,	se	expres-
sa	como	uma	forma	de	discurso	que	
chamamos	de	discurso do silêncio.
Anotações
6. A notícia reproduzida a seguir denuncia um exemplo de falta de ética, agravada pela intole-
rância religiosa. Leia:
Jovem praticante de candomblé é agredida por intolerância religiosa
Uma jovem de 14 anos praticante de candomblé não quer mais voltar para a escola des-
de que foi agredida por colegas de classe, em Curitiba.
A aluna teria sido vítima de intolerância religiosa, afirmam testemunhas. A motivação para a 
agressão foi uma foto, postada no dia anterior em uma rede social, em que a menina aparece 
ao lado da mãe e de uma amiga, as três do candomblé.
A jovem ainda tentou explicar como a religião funcionava, mas foi interrompida por uma 
estudante que a chutou, fazendo com que ela batesse a cabeça na parede. Enquanto isso, 
os outros estudantes teriam gritado: “Chuta que é macumba”.
“A gente ia levar uma amiga no aeroporto e tirou uma foto com ela lá. A estudante foi mar-
cada na foto e viram no Facebook dela. No dia seguinte, na primeira aula, uma menina disse 
que não queria ficar perto da estudante porque ela era da macumba. Ela começou a explicar 
o que era, mas depois falaram que iam chutá-la, porque pertencia à macumba.”
De acordo com a mãe da jovem agredida, não é a primeira vez que ela e a filha são víti-
mas de intolerância religiosa. “É comum isso. Uma vez fomos a uma padaria comprar alguma 
coisa e fomos perseguidos, eu e meus três filhos, por um carro com rapazes de camisa do 
‘exército de Jesus’. Dessa vez, agora, eu preferia que tivesse acontecido comigo, seria dife-
rente. A minha filha está sofrendo muito, está muito magrinha, com o rosto machucado, com 
vergonha, sem vontade de voltar ao colégio”, afirma.
Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/10/menina-praticante-de-candomble-e-agredida-por-intolerancia-religiosa.
html. Adaptado. Acessado em 03/08/2016.
Agora, pesquise outra reportagem ou notícia que exponha um caso de falta de ética e es-
creva um resumo dela abaixo.
Resposta pessoal
Cidadania Moral e Ética I 7o ano 13
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O homem e a ética
Cidadania Moral e Ética
Fundamentação
A origem histórica e social da moral
O	homem	deve	garantir	a	própria	so-
brevivência	por	meio	do	trabalho	e,	como	
vive	em	grupos,	a	moral	foi	estabelecida	
para	viabilizar	a	ação	coletiva,	isto	é,	com	
a	 finalidade	de	possibilitar	o	estabeleci-
mento	e	a	preservação	de	relações	entre	
os	indivíduos.
[...]
É	de	 tal	 importância	a	existência	des-
se	mundo	moral	que	se	torna	impossível	
imaginar	um	povo	sem	qualquer	conjun-
to	de	regras.	Destaca-se	como	uma	das	
características	 fundamentais	 do	 homem	
a	 sua	 capacidade	 de	 produzir	 interdi-
ções	(proibições).	Segundoo	antropólo-
go	 francês	 Lévi	 Strauss,	 a	passagem	do	
reino	animal	 ao	 reino	humano,	ou	 seja,	
a	passagem	da	natureza	à	cultura,	é	pro-
duzida	pela	instauração	da	lei,	por	meio	
da	proibição	do	incesto.	É	assim	que	se	
estabelecem	as	relações	de	parentesco	e	
de	aliança	sobre	as	quais	é	construído	o	
mundo	humano,	que	é	simbólico.
Exterior	e	anterior	ao	indivíduo	há,	por-
tanto,	 a	 moral	 constituída,	 que	 orienta	
seu	 comportamento	 por	 meio	 de	 nor-
mas.	Com	a	adequação	ou	não	às	nor-
mas	estabelecidas,	o	ato	será	considera-
do	moral	ou	 imoral.	O	 comportamento	
moral	varia	de	acordo	com	o	tempo	e	o	
lugar	conforme	as	exigências	das	condi-
ções	nas	quais	os	homens	se	organizam	
ao	estabelecer	formas	efetivas	e	práticas	
de	trabalho.	Cada	vez	que	as	relações	de	
produção	 são	 alteradas,	 sobrevêm	mo-
dificações	nas	exigências	das	normas	de	
comportamento	coletivo.
Por	exemplo,	a	Idade	Média	caracteri-
zou-se	 pelo	 regime	 feudal,	 baseado	 na	
rígida	 hierarquia	 de	 suseranos,	 vassalos	
e	servos.	O	trabalho	era	garantido	pelos	
servos,	 possibilitando	 aos	 nobres	 uma	
vida	 de	 ócio	 de	 guerra.	 A	 moral	 cava-
lheiresca,	de	que	derivou,	baseava-se	no	
pressuposto	 da	 superioridade	 da	 classe	
dos	nobres,	exaltando	a	virtude	da	leal-
dade	e	da	fidelidade	—	suporte	do	sis-
tema	de	suserania	—	bem	como	na	co-
ragem	do	guerreiro.	Em	contraposição,	o	
trabalho	era	desvalorizado	e	restrito	aos	
servos.	 Essa	 situação	 se	 alterou	 com	 o	
aparecimento	da	burguesia,	que,	forma-
da	 pela	 classe	 trabalhadora	 oriunda	 da	
liberação	dos	 servos,	 estabeleceu	novas	
relações	 de	 trabalho	 e	 fez	 surgir	 novos	
valores,	como	a	valorização	do	 trabalho	
e	crítica	à	ociosidade.
CROCETTI,	Zeno.	Ética e cidadania.	Curitiba:	Iesde	Brasil	
S.A.,	2009,	p.	8,	9.
Anotações
Para refletir
O buscador da verdade
Um jovem buscador da verdade decidiu deslocar-se até a cidade de Jaipur para falar 
com um grande mestre. Depois de meses de caminhada, finalmente o jovem se aproximou 
do mestre e perguntou:
— O que devo fazer para encontrar a verdade? 
O mestre lançou um olhar penetrante ao jovem, respirando fundo e lentamente. A res-
posta sairia a qualquer instante: 
— Meu caro jovem, percebo que seu coração é puro; e sua busca, sincera. O que pos-
so lhe dizer é que o Ser Supremo se manifesta em todas as coisas do Universo. 
O jovem ouviu e aguardou por mais ensinamentos. O silêncio se manteve, o mestre 
cerrou os olhos. 
— Mestre, andei meses até aqui, não tem mais nada a dizer? — perguntou o jovem, 
com ar de desolação. 
— Não, não tenho nada mais a acrescentar — respondeu o mestre serenamente.
O jovem, decepcionado, esperava que o mestre lhe passasse informações valiosas, 
mantras poderosos, técnicas de meditação ocultas, porém nada disso aconteceu. O bus-
cador da verdade decidiu ir embora; encontraria outro mestre em outra cidade.
Depois de mais de um ano de andanças, o jovem encontrou, na cidade de Madras, um 
outro mestre de grande prestígio. O buscador da verdade fez a mesma pergunta para o 
segundo mestre: 
— O que devo fazer para encontrar a verdade?
O mestre, rodeado por vários alunos, olhou para o jovem que fizera a pergunta e disse:
— Eu vou lhe dar a resposta que você quer, porém, antes, quero que você trabalhe para 
mim durante treze anos no meu ashram. 
O jovem sentiu um calor dentro do coração; aquelas palavras ressoavam como o início 
de um caminho sem volta.
— Concordo, mestre. E o que vou fazer no seu ashram? 
— Você será responsável por limpar o esterco de nossas vacas sagradas. 
O buscador da verdade acatou o pedido sem nenhuma reclamação e, por treze anos, 
trabalhou com dedicação na tarefa de limpar o esterco das vacas. Passados os treze 
anos, o jovem, que não era mais jovem, aproximou-se do mestre e disse: 
— Estou preparado para ouvi-lo. Os treze anos combinados se passaram, agora quero 
saber o que devo fazer para encontrar a verdade. 
O mestre se aproximou do aluno, pousou a mão na cabeça dele e, envolto em um cheiro 
de esterco de vaca, disse: 
— O que posso lhe dizer é que o Ser Supremo se manifesta em todas as coisas do 
Universo. 
Cidadania Moral e Ética I 7o ano14
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O homem e a ética
Manual do Educador – 7o ano
Ao ouvir tais palavras, o aluno cerrou os olhos, respirou fundo e, pela primeira vez na 
vida, sentiu a emoção daqueles que se iluminam. Ao voltar ao seu estado normal, pergun-
tou ao mestre: 
— Curioso, há muitos anos fiz a mesma pergunta a outro mestre, e ele me deu a mesma 
resposta, mas, naquela época, nada aconteceu comigo. Por quê? 
O mestre juntou as mãos às do aluno e respondeu: 
— A verdade não mudou nesses anos todos, quem se transformou foi você. 
Fonte: BRENMAN, Ilan. As 14 pérolas da Índia. São Paulo: Brinque-book, 2008.
Questões para reflexão?
1. Qual é o tema central do texto? 
2. O que é a verdade? 
3. Como podemos alcançar a verdade? 
4. Qual é a relação entre verdade e ética? 
5. O homem soube compreender a ética que envolve a resposta que buscava? 
6. A ética se transforma ou somos nós que nos transformamos?
7. Qual é a relação entre o texto e o tema do capítulo: O homem e a ética?
As três peneiras: verdade, 
bondade e utilidade
Um homem procurou um sábio e disse-lhe:
— Preciso contar-lhe algo sobre alguém! Você não ima-
gina o que me contaram a respeito de... 
Nem chegou a terminar a frase, quando o sábio ergueu 
os olhos do livro que lia e perguntou: 
— Espere um pouco, o que vai me contar já passou pelo 
crivo das três peneiras? 
— Peneiras? Que peneiras? 
— Sim. A primeira é a da verdade. Você tem certeza de 
que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?
— Não. Como posso saber? O que sei foi o que me 
contaram! 
— Então, suas palavras já vazaram a primeira peneira. 
Vamos, então, para a segunda peneira: a bondade. O que 
CREATISTA/Shutterstock
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O homem e a ética
Cidadania Moral e Ética
Sugestão de leitura ////
Ética
Autor:	Adauto	Novaes	(Org.)
	
Como	 pensar	 a	 ética	 a	 partir	 das	
contradições	de	um	mundo	que,	 no	
mesmo	espaço	 e	 ao	mesmo	 tempo,	
produz	uma	ciência	e	intelectuais	de-
dicados	a	pesquisar	princípios	de	vida	
e	 armas	 de	 morte;	 progressos	 nas	
comunicações	 e	mecanismos	 sutis	 e	
aberrantes	 de	 censura?	 Eis	 as	 ques-
tões:	 falso	 bem,	 falsa	 justiça,	 falsa	
liberdade,	falsa	virtude,	que,	ao	cria-
rem	o	homem	da	concórdia,	da	sub-
missão	e	da	boa-fé,	tornam-no	duas	
vezes	 escravo:	 da	 superstição	 e	 das	
convenções.	Os	textos	que	compõem	
esta	 obra,	 originalmente	 produzidos	
para	o	curso	livre	Ética,	procuram,	as-
sim,	pensar	as	 razões	pelas	quais	os	
homens	 se	 comportam	 de	 determi-
nada	maneira	e	por	que	a	maioria	das	
doutrinas	 morais	 conserva	 vestígios	
da	servidão,	no	momento	mesmo	em	
que	promete	instaurar	a	liberdade.
Betinho: sertanejo, mineiro, 
brasileiro
Autora:	Carla	Rodrigues
Ao	 valorizar	 as	 inúmeras	 contradi-
ções	do	trajeto	de	vida	de	Betinho,	a	
autora	cria	uma	narrativa	emocionan-
te	 e	monta	 o	 retrato	 de	 uma	 figura	
que,	em	nenhum	momento	e	em	ne-
nhum	sentido,	aparece	como	perfeita,	
linear	e	irretocável.	Em	Betinho: serta-
nejo, mineiro, brasileiro,	 descobre-se	
um	 homem	 múltiplo,	 singular,	 que	
por	vezes	é	surpreendente	e,	sempre,	
apenas	 humano.	 Este	 é	 um	 ensaio	
biográfico	 que	 tem	 o	 privilégio	 de,	
pela	primeira	vez,	 ir	a	 fundo	na	vida	
de	um	dos	maiores	ícones	da	história	
recente	brasileira.
Anotações
1. O que você acha da posição do sábio no texto? 
Resposta pessoal
2. Qual é a relação do texto com o tema estudado (O homem e a ética)? 
Resposta pessoal
Questão de ética?
vai me contar, gostaria que os outros também disses-
sem a seu respeito? 
— Não! Absolutamente, não!
— Então, suas palavras vazaram também a segunda 
peneira. Vamos

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