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Do Mito do Milagre Macroeconômico à Estabilização do Plano Real. General Humberto Castello Branco 1964-1967: Cearense, foi um dos líderes do golpe. General, foi transferido para a reserva no posto de marechal. Durante seu governo, de 1964 a 1967, instituiu o Serviço Nacional de Informações (SNI). Criou o Banco Central e o Banco Nacional de Habitação (BNH). Os partidos que existiam na época foram fechados. Passaram a ser permitidas apenas duas legendas: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), governista; e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição. Castello Branco aprovou o regulamento geral do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) e promulgou a Constituição de 24 de novembro de 1967, que institucionalizava a ditadura. No seu governo, foram cassados os direitos políticos de deputados, governadores, ex-presidentes e lideranças de entidades civis. Em 1967, foi aprovada a Lei de Imprensa, que limitava a liberdade de pensamento e informação e era uma expressão do caráter arbitrário do regime. Fonte: Agência Câmara de Notícias, 28/02/2006. No campo econômico: O crescimento econômico durante a ditadura começou a ser alavancado durante o Governo de Castelo Branco, que adotou um ambicioso programa de reformas para equilibrar as contas públicas, controlar a inflação e desenvolver o mercado de créditos. Batizado de Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), ele foi responsável por reformas fiscais, tributárias e financeiras. Castello Branco implementou diversas medidas no sentido de incentivar um maior grau de abertura da economia brasileira ao comércio e ao movimento de capitais com o exterior. A partir de 1964, também foram introduzidos na legislação brasileira diversos mecanismos de incentivos às exportações (EL PAÍZ, 23/11/2017). General Costa e Silva 1967-1969: Marechal Costa e Silva - Gaúcho, assumiu o poder com planos de restabelecer a democracia, mas passou a ser visto como inimigo pela linha-dura ultranacionalista e decretou o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que lhe deu poderes para fechar o Congresso, cassar políticos e institucionalizar a repressão Costa e Silva havia exercido o cargo de ministro da Guerra no governo anterior. Em agosto de 1969, ele ficou doente e uma junta militar permaneceu no poder de 31 de agosto de 1969 a 30 de outubro de 1969, com os seguintes integrantes: o brigadeiro Márcio de Souza e Mello; o almirante Augusto Rademaker; e o general Aurélio Lyra Tavares. Fonte: Agência Câmara de Notícias, 28/02/2006. General Emílio Garrastazu Médici 1969-1974: Gaúcho, foi presidente durante o período de maior repressão da ditadura militar, com tortura e morte dos opositores, censura à imprensa e cerceamento das liberdades individuais e de pensamento. Adotou os slogans "este é um País que vai pra frente" e "Brasil: ame-o ou deixe-o". Seu mandato foi marcado por um "milagre econômico" que mais tarde se revelaria uma ilusão. Médici havia apoiado a Revolução de 1930, mas se manifestou contra a posse de João Goulart em 1961. Em abril de 1964, comandava a Academia Militar de Agulhas Negras. Depois, foi nomeado adido militar nos Estados Unidos e, em 1967, sucedeu a Golbery do Couto e Silva na chefia do poderoso SNI, cargo que ocupou por dois anos. Apoiou com entusiasmo o AI-5. Em 1969, foi nomeado comandante do 3º Exército. Fonte: Agência Câmara de Notícias, 28/02/2006 No campo econômico: Mas foi no Governo do general Emílio Garrastazu de Médici, sob o comando do então ministro da Fazenda, Antônio Delfim Netto, que o projeto econômico teve como princípio o crescimento rápido, com expressivo aumento da produção – com destaque para indústria automobilística- e grandes obras de infraestrutura. “O Governo apostou em grandes obras e investimento estimulando o setor privado e usando o crescimento como propaganda para legitimar o regime durante a época mais repressiva da ditadura. Era muito importante que ele tivesse apoio de uma parte da sociedade”, explica Muller. Foi nessa época que nasceu o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (IPND). O plano investiu principalmente na construção de estradas e obras de infraestrutura, como por exemplo, a Ponte Rio-Niterói (começou em 1969 e foi inaugurada em 1974) e a nunca terminada rodovia Transamazônica (EL PAÍZ, 23/11/2017). General Ernesto Geisel 1974-1979: Gaúcho, trouxe de volta ao poder o general Golbery do Couto e Silva. Juntos, articularam um projeto de abertura "lenta, gradual e segura" rumo a uma indefinida "democracia relativa". Mas a crise econômica e a reação da "linha dura" do Exército colocariam permanentemente em cheque os planos de "distensão" imaginados por Geisel e Golbery. O presidente fechou o Congresso em abril de 1977. Geisel foi um entusiasta da extração petrolífera no Brasil. Dirigiu a refinaria de Cubatão em 1956 e a Petrobras (1969 a 1973). Em sua gestão na presidência da Petrobras, concentrou esforços na exploração da plataforma submarina. Conseguiu acordos no exterior para a pesquisa e firmou convênios com o Iraque, o Egito e o Equador. Após o golpe de 1964, foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente Castello Branco, que o encarregou de investigar denúncias de torturas em unidades militares do Nordeste. Castello o promoveu a general-de-exército em 1966 e o nomeou ministro do Supremo Tribunal Federal em 1967. Geisel foi lançado candidato à Presidência pela Arena, em 1973, e derrotou no Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1974, Ulysses Guimarães - que era o candidato do único partido legal de oposição, o MDB. Na política externa, procurou ampliar a presença brasileira na África e na Europa, evitando o alinhamento incondicional à política dos Estados Unidos. Fonte: Agência Câmara de Notícias, 28/02/2006. General João Baptista Figueiredo 1979-1985: Carioca, chegou ao poder depois de chefiar o SNI. Foi o último presidente do regime militar. Figueiredo teve a missão de concretizar a abertura iniciada por Ernesto Geisel, e assinou a Lei da Anistia, em agosto de 1979 - o que permitiu a volta, ao país, de políticos exilados pelo governo militar. No seu governo, também foi permitido o retorno do multipartidarismo. A Arena e o MDB desapareceram, sendo transformadas no PDS e no PMDB, respectivamente. Também surgiram legendas como o PDT de Leonel Brizola e o PT. Figueiredo foi eleito pela Arena, por escolha indireta no Colégio Eleitoral, em 1978. No discurso de posse, prometeu a "mão estendida em conciliação" e jurou "fazer do Brasil uma democracia". Causou polêmica ao dizer que iria "prender, matar e arrebentar" os opositores da abertura política, e ao dar a entender que gostava "mais do cheiro dos cavalos do que do cheiro do povo". No seu mandato, foram realizadas as primeiras eleições diretas para governador de estado, que haviam sido interrompidas em 1965. Sua gestão ficou marcada por uma grave crise econômica que gerou altos índices recessivos e inflacionários e pela dívida externa crescente. Figueiredo também enfrentou a segunda crise internacional do petróleo. No Campo Econômico: A crise econômica reforçou os argumentos da oposição e gerou greves no ABC paulista. Essa situação ajudou a deflagrar em 1984 a campanha pelas Diretas-Já - que mobilizou milhares de pessoas, nas maiores cidades do País, em comícios pelo direito de eleger o presidente da República pelo voto popular. Figueiredo implementou o programa de incentivo à agricultura, que tinha como slogan "plante que o João garante". Fonte: Agência Câmara de Notícias, 28/02/2006. As “não questões” O golpe foi dado em 64 com a desculpa de reestabelecer a hierarquia que teria sido quebrada no episódio da greve e anistia aos marinheiros, mas o próprio golpe foi uma quebra de hierarquia; O golpe também foi dado com a desculpa de se evitar a instalação de uma ditadura (comunista), mas o que ela fez na prática foi instalar uma ditadura (capitalista) brutal; O golpe foi decretado para salvar a ordem social e a economia, masentregou o país aos civis com inflação e pobreza maiores do que em 64 e com o estabelecimento da maior facção criminosa a época (Falange Vermelha). A Herança Maldita Apesar dos problemas econômicos e sociais do Brasil antes da ditadura, eles foram piorados durante a ditadura. Ainda que o país tenha ficado mais rico, a população ficou mais pobre: 1973_ o ano do auge do “milagre econômico” o PIB do país cresceu 14%; O PIB per capto subiu de US$ 261 em 1964 para US$1.643 em 1985, porém, houve arrocho salarial que significa a perda do poder de compra dos salários dos trabalhadores, o salário mínimo que passou de R$1.2 mil em 1964 (equivalente) para R$620 em 1985. Quase 50% por cento de desvalorização; A inflação média durante todo o regime foi de 64,5%; Houve mais centralização da riqueza nas camadas mais elevadas, antes 1% da população detinha 10% do PIB, em menos de três anos, passaram a deter 16% da riqueza gerada; 70% dos trabalhadores não tiveram ganhos relevantes durante o regime, ou seja, ficaram mais pobres; O Investimento público na economia passou de 15% em 1964 para 23,3% em 1975, mas esses investimentos foram impulsionados por empréstimos estrangeiros o que aumentou o endividamento público que passou de US$3 bilhões em 1964 para US% 102 bilhões em 1984, ou seja, 50% do PIB nacional. A crise do petróleo de 1973 fez evidenciar os problemas econômicos do país, ao encarecer o custo de vida e pressionar as dividas do governo que são negociadas em dólar. Os civis: Sarney Janeiro de 1985_ Tancredo Neves é eleito, indiretamente, o primeiro presidente civil desde 1964; Março de 1985_ Tancredo morre e é sucedido por seu vice José Sarney que: No campo político procurou garanti a transferência de poder dos militares aos civis e consolidar a democracia; Ao mesmo tempo, procurou estabilizar a economia ao tentar combater a alta inflação que, devido ao endividamento público e a política inflacionária proposital, chegou a marca histórica de 235% ao mês; O governo lança o Plano Cruzado idealizado pelo ministro da fazenda Dilson Funaro que previa o congelamento de preços, substituição do cruzeiro pelo cruzado. O governo incentivava aos cidadãos serem seus fiscais no controle dos preços vigiando possíveis aumentos. Tabelas com os preços das mercadorias eram publicadas nos principais jornais e as pessoas às levavam nas compras. Era o Plano Verão; Em 1987, Sarney decretava a moratória técnica, o que significava na prática, calote nos pagamentos da dívida; Apesar do choque na economia que paralisou e, praticamente, zerou a inflação, contudo, houve o desaparecimento dos artigos das prateleira e a criação de um “mercado negro” de mercadorias onde eram negociadas, racionamentos de mercadorias; O desabastecimento e a grande procura por mercadorias e a pressão da alta do dólar fizeram com que a inflação retornasse, o povo desacreditasse a nova moeda e o retorno da crise que não cessou, apesar de novas intervenções. O grande mérito de Sarney foi consolidar a democracia com a promulgação da constituição e a eleição de 1989. Collor Foi eleito em 1989 em uma disputa eleitoral acirrada. Foi o primeiro civil eleito desde 64; Nos dois anos em que esteve no poder, procurou desenvolver a indústria nacional, inclusive pela abertura da economia a importações estimulando a concorrência, o que prejudicou boa parte da indústria nacional que produzia bens menos desenvolvidos do que os importados, contudo em alguns setores, essa iniciativa, possibilitou a introdução dos microcomputadores; Inicia as privatizações no Brasil; Collor institiu o Plano Collor (Collor I) a “Bala de Prata” contra a inflação, conjunto de medidas idealizado e aplicado por sua ministra da economia e prima Zélia Cardoso de Mello, que decretou o confisco das poupanças, manteve congelamentos de preços; Lançado o Collor (II) havia produtos congelados regulados, liberdade vigiada e preço liberado; Foi eleito com o discurso de combate à corrupção com a “caça aos marajás”, mas seu governo foi envolto em denúncias de corrupção que provocaram manifestações populares (movimento dos “caras pintadas” e de movimentos de esquerda) e seu impeachment em 1992, sendo substituído por seu vice; Itamar: O “come quieto” Itamar era uma figura menos chamativa do que Collor, mas procurou pacificar a sociedade; Procurou combater a inflação, com sua figura austera que gerava tranquilidade e a escolha do sociólogo Fernando Henrique Cardoso como ministro da economia, foi elaborado o Plano Real; O Plano Real substitui o cruzado pela URV e posteriormente o real, moeda inicialmente, atrelada ao dólar, mas pelo crescimento da economia brasileira, austeridade do governo, política econômica ajustada e reformas na máquina pública, o Plano Real obteve sucesso na estabilização da economia e para debelar a inflação; FHC(I) O ministro da economia de Itamar ganhou popularidade ao conseguir estabilizar a economia e se tornou amplo favorito a sucessão presidencial; FHC se elegeu presidente em 1994 e empossado em 1995, procurou evitar o retorno da inflação por meio do aumento da taxa de juros para evitar a demanda aquecida e desvalorização cambial para favorecer as exportações, principalmente de produtos agrícolas, e a balança comercial; Durante seu mandado por meio da popularidade e compra de votos, conseguiu a aprovação do mecanismo da reeleição que o beneficiava diretamente; Apesar de manter a inflação sob controle, sua política excessivamente recessiva, causou desemprego, fechamento de negócios; Ele procurou dinamizar a economia, reverter o déficit fiscal com recursos advindos da privatização de empresas. Procurou ajustar a economia aos ditames dos órgãos estrangeiros como Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) com políticas ditas neoliberais; Como não avançava com a reforma agrária que era uma demanda social, principalmente com a redemocratização, houve muita instabilidade no campo com diversas invasões pelos Movimento Sem Terra (MST) e a chacina de Eldorado dos Carajás. FHC(II) Em seu segundo mandado (1995-2002) levou as políticas neoliberais a um outro patamar, privatizando mais empresas estatais e abrindo ainda mais a economia brasileira ao capital estrangeiro; Procurou, por meio de seu ministro de administração e Reforma do Estado ampliar o emprego de Organizações Não Governamentais (ONG’s) em substituição às tarefas do Estado, procurou reformar a previdência aumentando o tempo de contribuição na iniciativa privada, mas não conseguiu reformar o regime dos servidores; Implementou programas de demissão voluntárias incentivada ou de adequação de quadros (PDI/PDV/PAQ) nas empresas estatais que, geralmente, antecediam o processo de privatização e demissões de servidores concursados; programas de demissão voluntária,. Fonte: Agência Câmara de Notícias; O Governo liberalizava, quebrava monopólios como o do petróleo, mas investia pouco em áreas tradicionais de investimento estatal como as indústrias de base como energia, o que culminou com a crise hídrica e sucessivos apagões; Em seus ambos mandados ampliou o acesso a educação básica, principalmente nos anos iniciais e implementou políticas públicas de transferência de renda, ainda que muito limitadas, mas investiu pouco nas escolas técnicas e sucateou o ensino superior. Lula(I) Primeiro operário eleito na história (2003-2011), procurou manter a economia sob controle, mas levou as políticas publicas de distribuição de renda a grande parte da população, como o Fome Zero, auxílio gás, inicialmente por meio de uma rede de solidariedade, mas posteriormente com base em recursos públicos, se torna o Bolsa Família que reuniu diversos destes benefícios; Como não tinha maioria parlamentar, precisou fazer acordos controversos para poder governar; Precisou lidar com a recessão e herdada de FHC; Em seu primeiro ano de mandado aprovou a reforma da previdência do setor públicoque sofria de maior resistência, sua primeira grande vitória política e de sua aliança, mas uma perda para o funcionalismo; Mas a economia começava a ser beneficiada pela alta das commoditys internacionalmente como petróleo, minério de ferro e produtos agrícolas, puxados pela expansão da economia chinesa; Em meio as denúncias de corrupção do esquema de pagamento de parlamentares conhecido como “Mensalão”, conseguiu manter altos índices de popularidade se reelegendo. Lula(II) É reeleito em 2006; Em 2008 estoura a bolha imobiliária dos EUA que contaminou a economia mundial; Procurou fomentar a economia com estímulo ao consumo interno; procurou fomentar as empresas nacionais a explorarem mercados externos, principalmente na Ásia e África; Procurou fortalecer as relações com os países em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS); Procurou diversificar e ampliar as relações bilaterais com nações em desenvolvimento fora dos BRICS; Incentivou reformas estruturais para manutenção do crescimento econômico e ampliação da infraestrutura e geração de empregos por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); Procurou expandir o ensino superior e a pesquisa científica de ponta, modernização das forças armadas; Atraiu grandes eventos como Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas de Verão, Jogos Pan-Americanos, Jogos Mundiais Militares, que geraram empregos e divisas, mas endividaram o Estado e obrigaram a intervenções urbanas profundas afetando negativamente comunidades pobres nos bairros e cidades onde esses eventos ocorreram; Conseguiu eleger sua sucessora (Dilma Rousseff) em 2011. https://ideiasradicais.com.br/a-economia-na-ditadura-militar-foi-uma-tragedia/ https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/29/economia/1506721812_344807.html https://www.camara.leg.br/noticias/93692-os-presidentes-da-ditadura-militar/ https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-sarney.htm
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