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PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO LEGALIDADE: todos os agentes públicos estão sujeitos ao império da lei. IMPESSOALIDADE: atuação da Administração Pública deve pautar em critérios objetivos e não pessoais (subjetivos). MORALIDADE: corresponde ao dever de honestidade, boa-fé, probidade e não corrupção. PUBLICIDADE: quando se admite sigilo: segurança nacional; investigação policial e atos internos da Administração Pública. EFICIÊNCIA: avaliação de desempenho. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE: todo ato praticado pela Administração Pública deve ser razoável e proporcional ao caso. Um ato administrativo pode ser anulado ou revogado: → Anulação: quando há vício de legalidade, a Administração Pública poderá anular, assim como o Poder Judiciário. O efeito da anulação é ex tunc. → Revogação: quando, ainda que existir um ato lício, contudo a Administração Pública não tem mais interesse, poderá revogá-lo, trata-se de juízo de mérito (conveniência e oportunidade). O efeito da revogação será ex nunc. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO: trata-se do direito constitucional de defender-se tanto em procedimento administrativos, quanto judiciais. Duas súmulas merecem destaque: Súmula vinculante n. 5: ausência de defesa técnica em processo administrativo não gera nulidade. Súmula vinculante n. 21: é inconstitucional a exigência de depósito prévio para interposição de recurso administrativo. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO E DIREITO DE REGRESSO É a obrigação de reparar danos em razão de: atos unilaterais, comissivos, omissivos (em atos omissivos a responsabilidade é subjetiva em regra), lícitos e ilícitos. Decorre do princípio da repartição igualitária dos ônus e encargos sociais. TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO Responsabilidade objetiva: 1) Conduta/ação 2) Dano 3) Nexo de causalidade - relação causa e efeito Excluindo qualquer elemento acima, não haverá responsabilização. Veja que o elemento subjetivo é IRRELEVANTE para a possibilidade de reparação do dano causado pela Administração Pública ao terceiro (art. 37, §6º, da CF). Quem responde pelo dano é o ente a qual pertence o servidor público, o qual poderá reaver os prejuízos causados ao erário, através do regresso. EXCLUDENTES que rompem o nexo de causalidade e impossibilitam a busca pela reparação do dano: a) CASO FORTUITO (imprevisível) ou FORÇA MAIOR (natureza): Art. 393, CC b) CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA c) CULPA EXCLUSIVA DE TERCEIRO Se a vítima concorre com o dano o ônus é repartido. TEORIA DO RISCO INTEGRAL A regra é da aplicação da teoria risco administrativo, mas em alguns casos será aplicada a teoria do risco integral, o qual confronta com a teoria do risco administrativo, pois não comporta excludentes. 1) Dano ambiental: art. 14, §1º, da Lei 6938/81 + posicionamento do STJ 2) Atividade nuclear: Lei 6.453/77 e art. 21, XXIII, “c”, CF 3) Queda de aeronaves: ataque terrorista ou por guerra – Lei 10.744/03 e Decreto 5035/2004 – aplica-se para aeronaves de matrícula brasileira e operada por empresa brasileira. Excluída as empresas de taxi aéreo. PODER PÚBLICO GARANTIDOR DA INTEGRIDADE DE PESSOAS E COISAS SOB SUA CUSTÓDIA Sempre que o estado tiver alguém sobre sua custódia, guarda ou proteção (estado na posição de garantidor) responderá por omissão específica. Neste caso responde objetivamente (mesmo se for por omissão), exemplos: → Suicídio de preso – Art. 5, XLIX, CF e artigo 948, do CC. → Aluno ferido dentro das dependências da escola. → Paciente agredido em hospital público. RESPONSABILIZAÇÃO DECORRENTE DE OBRA 1) MÁ EXECUÇÃO DA OBRA: obra executada pelo estado – Responsabilidade objetiva. CUIDADO: se foram empreiteiros contratados pelo estado (particular contratado pelo estado – não é serviço público, mas execução de obra) a responsabilidade é regida pelo direito privado (Art. 70, da Lei 8.666/93); Para ter responsabilidade do estado, deverá ser comprovada a omissão na fiscalização por parte do estado com o contratado. 2) RESPONSABILIDADE PELO SIMPLES FATO DA OBRA: a obra é executada normalmente, conforme o projeto, todavia a existência dela por si só é causa o dano (exemplo do cemitério), neste caso a responsabilidade é objetiva. Não precisa haver irregularidade nela. A parte não precisa sofrer o ônus, mesmo que seja uma obra que beneficia o coletivo. Exemplo: rachaduras na casa. AÇÃO DE REGRESSO A fazenda, através do regresso, poderá reaver os prejuízos causados ao erário, do servidor público que provocou o prejuízo. Por exemplo, no caso de carro da polícia civil que atropela um cidadão, durante uma perseguição de bandidos, a vítima do atropelamento poderá ajuizar ação indenizatória em face do estado, que, após a sentença transitada em julgado que condenou o estado a ressarcir os danos da vítima, poderá ajuizar ação de regresso contra o agente público, buscando o prejuízo que causou ao erário. A ação entre a vítima é o ente é de responsabilidade objetiva, contudo, na ação entre a Fazenda Pública e o agente, deverá ser demonstrada a culpa ou o dolo do agente para que possa haver ressarcimento. AGENTES PÚBLICOS ESPÉCIES: → Agentes militares: regime jurídico parcialmente diverso → Agentes políticos: função política (chefes de executivo, secretários, ministros de estado, magistrados, MP) → Particulares em colaboração com a ADM: jurados, mesários, titulares de serventia de cartório (são delegados). → Servidores estatais/administrativos: vínculo de natureza administrativa. Dividem-se em 3 subespécies: 1) Temporários: contratados com base no artigo 37, IX, CF – de excepcional interesse; precisa ter lei da carreira que diga qual o serviço será temporário, qual a duração do contrato. É contrato em regime especial. 2) Celetista: atividade permanente, aprovado mediante concurso de prova ou prova e títulos, regido pela CLT. 3) Estatutários: atividade permanente, aprovado mediante concurso de prova ou prova e títulos, regido por estatuto próprio. CONCURSO: válido até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período. Candidato aprovado dentro do número de vagas tem direito subjetivo à Nomeação, inclusive antes daqueles aprovados em novo concurso, enquanto o primeiro estiver vigente. Em concurso pode ter exame psicotécnico desde que haja previsão em lei e no edital. ESTABILIDADE DO AGENTE PÚBLICO Segundo o artigo 41, da CF, o celetista não tem estabilidade, contudo, será assegurada a demissão motivada. Já o estatutário, após aprovação (por avaliação de desempenho) em estágio probatório (de 3 anos) alcançará a estabilidade. Lembrando que cargo em comissão não possui estabilidade, pois é de livre nomeação e exoneração. Servidores estável podem perder emprego: 1) Avaliação periódica de desempenho 2) Sentença judicial transitada em julgada 3) Processo administrativo disciplinar em que se assegure contraditório e ampla defesa 4) Corte de gasto: Art. 169, CF, os entes possuem um limite para gastar com pessoal (50% da União e 60% dos demais) atingindo esse limite, deverão, na seguinte ordem, exonerar servidores: a) Primeiro haverá a perda do cargo o servidor efetivo, após a redução de 20% das despesas com cargos em comissão e funções de confiança, poderá haver a b) exoneração de servidores não estáveis; e c) Após estas medidas é que será possível a exoneração de um servidor público concursado estável. A exoneração do servidor dependerá de ato normativo motivado. O servidor fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por cada ano de serviço. Seu cargo será considerado extinto por quatro anos (art. 169, §6º, da CF). TETO CONSTITUCIONAL A remuneração ou subsídio do agente público deve respeitar o teto nos termos do artigo 37, inciso XI, da CF,sendo: Teto geral: 90,25% Ministro do STF Subteto: Município – Prefeito Estadual varia conforme o poder: Exceção: membros da DP, Procuradoria e MP (teoricamente são carreiras vinculadas ao executivo, segue o subteto do Judiciário). PROCESSO ADMINISTRATIVO Penalidades (art. 127 e 132 da Lei 8.112/90): 1) Advertência – prescreve em 180 dias 2) Suspensão até 90 dias – prescreve em 2 anos 3) Demissão – Prescreve em 5 anos 4) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade - Prescreve em 5 anos 5) Destituição de CC ou FC - Prescreve em 5 anos → Para a aplicação de qualquer penalidade sempre haverá PAD ou sindicância anterior, possibilitando a defesa do acusado. → Exoneração não é pena, a demissão que é! → A prescrição da pena começa a contar do momento que a Administração Pública tomou conhecimento do fato. → Abertura do PAD ou Sindicância provoca a interrupção da prescrição, que volta a contar depois que fluir por inteiro 140 dias desde a interrupção – Súmula 635, STJ) → Não se aplica penalidade sem processo. Nesse processo existe a possibilidade de afastamento cautelar (Art. 147, da Lei 8.112/60). Se a manutenção desse servidor no cargo pode atrapalhar o andamento do processo, pois ele tem acesso a testemunhas ou provas, por exemplo, neste caso será determinado o afastamento preventivo. Prazo máximo de 60 dias, podendo prorrogar por mais 60 dias – com direito a remuneração. → Processo se divide em duas espécies: SINDICÂNCIA ou PAD – Processo Administrativo Disciplinar. SINDICÂNCIA: processo administrativo disciplinar simplificado → Para advertência ou suspensão até 30 dias → Pode resultar no arquivamento do processo ou na instauração de PAD. → Respeita contraditório e ampla defesa PAD: processo administrativo disciplinar → Sua interposição interrompe o prazo prescricional da aplicação da penalidade. → É instaurado por meio de uma portaria designa a comissão processante. → Comissão será composta por 3 servidores estáveis que não podem ser parente até 3º grau, nem companheiro ou cônjuge. → Um dos 3 servidores será o presidente. Esse presidente deve ter cargo de nível igual ou superior do acusado. → Inquérito administrativo: se subdivide em 3 subfases: • Instrução probatória: produção de todos os meios de prova, inclusive prova emprestada (S. 591, STJ) • Apresentação de defesa: 10 dias (se citado por edital, prazo de 15 dias; se houver mais de um acusado no processo, prazo de 20 dias). Se não apresentar defesa é revel. Se acontecer isso, será nomeado a ele um defensor dativo (que não precisa ser advogado, Súmula Vinculante 5, desde que ele tenha nível igual ou superior do acusado). • Relatório: conclusivo (natureza de parecer pois a comissão vai opinar), não é vinculante! Julgador vai seguir o relatório, salvo se for contrário as provas dos autos. Concluída essa etapa, o relatório vai para a autoridade competente que determinou a instauração e ela vai julgar. → O trabalho da comissão até o envio para a autoridade deve durar no máximo 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias e, ainda, poderá haver mais 20 dias para julgamento, totalizando 140 dias de procedimento (prazo impróprio, seu desrespeito não gera nulidade do processo – Súmula 592 do STJ). → Art. 141 – diz quem é autoridade competente para aplicar a penalidade. → Questionamento do julgamento por 3 formas: • Recurso: 30 dias. Endereçado para autoridade superior. • Pedido de reconsideração: 30 dias. Endereça para própria autoridade que proferiu a decisão. Não cabe pedido de reconsideração do pedido de reconsideração. • Revisão: não tem prazo, pode ser requerida a qualquer tempo, desde que tenha novos fatos. Apresentada a própria autoridade julgadora. PROIBIDO o reformatio in pejus. → Processo administrativo pode tramitar por no máximo 3 instâncias (a julgadora e mais duas). → Poderá a situação do recorrente piorar no recurso: Reformatio in pejus. RESPONSABILIDADE CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA Admite-se cumulação de responsabilidade nas esferas civil, administrativa e penal, pois elas são independentes entre si (Art. 125, da Lei 8.112/90). Exemplo: agente dirigindo de forma imprudentes carro oficial atropela e mata 3º. Responde por Responsabilidade Administrativa: Infração disciplinar (imprudência). Sujeito a penalidades disciplinares (como advertência, suspensão ou demissão). Também responderá civilmente em ação regressiva e penalmente, por homicídio culposo. Contudo uma absolvição penal poderá reverter decisão civil e administrativa somente se for comprovada que o servidor não é autor ou pela inexistência do fato (Art. 126, da Lei 8.112/90). ATOS DE CORRUPÇÃO Lei 12.846/13 – responsabilização de PJ pela prática de atos contra a Administração Pública. Atos de corrupção: art. 5º, incisos, da lei 12.846/13. Sanções na esfera administrativa: multa; publicação extraordinária da decisão condenatória; Prescrição: 5 anos contados da data da ciência da infração ou do dia que cessou. Do acordo de leniência: não exime a PJ da obrigação de reparar o dano; a proposta só se torna pública após a efetivação do acordo. Em caso de descumprimento PJ fica impedida de um novo acordo por 3 anos. Competência: Controladoria-Geral da União (CGU). Condições: • Primeira PJ a se manifestar. • PJ cesse completamente seu envolvimento na infração. • PJ admita sua participação e coopere com as investigações. INFRAÇÕES CONTRA ORDEM ECONÔMICA A lei 12.529/2011 instituiu o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, formado pelo CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, que possui a finalidade de prevenção e repressão contra a ordem econômica, segundo seu primeiro artigo. O CADE é a entidade judicante, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede no Distrito Federal, formado pelos seguintes órgãos: Tribunal Administrativo de Defesa Econômica; Superintendência-Geral e o Departamento de Estudos Econômicos. → A quem se aplica a lei: art. 31 → Aplicação da responsabilização: art. 32 e 33. → É possível ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica: art. 34. → Rol de infrações contra ordem econômica: art. 36. A prescrição das ações punitivas ocorrerá em cinco anos, contados da data da prática do ato ilícito ou no dia em que tiver cessado o ato, se for o caso de infração permanente ou continuada. O prazo prescricional poderá ser interrompido caso haja a instauração da apuração da infração, tanto no âmbito judicial, quanto administrativo, segundo o artigo 43 da lei. E suspende o prazo prescricional enquanto houver a vigência do compromisso de cessação ou acordo em controle de concentrações. Ainda, prescreve em 3 anos, se pendente de julgamento ou despacho e o procedimento administrativo fica paralisado.
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