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O QUE É: → Também chamados de anti-inflamatórios esteroidais (AIES) ou glicocorticoides, são os mais eficazes anti-inflamatórios disponíveis, pois inibem a enzima fosfolipase A2; → Possui efeito sobre o metabolismo dos carboidratos através da deposição hepática de glicogênio. Estes, por sua vez, são considerados hormônios sintetizados e secretados no córtex suprarrenal através da utilização do substrato colesterol. CASCATA DA INFLAMAÇÃO: → A intensidade da resposta inflamatória, bem como seu desencadeamento, é decorrente de uma lesão (química, física ou biológica) a membrana celular, em que há a liberação de mediadores químicos como citocinas e fatores de crescimento; → Os mediadores químicos são provenientes da oxidação do ácido araquidônico, o qual é gerado pela ação da enzima fosfolipase A2 sobre o fosfolipídio da membrana celular; → A oxidação do ácido araquidônico pode ser realizada por duas vias enzimáticas, a cicloxigenase (COX 1 e COX 2) e a lipoxigenase. A cicloxigenase leva a formação de prostaglandinas, prostaciclinas ou tromboxano A2 e a lipoxigenase leva a produção de leucotrienos. Prostaglandinas: → Promovem a vasoconstricção, vasodilatação e a inibição da agregação de plaquetas, bem como a permeabilidade capilar. Leucotrienos: → Promovem aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, agregação e adesão de leucócitos às células endoteliais. Citocinas: → Promovem vasodilatação, agregação plaquetária, aumento da permeabilidade e migração leucocitária. Esses eventos vão gerar os cinco sinais cardiais da inflamação: calor, rubor, tumor, dor e perda da função. MECANISMO DE AÇÃO: → Os eventos inflamatórios podem ser controlados pelo corticosteroide, através da inativação da enzima fosfolipase A2, a qual diminui a disponibilidade do ácido araquidônico nas células do foco inflamatório, bloqueando a síntese de prostaglandinas (Pgs), prostaciclinas (COX) e de leucotrienos; → O resultado final é a inibição da quimiotaxia dos leucócitos, inibição da D E S I O C I T R O C permeabilidade capilar e broncoconstricção e síntese de citocinas. Além disso, inibem a liberação de histamina, moléculas de adesão nas células endoteliais fazendo com que não haja fixação de células inflamatórias. INDICAÇÃO: → Na odontologia geralmente são indicados para o controle de processos inflamatórios agudos, tais como traumas pós-cirúrgicos, doença autoimune (pênfigo vulgar) e úlceras traumáticas. PRINCIPAIS USOS: Corticoide Tópico: 1. Triancinolona Acetonida: → Aplicar de 8/8h sob a lesão até o seu desaparecimento completo; → Atua no alívio temporário de sintomas associados a lesões ulcerativas resultantes de trauma. Corticoide Sistêmico: 2. Prednisona: → Dose anti-inflamatória: 5 a 20 mg de 12/12h por 3 dias; → Dose imunossupressora: acima de 20 mg. 3. Dexametasona: → Dose anti-inflamatória: 0,75 mg até 8 mg de 12/12h por 3 dias; → Dose imunossupressora: 9 mg até 15 mg. Orientar o paciente a tomar 8h da manhã, pois é o horário que se tem o pico de secreção do cortisol. EFEITOS COLATERAIS: → Uma administração prolongada de corticosteroide pode acarretar em: o Interferência na hemostasia do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA); o Distúrbios eletrolíticos; o Perda mineral óssea, levando a osteoporose; o Aumentar o risco de cataratas e glaucoma; o Efeitos cutâneos; o Alterações vasculares; o Efeitos sobre o sistema nervoso central; o Alteração na distribuição da gordura corporal; o Aumento da susceptibilidade a infecção; o Aumento de apetite; o Distúrbios emocionais. CONTRAINDICAÇÕES: → Portadores de doenças fúngicas sistêmicas; → Portadores de herpes simples ocular; → Pacientes com histórico de doenças psicóticas; → Utilização intra-articular; → Portadores de tuberculose ativa / histórico dessa doença ou em situações de hipersensibilidade à droga; → Em alguns casos a contraindicação é relativa, como em gestantes, diabéticos, cardiopatas, hipertensos, pacientes imunodeprimidos e portadores de úlcera péptica. DESMAME: → O uso rotineiro de corticosteroides deprime, de forma gradativa, a produção natural de cortisol pelas glândulas adrenais; → O desmame deve ser realizado apenas para doses elevadas (imunossupressoras) que são prescritas por mais de 1 semana, diminuindo sua posologia a cada 1 ou 2 semanas; → Exemplos 1: - 5 mg a cada semana e na última semana – 2, 5 mg. DOSE DE ROTINA: 1° SEMANA: 2° SEMANA: 3° SEMANA: 4° SEMANA: 5° SEMANA: 30 mg 25 mg 20 mg 15 mg 10 mg 7,5 mg → Exemplo 2: - 5mg nas duas semanas e - 2,5 mg na terceira semana. DOSE DE ROTINA: 1° SEMANA: 2° SEMANA: 3° SEMANA: 4° SEMANA: 20 mg 15 mg 10 mg 7,5 mg 5 mg → Exemplo 3: Dose de Rotina: Desmame/Dia ≥ 60 mg de prednisona ou equivalente 10 mg < 60 a 20 mg de prednisona ou equivalente 5 mg 19 a 10 mg de prednisona ou equivalente 2, 5 mg 9 a 5 mg de prednisona ou equivalente 1 mg Abaixo de 5 mg 0, 5 mg SÍNDROME DE CUSHING: → Também chamado de hipercortisolismo, é uma condição clínica que resulta de um aumento continuado nos níveis de glicocorticoide; → Na maioria dos casos, esse aumento se deve à terapia com corticosteroide, prescrita com outros propósitos médicos. → O aumento dos níveis de glicocorticoides por origem endógena é menos comum, como a produção de hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) por uma neoplasia adrenal ou adenoma de hipófise; → Se o adenoma de hipófise é o responsável, então o termo doença de Cushing é aplicado. Essa doença é bastante rara e geralmente afeta mulheres adultas jovens. Características Clínicas: → Os sinais da síndrome de Cushing em geral se desenvolvem de modo lento; → A observação clínica mais consistente é o ganho de peso, em particular nas áreas centrais do corpo; → O acúmulo de gordura na região dorsocervical da coluna cervical resulta em um aspecto de “giba de búfalo”. A deposição de tecido adiposo na região facial resulta no aspecto característico de face arredondada, conhecido como cara de lua. Diagnóstico: → Se o paciente tem feito uso de grandes quantidades de corticosteroides (mais do que o equivalente a 20 mg de prednisona) por dia, durante muitos meses, então o diagnóstico é óbvio, tendo em vista os sinais e sintomas clássicos; → O diagnóstico pode ser mais difícil de ser estabelecido em pacientes com uma neoplasia funcionante na cortical da glândula suprarrenal, ou com um adenoma na hipófise secretor de ACTH. A avaliação desses pacientes deve incluir a mensuração do cortisol livre na urina e um ensaio do efeito da dexametasona nos níveis séricos de ACTH e do cortisol.
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