Buscar

Controle 1 - Espelho de correção

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESPELHO DE CORREÇÃO - CONTROLE 1
Questão 01:
Uma das pessoas responsáveis pela conceituação de poder foi a filósofa alemã
Hannah Arendt. Para a autora:
O poder corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas
para agir em concerto. O poder nunca é propriedade de um
indivíduo; pertence a um grupo e permanece em existência apenas
na medida em que o grupo conserva-se unido (ARENDT, 2009, p.
36)
É importante ressaltar ainda que a filósofa afirma que a violência existe muitas
vezes quase como um pré-requisito para o poder, uma vez que ela é vista como um
recurso, como uma forma de assegurar o poder quando sua estrutura encontra-se
ameaçada. Entretanto, Arendt diz também que o poder não precisa ser justificado,
apenas legitimado, enquanto a violência pode ser justificável, mas nunca legítima.
Uma forma em que pode-se encontrar tal relação na atualidade brasileira é dentro das
organizações de milícias, em que a violência e o poder são muitas vezes utilizados
como sinônimos. (Aqui existem várias respostas possíveis, variando do exemplo
escolhido pelo aluno para a comparação)
Além da relação entre poder e violência, Hannah Arendt traz uma reflexão
acerca do conceito e da ideia de Estado e governo. Para a autora, o governo tem como
principal função possibilitar a boa convivência entre as pessoas da sociedade, e
promover a felicidade ou concretizar a sociedade em classes. Já na visão weberiana o
Estado é o domínio do homem pelo homem, baseado nos meios da violência
supostamente legítima: para Max Weber o Estado era um instrumento de opressão
quando nas mãos da classe dominante. Essa ideia contradiz com os pensamentos
arenditianos, uma vez que para a autora quando o Estado se baseava em uma
dominação totalitária e opressora, atacava não apenas os inimigos, mas também os
amigos e aliados.
Por fim, Hannah Arendt também apresenta uma definição para a ideia de força,
que diverge da ideia tradicional da palavra. A autora vê a força como algo diferente do
poder, sendo uma manifestação da força da natureza, uma força das circunstâncias.
Ao contrário da visão tradicional que muitas vezes vê a força como sinônimo de
violência, Arendt apresenta a força como a energia liberada através dos movimentos
sociais que expressam poder.
/monitoriaicpunb @monitoriaicpunb monitoriaicpunb.wix.com/monicp
Questão 02:
1) Aqui espera-se que o aluno apresente e explique quatro das formas de governo a
seguir, e diga também se tal forma de governo é considerada boa ou má
segundo a conceituação de Aristóteles.
a) “"Monarquia" significa propriamente "governo de um só", mas na
tipologia aristotélica quer dizer "governo bom de um só", ao qual
corresponde, como governo mau, a tirania.” (BOBBIO,1997, p.56)
b) “"oligarquia", que significa propriamente "governo de poucos",
corresponde a "governo mau de poucos", a que está relacionada a
"aristocracia", como forma boa de governo (...) "governo dos
melhores"” (BOBBIO,1997, p.56)
c) “"politia" para indicar a constituição caracterizada pelo governo de
muitos, e bom.” (BOBBIO,1997, p.57)
d) Já a democracia era um governo dominado pelos homens livres
(distingue-se da aristocracia pelas classes sociais e pelo fato de ser má).
2) A charge explicitada acima apresenta uma ideia de que apesar do conceito de
Democracia ser um, a realidade é outra. Para Aristóteles, democracia era
definida de forma geral por um Estado governado por homens livres -
diferentemente da oligarquia, que era governada por homens ricos - podendo
chegar até mesmo a uma “politirania”, o que era convergente à ideia de
democracia dita por Políbio. Políbio afirmava que a democracia era um
governo popular, e que deveria ter uma conotação positiva - já a oligarquia era
um governo de poucos. Assim, apesar da democracia ser uma das formas de
poder mais utilizadas na atualidade, percebe-se que sua prática encontra-se
muito distante de suas definições teóricas (como a dita por Políbio), o que causa
o humor crítico gerado pela charge apresentada: na realidade não há uma
democracia verdadeiramente baseada na soberania popular. (Aqui o aluno
pode apresentar seus próprios argumentos e opiniões pessoais para justificar a
diferença entre a realidade e as definições teóricas)
Questão 03:
Sadek ao analisar as teorias de Nicolau Maquiavel traz também alguns
exemplos para ilustrar os conceitos do filósofo. Segundo a autora, a fortuna era, na
antiguidade, uma deusa que possuía tudo o que um homem poderia desejar, como
poder, riqueza, honra e glória; entretanto, com o passar do tempo tal conceito se
transformou e tomou um sentido de destino e roda do tempo utilizado por Maquiavel.
Apesar da Fortuna ser uma força do destino, Maquiavel acreditava ser possível
controlar a Fortuna por meio da Virtú: a braveza e coragem necessárias para conquistar
/monitoriaicpunb @monitoriaicpunb monitoriaicpunb.wix.com/monicp
a deusa. Assim, possuir a virtú é a parte principal para se conquistar a Fortuna e o
sucesso.
Trecho que pode ser citado:
“[...] sua imagem (da Fortuna) era a de uma deusa boa, uma aliada potencial,
cuja simpatia era importante atrair. Esta deusa possuía os bens que todos os homens
desejavam: a honra, a riqueza, a glória, o poder. Mas como fazer para que a deusa
Fortuna nos favorecesse e não a outros, perguntavam-se os homens da antiguidade
clássica? Era imprescindível seduzi-la, respondiam. Como se tratava de uma deusa que
era também mulher, para atrair suas graças era necessário mostrar se vir, um homem
de verdadeira virilidade, de inquestionável coragem. Assim, o homem que possuísse
virtù no mais alto grau seria beneficiado com os presentes da cornucópia da Fortuna.
[...] Assim, Maquiavel monta um cenário no qual a liberdade do homem é capaz de
amortecer o suposto poder incontrastável da Fortuna. Ou melhor dizendo, ao se
indagar sobre a possibilidade de se fazer uma aliança com a Fortuna, esta não é mais
uma força impiedosa, mas uma deusa boa, tal como era simbolizada pelos antigos.
Ela é mulher, deseja ser seduzida e está sempre pronta a entregar-se aos homens
bravos, corajosos, aqueles que demonstram ter virtù” (SADEK, 2001, p. 21 e 22).
Levando em consideração as ideias colocadas por Maquiavel em sua obra “O
Príncipe" (1532), e comparando suas falas com a atualidade, pode-se colocar o
ex-presidente do Brasil, Michel Temer (Aqui existem várias respostas possíveis,
dependendo da figura que o aluno escolher, entretanto esse é um modelo de resposta
completa), como um político que falhou segundo os conceitos maquiavélicos de um
bom príncipe. Apenas de Temer ter sido um líder civil, ele não foi escolhido pelo
povo, e sim teve o cargo transferido por razão de um impeachment, o que gerou uma
grande instabilidade no país. Para Maquiavel, os líderes civis precisam sempre
agradar ao povo (SADEK, 2001, p. 29-30), uma vez que esse tipo de governo possui
fortes chances de se tornar uma anarquia, entretanto, tendo em vista as políticas de
Michel Temer - como a Emenda Constitucional nº 95 de 15/12/2016, sobre uma nova
política fiscal no país - percebe-se que o ex-presidente tendia a apoiar, e ser apoiado,
por uma minoria dos cidadãos detentores de maiores fortunas em detrimento do povo.
Maquiavel dizia também que quem era apoiado pela minoria acabava sendo
controlado por ela (SADEK, 2001, p 31-33), logo, percebe-se que o ex-presidente
deveria ter agido com mais virtú, ter agradado mais o povo, pois “uma vez em mãos
grandes, difícil será sair”, e um homem ser virtú acaba sendo uma vítima da fortuna.
Ao citar “O Príncipe" o aluno deve utilizar alguma das premissas trazidas no
livro da Sadek desde o Capítulo II “Os Principados Hereditários” (SADEK, 2001, p.
25) até o Capítulo XXVI.
/monitoriaicpunb @monitoriaicpunb monitoriaicpunb.wix.com/monicp
TABELAS DE CORREÇÃO:
Critério de correção questão 1 Pontuação -
9 pontos
Explicar por meio das questões levantadas por Hannah Arendt a
relação entre poder e violência.
2 pontos/ 1
ponto para
cada.
Apresentar um exemploda relação entre poder e violência mostrada
pela charge, na atualidade nacional.
2 pontos
Explicar a diferença entre a concepção de Estado para Max Weber e
Hannah Arendt citando os instrumentos para manifestação do poder.
3 pontos/ 1
ponto para
cada
definição
correta.
Explicar a função da força dentro de uma sociedade para Arendt. 2 pontos
Critério de correção questão 2 Pontuação -
8 pontos
Apresentar e explicar quatro das formas de governo ditas por
Aristóteles.
4 pontos/ 1
ponto para
cada
apontar quais formas de governo eram consideradas “boas” e “más” 1 ponto
Traçar uma análise acerca do conceito de Democracia para
Aristóteles e Políbio e a atualidade, apontando suas principais
diferenças
3 pontos
Critério de correção questão 3 Pontuação -
8 pontos
/monitoriaicpunb @monitoriaicpunb monitoriaicpunb.wix.com/monicp
Apresentar, por meios dos argumentos utilizados pela autora, os
conceitos de virtú e fortuna.
2 pontos/ 1
ponto para
cada
Explicar como eles se relacionam entre si. 2 pontos
Expor um exemplo real ou fictício de liderança política bem
sucedida, ou mal sucedida segundo os ideais explicitados por
Maquiavel em “O Príncipe", apresentando os argumentos para tais
escolhas.
4 pontos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARENDT, Hannah. Sobre a violência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009,
p.36-41.
BOBBIO, Norberto. As Teorias das Formas de Governo. Brasília: Editora UnB,
1997. (caps. II, III e IV).
SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: O Cidadão sem fortuna, o intelectual
de virtú. in: Weffort, Francisco C. Os Clássicos da Política, Vol 1. São Paulo: Editora
Ática, 2001, p. 25-50.
/monitoriaicpunb @monitoriaicpunb monitoriaicpunb.wix.com/monicp

Continue navegando