Buscar

Projeto integrador 5 - CASO CLÍNICO 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

CASO CLÍNICO:
Identificação (ID):
Maria Luiza, 68 anos, branca, viúva, secretária aposentada, natural de São Paulo, procedente de
Bauru, católica
Queixa principal e Duração (QD):
Dor de estômago há 1 mês.
História da Doença ou Moléstia Atual (HDA ou HMA):
Dor epigástrica, em queimação, há 1 mês. A dor é de moderada intensidade, sem irradiação,
constante. Não notou fatores de melhora ou piora. Nega náusea, vômitos, despertar noturno ou
alteração de hábito intestinal. Nega pirose ou regurgitação. Nega disfagia ou odinofagia.
Interrogatório Sintomatológico ou Interrogatório Sobre Diversos Aparelhos (ISDA):
● Cefaleia, melhora com uso de dipirona
● Dor em joelhos, há cerca de 5 anos
● Nega outras queixas
Antecedentes Pessoais (AP) ou História Patológica Pregressa:
● Obesidade de longa data
● Osteoartrite de joelhos há cerca de 5 anos
● Desconhece outras condições, não faz seguimento médico regular
● Nega ter sido submetida a cirurgias, transfusões
● Tem 1 filho, de 42 anos, saudável
● Usa diclofenaco de sódio pelo menos 5 vezes por semana, para alívio da dor nos joelhos,
há cerca de 2 anos, sem orientação médica.
● Quando a dor está muito intensa, vai até a farmácia e recebe Diprospan® intramuscular.
Nos últimos 2 anos, a frequência de uso desta medicação foi 1 vez a cada 3 meses.
Antecedentes Familiares (AF) ou História Familiar:
Pai falecido por neoplasia de cólon aos 80 anos
Mãe faleceu aos 88 anos, não sabe informar a causa
1 irmão, 65 anos, hipertenso
Hábitos e Vícios ou História Pessoal e Social:
● Sedentária
● Nega tabagismo ou uso de drogas ilícitas
● Não ingere bebida alcoólica
● Alimenta-se em casa, costuma fazer 4 refeições por dia, consome diariamente embutidos,
prefere comida salgada e utiliza temperos prontos
● Mora sozinha, sua casa é ao lado da casa do filho e tem adequadas condições de
saneamento básico
Exame Físico Geral:
Bom estado geral (BEG), mucosas descoradas, hidratada, eupneica, afebril, acianótica, anictérica,
alerta, colaborativa
FC= 82bpm
PA= 180/95mmHg
FR=20mpm
Peso = 84Kg
IMC= 32,8Kg/m2
Exame Físico (EF):
Ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações
Abdome semi-globoso, flácido, timpânico, indolor à palpação, sem massas ou visceromegalias,
RHA presentes e normo-distribuídos
Exame neurológico sem alterações
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
Extremidades: joelhos com aumento de volume, discreto aumento de temperatura local,
crepitações à flexão e extensão, redução da amplitude de movimento. Perfusão periférica sem
alterações. Edema discreto em pés, frio, simétrico, indolor, compressível.
Condutas:
• Realizadas orientações em relação a hábitos de alimentação saudável, dieta hipossódica,
não se automedicar e parar de fazer uso de anti-inflamatório sem orientação médica
• Prescritos:
- codeína com paracetamol
- omeprazol
- enalapril
• Solicitados exames laboratoriais
• Solicitada Endoscopia Digestiva Alta (EDA)
• Solicitado Raio X dos joelhos
Exames Complementares:
Endoscopia Digestiva Alta:
Laudo: gastropatia enantematosa difusa.
QUESTÕES NORTEADORAS:
Propedêutica:
1. A queixa principal da paciente é dor epigástrica. A queixa está adequadamente
caracterizada? Identifique o tipo e as características semiológicas da dor relatada
pela paciente.
Sim. É uma dor nociceptiva visceral. Dor no estômago (dor epigástrica) constante e moderada em
queimação há um mês sem irradiação e sem fatores de melhora ou piora.
→ Localização: epigástrica;
→ Qualidade: queimação;
→ Intensidade: moderada;
→ Duração: um mês;
→ Evolução: sem alterações/?? - do início até o momento da consulta;
→ Irradiação: nega;
→ Relação com as funções orgânicas: nega;
→ Fatores desencadeantes ou agravantes: desconhece;
→ Fatores atenuantes: não;
→ Manifestações concomitantes: nenhuma.
Fisiopatologia → Dor nociceptiva (somática superficial - queimadura; somática profunda -
músculos, tendões, etc; visceral), dor neuropática, dor mista, dor psicogênica.
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
2. A paciente apresenta outras 2 queixas de dor. Quais são? Elas estão
adequadamente caracterizadas? Se não estiverem, formule questões para a
paciente de modo a conseguir caracterizar as dores relatadas.
Cefaleia e dor no joelho (nociceptiva somática profunda). Não.
→ Qual a intensidade dessas dores de 0 a 10, sendo 10 a dor mais forte que já sentiu e 0
nenhuma dor?
→ Essas dores atrapalham suas atividades diárias, como trabalhar, se alimentar, dormir?
→ Há quanto tempo está sentindo essas dores?
→ Essas dores irradiam para outro local? (PARA O PACIENTE: Você sente que essa dor se
espalha para outro lugar?)
→ É constante?
→ Tem algum fator de melhora ou piora? (PARA O PACIENTE: Você percebeu algo que você faz
que melhora ou piora essa dor? Como estar em um ambiente com muita luz, realizar exercício
muito intenso?)
3. O que significam pirose, regurgitação, disfagia e odinofagia?
→ Pirose - queimação e ocorre geralmente após refeições sobrecarregadas de gordura;
→ Regurgitação - refluxo de comida do esôfago ou do estômago, sem náuseas nem contrações
violentas dos músculos do abdômen;
→ Disfagia - dificuldade de engolir alimentos líquidos e sólidos (percepção de arranhamento,
como se a comida ficasse presa);
→ Odinofagia - sensação de dor ao engolir.
4. Qual a provável estrutura/órgão de onde se origina a dor abdominal da paciente?
Qual a provável síndrome clínica apresentada pela paciente? E quais os
diagnósticos diferenciais de dor epigástrica?
A principal estrutura que origina a dor é o estômago (dor epigástrica). A provável síndrome clínica
é a síndrome da dor epigástrica ou síndrome da dor abdominal funcional, síndrome dispéptica.
Diagnósticos diferenciais: síndrome coronariana aguda
Gastrite é um diagnóstico histopatológico.
Diagnósticos sindrômicos são baseados no conjunto de sinais e sintomas.
5. Com base no exame físico geral da paciente, quais alterações ela apresenta? Você
afirmaria que ela apresenta Hipertensão Arterial Sistêmica?
PA, IMC elevados e mucosa descorada. → Pressão arterial elevada pode não ter sintomas.
Ela apresenta, visto que a pressão arterial da paciente está 180/95 mmHg e para determinar HAS
o paciente deve apresentar PAS ≥ 180 mmHg e/ou PAD ≥ 110 mmHg na consulta médica.
SLIDE:
Em consultório: são considerados hipertensos os indivíduos com PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥
90 mmHg com medições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais visitas médicas em
intervalo de dias ou semanas, a menos que PA esteja substancialmente elevada (≥180/110) ou
haja diagnóstico estabelecido de LOA ou de doença CV (com a pressão >- 160/).
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020
6. Como fazer o diagnóstico de obesidade e como se calcula o IMC?
Através do IMC que é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao
quadrado.
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
7. Com base nos exames laboratoriais apresentados, quais alterações são identificadas?
Baixo nível de hemoglobina (anemia), ureia elevada, creatinina elevada e proteinúria
(proteínas na urina).
8. Claramente existe uma alteração da função renal desta paciente. Você espera que ela
tenha o sinal de Giordano positivo? Justifique.
Não, o sinal de Giordano positivo é característico em casos de distensão da cápsula renal, que
não é o caso da paciente.
Sinal de giordano positivo: dor na região lombar → distensão da cápsula renal (inervada) →
dilatação renal (hidronefrose); processo inflamatório intenso que gera um edema no parênquima
renal (pielonefrite).
- Região lombar, costovertebral (na altura da 12º costela e 3º vertebral), no ângulo
costovertebral. Usado para o exame físico de rins.
9. A paciente está com creatinina e ureia séricas elevadas. Qual a provável causa? Você
afirmaria que ela apresenta síndromeurêmica (ou uremia)?
Uso indiscriminado de AINES e a HAS da paciente. Não apresenta síndrome urêmica.
Hipertensão: acelera a aterogênese e causa degeneração nas paredes de grandes e médias
artérias e causa doença em pequenos vasos (arteriolosclerose hialina e arteriosclerose
hiperplásica).
➔ Consequências: disfunção endotelial (baixa disponibilidade de óxido nítrico → desequilíbrio
de vasoconstrição e relaxamento das arteríolas); aterosclerose/ inflamação crônica;
arteriosclerose.
➔ Nefroesclerose Hipertensiva: o estreitamento vascular pela arteriosclerose hialina causa
comprometimento difuso da irrigação renal e cicatrizes glomerulares.
Lesão Renal Aguda: redução abrupta na faixa da filtração glomerular (horas a dias). Caracterizada
pela elevação da ureia, creatinina e outros produtos metabólicos que seriam normalmente
excretados pelo rim.
Doença Renal Crônica: redução progressiva e permanente na faixa de filtração glomerular.
Caracterizada pela elevação da ureia, creatinina e outros produtos metabólicos que seriam
normalmente excretados pelo rim, porém em um tempo de evolução maior (>3 meses). Principais
causas: DM, HAS, doenças glomerulares (primárias ou secundárias). Principais critérios para
diagnóstico: baixa taxa de filtração glomerular (TFG < 60 ml/min), albumina elevada e creatinina
elevada. TFG → calculada a partir da creatinina sérica; recomenda-se a equação CKD-EPI →
idade, sexo e creatinina.
➔ Sempre buscar causas → parar com anti-inflamatório, analisar HAS.
➔ Paciente: uso de diclofenaco de sódio pelo menos 5 vezes por semana → uso
indiscriminado → desequilíbrio → inibição da produção de PGE → vasoconstrição renal
predomina → menor chegada de sangue nos glomérulos → queda da taxa de filtração
glomerular. Glomérulo não se regenera. Além da vasoconstrição, os AINES podem causar
lesão renal através de uma reação de hipersensibilidade tardia → nefrite intersticial aguda
→ pode ocorrer nos primeiros dias de uso da medicação. Pode ser reversível ou não,
dependo do caso. No exame de urina terá presença de leucócitos.
➔ Pacientes idosos (a partir de 40 anos) → perda de função renal normal → mais propenso a
ter lesão renal.
Síndrome Urêmica: pode ocorrer em situações de lesão renal aguda ou estágios avançados de
doença renal crônica, por múltiplas causas. Sinais e sintomas: Fraqueza, adinamia e fadiga fácil;
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
queixas de prurido, edema e pele seca; anorexia, náuseas e vômito, soluços e sangramento
digestivo; dispneia progressiva.
➔ Conjunto de sinais e sintomas em conjunto com os exames laboratoriais.
Farmacologia:
1. A paciente relatou se automedicar com diclofenaco de sódio pelo menos 5 vezes por
semana, para alívio da dor. Explique a ação analgésica deste fármaco, tendo em vista
seu mecanismo de ação.
O diclofenaco de sódio é um anti-inflamatório não esteroidal não seletivo que age inibindo as
enzimas COXs, responsável pela produção de prostaglandinas. A prostaglandina é uma das
principais substâncias que facilita a despolarização dos nociceptores, enviando a mensagem de
dor para o córtex. Dessa forma, ao fazer o uso do AINE, há uma diminuição da prostaglandina e,
consequentemente, da resposta de dor.
2. Discuta em que medida a automedicação realizada pela paciente com diclofenaco e
Diprospan® influenciou no surgimento de sua queixa principal. Tenha em vista os
respectivos mecanismos de ação destes fármacos.
O diclofenaco em seu mecanismo de ação apresenta a inibição da enzima COX1 e COX2 assim
inibindo a biossíntese de prostaglandinas, dessa forma, ocorrem efeitos adversos no trato
gastrointestinal, já que as prostaglandinas são responsáveis pela liberação de bicarbonato e
produção de muco que gera o equilíbrio ácido base do estômago, então o desequilíbrio ácido base
do estômago justifica a queixa principal do paciente. Já o diprospan (betametasona), por meio de
seu mecanismo de ação, sinaliza e induz a produção de proteínas anti-inflamatórias (anexina 1,
inibe a fosfolipase/MAPK fosfatase 1, desfosforila) que também inibem a COX1 e,
consequentemente, pode gerar uma lesão do TGI.
Corticóides:
➔ Aumentam a gliconeogênese hepática ao estimular as enzimas gliconeogênicas; inibem a
captação periférica de glicose no m. e no tecido adiposo; Aumentam a secreção de
insulina. Além de aumentarem a deposição de gordura corporal, níveis séricos de
colesterol e triglicérides e elevarem a pressão arterial.
➔ Redução da absorção intestinal de cálcio; estímulo à ação dos osteoclastos; aumento da
excreção urinária de cálcio → risco de osteoporose (mais presente em quem toma doses
superiores a 7,5 mg de prednisona/dia ou por um período superior de 3 meses) e fraturas.
➔ Inibem os fibroblastos; perda de colágeno e tecido conjuntivo; adelgaçamento da pele,
púrpuras, equimoses, formação de estrias e distúrbios de cicatrização.
➔ Seu uso concomitante com AINE → potencializa a formação de úlcera gástrica.
➔ Inibição do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
➔ Risco de Síndrome de Cushing → iatrogênica.
3. O uso de Diprospan® intramuscular deve ser feito com prescrição médica, devido aos
inúmeros riscos associados ao seu uso. Tendo em vista a condição de saúde desta
paciente, discuta ao menos 5 riscos aos quais esta paciente está submetida com o
uso irresponsável deste medicamento.
Edema (retenção de sódio e líquidos), insuficiência cardíaca - paciente é hipertensa; úlcera,
pressão alta - paciente já tem hipertensão; osteoporose e aumento da dor de cabeça.
Aldosterona e corticoide são parecidos estruturalmente → retenção de líquidos.
4. A paciente foi orientada a utilizar a associação entre codeína e paracetamol para o
controle da dor. Justifique a escolha desta associação, tendo em vista seus
respectivos mecanismos de ação.
O paracetamol é um AINE usado como analgésico, contudo, sendo mais indicado, uma vez que
mesmo fazendo a inibição de COX 1 e 2, atua predominantemente na 2, portanto, a produção de
muco e secreção de bicarbonato (responsável pela COX 1) permanecem significante. Se
administrado juntamente com a codeína, um fármaco opióide, de pH básico, e também usado para
analgesia, resultante de atraso no esvaziamento gástrico, pode consideravelmente retardar a
absorção de outros fármacos, potencializando o efeito analgésico.
Os dois fármacos produzem analgesia por mecanismos diferentes, dessa forma, se os efeitos
forem aditivos, é possível administrar quantidades menores de ambos os fármacos e, ainda assim,
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
produzir o mesmo grau de analgesia. Isso resulta na diminuição da intensidade dos efeitos
adversos. No caso do paracetamol com a codeína, ocorre sinergia.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595157255/epubcfi/6/104[%3Bvn
d.vst.idref%3Dchapter043]!/4/350/2/2
→ Paracetamol reduz a dor periférica (local).
→ Codeína - opioide → analgesia.
Morfina, tramadol e codeína:
5. Explique a utilidade clínica do omeprazol para esta paciente, tendo em vista seu
histórico clínico e o mecanismo de ação deste fármaco.
O omeprazol aliviará a dor epigástrica da paciente. Essa dor está sendo causada pelo uso
contínuo de um AINE, que inibe a produção de prostaglandinas pela COX1 e, consequentemente,
inibe a secreção de bicarbonato e muco. O mecanismo de ação do omeprazol consiste na inibição
da bomba de prótons, neutralizando o ácido gástrico e restabelecendo o equilíbrio ácido básico.
Omeprazol: inibidor da bomba de prótons → aumento do pH da secreção gástrica; inibe a troca de
H+ e K+.
6. Tendo em vista o uso de diclofenaco, betametasona, omeprazol e codeína pela
paciente, consulte o Critério de Beers para medicamentos potencialmente
inapropriados para idosos (American Geriatrics Society 2019 Updated AGS Beers
Criteria® for Potentially Inappropriate Medication Use in Older Adults, JAGS 00:1–21,
2019)e explique a adequação dos mesmos para sua faixa etária.
Esses medicamentos são potencialmente inapropriados para idosos, segundo o critério, devendo,
dessa forma, serem evitados para idosos.
Diclofenaco: AINES podem aumentar o risco de lesão renal, úlcera péptica, hemorragia
gastrointestinal.
Betametasona: AIES podem possuir efeitos adversos graves.
Omeprazol: potencial para desenvolvimento de osteoporose/fratura, demência e insuficiência renal
com o uso prolongado.
Codeína: deve ser evitado em casos de constipação crônica, demência e comprometimento
cognitivo, história de quedas/ fraturas, pois podem causar constipação grave, risco de
exacerbação do déficit cognitivo e risco de sonolência, hipotensão postural e vertigem.
https://www.scielo.br/j/ramb/a/tXTHCPDMBqNzgssNysbDMwf/?format=pdf&lang=pt
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5853996/mod_resource/content/1/4_CONSENSO_BRASI
LEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
Critério de Beers: lista de medicamentos que são tipicamente evitados nos idosos na maioria das
circunstâncias ou em situações específicas, como em certas doenças ou condições.
➔ Medicamentos que são potencialmente inapropriados na maioria dos idosos;
➔ Aqueles que normalmente devem ser evitados em idosos com certas condições;
➔ Medicamentos para serem usados com cautelas;
➔ Interações medicamentosas;
➔ Ajustes da dose de droga com base na função renal.
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595157255/epubcfi/6/104[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter043]!/4/350/2/2
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595157255/epubcfi/6/104[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter043]!/4/350/2/2
https://www.scielo.br/j/ramb/a/tXTHCPDMBqNzgssNysbDMwf/?format=pdf&lang=pt
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5853996/mod_resource/content/1/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5853996/mod_resource/content/1/4_CONSENSO_BRASILEIRO_DE_MEDICAMENTOS_POTENCIALMENTE_INAPROPRIADO_PARA_IDOSOS.pdf
➔ Codeína: contra-indicada em idosos com história prévia de quedas e/ou constipação
crônica e/ou demência/comprometimento cognitivo. Ponderar benefício do uso em
cuidados paliativos e/ou manejo da dor crônica moderada.
BMDTI:
1. A paciente apresenta edema periférico. Explique como o aumento ou redução do
volume plasmático pode impactar no hematócrito da paciente.
O hematócrito altera o seu valor de acordo com a concentração de plasma, uma vez que ele é um
parâmetro laboratorial que indica a porcentagem de células vermelhas no volume total de sangue.
Quando o volume sanguíneo diminui, a concentração de hematócrito aumenta, o que é o caso da
paciente, já que ela apresenta edema periférico e o plasma extravasa para o interstício.
R: O hematócrito reflete a proporção entre as partículas sólidas (as células) e a líquida ( o
plasma) no sangue circulante. Aumentando a fração líquida, ocorre hemodiluição e o
hematócrito se reduz. Portanto, quando há aumento do volume plasmático, ocorre redução do
hematócrito. Já a redução do volume plasmático causará hemoconcentração, aumentando o
hematócrito.
2. A paciente apresenta anemia, que pode decorrer da menor produção de
eritropoetina (piora da função renal). Neste contexto, as hemácias podem ser
normocíticas e normocrômicas. Quais parâmetros do hemograma avaliam o
tamanho e coloração das hemácias?
Tamanho das hemácias: VCM (volume corpuscular médio) → avalia o tamanho médio das
hemácias.
Coloração das hemácias: HCM (hemoglobina corpuscular média) → avalia o peso da hemoglobina
dentro das hemácias.
→ CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) → concentração de hemoglobina
dentro da hemácia. Pode entrar dentro da resposta, mas VCM e HCM são os principais.
R: O parâmetro VCM (volume corpuscular médio) avalia o tamanho médio das hemácias.
O HCM (hemoglobina corpuscular média) avalia o peso da hemoglobina nas hemácias e,
consequentemente, a coloração das hemácias.
O RDW (distribuição do tamanho das hemácias) avalia o grau de heterogeneidade entre o
tamanho das hemácias.
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco
O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) avalia a quantidade de
hemoglobina corrigida para o tamanho celular.
3. Para se dosar Albumina, Creatinina e Ureia da amostra de soro da paciente foi
utilizado a metodologia de espectrofotometria. Explique a importância de se realizar
o jejum antes da coleta de sangue para realização deste tipo de metodologia.
Cada tipo de exame tem um comprimento de onda como padrão, quando não é feito o jejum,
podem existir outros metabólitos que alterarão esse padrão na amostra.
A espectrofotometria é um método que consiste em analisar o quanto uma substância absorve de
luz, sendo que cada composto tem uma absorção de luz diferente. Diante disso, ao analisar uma
amostra sanguínea, a albumina, creatina e ureia, irão ter uma quantidade de absorção de luz
diferente. No jejum, espera-se que cada uma dessas substâncias tenha um valor x de absorção,
caso o paciente venha ingerir alimentos ou bebidas que alterem essas concentrações, os níveis
estarão alterados, devido a uma maior concentração dessas substâncias, alterando o resultado do
exame.
R: A metodologia de espectrofotometria é baseada na quantidade de luz que a amostra
analisada absorve. Pela fórmula da Absorbância (A = e.C.L) conseguimos calcular a
concentração do analito em questão. Ou seja, quanto mais luz a amostra absorve, maior é a
concentração do analito. Quando não é feito um jejum adequado, temos um aumento da
lipemia, que torna a amostra de soro mais turva, levando a amostra a absorver mais luz, e por
consequência um aumento falso no cálculo da concentração do analito (albumina, creatinina ou
ureia).
4. A dosagem dos íons Sódio e Potássio na amostra de soro da paciente foi realizada
pela metodologia de “Eletrodo Íon Seletivo - Indireto”. A dosagem alternativa desses
íons poderia ser pela metodologia de ELISA? Justifique sua resposta.
Não. O método ELISA consiste em um método imuno enzimático, sendo um teste sorológico
baseado em reações antígenos-anticorpos detectáveis por reações enzimáticas. Mais usado para
detectar vírus, presença de anticorpos contra parasitas, fungos, entre outros. Dessa forma, não
possui relação com a dosagem sorológica de íons, como sódio e potássio.
R: Não. A metodologia de ELISA é capaz de quantificar Antígenos e Anticorpos na amostra de
plasma/soro dos pacientes. Antígenos e Anticorpos são moléculas de caráter proteico. Dessa
maneira, ELISA não seria a metodologia mais adequada para se quantificar íons.
SCAPS:
1. Com base no caso clínico, cite 3 doenças crônicas não transmissíveis que você
identificou.
Osteoartrite de joelho, hipertensão arterial sistêmica e obesidade grau 1.
→ Doença renal crônica poderia entrar também quando diagnosticada.
2. Que fatores de risco para lesão renal a paciente apresenta? E quais fatores de risco
para osteoartrite de joelhos?
Para lesão renal: obesidade, hipertensão, uso de AINEs cronicamente e idade. Para osteoartrite
de joelho: obesidade, idade e sexo feminino (existem alguns estudos que mulheres têm maiores
chances).
3. Relacione 3 aspectos associados à prática da automedicação.
“Usa diclofenaco de sódio pelo menos 5 vezes por semana, para alívio da dor nos joelhos, há
cerca de 2 anos, sem orientação médica”
“Quando a dor está muito intensa, vai até a farmácia e recebe Diprospan® intramuscular. Nos
últimos 2 anos, a frequência de uso desta medicação foi 1 vez a cada 3 meses”
“Cefaleia, melhora com uso de dipirona
Nesses três eventos relatados na anamnese, a paciente se automedicou.
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, MiguelMazoco
→ Dificuldade de acesso aos serviços de saúde básica e de especialidades (dificuldade de quem
a leve, agendar consultas, longa espera); Facilidade de acesso a aquisição de medicamento não
controlado nas drogarias; Desinformação sobre possíveis malefícios e complicação das
medicações; Comodismo.
4. Cite estratégias para desencorajar a automedicação e crie uma postagem para
redes sociais com este objetivo.
Promoção da saúde: proporcionar palestras, teatros, panfletos e postagens nas redes sociais,
com o objetivo de orientar pessoas de todas as idades dos perigos e malefícios da automedicação
sem o conhecimento adequado para tal.
MEDICINA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Ana Luisa Ferreira, Ana Luiza Garcia, Barbara Rogano, Beatriz Costa, Maria Julia Soares, Miguel Mazoco

Continue navegando