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direitos reais - ocupações urbanas

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DIREITO À MORADIA E OCUPAÇÕES URBANAS:
 estudo a partir de levantamento de dados de imóveis vagos
RESUMO
De acordo com a relevância que os movimentos sociais históricos e da atualidade tiveram na participação de uma Política Nacional de Habitação, o objetivo desse artigo é discursar as possibilidades de ação dos movimentos de moradia, em um aspecto sociopolítico definido por significativas transformações no liame entre Sociedade Civil e Estado. A pesquisa procurou ainda explicar que a efetivação do direito à moradia é de competência estatal, o qual deve ser cumprido por meio de políticas públicas e dos instrumentos urbanísticos contidos no Estatuto da Cidade. Para isso, refletimos sobre problemáticas que envolvem o direito à moradia e direitos sociais que tornam indispensáveis a luta e resistência. Destarte, percebe-se que o movimento de ocupação urbana é um dos principais movimentos sociais da atualidade que objetiva proporcionar aos sujeitos ocupantes, para além do direto a moradia em terrenos, prédios, escolas, espaços públicos, outras garantias sociais que lhes são pertinentes como cidadãos. O presente estudo foi elaborado a partir de análises bibliográficas e documentais. 
Palavras-chave: movimentos sociais; ocupação urbana; política nacional de habitação
ABSTRACT
According to the relevance that historical and current social movements had in the participation of a National Housing Policy, the purpose of this article is to discuss the possibilities of action of housing movements, in a sociopolitical aspect defined by significant transformations in the link between Civil Society and State. The research also sought to explain that the realization of the right to housing is a state competence, which must be fulfilled through public policies and urbanistic instruments contained in the City Statute. For this, we reflect on issues involving the right to housing and social rights that make struggle and resistance indispensable. Thus, it is clear that the occupation movement is one of the main social movements of today that aims to provide occupiers, in addition to the right to live on land, buildings, schools, public spaces, other social guarantees that are relevant to them as citizens. The present study was elaborate from bibliographic and documental analyses.
Key-words: social movements; urban occupation; national housing policy
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................5
2. DIREITO À MORADIA......................................................................................................6
2.1. Instrumentos internacionais de proteção ao direito à moradia.............................................6
2.2. O direito à moradia no ordenamento jurídico brasileiro......................................................7
3. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE..........................................................................9
4. FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE......................................................................................10
5. OCUPAÇÕES URBANAS E O DIREITO À MORADIA..............................................11
5.1. Das ocupações urbanas......................................................................................................11
5.2. Estudo a partir de levantamento de dados das ocupações urbanas em Belo Horizonte.....12
5.2.1.Ocupação Camilo Torres.................................................................................................12
5.2.2. Ocupação Dandara..........................................................................................................13
5.2.3. Ocupação Eliana Silva....................................................................................................14
6. O ESTADO ENQUANTO ´PROVEDOR DE POLÍTICAS HABITACIONAIS POSSUI RESPONSABILIDADE PELA FORMAÇÃO DAS OCUPAÇÕES URBANAS?.............................................................................................................................14
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................16
REFERÊNCIAS......................................................................................................................19
1. INTRODUÇÃO
As condições de moradia no Brasil são um problema social e econômico de enorme impacto na organização das cidades. Uma das mais expressivas implicações da exclusão social e desnível de renda entre famílias brasileiras é a moradia precária em áreas de extremo risco e o déficit habitacional. 
As camadas da população mais vulneráveis em aspecto social e econômico não detêm de recursos para obter acesso à moradia de forma digna. Todavia, não há como contornar essa necessidade, pois o direito à moradia é um dos conseguintes a consecução da dignidade da pessoa humana, motivo pelo qual deve ser inerente a qualquer indivíduo. 
Dessa maneira, esses grupos sociais são levados a buscar o acesso à moradia por meios informais, como por exemplo as chamadas ocupações urbanas para fins de moradia. Ainda que sejam praticadas sobre propriedade que de início não cumpre sua função social, têm sua validade questionada por parte da sociedade. A questão envolve, de um lado, o direito individual à propriedade e de outro lado, o direito à moradia, que manifesta uma colisão entre os interesses de proprietários e os interesses dos ocupantes, de ordem existencial. 
O objetivo do artigo consiste num estudo teórico-analítico na reflexão sobre a importância do direito à moradia como direito fundamental e encargo do Estado Brasileiro, tal qual, identificado na Constituição Federal de 1988 e no sistema de proteção internacional dos direitos humanos. 
A princípio, reflete-se sobre a propriedade e a sua função social, com isso, procura-se vincular o direito à moradia como princípio da dignidade humana ao enfoque do direito a moradia como um dos pressupostos para a efetivação da função social da propriedade urbana. Tem-se também, uma análise dos instrumentos urbanos que realizam a concretização do direito à moradia no Estatuto da Cidade. Afinal, qual a relação entre moradia e dignidade da pessoa humana? Qual o vínculo entre a função social da propriedade e o direito à moradia digna? O estado enquanto provedor de políticas habitacionais possui responsabilidade pela formação das ocupações urbanas? São certas indagações que a presente pesquisa busca contravir. 
2. DIREITO À MORADIA 
Direito a uma moradia adequada entende-se como lugar onde se torne possível asilar, em espaço adequado, seguro, iluminado, ventilado, que possua infraestrutura básica, próximo ao trabalho e aos serviços básicos, de forma econômica (PANSIERI, 2008: 112). Dessa forma, moradia, é um direito fundamental inerente a todo ser humano devendo ser compreendido como local seguro para viver, isto é amparado por acesso a luz, água e educação, ou seja, onde possa exercer todos os direitos sociais. 
Isto posto, a moradia é necessidade fundamental de todo ser humano, que deve vir acompanhada do conceito de dignidade, propiciando condições mínimas que assegure a moradia adequada, necessidades naturais e sociais e dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, aponta Sarlet (2009): 
 “Com efeito, sem um lugar adequado para proteger-se a si próprio e a sua família contra as intempéries, sem um local para gozar de sua intimidade e privacidade, enfim, de um espaço essencial para viver com um mínimo de saúde e bem-estar; certamente a pessoa não terá assegurada a sua dignidade, aliás, por vezes, não terá sequer assegurado o direito à própria existência física, e, portanto, o seu direito à vida”. (SARLET, 2009, p. 15)
Também, respaldado pelo art. 5°, inciso XI da Constituição, a moradia é entendida como: asilo inviolável, ninguém podendo entrar nela sem devido consentimento do morador. 
	Portanto, para que se concretize a relação do ser humano com a sociedade é necessária uma moradia adequada, não sendo o bastante apenas o espaço físicopara habitar, infere o cumprimento de critérios qualitativos mínimos, como já citado. 
2.1. INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO AO DIREITO À MORADIA
	A consagração dos direitos de segunda geração, os direitos sociais, econômicos e culturais se deram em virtude do surgimento de um Estado Democrático de Direito que se sucedeu a partir de movimentos constitucionalistas do século XX. E como objeto do presente artigo, ressalta-se entre esses a presença do direito à moradia. 
	Após a Segunda Guerra Mundial, diante das inúmeras perversidades nazistas, inicia-se um movimento de internacionalização dos direitos humanos, que posteriormente adquire caráter jurídico. Destarte, frente a comunidade internacional, os direitos humanos estão amparados pelo Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
	Nesse sentido, o direito à moradia foi incorporado ao rol de direitos humanos na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 no artigo 25, que assim estabelece: 
“Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle” (NAÇÕES UNIDAS, 1948, art. 21)
	Por conseguinte, a partir desse momento trouxe à luz conhecimento a cerca de uma nova dimensão de direitos humanos, os direitos sociais, que visam a igualdade material. De forma, que a DUDH trás a importância de se atentar as premissas fundamentais que assegure o acesso à moradia.
	Ademais, almejando conferir dimensão técnico-jurídica à Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Assembleia-Geral da ONU desenvolveu tratados que requeriam assinatura dos Estados partes, tratados que derivaram das dificuldades frente ao controle dos mecanismos de monitoramento da efetividade dos direitos dentro das fronteiras. Isto posto, tem-se o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que reconheceu o direito à moradia em 19 de dezembro de 1966. Sendo que, somente em 1992, esse foi ratificado pelo Brasil. Ao abrigo do artigo 11°, que assim dispõe: 
“Os Estados Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa a um nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria continua de suas condições de vida. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para assegurar a consecução desse direito, reconhecendo, nesse sentido, a importância essencial da cooperação internacional fundada no livre consentimento” (NAÇÕES UNIDAS, 1966, Art. 11).
	Outrossim, o direito à moradia está presente em diversos outros instrumentos internacionais que lhe atribui tratamento de direito humano, cita-se como exemplos, Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica de 1969), Agenda 21 que trata do Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 e Agenda Habitat de 1996.
	Em suma, concebe-se o direito à moradia como essencial a dignidade humana, visto que é reconhecido como direito humano por diversos instrumentos normativos internacionais. 
2.2. O DIREITO A MORADIA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
Em decorrência da crise social dos séculos XVIII e XIX vivida pelos Europeus durante a Revolução Industrial, devido as condições de trabalho precárias vislumbrou-se a necessidade de se atentar às instabilidades sociais. Desta forma, surgem as ideias basilares a respeito dos Direitos Sociais diante da compreensão de que o Estado deve atuar para garantir condições minimamente dignas para os seus cidadãos. Por conseguinte, nota-se que o constituinte brasileiro se apoiou na ideia europeia de fomentar os direitos sociais em seu ordenamento.
Isto posto, fundada em uma base essencialmente democrática, social, humanística e inclusiva, a Constituição da República de 1998, visou construir um Estado Democrático de Direito caracterizado pela centralidade da pessoa humana na ordem jurídica, social e econômica, com a sua dignidade; a presença de uma sociedade política efetivamente democrática e inclusiva; a presença também de uma sociedade civil igualmente democrática e inclusiva. (DELGADO)
	Dessa forma, visando um Estado Democrático de Direito os direitos sociais foram inseridos no texto constitucional, inovando o rol das garantias fundamentais juntamente aos valores de liberdade e igualdade. 
	No tocante ao objeto do presente artigo, vale apontar que somente com o advento da Emenda Constitucional n° 26, de 14 de fevereiro de 2000, o direito à moradia foi reconhecido, explicitamente, como garantia fundamental e social trazido em sua nova redação do artigo 6° da Constituição da República. In verbis:
“Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” (BRASIL, 1988)
	Denota-se, então, que apesar das grandes dificuldades e diversas violações sofridas para alcançar esse avanço social, o reconhecimento explícito do direito à moradia, apresentou notável evolução alcançada devido ao protagonismo emancipatório, a prática político-social dos movimentos populares e das organizações não governamentais brasileiras. 
3. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Com o avanço do capital, por conseguinte da burguesia o direito à propriedade tornou se fortemente individualista, compreendido como um direito absoluto e natural. De modo que o direito da propriedade era visto como uma relação restrita entre proprietário e objeto. 
Entretanto, a ideia individualista entorno da propriedade foi superada e se avançou no entendimento da estrutura de daquela, a concepção de relação entre sujeitos, e não mais somente entre sujeito e coisa. Havendo assim de um lado o sujeito ativo e de outro passivo. Portanto, o direito de propriedade não pode mais ser compreendido como um fim em si mesmo, isto é, direito absoluto.
Percebe-se, então, a evolução do conceito do direito de propriedade ao se observar seu caráter transdisciplinar fundamentado tanto no Direito Privado quanto no Direito Público, assim, a propriedade passa a ser entendida em prol de sua função social, e não mais se desvincula do Direito Constitucional. Consoante a esse entendimento cita Orlando Gomes:
“Diferentemente da concepção individualista que privilegiava o interesse do titular da propriedade, a tutela da propriedade, sob a perspectiva social, extrapola os limites do direito individual e passa a tutelar também o interesse social, na medida em que se reconheça que o exercício dos poderes do proprietário não deveria ser protegido tão-somente para satisfação do seu interesse.” 307 GOMES, Orlando, Direitos reais, cit., p. 107.
Desse modo, a perspectiva do Direito da propriedade no Brasil é fundada no estatuto jurídico do Estado Democrático de Direito orientado por uma Constituição Social, derivado da constitucionalização do Direito Civil e regido pelos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, solidariedade social, da igualdade e da função social da propriedade.
A Carta Magna de 1988, fundamentada na dignidade humana prevê em seu artigo 5º, inciso XXII, o direito de propriedade no rol de direitos e garantias fundamentais, de modo que seja respeitada sua função social, como dispõe o inciso XXIII. Ainda, com o regimento dos princípios relacionados à ordem econômica estabelece a função social da propriedade, além de reconhecer a propriedade privada reafirmando o princípio dignidade humana.
No tocante a função social da propriedade, essa deve ser compreendida enquanto princípio constitucional norteador de todas as normas referentes ao direito de propriedade. Com afirma Tepedino, que devemos entender por “função” que a propriedade é um direito não “estático”, mas designado a um fim social. O não cumprimento da funçãosocial da propriedade implica a ausência de legitimidade perante a ordem jurídica, desse modo, a consequente impossibilidade de sua proteção.
4. FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE 
Após a ditadura militar, cenário no qual as garantias e direitos fundamentais foram profundamente abalados, a Constituição Federal de 1988 passa a ser um marco de extrema importância para o fortalecimento daqueles, tanto de caráter individual, quanto social.
Primeiramente, torna-se necessário estabelecer o vínculo entre função social da propriedade urbana e função social da cidade, como prevê o artigo 182, § 2º da Constituição Federal de 1988: 
“Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. 
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.”
Visto que, a maioria da população brasileira reside na área urbana, sendo a cidade o local onde se busca qualidade de vida e a sonhada justiça social. A lição de Souza é também bastante oportuna:
“Um desenvolvimento urbano autêntico (...) não se confunde com uma simples expansão do tecido urbano e a crescente complexidade deste, na esteira do crescimento econômico e da modernização tecnológica. Ele não é, meramente, um aumento da área urbanizada, e nem mesmo, simplesmente, uma sofisticação ou modernização do espaço urbano, mas, antes e acima de tudo, um desenvolvimento sócio-espacial na e da cidade: vale dizer, a conquista de melhor qualidade de vida para um número crescente de pessoas e cada vez mais justiça social (grifo do original)” (SOUZA, 2011, p. 101).
De acordo com já citado parágrafo 2º, do mesmo artigo da Constituição Federal, a ideia de função social da propriedade urbana se cumpre quando atendidas às exigências fundamentais da ordenação da cidade, disposta no Plano Diretor. Esse regulamentado pelo Estatuto da Cidade, (Lei nº 10.257, de 10.7.2001), que veio fixar através do seu texto os fundamentos da propriedade imobiliária urbana nos seguintes aspectos: garantia do direito a cidades sustentáveis; planejamento do desenvolvimento; distribuição espacial e econômica; controle de ordenação e controle de uso sob o solo; definição de padrões de produção, de consumo e expansão urbana adequadas com seus limites de sustentabilidade ambiental, social e econômica; proteção, preservação e recuperação do ambiente natural e construído.
Exposta essa ideia, e a partir do caráter social da cidade, a Constituição veda ao titular da propriedade a faculdade de não-uso, e nas hipóteses de descumprimento do plano diretor, a propriedade deixa de exercer sua função social. Como explicita o artigo 182, § 4º e seus incisos. 
Logo, apenas através de um planejamento urbanístico direcionado à função social da cidade torna-se possível o desenvolvimento de um meio ambiente que proporciona aos seus habitantes uma vida, digna fundada nos preceitos constitucionais.
5. OCUPAÇÕES URBANAS E O DIREITO À MORADIA
5.1. DAS OCUPAÇÕES URBANAS
As ocupações urbanas são realizadas por pessoas que lutam por direitos e ocupam propriedades nas quais não desempenham função social, onde ninguém exerce posse, ou seja, propriedades negligenciadas. Refere-se, portanto, à formação de assentamentos urbanos através da ocupação coletiva, sem anuência do proprietário em imóveis ou terrenos vazios, por famílias, principalmente, em situações marginalizadas para fins de moradia. Essas encontram amparo nos artigos 182 e 183 da Constituição Federal e, também pela Lei Federal n° 10.257/2001. 
Tais ocupações distinguem-se das demais formas de reivindicação, haja vista que a luta e a consumação do direito se caracterizam no mesmo tempo-espaço. Dado que se desprendem da ordem territorial imposta, essa se apresenta como uma poética política do território, algo que diverge a ordem existente e constrói um mundo novo. Dessa forma, as ocupações possuem dimensão política – em consonância a Jacques Rancière (2005).
Isso posto, faz-se necessário diferenciar o conceito de ocupação urbana e invasão, visto que a primeira remete ao ato pacífico de dar utilidade a um bem que está sem uso, cumprindo sua função social, por outro lado, a invasão se dá pela tomada injusta, hostil de um bem de terceiro. 
O contraste conceitual apresentado visa legitimar as ocupações no mundo fático de forma socialmente aceitável contradizendo os discursos mais amplos dos movimentos sociais, com objetivo de enfrentar o “status quo”.
Bem como a diferenciação entre ocupação urbana e favela, já que essa é espontânea, em contrapartida, as ocupações são organizadas. Apesar de apresentarem muitas semelhanças, tais como habitações precárias, falta de infraestrutura, serviços urbanos e insegurança da posse, dentre outras.
Em suma, a busca pela distinção é realizada em razão da visão negativa advinda da sociedade que corrobora com o aprofundamento do estigma social atribuídos às favelas. A carga social dessa distinção abarca de um lado a vida digna, e, de outro, os preconceitos envoltos na ideia do urbanismo como agente que produz a ordem social. Nos parâmetros urbanos, distinguem-se pelas localizações e conflitos especulativos da propriedade da terra. 
5.2. ESTUDOS A PARTIR DE LEVANTAMENTOS DE DADOS DAS OCUPAÇÕES URBANAS EM BELO HORIZONTE 
O presente tópico tem como objetivo apresentar estudos com base nos levantamentos de dados de imóveis vagos ocupados na cidade de Belo Horizonte.
Belo Horizonte está localizada no sudeste do Brasil, sendo a capital do Estado de Minas Gerais, é a sexta maior cidade do país em termos populacionais, possuindo mais de 2,3 milhões de habitantes (IBGE, 2010). 
A cidade apresenta inúmeras ocupações as quais podemos citar: Corumbiara, Novo Lajedo, Caracol, Irmã Dorothy, Vila Pomar do Cafezal, Novo Paraíso, Jardim Vitória, Kasa Invisível, Nelson Mandela, Paulo Freire, Vicentão, dentre outras. No entanto, daremos ênfase nas ocupações Camilo Torres, Dandara e Eliana Silva. 
5.2.1. Ocupação Camilo Torres
	Esta é uma ocupação urbana localizada na Região do Barreiro, é a segunda mais movimentada de Belo Horizonte, essa foi formada em 18 de fevereiro de 2008, quando famílias sem moradias ocuparam um terreno ainda sem construções, no Bairro Vila Santa Rita. 
	Camilo Torres foi um padre-guerrilheiro colombiano, que dedicou o sacerdócio e toda a sua vida aos pobres e à busca por justiça social, o qual foi homenageado pelos movimentos sociais de apoio com a nomeação dessa ocupação. 
	O imóvel ocupado antes pertencente à Companhia de Distritos Industriais (CDI-MG), atual Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). Em 1992, a CDI-MG vendeu o imóvel à empresa Borvutex Comércio e Indústria Ltda contendo no contrato o encargo de construir no terreno um empreendimento industrial no prazo de 24 meses, entretanto, devido a inércia da empresa em cumprir o acordado, o terreno permaneceu sem exercer sua função social até ser ocupada pelos moradores da comunidade. A partir disso, a empresa Borvutex realizou promessa de compra e venda a Victor Pneus o imóvel, resultando por força do Termo de Cessão de Direitos essa última passa a possuir a posse sobre o referido imóvel. No presente o imóvel ainda é objeto de disputa judicial, sob sede de ação de reintegração de posse, como também, ações civis públicas ajuizadas pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais. 
	Devido a dificuldade do acesso à moradia, nasce a primeira ocupação organizada pelo Fórum de Moradia do Barreiro, em um terreno vazio. Ocupação essa que foi apropriada por cerca de 140 famílias. Dessa forma, essas ocupações urbanas, se apresentam como alternativa à segregação do espaço urbano, cada vez mais individualista e mercadológico, visando o fortalecimento dos laços solidários entre os que compartilham do mesmo objetivo o alcance ao direito a moradia. 
	Portanto, durante aformação da ocupação Camilo Torres, diversos conflitos foram vividos, como os embates entre os moradores e o poder público, insuficiência do acesso aos serviços e infraestrutura precária, dificultando, dessa forma, o acesso ao direito à moradia.
5.2.2. Ocupação Dandara
No Bairro Céu Azul, região Norte de Belo Horizonte, na madrugada do dia 09 de abril de 2009, em entorno, de 150 famílias ocuparam um terreno de 40.000m², de propriedade da Construtora Modelo. Em tributo a Dandara, a ocupação recebeu esse nome inspirada em sua representação como liderança negra feminina na luta contra o sistema escravocrata do Século XVII. 
O local, conforme exposição de moradores, além de abandonado, servia como depósito de entulhos, e também, a prática de alguns crimes. Não obstante, a partir de abril de 2009 o local passou a ter nova destinação, ocupado por famílias, predominantemente, com mais de dois filhos, que antes habitavam áreas periféricas de risco. Bem como, por aqueles que possuíam baixo poder aquisito e não conseguiam arcar com os elevados custos de moradia. 
A Comunidade Dandara é reconhecida por sua trajetória de resistência e consolidação, com maior tempo de permanência na área ocupada, que conta, atualmente, com cerca 2500 famílias. Possuindo estrutura urbanística elaborada por arquitetos voluntários, juntamente com seus moradores. 
Ainda que seja notório o grande avanço realizado no tocante à ocupação urbana participativa, essa não possui reconhecimento enquanto espaço pertencente a cidade pelo poder público e ainda enfrenta obstáculos que colocam em xeque a sua existência, como a dificuldade ao acesso a serviços públicos básicos, dentre diversos outros.
5.2.3. Ocupação Eliana Silva
Tendo início no dia 21 de abril de 2012, a ocupação Eliana Silva contava com aproximadamente 300 famílias que ocuparam terrenos abandonados há mais de 30 anos. De acordo com registros cartoriais, esses terrenos em questão pertenciam a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG), que apesar terem sido vendidos a proprietários privados com o intuito da criação de um Distrito Industrial, esse fim nunca foi alcançado, permanecendo os imóveis abandonados.	 
Foi relatado pelos ocupantes que durante dos dias 11 e 12 de maio de 2012 ocorreu uma ação policial violenta, resultando na remoção do grupo, inclusive, prisões arbitrárias contra advogados populares. Todavia, em 22 de agosto daquele mesmo ano, o mesmo grupo iniciou uma nova ocupação acerca de 1km da primeira ocupação.
A Ocupação Eliana Silva caracteriza-se pela divisão de duas fases, a primeira denominada “Eliana Silva I”, tendo essa sido desfeita após ação de reintegração de posse em decisão de primeira instância. A segunda, chamada “Eliana Silva II” matem-se até o presente momento na Região do Barreiro.
6. O ESTADO ENQUANTO PROVEDOR DE POLITICAS HABITACIONAIS POSSUI RESPONSABILIDADE PELA FORMAÇÃO DAS OCUPAÇÕES URBANAS?
	Faz- se necessário apontar o papel fundamental do Estado na criação de políticas habitacionais para o bom gerenciamento urbano. Visto que, é função desse proporcionar a população direitos para se alcançar uma vida digna, tendo como foco o presente artigo à moradia digna. 
	Desse modo, serão apresentados alguns instrumentos que possuem como objetivo a efetivação desse direito. Dos quais serão citados os instrumentos presentes na Lei 10.257 de 10 de julho de 2001, denominado Estatuto da Cidade, como também, exposições sobre o Programa Minha Casa Minha Vida de 2009.
	Iniciando, o Estatuto da Cidade é um diploma legal que regulamentou a política urbana do país, garantindo a aplicabilidade jurídica dos artigos 182 e 183 da Carta Magna. Possui regras gerais de interesse social, que regulamentam a propriedade urbana em função do bem coletivo, de obediência obrigatória destinadas a todos os entes públicos e sociedade civil. 
	Utiliza-se de instrumentos jurídicos e políticos, tal como a Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) que desempenha função na democratização da política urbana, pois realiza nas áreas irregularmente ocupadas a inclusão social através de uma reforma, implementando aparatos de infraestrutura e serviços essenciais, propiciando o mínimo de dignidade aos moradores. Esse mecanismo deve constar de forma previa nos Planos Diretores, com o intuito de mapear as cidades com áreas irregulares que necessitam de modificação. 
	A concessão de direito especial de uso para fins de moradia é voltada para indivíduos de baixa renda que residem, informalmente, por mais de cinco anos em bens imóveis públicos, garantido a regularização fundiária desses bens, mesmo que não possam ser usucapidos garantem, ao menos, uma destinação social. Sendo que a regularização fundiária é executada através de políticas urbanas que visam a proteção dos direitos dos ocupantes, possuindo extrema relevância para as áreas urbanas irregulares. 
	Vale citar também, a intervenção democrática da população na gestão das cidades, uma participação essencial e legítima. 
Bem como, a usucapião, que se divide em individual ou especial, e coletiva. A primeira, por sua vez, amparada pelo artigo 183 da Constituição da República e artigo 9° do Estatuto da Cidade, é voltada para aqueles que ocupam, para sua moradia ou de sua família, uma área urbana de até 250m² por no mínimo 5 anos seguidos, não sendo proprietário de nenhum outro imóvel. A segunda, objetiva a regularização e a criação de ferramentas urbanísticas visando, com fim a impedir o crescimento desorganizado das cidades, uma ordem urbana inclusiva e justa. Devendo, além da caracterização da posse coletiva, estar consonância com os ditames do caput do artigo 10 do Estatuto da Cidade, a saber: 
“Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.” (BRASIL, ART. 10)
Instituído em 7 de julho de 2009, no governo Lula, pela Lei Federal nº11.977, o Programa Minha Casa Minha Vida representa uma forte bandeira enquanto elemento chave do governo federal na tentativa de combater a crise econômica e abrandar os efeitos da crise habitacional. Tendo como proposito a criação de medidas para incentivar a produção e a aquisição de novas moradias destinadas a famílias de baixa renda. Esse, no entanto, foi substituído pelo Programa Casa Verde e Amarela, que entrou em vigência em 12 de janeiro de 2021, instituído pelo governo Jair Bolsonaro, que possui os mesmos fins sociais do programa anterior.
Apesar dessas e diversas outras políticas habitacionais implementadas pelo governo ao longo dos anos, faz-se necessário apontar que não se alcançou a eficácia pretendida, tendo em vista que para sua efetivação plena depende essa de interesses políticos, visto que a administração pública age conforme convém, logo percebe que há amplo amparo pela legislação, porem em razão da dependência da vontade política, não se concretiza. Principalmente aos óculos da teoria da reserva do possível a moradia não vem sendo prioridade na administração pública. 
Isso somado a grande movimentação urbana que ocasionou a promulgação de novas leis que resultaram na tentativa frustrada de organizar tanto o uso quanto a ocupação das terras urbanas. Essa padronização causou o aumento dos valores das terras impondo assim a população carente a residirem nas periferias, isso ocorre devido às falhas na legislação, como também, pelo grande impacto demográfico nas cidades, parcelando o solo muitas vezes sem controle urbanístico. 
Ademais contribuindo para as ocupações urbanas e o déficit habitacional tem se como fator prejudicial a especulação imobiliária e o investimento do dinheiro público em infraestrutura, principalmente, nos centros urbanos o que gera a valorização desses e, consequentemente, o alto custo de vida. Devido a isso, resta a população carente se alocar nas periferias, locaisque carecem de infraestrutura, tal como as ocupações de imóveis vagos objeto do presente artigo.
Diante o exposto, torna-se evidente, que o Estado possui responsabilidade na formação de ocupações urbanas precárias e assentamentos informais, ao se eximir de suas obrigações de prover infraestrutura às regiões periféricas, em contrário das suas funções Constitucionais.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A moradia, garantia constitucional, consubstanciada com o Direito Humano fundamental, deve ser efetivada por meio de políticas públicas, em consonância com a preservação do meio ambiente, bem-estar de todos, bem como, para atenuar as diferenças sociais históricas. 
Embora, devido ao crescimento caótico dos municípios do Brasil, em virtude da falta de planejamento e da precária gestão urbanística, diversos impactos negativos sociais, econômicos e ambientais foram gerados. O cenário político-econômico do país afirma a importância dada à propriedade privada em detrimento da garantia constitucional da moradia digna às pessoas. 
Nesse panorama, os movimentos sociais urbanos que militam em divergência das políticas neoliberais de acesso a habitação tem sido alvo de práticas repressivas advindas do Estado. Cita-se, portanto, as ocupações urbanas como principal forma de luta dos movimentos sociais por moradia. Essas se fundamentam na carência e a escassez de condições materiais para supri-las através do mercado formal de moradia.
A função social da propriedade mesmo que amparada pelo texto constitucional, juntamente com diversos instrumentos de políticas urbanas assegurados no Estatuto da Cidade, o planejamento urbano continua favorecendo predileções da classe alta em desfavor da classe baixa. 
Do mesmo modo, foram ineficientes as ações do Programa Minha Casa Minha Vida, hoje chamado Programa Casa Verde e Amarela, para redução do déficit habitacional brasileiro, bem como proporcionar moradias e condições adequadas aos que necessitam de tal amparo. Apesar de, praticamente, vinte anos de vigência do Estatuto da Cidade e quase dez anos de da publicação do Programa Minha Casa Minha Vida essas demandas continuam sem soluções. 
Portanto, faz-se necessário apontar recomendações ao governo para que as políticas habitacionais logrem êxito, tal como, a regularização de ocupações precárias presentes nas periferias que demandam intervenção do Estado, com a efetuação do instituto jurídico adequado a cada situação de fato; Rever os padrões de moradia dos Programas Habitacionais Populares do país, devendo ser abarcado nas gestões os componentes do direito à moradia adequada aos seus projetos, tal como localização próxima a serviços essenciais; Estabelecer uma política habitacional nacional que abarque as necessidades de moradia das comunidades negras quilombolas, rurais e indígena, dentre outros.
Por fim, conclui-se a partir da análise dos dados de Belo Horizonte, que o crescente número de ocupações nas áreas centrais reafirma que a luta dos movimentos transcende a questão da moradia, incluindo o alcance a uma infraestrutura apropriada, áreas de recreação e lazer, serviços básicos, bem como o condão de viver centro da cidade, possuindo uma participação ativa da sua construção. 
REFERÊNCIAS 
PINTO, LEONARDO. Título: OCUPAÇÕES URBANAS: a fronteira entre a violação do direito de propriedade e o exercício do direito à moradia, 2021. 36 folhas. Direito Constitucional e Direito Civil – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.
NAÇÕES UNIDAS. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Adotado pela Assembleia das Nações Unidas em 16 de dezembro de 1966 e em vigor em 3 de janeiro de 1976. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça, 1992. Disponível em: 37. Acesso em: 20/06/2021.
TEPEDINO, Gustavo; BARBOZA, Heloísa Helena; MORAES, Maria Celina Bodin de. Código civil interpretado conforme a constituição da república. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
Maria Tereza Fonseca Dias; Juliano dos Santos Calixto (Orgs.); As ocupações urbanas e o direito fundamental à moradia adequada na Região Metropolitana de Belo Horizonte; Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2020. 
SARLET, Ingo Wolfgang. O Direito fundamental à moradia na Constituição: algumas anotações a respeito de seu contexto, contéudo e possível eficácia. Revista eletrônica sobre a reforma do Estado (RERE), Salvador, Instituto brasileiro de direito público, n. 20, dezembro, 2009. 
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SAULE JÚNIOR, Nelson; CARDOSO, Patrícia de Menezes O Direito à Moradia no Brasil. / Nelson Saule Júnior e Patrícia de Menezes Cardoso São Paulo: Instituto Pólis, 2005. 160p. Relatório da Missão Conjunta da Relatoria Nacional e da ONU 29 de maio a 12 de junho de 2004 – Violações, Práticas positivas e Recomendações ao Governo Brasileiro. 
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