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TICS - ABDOME AGUDO

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FAHESP – Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí 
IESVAP-INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA LTDA. 
BR 343 – KM 16, Bairro Sabiazal, CEP 64.212-790, Parnaíba-PI 
CNPJ – 13.783.222/0001-70 www.iesvap.com.br 
 
 
 
 
 
1. Defina os cinco tipos de abdome agudo. 
 O abdome agudo é definido como uma síndrome clínica de dor abdominal intensa 
e súbita, que compõe um quadro de urgência frequente na prática médica e, portanto, 
exige diagnóstico e abordagens terapêuticas rápidos e acurados. Existem três tipos de dor 
no abdome agudo: a dor visceral, a dor somática e a dor referida (geralmente não está 
presente, estando longe do local acometido). (ARAUJO JÚNIOR, 2018) 
Os cinco tipos de abdome agudo são: 
 
Inflamatório 
O abdome agudo inflamatório pode ser definido como um quadro de dor 
abdominal de caráter progressivo, decorrente de um processo inflamatório e/ou infeccioso 
localizado na cavidade abdominal, ou em órgãos e estruturas adjacentes. Existem diversas 
causas de abdome agudo inflamatório, sendo as mais frequentes a apendicite aguda 
(obstrução da luz do apêndice com estase do conteúdo e proliferação bacteriana – 
principalmente a Scherichiacoli – que provoca alteração do retorno venoso e com isso 
ocasiona isquemia, necrose e perfuração), a colecistite aguda, a pancreatite aguda e a 
diverticulite (ocasionada pela inflamação do pseusodivertículo que se forma por aumento 
da pressão intraluminal dos colóns). Ao exame físico costuma ter sinais de irritação 
peritoneal, como dor a descompressão brusca do abdome no ponto de McBurbey (sinal 
de Blumberg) e defesa abdominal involuntária. (DANI, 2011) 
 
Obstrutivo 
O abdome agudo obstrutivo decorre de qualquer afecção que dificulte ou 
impossibilite o trânsito gastrointestinal. Essa obstrução pode ser classificada em: 
 
• Mecânica: Obstrução causada por efeito de massa de processos extrínsecos ou 
intrínsecos, podendo esses serem ainda de causa maligna ou benigna. Exemplos: 
Aderências, hérnias, neoplasia, volvo, etc. 
• Não-mecânica: obstrução funcional comprometendo a dinâmica intestinal sem haver 
um ponto específico de oclusão. Exemplos: Íleo paralítico, hipocalemia, pancreatite 
aguda, síndrome de Olgivie. 
 
De acordo com a altura da obstrução os sintomas podem variar, contudo, os sintomas 
mais comuns são: dor em cólica, náusea, vômitos, distensão abdominal e ausência de 
evacuações. Em obstruções proximais os sintomas de náuseas e vômitos são mais 
pronunciados que a distensão abdominal, a qual é mais comum em obstruções distais. A 
dor tende a ser em cólica, progressiva e intensa em severidade. Quadro comum 
especialmente em casos de obstrução em alça fechada onde a progressão da dor aumenta 
até ocorrer a perfuração intestinal, ocorrendo paradoxalmente o alívio momentâneo dos 
sintomas álgicos até os sinais da peritonite iniciarem. Na tentativa de vencer a obstrução, 
o intestino aumenta sua peristalse podendo gerar momentaneamente um quadro de 
diarreia paradoxal. Ocorre especialmente frequente em suboclusões. (ZANIN, 2016) 
 Curso de Medicina Semestre: 2022.1 Turma: 10 
 Disciplina: Sistemas Orgânicos Integrados IV (TIC’s) 
 Aluna: Kamilla da Silva de Galiza 
 
 
 
 
FAHESP – Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí 
IESVAP-INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA LTDA. 
BR 343 – KM 16, Bairro Sabiazal, CEP 64.212-790, Parnaíba-PI 
CNPJ – 13.783.222/0001-70 www.iesvap.com.br 
 
Sinais sistêmicos como febre, hipotensão, taquicardia e mucosas descoradas apontam 
para um quadro mais avançado. O abdome frequentemente se apresenta distendido e 
timpânico à percussão. Movimentos peristálticos podem estar visíveis. Os ruídos 
hidroaéreos tendem estar aumentados nos quadros mais inicias gerando o sinal semiótico 
do tilintar de moedas. Em quadros mais tardios podem estar abolidos. Durante o exame 
físico, atentar para sinais que apontem a etiologia do quadro como incisões abdominais 
(aderências), hérnias ou massas pétreas (neoplasia). (ZANIN, 2016) 
 
 
Perfurativo 
O Abdome Agudo Perfurativo é a terceira causa mais comum de Abdome Agudo. A 
causa que origina a perfuração do trato gastrointestinal pode ter origem infecciosa, 
inflamatória, neoplásica, traumática, medicamentosa, iatrogênica ou por ingestão de 
corpo estranho. Dessa maneira, o Abdome Agudo Perfurativo pode ser uma evolução de 
algum outro tipo de Abdome Agudo não adequadamente tratado a tempo. (ARAUJO, 
2018) 
O quadro clínico costuma iniciar com dor abdominal intensa e de início abrupto, 
levando a rápida procura de atendimento médico. O abdome costuma encontrar-se rígido 
e doloroso difusamente, associado a náuseas e vômitos. Febre pode estar presente e 
associar-se a sinais de sepse e/ou choque. Quanto mais "alta" for a perfuração, mais 
rapidamente progressivo é o quadro, pela facilidade de disseminação do conteúdo para o 
restante da cavidade, por sua maior fluidez. A dor pode também ser localizada, 
caracterizando casos de Peritôneo Bloqueado, em que as demais vísceras abdominais 
contém a disseminação dos conteúdos extravasados para o restante da cavidade. Os ruídos 
hidroaéreos costumam estar diminuídos pelo íleo paralitico decorrente da irritação 
peritoneal (Lei de Stokes). (ARAUJO,2018) 
O problema advém do extravasamento de secreção contida no trato gastrintestinal 
para a cavidade peritoneal, o que é traduzido por peritonite. A dor tipo somática vem da 
irritação química do peritônio, e, quanto menor o pH, maior a irritação. O exame clinico 
demonstra silêncio abdominal e rigidez muscular, detectada como "abdome em tábua". A 
temperatura é normal, e náuseas e vômito podem estar presentes. A radiografia simples 
revela pneumoperitônio, sendo o exame de imagem de escolha para diagnóstico. Em 12 
h de evolução do quadro, a peritonite química torna-se bacteriana. (DANI, 2011) 
As perfurações costumam ser divididas em altas (gastroduodenal e delgado proximal) 
e baixas (delgado distal e cólon). Nas perfurações mais baixas de delgado, a dor 
abdominal é mais discreta, e os sinais de irritação peritoneal são menos exuberantes, mas 
originam quadros sépticos mais precoces, em função da flora bacteriana local. 
Perfurações do delgado proximal comportam-se como as gastroduodenais, com dor 
abdominal intensa e grande irritação peritoneal. Perfurações do intestino grosso traduzem 
manifestações clínicas e peritoneais intensas, com evolução rápida para peritonite fecal, 
devido ao conteúdo altamente infectado desse segmento. O tratamento é sempre 
cirúrgico, sendo o prognóstico pior quanto maior o tempo de perfuração. Devem-se 
sempre associar antibióticos de largo espectro ao tratamento cirúrgico. (CAHALANE, 
2017) 
 
Hemorrágico 
O Abdome Agudo Hemorrágico consiste em sangramentos intracavitários causando 
quadro de dor abdominal aguda. Suas principais causas são Gravidez Ectópica Rota e 
Rotura de Aneurisma da Aorta Abdominal. No entanto, sabe-se que as causas (forma 
geral) da hemorragia intra-abdominal são numerosas e incluem doenças as mais variadas, 
como o traumatismo abdominal, a ruptura de aneurisma da aorta ou de alguma artéria 
 
 
 
FAHESP – Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí 
IESVAP-INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO VALE DO PARNAÍBA LTDA. 
BR 343 – KM 16, Bairro Sabiazal, CEP 64.212-790, Parnaíba-PI 
CNPJ – 13.783.222/0001-70 www.iesvap.com.br 
 
visceral, as neoplasias malignas de vísceras sólidas, os processos inflamatórios erosivos 
(pancreatite e pseudocisto, por exemplo) e, nas mulheres, além dessas mencionadas, as 
afecções ginecológicas e obstétricas. (ARAUJO,2018) 
O quadro clínico consiste em dor abdominal súbita (principal sintoma cuja presença, 
intensidade e localização dependem da causa da hemorragia), de localização difusa, 
associada a sinais de choque hemorrágico. Inicialmente o paciente pode apresentar-se 
taquicárdico, com posterior evolução para hipotensão, sudorese fria, palidez e agitação. 
Ossinais de Cullen e Grey Turner podem estar presentes. Suspeita-se de Gestação 
Ectópica Rota em mulheres em idade fértil com atraso menstrual e de Rotura de 
Aneurisma de Aorta Abdominal em pacientes com massas abdominais pulsáteis 
(SCHAFASCHECK,2021) 
 
Vascular isquêmico 
O abdome agudo vascular ocorre por meio de uma redução súbita do fluxo sanguíneo 
em determinada parte ou em todo o intestino de tal intensidade que não seja possível 
manter sequer o metabolismo basal, havendo consequentemente morte celular e necrose. 
Das causas oclusivas podemos citar como mais frequentes a embolia (origem cardíaca, 
aórtica, tumoral ou por cristais de colesterol) e a trombose aguda (secundária 
geralmente à aterosclerose prévia) dos principais ramos arteriais viscerais. A causa 
predominante entre as não-oclusivas é secundaria à diminuição importante do débito 
cardíaco (importando menos a causa da descompensação que a magnitude da 
insuficiência cardíaca), que pode ou não ser acompanhada do espasmo dos vasos. 
Outras causas podem ser o choque de origem medular ou traumático, gastroenterites, 
hemoconcentração, pneumonia, placenta prévia e espasmo das artérias distais 
associado ao abuso de cocaína, intoxicação por Ergot ou o emprego de vasopressores 
durante o tratamento do choque. (DANI, 2011) 
A dor abdominal é o sintoma mais frequente e marcante. Apresenta-se praticamente 
em todos os casos, em maior ou menor grau. Classicamente, diz-se que após seis horas 
de dor (isquemia) o tecido intestinal torna-se inviável, não se recuperando após a 
revascularização. Vômitos, alteração nas características das fezes e distensão abdominal 
também são sintomas frequentes. A ausculta abdominal pode ser aumentada, nos casos 
de isquemia segmentar em que a porção acometida funciona como uma obstrução, ou 
diminuída, quando a extensão comprometida for muito extensa, não sendo assim de 
muito valor prático. O toque retal eventualmente traz como dado adicional sugestivo de 
necrose a presença de fezes com aspecto de “geleia de amoras”, consequência da 
necrose de regiões da mucosa intestinal. (DANI, 2011) 
 
Referências 
1. DANI, Renato; PASSOS, Maria do Carmo Friche; Gastroenterologia essencial I.- 
4. ed.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
2. ARAUJO JÚNIOR, Olavo Napoleão de Orientador; VASCONCELOS FILHO, 
Francisco Eugênio de. Abordagem inicial do abdome agudo cirúrgico. 2018. 
3. SCHAFASCHECK, Gustavo Silva et al. Avaliação da dor abdominal aguda no 
departamento de emergência. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 5, p. 
19350-19356,2021. 
4. CAHALANE, M. Overview of gastrointestinal tract perforation. UpToDate 
(Zugriff am 09.05. 2017), 2017. 
5. ZANIN, Eduardo Madalosso; BECKER, Rafaela; TONETO, Marcelo Garcia. 
Obstrução intestinal aguda. Acta méd.(Porto Alegre), p. [6]-[6], 2016. 
 
 
 
FAHESP – Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí 
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