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Litíase Urinária · Incidência de até 15% da população nos trópicos · Pico entre 20 e 40 anos · Homem 3x> mulheres · Obesidade é fator de risco isolado Cálculos mais comuns · 80 a 85% - Oxalato de cálcio · Esse tipo de cálculo é possível de ser visualizado no raio-x · Não é passível de tratamento clínico · 7 a 10% - Ácido úrico · Esse é um cálculo radiotransparente, ou seja, não aparece no raio-x (é o único); · Embora não apareça no raio-x, pode ser visualizado nos exames de tomografia e no ultrassom; · Quando puro, é o único passível de tratamento clínico (dissolvível com medicamento Alopurinol + Bicarbonato). · 5 a 10% - Estruvita (Fosfato amônio-magnesiano) · Pode também ser chamado de cálculo coraliforme; · Diz respeito a um cálculo infectado (é formado por desdobramentos bacterianos); · Esse cálculo, quando presente, ocupa todo o sistema pielocalicial (pelve, infundíbulo e cálices). · 5 a 10% - Fosfato de cálcio · 1 a 3% - Cistina Fatores Predisponentes · Desidratação · Infecção por bactérias desdobradoras da uréia (Proteus, Klebsiella, Pseudomonas, Staphylococcus) · Excesso de purinas na dieta: carnes defumadas e enchidos (bacon, chouriço, presunto) carne de porco, perú, carneiro, salmão, camarão, bacalhau e bebidas alcoólicas brancas. · Excesso de oxalato na dieta : chá preto, café, chocolate, amendoim, morango, uva, cítricos, aveia, espinafre, agrião. Cirurgia bariátrica. · Sedentarismo ou imobilização prolongada · Doenças hereditárias (acidose tubular renal, cistinúria, oxalúria) · Hipercalcemia (hiperparatireoidismo, uso de corticoides) Urina 24h Perfil Etiológico: · Formações eventuais de cálculos: · Maioria · Não possuem alterações metabólicas · Episódios de pedra esporádicos e espaçados · Formação constante de cálculos (pré-disposição) · Minoria · Apresentam alterações metabólicas – distúrbios de Cálcio, de ácido úrico, de oxalato, de citrato, sódio.. QUEM DEVE FAZER AVALIAÇÃO METABÓLICA? · Crianças; · Recidiva frequente (> 3 episódios); · Litíase múltipla e bilateral; · Cálculo coraliforme; · Portadores de rim único ou IRC Exames para a avaliação: · Exame de sangue: análise do PTH, cálcio, ácido úrico e creatinina; · Urina 24h: análise de cálcio, sódio, oxalato, citrato, ácido úrico, cistina e creatinina. Medidas Específicas Medidas Gerais · Aumentar a ingesta de líquidos (2-3 Litros/dia) · Sucos cítricos (especialmente laranja e limão) · Diminuir a ingesta de sódio · Diminuir a ingesta de proteínas animais · Exercícios físicos com moderação · Chance de recorrência em 10 anos: 26 a 50% QUADRO CLÍNICO 3 formas distintas, a depender da região onde o cálculo estiver instalado no ureter - região proximal, média ou distal do ureter: · 1º estreitamento do ureter - junção ureteropiélica (JUP); · 2º estreitamento do ureter - cruzamento do ureter com os vasos ilíacos; · 3º estreitamento do ureter - junção ureterovesical (JUV). A dor da lombalgia é arrastada, bilateral e associada a mobilização. A clínica, independentemente da posição do cálculo no ureter, será gerada em decorrência da obstrução da via, que interrompe a drenagem e urina para a bexiga, gerando assim um quadro de hidronefrose (dilatação das vias uriníferas por acúmulo de urina). - Os casos de hidronefrose geram dor no paciente 1. Pedir raio-x simples de abdômen: · A maioria dos cálculos são compostos de cálcio e, portanto, aparecem no raio-x; · Levar em consideração para visualização do cálculo: · Trajeto das vias urinárias; · A margem superior dos rins fica abaixo da última costela; · Os ureteres correm ao lado da coluna e se dirigem até a porção posterior da bexiga; descem até o perto púbis e não percorrem junto ao osso da bacia. 2. Ultrassom de rins e vias urinárias: · Na presença de clínica sugestiva, o ultrassom é solicitado caso não tenha sido possível de se visualizar o cálculo através do raio-x simples de abdômen; · Com o ultrassom, é possível de se identificar cálculos imperceptíveis ao raio-x. 3.Urotomografia (tomografia de abdômen e pelve): · É o melhor exame, porém não é solicitado para todos os pacientes, por ser caro; · Na presença de clínica sugestiva, é solicitado nos casos em que não foi possível de se visualizar o cálculo no ultrassom de rins e vias urinárias. Urina simples: · É importante para verificar na urina se há leucocitúria, hematúria e presença de bactérias. QUANDO INTERVIR? · Dor clinicamente intratável; · Infecção concomitante; · Baixa probabilidade de eliminação espontânea; · Obstrução significativa. MANEJO DE ACORDO COM O CÁLCULO Cálculos caliciais: · 40 a 70%, durante o seguimento apresentarão aumento do tamanho, dor ou necessidade de procedimento invasivo; · Cálculos assintomáticos, não obstrutivos, e menores do que 5 a 6mm podem ser acompanhados, não necessariamente tratados Cálculos coraliformes: · Evoluem com perda de função renal ou infecção com risco de vida, pois ocupa todos os cálices renais; · Tratar sempre, pois só a remoção completa do cálculo diminui a chance de recorrência. Cálculos de cálice inferior: · Baixa chance de o paciente ter eliminação espontânea; · Podem ser abordados por: · Até 2cm – LECO. O · Maior que 2cm – cirurgia percutânea; · Entre 1 e 2cm – percutânea, LECO ou ureteroscopia flexível com laser (quebrar a pedra) TRATAMENTO Depende do quadro clínico do paciente, visto que o limitante para tratamento muitas vezes será a dor por ele sentida. Tratamento da crise aguda: 1. Primeira linha: · Anti-inflamatório: Profenid®, Diclofenaco, Coxibes, etc.; · Antiespasmódico: Buscopan®; · Analgésico: Dipirona EV, Tylenol. OBS: o buscopan composto já é antiespasmódico e o analgésico, enquanto que o simples é apenas antiespasmódico. 2. Segunda linha: · Opióides: Tramadol, Tramal®. - quando a dor do paciente permanece mesmo com o tratamento de primeira linha. Terapia Expulsiva - em casos de cálculos distais · Alfa-bloqueadores: Tamsulosina – relaxa a parede do ureter distal e ajuda a pedra a sair mais facilmente; · Bloqueador de canal de cálcio: Nifedipina, Adalat; · São dois fatores preditivos para eliminação espontânea dos cálculos ureterais: posição e tamanho Abordagem Invasiva (cirurgia) Ureteroscopia: · Para cálculos de até 1,5cm; · O cateter que entra pela uretra, passa pela bexiga e chega ao ureter. · No ureter, a pedra é quebrada e os pedaços são retirados aos poucos com uma cestinha chamada basket. · Uretero flexível é utilizado para cálculos altos; · Uretero semi-rígida para cálculos baixos. LECO (litotrispsia extracorpórea): · Esse procedimento é realizado nos casos em que o cálculo se encontra localizado no rim ou no ureter proximal (alto); · Essa máquina “quebra a cálculo” dando “pulsos de ultrassom” nas costas do paciente, para que ela fique menor e seja expelida sozinho; · Pode ser utilizado para pedras de até 1,5 ou 2cm. Percutânea: · Utilizado para os cálculos maiores que 1,5 cm (ex.: pedras maiores); · O paciente fica em decúbito ventral. Com uma agulha, perfura-se o rim, passa-se um fio e dilatadores, até que entre o amplax. · Por dentro do amplax, entra uma câmera e o instrumento que será capaz de quebrar os cálculos, para que assim os fragmentos possam ser removidos.
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