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Farmacologia - Uso Racional de Medicamentos

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farmacologia – uso racional de medicamentos
impactos
Intoxicação, eventos adversos, agravamento do estado de saúde, aparecimento de novas doenças, interações medicamentosas, aumento da resistência bacteriana, aumento do tempo de internação, dependência ao medicamento e óbitos.
fatores que contribuem
Automedicação, uso excessivo de medicamentos (“polifarmácia”), uso inadequado de antimicrobianos (doses inadequadas, uso em infecções não bacterianas), erros na prescrição, prescrição não baseada nas diretrizes clínicas (fontes baseadas em evidências e sem conflitos de interesse), medicamentos prescritos sem considerar os medicamentos que o paciente já utiliza, não adesão correta a regimes posológicos e acessibilidade aos serviços de saúde.
Obs.: nem toda automedicação é irracional, mas é preciso que o usuário obtenha informações para fazer as escolhas adequadas. Segundo a OMS, a automedicação orientada é uma forma de autocuidado à saúde.
Uso racional de medicamentos: é a atitude que garante ao paciente receber medicamentos apropriados à sua condição clínica, nas doses adequadas capazes de gerar efeitos farmacológicos eficazes, boa tolerabilidade e segurança com mínimos efeitos tóxicos, pelo tempo necessário e ao menor custo possível.
Benefícios para o usuário: maior garantia do benefício terapêutico (uso de fármacos eficazes e seguros), redução dos riscos, evita custos desnecessários, contribuindo para a integralidade do cuidado à saúde.
Benefícios institucionais: melhoria do padrão de atendimento, maior resolubilidade e significativa redução de gastos.
Condutas racionais acarretam consequências positivas sobre mortalidade, morbidade e qualidade de vida da população.
comitê nacional para a promoção do uso racional de medicamentos
ANVISA, OPAS, CNS, CFF (Conselho de Farmácia), CFO (Odonto), CFM (Medicina), MEC, IDEC (Defesa do Consumidor) etc.
por que é tão difícil promover o uso racional de medicamentos?
Pode ocorrer em qualquer etapa do processo de medicação, ou seja, na prescrição, transcrição e documentação, dispensação, preparo, administração ou durante a monitorização de reações adversas.
Aproximadamente três quartos dos incidentes estão relacionados à prescrição (49%) e à administração (26%). Por meio de estratégias simples e de baixo custo, é possível promover o URM.
Etapas do URM: prescrição, verificação, preparação, administração e monitoramento. Todas elas podem ser passíveis de erro. No entanto, o URM “nasce” antes do medicamento, ou seja, devemos orientar as prioridades para pesquisa, desenvolvimento e inovação para novos medicamentos, novas apresentações farmacêuticas (doses, formas, posológica, mecanismos para administração) ou novos processo que possam ser mais efetivos. Com isso, o URM deve ser disseminado na etapa de desenvolvimento de um novo fármaco.
erros na administracao do medicamento
Em relação aos erros de administração em domicílio, estudos brasileiros revelaram que os idosos são mais vulneráveis devido à dificuldade em identificar os medicamentos (medicamentos semelhantes entre si e letra pequena nas embalagens) e devido ao esquecimento.
estágios do desenvolvimento de um novo fármaco
Primeira etapa: descoberta ou síntese de um novo medicamento com potencial uso.
Processo de descoberta: modificação de moléculas conhecidas, identificação e isolamento de moléculas à partir de plantas ou microrganismos, desenvolvimento a partir do entendimento dos mecanismos biológicos e estruturas químicas.
Farmacoeconomia: avaliar investimento levando em conta o panorama da saúde, além da política e economia de mercado.
Objetivo: encontrar o tratamento mais eficiente ao menor custo, valorizando os resultados para o paciente e diminuindo os custos para a sociedade.
estágios do desenvolvimento de um novo fármaco
farmacovigilância
Objetivo: obtenção de informações de segurança e eficácia do medicamento na prática cotidiana (fase 4). Identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos comercializados no mercado brasileiro. Garantir que os benefícios relacionados ao uso desses produtos sejam maiores que os riscos por eles causados.
A ANVISA é o órgão que promove a farmacovigilância.
talidomida
1957: hipnótico e sedativo recomendado durante a gravidez. Por isso, foi aprovada, mas os testes de toxicidade foram realizados em ratos resistentes à teratogenicidade da talidomida (ratos possuíam maiores níveis de glutationa -> destruição dos superóxidos induzidos pela talidomida).
1961: primeira suspeita de que a talidomida está envolvida à teratogênese (má-formação fetal).
momento da prescrição
Ela deve ser elaborada de modo a promover o uso racional de medicamentos. Antes da prescrição: esse paciente realmente precisa de medicamentos?
Conjunto de estratégias que o prescritor pode promover o URM: estabelecer diagnostico conclusivo, escolher a terapia medicamentosa adequada baseado em evidências cientificas, determinar a posologia adequada de acordo com o paciente, minimizar as interações farmacológicas, realizar uma prescrição racional, interação com demais profissionais da saúde, minimizar a probabilidade de reações adversas de acordo com o paciente etc.
prescrição racional
É uma ordem médica para preparar ou realizar um tratamento específico para determinado paciente. É um documento com valor legal, fruto de anamnese cuidadosa, um exame físico rigoroso e uma hipótese diagnostica embasada.
Etapas racionais no momento da prescrição: estabelecer um diagnostico especifico, mesmo que presuntivo (o provável), considerar a fisiopatologia do diagnostico estabelecido, selecionar um objetivo terapêutico e um fármaco de escolha, determinar o esquema posológico apropriado, elaborar um plano para a monitorização da ação do fármaco (explicar os efeitos esperados e como serão monitorados) e determinar um parâmetro de avaliação final para a terapia e, por fim, planejar um programa de educação do paciente (repetir, estender e reforçar as informações transmitidas ao paciente).
elementos da prescrição
Pode ser feita a mão, impressa ou eletrônica. 
Principais problemas: incapacidade de entendimento de grafia e abreviatura de palavras.
Fontes fidedignas para obter informações sobre medicamentos: o prescritor deve se basear em fontes confiáveis e imparciais para embasar suas práticas de prescrição. Deve observar eficácia e eficiência terapêutica para cada grupo de pacientes e indicações de uso pretendidas. A OMS possui listas de medicamentos e diagnósticos essenciais.
medicamentos genéricos
Medicamentos de menor preço, uma vez que o medicamento genérico deve ser, no mínimo, 35% mais barato do que o medicamento de referência.
Devem contribuir para o aumento do acesso aos medicamentos de qualidade, seguros e eficazes.
prescrição para condições especiais
Pediátricos, idosos, gravidas, lactantes, obesos, insuficiência cardíaca, hipertensos, diabéticos, insuficiência renal, imunodeprimidos e fatores genéticos.
Obs.: a farmacogenômica é o ramo da farmacologia que estuda como a variabilidade genética altera a forma com a qual cada individuo responde a um medicamento.
pacientes grávidas
A maioria dos fármacos administrados a mulheres gravidas tem a capacidade de atravessar a placenta, dependendo do tamanho da molécula. A placenta desempenha um local de metabolismo (geração de metabolitos tóxicos). Aleitamento.
Princípios para a utilização de medicamentos durante a gestação, quando necessário: escolha cautelosa e adequada do fármaco (análise de risco/benefício criteriosa), utilização de fármacos com perfil de segurança já estabelecido, evitar fármacos que não foram ainda amplamente utilizados em gestantes, fármacos devem ser administrados na menor dose efetiva e pelo menor período possível e deve-se evitar a utilização de fármacos, sempre que possível, principalmente no primeiro trimestre.
pacientes infantis
O prescritor deve sempre ter em mente que crianças não são pequenos adultos. Muitos fármacos utilizados em pediatria são utilizados “off label”: utilização clínica de fármacoscom indicações diferentes em relação a dosagem, frequência, via de administração e grupo etário.
Alteração da composição corporal -> alteração da distribuição, metabolização diferenciada, taxa de filtração glomerular menor, utilizar a dose pediátrica descrita nas diretrizes clínicas, geralmente são avessas a formas farmacêuticas e posologias incomodas e recomendações e estratégias especificas para crianças. 
pacientes idosos
Diminuição geral da capacidade metabólica, da função renal, na resposta imune, da massa muscular...
Geralmente, possuem múltiplas doenças, que podem gerar interações medicamentosas e, com isso, deve-se planejar esquemas “integrados”.
Atenção ao consumo de medicamentos sem prescrição e ao custo da prescrição, educação deficiente, dificuldades de expressão e demência.
toxicidade relacionada a medicamentos adquiridos sem prescrição médica
Uso inadequado e crônico de alguns antiácidos pode causar constipação e hipofosfatemia. O abuso de laxativos pode resultar em cólicas abdominais e distúrbios hidroeletrolíticos. O uso de simpaticomiméticos ou de cafeína podem provocar insônia, nervosismo e agitação. A ingestão aguda de grandes quantidades de aspirina pode provocar toxicidade grave.
Por isso, destaca-se a importância do papel da equipe multidisciplinar (profissionais de diferentes áreas do conhecimento que se complementam, a fim de possibilitar maior abrangência na discussão do problema e criar melhores alternativas de soluções).
a importÂncia do urm em tempos de pandemia
O uso indiscriminado de medicamentos pode levar a um risco em saúde pública, gerar desabastecimento no mercado e prejudicar o tratamento de pacientes que já fazem uso, podendo agravar seu quadro clínico.
a promoção do URM e uma boa prescrição médica não se resuma apenas à ausência de erros, mas na necessidade do médico olhar o paciente como um todo no momento de realizar a prescrição. As condições sociais, econômicas e cognitivas do paciente, dos acompanhantes e cuidadores podem influenciar na adesão e no uso adequado do tratamento prescrito.

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