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CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
 
 
 
APOSTILA 
MÓDULO III 
2.º BIMESTRE 
 
 
 
 
 
 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
SUMÁRIO 
Agrostologia-----------------------------------------------------------------------02 
Bovinocultura III------------------------------------------------------------------11 
Irrigação e Drenagem ------------------------------------------------------------25 
Olericultura ------------------------------------------------------------------------34 
Piscicultura ------------------------------------------------------------------------44 
Topografia -------------------------------------------------------------------------50 
Culturas Anuais III ---------------------------------------------------------------56 
Referências bibliográficas--------------------------------------------------------64
2 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
3 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
Introdução 
O aumento populacional mundial e a inserção de novos contingentes no mercado consumidor 
tem gerado crescente demanda mundial por matérias-primas, alimentos, fibras e agroenergia e 
consequentemente forte pressão sobre os preços desses produtos, em especial dos alimentos, podendo 
colocar em risco a estabilidade econômica mundial, com o retorno da inflação e ameaça de 
desabastecimento. 
O aumento da oferta desses produtos pode se dar por meio do crescimento da área cultivada e 
do aumento da produtividade. Porém, a sociedade tem pressionado para que o aumento da área 
cultivada não se dê através dos desmatamentos, especialmente em biomas frágeis e/ou estratégicos 
como a Amazônia e o Cerrado brasileiro. 
Então parece mais sensato recuperar a capacidade produtiva das áreas antropizadas e 
degradadas e intensificar a produção nas áreas cultivadas. 
O Brasil possui cerca de 110 milhões de hectares são de pastagens cultivadas onde cerca de 
70% apresentam algum grau de degradação, com baixa capacidade produtiva de forragens e 
consequentemente baixa produção de carne e/ou leite e elevado índice de perda de solo e água 
(erosão), com reflexos negativos na economia e no meio ambiente. 
Estas áreas podem ser recuperadas com a adoção da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
(ILPF), que consiste na implantação de diferentes sistemas produtivos de grãos, fibras, carne, leite, 
agroenergia e outros, na mesma área, em plantio consorciado, sequencial ou rotacionado, 
aproveitando as sinergias existentes entre eles. 
A ILPF, aliada a práticas conservacionistas como o Sistema Plantio Direto (SPD) é uma 
alternativa econômica e sustentável para recuperar áreas de pastagens degradadas. Estudos técnico-
científicos e experiências de produtores mostram que a implantação da ILPF resulta em importantes 
benefícios econômicos, ambientais e sociais. 
Na ILPF estabelece-se o cultivo da espécie florestal com espaçamento ampliado entrelinhas, 
possibilitando a implantação de uma cultura de interesse comercial na região como soja, milho, 
feijão, sorgo, girassol, mandioca etc., nas entrelinhas por dois a três anos. Em seguida implanta a 
cultura forrageira consorciada com o milho ou com o sorgo, sistema este 2 denominado Santa Fé 
desenvolvido pela Embrapa. Após colher a cultura de grãos terá o pasto formado nas entrelinhas da 
floresta cultivada, permitindo a implantação da atividade de pecuária e a sua exploração até o corte 
da madeira. 
Nesse sistema ILPF (também conhecido como Sistema Agroflorestal) as receitas das lavouras 
e da pecuária pagarão as despesas de implantação da floresta e, então o produtor terá uma poupança 
verde, capaz de lhe proporcionar uma renda líquida de aproximadamente R$ 30 mil/ha ao longo de 9 
a 10 anos, sem considerar a receita com a venda de créditos de carbono. 
A Fazenda Bom Sucesso pertencente 
ao Grupo Votorantim Metais Unidade Aço 
Forestal, localizada no município de 
Vazante, região Noroeste de Minas Gerais, 
adotou este sistema há cerca de 15 anos, 
combinando os cultivos agrícolas, arbóreos, 
pastagens e criação de animais, de forma 
simultânea. 
Eles implantaram a cultura do 
eucalipto com espaçamentos (10 x 4 m) 
maiores que o tradicional (3 x 2 m), fazendo 
a correção total da área (calagem e 
fosfatagem). Nas entrelinhas do eucalipto, no 
primeiro ano eles implantaram a cultura do 
arroz, seguindo as recomendações técnicas 
4 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
para o seu cultivo na região. No segundo ano eles implantaram a cultura da soja e no terceiro ano o 
capim, colocando os animais na área quando a pastagem está completamente formada e pronta para o 
pastejo, utilizando a cerca elétrica, conforme demonstrado nas figuras abaixo. 
 
 
 
Com a receita das lavouras de arroz e soja e da pecuária eles conseguem cobrir todos os 
custos de implantação da floresta de eucaliptos. O animal é um componente muito importante no 
sistema, pois ele gera receitas anuais ou bianuais melhorando muito o fluxo de caixa e a atratividade 
do negócio. 
As culturas agrícolas também melhoram o fluxo de caixa com entradas e saídas a curto prazo, 
contribuem com o preparo do solo e melhoram as condições químicas com suas adubações e resíduos 
orgânicos. 
O menor número de árvores/ha (250 ou 350) e a menor competição entre as plantas 
proporcionam ganho mais rápido em diâmetro. Desta forma já aos 8 anos podemos colher postes para 
eletrificação e aos 12 anos toras acima de 30 cm de diâmetro para serraria. Estes produtos têm maior 
valor agregado que podem chegar a até 6 vezes o da madeira para energia (carvão). Este valor 
agregado somado às receitas com as das lavouras e da pecuária compensam com sobra o volume 
maior de madeira energética produzido no sistema convencional (3 x 2 m). 
Produtividade média do eucalipto no noroeste de Minas: 
- No sistema convencional – lenha, escoramento, estacas – 35 m³/ha/ano. 
- No SAF – toras, postes, postinhos p/ construção civil, lenha, estacas etc. – 25 m³/ha/ano. 
No SAF ou ILPF as árvores proporcionam uma melhoria climática no ambiente da pastagem, 
o capim permanece verde e palatável por mais tempo, inclusive na época de seca. Os animais têm 
mais conforto em relação à pastagem aberta e ficam menos estressados. Desta forma, o gado neste 
ambiente mais ameno responde com maior produtividade de carne ou leite. 
As pesquisas das universidades e centros de estudos correlatos, concluíram que o eucalipto 
consome tanto ou menos água que qualquer outra espécie arbórea, contudo nenhuma delas cresce e 
5 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
produz madeira rapidamente igual a ele. Então o mito de que o eucalipto seca a terra não é verdade. E 
quase tudo que o eucalipto retira do solo é devolvido em forma de matéria orgânica (galhos, folhas, 
casca etc.). Portanto, se bem manejado, o eucalipto não esgota o solo. 
Na tabela abaixo são apresentados os custos e as receitas das diversas atividades, 
demonstrando que a receita líquida média anual é de R$ 1.005,43 por ha, sem considerar a possível 
receita com os serviços ambientais (créditos de carbono) gerados pela floresta de eucalipto. 
 
Custos de implantação do eucalipto – 1ºano (saídas) (2.800,00) 
Custos de manutenção do eucalipto – 6anos (saídas) (1.400,00) 
Custos e receitas c/lavouras considerados nulos (saídas=entradas) 0,00 
Custos c/o gado – compra/pastagem/manejo – 5 anos (saídas) (3.575,00) 
Total dos custos – 7anos (saídas) (7.775,00) 
Receita com os animais – 5 anos (entradas) 5.363,00 
Receitas com amadeira p/energia – 7anos (entradas) 9.450,00 
Total das receitas – 7anos (entradas) 14.813,00 
Resultado líquido médio/ha/ano (saldo positivo) 1.005,43 
Fonte: Votorantim Siderurgia Unidade Florestal – Fazenda Bom Sucesso, Vazante-MG (2009). 
 
Visando a ampla adoção da ILPF,o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
(MAPA), criou um programa de incentivo para a sua utilização, o Programa ILPF. O MAPA também 
criou uma linha de crédito específica no Plano Safra 2009/10 (PRODUSA) para financiar a 
implantação da ILPF, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES). 
Os recursos são de R$ 1,5 bilhão, onde cada produtor pode financiar até R$ 400 mil para 
implantar a ILPF (acrescido de 15% se tiver Reserva Legal Averbada) e são destinados a 
investimentos em infraestrutura, formação de pastagens, recuperação do solo, aquisição de animais e 
equipamentos e outros itens necessários a ILPF. As taxas de juros são de 5,75% ao ano, para projetos 
em áreas degradadas e de 6,75% ao ano para outras situações. 
O financiamento poderá ser pago em até 5 anos, com até 2 anos de carência, quando se tratar 
somente de correção de solo, e em até 8 anos, com até 3 anos de carência, para projetos que 
envolvam investimentos em solos, equipamentos, benfeitorias etc., e em até 12 anos, com até 3 anos 
de carência, quando o componente silvicultura (floresta) estiver integrado ao projeto. Os recursos 
financeiros estão disponíveis nas agências bancárias para os produtores que apresentarem projeto 
técnico contemplando a adoção da ILPF em suas propriedades. 
Os resultados obtidos com a ILPF apontam que ela é uma alternativa economicamente viável, 
ambientalmente correta e socialmente justa para o aumento da produção de alimentos seguros, fibras 
e agroenergia, possibilitando a diversificação de atividades na propriedade, a redução dos riscos 
climáticos e de mercado, a melhoria da renda e da qualidade de vida no campo, contribuindo para a 
mitigação do desmatamento, para a redução da erosão, para a diminuição da emissão de gases de 
efeito estufa e para o seqüestro de carbono, enfim, possibilitando a produção sustentável e 
proporcionando um mundo melhor para as próximas gerações. 
Ronaldo Trecenti Engenheiro Agrônomo, M.Sc. 
Especialista em Sistema Plantio Direto e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
Coordenador Técnico do Projeto Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
Campo Consultoria e Agronegócios Ltda - Telefone: (61) 3447-9752/9978-4558 
E-mails: trecenti@campo.com.br ou ronaldotrecenti@hotmail.com 
 
ATIVIDADES 
01 - Os sistemas de integração envolvem a produção de grãos, fibras, madeira, energia, leite ou carne 
na mesma área, em plantios em rotação, consorciação e/ou sucessão. O sistema funciona basicamente 
com o plantio, durante o verão, de culturas agrícolas anuais (arroz, feijão, milho, soja ou sorgo) e de 
mailto:ronaldotrecenti@hotmail.com
6 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
árvores, associado a espécies forrageiras (braquiária ou panicum). Descreva de forma simples como 
funciona o Sistema de Integração Lavoura Pecuária. 
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02 - Há várias possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal, 
considerando espaço e tempo disponível, resultando em diferentes sistemas integrados, como 
lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária (ILP), silvipastoril (SSP) ou agroflorestais (SAF). 
Quais são os benefícios do ILPF? 
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_________________________________________________________________________________________ 
 
Taxa de lotação 
Para começar a nossa conversa, vamos definir dois termos muito utilizados na pecuária de 
corte, mais especificamente quando falamos em sistemas de produção de bovinos a pasto: taxa de 
lotação e capacidade de suporte da pastagem. 
 A taxa de lotação pode ser definida pelo número de animais – ou unidades animais (1 UA= 
450 kg PV) –, dividido pela a área pastejada. Por exemplo: se tivermos uma área de 50 hectares, com 
300 cabeças, a taxa de lotação será de 6 cabeças por hectare. Já a capacidade de suporte é definida 
como: a máxima taxa de lotação que uma determinada área aguentaria, sem comprometer o 
desempenho dos animais em um determinado período de tempo, respeitando o ecossistema pastoril. 
 Nesse sentido, a capacidade 
de suporte pode variar ao longo do 
ano, em função das mudanças 
climáticas – precipitação, 
temperatura, horas de luz –, tipo do 
solo, espécie forrageira e nível de 
adubação. 
 Na realidade brasileira, é 
muito comum observarmos cenários 
em que a taxa de lotação está acima 
ou abaixo da capacidade de suporte 
da pastagem, o que pode resultar em 
problemas de sub-pastejo ou super 
pastejo. 
No caso do sub-pastejo, a taxa 
de lotação está abaixo da capacidade 
de suporte do pasto (menos animais 
por área), permitindo que o animal selecione as partes mais nutritivas das plantas e apresente maior 
consumo, o que resulta em maior ganho individual e menor ganho por área (Figura 1: Adaptado de 
Mott, 1960). Nesse caso, o acúmulo e o excesso de forragem pode comprometer a estrutura do pasto, 
resultando em desperdício. 
7 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Por outro lado, no super pastejo, a taxa de lotação é mais alta do que a capacidade de suporte, 
assim, como a “pressão de pastejo” é maior, o animal não consegue selecionar as melhores partes da 
planta e gasta mais tempo para pastejar – o que reflete na redução do consumo –, comprometendo o 
desempenho individual dos animais. Precisamos tomar muito cuidado ao explorar o ganho por área a 
partir do aumento da taxa de lotação, uma vez que, a partir de certo ponto, o consumo de forragem 
pelo animal é comprometido de tal forma que faz com que o ganho por animal e por área caiam. 
 O ajuste da carga animal – taxa de lotação – a ser trabalhada é uma importante ferramenta 
para o manejo da pastagem. Quando pensamos nesse fato, devemos ter em mente que estamos 
buscando potencializar o ganho de peso de cada animal, explorando também o máximo ganho por 
área (faixa ótima de pastejo). 
Considerações a serem utilizadas: 
Taxa de lotação = UA/há 
• 1 U.A (unidade animal) = 450 kg de PV 
• Peso Vivo= (PV = P@ x 15/RC) 
Cálculo do número de piquetes (subdivisão) 
• Aplica-se a formula N = (Pd/Po) +1, onde N é o número de piquetes, Pd é o período de descanso e 
Po é o período de ocupação. 
 
ATIVIDADES 
01 – Em uma propriedade com 24 vacas, pesando em média, 400 kg cada, 1 touro com 600 kg, 
quantos piquetes serão necessários e qual a área de cada um, sabendo que esses animais vão ficar 
alojados por 7 dias e descansando por 35 dias. Obs.: taxa de lotação: 2 UA/há 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
02 – Calcule a taxa de lotação de: (PV = P@ x 15/RC) 
a) ( ) 185 novilhas, pesando 11@ cada, em 15 ha; 
b) ( ) 210 garrotes de 13@ cada, em 28 alqueires; 
c) ( ) 45 vacas leiteiras em 8 alqueires, pesando 540 kg cada; 
d) ( ) 08 vacas cruzadas em 12 alqueires, pesando 420 kg cada. 
 
03 – Assinalea resposta correta: (PV = P@ x 15/RC), (P@ = PV x RC/15) 
a) ( ) 135 novilhas, pesando 11@ cada equivale a 22275 kg de peso vivo; 
b) ( ) 210 garrotes de 14@ cada equivale a 88,200 kg de peso vivo; 
c) ( ) 135 novilhas, pesando 15@ cada equivale a 30375 kg de carcaça; 
d) ( ) 12 novilhas, pesando 12@ cada equivale a 21600 kg de carcaça; 
e) ( ) 55 bois pesando 17@ cada equivale a 14025 kg de peso vivo. 
 
AQUISIÇÃO DAS SEMENTES 
 A aquisição das sementes deve ser feita até o mês de agosto, pois o preço/kg é mais baixo. O 
uso de sementes de baixa qualidade é causa frequente de insucesso no estabelecimento da pastagem. 
 A semente de má qualidade vem com excesso de resíduos vegetais, com excesso de terra, com 
sementes de outras forrageiras, com sementes de plantas invasoras e com ovos de pragas das 
pastagens, como cigarrinhas e gafanhotos. 
 Além da qualidade em teor de pureza e germinação, as sementes de forrageiras podem conter 
impurezas como sementes de plantas daninhas de difícil controle que podem ser introduzidas na área. 
 A qualidade dessas sementes é verificada através da análise de pureza, germinação, 
viabilidade e presença de ervas daninhas, em laboratórios credenciados e especializados em 
forrageiras, pois uma das principais características dessas sementes é a sua dormência. 
8 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 Dormência é um mecanismo de defesa que algumas espécies vegetais apresentam, visando a 
sua sobrevivência. Isto significa que, mesmo em çondições ideais de temperatura, umidade e luz, 
estas sementes não germinam. Oliveira (1996) citou que a qualidade da semente pode ser avaliada 
através de três atributos. O atributo genético da semente (semente geneticamente pura), o atributo 
físico (análise de pureza) e o atributo fisiológico (análise de germinação e o vigor da germinação). 
 Por isso, antes de adquirir as sementes, o pecuarista deve tomar conhecimento de todas essas 
características. Um dos itens mais importantes e mais utilizados no mercado é saber qual o Valor 
Cultural (VC) das sementes, pois serve como indicativo de qualidade. Este VC é determinado pelos 
atributos físicos (pureza) e fisiológicos (germinação) ao mesmo tempo. Quanto maior o VC, melhor a 
qualidade das sementes e consequentemente menor será a quantidade necessária no plantio. 
 
 
 Segundo Oliveira (1996), “o VC é o percentual de sementes da espécie, ou cultivar desejada, 
contido no lote de sementes, com possibilidades de germinação e de estabelecer plantas normais em 
condições de campo”. Assim, numa determinada partilha de sementes com VC = 24% significa que 
em 10 kg de sementes apenas 2,4 kg são de sementes puras e germináveis. Os restantes 76% (7,6 kg) 
representam’ matérias inertes, sementes de outras espécies e outros cultivares, de plantas invasoras e 
de sementes não viáveis. 
 O setor sementeiro, incluindo o de forrageira, encontra- se em uma fase de transição por conta 
da “Lei de Sementes” (Lei 10.711 de 05/08/03) que regulamenta todo o setor, desde a sua produção 
até a sua comercialização. 
 Com essa legislação, vários itens serão alterados e, principalmente, os consumidores de 
sementes de forrageiras, acostumados a comprar sementes com baixa porcentagem de pureza, terão 
de se adequarem a ela. Atualmente, o padrão mínimo de pureza para as sementes de forrageiras é de 
40% (significa que, em 1 kg, teremos somente 400 g de sementes puras). A validade das sementes 
vence em 10 meses após a análise do VC. 
 Outro aspecto importante para a manutenção da qualidade das sementes é o cuidado com o 
seu armazenamento. Seguir as seguintes instruções: 
• Evitar o armazenamento de sementes de um ano para o outro; 
• Armazenar em locais com baixa umidade; 
• Não encostar os sacos nas paredes; 
• Empilhar os sacos de sementes sobre uma madeira para evitar o contato com o chão; 
• Nunca armazenar em sacos plásticos; e 
• Empilhar os sacos de forma cruzada para ventilação por entre as pilhas de sacaria. 
O produtor deve adquirir as sementes pelo preço por VC e não pelo preço por quilo. 
 Imaginem que existem no mercado duas partilhas de sementes, uma custando US$ 1,0/kg com 
VC 10,0%, e outra custando US$ 2,5/kg com 30% de VC. Admitindo uma taxa de semeadura de 1,6 
kg/ha de sementes puras viáveis (VC = 100%), vamos precisar de 16 kg/ha de sementes VC = 10% a 
um custo de US$ 16,0/ha. Enquanto que para semente com VC = 30% precisaremos de apenas 5,3 
kg/ha, a um custo de US$ 13,25/ha. Só aí já dá um custo/ha de US$ 2,75 a menos, fora a maior 
economia com o frete para transportar uma menor quantidade de sementes. 
 As sementes de forrageiras são diferentes de todas as outras sementes existentes no mercado, 
não somente pelos padrões de pureza, mas se inicia com a colheita que é realizada no solo, porque a 
maturação das sementes é desuniforme e estas se soltam da espiga quando maduras. Por isso, a forma 
como as sementes foram colhidas também influencia no VC. 
 Segundo Zimmer et aI. (1994), sementes de Brachiaria spp. colhidas no “cacho” têm um VC, 
variando de 32 a 45% e, quando colhidas no chão, o VC aumenta para 48 a 64%. As sementes 
9 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
colhidas no chão, embora venham com mais impurezas, tem um maior VC, devido à maior 
porcentagem de germinação destas sementes, que completaram o seu ciclo de vida. 
 
Determinação da quantidade de sementes para o plantio 
 O cálculo da quantidade necessária de sementes no plantio é feito com base no VC. Para isso, 
temos de conhecer as condições de plantio: preparo de solo, calagem, adubação, controle de ervas 
daninhas, presença de insetos, equipamento de plantio, condições climáticas etc. 
 O modo de plantio é importante, uma vez que uma forma de plantio utiliza maior ou menor 
quantidade de sementes que a outra forma. Em um plantio a lanço, a quantidade de sementes é maior 
que no plantio em linha. 
 A quantidade de semente é calculada, seguindo a fórmula abaixo: 
 
 
Os quadros de FATORES são indicados abaixo: 
Quadro: Fatores para a Brachiaria sp. 
 TIPOS DE PLANTIO \ FATORES 
Condições de plantio Linha/manual A lanço Aereo 
Ideais 160 200 300 
Medianas 180 220 330 
Adversas 200 240 360 
 
Quadro Fatores para a Panicum maximum 
 TIPOS DE PLANTIO \ FATORES 
Condições de plantio Linha/manual A lanço Aereo 
Ideais 160 200 300 
Medianas 180 220 330 
Adversas 200 240 360 
 
Exemplo: sementes de Brachiaria brizantha CV. marandu VC 76%, plantio em linha, em condições 
medianas de plantio. 
 
ATIVIDADES 
01- A que se refere valor cultural? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
02- Caracterize as sementes de má qualidade: 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
03 – Discorra sobre o armazenamento correto das sementes: 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO TÉCNICO EM 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Manejo Sanitário 
 O manejo sanitário correto deve iniciar com atenção para as anotações das ocorrências dentro 
do rebanho. Somente com os dados passados é que podemos analisar e tomar iniciativas para 
suprimir ou implementar medidas que possam auxiliar o manejo sanitário do rebanho. Sem estas 
informações, não podemos melhorar os índices zootécnicos dos animais. 
Para melhor visualizar o texto, os itens ficarão subdivididos da seguinte forma: 
 Vacas gestantes 
 Parto 
 Colostro 
 Corte e cura de umbigo 
 Forma de ordenha 
 Diarreias 
 Micoses 
 Tristeza parasitária 
 Verminose 
 Vacinação 
 Controle de carrapatos 
 Controle de mamite 
 Cascos 
Vacas gestantes 
 Como ponto de partida, uma vaca gestante nos dois últimos meses de gestação deve encerrar 
a lactação, isto é, deve-se fazer com que ela interrompa a produção de leite para que a glândula 
mamária possa descansar, preparar-se para próxima lactação e produzir um colostro de boa 
qualidade. Se for uma novilha, esta preparação vem naturalmente, já que ela nunca pariu. 
 Em torno de vinte a trinta dias antes do parto, este animal deve ser levado para a maternidade, 
a qual deve ser de preferência um pasto próximo ao curral, facilitando a observação diária. No caso 
de confinamento total, deverão ir para uma baia-maternidade. O fato de ter uma maternidade vai 
facilitar alguma interferência que for necessária no decorrer do parto. Por observação na 
maternidade, conclui-se que, em rebanhos nos quais se faz a observação no parto, os problemas são 
resolvidos de forma mais rápida e com maior sucesso e menor índice de natimortos. 
 Neste período a fêmea deve receber a mesma dieta que irá receber após o parto, com restrição 
do sal mineral. É muito importante que neste período isto ocorra, pois permite que os 
microorganismos do rúmen se adaptem à dieta que vai ser ingerida durante a lactação. 
 É bom lembrar que neste período final de gestação o animal sofre as maiores transformações. 
Geralmente ficam mais pesados, o que dificulta a locomoção e reduz a capacidade de competição 
exigindo, portanto, maiores cuidados. 
Parto 
 No parto o animal perde em média 80 kilos de peso entre o feto, líquidos fetais e as 
membranas que envolvem o próprio feto. Isto acarreta uma mudança muito brusca que ocorre em 
poucas horas, levando a um certo desconforto para o animal. É um momento de muito estresse 
quando pode aparecer inúmeros problemas para os quais devemos ficar atentos. 
 Devemos interferir o mínimo no parto. Os partos-problemas, isto é, aqueles chamados 
distócicos, ocorrem com pouca frequência e, neste caso, a interferência humana deve causar o 
mínimo de danos possível, tanto à vaca quanto ao bezerro. Contudo, uma pequena ajuda para evitar 
complicações não fará mal algum. Os casos mais graves, porém, devem contar com 
acompanhamento ou supervisão de um médico-veterinário. É comum pessoas sem treinamento 
adequado intevir de forma inadequada e acabar causando mais problemas, e, quando chegam a 
chamar o veterinário, a chance de resolver o problema já diminuiu drasticamente. A decisão de 
chamar o veterinário deve ser tomada o quanto antes. 
 
 
13 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Colostro 
 Após o nascimento, o bezerro deve permanecer junto à mãe por pelo menos 24 horas. 
Sabemos que o bezerro junto à mãe, mama de 12 a 15 vezes ao dia. Estas mamadas permitem que o 
colostro passe muitas vezes pelo aparelho digestivo, aumentando a superfície de contato do colostro 
com a parede intestinal, favorecendo, assim a absorção de imunoglobulinas (anticorpos). Por outro 
lado, podemos fornecer o colostro de forma artificial, oferecendo dois litros, duas vezes por dia, com 
intervalo próximo de 12 horas. O importante é que o bezerro beba em torno de 10% do seu peso em 
colostro, nas primeiras 24 horas. 
 O bezerro nasce sem proteção de anticorpos contra os agentes de doenças. A forma de 
adquirir estes anticorpos (defesa) é ingerindo o colostro. O colostro é o primeiro produto produzido 
pela glândula mamária no início da lactação. É uma rica fonte dos anticorpos que foram produzidos 
nos dois últimos meses de gestação. Após o nascimento, é imperativo que o bezerro beba o colostro 
o quanto antes para que ele adquira estes anticorpos. A capacidade de absorver os anticorpos 
fornecidos pela mãe no interior do aparelho digestivo do bezerro é, aproximadamente, nas primeiras 
36 horas. Essa capacidade de absorção tem como pico máximo entre seis e dez horas, quando 
começa a diminuir gradativamente até a trigésima sexta hora. A partir deste ponto, o colostro 
continua sendo um alimento muito rico e deve ser aproveitado pelo bezerro e outros do mesmo 
plantel que são tratados de forma artificial, porém perde a importância como fonte de anticorpos. 
 De outra forma, uma das funções do colostro é ajudar na primeira descarga intestinal, isto é, 
ajuda a expelir as primeiras fezes, que é o chamado mecônio. O mecônio são fezes amarelas 
pegajosas de difícil eliminação, portanto, sendo o colostro um leve laxante, vai ajudar nesta 
eliminação. Neste período devemos interferir somente se houver necessidade. Na maioria das vezes, 
esta intervenção é desnecessária. Uma das vantagens da maternidade é a possibilidade de observação 
do recém-nascido e qualquer problema que surgir neste local facilita o socorro. 
 O excesso de colostro pode e deve ser dado para os outros bezerros. Neste caso ele não tem 
função de fornecedor de anticorpos, pois bezerros mais velhos perdem a capacidade de absorção dos 
anticorpos, mas, como alimento é até mais rico que o próprio leite. É bom lembrar que como o 
colostro tem uma função laxativa, para fornecer aos outros bezerros o melhor é diluir em outra 
quantidade de leite para não causar males de desarranjo aos bezerros mais velhos 
Corte e cura de umbigo 
 A cura de umbigo deve ser feita com um desinfetante e um desidratante. Uma solução que se 
tem usado com sucesso é o álcool iodado, que pode ter uma variação de 6 a 10%. O curativo deve ser 
feito todos os dias, por três a quatro dias. Se correr tudo bem, o coto umbilical cairá por volta do 
nono dia. 
Forma de ordenha 
 De acordo com o manejo adotado, o qual pode ser com ou sem o bezerro ao pé, vamos ter 
condutas diferentes para cada modalidade. 
 Com o bezerro ao pé, este fica à disposição na hora da ordenha para vir e apojar. Feito isso, 
ao acabar a ordenha, o bezerro é solto com a mãe para retirar o leite residual. Pode ser separado 
imediatamente após o esgotamento total do leite, ou permanecer junto até a hora da apartação à tarde. 
 Este manejo não é o mais recomendado pois, neste caso, o bezerro mama o leite que poderia 
ser aproveitado na ordenha da tarde. Este tipo de manejo apresenta algumas vantagens, porém as 
desvantagens estão em supremacia. 
 Por outro lado, se alimentamos os animais de forma artificial, o contato da mãe com o bezerro 
não existe. Isto facilita a mão-de-obra e tem-se um maior controle do que o animal está ingerindo, 
contudo traz todos os transtornos da criação de órfãos. Esta prática permite a observação 
individualizada, dando a oportunidade de se tomar atitudes mais rápidas para sanar os problemas que 
aparecem. 
 Num sistema de criação, com ou sem bezerro ao pé, devemos estar sempre atentos aos 
problemas que podem surgir. É bom chamar a atenção para a escolha do local para o criatório de 
bezerros. Este local deve ser de fácil acesso, bem drenado e que se evite a canalização de ventos 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
constantes. Tem que ser um local que, após uma chuva, seque com poucos dias de sol. Tem que ter 
alguma inclinação para o escoamento das águas e dejetos excessivos. 
Diarreias 
 Uma doença comum que acomete os bezerros nesta época é a diarreia. O animal com diarreia 
se caracteriza por apresentarfezes líquidas que pode ter as mais variadas aparências, desde amarela 
viva, passando por esverdeada, preta e vermelha, até mesmo com sangue vivo. Não se pode dar um 
diagnóstico seguro do causador da diarreia, pela cor das fezes, mas podemos checar a alguns 
componentes destas fezes e daí conduzir o tratamento com melhor eficiência. 
 Mas a grande importância desta enfermidade é levar o animal à desidratação que 
normalmente é a causa principal da morte. O animal apresenta a doença, fica triste, não se alimenta 
de forma adequada, muitas vezes apresenta respiração acelerada e vai aos poucos apresentando sinais 
de desidratação, como pele seca, olhos fundos, entre outras. Por fim, as extremidades apresentam 
baixa temperatura e logo a seguir ele morre. 
 Neste caso, quando forem observados os primeiros sinais de desidratação, devemos socorrer o 
mais rápido possível, dando mais líquidos para este animal. Podemos lançar mão da hidratação oral 
em primeira mão. Podem surgir casos de diarreia de causa nutricional, quando os animais não estão 
habituados com certo tipo de alimentação, por exemplo, nova ração que pode estar contaminada por 
fungos ou outros microorganismos. Nos casos mais graves, a presença de um veterinário é 
necessária. 
Micoses 
 Outra enfermidade comum nesta época é o aparecimento de micoses. Existe um tipo de 
micose denominado "tinha", que causa lesões de placas arredondadas que aparecem comumente na 
região da cabeça e pescoço. São placas de tamanho variado, em geral de forma arredondada, muito 
comum em criatório coletivo. Normalmente não causa maiores danos e pode ser tratado com certa 
facilidade. A utilização de tintura de iodo tem efeito satisfatório, desde que aplicada todos os dias, 
até o desaparecimento das lesões. Esta enfermidade é mais comum em ambientes de grande 
concentração de animais. Em bezerreiros coletivos, onde os bezerros permanecem muito tempo 
juntos, o aparecimento de "tinha" é comum. 
Tristeza parasitária 
 Agora, ainda existe uma certa proteção dada pelo colostro e os animais começam a 
desenvolver a parasitose de carrapatos. É o momento em que os primeiros sintomas da tristeza 
parasitária começam. 
 A tristeza parasitária é transmitida pelos carrapatos e insetos hematófagos como moscas e 
pernilongos. A tristeza é causada por dois agentes parasitários: o Anaplasma e a Babesia. A 
anaplasmose é causada pelo Anaplasma marginale e a babesiose é causada pela babesia sp. A 
babesia é transmitida pelos carrapatos e a anaplasma pelos insetos hematófagos. Ambas são doenças 
que causam anemia grave, podendo, com frequência, levar os animais à morte. No campo é muito 
difícil diagnosticar estas doenças separadamente com certeza absoluta. O tratamento para a tristeza 
parasitária deve ser realizado assim que os primeiros sintomas forem observados. Temos no mercado 
vários tipos de medicamentos que são utilizados para o tratamento desta doença. Esta deve ser uma 
recomendação do veterinário assistente na propriedade. Quanto mais precoce o tratamento, melhor a 
recuperação. 
Verminose 
 A partir dos três meses de idade, podemos estar atentos às verminoses, as quais acometem os 
bovinos jovens. Bovinos com idade até dois anos são muito sensíveis às verminoses e por isto devem 
receber atenção especial nesta fase, que é de grande desenvolvimento. 
 Como as larvas de vermes estão disseminadas nas pastagens, os animais sob pastejo normal 
estão continuamente se infectando. Para que esta convivência esteja sob controle, devemos combater 
os vermes de forma estratégica. Se sabemos que estas larvas de vermes estão espalhadas nas 
pastagens, temos que atacar de forma que estejamos com mais vantagens. 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 Em geral, no Brasil, na época de temperatura fria, que coincide com a seca, as pastagens estão 
em seu pior momento, com o capim sem desenvolvimento, de porte baixo, e as larvas não têm como 
sobreviver de forma normal. Neste caso, então, a maior população de vermes está dentro dos 
animais. Assim sendo, esta é a melhor época para se combater estes vermes. 
 Se "vermifugarmos" os animais no inicio, meio e fim da época seca, estaremos fazendo um 
excelente controle destes parasitas, de forma econômica e eficiente. O uso de vermífugos com poder 
residual maior, como as avermectinas, pode facilitar este controle estratégico, exigindo apenas duas 
"vermifugações", sendo uma no início e a outra no fim de seca. Outra forma é, a partir de três meses 
de idade, "vermifugar" todos os animais, mensalmente, até a idade de um ano. Esta estratégia tem 
bom retorno financeiro. 
Vacinação 
 Basicamente, temos, dentro de um programa sanitário, algumas vacinas de uso obrigatório. 
 A vacinação contra a brucelose é obrigatória somente para as fêmeas na idade entre três e oito 
meses de idade. 
 Não se pode vacinar estas fêmeas a partir desta idade, pois a titulação do exame pode ser 
positivo para o resto da vida e este animal é considerado positivo e o destino certamente é o abate. 
 Outra vacina obrigatória é a da febre aftosa, que deve ser aplicada de acordo com a região do 
país, como indicado pelos órgãos de defesa sanitária do estado. 
 A vacinação contra o carbúnculo sintomático deve ser realizada em todos os animais acima 
de três meses de idade, sendo repetida de seis em seis meses até os dois anos de idade. É nesta idade 
que os animais estão mais sujeitos a desenvolver esta enfermidade. Como característica, é uma 
doença que afeta os animais com melhores escores corporais. 
 Outra vacinação importante é a contra a raiva, que deve ser aplicada anualmente, 
principalmente em regiões de surto, quando grande parte do rebanho pode ser afetada pela doença. 
 Existe no mercado um número grande de vacinas contra várias doenças, como leptospirose, 
rinotraqueíte infecciosa dos bovinos - IBR, diarréia bovina a vírus - BVD, mamite, 
campilobacteriose, colibacilose e outras tantas que devem ser indicadas para cada caso e pelo 
veterinário responsável pelo rebanho. Cada caso vai exigir uma conduta específica de acordo com a 
recomendação do veterinário. 
Controle de carrapatos 
 Uma das doenças mais importantes que afeta nossos rebanhos é a carrapatose. É uma doença 
que causa enormes prejuízos e grande desconforto para os animais, prejudicando o seu 
desenvolvimento e produção. Os carrapatos, além dos problemas que normalmente causam, 
transmitem doenças que afetam de forma drástica o animal. Estas doenças são a babesiose e a 
anaplasmose que fazem parte do complexo “tristeza parasitária”. 
 Um grande complicador no combate aos carrapatos é que não podemos eliminá-los do 
rebanho, pois apesar de transmitir a tristeza parasitária, são eles que mantêm os níveis de anticorpos 
contra esta doença. Os carrapatos inoculam constantemente os agentes da tristeza parasitária nos 
bovinos. Assim, eles estão sempre sendo estimulados a produzir anticorpos contra a tristeza 
parasitária. 
 Por outro lado, é imperativo que nossa vigilância esteja sendo levada com seriedade, pois 
qualquer descuido, a população de carrapatos pode aumentar de tal forma que pode levar alguns 
animais à morte. É comum, em propriedades descontroladas, que os animais estejam tão afetados que 
comecem a emagrecer, não tenham o rendimento esperado e cheguem ao extremo de morrer. 
 Uma proposta de controle é o estratégico, que consiste em banhar os animais de forma a não 
deixar o desenvolvimento de teleóginas por um período de 120 dias. No Sudeste este controle deve 
ser realizado na época de maior calor, que coincide com a época das chuvas, quando aumenta 
também a umidade relativa do ar. A partir de dezembro, começa um pico de crescimento do 
carrapato que deve ser combatido por banho carrapaticida. Estes banhos devem ser realizados a cada 
21 dias, com um total de cinco a seis banhos. Este combate deve cobrir um período de 120 dias sem 
que haja desenvolvimento de teleóginas. Este banho podeser dado por aspersão ou pour on. Se o 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
carrapaticida utilizado tiver maior tempo residual, estes banhos podem ser mais espaçados com 
intervalos de 35 dias. O importante é combater os carrapatos de maneira que não permita o 
desenvolvimento de teleóginas. 
 A forma de dar banho pode variar com o produto. Em geral o banho por aspersão requer em 
torno de quatro a cinco litros de solução por animal adulto. O animal tem que ser molhado totalmente 
desde a cauda até a ponta do focinho. Um dos grandes problemas que encontramos nos banhos 
carrapaticidas é que as partes baixas e as reentrâncias da pele, muitas vezes, não ficam bem 
molhados e os carrapatos que ali estiverem não sofrerão os efeitos do veneno. Estes carrapatos vão se 
desenvolver e contaminarão as pastagens, prejudicando de forma drástica o controle destes parasitas. 
 Quando formos banhar o rebanho, devemos atingir todo o contingente no menor espaço de 
tempo. Por exemplo, não é recomendado que se banhe os animais solteiros numa semana e os de 
leite na semana seguinte. Além de termos um controle muito trabalhoso dos animais que foram 
banhados, pode acontecer de um deles trocar de lote e ser o contaminador daquele pasto. O ideal é 
que se banhe todo o rebanho no máximo em três dias. 
 Um agravante do combate aos carrapatos é durante a época em que se tem a maior 
precipitação pluviométrica. Quando os animais tomam banho carrapaticida e logo após são atingidos 
por uma chuva, dependendo do produto utilizado, este é lavado e perde o efeito. Neste caso o 
controle é interrompido e não se alcançam os resultados esperados. Este é um dos grandes 
causadores de insucesso do combate estratégico dos carrapatos. 
 Outro que se deve chamar a atenção é que os banhos não foram dados de forma adequada, 
tanto em quantidade quanto em qualidade, não atingindo todos os pontos do corpo do animal. Há 
uma variação enorme da quantidade gasta pelos proprietários para banhar seus rebanhos. Esta 
quantidade varia de meio litro até oito litros por animal. Como se há de convir, com meio litro de 
calda não é possível banhar todo um animal adulto. Por outro lado, oito litros para banhar um animal 
está se desperdiçando o produto. 
 Um dos grandes problemas que encontramos nas propriedades é a forma de se dar banho. 
Quando se faz uso de aspersores, os costais são o vilão da história. Com uma capacidade para 20 
litros de calda, que daria para banhar entre quatro e cinco animais, temos visto que nas propriedades, 
com mesma quantidade de calda, o funcionário banha até 40 animais. Conclui-se que este banho foi 
mal dado. Este problema vem da bomba que é pesada, o trabalho realizado pelo operador é pesado e, 
por esse motivo, os três primeiros animais têm banhos melhores, nos outros vem o cansaço e o 
operador não aguenta mais, então, não consegue trabalhar adequadamente, fugindo do objetivo. 
 É muito comum, nestes casos, as pessoas reclamarem do produto. Muitas vezes há troca do 
produto sem que se preocupe com o princípio ativo que pode, com frequência, ser o mesmo que o 
anterior. Às vezes, no segundo banho com o mesmo produto, o operador consegue um melhor 
sucesso. O motivo é, simplesmente, porque houve maior capricho no banho. 
 Outra ação comum é a troca constante de base medicamentosa, sem critério. Isso ocorre 
sempre que não se tem sucesso com os tratamentos. Mesmo assim, apesar da troca por outra base, o 
vilão continua sendo o banho mal realizado. 
 Todos estes cuidados devem ser observados na hora de planejar o controle estratégico. 
Qualquer erro, em qualquer fase, pode comprometer seriamente o sucesso. 
Controle de mamite 
 A mamite é a inflamação da glândula mamária. É causada pelos mais diversos agentes. Os 
mais comuns são as bactérias dos gêneros estreptococos e estafilococos. Outros agentes causadores 
de mamites são os coliformes. 
 É preciso trabalhar preventivamente no controle de mamite, pois esta é uma doença que surge 
repentinamente. Sendo uma doença de manejo, para se fazer uma prevenção adequada, é preciso 
considerar todo o manejo da propriedade. Quando os índices dessa doença se elevam, significa que 
uma ou mais ações dentro do manejo está sendo executada de forma inadequada. Vale ressaltar que 
as mamites ambientais são esporádicas e podem acometer qualquer dos animais em lactação. 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 Dentro deste manejo da propriedade, devemos levar em consideração todo o processo 
realizado diariamente dentro da propriedade, desde quando os animais estão no pasto, vão para a 
ordenha e voltam para o pasto. 
 Não importando a forma de ordenha, seja ela mecânica ou manual, deve ser observada a 
condução de todo o processo, pois um dos grandes causadores de mamite é quando a ordenha não é 
bem conduzida. No processo com ordenha mecânica, os equipamentos devem ser conduzidos como 
recomendado pelos fabricantes. As trocas de peças e borrachas têm que ser executadas dentro do 
prazo recomendado, assim como o nível de vácuo, pois tanto o excesso como a falta deste vácuo são 
grandes fatores predisponentes para o aparecimento de mamite. Esses são alguns exemplos do que 
pode causar a presença da mamite. 
 Existem vários testes que podem auxiliar no diagnóstico da mamite. O “CMT” (California 
Mastitis test) é um teste que pode ser realizado no campo, muito prático. Porém, deve ser executado 
por profissional treinado. A contagem de células somáticas “CCS” é outro exame que é usado para o 
diagnóstico da mamite, o qual é feito em laboratório. Estes dois meios de diagnóstico são utilizados 
para diagnosticar a mamite subclínica. Esta mamite ocorre com certa frequência nos rebanhos. É a 
mamite que não podemos enxergar a olho nu, porém ela é a precursora da mamite clínica. A mamite 
clínica é aquela que se pode ver a olho nu. 
 Outro teste que pode auxiliar no diagnóstico da mamite é a cultura. Toma-se uma porção do 
leite afetado e faz-se uma cultura em laboratório. Este exame é utilizado para identificar o causador 
da mamite. 
 O teste prático mais eficiente é o teste da caneca telada ou de fundo escuro. Esse é o teste que 
se deve fazer a cada ordenha. Ele detecta a mamite clínica nos primeiros jatos de leite. Quando a 
mamite clínica aparece, há um depósito de leucócitos (células de defesa) no canal da teta e estes 
leucócitos formam grumos que são visualizados logo nos primeiros jatos de leite. Estes primeiros 
jatos devem ser depositados na caneca de fundo escuro ou telada onde os grumos serão visualizados 
com mais facilidade. Devido o contraste do fundo da caneca com os próprios grumos, estes ficam 
mais aparente. Neste caso, estamos diante da mamite clínica. 
 No caso de mamite clínica, o animal deve ser retirado do recinto e ser ordenhado mais tarde, 
após os animais sadios. Dependendo da gravidade da mamite, o animal deve ser ordenhado fora do 
local de ordenha para não contaminar o ambiente. Se a mamite for crônica, o animal deve ser 
descartado. 
 No caso de controle adequado da mamite, pode-se utilizar a linha de ordenha onde 
primeiramente são ordenhadas as vacas sadias, depois as que já tiveram mamite e foram curadas e, 
no final, aquelas que estão com mamite e em tratamento. 
 O tratamento das vacas com mamite varia de acordo com o caso apresentado. Em geral, os 
tratamentos devem ser precedidos de ordenhas sucessivas: em torno de quatro no período do dia. Se 
for o caso de necessidade de medicamento, tratar somente após a última ordenha do dia. 
 As vacas secas devem ser tratadas com medicamentos próprios para esta fase. Existe no 
mercado vários medicamentos para tratamento preventivo de vacas neste período de descanso. É 
bom lembrar que estes medicamentos nunca devem ser utilizados para tratar mamites comuns, pois 
eles são próprios para a prevenção da mamite no período seco. 
Cascos 
 Uma das grandes preocupações em todos os criatórios de bovinos são os cascos.A 
importância dos cascos na locomoção do animal é vital. Qualquer problema que possa vir a acontecer 
com os cascos pode comprometer de forma drástica a produção. 
 São muitas causas que prejudicam os cascos. Dentre as várias que podemos citar, temos como 
muito importante a alimentação e o desgaste que ocorre, principalmente, em animais confinados. Em 
animais não confinados, quando chega a estação chuvosa, época em que o barro é abundante, há um 
amolecimento dos cascos que favorece o desgaste deles. Estes fatores somados levam ao 
aparecimento de vários problemas que afetam diretamente os animais. 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 Animais que têm os cascos comprometidos podem apresentar inúmeros problemas, mas um 
dos que mais chamam a atenção é a reprodução. Os animais afetados não só têm perda de peso como 
não demonstram cios. Esta perda afeta diretamente o intervalo entre partos, além de ser comum a 
perda total do animal. 
 
ATIVIDADES 
01 - Explicar o que você entende por manejo sanitário em um rebanho bovino? 
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02 - Escrever os índices zootécnicos ligados num manejo sanitário. 
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Desaleite ou desmame os bezerros 
 As maiores vantagens da desmama ou do desaleitamento precoce são as reduções no custo da 
alimentação, da mão-de-obra e não ocorrência de distúrbios gastrointestinais. Quando o bezerro 
estiver consumindo 600 a 800 g de concentrado por dia, de maneira consistente, ele estará pronto 
para ser desaleitado ou desmamado, independentemente de sua idade, tamanho ou peso. 
 Independentemente do sistema de criação adotado, não há razão, do ponto de vista do bezerro, 
do fornecimento da dieta líquida ser superior a oito semanas. Recomenda-se o desaleitamento 
abrupto, não sendo necessária a redução gradativa da quantidade de leite oferecida para os bezerros, 
prática trabalhosa, principalmente à medida que aumenta o número de bezerros. 
 Os bezerros devem permanecer na sua instalação por mais duas semanas, após o corte da dieta 
líquida, recebendo água e alimentos sólidos. Assim, eles perderão o hábito da dieta líquida com 
menor estresse, e será possível observar como eles reagiram à desmama ou ao desaleitamento. Outro 
fator de importância é a não-ocorrência de estresse por competição, se mudados imediatamente após 
a desmama, para instalações coletivas (baias ou pasto) . 
Dicas importantes: 
- observe o bezerro, cuidadosamente, todos os dias; 
- verifique o olhar do bezerro: olhar vivo significa saúde; 
- verifique a existência de corrimento nasal: o desejável é não haver corrimento nasal; 
- verifique a consistência das fezes: as fezes devem estar sólidas; 
- verifique o apetite dos bezerros. 
- bezerros sadios bebem a dieta líquida com avidez, e não descuide do peso: pese o bezerro ao nascer 
e ao desaleitamento ou à desmama. Calcule o ganho de peso médio diário. 
 
Cálculo do ganho de peso médio diário (GPMD) 
GPMD (kg/dia) = (peso ao desaleitamento - peso ao nascimento)¸ número de dias entre o 
desaleitamento e o nascimento 
Observação: O ganho de peso médio diário deve ser superior a 0,350 kg por dia. 
Anote, na ficha individual do bezerro, os pesos e quaisquer problemas ocorridos com o bezerro. 
 
ATIVIDADES 
01 - Qual a importância da alimentação para os bovinos? 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
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Recria a pasto 
 Pastos de excelente qualidade e bem manejados podem suprir os nutrientes para o crescimento 
das novilhas, desde que uma mistura mineral esteja sempre à disposição. A suplementação volumosa 
na época seca deve pode ser feita com forragens verdes picadas, cana-de-açúcar adicionada com 1% 
de ureia, silagens ou fenos. Para o fornecimento de volumosos em cochos é necessário minimizar a 
competição por alimento entre os animais manejados em grupos, para isto, é importante propiciar aos 
animais área de cocho suficiente, permitindo que todos tenham chance de se alimentar. 
 O fornecimento de concentrado às novilhas é dependente da idade, da qualidade do alimento 
volumoso utilizado e do plano de alimentação adotado. Em geral, até os seis meses é necessário o 
fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado com 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes digestíveis 
totais. 
 
Recria em confinamento 
 Neste sistema, os alimentos são levados às novilhas que permanecem confinadas todo o 
tempo, sem acesso a pasto. Elas podem receber, no cocho, forrageira verde picada e/ou silagem e/ou 
feno. Uma mistura mineral deverá estar sempre à disposição, em cochos separados, independente do 
volumoso utilizado. 
 Ao se fornecer dietas à base de silagem de milho para novilhas, deve-se observar a 
necessidade de suplementação protéica, se não foi utilizada a uréia ou outra fonte de nitrogênio não 
protéico no momento da ensilagem. Às vezes, é necessário limitar o consumo da silagem para evitar 
que as novilhas fiquem obesas. 
 Um feno de excelente qualidade é, sem dúvida, o melhor alimento para as novilhas mantidas 
sob confinamento. Ele pode constituir-se no único alimento para esta categoria animal. A mistura em 
partes iguais (na base da matéria seca) de feno e silagem de milho pode ser considerada como o 
melhor alimento para esta categoria animal, quando em confinamento. 
 Também em sistemas de criação de novilhas confinadas, de raças especializadas para 
produção de leite, recomenda-se o fornecimento de concentrado durante toda a fase de recria. Tudo 
vai depender do ganho de peso desejado durante esta fase. É importante ter sempre em mente que os 
extremos, sub e superalimentação, devem ser evitados. 
 
Água 
 As novilhas devem ter à sua disposição água fresca e limpa diariamente. 
 
Monitore o crescimento das novilhas 
 O monitoramento do desenvolvimento das novilhas é através do acompanhamento do ganho 
de peso mensalmente. Dos 80-90 kg de peso vivo até a puberdade elas não devem ganhar mais do 
que 900 g por dia. Após a puberdade, ganhos superiores a este são admitidos, mas deve-se evitar que 
as novilhas fiquem obesas. O crescimento das novilhas pode ser feito através de pesagem ou pela 
condição corporal das mesmas. Numa escala de 1 a 5 (1 = magra e 5 = obesa), as novilhas devem 
apresentar escore igual a 3. Registre em ficha individual os pesos e quaisquer problemas ocorridos 
com as novilhas. 
 
ATIVIDADES 
01 - Explicar o manejo alimentar dos bezerros até a desmama. 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
Alimentação de vacas em lactação 
 Um sistema de alimentação para vacas em lactação, para ser implementado, é necessário 
considerar o nível de produção, o estágio da lactação, a idade da vaca, o consumo esperado de 
matéria seca, a condição corporal, tipos e valor nutritivo dos alimentos a serem utilizados.O estágio da lactação afeta a produção e composição do leite, o consumo de alimentos e 
mudanças no peso vivo do animal. 
 Nas duas primeiras lactações da vida de uma vaca leiteira, deve-se fornecer alimentos em 
quantidades superiores àquelas que deveriam estar recebendo em função da produção de leite, pois 
estes animais ainda continuam em crescimento, com necessidades nutricionais bastante elevadas. 
Assim, recomenda-se que aos requerimentos de mantença sejam adicionados 20% a mais para 
novilhas de primeira cria e 10% para vacas de segunda cria. 
 Recomenda-se alimentar as vacas primíparas separadas das vacas mais velhas. Este 
procedimento evita a dominância, aumentando o consumo de matéria seca. 
 As vacas não devem parir nem excessivamente magras nem gordas. Vacas que ganham muito 
peso antes do parto apresentam apetite reduzido e menores produções de leite, e distúrbios 
metabólicos como cetose, fígado gorduroso e, deslocamento do abomaso além de baixa resistência 
aos agentes de doenças. 
 Um plano de alimentação para vacas em lactação deve considerar os três estádios da curva de 
lactação, pois, as exigências nutricionais dos animais, são distintas para cada um deles. 
Alimentação no terço inicial da lactação 
 As vacas, nas primeiras semanas após o parto, não conseguem consumir alimentos em 
quantidades suficientes para sustentar a produção crescente de leite neste período, até atingir o pico, o 
que ocorre em torno de 5 a 7 semanas após o parto. O pico de consumo de alimentos só será atingido, 
posteriormente, em torno de 9 a 10 semanas pós-parto. Por isso, é importante que recebam uma dieta 
que possa permitir a maior ingestão de nutrientes possível, evitando que percam muito peso e tenham 
sua vida reprodutiva comprometida. 
 Devem ser manejadas em pastagens de excelente qualidade e em quantidade suficiente para 
permitir alta ingestão de matéria seca. Para isto, o manejo dos pastos em rotação é prática 
recomendada e para implementar um sistema pastejo rotativo. 
 Deve-se fornecer volumoso de boa qualidade com suplementação com concentrados e mistura 
mineral adequada. Vacas de alto potencial de produção devem apresentar um consumo de matéria 
seca equivalente a pelo menos 4% do seu peso vivo, no pico de consumo. 
 Vacas que são ordenhadas três vezes ao dia consomem 5 a 6% mais matéria seca do que se 
ordenhadas duas vezes ao dia. 
 Para vacas mantidas a pasto, durante o período de menor crescimento do pasto, há 
necessidade de suplementação com volumosos: capim-elefante verde picado, cana-de-açúcar 
adicionada de 1% de ureia, silagem, feno ou forrageiras de inverno. Para vacas de alta produção 
leiteira ou animais confinados, forneça silagem de milho ou sorgo, à vontade. 
 Um regra prática para determinar a quantidade de volumoso a ser fornecida é monitorar a 
sobra ou o excesso que fica no cocho. Caso não haja sobras ou se sobrar menos do que 10% da 
quantidade total fornecida no dia anterior, aumente a quantidade de volumoso a ser fornecida. Caso 
haja muita sobra, reduza a quantidade. 
 Para cada dois quilogramas de leite produzidos, a vaca deve consumir pelo menos um 
quilograma de matéria seca. De outra forma, ela pode perder peso em excesso e ficar mais sujeita a 
problemas metabólicos. 
Fornecimento de concentrado 
 O concentrado para vacas em lactação deve apresentar 18 a 22% de proteína bruta (PB) e 
acima de 70% de nutrientes digestíveis totais (NDT), na base de 1 kg para cada 2,5 kg de leite 
produzidos. Pode-se utilizar uma mistura simples à base de milho moído e farelo de soja ou de 
21 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
algodão, calcário e sal mineral, ou dependendo da disponibilidade, soja em grão moída ou caroço de 
algodão. 
 Vacas de alta produção de leite manejadas a pasto ou em confinamento precisam ter ajustes 
em seu manejo e plano alimentar. Para vacas com produções diárias acima de 28-30 kg de leite, deve-
se fornecer concentrados com fontes de proteína de baixa degradabilidade no rúmen, como farinha de 
peixe, farelo de algodão, soja em grão moída, tostada, etc. 
 Vacas com produções acima de 40 kg de leite por dia, além de uma fonte de gordura, como 
caroço de algodão, soja em grão moída ou sebo, devem receber gordura protegida (fonte comercial) 
para elevar o teor de gordura da dieta total para 7-8%. Essas vacas devem receber uma quantidade 
diária de gordura na dieta equivalente à quantidade de gordura produzida no leite. 
Dieta completa 
 Dieta completa é uma mistura de volumosos (silagem, feno, capim verde picado) com 
concentrados (energéticos e proteicos), minerais e vitaminas. A mistura dos ingredientes é feita em 
vagão misturador próprio, com balança eletrônica para pesar os ingredientes. Muito usada em 
confinamento total, tem a vantagem de evitar que as vacas possam consumir uma quantidade muito 
grande de concentrado de uma única vez, o que pode causar problemas de acidose nos animais. Além 
disso, recomenda-se a inclusão de 0,8 a 1% de bicarbonato de sódio e 0,5% de óxido de magnésio na 
dieta total, para evitar problemas com acidose. 
 O melhor teor de matéria seca da ração total está entre 50 e 75%. Rações mais secas ou mais 
úmidas podem limitar o consumo. Por isso, o teor de umidade da silagem deve ser monitorado 
semanalmente, se possível. 
 Normalmente, as vacas se alimentam após as ordenhas. Mantendo a dieta completa à 
disposição dos animais nesses períodos, pode-se conseguir aumento do consumo voluntário. 
 Para reduzir mão de obra na mistura de diferentes formulações para os grupos de vacas com 
diferentes produções médias, a tendência atual é de se formular uma dieta completa com alto teor 
energético e com nível de proteína não degradável que atenda ao grupo de maior produção de leite. 
 Os demais grupos, vacas no terço médio e vacas em final de lactação, naturalmente já 
controlariam o consumo, ingerindo menos matéria seca. 
 Para assegurar consumo máximo de forragem, principalmente na época mais quente do ano, 
deve-se garantir disponibilidade de alimentos ao longo do dia. Deve-se encher o cocho no final da 
tarde, para que os animais possam ter alimento fresco disponível durante a noite. Dessa forma, as 
vacas podem consumir o alimento num horário de temperatura mais amena. 
Forneça mistura mineral 
 Para animais mantidos a pasto, o método mais prático de suplementar minerais é deixando a 
mistura (comprada ou preparada na própria fazenda) disponível em cocho coberto, à vontade. 
Para vacas em lactação e animais que são mantidos em confinamento, é mais seguro e garantido 
incluir a mistura mineral no concentrado ou na dieta completa. 
Forneça água limpa e de boa qualidade 
 Vacas em lactação requerem uma quantidade muito grande de água, uma vez que o leite é 
composto de 87 a 88% de água. Ela deve estar à disposição dos animais, à vontade e próxima dos 
cochos. Normalmente as vacas consomem 8,5 litros de água para cada litro de leite produzido. 
 Quando a temperatura ambiente se eleva, nos meses de verão, o consumo de água aumenta 
substancialmente. 
Alimentação no terço médio da lactação 
 Neste período, as vacas já recuperaram parte das reservas corporais gastas no início da 
lactação e já deveriam estar enxertadas. A produção de leite começa a cair e as vacas devem 
continuar a ganhar peso, preparando sua condição corporal para o próximo parto. 
 O fornecimento de concentrado deve ser feito com 18 a 20% de proteína bruta, na proporção 
de 1 kg para cada 3 kg de leite produzidos acima de 5 kg, na época das chuvas, e a mesma relação 
acima de 3 kg iniciais de leite produzido, durante o período seco do ano, conforme tabela abaixo. 
Produção de Quantidade Concentrado (kg/vaca/dia) 
22 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
leite (kg/vaca/dia) Época das “águas” Época seca 
3 a 5 - 1 
5 a 8 1 2 
8a 11 2 3 
11 a 14 3 4 
14 a 17 4 5 
17 a 20 5 6 
Alimentação no terço final da lactação 
 Neste período as vacas devem recuperar suas reservas corporais e a produção de leite já é bem 
menor que nos períodos anteriores. Deve-se alimentar as vacas para evitar que ganhem peso em 
excesso, mas que tenham alimento suficiente, principalmente na época seca do ano, para repor as 
reservas corporais perdidas no início da lactação. É o período em que ocorre a secagem do leite, 
encerrando-se a lactação atual e o início da preparação para o próximo parto e lactação subsequente. 
Alimentação no período seco 
 É o período compreendido entre a secagem e o próximo parto. Em rebanhos bem manejados 
sua duração é de 60 dias. É fundamental para que haja transferência de nutrientes para 
desenvolvimento do feto, que é acentuado nos últimos 60 - 90 dias que precedem o parto, a glândula 
mamária regenere os tecidos secretores de leite e acumule grandes quantidades de anticorpos, 
proporcionando maior qualidade e produção de colostro, essencial para a sobrevivência da cria 
recém-nascida. 
 O suprimento de proteína, energia, minerais e vitaminas é muito importante, mas deve-se 
evitar que a vaca ganhe muito peso nesta fase, para reduzir a incidência de problemas no parto e 
durante a fase inicial da lactação. Isso se deve, principalmente, à redução na ingestão de alimentos 
pós-parto, o que normalmente se observa com vacas que parem gordas. 
 Nas duas semanas que antecedem ao parto deve-se iniciar o fornecimento de pequenas 
quantidades do concentrado formulado para as vacas em lactação, para que se adaptem à dieta que 
receberão após o parto. As quantidades a serem fornecidas variam de 0,5 a 1% do peso vivo do 
animal, dependendo da sua condição corporal. 
 O teor de cálcio da dieta de vacas no final da gestação deve ser reduzido para evitar 
problemas com febre do leite após o parto. A mistura mineral (com nível baixo de cálcio) deve estar 
disponível, à vontade, em cocho coberto. 
Alimentação de Touros 
 Os touros devem receber volumosos de boa qualidade, além de 2 kg de concentrado com 65% 
de NDT e cerca de 18% de proteína. O concentrado fornecido às vacas secas ou novilhas pode ser 
usado. Acesso a piquete para exercício, havendo disponibilidade adequada de pasto de boa 
qualidade, melhor. Limitar o fornecimento de feno a 7 a 10 kg por dia e, se usar a silagem de milho 
ou sorgo, fornecer, no máximo, 7 kg/dia. Água de boa qualidade e mistura mineral devem estar 
sempre à disposição do touro. 
 
ATIVIDADES 
01- Certo rebanho leiteiro vem apresentando um alto índice de retenção de placenta pós-parto. O que 
podemos fazer como prevenção desse problema? 
a) ( ) Vacinação do rebanho contra retenção de placenta; 
b) ( ) Usar a técnica da cesariana no parto; 
c) ( ) Suplementação alimentar e mineral; 
d) ( ) Usar inseminação artificial; 
e) ( ) Diminuir o intervalo entre partos. 
 
02- Assinalar a alternativa que melhor representa a ordem de seqüência dos fatos: 
a) ( ) Cio-Concepção-Gestação-Período de serviço-Retenção de placenta-Parto; 
b) ( ) Cio- Gestação- Período de serviço- Metritre- Parto-Prolapso uterino; 
23 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
c) ( ) Prenhes-Cio-Gestação-Parto-Retenção de placenta-Metrite; 
d) ( ) Período de serviço-Cio-Fecundação-Gestação-Parto-Retenção de placenta; 
e) ( ) Cio-Gestação-Período de serviço-Retenção de placenta-Parto-Prolapso vaginal. 
 
03- O ciclo reprodutivo envolve todos os aspectos ligados à reprodução dos animais. Nesse sentido, 
marque a alternativa INCORRETA quanto ao puerpério de vacas. 
a) ( ) O puerpério é caracterizado pela perda de peso da mãe, devido às crescentes exigências 
nutricionais maternas. 
b) ( ) É definido como o período que vai da expulsão da placenta até o reinício da atividade cíclica 
ovariana e a completa involução uterina. 
c) ( ) Considerando condições ideais, o puerpério médio em vacas dura 3 meses. 
d) ( ) Problemas de parto podem prolongar o puerpério em vacas. 
e) ( ) Doenças ligadas à reprodução influenciam na duração do puerpério. 
 
04- Um técnico foi chamado por um pecuarista para ajudá-lo a comprar um touro da raça Senepol. 
Dentre os exames abaixo, qual não comprova a sua eficiência reprodutiva? 
a) ( ) Escore de condição corporal (ECC); 
b) ( ) Circunferência escrotal (CE); 
c) ( ) Aspectos físicos e morfológicos do sêmen; 
d) ( ) Comportamento sexual; 
e) ( ) Raça. 
 
05- Existem algumas doenças de interesse reprodutivo que causam grandes prejuízos para um 
rebanho, provocando abortos, infertilidade, retenção de placenta e outros. Quais são essas doenças? 
a) ( ) Brucelose, Leptospirose, Cio silencioso, Cio do encabelamento, IBR e BVD; 
b) ( ) Prolapso vaginal, Prolapso uterino, Aborto, IBR, BVD e Metrite; 
c) ( ) Brucelose, Aborto, Trichomonose, Vibriose e Endometrite; 
d) ( ) Brucelose, Leptospirose, IBR, BVD, Campilobacteriose e Trichomonose; 
e) ( ) Orquite, Anestro, Criptorquidismo, Hipoplasia, Degeneração testicular e Intersexos. 
 
06- São critérios de descarte das matrizes, EXCETO: 
a) ( ) Anestro fisiológico; b) ( ) Idade; c) ( ) Aborto; 
d) ( ) Brucelose; e) ( ) Prolapso uterino. 
 
07- Assinalar a alternativa incorreta: 
a) ( ) A indução da lactação em vacas secas seria usada em falhas reprodutivas; 
b) ( ) Criptorquidismo é a ausência de testículo no saco escrotal (uni ou bilateral); 
c) ( ) A brucelose é considerada uma zoonose; 
d) ( ) A leptospirose pode ser transmitida através da urina, parto e leite; 
e) ( ) Anestro prolongado no pós-parto aumenta a fertilidade. 
 
08- Com relação ao parto nos bovinos, marquem a correta. 
a) ( ) Parto é definido apenas como o nascimento do feto após seu desenvolvimento; 
b) ( ) A duração da expulsão do bezerro é de 12 horas; 
c) ( ) A duração da expulsão da placenta é de 1 a 3 horas; 
d) ( ) Parto distócico é o mesmo que um parto normal; 
e) ( ) Para ajudar na dilatação da cervix pode usar hormônio oxitocina. 
 
09- Marquem a incorreta: 
a) ( ) Genótipo e Fenótipo são fatores avaliados na reposição de matrizes; 
b) ( ) Habilidade materna é a capacidade de uma matriz em produzir cio fértil; 
24 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
c) ( ) Na transferência de embriões (TE), a fêmea é inseminada e os embriões são coletados e 
transferidos para as receptoras; 
d) ( ) A estação de monta deve ser feita num período de melhor alimento; 
e) ( ) Na fecundação in vitro (FIV) a fecundação é feita no laboratório e os embriões são transferidos 
para as receptoras. 
 
10- O que é anestro? Por que ocorre e como evitar? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
11- Quais são as vantagens da distribuição do rebanho nos pastos, separado por categoria (sexo e 
idade)? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
12- Quais são as causas mais frequentes de queda de fertilidade dos touros? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
13- Quais as causas de aborto em vacas de corte e como evitá-las? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
14- O que fazer nos casos de prolapso uterino? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
15- Por que é importante fazer o controle das doenças da reprodução dos bovinos? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
FONTE: EMBRAPA 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
26 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO 
 A aspersão, nos seus diferentes sistemas, como o convencional, autopropelido e 
principalmente o pivô central, compreende o maior percentual da área irrigada de feijoeiro em terras 
altas na região dos Cerrados. Esse método tem a preferência de empresários agrícolas e produtores 
que utilizam bons níveis de tecnologia, embora sua implantação 
implique custos iniciais elevados. 
 O método de aspersão (Figura 1. Aspersão 
Convencional.) é composto, normalmente, por um conjunto 
motobomba, tubulações, aspersores e acessórios. 
 O sistema de aspersão convencional é considerado o 
sistema básico de irrigação por aspersão, do qual derivaram 
todos os demais. São classificados em portáteis, semiportáteis e 
fixos, dependendo do grau de movimentação em campo. Os 
monômetros (medidores de pressão) são indispensáveis para o 
bom funcionamento do sistema. São empregados para irrigação 
de pequenas áreas. 
 Um sistema de aspersão convencional recentemente empregado no Brasil é o sistema de 
aspersão em malha.Esse sistema é fixo, com tubulações enterradas. Um único aspersor se movimenta 
na linha lateral, de diâmetro reduzido, exigindo assim conjunto motobomba de baixa potência. 
 O sistema autopropelido é movimentado por energia hidráulica e possui um aspersor do tipo 
canhão, montado em uma plataforma, e uma mangueira de alta pressão de até 500 metros. É 
empregado em áreas irrigadas de tamanho médio. 
 O sistema pivô central é um sistema de movimentação circular, movido a energia elétrica ou 
diesel. Possui uma linha lateral de aspersores suspensa por torres dotadas de rodas. As torres se 
movimentam independentemente por possuírem motores individuais. 
 A aspersão é um método que possibilita o bom controle da lâmina de água aplicada. De modo 
geral, a eficiência do método é ao redor de 70%, podendo alcançar 90% em alguns sistemas ou até 
50% em condições severas de clima. O vento, a umidade relativa do ar e a temperatura são os 
principais fatores climáticos que afetam o uso da irrigação por aspersão. O vento afeta a 
uniformidade de distribuição dos aspersores e, juntamente com a temperatura e a umidade relativa do 
ar, afetam a perda de água por evaporação. O método apresenta as seguintes vantagens: 
a) adapta-se a terrenos com declividades mais acentuadas e superfícies menos uniformes; 
b) pode ser utilizado em solos com alta capacidade de infiltração e baixa capacidade de retenção de 
água, como os arenosos, por permitir irrigações frequentes e com menor quantidade de água; 
c) propicia, em geral, distribuição de água mais uniforme; 
d) interfere pouco com as práticas agrícolas. Em alguns sistemas, os acessórios facilitam a rápida 
desmontagem do equipamento; 
e) a eficiência de condução é alta, pois os condutos fechados evitam perdas de água por infiltração, 
escorrimento e evaporação; 
f) deixa maior área disponível para a cultura devido à ausência de canais e sulcos; 
g) permite maior economia de mão de obra, quando os sistema são permanentes ou mecanizados; 
h) possibilita a irrigação durante o período noturno, aumentando o tempo de irrigação e de utilização 
do equipamento; 
i) permite a aplicação de produtos químicos, via água de irrigação; 
j) permite o uso de certas águas residuais por proporcionar grande oxigenação na água; e 
k) pode ser aplicado para reduzir a temperatura do ar e na proteção contra geadas. A proteção se 
consegue com o calor liberado pelo congelamento da água. 
Como desvantagens da aspersão, citam-se: 
a) não é recomendada para locais de ventos fortes e constantes, pois o vento afeta a uniformidade de 
distribuição de água pelos aspersores. Em regiões de baixa umidade relativa do ar e de temperaturas 
elevadas, a perda de água por evaporação pode atingir valores altos; 
27 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
b) pode favorecer a incidência de doenças nas plantas, por molhar as folhas e aumentar a umidade 
relativa do ar. Quando o macroclima é favorável a doenças, o microclima resultante da irrigação tem 
menor importância; 
c) pode interferir com alguns tratos culturais por lavar a parte aérea das plantas; 
d) pode causar prejuízos à fixação de botões florais ou mesmo de frutos novos devido ao impacto 
mecânico das gotas, quando os sistemas estão trabalhando abaixo da pressão de serviço 
recomendada; 
e) não permite o uso da água salina para irrigação, por reduzir a vida útil do equipamento, ainda que 
seja um bom método no controle da salinidade,; 
f) envolve alto investimento inicial; 
g) o traslado de tubulações portáteis e acessórios dos sistemas convencionais é uma operação 
desagradável e trabalhosa; e 
h) pode provocar compactação e erosão do solo quando altas taxas de aplicação de água. 
 Os aspersores constituem-se nas peças principais de um sistema de aspersão. Têm a finalidade 
de pulverizar o jato de água, proporcionando a aplicação da irrigação na forma de chuva. Os 
aspersores podem ser estacionários ou rotativos. Quando rotativos, podem se apresentar com giro 
completo (360º) ou do tipo setorial, permitindo uma regulagem da amplitude de giro. O ângulo mais 
comum de inclinação do jato com a horizontal é o de 30º; contudo, o ângulo de 20-22º é o que melhor 
se adapta a condições de vento forte. No sistema pivô central, têm-se utilizado difusores 
estacionários, em que o jato de água é finamente pulverizado pelo choque com anteparo cheio de 
ranhuras. 
 
IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE: SULCO E INUNDAÇÃO 
INTRODUÇÃO 
 A irrigação por superfície foi o primeiro método de irrigação a ser usado pelo homem. Há 
6000 anos as civilizações da Mesopotâmia, egípcia e chinesa já empregavam esse método de 
irrigação, ainda que de forma rudimentar. Em 1980, cerca de 16% das terras cultivadas no mundo 
eram irrigadas, sendo 105 por superfície e 6% por outros métodos. 
 Em 1982, o Estado de Minas contava com uma área irrigada de 123000 ha, dos quais 74% 
eram irrigados por superfície. Em 2004, no Brasil, aproximadamente 1700000 ha são irrigados por 
superfície. 
 
IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE 
 É um método de irrigação não-pressurizado em que a água se movimenta por gravidade 
diretamente sobre a superfície do solo, de canais ou tubos janelados, até qualquer ponto de 
infiltração, exigindo, portanto, áreas sistematizadas e com declividade de 0 a 6%, deacordo com o 
tipo de irrigação. Não é recomendado para solos com alta permeabilidade, por proporcionar grandes 
perdas por percolação, e para solos instáveis, pela formação de crateras quando molhados. 
 Devem-se evitar áreas com declividade, acentuadas e superfície do solo desuniforme, pois o 
gasto com sistematização para adequação da área ás exigências desse sistema seria muito alta, além 
da possibilidade de exposição do subsolo. 
 Devido á forma de distribuição de água, é um método de irrigação que consome mais água 
quando comparado com os outros sistemas, em razão da menor eficiência de aplicação e distribuição 
de água, decorrente de grandes perdas durante a aplicação. Isso ocorre por dois principais motivos: 
falta de combinação adequada das variáveis comprimento de área, declividade da superfície do solo, 
vazão aplicada e tempo de aplicação; e manejo deficiente. 
 
VANTAGENS E LIMITAÇÕES 
As principais vantagens do método de superfície são: menor custo fixo e operacional; requer 
equipamentos simples; não sofre efeito de vento; menor consumo de energia quando comparado com 
aspersão; não interfere nos tratos culturais; permite a utilização de água com sólidos em suspensão. 
28 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
As principais limitações são: dependência de condições topográficas; requer sistematização do 
terreno; o dimensionamento envolve ensaios de campo; o manejo das irrigações é mais complexo; 
requer frequentes reavaliações de campo para assegurar bom desempenho; se mal planejado e mal 
manejado, pode apresentar baixa eficiência de distribuição de água; desperta pequeno interesse 
comercial, em função de utilizar poucos equipamentos. 
 
TIPOS DE IRRIGAÇÃO POR SUPERFÍCIE 
As irrigações por superfície podem ser dividida em: Irrigação por Sulco; Irrigação por Inundação; 
Irrigação por faixa; 
 
IRRIGAÇÃO POR SULCO 
 Consiste na aplicação de água em pequenos canais, sulcos ou corrugações. A água aplicada 
nos sulcos infiltra ao longo do perímetro molhado e se movimenta vertical e lateralmente, 
umedecendo o perfil do solo. 
 Pode ser dividida em sulcos comuns ou de terras planas em contornos, em corrugação, em 
nível e em ziguezague. 
 A distribuição de água para os sulcos pode ser feita por sifão, bacia auxiliares e tubos 
janelados. 
 A forma da geometria do perfil depende da cultura a ser irrigada, sendo o mais comum a 
geometria em V. A largura varia, em media, de 20 a 30 cm, e a profundidade, de 15 a 25 cm. O 
espaçamento depende da cultura cultivada, chegando geralmente a variar em torno de 90 a 110 cm. 
 Deve ter uma declividade, em geral, inferior a 1%, para minimizar os efeitos causados pela 
erosão no perfil do sulco. 
 A vazão colocada no sulco ira variar, principalmente com as características do solo, de 0,5 a 
2L/s. 
 O comprimento do sulco deve ser tal que proporcione maior eficiência de irrigação e 
operacional, devendo variar em função de tamanho da área, declividade do terreno, tipo de solo, 
vazão, cultura e etc. O comprimento do sulco para a simples determinação deve ser tal que o tempo 
de avanço (tempo que a água leva para ir do inicio ao final do sulco) seja aproximadamente 25% do 
tempo de oportunidade (tempo de irrigação propriamente dito). São inerentes ao sistema perdas, 
aquelas por percolação (inicio do sulco) e por escoamento (final do sulco) as mais significativas. 
 
FASES DA IRRIGAÇÃO POR SULCO 
 A irrigação por sulco se caracteriza por fases em que a água é distribuída e fica à disposição 
das plantas. As fases podem ser assim definidas: 
 Fases de Avanço: começa com o inicio da aplicação de água no sulco e termina quando a água 
atinge o final deste. Essa fase pode ser representada pela curva ou equação de avanço. A duração 
dessa fase é denominada de tempo de avanço (Ta), sendo em geral um tempo perdido na aplicação de 
água, e causa as perdas por percolação, principalmente na faixa do sulco. 
 Fase de Reposição ou Irrigação: começa quando a água ou a frente de avanço atinge o final do 
sulco e termina no instante em que a vazão é cortada no inicio da área - denominado tempo de 
oportunidade (To). Essa é a fase mais importante, pois é nesse momento que se aplica a lâmina 
requerida, ou seja, o To é o tempo exigido para que se infiltre a lâmina requerida no final do sulco. 
 Fase de Recessão: corresponde à etapa entre o corte de água no inicio da área ao final do To e 
o desaparecimento da água na superfície do sulco ao longo da área irrigada. A duração dessa fase na 
irrigação por sulco geralmente é pequena, sendo na maioria das vezes desprezada; entretanto, na 
irrigação por faixa e por inundação ela pode ser significativa. 
 
 
 
 
29 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
UTILIZAÇÃO 
 Este método é indicado principalmente para culturas em linha como: milho, soja, feijão e 
arvores frutífera. 
 Para a cultura do milho, o sistema 
de irrigação por superfície mais 
apropriado é o de sulcos, os quais são 
localizados entre as fileiras de plantas, 
podendo ser um sulco para cada fileira ou 
um sulco para duas fileiras. Nos terrenos 
com declividade de até 0,1%, os sulcos 
podem ser em nível ou com pequena 
declividade. Para declividades de até 
15%, os sulcos podem ser construídos em 
contorno ou em declive, o que permite 
lances de sulcos com comprimento maior. 
 
IRRIGAÇÃO POR INUNDAÇÃO 
 Na irrigação por inundação – muito utilizada atualmente- a água é aplicada em bacias ou 
tabuleiros intermitentes ou permanentemente mantida sobre a superfície do solo praticamente durante 
todo o ciclo da cultura. Os tipos de tabuleiros utilizados na irrigação por inundações mais comuns são 
os retangulares e em contorno. Seu tamanho varia de acordo com o sistema de manejo, sendo este 
manual ou mecanizado. Para projetos com manejo manual normalmente a área é menor que 0,75 há, 
e maior ou igual a 0,75 há para os mecanizados. 
UTILIZAÇÃO 
 É o principal sistema de irrigação utilizado no cultivo do arroz no Rio Grande do Sul ( 30% 
da área total0, sendo responsável por 80% na produção. 
 
Cultivo de Arroz Inundado Área de cultivo de Arroz Inundado 
 
INFILTRAÇÃO 
 No parâmetro de difícil avaliação, mas extremamente importante, em irrigação por superfície 
é a infiltração de água no solo. Nesse tipo de irrigação a infiltração é função de um grande numero de 
variáveis, muitas delas sujeitas a variações espaciais e temporais. Dentre os fatores podemos citar: 
1. vazão de entrada; 
2. declividade longitudinal da base de escoamento; 
3. geometria e rugosidade; 
4. perímetro molhado; 
5. profundidade da água sobre a superfície; 
6. umidade inicial do solo; 
30 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
7. rachaduras ou pequenas cavernas no solo e características físico-químicas do solo e da água de 
irrigação; 
 
SISTEMATIZAÇÃO DE TERRENO 
 A irrigação por superfície exige terreno sobre o qual a água possa fluir sem causar erosão, que 
para isso deverá ser sistematizados. Antes de iniciar a sistematização de um terreno, deve-se 
examiná-lo para ver se existem condições de ser irrigado por este método. É feita, no terreno, para 
facilitar o manejo da água, evitar a erosão e melhorar a eficiência de aplicação de água, a drenagem 
superficial e a uniformidade de desenvolvimento das plantas. 
 Os trabalhos iniciais visando a sistematização de terreno para irrigação por superfície 
consistem de estudos preliminares da área a ser irrigada, analisando-se os seguintes fatores: 
1. Tipo de solo; 
2. Topografia do terreno; 
3. Necessidade de saneamento agrícola; 
4. Disponibilidade de água; 
5. Condução da água; 
 
TIPO DE SOLO 
 O solo deve ser suficientemente profundo para possibilitar a sistematização e não possuir 
permeabilidade muito alta. A velocidade de infiltração de água no solo é relativamente alta no inicio 
da aplicação, diminuindo gradativamente com o passar do tempo, até atingir um valor praticamenteconstante, quando então é chamada de velocidade de infiltração básica (VIB). Em solos em que o seu 
valor resulta maior que 3 cm/h, geralmente não se recomenda a irrigação por superfície devido á 
baixa eficiência de irrigação, causada predominantemente por alta perda de água por percolação 
profunda, e á elevada perda de nutrientes por lixiviação. 
 
TOPOGRAFIA DO TERRENO 
 Quanto mais acidente for a topografia do terreno, maior será o volume de terra a ser 
movimentado. Na elaboração do projeto deve-se procurar minimizar as profundidades de cortes e as 
alturas de aterros para reduzir os custos na implementação da sistematização e a remoção excessiva 
da camada arável, evitando a formação de áreas com problemas de baixa fertilidade. A irrigação por 
superfície dever ser conduzida em terrenos com superfície uniforme e com declividades que não 
provoque erosão. 
 
NECESSIDADE DE SANEAMENTO AGRÍCOLA 
 Deve-se verificar, na área, se há problemas de drenagem que possam dificultar os trabalhos de 
levantamento topográfico e de implementação do projeto. Caso isso seja detectado, procede-se á 
construção de drenos. 
 
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA 
 Deve-se fazer a medição da vazão e verificar qual a disponível, pois é com base nela que se 
saberá se a área é possível de ser irrigada. Utiliza-se para isso os métodos convencionais de medição 
de vazão 
 
CONDUÇÃO DA ÁGUA 
 Deve-se sempre procurar conduzir a água por gravidade, visando a redução de custos. Em 
alguns casos, a construção de barragens de terra em local apropriado, ou simples barramentos feitos 
na própria calha do curós de água com madeira e terra ou com sacos cheios de arei, é suficiente para 
elevar o nível da água e possibilitar a condução por gravidade. Caso haja necessidade de 
bombeamento, deve-se avaliar a relação custo/beneficio para não inviabilizar a obra. 
 
31 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
PREPARAÇÃO PARA A SISTEMATIZAÇÃO DE UM TERRENO 
 Depois de ter sido considerado que o terreno é propício e econômico para irrigação por 
superfície, após a sistematização e escolhido o método de irrigação a ser usado, é necessário observar 
os seguintes pontos: 
1. Época a ser realizada a sistematização; 
2. Levantamento topográfico; 
3. Curvas de nível; 
4. Realização corte e aterro; 
5. Cálculos de sistematização; 
6. Objetivas do projeto de sistematização; 
7. Maquinas; 
 
ÉPOCA A SER REALIZADA A SISTEMATIZAÇÃO 
 A sistematização de um terreno deve ser planejada para a época seca e somente para uma área 
capaz de ser sistematizada no período seco. 
 
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO 
 Deve-se fazer um levantamento topográfico de toda a área, com piquetes distanciados uns dos 
outros de 20 cm, nas duas direções, formando então, quadrados de 20 m de lado. Os piquetes poderão 
também ser afastados uns dos outros de 10 m ou 25 m, dependendo da maior ou menor uniformidade 
da superfície, ou da precisão desejada. Os piquetes que constituem as linhas e colunas periféricas 
devem ficar afastados das margens da área a ser sistematizada de uma distancia igual á metade da 
distancia a ser usada no piqueteamento. 
CURVAS DE NÍVEL 
 Elas são construídas para permitir melhor entendimento da topografia do terreno, 
possibilitando divisões em subáreas com topografia semelhante, de maneira a sistematizá-la 
independentemente, tornando menor o volume de terra ser movimentada e, por conseguinte, mais 
barato o custo de sistematização. 
 
ATIVIDADES 
01- Cite uma diferença entre o gotejador e o microaspersor. 
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_________________________________________________________________________________
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_________________________________________________________________________________ 
 
02- Qual o objetivo do sistema de filtragem na irrigação localizada? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
03- Quais os tipos de filtros utilizados na irrigação localizada? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
04- Quais os componentes de um sistema de aspersão? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
IRRIGAÇÃO LOCALIZADA 
 A irrigação localizada nada mais é do que a aplicação de água no solo diretamente sobre a 
zona radicular das culturas em pequenas quantidades, porém, durante um longo período de tempo. 
Esse processo deixa o solo com umidade ideal para o desenvolvimento da planta. A aplicação da 
água diretamente no solo de maneira “pontual” torna esse método bastante eficiente, o que possibilita 
ao produtor alcançar uma ótima utilização dos seus recursos hídricos. Outro aspecto importante é que 
a água não irá cobrir totalmente o solo, mas apenas parte dele, se comparado com outros métodos de 
irrigação. 
 VANTAGENS DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA 
 Polidade de controle rigoroso da quantidade de água fornecida às plantas; 
 Os sistemas são usualmente semi-automatizados ou automatizados, necessitando uma menor mão 
de obra para o manejo do sistema. 
 Reduz a incidência de pragas e doenças e o desenvolvimento de ervas daninhas 
 Possibilita o cultivo em áreas com afloramentos rochosos e/ou com declividades acentuadas 
 Excelente uniformidade de aplicação de água 
 DESVANTAGENS DA IRRIGAÇÃO LOCALIZADA 
 Ainda possui custo inicial elevado 
 Potencial de entupimento dos emissores pela deposição de partículas minerais e orgânicas 
 
IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO 
 Nesse sistema, a água é levada sob pressão por tubos, até ser aplicada ao solo através de 
emissores diretamente sobre a zona da raiz da planta, em alta frequência e baixa intensidade. Possui 
uma eficiência na ordem de 90%. Tem, no entanto um elevado custo de implantação. É utilizado 
majoritariamente em culturas perenes e em fruticultura, embora também seja usado por produtores de 
hortaliças e flores, em especial pela reduzida necessidade de água, comparado aos demais sistemas de 
irrigação. Pode ser instalado à superfície ou enterrado, embora esta decisão deva ser tomada 
analisando-se criteriosamente a cultura a ser irrigada. 
 
IRRIGAÇÃO POR MICROASPERSÃO 
 A microaspersão possui uma eficiência maior que a aspersão convencional (90%), sendo 
muito utilizada para a irrigação de culturas perenes. Também é considerada irrigação localizada, 
porém, a vazão dos emissores (chamados microaspersores) é maior que a dos gotejadores. 
 
IRRIGAÇÃO SOBRECOPA 
 Os emissores são, normalmente, posicionados a cada duas plantas, não havendo problemas de 
interferência dos troncos como na aspersão subcopa. Os emissores de maiores vazões apresentam 
menos problemas de entupimento e tempos de irrigação menores, requerendo, contudo, maior custo 
inicial, por exigirem tubulações de maior diâmetro e motobombas de maior potência. Sempre que 
possível, as tubulações devem ficar suspensas na parreira, evitando-se cortes por enxadas ou danos 
por máquinas e animais. 
 
IRRIGAÇÃO POR XIQUE-XIQUE 
 Método não convencional de irrigação sob pressão, que usa tubos de polietilenoperfurados à 
mão, cobertos (os furos) por luvas dispersoras. Usado em pequenas áreas. A irrigação “Xique-Xique” 
é proposta devido a aspectos como, tipo de solo, custos da instalação, topografia do terreno, 
simplicidade do manejo e da instalação. Este método não exige elevado nível de conhecimento 
técnico, utiliza mão de obra local, possuindo alta eficiência no uso da água, sendo capaz de 
estabilizar a produção de culturas frutíferas e de subsistência, em pequenas áreas (< 1 ha). Com a 
33 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
repartição da água, conforme mostrado no esquema abaixo fica favorecida a difusão lateral de água 
permitindo o consorciamento de culturas alimentares (Ex: feijão, milho). 
 
IRRIGAÇÃO SUBSUPERFICIAL 
 Atualmente, as linhas laterais de gotejadores ou tubos porosos estão sendo enterrados, de 
forma a permitir a aplicação subsuperficial da água. A vantagem desse sistema é a remoção das 
linhas laterais da superfície do solo, o que facilita o tráfego e os tratos culturais, além de uma vida 
útil maior. A área molhada na superfície não existe ou é muito pequena, reduzindo ainda mais a 
evaporação direta da água do solo. As limitações desse sistema são as dificuldades de detecção de 
possíveis entupimentos ou reduções nas vazões dos emissores. 
 Mais recentemente, a cobertura de plástico tornou-se parte integrante de muitos sistemas de 
irrigação por gotejamento. Ao dispor camadas de plástico sobre os campos, o horticultor pode 
melhorar as condições em que vivem suas plantas. 
 
ATIVIDADES 
01 - Nesse sistema, a água é levada sob pressão por tubos, até ser aplicada ao solo através de 
emissores diretamente sobre a zona da raiz da planta, em alta frequência e baixa intensidade. Possui 
uma eficiência na ordem de 90%. Qual é esse sistema de irrigação? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
02 – Cite duas desvantagens da irrigação localizada 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
OLERÍCOLAS 
 
ABÓBORA 
 Abóbora, moranga, jerimum e mogango são nomes dados popularmente a frutos de algumas 
espécies do gênero Cucurbita. Estas plantas são bastante semelhantes entre si e seus frutos variam 
muito em tamanho e formato, não sendo muito fácil distinguir as espécies. As quatro espécies 
cultivadas de abóbora são: 
 Cucurbita maxima - espécie cultivada originária do sul da América do sul, é a espécie que 
suporta melhor as baixas temperaturas, preferindo condições um pouco mais amenas do que as outras 
espécies de abóbora. É a espécie que pode apresentar os maiores e mais pesados frutos, existindo 
cultivares que podem produzir abóboras com centenas de quilogramas. Nesta espécie, o pedúnculo (o 
talo do fruto) é arredondado, com consistência de cortiça macia quando seco, e não alarga no ápice 
(parte do talo que se conecta ao fruto). Suas folhas são mais arredondadas, não apresentando lóbulos 
(recortes), não têm manchas brancas nas intersecções das nervuras e podem ou não ter acúleos 
macios (espinhos). Os caules são arredondados e suaves. 
 Cucurbita moschata – espécie provavelmente originária do México e América Central, é a 
espécie mais cultivada em regiões tropicais, pois prefere condições de cultivo mais quentes e úmidas. 
 É a espécie mais sensível a baixas temperaturas. Nesta espécie, o pedúnculo (o talo do fruto) é 
anguloso e duro, alargando no ápice (parte do talo que se conecta ao fruto). As folhas de plantas bem 
desenvolvidas têm manchas esbranquiçadas nas intersecções das nervuras, geralmente têm recortes 
suaves, com bordas angulares e são pubescentes (têm pelos). Os caules são moderadamente 
angulosos. 
 Cucurbita pepo – outra espécie originária do México, pode ser a mais antiga das espécies 
domesticadas de abóbora e é a espécie que apresenta a maior variação morfológica. Apresenta 
cultivares com frutos que são colhidos maduros e cultivares com frutos que são colhidos e 
consumidos ainda imaturos. Estas últimas cultivares são chamadas popularmente de abobrinhas. 
Clima 
 As abóboras são plantas que crescem melhor em clima moderadamente quente, sendo o ideal 
temperaturas médias acima de 18°C e abaixo de 27°C. As plantas podem ser prejudicadas por 
temperaturas abaixo de 10°C e não suportam geadas. As espécies C. máxima e C. pepo são mais 
tolerantes a temperaturas mais baixas do que as espécies C. moschata e C. argyrosperma, que 
suportam melhor altas temperaturas. 
Luminosidade 
 As abóboras e morangas crescem melhor em locais ensolarados, mas podem ser cultivadas 
com sombra parcial, desde que haja uma alta luminosidade. 
Solo 
 Cultive em solo bem drenado, fértil, rico em matéria orgânica e com boa disponibilidade de 
nitrogênio. O pH ideal do solo varia entre 5,5 e 6,8. 
Irrigação 
 Irrigue de forma a manter o solo sempre úmido, sem que fique encharcado. Plantas adultas 
podem ser resistentes a curtos períodos de seca. 
 A aboboreira geralmente cresce bastante, assim uma vara pode ser fincada verticalmente no 
local onde as sementes são semeadas para marcar o centro da futura planta, permitindo direcionar a 
irrigação e evitar o desperdício de água. 
Plantio 
 Semeie as sementes de abóbora ou moranga no local definitivo, fazendo covas de 45 cm de 
profundidade e 60 cm de diâmetro para cultivares cujas plantas têm grande porte, e de 30 cm de 
profundidade e 50 cm de diâmetro para cultivares menores. A terra retirada de cada cova deve ser 
adubada com esterco bem curtido, húmus de minhoca ou composto orgânico. Após fechar a cova 
com a terra já adubada, irrigue e coloque 2 ou 3 sementes em um pequeno buraco de cerca de 2 cm 
de profundidade. 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 As sementes também podem ser semeadas em vasos pequenos, saquinhos plásticos ou 
copinhos de 10 cm de altura e 5 cm de diâmetro feitos com papel jornal. O transplante das mudas de 
abóbora para o local definitivo pode ser feito quando as mudas têm três folhas verdadeiras. 
Tratos culturais 
 No início do cultivo, retire plantas invasoras que estejam concorrendo por nutrientes e 
recursos. 
 Como outras cucurbitáceas, as aboboreiras são monoécias, ou seja, presentam flores 
masculinas e flores femininas, embora cada planta produza os dois gêneros de flores. Flores 
masculinas produzem pólen e não formam frutos. Flores femininas têm um ovário inferior que 
lembra uma minúscula abóbora e este se desenvolve no fruto quando a flor é polinizada. 
 A presença de insetos polinizadores, principalmente abelhas, é necessária para a polinização 
das flores e a formação dos frutos. Se não houver abelhas e não houver formação de frutos, realize a 
polinização das flores manualmente com a ajuda de um pequeno pincel de cerdas suaves, transferindo 
o pólen das flores masculinas para as flores femininas. Outra alternativa é colher algumas flores 
masculinas e esfregar levemente as anteras carregadas de pólen destas flores no estigma das flores 
femininas. 
 Quando a floração se inicia, surgem apenas flores masculinas. As flores femininas começam a 
aparecer bem depois (de duas semanas a um mês ou mais). Altas temperaturas e dias longos 
aumentam a proporção de flores masculinas, que todavia sempre são mais numerosas que as flores 
femininas. As flores se abrem apenas por algumas horas, no início da manhã. 
 Algumas cultivares híbridas de abóbora podem produzir poucas floresmasculinas e nenhum 
pólen, assim outras cultivares de abóbora da mesma espécie devem ser cultivadas no mesmo local 
para que a polinização dos híbridos seja possível (informe-se com o fornecedor das sementes híbridas 
sobre quais cultivares são adequadas para a polinização). 
Colheita 
 A colheita da abóbora ou da moranga pode começar de 85 a 150 dias depois do plantio, 
dependendo da cultivar e das condições de cultivo. Colha a abóbora quando o talo do fruto ficar 
amarelo ou marrom, podendo até chegar a rachar em algumas cultivares. Se a abóbora não for 
consumida brevemente, colha o fruto com o maior comprimento de talo possível. Frutos sem talo 
podem estragar mais rápido e são menos valorizados quando são utilizados para fins de decoração. 
 
ATIVIDADES 
01 – Com relação à cultura das abóboras, quais flores abrem primeiro? 
a) ( ) Masculinas; 
b) ( ) Femininas; 
c) ( ) As duas abrem juntas; 
d) ( ) São hermafroditas. 
 
02 – Qual o nome da abóbora que não precisa de espaçamentos maiores e é conhecida como abóbora 
de moita? 
a) ( ) Menina brasileira; 
b) ( ) Cambutiá; 
c) ( ) Goianinha; 
d) ( ) Caserta. 
 
03 – As abóboras que tem por características a presença de pescoço em seus frutos é conhecida por 
qual nome? 
a) ( ) Goianinha; 
b) ( ) Baianinha; 
c) ( ) Menina brasileira; 
d) ( ) Menina goianinha. 
37 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
04 – Quais cuidados tem que se ter ao plantar abóbora Tetsukabuto(cambutiá), para não se obter 
fracasso em seu cultivo? 
a) ( ) Plantar 15 dias depois da cambutiá uma fileira de outra abóbora; 
b) ( ) Aplicar diariamente nas flores masculinas uma solução de 2,4D, para melhor frutificação; 
c) ( ) Semear metade da área de abóbora e metade de cambutiá; 
d) ( ) Ter a coincidência de época de florescimento entre o cambutiá e a cultivar polinizadora. 
 
05 – No caso da cambutiá a frutificação se dá por duas maneiras. Quais são? 
a) ( ) Polinização e partenocarpia; 
b) ( ) Artificial e partenocarpia; 
c) ( ) Natural e sobrenatural; 
d) ( ) Partenocarpia e assexuada. 
 
06 – O plantio da variedade polinizadora tem que ser feito quantos dias antes do plantio da cambutiá? 
a) ( ) 10 a 20 dias; 
b) ( ) 15 a 21 dias; 
c) ( ) 20 a 30 dias; 
d) ( ) 07 a 10 dias. 
 
07 – Como é feito a aplicação do hormônio na cambutiá? 
a) ( ) Fazendo uma aplicação semanal de 2,4D nas flores masculinas; 
b) ( ) Fazendo uma aplicação dia sim dia não de 2,4D nas flores masculinas; 
c) ( ) Fazendo uma aplicação semanal de 2,4D nas flores femininas; 
d) ( ) Fazendo uma aplicação diária de 2,4D nas flores femininas. 
 
08 – Com espaçamento do cambutiá de 2,5 x 2 m, quantas covas vão caber em uma área de 8000 m²? 
a) ( ) 2000 covas; 
b) ( ) 1600 covas; 
c) ( ) 2500 covas; 
d) ( ) 1800 covas. 
 
09 – Se forem utilizados 4 kgs de esterco de curral por cova, quantos kgs vão ser gastos na área 
acima? 
a) ( ) 8000 kgs; 
b) ( ) 5000 kgs; 
c) ( ) 3200 kgs; 
d) ( ) 3600 kgs. 
 
10 - Foi verificada a presença de pragas na cultura da abóbora. Foi recomendado o inseticida Decis 
(Piretróide), para o controle, na dosagem de 0,06 litros/ha, com uma vazão de 250 litros/ha. O 
produtor vai fazer o controle com pulverizador costal de 20 litros. Quantos ml do produto terá que 
colocar na bomba? 
a) ( ) 0,5 ml; 
b) ( ) 4,8 ml; 
c) ( ) 48 ml; 
d) ( ) 0,048 ml. 
 
12 – A área a ser pulverizada do exercício anterior é de 25000 m². Quantos ml do inseticida serão 
gastos? 
a) ( ) 15 ml; 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
b) ( ) 150 ml; 
c) ( ) 48 ml; 
d) ( ) 4,8 ml. 
 
13 – Um produtor de abobrinha possui em sua propriedade 200 kgs de Ureia. Vai fazer uma 
adubação de cobertura em suas abobrinhas. As abóboras estão plantadas com espaçamento de 
2,00x1,50m. Sua área plantada é de 35000 m². Quantas gramas de Ureia deverá colocar em cada 
cova? 
a) ( ) Aproximadamente 50 gramas; 
b) ( ) Aproximadamente 35 gramas; 
c) ( ) Aproximadamente 60 gramas; 
d) ( ) Aproximadamente 75 gramas. 
 
14 - Sabe-se que coloca-se 3 sementes por cova no plantio de morangas, tendo uma área de 85 m de 
largura por 156 m de comprimento, e que o espaçamento e de 3 m entre linhas e de 2,5 m entre 
plantas, quantas sementes serão gastas? 
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CENOURA 
Escolha da área de plantio 
Os solos melhores para o plantio da cenoura são os solos de textura média a leve, menor teor de 
argila. 
Escolher áreas com boa exposição solar. (incidência de sol maior) 
Não recomenda plantar cenoura em solo pesado rico em argila. 
Não recomenda plantar os lotes de cenoura em baixadas e solos argilosos, que apresentam problemas 
de drenagem, podem ocorrer doença fungicas . 
Não recomenda plantar cenoura em solos com estória de nematóides provoca bifurcamento das 
raízes. 
Preparo do solo e adubação de plantio. 
Não fazer preparo de solo com alta umidade. 
Os canteiros devem ter a largura de 1,10 m e altura de no mínimo 0,20 m, quanto mais alto melhor. O 
não preparo de solo adequado ocasiona cenouras tortas, enrugadas, bifurcadas e com ombro verde. 
Adubação de plantio: de 200 a 300 g/m
2
 de bokashi ou 3 a 4 l/m
2
 de composto biodinâmico. 
Espaçamento: 25cm x 5cm 
Tratos culturais 
Raleio: 21 dias após semeadura: Aproveita-se para eliminar o mato que nascer na linha da 
cenoura e já deixar uma quantidade de plantas com o espaçamento desejado, ou seja, 7cm entre 
plantas.(a largura de 3 dedos). 
40 dias após a semeadura: Tirar o mato novamente e deixar o espaçamento definitivo, no 
mínimo 12 plantas por metro linear (5 a 8 cm entre plantas). É importante fazer os raleios na data 
certa para não deixar a parte aérea da cenoura estiolar. 
Irrigação: Enquanto a cenoura não germina o canteiro tem que ser mantido úmido. 
Após o raleio é necessário manter a umidade baixa observando se tem água disponível na 
profundidade das raízes. Para evitar o risco de alternaria é melhor irrigar pela manhã. 
Controle de pragas e doenças 
 Estão registradas no Brasil mais de quinze doenças de cenoura, causadas por fungos, vírus, 
bactérias e nematóides. Destas, um número relativamente pequeno é responsável pela maior parte dos 
39 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
danos ocorridos na cultura. O controle destas enfermidades tem sido feito através do uso de cultivares 
resistentes e/ou fungicidas, bem como pelo emprego correto das práticas culturais. 
Podridão de pré e pós-emergência 
 Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se: 
Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas campestris pv. 
carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande. 
Queima-das-folhas 
 É a doença mais comum da cenoura. 
 É causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae. 
Caracteriza-se principalmente por uma necrose das folhas que, dependendo do nível de ataque pode 
causar a completa desfolha da planta e, consequentemente, resultar em raízes de tamanho pequeno. 
Podridão das raízes 
 Em geral é causada pelos fungos Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum (Figura 2) ou 
pela bactéria Erwinia carotovora (Figura 3). As plantas atacadas apresentam crescimento reduzido 
com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia. 
Nematóides 
 As espécies dos nematóides das galhas Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenaria e M. 
hapla são os mais importantes nos cultivos de cenoura no Brasil. 
 As plantas infectadas mostram crescimentoreduzido e amarelecimento nas folhas semelhante 
ao sintoma de deficiência mineral. 
 A rotação de cultura e resistência genética são os principais e mais eficientes métodos de 
controle dos nematóides. 
 A rotação com plantas do gênero Stylosanthes, Crotalaria e Styzolobium por um período 
mínimo de 120 dias, reduz a população dos nematóides e melhora as propriedades físicas do solo. 
Pragas 
 As principais pragas da cultura da cenoura são lagartas e pulgões, que são controlados através 
de praticas culturais, e pela ação de inimigos naturais como parasitóides e predadores. 
 São muito poucos os inseticidas registrados para o controle de pragas da cenoura, o que torna 
o controle químico uma prática pouco recomendável para a cultura. 
- Lagarta-rosca (Agrotis spp.); 
- Lagarta-militar (Spodoptera frugiperda); 
- Lagarta-falsa-medideira (Rachiplusia nu). 
Pulgões 
 Os pulgões raramente chegam a causar dano econômico à cultura da cenoura, porque não 
ocorrem em grandes populações e são altamente parasitados por micro-himenópteros. 
 Pulverizações com produtos à base de Fenitrothion e Pirimicarb controlam eficientemente 
estes afídeos. 
 Ocasionalmente, quando a cenoura é plantada após a cultura do milho ou pastagens, as raízes 
da planta podem ser danificadas por larvas de crisomelídeos, cujos adultos são conhecidos por 
vaquinhas ou brasileirinho, os quais pertencem aos gêneros Diabrotica e Cerotoma. 
Colheita 
 Dependendo da cultivar, das condições de clima e dos tratos culturais, a colheita da cenoura 
pode ser feita de 80 a 120 dias decorridos da semeadura. 
 O ponto de colheita e a maneira de colher e de manusear as raízes influem na aparência final 
e na capacidade de conservação do produto 
 
ATIVIDADES 
01 – Quais são os principais tratos culturais da cenoura? 
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_________________________________________________________________________________
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
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_________________________________________________________________________________ 
 
02 – Explique a importância do raleamento da cenoura e com é feito? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
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COUVE 
Origem 
 A couve tem uma longa história de utilização, tanto como alimento e remédio. Foi 
desenvolvida a partir da couve selvagem. 
 Pensa-se que a couve selvagem foi trazida para a Europa por volta de 600 aC por grupos de 
peregrinos Celtas. Foi cultivada Grécia antiga e na civilização romana que a manteve em alta conta, 
como uma panacéia geral capaz de tratar uma série de condições de saúde. 
 Não está claro quando e onde a couve que conhecemos hoje foi desenvolvida, o cultivo da 
couve espalhou-se por toda a Europa do norte para a Alemanha, Polónia e Rússia, onde se tornou um 
vegetal muito popular em culturas alimentares locais. 
 Os italianos são creditados com o desenvolvimento da couve lombarda. Rússia, Polônia, 
China e Japão são alguns dos principais produtores de couve atualmente. 
Ciclo de Produção 
 O ciclo desta planta em produção é de 100 dias para o verão aumentando alguns dias a mais 
em épocas frias. 
 Pode ser cultivada em todo o país, não havendo data especial de plantio. É uma planta 
tolerante a fatores climáticos, produzindo em regiões quentes e frias. 
Variedades 
Manteiga verde lisa, Manteiga verde crespa, Manteiga roxa e Gigante. 
As couves-manteiga são preferidas por serem mais tenras, enquanto que a couve gigante tem 
as folhas muito mais desenvolvidas. 
Propagação 
 Feito por mudas destacadas do “pé-mãe”, essas mudas são brotos que nascem nas axilas das 
folhas, principalmente durante a época mais quente. 
 Propaga-se também por sementes. Neste caso, semeia-se em lugar sombreado, 
transplantando-se para o definitivo, quando as mudinhas tiverem cerca de um palmo de altura, 
deixando-as a 50cm em todos os sentidos. 
 Produção de mudas por bandeijas, sendo que um grama (1 gr.) de semente fornece mudas 
para cerca de 50 metros quadrados. 
 
Época e regiões para o plantio 
 A couve é uma cultura típica dos períodos de outono e inverno, apresentando certa tolerância 
ao calor. Pode ser plantada durante o ano todo, mas as épocas mais indicadas por região estão 
descritas abaixo: 
Colheita 
 Processa-se 50 dias após o plantio das mudas e 90 dias após a semeação e colhe-se 
praticamente o ano todo. 
Uma boa planta produz cerca de 4 a 5 kg de folhas por ano. As folhas da couve podem ser 
comercializadas em maços e na forma minimamente processada, ou seja, já picadas e embaladas. 
 A couve pode ser consumida crua, em sucos e saladas, refogada ou como ingrediente de 
sopas, farofas e cozidos. Deve ser comercializada e consumida em pouco tempo, pois sua vida útil é 
curta, quando não congelada. 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Tratos Culturais 
Capinas, Desbrotas frequentes (deixar as hastes crescerem livremente), Irrigação. 
Pragas 
As lagartas, Traças, Pulgões, Mosca minadora; 
Doenças 
Mais comuns são: Podridão mole, Fusariose, Mosaico, Podridão negra, Míldio. 
 
TOMATE 
As características morfológicas do tomateiro mais importantes são as seguintes: 
Sistema radicular 
 Possui um sistema radicular amplo; constituído por uma raiz principal, que pode alcançar os 
50-60 cm de profundidade; 
 Por uma grande quantidade de ramificações secundárias, e reforçadas pela presença de um 
grande número de raízes “adventícias” que surgem na base dos caules. 
Caule do tomateiro 
 O caule apresenta um aspecto anguloso; Coberto em toda a sua superfície de pelos; Devido à 
sua natureza glandular. Libertam uma substância líquida responsável pelo aroma característico da 
planta. 
 No início do crescimento o porte do caule é ereto, mas à medida que a planta cresce, o seu 
peso faz tender para um porte prostrado, tornando necessário proceder à sua tutoragem. 
 O desenvolvimento do caule depende da variedade de tomate, existindo dois tipos 
fundamentais: 
- Cultivares de desenvolvimento INDETERMINADO ou INDEFINIDO, que têm a particularidade 
de possuir sempre no seu ápice um meristema, que produz um crescimento continuado do caule 
principal, originando inflorescências apenas na posição lateral. Flores: hermafroditas 
(autopolinizada). 
Fruto do tomateiro 
 O tomate - é uma baga, com os lóbulos carpelares claramente delimitados, de cor geralmente 
vermelha após maturação, apesar de algumas variedades poderem apresentar outras colorações como 
o amarelo ou violeta. 
Clima e época de plantio 
Clima: tropical de altitude; Termoperiodicidade diária: 6-8ºC; Dia: 21-28ºC; Noite: 15-20ºC 
Temperaturas excessivas: fator limitante; Prejudica frutificação e pegamento dos frutos; Inibe 
a síntese de licopeno; Fotoperíodo: indiferente 
 
Sistemas de cultivo 
Sistema v invertido: Necessidade de estacas de bambu; Pode ocorrer maior incidência de 
doenças pela formação de microclima; Desinfecção deficiente das estacas de bambu. 
Sistema vertical: Maior custo de implantação (mourões de madeira); Uso de fitilhos (apenas 
para uma safra); Maior ventilação entre as plantas; Controle fitossanitário mais eficiente. 
Sistema adensado: Dificuldade no controle fitossanitário; Pode reduzir o calibre dos frutos. 
Solo ideal: Areno-argiloso com textura média; Rico em matéria orgânica; pH: 5,5 – 6,5 (V = 70%); 
Profundo; Plano. 
Adubação orgânica 
Vantagens: Melhora a capacidade de retenção de água; Favorece a microbiota do solo; Fontes 
de macro e micronutrientes; Eleva a CTC. 
 
QUIABO 
Família: Angiospermae – Família Malvaceae 
Origem:Originário da África. Acredita-se que introduzido no Brasil na época dos escravos. 
Descrição 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 O quiabeiro é um arbusto de até 3,0 m de altura, conforme a variedade, de folhas grandes, 
lobadas e pilosas com até 30 cm de comprimento e flores branco-amareladas com centro escuro, 
semelhantes a um hibisco simples, pois são da mesma família. 
 Os frutos são alongados e estreitos, fibrosos e com sementes claras e redondas. Pode se 
apresentar na cor verde, avioletado e vermelho. É rico em vitamina A, C e B1. 
Modo de Cultivo 
 É uma planta que somente pode ser cultivada em regiões quentes, a temperatura mínima de 
cultivo é de 15 ºC. O florescimento e frutificação ocorre ao longo do ciclo da planta. 
Semeadura 
Para proceder à semeadura, utilizar saquinhos ou copinhos de jornal com substrato feito de casca de 
arroz carbonizada, húmus de minhoca e casca de pínus tamanho 
pequeno, colocando 1 semente por copo. 
 Para semear deixar as sementes de molho em água por pelo 
menos 24 horas. O quiabeiro tem sementes com cascas muito duras 
com uma camada impermeável que dificulta a penetração da água para 
iniciar o processo de germinação. 
 É mais interessante realizar a semeadura em local protegido 
para levar a campo quando atingirem o tamanho adequado 
 Solo e transplante em canteiro definitivo : 
 A preparação do canteiro deve ser feita como igual para outras 
culturas. Será necessário para cultivo comercial a análise de solos para 
verificação da acidez e fertilidade. 
 Para cultivo em horta caseira delinear os canteiros, colocar adubo animal curtido, cerca de 2 
kg/m², acrescentando adubo granulado NPK formulação 20-10-20 mais micronutrientes, cuidando 
para adquirir aquele que inclui cálcio. 
 Colocar cerca de 100 gramas por cova, misturando bem a terra. Colocar a muda, apertar para 
fixar no solo, regando a seguir. Quando as plantas atingirem 15 cm poderá levar a canteiro. 
 O espaçamento no canteiro pode ser de 0,50 m entre plantas e de 0,60 até 1,40m entre linhas, 
sendo que o espaçamento maior pode beneficiar a melhor formação da muda e, portanto, mais frutos. 
 Para plantio caseiro, colocar o quiabeiro no meio do canteiro ou se este for junto a muros, 
mais para o fundo, desde que receba a luz direta do sol. Fazer consorciação com tajetes (Tajetes sp.), 
que ajuda a combater os nematóides do solo, pois o quiabeiro é muito sensível a esta praga. 
Plantar as mudas de tajetes na borda do canteiro e até ao redor do quiabeiro, mantendo uns 30 cm de 
distância da muda. 
Florescimento e Colheita 
 O florescimento se inicia em torno de 2 até 4 meses após o plantio. 
 Para guardar as sementes para novo plantio deverá colocar em recipientes fechados e na 
geladeira, pois as sementes são oleaginosas e rançam facilmente. Sementes podem ser estocadas até 
5 anos sem perder o poder germinativo. 
 A colheita deve ser feita quando os frutos atingem em torno de 6 a 8 cm de comprimento, 
antes que as sementes amadureçam, quando então a polpa torna-se ruim para consumo, muito 
fibrosas e secas. 
 
ATIVIDADES 
01 - Um produtor de Quiabo possui em sua propriedade 800 kgs de Uréia. Vai fazer uma adubação 
de cobertura em seus quiabos. Os quiabos estão plantados com espaçamento de 1,00x0,50m. Sua 
área plantada é de 8000 m². Quantos kgs de Uréia vai gastar? (40 gramas por pé.) 
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http://www.fazfacil.com.br/jardim/planta_tagete.html
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
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02 - Em um canteiro de cenoura verificou-se que havia mancha-de-alternaria, então foi recomendado 
por um técnico uma aplicação de Sportak. O técnico recomendou que fosse aplicado 150 ml/ha, com 
uma vazão de 100 L, e será usado uma bomba de 20L. Quantos ml tem que colocar na bomba de 20 
litros? 
 
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03 – Uma empresa do ramo de hortaliça lhe contrata como Técnico Agrícola para a implantação de 
uma horta comunitária para abastecer as famílias carentes do município, onde pretende distribuir 
4600 pés de alface e 3600 kg de cenoura. Com base nessas informações calcule: 
a) Quanto kg de adubo irá gastar com cenoura? (350 kg/ha) 
 
 
 
b) Quantos canteiros de 50 metros de comprimento por 1,20 m de largura serão necessários para a 
alface? (espaçamento de 0,25mx0,25m) 
 
 
 
c) Qual a área (m²) que será ocupada com cenoura? 
Produção esperada: 3,5 kg/m² 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
PISCICULTURA 
Alimento 
O conhecimento da preferência alimentar, ou seja, do alimento que o peixe de uma 
determinada espécie mais gosta, é útil no desenvolvimento de estudos nutricionais, no preparo de 
rações e manejo da alimentação. 
Vamos identificar hábitos alimentares naturais dos peixes: 
Peixes planctófagos 
Esses peixes se alimentam de forma eficiente do plâncton. Quase todas as espécies de peixe 
passam por uma fase planctófoga em seus primeiros dias de desenvolvimento. A tilápia é um 
exemplo de peixe que mantém a preferência planctófoga na fase adulta. 
Peixes herbívoros/frugívoros 
Apresentam preferência por alimentos de origem vegetal, rico em fibras e, geralmente, baixa 
energia. A carpa capim é um peixe herbívoro que possui dentes molares para esmagar e cortar 
vegetais. 
Peixes bentófagos/iliófagos/detritívoros 
Esses peixes se alimentam com organismos bentônicos como larvas de insetos e ovos de 
moluscos, e detritos orgânicos como fezes de outros peixes e algas que se desenvolvem no fundo de 
tanques e viveiros. Um exemplo é a carpa comum. 
Peixes carnívoros/piscívoros 
Peixes que apresentam preferência por organismos animais como insetos, peixes, anfíbios e 
cobras. Tucunarés, pirarucu e surubim são exemplos de peixes carnívoros. 
Na idade adulta cada espécie de peixe define seu hábito alimentar passando a exigir alimentos 
em quantidade e qualidade que satisfaçam suas exigências alimentares e nutricionais. 
O alimento natural dos peixes é composto por vários organismos, podendo ser vegetais como 
algas, plantas aquáticas e frutos, ou animais como crustáceos, larvas e moluscos. 
Segundo Kubitza (1999), os alimentos naturais explorados pelos peixes possuem grande valor 
energético e proteína de excelente qualidade e quantidade. 
Porém, quando se fala em piscicultura intensiva, o alimento natural é insuficiente para os 
peixes, principalmente na fase adulta, já que o número de peixes por metro quadrado é maior, o que 
motiva a competitividade por alimento. 
 
Nutrição 
Após conhecer os hábitos alimentares dos peixes, vamos identificar alguns aspectos da 
nutrição dos peixes. 
A nutrição torna os peixes mais fortes, ou seja, ela determina o melhor crescimento, a 
eficiência reprodutiva, tornando-os resistentes às variações da água e a doenças. A nutrição dá ao 
peixe condições importantes para sua exploração em piscicultura. 
Exigências nutricionais dos peixes 
Os peixes necessitam de diversos nutrientes para adequado crescimento,reprodução e saúde 
(KUBITZA, 1999, p. 14). 
Aminoácidos essenciais, ácidos graxos essenciais, minerais e vitaminas são os nutrientes 
fundamentais exigidos pelos peixes. Destacamos também o componente energia na sua alimentação. 
Aminoácidos essenciais 
Os aminoácidos são as unidades que formam as proteínas responsáveis pela formação dos 
músculos, células sanguíneas, pele, entre outros tecidos. 
Energia 
Os peixes recebem energia através do metabolismo de carboidratos, lipídios e aminoácidos 
contidos em alimentos como milho e sorgo. 
 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Ácidos graxos essenciais 
Assim como os aminoácidos, o ácido graxo é essencial, pois os animais não sintetizam ou o 
fazem em quantidade insuficiente. Esses ácidos essenciais servem como fonte de energia. Os 
principais ácidos graxos de peixes tropicais e de água doce são o ácido linoleico e ácido linolênico. 
Minerais 
Dentre as funções no organismo dos peixes, os minerais são importantes na formação dos 
ossos e dentes, no metabolismo energético, no equilíbrio osmótico entre outros. As quantidades 
exigidas de minerais variam de acordo com a espécie criada. 
Vitaminas 
Assim como outros animais, os peixes necessitam de vitaminas que atuam como componentes 
enzimáticos ou apresentam ações fisiológicas específicas ao crescimento, reprodução e saúde dos 
peixes (KUBITZA,1999, p. 30). 
As vitaminas necessárias aos peixes se dividem em dois grupos. As vitaminas A, D, E e K 
pertencem ao grupo das lipossolúveis, ou seja, solúveis em lipídios. A vitamina C e as que compõem 
o complexo B são do grupo das hidrossolúveis ou solúveis em água. 
 
ATIVIDADES 
01 - Explicar o hábito alimentar dos peixes segundo sua preferência 
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Reprodução dos peixes 
A reprodução dos peixes se dá de duas formas: reprodução natural que, como o próprio 
nome já diz, ocorre naturalmente onde não há intervenção do homem; e reprodução artificial, onde 
existe a participação do homem. 
O sucesso da reprodução dos peixes levará em conta o local onde os ovos serão depositados, o 
qual deverá oferecer condições ideais de oxigênio, temperatura e alimentos. Sem esquecer também 
que esses ovos precisam estar protegidos contra predadores inimigos. 
A maturação sexual, ou idade na qual se inicia a reprodução, depende de vários fatores. Entre 
eles, podemos citar a temperatura do ambiente, o alimento disponível, o tamanho do peixe e o 
ambiente em que vive. 
Algumas espécies variam a idade de reprodução de forma significativa. A primeira maturação 
sexual da tilápia, por exemplo, ocorre entre o 7º e 12º mês; já a carpa capim pode atingir a idade para 
reprodução apenas após 2 ou 3 anos de vida. 
Reprodução natural 
Esse tipo de reprodução, como já vimos, ocorre em ambiente natural. Os peixes sexualmente 
maduros lançam seus gametas sem a participação direta do homem no processo de reprodução. 
Os gametas são lançados na água livremente, por isso a taxa de fertilização na reprodução 
natural é baixa. 
Piracema: Ocorre no período das chuvas de verão onde os peixes sobem até as nascentes 
Reprodução artificial 
A reprodução artificial conta com a intervenção do homem com a finalidade de produzir 
quantidades abundantes de ovos, larvas e alevinos para serem utilizados em cultivos (FURTADO, 
1995). 
Os peixes reprodutores são selecionados e destes retiram-se os óvulos e esperma e, em 
seguida, é realizada a fecundação artificial a seco, ou seja, fora da água. 
 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Reprodução artificial sem tratamento hormonal 
Os peixes reprodutores são capturados durante a desova natural. Os produtos sexuais, óvulos e 
esperma são retirados e unidos artificialmente, ocorrendo a fertilização da ova. 
Após a captura da fêmea reprodutora, o primeiro passo é a secagem do local com auxilio de 
toalha limpa; em seguida, se inicia a compressão da região ventral para a extrusão em vasilha limpa. 
O mesmo ocorre com o macho reprodutor, com a espermiação sobre a mesma vasilha onde 
foram coletados os óvulos. 
 
Após a coleta, os ovos fertilizados são incubados e cultivados até o estádio de larva e alevino, 
em condições controladas, assegurando elevada taxa de sobrevivência e crescimento saudável. 
Reprodução artificial com tratamento hormonal 
Nesse método, ocorre a manipulação dos reprodutores com a indução da ovulação e desova 
com hormônios hipofisários. 
Para melhor compreensão, vamos explicar a o processo de hipofisação utilizado na 
piscicultura. 
A HIPOFISAÇÃO é uma técnica baseada na desova por indução em peixes. 
Consiste na seleção de peixes doadores com a extração da sua hipófise, que é dessecada em 
acetona, e depois macerada com solvente, formando o extrato hipofisário. 
A hipófise está localizada no lado ventral do cérebro, logo abaixo do hipotálamo, e ligada ao 
infundíbulo. Também chamada de glândula pituitária, a hipófise produz, acumula e armazena os 
hormônios que desempenham papel fundamental na maturação sexual. 
O hormônio, extraído do extrato hipofisário, deve ser administrado por via intramuscular ou 
intraperitonealmente. O local mais utilizado é a base da nadadeira peitoral (ELIAS NETO, 2008). 
As fêmeas devem receber doses maiores de hormônios do que os machos, pois doses 
parceladas produzem melhores resultados nas fêmeas do que uma única dose. 
 
Sanidade 
O controle sanitário deve partir de cuidados básicos no manejo. O piscicultor deve prevenir o 
aparecimento de doenças visando diminuir ou atenuar problemas de saúde nos peixes. 
Algumas medidas de prevenção devem ser tomadas na piscicultura, tais como: 
• manter boas condições de cultivo e manejo, principalmente a qualidade da água; 
• o manuseio dos peixes deve ser reduzido ao mínimo necessário e feito nas horas mais frescas do 
dia; 
• prevenir a entrada de agentes patogênicos; 
• os equipamentos utilizados no cultivo devem ser desinfetados antes do uso em diferentes grupos de 
peixes; 
• a ração utilizada deve ser corretamente formulada e armazenada. 
O piscicultor deve sempre buscar a prevenção de doenças ao invés do tratamento destas, pois, 
dependendo do estágio da doença, o problema pode ser irreversível. 
A imunização protetora por vacinação é considerada a mais importante medida profilática 
contra as doenças em peixes. Diferentemente do que ocorre em outras espécies, o controle de doenças 
dos peixes pela vacinação encontra-se ainda em fase de pesquisa e desenvolvimento. 
 
Doenças dos peixes 
As doenças de peixes podem ser divididas em duas categorias: não infecciosas e infecciosas. 
As doenças não infecciosas, que não são transmissíveis, estão relacionadas com fatores 
ambientais, nutrição e neoplasias. 
As doenças infecciosas são transmissíveis entre os peixes e causadas por parasitas, bactérias, 
fungos e vírus. 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Doenças não infecciosas 
Esse tipo de doença pode ser causado pelos seguintes fatores: 
Fatores ambientais – A presença de pássaros e larvas de insetos podem estressar os peixes 
ou carrear para o meio de cultivo parasitas e doenças. 
Mudanças súbitas na temperatura podem causar o aparecimento de doenças infecciosas, 
atingindo o sistema imunológico dos peixes. A exposição direta ao sol, por exemplo, causa danos e 
ulcerações na pele dos peixes, deixando-os mais suscetíveis a infecções bacterianas secundárias ou 
fúngicas. 
As modificações bruscas no pH da água , que podem gerar danos nas brânquias, também 
consistem em outro fator ambiental, causando dificuldades respiratórias e morte. 
Fatores nutricionais – As doenças nutricionais são causadaspela deficiência de nutrientes ou 
pela presença de fatores antinutricionais ou toxinas que se desenvolvem devido ao armazenamento 
incorreto da ração. 
Neoplasias – Caracterizada pela formação alterada das células, as neoplasias não são letais 
aos peixes, porém esses peixes deixam de ser comercializados. 
Peixes de idade mais avançada apresentam maior probabilidade de desenvolver tumores. 
 
Doenças infecciosas 
A seguir serão listadas as doenças infecciosas mais comuns na piscicultura. 
Argulose – provocada pelo parasita Argulus, também é conhecida como piolho de peixe. É 
comum o peixe que a contrai apresentar movimentos nervosos nas nadadeiras e manchas vermelhas 
no corpo. 
Furunculose – causada pela bactéria Aeromonas salmonicida. Causa hemorragia 
generalizada, úlcera na pele. O tratamento é feito através de antibióticos. 
Viremia Primaveril da Carpa – ocorre perda de coordenação e equilíbrio, exoftalmia, ascite 
e hemorragia dos órgãos internos. 
Vermes – os nematoides são os principais vermes dos peixes. Presentes nos intestinos ou 
tecidos, esses vermes, quando encontrados na musculatura, causam perda do valor do peixe. 
Saprolegnia – altera a superfície do corpo e nadadeiras dos peixes, podendo ocorrer perda de 
escamas. 
Ictioftiríase – doença causada pelo fungo Ichthyophthyrius multifi liis, conhecida como 
doença dos pontos brancos, parasita a pele e brânquias de qualquer espécie de peixe. Ocorre mais 
comumente quando há variações bruscas de temperatura. 
 
ATIVIDADES 
01- Quais os fatores que estão favorecendo o desenvolvimento da piscicultura atualmente? 
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02- Cite a classificação da piscicultura quanto à finalidade. 
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03- Qual a importância econômica da piscicultura? 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
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04- Quais os sistemas de criação na piscicultura? 
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05- Quais os fatores determinantes para a implantação de uma piscicultura? 
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06- Um determinado piscicultor quer medir a vazão do seu viveiro. Com um balde de 20L, ele 
coletou toda a água da tubulação num tempo de 05 segundos, enchendo o balde. Calcule a medida da 
vazão por hora. 
 
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07- Quais as características do solo na implantação de uma piscicultura? 
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08- Explique os sistemas de cultivo na piscicultura. 
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09- Explicar os tipos de reprodução dos peixes. 
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10- Quais as finalidades da calagem e adubação dos viveiros? 
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FONTE: EMBRAPA 
 
 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
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COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
EROSÃO DE SOLO 
O solo é um dos mais preciosos recursos. 
A perda desse recurso, através de processos de 
degradação da terra como a erosão por causada 
pelos ventos e pelas águas, é um dos mais 
problemas ambientais mais sérios que nos 
enfrentamos, uma vez se tratar da destruição dos 
meios de produção de nossos alimentos. 
A erosão do solo ocorre naturalmente, 
mas atividades humanas, principalmente a 
agricultura e o desmatamento tem aumentado as 
taxas de erosão uma vez que ambos tendem a 
remover a vegetação protetora e reduzir a 
estabilidade do solo. Esse processo é conhecido como erosão acelerada. Desde 1950, a erosão 
acelerada resultou na perda de 1/5 da superfície do solo das terras cultiváveis mundiais e 1/5 da 
superfície do solo das florestas tropicais. 10.5 por cento dos solos mais produtivos do planetauma 
área do tamanho da China e da Índia juntas tem sido destruída por atividades humanas desde a II 
Guerra Mundial. 
As conseqüências disso consistem na perda da produção de alimentos, a diminuição da 
qualidade da água e a destruição de ecossistemas. Terra sem arvores também significa mais dióxido 
de carbono na atmosfera. 
 
PREVENIR A EROSÃO 
Fazendeiros podem prevenir a erosão do 
solo praticando uma agricultura de conservação, 
implantando curvas de níveis plantando arvores 
nativas dentre outras técnicas. Os consumidores 
podem apoiar a agricultura orgânica comprando 
alimentos orgânicos. 
Entretanto, quando o homem cultiva a 
terra, esse equilíbrio é rompido. Florestas são 
derrubadas e queimadas, a camada superficial de 
solo é revolvida por arados e grades, o que 
constitui o preparo do solo para o plantio. Em um 
solo descoberto e preparado, os agentes erosivos 
(chuva e vento, por exemplo) não encontram 
barreiras, arrastando uma quantidade de solo maior do que em condição natural. Essa é a chamada 
Erosão Acelerada. Quando esse preparo de solo é feito sem os devidos cuidados e sem orientação 
técnica,seja utilizando implementos inadequados, seja em áreas muito acidentadas, a erosão pode 
degradar o solo em poucos anos. 
A erosão é a principal causa da degradação de solos em todo o mundo. As principais formas 
são a erosão eólica, causada pelo vento e a erosão hídrica, causada pela chuva. 
A erosão eólica acontece em áreas planas, descampadas, com o solo seco e quando o vento 
atinge maiores velocidades, sendo as partículas de solo arrastadas, na forma de verdadeiras “nuvens 
de poeira”. Ela pode ser importante nas épocas secas do ano, em solos arenosos (principalmente se a 
areia for muito fina) e se o solo estiver descoberto (áreas que permanecem gradeadas durante a 
estação seca, por exemplo). 
Entretanto, no Brasil, a erosão hídrica, ou erosão causada pela chuva, tem causado mais 
estragos, não só em áreas agrícolas, mas também nas cidades. É o caso de capitais como Rio de 
Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, onde a ocupação desordenada de encostas tem resultado em 
deslizamentos durante a época das chuvas. Isso acontece porque essas encostas possuem solos 
52 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
frágeis, que quando encharcados não resistem ao peso das construções, o que resulta em 
deslizamentos e perda de vidas. 
Em áreas rurais, o problema também é grave, porém, não tem recebido tanta importância da 
mídia, uma vez que não tem envolvido a perda de vidas. Neste caso, as principais causas da erosão 
são o desmatamento de encostas e margens de rios, as queimadas e o uso inadequado de maquinários 
e implementos agrícolas, que aceleram o processo erosivo. 
A fertilidade de um solo também influi na sua resistência à erosão: solos naturalmente férteis 
ou adequadamente adubados propiciam um melhor desenvolvimento de plantas, que irão cobrir 
melhor o solo, protegendo-o da erosão. Também a topografia influi, sendo que em áreas acidentadas, 
a enxurrada atinge maior velocidade causando maior erosão do que em áreas de topografia mais 
suave. 
 
ESTAÇÃO TOTAL 
Como funciona e pra que serve uma Estação Total? 
Uma Estação Total resumidamente, é um 
equipamento para medições topográficas, que faz 
medições de ângulos verticais e horizontais e 
também de distâncias lineares. Estação total 
Para fazer a medição é necessário 
posicionar a estação total num local livre de 
obstáculos e mirar até o prisma. O prisma fica 
sobre uma “vara” metálica e deve ser colocado 
sobre o ponto onde se quer medir. A estação total 
então emite um feixe de laser que reflete no prima 
e retorna ao equipamento. 
Pelo tempo de resposta e o ângulo de 
rotação da luneta da estação o computador interno 
calcula os ângulos e distâncias armazenando os 
pontos em sua memória interna. Após pegar todos 
os pontos necessários para a medição, basta baixar os dados em um computador e desenhar o terreno 
ou construção aferida. 
A diferença entre uma estação total e um teodolito é que o teodolito apenas mede os ângulos 
horizontais de verticais e sem guardar na memória, sendo necessário anotar em uma planilha. 
 
Uma explicação mais técnica 
Estação total é também chamada Taqueômetro e como falamos, mas agora numa explicação 
mais detalhada, é um instrumento eletrônico utilizado na medida de ângulos e distâncias. A evolução 
dos instrumentos de medida de ângulos e distâncias trouxe como conseqüência o surgimento deste 
novo instrumento, que pode ser explicado como a junção do teodolito eletrônico digital com o 
distanciômetro eletrônico, montados num só bloco 
A estação total é capaz de inclusive armazenar os dados recolhidos e executar alguns cálculos 
mesmo em campo. Com uma estação total é possível determinar ângulos e distâncias do instrumento 
até pontos a serem examinados. Com o auxílio de trigonometria, os ângulos e distâncias podem ser 
usados para calcular as coordenadas das posições atuais (X, Y e Z) dos pontos examinados, ou a 
posição dos instrumentos com relação a pontos conhecidos, em termos absolutos. 
A informação pode ser enviada do teodolito para um computador e um software aplicativo irá 
gerar um mapa da área estudada. Algumas estações totais também têm uma interface de GPS que 
combina essas duas tecnologias para fazer uso das vantagens de ambas (GPS – não necessita que os 
pontos a serem estudados estejam na linha de visão; Estação Total tradicional – medição de alta 
precisão especialmente no eixo vertical comparado ao GPS) e reduz as consequências das 
desvantagens de cada tecnologia (GPS – baixa precisão no eixo vertical e menor precisão sem longos 
53 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
períodos de ocupação; Estação Total – requer observações no campo de visão e deve ser feita sobre 
um ponto conhecido ou dentro do campo de visão de 2 ou mais pontos conhecidos). 
 
Estação Total – Prisma Refletor 
A maioria dos instrumentos das Estações Totais medem ângulos através de scanner eletro-
óptico de extrema precisão de códigos de estação total barra digitais atados em cilindros ou discos de 
vidro rotativos dentro do instrumento. 
As Estações Totais de melhor qualidade são capazes de medir ângulos abaixo de 0,5″. A 
típica Estação Total EDM pode medir distâncias com precisão de cerca de 0,1 milímetros, mas a 
maioria das aplicações requer precisão de 1,0 milímetro. Essas estações totais usam um prisma de 
vidro como refletor para o sinal EDM, e pode medir distâncias de até quilômetros, mas alguns 
instrumentos não possuem refletores e podem medir distâncias de objetos que estão distintos por cor, 
limitando-se a poucas centenas de metros. 
Alguns modelos modernos são robotizados permitindo ao operador controlar a máquina à 
distância via controle remoto. Isso elimina a necessidade de um assistente a segurar o prisma refletor 
sobre o ponto a ser estudado. O próprio operador segura o refletor e controla a máquina a partir do 
ponto observado. 
 
ATIVIDADES 
01- Marque a alternativa correta. Qual é a causa de uma degradação de terra como erosão? 
a) ( ) aquecimento do solo. 
b) ( ) pelos ventos e água da chuva. 
c) ( ) todas esta corretas. 
 
02- Quais dessas alternativas e a causa de erosão? 
a) ( ) Reflorestamento de arvore perto da área de plantio. 
b) ( ) reflorestamento de forma inadequada sem acompanhamento técnico. 
c) ( ) desmatamento pode ser uma dessas causa. 
 
03- Cite duas formas de prevenção para evitar uma erosão? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
04- Uma estação total faz dois tipos de medição de ângulos. Quais são eles? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
05- Como é chamado o aparelho que se reflete para obter uma leitura de distância em uma Estação 
Total? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
Qual a diferença entre Teodolito e Estação Total? 
Escolher os equipamentos de topografia para medição de ângulos e distâncias não é uma 
tarefa tão simples. Entre os diversos disponíveis, o Teodolito e a Estação Total são os mais comuns, 
mas como saber qual se encaixa melhor no seu projeto? 
Cada um tem seus prós e contras particulares que podem ser utilizados em várias situações. 
Em geral, dependerá do tempo, do investimento, da sua força de mão de obra e da experiência ao 
decidir sobre a ferramenta certa para cada um dos seus trabalhos. 
http://www.santiagoecintra.com.br/blog/geo-tecnologias/o-que-e-topografiay
54 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
A principal questão a se observar nesta escolha deve ser a produtividade,com o Teodolito, o 
levantamento topográfico é muito lento, pois na maioria dos modelos às leituras de ângulos devem 
ser anotadas manualmente, além disso, ele não realiza a leitura de distâncias. Já com a Estação Total 
o processo é mais rápido, pois ela mede e armazena eletronicamente as informações de ângulos e 
distâncias. 
Um exemplo de aplicação de Teodolito é na Topografia Industrial, que necessita de um 
altíssimo nível de precisão de posicionamento/alinhamento de máquinas. Desta maneira, se utilizam 
Teodolitos muito precisos para realizar esse tipo de trabalho. 
Para te ajudar, abaixo explicamos como essas ferramentas funcionam. Acompanhe conosco e 
descubra como fazer a melhor escolha! 
 
O que é o Teodolito? 
Embora os Teodolitos já sejam usados há centenas de 
anos, a operação dessa ferramenta permanece a mesma. Um 
Teodolito consiste em um telescópio móvel montado entre eixos 
verticais e horizontais. 
O ângulo de cada eixo pode ser medido com uma alta 
precisão desde que o operador tenha conhecimento suficiente do 
uso da ferramenta e da trigonometria básica. No entanto, o uso 
de um Teodolito geralmente requer a ajuda de pelo menos outra 
pessoa além do operador principal para que seja realizada a 
medição e o alinhamento dos ângulos. 
Quando a precisão é muito importante, é imperativo que 
ambos os operadores estejam 
devidamente treinados e 
compreendam todos os elementos da coleta de dados. 
Isso pode incluir o nivelamento do tripé/Teodolito e a estaca de 
medição, bem como o alinhamento da estaca e da linha de medição 
para coletar dados precisos e, finalmente, usar habilidades matemáticas 
e gráficas para gerar o resultado apropriado. 
 
O que é Estação Total? 
Uma Estação Total integra funções de Teodolitos para medir 
ângulos e distância com um EDM (medidor de distância eletrônico, do 
inglês Electronic Distance Measurement). 
As Estações Totais utilizam um sistema de prismas e lasers 
para desenvolver leituras digitais de todas as medidas durante o seu 
trabalho. Todas as informações coletadas com a ferramenta são 
armazenadas na memória interna do equipamento e os dados podem ser utilizados em programas 
específicos para realizar os cálculos topográficos e posteriormente podem ser manipulados e 
adicionados aos programas de CAD. 
As Estações Totais são classificadas em: 
 Medição somente com prisma; 
 Medição sem prisma – reflectorless; 
 Servo-motor; 
 Autolock; 
 Robótica. 
A Estação Total Robótica permite que o operador trabalhe sozinho com o uso de um 
controlador de dados que se comunica com o equipamento via link de rádio, automatizando ainda 
mais o trabalho e aumentado a produtividade. Possui, ainda, a função Autolock, que permite que a 
Estação Total siga o prisma/operador de forma automática, por meio de seus servo-motores. Além 
55 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
disso, existem modelos que possuem a função de escaneamento a laser, podendo coletar cerca de 26 
mil pontos por segundos. 
 
Qual equipamento escolher em seu levantamento topográfico? 
Uma Estação Total geralmente é superior a um Teodolito devido à sua integração e também 
por seus componentes eletrônicos digitais. No entanto, as Estações Totais são muito mais caras e 
exigem não apenas treinamento de levantamento, mas também treinamento específico de produtos e 
software. 
Ao concluir trabalhos de levantamentos topográficos que abrangem grandes áreas, 
especialmente em terrenos com relevo acidentado, uma Estação Total proporcionará os resultados 
mais confiáveis e precisos, além de uma maior produtividade. Para parcelas simples de áreas 
menores, um Teodolito pode ser suficiente, sem contar que existem modelos que fornecem altíssima 
precisão, desde que utilizados de forma correta. 
 
ATIVIDADES 
01- Com suas palavras explique qual a diferença entre uma Estação Total e um Teodolito? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
02- Como saber qual desses dois equipamentos se encaixa melhor no seu projeto? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
03- Com o equipamento teodolito não é possível fazer um levantamento topográfico com apenas uma 
pessoa. Por qual motivo? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
04- Como se chama o local onde são armazenados os pontos cadastrados de uma Estação Total? 
a) ( ) Pen drive. 
b) ( ) Armazenamento de dados. 
c) ( ) Memória interna. 
 
05- Qual é a capacidade de armazenamento de pontos em uma Estação Total? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IS
 I
II
 
A
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 I
II
 
CURSO TÉCNICO EM 
AGROPECUÁRIA 
AZEVEDO NETO, J.M.; FERNANDEZ, M.F.; ARAÚJO, R.; ITO, 
A.E. Manual de Hidráulica. 8ª ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2007. 
670 p. 
BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de 
irrigação. Viçosa- MG: UFV, 8 Ed., 2008. 625 p. 
COSTA, E.F.; VIEIRA, R.F.; E VIANA, P. A. Quimigação- 
Aplicação de produtos químicos e biológicos via irrigação. Brasilia-
DF: EMBRAPA, 1994. 315 p. 
 
 
REFERENCIA BIBLIOGRAFIA 
Olericultura 
Boletim Técnico 200, Campinas, IAC, 1995. 
FILGUEIRA, F.A.R. Manual de olericultura. São Paulo, Ceres, 1982. 
MAKISHIMA, N. Produção de hortaliças em pequena escala. Brasília, 
EMBRAPA/CNPH, 1983. 23p. (Instruções Técnicas, 6). 
RIA 
57 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
SORGO 
Origem e Situação Mundial 
O sorgo tem como centro de origem a África e parte da Ásia. Apesar de ser uma cultura muito 
antiga, somente a partir do fim do 
século passado é que teve um 
grande desenvolvimento em muitas 
regiões agrícolas do mundo. Em 
1984, foi o quinto cereal mais 
importante em termos de 
quantidade produzida no mundo 
(72.186 toneladas), sendo 
precedido apenas pelo trigo, arroz, 
milho e cevada. 
Os Estados Unidos (3.541 
kgjha), México (3.305 kg/ha), 
Argentina (3.101 kg/ ha) e China 
(3.157 kg/ha) são os países que 
apresentaram, em 1984, as maiores 
produções por hectare, em função 
do melhor nível tecnológico, da 
existência de híbridos adaptados e das melhores condições ambientais. Na África e Ásia, onde o 
sorgo é cultivado em áreas que apresentam baixa disponibilidade de água, os rendimentos são 
menores. 
Nos países em desenvolvimento, o sorgo, principalmente o granífero, destina-se à alimentação 
humana, enquanto que nos países desenvolvidos sua utilização é basicamente como alimento animal. 
 
Situação Brasileira 
No Brasil, são cultivados quatro tipos de sorgo: o granífero, o forrageiro, o sacarino e o 
vassoura. 
A cultura do sorgo apresentou expressiva expansão nos últimos anos agrícolas. Do ponto de 
vista agronômico, este crescimento é explicado, principalmente, pelo alto potencial de produção de 
grãos e matéria seca da cultura, além da sua extraordinária capacidade de suportar estressesambientais. 
Deste modo, sorgo tem sido uma excelente opção para produção de grãos e forragem em 
todas as situações em que o déficit hídrico e as condições de baixa fertilidade dos solos oferecem 
maiores riscos para outras culturas, notadamente o milho. 
Do ponto de vista de mercado, o cultivo de sorgo em sucessão a culturas de verão tem 
contribuído para a oferta sustentável de alimentos de boa qualidade para alimentação animal e de 
baixo custo, tanto para pecuaristas como para a agroindústria de rações. 
Atualmente, em toda a região produtora de grãos de sorgo do Brasil Central, o produto tem 
liquidez para o agricultor e grande vantagem comparativa para a indústria, que, cada vez mais, 
procura alternativas para compor suas rações com qualidade e menor custo. 
O avanço da moderna agricultura no Cerrado e os seus sistemas de produção continuam 
ampliando as possibilidades para os diferentes tipos agronômicos de sorgo. A soja, principal parceira 
no sistema de sequência de culturas, avança para os estados do Norte e do Nordeste. O sorgo segue 
este avanço. 
O sistema de plantio direto abre um amplo campo para integração do sorgo ao sistema como 
excelente produtor de palha de alta qualidade, além de ser excelente elo na cadeia da integração 
lavoura-pecuária-floresta. 
 
 
58 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
ATIVIDADES 
01- Qual a importância da cultura do sorgo na indústria? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
A agroindústria de carnes se expande na região, na busca de matérias primas de menor custo 
para alimentação de plantéis de aves, suínos e bovinos. A pecuária de leite e de corte se 
profissionaliza cada vez mais, à medida em que os mercados consumidores de carne bovina exigem 
mais qualidade e preço competitivo 
O milho, principal ingrediente para alimentação animal no país, está se valorizando, em 
especial pela grande expectativa de exportação do produto per se ou embalado no complexo das 
carnes. 
Para manter o mercado de rações abastecido com grãos de qualidade confiável e custo 
ajustado ao negócio, o sorgo já é reconhecido como o principal grão alternativo ao milho na chamada 
cesta básica de ingredientes forrageiros, junto com o próprio milho, o trigo, o triticale, o farelo de 
arroz e a fécula de mandioca. 
A visão de que o Brasil está se tornando um dos principais fornecedores de carnes para os 
mercados internacionais - além do mercado doméstico - e que, por isso, a oferta alternativa de grãos 
forrageiros e as diferentes formas de forragem, de custo compatível com as demandas desses 
mercados, é um fator imprescindível para se alcançar os objetivos do país. 
Para o Brasil, é estrategicamente importante ter uma área ocupada com sorgo para a garantia 
do abastecimento de grãos. A produção brasileira de grãos depende quase que exclusivamente da 
precipitação pluviométrica. 
Em anos com ocorrência de condições desfavoráveis, normalmente há déficit na produção de 
grãos, e o sorgo, sendo uma cultura de vocação para cultivo em condições adversas de clima e solo, 
poderia reduzir o impacto desse fator no abastecimento de grãos. 
O investimento na produção e na utilização do sorgo no Brasil se justifica dentro da política 
estabelecida pelo governo, que seria o aumento da eficiência, da qualidade e da competitividade dos 
produtores, e pelo conceito mundialmente aceito de agricultura sustentada. 
O sorgo pode substituir parcialmente o milho nas rações para aves e suínos e totalmente para 
ruminantes, com uma vantagem comparativa de menor custo de produção e valor de comercialização 
de 80% do preço do milho. 
Além disso, a cultura tem mostrado bom desempenho como alternativa para uso no sistema de 
integração lavoura-pecuária e para produção de massa, proporcionando maior proteção do solo contra 
a erosão, maior quantidade de matéria orgânica disponível e melhor capacidade de retenção de água 
no solo, além de propiciar condições para uso no plantio direto. 
 
Sorgo Granífero 
A cultura do sorgo granífero desenvolveu-se em anos 
recentes, a partir do início da década de 70. A área 
cultivada (safra 85/86) é em torno de 140 mil hectares 
e com uma produção em torno de 235 mil toneladas. 
Estes dados oficiais entretanto podem ser uma 
subestimação dos valores reais, visto que a produção 
de sementes de sorgo, reportada pelas firmas 
produtoras, seria suficiente para o plantio de 300 a 400 
mil hectares. 
A produção brasileira está concentrada 
59 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
principalmente no Rio Grande do Sul e em São Paulo (Tabela 2). No Rio Grande do Sul é um 
produto com relativa tradição e substitui a soja no binômio soja-trigo, quando o agricultor faz rotação 
da cultura. Em São Paulo, é plantado principalmente em sucessão à soja precoce, ou amendoim, o 
que possibilita o estabelecimento de duas culturas, em um mesmo ano agrícola. 
Este sistema é também utilizado em certas regiões de Goiás, Mato Grosso do Sul e, no 
Triângulo Mineiro, e Paraná. Na Bahia, a produção tem se concentrado na região de Irecê. 
 
 
 
 
O sorgo granífero pode ser utilizado: 
a) Na Alimentação humana 
Em muitos países da África e Ásia 
constitui alimento importante para a população, 
sendo utilizado basicamente na forma de farinha. 
Algumas tentativas de introdução deste hábito 
alimentar no Brasil tem sido efetuadas no 
Nordeste. 
b) Na alimentação animal 
O sorgo apresenta uma composição 
química bastante semelhante à do milho, e pode 
substituí-Ia como fonte energética em rações 
animais. Seu valor nutritivo é apenas ligeiramente 
inferior ao do milho. 
Existem variações em tomo dos teores 
médios (principalmente de proteína) apresentados na Tabela 3, cujos valores, entretanto, devem ser 
60 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
tomados apenas como indicação. 
Diversos estudos já comprovaram a possibilidade de seu emprego em rações de bovinos, 
suínos e aves, como substituto do milho. O sorgo em grãos para alimentação animal deve sofrer um 
processamento prévio a fim de aumentar a sua assimilação. O processamento mais simples e mais 
barato é a moagem. 
Não se recomenda urna moagem fina, o que acarreta perdas, mas apenas urna desintegração. 
Pode-se também tornar os grãos mais palatáveis aos animais, colocando-os de molho em água por 
algum tempo, sem desintegrã-los, 
 
Na Indústria 
O sorgo é utilizado em diversos ramos da indústria para produção de amido, farinha, cerveja, 
cera, óleo comestível, etc. Como o milho, produz ainda uma infinidade de subprodutos, dependendo 
do grau de industrialização a que seja submetido. Sua farinha pode também ser misturada com a do 
trigo para fabricação de pão e massas. 
Preços O preço do sorgo se tem situado em torno de 80% a 85% do preço do milho. Esta 
porcentagem também vem sendo utilizada pelo governo, na fixação do preço mínimo. 
 
Quando ocorreu a fixação do preço mínimo acima desta relação, houve sobra de produto do mercado 
forçando a aquisição pela CFP, de grande quantidade de sorgo. Isto ocorreu principalmente durante 
1976 e 1977, quando foram financiados e/ou adquiridos respectivamente 16% e 33% da produção. 
A variação dos preços do sorgo, durante o ano, deve seguir de perto à do milho, pois, devido à 
utilização semelhante, os preços do sorgo são fortemente influenciados pelos do milho. Existe 
entretanto uma tendência de redução do percentual de 80-85% em ocasiões de abundância de milho, 
e o inverso ocorrendo quando da escassês desse cereal. 
Armazenagem e Comercialização No Brasil, a maior parte do sorgo grarufero é colhido a 
máquina, apresentando, pois, grandes quantidades de folhas, talos e outras impurezas,sendo 
necessário uma limpeza do produto antes da secagem. 
A secagem do sorgo, após limpo, é uma das mais importantes operações para uma adequada 
armazenagem. A secagem pode ser feita ao natural (terreiro); natural mais secador, ou só em secador. 
O sorgo deve ter um teor de umidade em torno de 13%, para poder ser guardado por longos períodos. 
A armazenagem do sorgo pode ser feita em sacaria ou a granel. 
A comercialização do sorgo em São Paulo é, em sua maioria, feita diretamente entre os 
produtores e as indústrias de ração. No Rio Grande do Sul existe a intermediação feita pelas 
cooperativas, mas, neste Estado, estima-se que só 50% da produção é comercializada, sendo que os 
outros 50% são consumidos nas próprias 10 fazendas 
Outras opções existem: como a venda diretamente ao governo ou aos criadores que podem 
fornecê-lo, misturado com o concentrado, aos animais. Recomenda-se, em áreas de pouca tradição, 
fazer uma verificação prévia das possibilidades de venda e uso do sorgo antes da decisão do plantio. 
 
ATIVIDADES 
01- O que se deve levar em consideração na tomada de decisão em plantar o sorgo e não o milho? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
Sorgo Forrageiro 
 Atualmente o sorgo forrageiro já dispõe de certa tradição entre os agricultores e é bastante 
plantado, principalmente no sul de Minas Gerais e Vale do Paraíba (SP e RJ). 
61 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Com o uso de híbridos de elevada qualidade e 
produtividade, o sorgo forrageiro pode transformar-se 
numa cultura de grande expressão para a produção 
animal, pelas seguintes características: elevado 
potencial de produção, boa adequação à mecanização, 
reconhecida qualificação como fonte de energia para 
arraçoamento animal; grande versatilidade (presta-se 
para feno, silagem e pastejo direto) e adaptação a 
regiões 
mais secas 
A qualidade levemente inferior de sua silagem, 
relativamente à do milho, é de certa forma compensada 
pela maior produção de massa verde. 
 
 
 
 
 
 
 
Sorgo Sacarino 
 É um tipo de sorgo bastante cultivado nos Estados Unidos, com a finalidade principal de 
produção de xarope, que substitui o açúcar como adoçante em indústrias. Pode ser utilizado também 
na produção de álcool, a partir dos açúcares diretamente fermentáveis existentes no colmo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sorgo Vassoura 
Este é um tipo de sorgo que é plantado nos Estados do 
sul do país. Possui porte alto, como colmos geralmente finos e 
que apresentam as panículas com características especiais, que 
as tornam adequadas ao fabrico de vassouras e escovas. 
Poucos estudos foram efetuados com este tipo, não 
existindo hoje firmas comerciais que possuam sementes no 
mercado. Os plantios são geralmente efetuados com sementes 
obtidas no plantio do ano anterior e é hoje uma cultura que 
apresenta problemas de doenças. 
 
 
 
62 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
01- Como as variedades da cultura do sorgo são utilizadas mundo a fora? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
02- Quais os benefícios do sorgo para o solo? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
63 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
03- Quais vantagens de se plantar o sorgo? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
COS – TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 
 
Referências Bibliográficas 
 
Bovinocultura III 
PIRES, A.V (ed.). Bovinocultura de Corte. v.1 e v.2, Piracicaba: FEALQ, 2010. 1510 p. 
LAZZARINI NETO, S. Cria e Recria. Viçosa-MG: Aprenda Fácil, 2000. 120 p. 
LAZZARINI NETO, S. Reprodução e Melhoramento Genético. Viçosa-MG: Aprenda Fácil, 2000. 
86 p. 
Irrigação e Drenagem 
AZEVEDO NETO, J.M.; FERNANDEZ, M.F.; ARAÚJO, R.; ITO, A.E. Manual de Hidráulica. 8ª 
ed. São Paulo: Edgar Blucher, 2007. 670 p. 
BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de irrigação. Viçosa- MG: UFV, 8 
Ed., 2008. 625 p. 
COSTA, E.F.; VIEIRA, R.F.; E VIANA, P. A. Quimigação- Aplicação de produtos químicos e 
biológicos via irrigação. Brasilia-DF: EMBRAPA, 1994. 315 p. 
Olericultura 
Boletim Técnico 200, Campinas, IAC, 1995. 
FILGUEIRA, F.A.R. Manual de olericultura. São Paulo, Ceres, 1982. 
MAKISHIMA, N. Produção de hortaliças em pequena escala. Brasília, EMBRAPA/CNPH, 1983. 
23p. (Instruções Técnicas, 6). 
Topografia 
Portal Santiago e Cintra 
https://www.santiagoecintra.com.br/blog/geo-tecnologias/qual-a-diferenca-entre-teodolito-e-estacao-
totaly. Acesso em 24/09/18 
Portal São Francisco 
https://www.portalsaofrancisco.com.br/geografia/erosao-do-solo. Acesso em 24/09/18

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