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Vias AFERENTE e EFERENTE

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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
OBJETIVO
1. Compreender a função dos nervos sensitivos e motores (vias de transmissão do SN: vias aferentes e eferentes)
VIA AFERENTE
INTRODUÇÃO 
Vias que levam aos centros nervosos suprassegmentares os impulsos nervosos originados nos receptores periféricos.
Em cada uma das vias aferentes encontra-se os elementos: o receptor, o trajeto periférico, o trajeto central e a área de projeção cortical.
· RECEPTOR - é sempre uma terminação nervosa sensível ao estímulo que caracteriza a via. Existem receptores especializados para cada uma das modalidades de sensibilidade. A conexão deste receptor, por meio de fibras específicas, com uma área específica do córtex, permite o reconhecimento das diferentes formas de sensibilidade (discriminação sensorial);
· TRAJETO PERIFÉRICO - compreende um nervo espinhal ou craniano e um gânglio sensitivo anexo a estes nervos. De modo geral, nos nervos que possuem fibras com funções diferentes, elas se agrupam aparentemente ao acaso;
· TRAJETO CENTRAL - em seu trajeto pelo sistema nervoso central, as fibras que constituem as vias aferentes se agrupam em feixes (tratos, fascículos, lemniscos), de acordo com suas funções. O trajeto central das vias aferentes compreende ainda núcleos relés, onde se localizam os neurônios (II, III e IV) da via considerada;
· ÁREA DE PROJEÇÃO CORTICAL - está no córtex cerebral ou no córtex cerebelar; no primeiro caso, a via nos permite distinguir os diversos tipos de sensibilidade, e é consciente; no segundo caso, ou seja, quando a via termina no córtex cerebelar, o impulso não determina qualquer manifestação sensorial e é utilizado pelo cerebelo para realização de sua função primordial de integração motora; a via é inconsciente.
Um princípio geral de processamento da informação é que ela ocorre de maneira hierárquica, sendo as informações transmitidas através de uma sucessão de regiões inicialmente subcorticais e depois corticais. Outra característica dos sistemas sensoriais é que as partes de onde se originam os impulsos sensitivos são representadas em áreas específicas da via aferente, assim como na área cortical. Assim, na sensibilidade somática, as partes do corpo são representadas na área somestésica do córtex como um homúnculo de cabeça para baixo. Existem também mapas tonotópicos para a representação cortical da cóclea, assim como retinotópicos para a retina.
As grandes vias aferentes podem ser consideradas como cadeias neuronais unindo os receptores ao córtex. No caso das vias inconscientes (cerebelares), esta cadeia é constituída apenas por dois neurônios (1, II).
Já nas vias conscientes (cerebrais), estes neurônios são geralmente três, sobre os quais podem ser estabelecidos os seguintes princípios gerais:
· NEURÔNIO I - localiza-se geralmente fora do sistema nervoso central, em um gânglio sensitivo (ou na retina e mucosa olfatória, no caso das vias óptica e olfatória). É um neurônio sensitivo, em geral pseudounipolar, cujo dendraxônio se bifurca em "T", dando um prolongamento periférico e outro central. Em alguns casos o neurônio pode ser bipolar. O prolongamento periférico liga-se ao receptor, enquanto o prolongamento central penetra no sistema nervoso central pela raiz dorsal dos nervos espinhais ou por um nervo craniano;
· NEURÔNIO II - localiza-se na coluna posterior da medula ou em núcleos de nervos cranianos do tronco encefálico (fazem exceção as vias óptica e olfatória). Origina axônios que geralmente cruzam o plano mediano logo após sua origem e entram na formação de um trato ou lemnisco;
· NEURÔNIO III - localiza-se no tálamo e origina um axônio que chega ao córtex por uma radiação talâmica (faz exceção a via olfatória).
VIAS DE DOR E TEMPERATURA
Os receptores de dor são terminações nervosas livres. Existem duas vias principais através das quais os impulsos de dor e temperatura chegam ao cérebro: uma via filogeneticamente mais recente, neoespinotalâmica, constituída pelo trato espinotalâmico lateral, que vai diretamente ao tálamo; e outra, mais antiga, paleoespinotalâmica, constituída pelo trato espino-reticular, e pelas fibras retículo-talâmicas (via espino-retículo-talâmica).
VIA NEOESPINOTALÂMICA
Trata-se da via constituída basicamente pelo trato espinotalâmico lateral, envolvendo uma cadeia de três neurônios:
· Neurônios I - localizam-se nos gânglios espinhais situados nas raízes dorsais. O prolongamento periférico de cada um destes neurônios liga-se aos receptores através dos nervos espinhais. O prolongamento central penetra na medula e termina na coluna posterior, onde faz sinapse com os neurônios II.
· Neurônios II - os axônios do neurônio II cruzam o plano mediano pela comissura branca, ganham o funículo lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente para constituir o trato espinotalâmico lateral. Ao nível da ponte, as fibras desse trato se unem com as do espinotalâmico anterior para constituir o lemnisco espinhal, que termina no tálamo fazendo sinapse com os neurônios III.
· Neurônios III - localizam-se no tálamo, no núcleo ventral posterolateral. Seus axônios formam radiações talâmicas que, pela cápsula interna e coroa radiada chegam à área somestésica do córtex cerebral situada no giro pós-central (áreas 3, 2 e 1de Brodmann).
Através dessa via, chegam ao córtex cerebral impulsos originados em receptores térmicos e dolorosos situados no tronco e nos membros do lado oposto. Há evidência de que a via neoespinotalâmica é responsável apenas pela sensação de dor aguda e bem localizada na superfície do corpo, correspondendo à chamada dor em pontada.
VIA PALEOESPINOTALÂMICA
É constituída de uma cadeia de neurônios em número maior que os da via neoespinotalâmica.
· Neurônios I - localizam-se nos gânglios espinhais, e seus axônios penetram na medula do mesmo modo que os das vias de dor e temperatura, estudadas anteriormente.
· Neurônios II - situam-se na coluna posterior. Seus axônios dirigem-se ao funículo lateral do mesmo lado e do lado oposto, curvam-se cranialmente para constituir o trato espino-reticular. Este sobe na medula junto ao trato espinotalâmico lateral e termina fazendo sinapse com os neurônios III em vários níveis da formação reticular. Muitas dessas fibras não são cruzadas.
· Neurônios III - localizam-se na formação reticular e dão origem às fibras retículotalâmicas que terminam nos núcleos do grupo medial do tálamo, em especial nos núcleos intralaminares (neurônios IV). Os núcleos intralaminares projetam-se para territórios muito amplos do córtex cerebral. É provável, entretanto, que essas projeções estejam mais relacionadas com a ativação cortical do que com a sensação de dor, uma vez que está se toma consciente já em nível talâmico.
Sabe-se que alguns Neurônios III da via paleoespinotalâmica, situados na formação reticular, projetam também para a amígdala, o que parece contribuir para o componente afetivo da dor.
Ao contrário da via neoespinotalâmica, a via paleoespinotalâmica não tem organização somatotópica. Assim, ela é responsável por um tipo de dor pouco localizada, dor profunda do tipo crônico, correspondendo à chamada dor em queimação, ao contrário da via neoespinotalâmica, que veicula dores localizadas do tipo dor em pontada. Nas cordotomias anterolaterais (cirurgias usadas para tratamento da dor), os dois tipos de dor são abolidos, pois são seccionadas tanto as fibras espinotalâmicas como as espinorreticulares. Lesões estereotáxicas dos núcleos talâmicos em pacientes com dores intratáveis decorrentes de câncer comprovam a dualidade funcional das vias da dor. Assim, a lesão do núcleo ventral posterolateral (via neoespinotalâmica) resulta em perda da dor superficial em pontada, mas deixa intacta a dor crônica profunda. Esta é abolida com lesão dos núcleos intralaminares, o que, entretanto, não afeta a dor superficial.
Além da área somestésica, respondem a estímulos nociceptivos neurônios do córtex da parte anterior do giro do cíngulo e da ínsula. Ambos fazem parte do sistema límbico e parecem estar envolvidos no processamento do componente emocional da dor.Indivíduos com lesões da parte anterior do giro do cíngulo são indiferentes à dor. A dor é a mesma, só que eles não se importam com ela.
	CARACTERÍSTICAS
	VIA NEOESPINOTALÂMICA
	VIA PALEOESPINOTALÂMICA
	Cruzamento Medular
	Fibras Cruzadas
	Fibras Cruzadas E Não Cruzadas
	Trato Na Medula
	Espinotalâmico Lateral
	Espinorreticular
	Trajeto Supramedular
	Direto: Espinotalâmico
	Interrompido: Espino-Retículo-Talâmico
	Número De Neurônios
	Três
	No Mínimo Quatro
	Projeção Talâmica Principal
	Núcleo Ventral Pasterolateral
	Núcleos Intralaminares
	Projeções Supratalâmicas
	Área Someslésica
	Partes Anteriores Da Insula E Do Giro Do Cíngulo
	Organização Funcional
	Somatot6pica
	Não Somatot6pica
	Função
	Dor Aguda E Bem Localizada
	Dor Crônica E Difusa (Dor Em Queimação)
VIA DE PRESSÃO E TATO PROTOPÁTICO
Os receptores de pressão e tato são tanto os corpúsculos de Meissner como os de Ruffini. Também são receptores táteis as ramificações dos axônios em tomo dos folículos pilosos.
· Neurônios I - localizam-se nos gânglios espinhais cujo prolongamento periférico liga-se ao receptor, enquanto o central divide-se em um ramo ascendente, muito longo, e um ramo descendente, curto, terminando ambos na coluna posterior, em sinapse com os neurônios II.
· Neurônios II - localizam-se na coluna posterior da medula. Seus axônios cruzam o plano mediano na comissura branca, atingem o funículo anterior do lado oposto, onde se inflectam cranialmente para constituir o trato espinotalâmico anterior. Este, no nível da ponte, une-se ao espinotalâmico lateral para formar o lemnisco espinhal, cujas fibras terminam no tálamo, fazendo sinapse com os neurônios III
· Neurônios III- localizam-se no núcleo ventral posterolateral do tálamo. Originam axônios que formam radiações talâmicas que, passando pela cápsula interna e coroa radiada, atingem a área somestésica do córtex cerebral.
Por este caminho chegam ao córtex os impulsos originados nos receptores de pressão e de tato situados no tronco e nos membros. Entretanto, estes impulsos tomam-se conscientes já em nível talâmico.
VIA DE PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE, TATO EPICRÍTICO E SENSIBILIDADE VIBRATÓRIA
Os receptores de tato são os corpúsculos de Ruffini e de Meissner e as ramificações dos axônios em tomo dos folículos pilosos. Os receptores responsáveis pela propriocepção consciente são os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos. Já os receptores para a sensibilidade vibratória são os corpúsculos de Vater Paccini.
· Neurônios I - localizam-se nos gânglios espinhais. O prolongamento periférico destes neurônios liga-se ao receptor, o prolongamento central, penetra na medula pela divisão medial da raiz posterior e divide-se em um ramo descendente, curto, e um ramo ascendente, longo, ambos situados nos fascículos grácil e cuneiforme; os ramos ascendentes longos terminam no bulbo, fazendo sinapse com os neurônios II.
· Neurônios II - localizam-se nos núcleos grácil e cuneiforme do bulbo. Os axônios destes neurônios mergulham ventralmente, constituindo as fibras arqueadas internas, cruzam o plano mediano e a seguir inflectem-se cranialmente para formar o lemnisco medial. Este termina no tálamo, fazendo sinapse com os neurônios III.
· Neurônios III - estão situados no núcleo ventral posterolateral do tálamo, originando axônios que constituem radiações talâmicas que chegam à área somestésica passando pela cápsula interna e coroa radiada.
Por esta via, chegam ao córtex impulsos nervosos responsáveis pelo tato epicrítico, a propriocepção consciente (ou cinestesia) e a sensibilidade vibratória. O tato epicrítico e a propriocepção consciente permitem ao indivíduo a discriminação de dois pontos e o reconhecimento da forma e tamanho dos objetos colocados na mão (estereognosia). Os impulsos que seguem por esta via se tomam conscientes exclusivamente em nível cortical.
VIA DE PROPRIOCEPÇÃO INCONSCIENTE
Os receptores são os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos situados nos músculos e tendões.
· Neurônios I - localizam-se nos gânglios espinhais. O prolongamento periférico destes neurônios liga-se aos receptores. O prolongamento central penetra na medula, divide-se em um ramo ascendente longo e um ramo descendente curto, que terminam fazendo sinapse com os neurônios II da coluna posterior.
· Neurônios II - podem estar em duas posições, originando duas vias diferentes até o cerebelo:
· Neurônios II, situados no núcleo torácico (localizado na coluna posterior) - originam axônios que se dirigem para o funículo lateral do mesmo lado, inflectem-se cranialmente para formar o trato espinocerebelar posterior, que termina no cerebelo, onde penetra pelo pedúnculo cerebelar inferior;
· Neurônios II, situados na base da coluna posterior e substância cinzenta intermédia - originam axônios que, em sua maioria, cruzam para o funículo lateral do lado oposto, inflectem-se cranialmente constituindo o trato espinocerebelar anterior. Este penetra no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior. Admite-se que as fibras que cruzam na medula cruzam novamente antes de penetrar no cerebelo, pois a via é homolateral.
Através dessas vias, os impulsos proprioceptivos originados na musculatura estriada esquelética chegam até o cerebelo.
RESUMO DOS RECEPTORES 
	MODALIDADE DO ESTIMULO
	ESTIMULO
	TIPO DE RECEPTOR
	RECEPTOR SENSORIAL
	Tato
	Pressão
	Mecanorreceptor
	Corpúsculo de Vater-Pacini, Meissner e Merkel
	Temperatura
	Quantidade de calor
	Termorreceptor
	Receptores de Krause (frio) e de Ruffini (calor)
	Dor
	Estímulos intensos e substâncias químicas
	Nociceptor
	Terminações nervosas livres
VIA EFERENTE
INTRODUÇÃO 
As grandes vias eferentes põem em comunicação os centros suprassegmentares do sistema nervoso com os órgãos efetuadores. Podem ser divididas em dois grandes grupos: vias eferentes somáticas e vias eferentes viscerais, ou do sistema nervoso autônomo. As primeiras controlam a atividade dos músculos estriados esqueléticos, permitindo a realização de movimentos voluntários ou automáticos, regulando ainda o tônus e a postura. As segundas, ou seja, as vias eferentes do sistema nervoso autônomo destinam-se ao músculo liso, ao músculo cardíaco ou às glândulas, regulando o funcionamento das vísceras e dos vasos.
VIAS EFERENTES VISCERAIS DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
A influência do sistema nervoso suprassegmentar sobre a atividade visceral se exerce, pois, necessariamente, através de impulsos nervosos que ganham os neurônios pré-ganglionares, passam aos neurônios pós-ganglionares, de onde se distribuem às vísceras. As áreas do sistema nervoso suprassegmentar que regulam a atividade do sistema nervoso autônomo estão no hipotálamo e no sistema límbico. Essas áreas ligam-se aos neurônios pré-ganglionares, por meio de circuitos da formação reticular, através dos tratos reticuloespinhais. Além dessas vias indiretas, existem também vias diretas, hipotálamo-espinhais, entre o hipotálamo e os neurônios pré-ganglionares, tanto do tronco encefálico como da medula.
VIAS EFERENTES SOMÁTICAS
O sistema motor somático é constituído pelos músculos estriados esqueléticos e todos os neurônios que os comandam, permitindo comportamentos variados e complexos através da ação coordenada de mais de 700 músculos. Várias vias projetam-se direta ou indiretamente dos centros motores superiores para o tronco encefálico e para a medula. Um dos aspectos importantes da função motora é a facilidade com que executamos os atos motores sem pensar sobre qual músculo contrair.
A ação do sistema nervoso é antecipatória e usa a experiência aprendida, assim como a informação sensorial, para prever e ajustar o movimento. Por exemplo, quando uma bola é lançada e o goleiro deve pegá-la, ele usa a visão para prever sua velocidade e a distância para colocar-se na posição exata para agarrá-la. Após a bola tocar suas mãos, usa a retroalirnentação para ajustes motores para evitar sua queda, manter seu equilíbrio e a postura e a força necessárias para não soltar a bola.
Quando se quer mover o corpo ou parte do corpo, o cérebro forma a representaçãodo movimento, planejando a ação em toda sua extensão antes de executá-la. Esta representação é chamada de programa motor, que especifica os aspectos espaciais do movimento, ângulos de articulação, força, etc. A seguir, a guisa de recapitulação, serão estudados os tratos das vias eferentes somáticas.
ORGANIZAÇÃO DO MOVIMENTO VOLUNTÁRIO
Modernamente, a área motora primária (área 4), que era considerada o ponto mais alto da hierarquia motora, passou a ser apenas executora de um programa motor, previamente elaborado em outras áreas do sistema nervoso central. Assim, na organização do ato motor voluntário distingue-se uma etapa de preparação, que termina com a elaboração do programa motor, e uma etapa de execução. A primeira envolve áreas motoras de associação do córtex cerebral em interação com o cerebelo e o corpo estriado. A segunda envolve a área motora primária, a área pré-motora do córtex e suas ligações diretas e indiretas com os neurônios motores.
Como parte da etapa de execução, temos também os mecanismos que permitem ao sistema nervoso central promover os necessários ajustes e correções no movimento já iniciado. Esse esquema de organização do ato motor voluntário encontra apoio não só nas conexões das áreas envolvidas, a maioria das quais já foi estudada, mas também em pesquisas que mostram uma sequência temporal de ativação das diversas áreas. Assim, observou-se o aparecimento dos chamados potenciais de preparação em áreas de associação do córtex, como a área motora suplementar, até um pouco antes do início do movimento, seguindo-se a ativação das áreas pré-motora e motora e o início do movimento. Sabe-se, ainda, que o corpo estriado e o núcleo denteado do cerebelo são também ativados antes do início do movimento.
As vias mediais da medula são ativadas para ajustes posturais e da musculatura proximal. Informações sobre as características desses movimentos, detectados por receptores proprioceptivos, são levadas à zona intermédia do cerebelo pelos tratos espinocerebelares. As informações obtidas antes do movimento, ou durante, antes de o bisturi tocar a córnea, permitem ajustes por anteroalimentação.
O cerebelo pode, então, comparar as características do movimento em andamento com o programa motor e promover as correções necessárias por anteroalimentação, agindo sobre a área motora através da via interpósito-tálamo-cortical. Após tocar o alvo, informações sensoriais proprioceptivas, originadas no segmento onde ocorre o movimento, ou seja, no exemplo citado na mão do cirurgião, geram ajustes por retroalimentação quanto ao peso do bisturi e a força necessária ao procedimento. Ajustes posturais também são feitos por retroalimentação. O trato reticuloespinhal pontino o mantém na postura ereta imóvel, atuando sobre a musculatura antigravitacional. Toda a informação gerada na execução do movimento será usada para melhorar a execução de movimentos futuros semelhantes, através do aprendizado motor, a cargo principalmente do cerebelo.

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