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Diálogo, Debate e Negociação (1)

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Plano da Eletiva “Diálogo, Debate e Negociação”
Ementa
Título da Eletiva
Diálogo, Debate e Negociação
Área do Conhecimento
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Carga horária semanal
2 horas/aula
Carga horária total
30 horas/aula
Etapa de ensino
Ensino Médio
Nome completo do(a) autor(a)
Anna Paula Vivolo Lopes e Souza
Descrição da Ementa
A Eletiva busca fortalecer nos(as) estudantes processos-base de comunicação saudável e levar a
compreensão de que, quando articulados com intencionalidade, os diálogos, debates e negociações
estabelecem alicerces para a criação e manutenção de espaços democráticos. Para isso, são
mobilizados conceitos como: escuta ativa; comunicação não-violenta; reflexão, estruturação e
exposição de argumentos e mediação/negociação para resolução de conflitos, propondo que os(as)
estudantes pautem o embate saudável de ideias como um elemento fundamental para a consolidação
da democracia e compreendam que devemos nos responsabilizar pela forma como nos colocamos em
espaços de tomada de decisão para exercermos efetivamente nossa cidadania. Ao final, os(as)
estudantes construirão um coletivo social que busca, a partir de técnicas de comunicação saudável,
refletir sobre uma situação-problema dentro da comunidade escolar e tomar uma ação prática para
solucioná-la.
Descrição sintética da Eletiva
Você já saiu de uma conversa com a sensação de que disse tudo que podia e, ainda sim, percebeu
que não foi compreendido(a)? O que será que precisamos fazer para sermos efetivamente
compreendidos(as) e evitarmos conversas ruidosas?
Ao participar de um diálogo, debate ou negociação, podemos ter a sensação de que não estamos
sendo verdadeiramente escutados(as) e compreendidos(as). Mas será que nós sabemos escutar
verdadeiramente e expressar necessidades e pedidos, de forma que as outras pessoas compreendam
também? Até onde vai a responsabilidade de cuidar da forma como nos comunicamos? E até onde isso
pode interferir em questões políticas de maior escala? Se quisermos nutrir relações mais saudáveis e
transformar politicamente o nosso ambiente, a forma como nos comunicamos é uma das principais
chaves de mudança. Venha (se) transformar!
Tema
Diálogo, Debate e Negociação
Módulos
● Módulo 1 - Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta
Este módulo está estruturado em dois elementos principais: a fala e a escuta. Desenvolvendo
habilidades de escutar ativamente e construir discursos não violentos, os(as) estudantes serão
capazes de identificar e gerenciar suas emoções e necessidades durante diálogos,
posicionando-se empaticamente e com respeito à fala de uma ou mais pessoas.
● Módulo 2 - Dialogando por meio de boas práticas de comunicação
Neste módulo, os(as) estudantes compreenderão que problemas individuais são também
entendidos em uma escala maior, denominados problemas sociais. Propõe-se que eles(as)
observem situações onde esses problemas sociais se aplicam, sem colocar qualquer juízo de
valor ou avaliação, fazendo o uso de práticas assertivas de comunicação, como a paráfrase e
perguntas de checagem.
● Módulo 3 - A riqueza da diversidade de opiniões
O Módulo 3 se pauta na diferenciação da liberdade de expressão e discurso de ódio, propondo a
discussão sobre os reflexos da polarização de ideias na democracia. Serão mobilizados os tipos
de discriminação por trás de discursos de ódio presentes nas redes sociais e em falas
cotidianas, bem como os impactos das opiniões polarizadas em uma sociedade democrática.
● Módulo 4 - Praticando debates construtivos
Neste módulo, foca-se que o(a) estudante aprenda a estruturar coerentemente um debate,
construindo argumentos embasados em fontes verificadas e refletindo criticamente durante a
construção de argumentos. Os debates propostos terão como temáticas: a cultura do
cancelamento, a desinformação e a polarização de ideias, a manipulação em massa e a
influência dos algoritmos das redes sociais no comportamento humano.
● Módulo 5 - Mediando conflitos, negociando soluções
O penúltimo módulo tem o intuito de identificar o que é um conflito, investigar suas causas e
propor formas de enfrentamento, respaldado na técnica da escalada para cessar um conflito. O
módulo também mobiliza as variáveis (poder, tempo e informação) e as etapas de uma
negociação (preparação e planejamento; definição de regras básicas; esclarecimentos e
justificativas; barganha e resolução de problemas; encerramento e implementação).
● Culminância
A proposta da culminância é que se construa um coletivo para intervir intencional e
proativamente na escola. Os(as) estudantes serão divididos em grupos de até 10 pessoas, nos
quais 5 estudantes ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente
relevante para os(as) demais 5 membros do grupo. Cada metade do grupo deve dialogar, debater
e negociar para com os restantes a fim de chegarem a um consenso sobre qual temática será
tratada no coletivo. Após escolhida a temática, os grupos deverão planejar e executar, pelo
menos, uma ação de intervenção social na escola que promova as ideias e pontos de vista
defendidos por cada coletivo. Ao final, para a divulgação do coletivo junto com a comunidade
escolar, sugere-se que seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ações de cada
coletivo, que pode ser por meio de uma apresentação oral em um formato de programa de
televisão ou através do incentivo de que os coletivos divulguem suas ações em programas de
rádios e TV locais.
Objetivo geral
Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e produtiva do diálogo, debate e
da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam crítica e assertivamente e busquem fortalecer
espaços democráticos.
Objetivos específicos
● Exercitar práticas saudáveis de comunicação, como escuta ativa e comunicação não-violenta;
● Valorizar diferentes visões de mundo como alicerce para uma sociedade democrática;
● Formular processos de argumentação baseados reflexões críticas e verificação de fatos;
● Fomentar a democracia a partir do entendimento de que a comunicação assertiva e saudável é
um exercício de responsabilidade cívica;
● Aplicar habilidades de mediação e intervenção por meio de processos diversos de comunicação
objetivando a resolução de conflitos;
● Entender a importância de uma sociedade democrática que garanta a liberdade de expressão,
crença e associação, respeito pelos direitos de todos os indivíduos e meios de comunicação
livres;
● Desenvolver um coletivo social que busque resolver uma situação-problema e utilize técnicas de
comunicação saudável para mobilizar uma solução.
Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos
A Eletiva está estruturada, sobretudo, no eixo de Mediação e Intervenção Sociocultural. Além disso,
contempla determinadas habilidades dos demais eixos estruturantes e também de Competências
Específicas de Ciências Humanas e Linguagens e suas Tecnologias.
Habilidades dos Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos
Investigação científica:
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e
evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas,
coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça
social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.
Processos criativos:
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias
e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os
interlocutores pretendidos.
(EMIFLGG06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais,
utilizando as diversas línguas e linguagens (imagens estáticas e em movimento; línguas; linguagens
corporais e do movimento, entre outras), em um ou mais campos de atuação social, combatendo a
estereotipia, o lugar comum e o clichê.
Empreendedorismo:
(EMIFCHSA10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionadosàs Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas podem ser utilizadas na concretização de projetos pessoais ou produtivos,
em âmbito local, regional, nacional e/ ou global, considerando as diversas tecnologias disponíveis, os
impactos socioambientais, os direitos humanos e a promoção da cidadania.
Mediação e Intervenção Sociocultural:
(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões
conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de
conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.
(EMIFCHSA09) Propor e testar estratégias de mediação e intervenção para resolver problemas de
natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
relacionados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Habilidades de Ciências Humanas:
(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos
políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos,
documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc.,
desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e
identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às
liberdades individuais.
Habilidades de Linguagens
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos
discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e
intervenção crítica da/na realidade.
(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e
verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na
democracia e nos Direitos Humanos.
(EM13LGG304) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas
práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito
a direitos humanos e valores democráticos.
Linguagens Campo de atuação na vida pública:
(EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.),
agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns de discussão etc.,
exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma
fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando
estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro
(como solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro,
parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas
alternativas e reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem
comum.
Objetos do Conhecimento
● Eixo 1: Escuta ativa e comunicação não-violenta.
● Eixo 2: Problema individual e social; observação ou avaliação e diferentes pontos de vista de uma
situação problema.
● Eixo 3: Liberdade de expressão, discriminação, discurso de ódio, polarização e a importância da
diversidade na democracia.
● Eixo 4: Estrutura de um debate, construção e análise de argumentos embasados, cultura do
cancelamento, desinformação e polarização de ideias
● Eixo 5: Conceito e aspectos que definem um conflito, técnicas de mediação e etapas de
negociação.
● Culminância: Formação de um coletivo social.
Metodologia
A Eletiva está pautada no uso de metodologias como: trabalho em equipe, expressão em público,
autorreflexão, práticas circulares e atividades ligadas à análise das emoções pessoais, que objetivam
desenvolver as habilidades necessárias para o convívio em sociedade e exercício da cidadania. Também
se utiliza práticas ativas ligadas ao mundo jovem, como mímicas, desafios práticos, experimentos
sociais e estudos de casos, a fim de desenvolver a capacidade de identificação e resolução de conflitos.
Além disso, busca-se simular processos de diálogos, debates e negociações, com o intuito de sustentar
posicionamentos que fomentem o embate saudável e fundamentado de ideias.
Produtos
● Criação de um coletivo social;
● Ações de intervenção social na escola.
Processos avaliativos
As avaliações serão, em sua maioria, formativas, não excluindo a possibilidade de fazer avaliações
diagnósticas escritas na apresentação dos temas e orais, por meio de técnicas de chuvas de ideias e
diálogos, a fim de sondar os conhecimentos prévios dos estudantes. Cada plano de aula possui também
evidências de aprendizagem, que são produtos ou momentos específicos das aulas em que pode-se
averiguar o cumprimento dos objetivos propostos. Estas averiguações podem ser realizadas pelo(a)
próprio(a) Professor(a) ao longo da aula ou pelos(as) próprios(as) estudantes em exercícios de
autoavaliação. A prática de arremate é um processo avaliativo básico, no qual em todas as aulas os(as)
estudantes realizarão reflexões e sistematizações sobre o conteúdo aprendido.
A avaliação final da Eletiva observará a aplicação das habilidades de diálogo, debate e negociação
adquiridos no decorrer das aulas e a capacidade do(a) estudante se comunicar de forma respeitosa,
assertiva e colaborativa sobre as temáticas determinadas pelo coletivo criado e durante o planejamento
e a realização das ações de intervenção.
Referências bibliográficas
Metodologia
BACICH, Lilian; MORAN, José (orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB;
BACICH, Lilian; NETO, Adolfo Tanzi; TREVISANI, Fernando de Mello (org.). Ensino Híbrido: personalização
e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015;
CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o
aprendizado ativo [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB;
LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre:
Penso, 2018.
COHEN, Elizabeth. G.; LOTAN, Rachel A. Planejando o trabalho em grupo. 3. ed. Porto Alegre: Penso,
2017.
Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais
e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça
Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS, 2014.
Dialogando por meio de boas práticas de comunicação
COVEY, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 30º ed., tradução de Alberto Cabral
Fusaro, Márcia do Carmo Felismino Fusaro, Claudia Gerpe Duarte. Consultoria Tereza Campos Salles.
Rio de Janeiro: BestSeller, 2007.
CATÃO, Ana Lucia Catão; ZURAWSKI, Maria Paula. Mediação de conflitos. São Paulo: Vlado Educação,
2019.
A riqueza da diversidade de opiniões
COSTA, Cristina; BLANCO, Patrícia. Liberdade de expressão: questões da atualidade. São Paulo:
ECA-USP, 2019. 222 p.
FREITAS, Riva Sobrado de; CASTRO, Matheus Felipe de. Liberdade de expressão e discurso do ódio: um
exame sobre as possíveis limitações à liberdade de expressão. Sequência (Florianópolis), n.66,
pp.327-355. Florianópolis, 2013.
Praticando debates construtivos
LISBOA, Marcos; PESSÔA, Samuel. O valor das ideias: debate em tempos turbulentos. 1 ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2019.
SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Democraciae os códigos invisíveis - Como os algoritmos estão
modulando comportamentos e escolhas políticas. São Paulo: Edições Sesc, 2019.
Mediando conflitos, negociando soluções
CARVALHAL et al. Negociação e Administração de Conflitos (Série Gerenciamento de Projetos). 2. ed.
Rio de Janeiro: FGV., 2009.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
JUNQUEIRA, Luiz Augusto. Negociação: Tecnologia e Comportamento – 11ª edição. p. 51 e 52.
SATHLER, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2017.
(Série Universitária)
Escola da Advocacia-Geral da União Ministro Victor Nunes Leal. Manual de Negociação Baseado na
Teoria de Harvard. Brasília : EAGU, 2017.
Introdução da Eletiva “Diálogo, Debate e Negociação”
Prezado(a) Professor(a),
Esta Eletiva foi construída com a finalidade de promover reflexões e mudanças de comportamento,
a partir da promoção de técnicas saudáveis de comunicação, como a escuta ativa e comunicação
não-violenta. Ela objetiva compreender, valorizar e analisar diferentes visões de mundo, bem como
exercitar conscientemente diálogos, debates e negociações, focando no desenvolvimento de cidadãos
que interajam crítica e assertivamente dentro dos diversos espaços da sociedade e sejam
comprometidos com a democracia.
A Eletiva foi estruturada com carga horária total de 30 horas/aula dentro das áreas de
conhecimento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens, no campo de atuação na vida
pública. Além disso, foi desenvolvida a partir de cinco grandes módulos, de modo que cada um deles
tem como foco aspectos específicos relacionados a práticas de diálogo, debate e negociação,
culminando no desenvolvimento de um coletivo social estudantil.
No primeiro desses módulos, aborda-se os dois elementos principais da comunicação: a fala e a
escuta. Objetiva-se desenvolver habilidades de escuta ativa e comunicação não-violenta. Os(As)
estudantes começam uma jornada de autoconhecimento e autopercepção, aprendendo a gerenciar
suas emoções e necessidades e perceber as da outra pessoa, sendo capazes de exercer a empatia e o
respeito à fala de uma ou mais pessoas. Desse modo, conseguem desenvolver relações cada vez mais
harmoniosas, dentro e fora do espaço escolar, interagindo de forma crítica e assertiva e prezando por
espaços mais democráticos.
Em sequência, o segundo módulo tem a finalidade de levar o(a) estudante a compreender
problemas em escala pessoal e social, analisando-os sem colocar qualquer juízo de valor ou avaliação,
fazendo o uso de práticas assertivas de comunicação, como a paráfrase e perguntas de checagem.
Visa, sobretudo, promover práticas de diálogo nas quais os(as) estudantes se certificam da transmissão
efetiva da mensagem, evitando ruídos de comunicação.
Nessas primeiras 4 aulas, existem os momentos de abertura e fechamento, que são formas
dinâmicas simples que fornecem conexão entre Professor(a)-estudante e estudante-estudante. Essa
estrutura vem a partir do pressuposto de que, para que toda comunicação seja efetiva, é importante se
conectar com a outra pessoa em primeira instância.
O terceiro módulo tem como objetivo propor discussões sobre liberdade de expressão, discurso de
ódio e os reflexos da polarização de ideias nos debates públicos, reforçando que o respeito à
diversidade é algo que legitima uma sociedade democrática, gerando benefícios mútuos.
Por sua vez, o quarto módulo mobiliza debates acerca da cultura do cancelamento e como os
mecanismos de filtragem e seleção de informações e dados inferem nos espaços democráticos e
cívicos, abordando a manipulação em massa, o fenômeno do enrijecimento de ideias e a influência dos
algoritmos no comportamento humano, buscando a reflexão sobre como as informações são
acessadas nos ambientes virtuais e quais são as consequências desses fenômenos em larga escala.
Por fim, o último módulo visa instrumentalizar o estudante no exercício da mediação e da
negociação de conflitos, promovendo simulações em que eles(as) ajam de forma empática,
compreendendo o que é demandado por cada parte da negociação e propondo barganha e concessões
que resultem em soluções que contemplem a todos os envolvidos.
Ao final de cada aula, será proposta uma atividade para sintetizar os aprendizados obtidos em sala
e apoiar reflexões que conduzirão os(as) estudantes no exercício de seu autoconhecimento,
autopercepção e autoanálise a respeito dos conhecimentos adquiridos.
A Eletiva parte do pressuposto de que para a formação de cidadãos engajados e participativos na
construção de uma sociedade que aja de acordo com os valores democráticos, os estudantes entendem
que são incubidos, enquanto cidadãos, de construir e validar esses valores a partir de diálogos, debates
e negociações dentro e fora do ambiente escolar. Além disso, assumem a responsabilidade por
entender o que sentem, observar sem imprimir julgamentos premeditados e articular argumentos sem
ruídos para outras pessoas.
Ao final, este caderno da eletiva apresenta orientações didáticas para o ensino remoto, munindo
o(a) Professor(a) de dicas e ferramentas para incorporar às aulas. Depois, segue-se com 6 aulas
adaptadas para o ensino remoto (extraídas das 15 totais do caderno presencial). O objetivo foi
selecionar aulas que desenvolvem a espinha dorsal cognitiva da Eletiva, partindo do pressuposto de que
as aulas de forma remota, geralmente, têm menos tempo para serem aplicadas. Portanto, acredita-se
que as 6 aulas adaptadas conseguem manter a proposta pedagógica da jornada da Eletiva e cumprir
adequadamente com seu objetivo geral.
Sumário de Aulas Presenciais
Módulo 01: Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta (CNV)
● Aula 01 - Tema: A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa
● Aula 02 - Tema: Interpretando emoções e identificando necessidades para exercer uma
comunicação não-violenta
Módulo 02: Dialogando por meio de boas práticas de comunicação
● Aula 03 - Tema: Observação e avaliação de problemas nas esferas individuais e sociais sob
diferentes perspectivas
● Aula 04 - Tema: Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a
assertividade da mensagem transmitida
Módulo 03: A riqueza da diversidade de opiniões
● Aula 05 - Tema: Liberdade de expressão, discriminação e discurso de ódio refletidos sobre o
ambiente escolar
● Aula 06 - Tema: Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia
Módulo 04: Praticando debates construtivos
● Aula 07 - Tema: Estruturando argumentos e praticando debates sobre a cultura do cancelamento
● Aula 08 -Tema: Disputa argumentativa sobre como algoritmos das redes sociais afetam os
processos democráticos.
Módulo 05: Mediando conflitos, negociando soluções
● Aula 09 -Tema: Interpretando conflitos no ambiente escolar
● Aula 10 - Tema: Negociando necessidades humanas universais
● Aula 11 - Tema: Simulando negociação sobre direitos fundamentais negados durante a
pandemia
Culminância: Desenvolvendo um coletivo social estudantil
● Aula 12 - Tema: Determinação da temática central, público alvo e persona do coletivo
● Aula 13 - Tema: Construindo o Plano de ação e as estratégias de comunicação da ação do
coletivo
● Aula 14 - Tema: Caracterizar e simular a intervenção no ambiente escolar
● Aula 15 - Tema: Apresentando o coletivo e sua ação
Sumário das Aulas Remotas
Módulo 01: Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta (CNV)
● Aula 01 - Tema: A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa
Módulo 02: Dialogando por meio de boas práticas de comunicação
● Aula 02 - Tema: Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a
assertividade da mensagem transmitida
Módulo 03: A riqueza da diversidade de opiniões
● Aula 03 - Tema: Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia
Módulo 04: Praticando debates construtivos
● Aula 04 -Tema: Disputa argumentativa sobre como algoritmos das redes sociais afetam os
processosdemocráticos.
Módulo 05: Mediando conflitos, negociando soluções
● Aula 05 - Tema: Simulando negociação sobre direitos fundamentais negados durante a
pandemia
Culminância: Desenvolvendo um coletivo social estudantil
● Aula 06 - Tema: Determinação da temática central, público alvo e persona do coletivo
https://docs.google.com/document/d/1RSdoX3eGCOFNRB7qwgrZNEnH_ye7EJPal4s2KTwr3C4/edit#heading=h.k3gxy0iuu0yf
https://docs.google.com/document/d/1RSdoX3eGCOFNRB7qwgrZNEnH_ye7EJPal4s2KTwr3C4/edit#heading=h.y09riprw26qg
Planos de Aula Presenciais
Aula 1
Tema A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08; EM13CHS502, EM13LGG204.
Objetivos
● Conhecer o objetivo geral da Eletiva e o que é um coletivo estudantil.
● Avaliar os conhecimentos prévios sobre escuta ativa e comunicação não-violenta.
● Analisar um diálogo a partir de diferentes funções: sujeito que fala, sujeito que ouve e
observador, identificando a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa.
Perguntas Essenciais
● O que é escuta ativa?
● Qual é a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa?
● Como exercer a escuta ativa?
● Por que a escuta ativa é importante?
Compreensões Duradouras
● A escuta é um ato de atenção plena e interesse genuíno na fala da outra pessoa.
● Empatia significa estar atento(a) ao que a outra pessoa fala, sem focar em réplicas imediatas.
● Se auto observar e analisar são formas maduras de reagir durante um diálogo.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; caderno, caneta, lápis, borracha e uma cópia do arquivo modelo da Dinâmica
de Escuta Ativa impresso ou no celular (Anexo II).
Passo-a-passo:
1) Abertura: (5 min.)
Professor(a), é importante que você inicie a aula com os objetivos já descritos no quadro. Explicitar
os objetivos visualmente para os(as) estudantes garante que eles(as) consigam realizar uma
autoavaliação de sua aprendizagem ao longo e ao final da aula, fornece autonomia e incentiva a análise
do(a) estudante sobre si mesmo(a). Encorajamos que essa tarefa deva ser aplicada, inclusive, em todas
as aulas deste componente curricular.
Peça para que os(as) estudantes pensem em uma palavra que descreva como eles(as) estão se
sentido com relação ao início da Eletiva. Conduza os(as) estudantes para que exponham suas palavras
para a turma um(a) por um(a). Sugere-se que o(a) Professor(a) comece dizendo qual sua escolha de
palavra para se integrar como parte do grupo e demonstrar como se dará a atividade.
2) Introdução: (15 min.)
Explique que a Eletiva tem como proposta aprimorar a capacidade de comunicação dos(as)
https://docs.google.com/document/d/1OssW5-OSIxDzfBMIjKuAqOkwHnzLj7Etrc83YVpPvdU/edit
estudantes, estabelecendo espaços de troca seguros, de reflexão e confiança para que eles(as) possam
reconhecer esses espaços fora da escola e prezar por eles também. Destaque que o objetivo central da
Eletiva é:
Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e produtiva
do diálogo, debate e da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam crítica e
assertivamente e que busquem fortalecer espaços democráticos.
Nesse momento, frise que eles(as) serão desafiados(as) a se autoconhecer, refletir sobre seus
pontos de vista e no que eles(as) implicam dentro do sistema político que vivemos e construímos
cotidianamente. O foco será a prática das três formas de comunicação - diálogo, debate e negociação -
em diversos níveis.
A culminância se dará por meio da criação de um coletivo social que promova, ao menos, uma ação
prática dentro do ambiente escolar. Para a escolha do coletivo, os(as) estudantes serão divididos(as) em
subgrupos de 5 estudantes e ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente
relevante, devendo dialogar, debater e negociar para chegar a um consenso sobre qual temática será
realmente abordada para o grupo todo, composto de 10 estudantes. Assim, cada grupo deverá planejar
e executar alguma ação de intervenção social na escola, que promova as ideias e pontos de vista
defendidos pelos coletivos. Ao final, para a divulgação junto com a comunidade escolar, sugere-se que
seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ações de cada coletivo.
3) Atividade diagnóstica: (15 min.)
Para esta atividade, proponha que os(as) estudantes estejam completamente concentrados(as)
para emergirem total e profundamente dentro dela, pois seu produto final será um termômetro
importante da turma sobre o nível de conhecimento sobre a escuta ativa e a comunicação não-violenta.
Uma sugestão é que o(a) Professor(a) realize com os(as) estudantes um combinado de silêncio e
atenção plena durante sua fala, algo que deve ser reforçado ao longo da Eletiva toda.
Apresente aos(às) estudantes proposta de atividade em que deverão preencher um roteiro de
perguntas (Anexo I) relativas aos assuntos que serão abordados ao longo dos módulos 1 e 2. Ressalte
que as questões devem ser respondidas de acordo com as convicções que possuem naquele momento,
sem se preocuparem com o certo ou errado. A atividade deverá ser realizada individualmente pelos(as)
estudantes. Por fim, esclareça que, no último dia de aula destes dois primeiros módulos, a atividade será
devolvida a eles(as), para que analisem as respostas que deram e avaliem qual foi a intensidade de
mudanças de pensamento e comportamentos que atingiram.
4) Dinâmica de Introdução à Escuta Ativa: (40 min.)
Professor(a), o passo a passo da organização e realização da dinâmica encontra-se descrito neste
arquivo (Anexo II). Antes de realizar a dinâmica, pergunte aos(às) estudantes, com a finalidade de atrair
a atenção deles(as) e engajar a discussão:“Quando conversam, vocês ouvem ou escutam as pessoas?,
“Vocês acham que existe uma diferença entre ouvir e escutar?”.
Explique aos(às) estudantes que existe uma diferença entre simplesmente escutar ou ouvir e
praticar efetivamente a escuta ativa. No primeiro caso, dividimos a nossa atenção em vários aspectos,
sobretudo no pensamento “O que eu vou dizer depois?“, ao invés de ouvir o outro com presença e
https://docs.google.com/document/d/1kpeg8BKUu0hnMxuc4u-sXKK-zZ_voxKmrz7XbYtMmJA/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1OssW5-OSIxDzfBMIjKuAqOkwHnzLj7Etrc83YVpPvdU/edit
atenção, demonstrando interesse pelo assunto e livre de qualquer julgamento, como no segundo caso. A
escuta ativa ocorre em um diálogo onde há o sentimento da compaixão. Não é preciso concordar com
tudo o que é dito, mas entender que existe uma pessoa com pensamentos, ideias, raízes e histórias
diferentes das nossas, que pode e, às vezes, precisa compartilhar aquilo que está sendo dito.
Eventualmente, nossa função é apenas escutar atentamente a outra pessoa, não necessariamente
procurar respostas para seus questionamentos.
Explique primeiro como será a atividade, através dos passos 1 e 2, alertando a necessidade de total
presença e atenção para que a atividade cumpra seu objetivo. Depois siga para a divisão dos grupos,
passo 3, e certifique-se de que houve a compreensão do que é para ser realizado. Uma sugestão é
solicitar que algum(a) estudante explique para a turma o que deverá ser feito ,com suas palavras. O
tempo estimado para a realização dos passos 1 a 3 da dinâmica é de 30 minutos.
.
5) Arremate/Fechamento: (15 min.)
Peça que reflitam sobre, pelo menos, dois aprendizados que tiveram com a aula e, em seguida,
registrem-nos em seus cadernos. Convide os(as) estudantes a escolherem uma palavra que define
como se sentiram na aula. Esse compartilhamento deve ocorrer de forma bem rápida e fluida, por isso, a
sugestão é que siga a ordem das fileiras. Verifique também se os objetivos do início da aula foram
contemplados, pedindo que façam um movimento de afirmação com a cabeça ou com o polegar.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: participação e exposição de ideias de maneira assertiva.Os estudantes demonstram
conseguir aproveitar das suas próprias vivências para elaborar hipóteses a respeito de conceitos
possivelmente novos - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Escuta Ativa na Prática: cumprem com suas funções específicas, respeitando o tempo de fala
do(a) outro(a), analisando como se deu o diálogo e expondo suas experiências pessoais -
observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Arremate: conseguem sintetizar os tópicos e as teorias apresentadas e sistematizar seus
aprendizados - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I: Atividade Diagnóstica do Módulo 1.
● Anexo II: Passo a passo da Dinâmica de Escuta Ativa na prática.
Para saber mais
● Exemplos de Coletivos Estudantis
● Comunicação Não-Viole primeiros componentes - Instituto CNV Brasil.
● Além dos 4 passos da CNV - Instituto CNV Brasil.
Referencial Teórico:
● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça
Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em:
<https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coraca
o_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021.
● Métodos & Ferramentas com curadoria da Hyper Island. Kit de Ferramentas da HI - Escuta Ativa.
Disponível em <https://toolbox.hyperisland.com.br/active-listening> Acesso em: 18/03/2021.
● ROSENBERG, Marshall. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos
https://docs.google.com/document/u/0/d/1kpeg8BKUu0hnMxuc4u-sXKK-zZ_voxKmrz7XbYtMmJA/edit
https://docs.google.com/document/d/1OssW5-OSIxDzfBMIjKuAqOkwHnzLj7Etrc83YVpPvdU/edit
https://www.ufrgs.br/jornal/coletivos-estudantis-constituem-espacos-de-acolhimento-e-troca-entre-os-alunos/
https://www.institutocnvb.com.br/materiais
https://www.institutocnvb.com.br/materiais
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf
https://toolbox.hyperisland.com.br/active-listening
https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
Aula 2
Tema
Interpretando emoções e identificando necessidades
para exercer uma comunicação não-violenta
Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidade dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08.
Objetivos
● Identificar emoções primárias e secundárias por meio do processo de nomear o que sentimos.
● Identificar as necessidades humanas básicas relacionadas às emoções.
● Observar necessidades não atendidas, pessoais e coletivas, como primeiro passo para construir
uma comunicação não violenta.
● Compreender que conhecer suas emoções é o primeiro passo para exercer uma comunicação
não-violenta.
Perguntas Essenciais
● Como estou me sentindo agora?
● Qual a intensidade da minha emoção?
● Qual o nome da minha emoção?
● Qual a necessidade que está por trás da emoção que estou sentindo?
Compreensões Duradouras
● Observar as próprias emoções é o caminho para construção de diálogos honestos e saudáveis.
● Nomear as emoções e necessidades é o primeiro passo para identificar emoções e
comportamentos saudáveis e não saudáveis.
● O processo de nomear as emoções é uma forma de diferenciar o que sinto daquilo que é factual.
● Emoções negativas são advindas de necessidades não atendidas e de não saber identificar a
necessidade não atendida do outro.
● Quando julgamos sem procurar validar e entender a necessidade da outra pessoa, estamos
exercendo uma comunicação violenta invisível.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula:
● Pincel/giz, lousa, caderno, materiais impressos (Anexo I, Anexo II e Anexo III) e um objeto da
palavra para a atividade de círculo.
Passo-a-passo:
1) Abertura/Introdução: (20 min.)
Inicie a aula incentivando os(as) estudantes a responder a seguinte pergunta: “Como estou me
sentindo agora?'' Para auxiliá-los(as), disponibilize a roda das emoções (Anexo I).
Após essa primeira reflexão, exponha aos(às) estudantes que, aqueles(as) que tenham escrito
sensações não positivas, respondam a pergunta: “Estou me sentindo _____ por precisar de _______?”.
Enquanto isso, os(as) que tiverem pensado em sensações positivas completem a afirmação: “Estou me
sentindo _____ porque recebi _______”. Disponibilize uma lista de necessidades (Anexo II) para consulta. O
objetivo de ambas as atividades é mostrar que dar nomes às emoções e necessidades é o primeiro
passo para detectar se elas são saudáveis ou não e se devemos mudá-las ou encará-las de outra forma.
https://docs.google.com/document/u/0/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1MeSrIaPrd3Bcey9hVoLpffUNfn5Dn6uLxyAoLNtZT_E/edit
https://docs.google.com/document/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit
https://docs.google.com/document/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit
2) Círculo das emoções: (40 min.)
Dica: Professor(a), esta é uma atividade de reflexão e conexão, sendo assim, mais
importante do que cumprir as 4 rodadas de perguntas pré-estabelecidas, é manter
um ambiente de acolhimento e escuta ativa. Como é um momento relacionado às
emoções, pode ser que você escute compartilhamentos sensíveis.
Organize os(as) estudantes em um círculo e diga a eles(as) que este é um momento de
autoconhecimento e autorreflexão, em que todos os pensamentos e sentimentos serão respeitados e
acolhidos com atenção e cuidado. Explique que o círculo será guiado por um objeto da palavra (escolha
qualquer objeto que deseje, pode ser o apagador, ou até mesmo um urso de pelúcia que traga de casa) e
que só poderá falar quem possuir o objeto, que será passado de mão em mão. Lembre os(as)
estudantes que eles(as) não são obrigados a falar, mas que expressar como se sentem e o que pensam
são habilidades muito importantes a serem desenvolvidas.
❖ 1a Rodada
Inicie o círculo com a pergunta: “O que são emoções?”, pedindo para que fiquem em silêncio um
tempo e escolham uma emoção na roda das emoções (Anexo I), podendo ser: calma, animação,
frustração, etc. Comunique que eles(elas) terão que explicar o que é essa emoção, descrevendo-a
através de uma situação específica em que a sentiram. Você pode expor outras perguntas para que
pensem sobre, como: “Que acontecimentos ativaram a emoção? Quais sensações tiveram no corpo?”
❖ 2a Rodada
A segunda rodada deve se dar em torno da pergunta: “O que você sente agora e qual acontecimento
desencadeou essa emoção?”.
❖ 3a Rodada
Na última rodada, os(as) estudantes devem refletir e compartilhar sobre: “O que você aprendeu hoje,
escutando as pessoas falarem sobre suas emoções?”.
❖ 4a Rodada
Para o fechamento do círculo, peça que cada estudante expresse em uma palavra qual foi a
necessidade atendida ou não atendida que o(a) fez sentir as emoções da rodada 1. Lembre-os(as) que
possuem a lista de necessidades (Anexo II) como guia para consulta.
Professor(a), ao finalizar os compartilhamentos do círculo, é importante agradecer a
todos(as) que participaram e encorajar os(as) que não participaram a se permitirem ser
vulneráveis e interagir em outros momentos.
3) Exposição dialogada sintética sobre conceitos teóricos da CNV: (20 min.)
Este é o momento de fazer um gancho com elementos básicos da Comunicação Não-Violenta
(CNV). A ideia aqui é trazer a reflexão que visa distinguir o que realmente houve em uma determinada
situação do que é nossa avaliação ou julgamento sobre o ocorrido.
É importante que os(as) estudantesentendam a importância de nomear nossas emoções e
observar factualmente, onde detectamos, através dos nossos sentidos, o que de fato ocorreu em um
https://docs.google.com/document/u/0/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit
determinado evento, sem depositar nossas emoções sobre ele.
❖ O desconhecimento e o descontrole com relação a nossas emoções faz com que nos
comuniquemos de uma maneira violenta.
❖ Se comunicar de forma violenta não é, somente, xingar ou agredir o outro com palavras
severas e gritos. Tudo aquilo que coloca o outro (ou nós mesmos) na culpa, na vergonha e
no julgamento é um ato de violência invisível.
❖ Uma escuta não empática pode ser uma forma de violência, por exemplo, quando em um
diálogo você começa a competir com a pessoa para ver quem sofre mais.
Exemplos de escutas não empáticas, caso haja necessidade de exemplificar:
Hierarquização de sofrimentos
■ Maria conta à Laura que machucou o braço e Laura comenta da vez em que cortou
a perna, comprando as duas dores, de forma a inferiorizar e invalidar o sentimento
de Maria.
■ João conta a Paulo que seu cachorro fugiu e, por isso, ele está muito triste. Paulo
responde, dizendo que não devia se preocupar com isso, já que existem cães que
ficam sem donos a vida toda e, pelo menos, o cachorro de João teve dono por um
tempo.
4) Arremate/fechamento: (5 min.)
Este é o momento de visualizarmos nossos sentimentos. Convide os(as) estudantes a fecharem os
olhos e mentalizar um momento de discussão agressiva que presenciaram. Peça para que, de olhos
fechados, escrevam os nomes dos sentimentos que estão experimentando no papel. Ao abrirem os
olhos eles(as) irão visualizar uma escrita disforme e, até mesmo,confusa. Estimule-os(as) para que
pensem que, durante uma discussão agressiva, os nossos sentimentos e os da outra pessoa ficam
confusos e embaraçados e que, por isso, temos que compreender como estamos no sentindo,
controlando nossas emoções e transmitindo-as de forma mais direta e harmoniosa.
5) Autoconhecimento para casa: (5 min.)
Explique aos(às) estudantes que o autoconhecimento a respeito de suas emoções não é algo
possível de desenvolver de uma hora para outra, é necessário que seja exercitado. Distribua para
eles(as) o Relatório de Análise das Emoções (Anexo III) e peça que realizem, durante uma semana, a
observação de suas emoções e sensações.
Estratégia pedagógica: O relatório será utilizado novamente pelos(as) estudantes
na Aula 12, a fim de que eles(as) apontem incômodos dentro do ambiente escolar,
identificados a partir da observação de seus próprios sentimentos ao longo do tempo.
Esses incômodos podem desencadear ações a serem realizadas pelos coletivos.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Abertura/Introdução: os(as) estudantes identificam suas emoções e necessidades atendidas ou
não atendidas - autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Roda das emoções: os(as) estudantes apresentam a interpretação das suas emoções e
necessidades, em uma situação anterior à aula e no momento presente, e escutam ativamente
https://docs.google.com/document/u/0/d/1MeSrIaPrd3Bcey9hVoLpffUNfn5Dn6uLxyAoLNtZT_E/edit
as respostas dos demais colegas - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Arremate/fechamento: cada estudante identifica emoções vivenciadas em discussões
agressivas e as consequências delas em seus corpos, distinguindo sua avaliação do fato. -
autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Relatório de Análise das Emoções: cada estudante se empenha em realizar o Relatório, através
de um exercício de autoanálise e autoconhecimento a respeito de suas emoções - autoavaliação
pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Roda das emoções.
● Anexo II - Lista de necessidades.
● Anexo III - Relatório de Análise das Emoções.
Para saber mais
● Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.
Referencial Teórico:
● Instituto CNV Brasil. Lista de Sentimentos. Disponível em:
<https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819
b799a72774b57699.pdf> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Lista de Necessidades. Disponível em:
<https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318
ee1e27845ebc677.pdf> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Comunicação não-violenta: os primeiros componentes - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/primeiros-componentes> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil - Além dos 4 passos da CNV - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos> Acesso em: 19/03/2021.
● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça
Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em:
<https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coraca
o_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021.
● LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto
Alegre: Penso, 2018. Cap. 9; p. 265 - 274.
Aula 3
Tema
Observação e avaliação de problemas nas esferas
individuais e sociais sob diferentes perspectivas
Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204.
Objetivos
https://docs.google.com/document/u/0/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1MeSrIaPrd3Bcey9hVoLpffUNfn5Dn6uLxyAoLNtZT_E/edit
https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819b799a72774b57699.pdf
https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819b799a72774b57699.pdf
https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318ee1e27845ebc677.pdf
https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318ee1e27845ebc677.pdf
http://798f851.contato.site/primeiros-componentes
http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf
https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf
● Compreender que um problema é qualquer processo que exige tomada de decisão e possui
escalas individual e social.
● Diferenciar os atos de observação e avaliação, identificando quando trazemos elementos de
avaliação pessoal a uma realidade objetiva.
● Reconhecer que uma situação pode ser avaliada por meio de diversos pontos de vista, mas que
as observações de uma realidade objetiva permanecem iguais.
● Associar que quando criamos avaliações antes de observarmos em detalhe o problema,
corremos o risco dele não ser classificado corretamente e, assim, as medidas que podemos
tomar para enfrentá-los podem não ser as mais eficientes.
Perguntas Essenciais
● O que é um problema?
● Como distinguir problemas em suas esferas individuais e coletivas?
● Qual a diferença entre observar e avaliar?
● Por que é valioso reconhecer que uma situação pode ser avaliada por meio de diversos pontos
de vista?
● Por que é importante observar antes de elaborar a minha avaliação?
Compreensões Duradouras
● Observar é simplesmente relatar o que está explícito a partir dos 5 sentidos.
● Os problemas que me afetam podem vir a afetar outras pessoas também, ou seja, o mesmo
problema tem esferas individuais e coletivas.
● Enxergar uma situação por pontos de vista diferentes pode auxiliar na resolução de problemas
advindos dela.
● Nossas avaliações não devem vir antesde uma observação cuidadosa e detalhada do
problema.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula:
● Anexos impressos, canetas, folhas, pincel/giz, lousa.
Passo-a-passo:
1) Abertura/introdução: (5 min.)
Inicie a aula pedindo aos(às) estudantes para refletirem e anotarem em seus cadernos a resposta
para a seguinte pergunta: “Qual problema mais afeta você diariamente?”
Problema é qualquer situação que estamos enfrentando e que exige uma tomada de decisão. Assim,
por exemplo, decidir se vamos levantar às 6h00 ou 6h15 é um problema, mas não necessariamente
algo "difícil", grandioso, sem solução, que dependa de fatores externos ou envolva mais de uma pessoa.
O essencial dessa parte introdutória é provocá-los(as) para a reflexão de que as habilidades de saber
enfrentar e resolver problemas se iniciam a partir de uma postura de dar nomes e classificar nossos
problemas, observando-os com consciência e propor soluções a eles. Nesse sentido, a aula de hoje é
uma forma de aprender a detectar e classificar os problemas da nossa vida, entendendo que eles têm
esferas individuais e sociais.
2) Exposição dialogada sobre problema social: (15 min.)
Após o momento de reflexão inicial, solicite voluntários(as) para compartilhar os problemas que
selecionaram e sistematize-os no quadro, onde você também pode escrever o problema da sua própria
reflexão. Através de perguntas orientadoras, tais quais: “Quem mais é afetado por algum dos problemas
que estão descritos no quadro?” e “Qual desses problemas vocês acham que afetam pessoas em todo o
país ou em todo mundo?”, conduza a discussão para que os(as) estudantes notem a diferença entre um
problema dentro da esfera individual, que tem uma perspectiva moral individual, e um problema social,
que tem perspectiva moral que se projeta além do individual, podendo afetar vários setores da
população e, de alguma maneira, toda população em seu conjunto. Portanto, deixe claro que um
problema pessoal pode ter duas dimensões: uma interna e outra externa.
Exemplo: Um(a) jovem não consegue terminar os estudos por ter necessidade de
trabalhar. Este problema o(a) afeta, mas, ao mesmo tempo, engloba um conjunto maior de
pessoas na mesma situação que ele(a). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) ,divulgada pelo IBGE em 15/07/2020, aproximadamente quatro em cada
dez jovens que não concluíram o Ensino Médio porque precisaram deixar as salas de aula
para trabalhar.
Neste sentido, certas situações individuais têm um significado coletivo e social. Mostre para a
turma que, mesmo numa esfera muito específica, os problemas individuais de uma pessoa podem se
estender, também, a outras pessoas, mas a crucial distinção entre ambos mora na forma como
fazemos a leitura do problema, como criamos sua narrativa. Assim, ele pode ser narrado a partir de
uma ótica individual, quando tratamos de tomadas de decisões que competem ao indivíduo.
3) Observando o entorno: (20 min.)
Realize um processo de chuva de ideias com os(as) estudantes tendo como temática central:
“Como detectar um problema social?“
Exemplos de respostas: afetar um grupo de pessoas, ter consequência moral além
do individual e ser detectado em diversas localidades.
Traga a provocação de que, quando evitamos observar os problemas como eles são, estamos, de
certa forma, negligenciando nosso poder de atuar para a melhoria da sociedade no geral. Um exemplo
que pode ser citado é o fato de vermos lixo na rua e não nos preocuparmos em compreender em que
instância estamos envolvidos com esse problema.
Ao chegarem na conclusão da relevância da observação, solicite aos(às) estudantes que observem
o seu entorno e descrevam sucintamente no caderno o que observam nele. Após esse primeiro
momento, questione-os se eles(as) realmente observaram ou se também avaliaram ou julgaram o que
estava retratado no entorno. Explique que a observação deve ser um ato sem avaliação, onde apenas
deve ser coletado aquilo que foi efetivamente visto, escutado e notado através dos nossos sentidos. A
observação é algo objetivo, isso é, toda e qualquer pessoa a percebe dentro dos mesmos padrões
sensoriais (visão, escuta, tato, olfato e paladar).
Guie essa reflexão para a situação de um diálogo: “Quantas vezes colocamos nossa avaliação ou
julgamento no que estamos observando ou ouvindo de outra pessoa?” Assim, para que um problema
social seja detectado, precisamos extrair esse manto da nossa avaliação para que ele possa ser
devidamente observado e classificado.
Dica: Escreva na lousa uma ou mais frases do Anexo I e peça aos estudantes que as
classifiquem como observação e avaliação.
https://docs.google.com/document/d/1A_mwZr_Odlk3iBugPvmEMcyPUpsiDOP-0TxIGlOxHdQ/edit
4) Analisando um problema depois de classificá-lo: (30 min.)
Mantenha os(as) estudantes em duplas e forneça um relato de uma situação na qual um mesmo
problema é resolvido ao ser analisado por duas perspectivas diferentes (Anexo II). Cada estudante deve
realizar a leitura silenciosa e individual. O foco, Professor(a), é que os(as) estudantes tentem realmente
realizar o exercício de se colocar no lugar das personagens.
Você pode utilizar o seguinte roteiro de perguntas para guiar os(as) estudantes na atividade:
❖ “O que pode ser observado na situação descrita pelo narrador no metrô?”;
❖ “O que está sendo avaliado pelo narrador na situação descrita?”;
❖ “Ao ouvir a situação pelo ponto de vista do pai das crianças, o que você acha que mudou
na maneira com a qual o narrador compreendeu a situação?”;
❖ “Agora que o narrador conseguiu enxergar a situação por um aspecto diferente, foi mais
fácil compreender e ter paciência para lidar com o ocorrido?”
Para finalizar, Professor(a), peça que os(as) estudantes façam paralelismos deste tipo de situação
em suas realidades. Essa provocação é importante para que eles comecem a destacar e sistematizar
momentos em que suas avaliações poderiam ter sido mais pautadas em observações factuais do que
em julgamentos.
5) Observação cotidiana: (5 min.)
Peça aos(às) estudantes que, agora que já entenderam o que é, de fato, uma observação sem
avaliação, observem o ambiente escolar com o objetivo de levantar possíveis problemas sociais que
ocorrem na escola. Encoraje-os(as) a buscar opiniões de perfis diferentes de pessoas sobre o
problema.
6) Arremate/Fechamento: (10 min.)
Esse é um momento que eles(as) deverão verificar se conseguiram cumprir os objetivos da aula.
Em seguida, convide-os(as) a refletirem sobre as seguintes perguntas: “O que essa aula mudou na
maneira que eu enxergo um problema? O que farei a partir de agora, quando enfrentar um problema?”
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Exposição dialogada sobre problema coletivo: classificam de maneira correta um problema
coletivo e o diferenciam de um problema individual - avaliação pelo(a) Professor(a) a partir das
contribuições e respostas dos(as) estudantes.
● Observando o entorno: conseguem compreender a distinção entre observar e avaliar uma
situação, a partir da análise e registro de suas observações sobre as imagens - avaliação pelo(a)
Professor(a), a partir das considerações gerais dos(as) estudantes e escuta da atividade em
duplas, e autoavaliação pelo(a) estudante.
● Analisando um problema depois de classificá-lo: analisam que uma situação pode ser avaliada
de, pelo menos, duas formas diversas. O critério é que o que é observado deve permanecer igual
em ambas as análises. Por fim, levantam situações onde fizeram avaliações equivocadas dos
problemas. - avaliação pelo(a) Professor(a), a partir da circulação em sala e escuta dos
diálogos, e autoavaliação pelo(a) estudante.
● Arremate: refletem sobre o que aprenderam e como colocaram em prática esse aprendizado -
https://docs.google.com/document/d/1RxHpjN8Xr97tFDJlDatjLugqzCUKsucLG5xrEGNSLnU/edit
autoavaliação pelo(a) estudante.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Exemplos de frases para serem classificadas como observação ou avaliação.
● Anexo II - Situaçãoproblema em duas perspectivas.
Para saber mais
● Texto sobre Comunicação não violenta: “Observar sem avaliar”
● CNV: Um Guia Prático: Ravi Resck.
Referencial Teórico:
● SAAD, Neide; EVANGELISTA, Rafael. Curso: Comunicação Não Violenta (CNV). Disponível
em:<http://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-6.pdf>
Acesso em: 19/03/2021.
● Problemas sociais - conceito, o que é, significado. Conceitos. Disponível em:
<https://conceitos.com/problemas-sociais/> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Comunicação não-violenta: os primeiros componentes - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/primeiros-componentes> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Além dos 4 passos da CNV - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos> Acesso em: 19/03/2021.
● Covey, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 30º ed., tradução de Alberto
Cabral Fusaro, Márcia do Carmo Felismino Fusaro, Claudia Gerpe Duarte. Consultoria Tereza
Campos Salles. Rio de Janeiro: BestSeller, 2007.
https://docs.google.com/document/d/1A_mwZr_Odlk3iBugPvmEMcyPUpsiDOP-0TxIGlOxHdQ/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1RxHpjN8Xr97tFDJlDatjLugqzCUKsucLG5xrEGNSLnU/edit
https://oespaco.net/2017/11/cnv-observar-sem-avaliar.html
https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/
http://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-6.pdf
https://conceitos.com/problemas-sociais/
http://798f851.contato.site/primeiros-componentes
http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos
Aula 4
Tema
Comunicação com checagem de informações, evitando
ruídos e garantindo a assertividade da mensagem
transmitida
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204.
Objetivos
● Identificar a diferença entre a informação ou mensagem que é transmitida por uma pessoa e a
que é recebida por outra.
● Elaborar perguntas de verificação e paráfrases da mensagem transmitida para compreender os
elementos (fatos e sentimentos) dela.
● Associar que os “pequenos ruídos” do dia-a-dia também geram forte impacto nos processos
maiores de comunicação da sociedade.
Perguntas Essenciais
● O que eu falo é o mesmo que a outra pessoa escuta?
● Quais as consequências para a sociedade quando se estabelece uma comunicação ruidosa?
● Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?
Compreensões Duradouras
● Para uma comunicação efetiva, a mensagem que foi transmitida é a mesma que foi recebida.
● Para evitar ruídos de comunicação, é necessário exercer a escuta ativa e utilizar de perguntas de
verificação para identificar elementos da mensagem.
● Comunicar com assertividade as informações aumenta a probabilidade de termos nossas
necessidades atendidas e evita que conflitos tomem lugar, favorecendo uma sociedade mais
equânime.
● É responsabilidade do transmissor escolher intencionalmente os gestos, sentimentos e palavras
para garantir que o ouvinte tenha clareza sobre a mensagem.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; caderno, caneta, lápis, borracha, cartolinas, materiais para o campo minado:
garrafas PET, copos, latas, caixas (Convide cerca de 10 estudantes a trazerem materiais
recicláveis para a aula, coletados em casa ou na escola).
Passo-a-passo:
1) Abertura/introdução: (15 min.)
Inicie a aula pedindo que os(as) estudantes reflitam como estão se sentindo e traduzam isso
através de mímicas rápidas. Você pode começar fazendo a mímica e, em seguida, escolher um lado da
sala para seguir a dinâmica. A ideia com essa breve dinâmica é mostrar que, até mesmo através dos
gestos, nós sinalizamos mensagens a serem ditas.
Prestar atenção ao que outra pessoa diz é um exercício que precisa ser praticado cotidianamente,
porque carregamos, em nosso discurso e gestos, significados que podem não ser os mesmos para
os(as) demais colegas, o que pode gerar conflitos desnecessários e/ou evitáveis.
Portanto, Professor(a), ao promover essa reflexão, sinalize que o objetivo principal da aula é se
aprofundar em formas de interpretar a mensagem da outra pessoa, por meio de técnicas de verificação
do nosso entendimento.
2) Quem conta um conto, aumenta um ponto: (15 min.)
Convide os(as) estudantes a fazer um círculo, podendo ficar sentados ou em pé, desde que o centro
da sala fique livre. Em seguida, o(a) Professor(a) começa contando uma história curta no ouvido do(a)
estudante à sua direita e assim segue sucessivamente até chegar no último estudante da roda, que
deverá relatar para a turma a história que ouviu. Lembrando que os(as) demais não poderão ouvir a
história, somente aquela pessoa que está como ouvinte no momento destinado à escuta.
Exemplo de história: “Eu fui à padaria comprar leite, ovos e pão.
Mas a vendedora disse que só tinha ovos e pão.
Disse também que o leite chegaria somente na parte da tarde.
Pois a vaca ainda está no brejo do seu Francisco Vasconcelos...”
Não é necessário verbalizar aos(às) estudantes para que prestem atenção à história e nem as
regras prévias da dinâmica. A ideia é justamente não dar instruções a ninguém, seguindo os passos
sem revelar que haverá uma história e que o(a) último(a) estudante deverá relatá-la para todos(as). O
fato dos(as) estudantes estarem desprevenidos é que prova o objetivo da atividade: todo(as)s,
atentos(as) ou não, corremos o risco de não escutarmos a informação da forma como ela é passada.
3) Paráfrase e Perguntas de Verificação: (10 min.)
Instigue os(as) estudantes a pensarem por que realizaram a dinâmica anterior e o que podem
aprender com ela. Provoque-os(as) também a relacionar “pequenos” ruídos a uma escala maior, dentro
de processos importantes da sociedade, como em debates eleitorais, por exemplo, e peça que eles(as)
tragam possíveis consequências quando as partes não se preocupam em estabelecer uma
comunicação assertiva. Depois, apresente as técnicas da paráfrase e perguntas de verificação, que
contribuem para nos certificarmos se a informação que foi transmitida é justamente a mesma que foi
recebida.
Exemplos de perguntas de verificação: “Você trouxe TAL fato e levantou TAL hipótese, chegando a
TAL conclusão?” “Quando você fala X, eu entendo Y. Está certo?”, “O que você quis dizer com X, pode me
explicar de novo?”
Paráfrase: A paráfrase consiste em repetir a mensagem que você ouviu, usando outras palavras ou
mudando a ordem delas, para se certificar que ela foi entendida corretamente.
4) Campo minado, um fala e o outro joga: (30 min.)
Requisite auxílio para montar no centro da sala um campo minado, utilizando os materiais da aula
ou qualquer tipo de obstáculo, como cadeiras e mesas.
Divida os(as) estudantes em trios (elabore previamente os trios, incentivando que interajam com
quem geralmente não estão acostumados). Um(a) dos(as) estudantes será o(a) participante
vendado(a), que irá caminhar no campo minado e os(as) outros(as) dois(suas) deverão guiá-lo(a) a
partir de comandos de ação. O seu papel, Professor(a), será cronometrar o tempo que cada equipe leva
para realizar a trajetória. Instrua que as duplas terão 3 minutos iniciais para criar estratégias sobre
como irão se comunicar com o(a) participante vendado. Se algum participante tocar em algum objeto
no campo minado uma vez, terá que voltar para o início do percurso. Caso haja um segundo choque
do(a) estudante com os obstáculos, a equipe cede a vez para o próximo trio. A equipe que organizar
mais eficientemente os comunicados e conduzir o estudante ao final do trajeto em menos tempo,
vence.
4) Arremate/fechamento: (20 min.)
Pergunte à turma: “Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?” e “Caso
não nos comuniquemos com clareza, qual o impacto direto isso tem na construção de uma sociedade
democrática?”. Escolha 4 perfis diferentes de estudantes para responderem oralmente. Pergunte à
turma se alguém teria algo a acrescentar no que foi respondido pelos(as) colegas. Em seguida, devolvaa pergunta aos(às) estudantes que iniciaram a resposta para que verifiquem se os(as) colegas fizeram
boas colocações. Oriente-os(as), então, a registrarem, de forma resumida, as reflexões que foram
levantadas. A nossa principal conclusão do debate é que é responsabilidade do(a) cidadão(ã) que
transmite a mensagem a forma como o faz para o(a) ouvinte, incluindo a escolha de gestos, fatos,
sentimentos, comandos e palavras, e que isso está diretamente relacionado ao exercício sadio da
cidadania.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Quem conta um conto, aumenta um ponto: conseguem levantar hipóteses sobre como os ruídos
de comunicação afetam processos de pequenas e grandes escalas e reconhecem a importância
de elaborar um discurso assertivo ao se comunicar - autoavaliação pelos(as) estudantes e
observação pelo(a) Professor(a).
● Paráfrase e Perguntas de Verificação: os(as) estudantes compreendem que paráfrase e as
perguntas de checagem são formas construir uma comunicação efetiva - autoavaliação
pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a)
● Campo minado, um fala e o outro joga: conseguem experienciar que uma comunicação feita
sem assertividade gera conflito de entendimento - autoavaliação pelos(as) estudantes e
observação pelo(a) Professor(a)
● Arremate: sistematizam os conhecimentos desenvolvidos na aula, refletindo
sobre as consequências de uma comunicação ruidosa e contribuindo para uma construção
colaborativa entre a turma - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a)
Professor(a).
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Não possui.
Para saber mais
● Comunicação assertiva: 7 dicas certeiras para desenvolver essa habilidade
● Perguntas para construir diálogos poderosos
● Perguntas poderosas. 7 Dicas para fazer e conseguir as respostas certas
Referencial Teórico:
● RESCK, Ravi. CNV: Um Guia Prático. Disponível em:
<https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/> Acesso em: 22/03/2021.
● ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos
pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
https://robsoncamargo.com.br/blog/Comunicacao-assertiva
https://www.aberje.com.br/?coluna=perguntas-para-construir-dialogos-poderosos
https://professoresdosucesso.com.br/7-dicas-para-fazer-perguntas-poderosas.html
https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/
https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false
Aula 5
Tema
Liberdade de expressão, discriminação e discurso de
ódio refletidos sobre o ambiente escolar
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG07, EM13CHS502, EM13LGG204, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Reconhecer discursos de ódio e quais as consequências dessa prática especialmente dentro do
ambiente virtual.
● Diferenciar estruturalmente frases de liberdade de expressão e discurso de ódio.
● Identificar quais tipos de discriminação estão implícitos nos discursos de ódio.
● Refletir sobre ocorrência de casos de discriminação no âmbito escolar.
Perguntas Essenciais
● Como diferenciar liberdade de expressão e discurso de ódio?
● Qual a diferença entre uma opinião gentil e uma opinião discriminatória?
● Como opiniões, mesmo em conversas informais, podem gerar impactos grandes e induzir
comportamentos nocivos à sociedade?
● Como os discursos de ódio corroboram com o afrouxamento da democracia?
● Quais são as nossas responsabilidades, enquanto indivíduos, no combate aos discursos de ódio?
Compreensões Duradouras
● Discurso de ódio não é, ética e legalmente, sinônimo de liberdade de expressão.
● Conhecer a realidade de diferentes grupos faz com que a sociedade seja efetivamente mais
empática com questões que transcendem à ótica do indivíduo.
● Fomentar a diversidade de opiniões é um exercício essencial para que uma sociedade
desenvolva ações em prol do benefício mútuo.
● Uma cultura de tolerância a ofensas ou discursos de ódio corrobora com o desrespeito aos
Direitos Humanos e ao afrouxamento da democracia.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa, pincel/giz, caderno, lápis, borracha, caneta, cartolina e materiais impressos para os
grupos (Anexo II)
Passo-a-passo:
1) Introdução: (20 min.)
Escreva no quadro, ao lado dos objetivos da aula, duas frases (Anexo I). Como título, coloque a
pergunta: “Quais são as diferenças entre as frases?”. Para tornar esse momento mais impactante, receba
os(as) estudantes em silêncio, se comunicando através de gestos, apontando as frases no quadro e a
pergunta do título, indicando que eles(as) devem respondê-la. Anote as respostas dos(as) estudantes
que levantaram a mão e souberam esperar o seu turno de fala. Assim, aos poucos, todos(as) vão
entendendo a dinâmica, respondendo à pergunta e ficando instigados sobre por que você optou não
verbalizar qualquer palavra.
https://docs.google.com/document/u/0/d/1ybnx3b02QiXhahEnMgDixZ2zopPQz2V4L1FQbx4lO6Q/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1SITWKbjOBqQ6MjSdStCqtq8_lr8uuTNHrIJ4-S59iiE/edit
Quando terminado o processo de diferenciação, volte a verbalizar suas palavras e traga a reflexão
para os(as) estudantes de que, muitas vezes, nos antecipamos em nossas conclusões e queremos
colocar nossas opiniões prontamente nas rodas de conversa, sem antes notarmos se elas não trazem
palavras e deduções ofensivas e/ou generalizadas. Desta forma, ficar em silêncio para refletir sobre o
teor da sua fala é uma forma de prevenir que ela venha carregada de elementos ofensivos.
2) Exposição dialogada: (10 min.)
Explique que liberdade de expressão é um dos direitos fundamentais dos(as) cidadãos(ãs),
respaldado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, um documento que serve como referência
para a construção da constituição de várias nações em todo o mundo. A Constituição Federal brasileira
dá garantia à liberdade de expressão em seu quinto artigo e define o termo pela livre manifestação do
pensamento, de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou
licença, sendo vedado o anonimato. De uma forma mais coloquial, liberdade de expressão é quando
opinamos de forma mais gentil.
O discurso de ódio, por sua vez, é definido pela ONU como sendo: ”Qualquer tipo de comunicação
por discurso, texto ou comportamento que ataque ou use linguagem pejorativa ou discriminatória
referente a uma pessoa ou grupo baseado em quem são ou, em outras palavras, baseado na sua religião,
etnia, nacionalidade, raça, cor, descendência, gênero ou outro fator identitário. Isso geralmente está
enraizado e gera intolerância e ódio e, em certos contextos, pode ser humilhante e excludente”, e é
considerado crime no Brasil pela Lei Contra o Preconceito (7.716/89), que versa sobre a proibição de
"Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a
discriminação ou preconceito de raça, por religião, etnia ou procedência nacional." Desta forma, a prática
é considerada um atentado aos Direitos Humanos.
3) Discriminação por detrás dos discursos de ódio: (20 min.)
Divida os(as) estudantes em quartetos. Antes de iniciarem a atividade propriamente dita, peça que
eles(as) sistematizem a classificação das frases do Anexo I em uma cartolina. Em seguida, forneça ao
grupo a folha com as definições de tipos de discriminação (Anexo II) e solicite que todos(as) do grupo
leiam-na atentamente e busquem identificar quais tipos de discriminações estão implícitas em cada
frase de discurso de ódio. Instrua-os(as) para que escrevam em cada frase sua(as) discriminação(ões)
correspondente(s) e o que ela(s) incita(m) na sociedade.
Leve os(as) estudantes a perceberem que as frases de discursos de ódio incitamuma violência
direcionada a grupos específicos e carregam argumentos generalizados ao invés de embasados.
Considerando que eles rompem com a lógica de uma comunicação saudável, podem vir a ser formas de
afrouxar processos democráticos já estabelecidos. Por isso, o ato de se conscientizar sobre esse tipo
de discurso e refletir formas de como preveni-lo, especialmente no meio digital, é um desafio coletivo.
4) Debatendo sobre discriminação na escola: (30 min.)
A partir das evidências sistematizadas na cartolina, os(as) estudantes devem debater sobre
discriminação na escola.
O debate deve seguir a seguinte estrutura:
❖ Etapa 1: Exposição inicial. Cada participante responde a essas duas perguntas: “A escola é um
ambiente onde há discriminação? Quais são as evidências disto?”. Aqui, os(as) estudantes devem
https://docs.google.com/document/u/0/d/1ybnx3b02QiXhahEnMgDixZ2zopPQz2V4L1FQbx4lO6Q/edit
trazer evidências presenciadas no ambiente escolar. (7 min.)
❖ Etapa 2: Discussão. O grupo entra em uma discussão sobre quais medidas devem ser tomadas
para evitar discriminações na escola. "Do lugar que eu estou hoje, o que posso fazer a respeito
para evitar processos discriminatórios e discursos de ódio?" (10 min.)
❖ Etapa 3: Conclusão. Cada participante traz sua responsabilidade para reverter o quadro
discriminatório. "Qual é o meu dever, enquanto estudante, para garantir que não haja discriminação
na escola?" (4 min.)
5) Arremate: (5 min.)
Convide os(as) estudantes a refletirem e sistematizarem em seus cadernos, respondendo às
perguntas: “O que eu aprendi sobre meus próprios discursos? O que devo evitar na hora de expressar
minha opinião?”
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Exposição dialogada: compreendem a diferença entre discurso de ódio e liberdade de expressão.
- observação pelo(a) Professor(a).
● Discriminação por detrás dos discursos de ódio: classificam as discriminações implícitas nas
frases de discurso de ódio e levantam evidências de suas implicações na democracia -
autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a).
● Debatendo sobre discriminação na escola: durante o debate, se comunicam de forma respeitosa
e saudável, expondo sua opinião sem ferir os Direitos Humanos, constroem argumentos
baseados nas definições do Anexo I e levantam soluções concretas que corroboram com a
tolerância e o respeito à diversidade. - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a)
Professor(a).
● Arremate: sistematizam os conhecimentos desenvolvidos na aula, refletindo sobre as
consequências de discursos de ódio e sobre a importância da diversidade de opiniões, desde
que não firam os Direitos Humanos - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Exemplos de discursos de ódio e opiniões gentis
● Anexo II - Tipos de Discriminação
Para saber mais
● COSTA, Cristina; BLANCO, Patricia. Liberdade de expressão: questões da atualidade. São Paulo:
ECA-USP, 2019. 222 p.
● FREITAS, Riva Sobrado de; CASTRO, Matheus Felipe de. Liberdade de expressão e discurso do
ódio: um exame sobre as possíveis limitações à liberdade de expressão. Sequência
(Florianópolis), n.66, pp.327-355. Florianópolis, 2013.
Referencial Teórico:
● Catão, Ana Lúcia. Diversidade e Discriminação. Caderno integrante da série “Educação em
Direitos Humanos” do Projeto Respeitar é Preciso! Disponível em:
<https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/> Acesso em:14/04/2021.
● Catão, Ana Lúcia. Educação em Direitos Humanos para todas as idades. Caderno integrante da
série “Educação em Direitos Humanos” do Projeto Respeitar é Preciso! Disponível em:
<https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/> Acesso em: 14/04/2021.
https://docs.google.com/document/u/0/d/1SITWKbjOBqQ6MjSdStCqtq8_lr8uuTNHrIJ4-S59iiE/edit
https://docs.google.com/document/u/0/d/1ybnx3b02QiXhahEnMgDixZ2zopPQz2V4L1FQbx4lO6Q/edit
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/
https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/
● Assembleia Geral da ONU. "Declaração Universal dos Direitos Humanos". "Nações Unidas", 217
(III) A, 1948, Paris, art.
● Constituição Federal de 1988. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 14/04/2021.
Aula 6
Tema Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG02, EM13CHS502, EM13LGG102, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Compreender que a polarização é uma tendência inerente de estabelecer rótulos aos grupos e
indivíduos.
● Reconhecer os elementos dos discursos ou ações polarizadas, em especial no meio digital.
● Debater os reflexos explícitos e implícitos da polarização no debate público.
Perguntas Essenciais
● O que é polarização?
● Quais as consequências da polarização no debate público?
● Como minhas ações nas redes sociais estão relacionadas à polarização de ideias?
● Como a polarização afeta as relações em uma sociedade democrática?
Compreensões Duradouras
● O excesso de polarização prejudica a democracia, pois compromete o respeito a regras comuns,
reconhecimento da legitimidade dos adversários, tolerância e diálogo.
● O comportamento em meio digital, que favorece conteúdos e informações que se encaixam com
uma visão particular de mundo, pode levar a uma polarização radical de ideias.
● Por meio de ideias e ações extremistas, o discurso de polarização se concebe, agrava-se e
prejudica o diálogo e debate de ideias em espaços democráticos.
● Prezar por espaços democráticos incube os cidadãos de não perpetuarem discursos
polarizados.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Pincel/giz, lousa, materiais impressos (Anexo I).
Passo-a-passo:
1) Introdução: (5 min.)
Escreva no quadro a palavra: “Polarização” e instigue dois(duas) estudantes a responderem qual
eles(as) acham que é o seu significado. As possíveis respostas que você pode obter, Professor(a), estão
relacionadas a termos como: "Diferença", "dois lados" ou "duas opiniões''. A polarização indica extremos,
pólos energeticamente opostos, mas serve também como uma representação/metáfora da forma como
tratamos diversos temas, a maioria sensíveis, em diferentes espaços, tendo uma necessidade de
manutenção de rótulos (“caixinhas de opinião formada”) e ânsia em enxergar apenas a nossa opinião
como a verdade.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://docs.google.com/document/u/0/d/1j0ZVvq33VbC8Jll0qY3Cu5p2kBf3SIube3ZvcPfJz44/edit
2) Leitura individual: (20 min.)
Distribua o texto: “O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?” (Anexo I) e solicite
aos(às) estudantes que realizem a leitura concentrada e silenciosa. Instrua-os(as) que, em seguida,
respondam perguntas a respeito do texto.
Perguntas norteadoras que devem ser respondidas pelos(as) estudantes após a leitura:
❖ O que é polarização?
❖ Quais as consequências da polarização para sociedades democráticas?
❖ Qual o meu papel para evitar a polarização de ideias?
❖ Quais sinais preciso estar atento(a) para não fomentar discursos polarizados?
3) World Café sobre Polarização: (50 min.)
Explique aos(às) estudantes que irão realizar uma dinâmica de debates de ideias com trocas de
participantes. Os comandos para o debate são:
❖ Divida os(as) estudantes em grupos de 5 e sorteie um(a) estudante para ser o(a) anfitrião(ã) de
cada grupo. Numere os(as) demais estudantes de 1 a 4 em cada uma das mesas.
❖ Papel do(a) anfitrião(ã): este(a) estudante permanecerá na mesa e fará o papel de mediação do
debate, determinando qual o momento de fala de cada participante.
❖ Cada participante terá 2 minutos para expor sua opinião e, em seguida, as opiniões
complementares podem ser de participação voluntária, encorajando que os(as) participantes
expressem suas ideias vividamente, conectando ideias de uma rodada à outra.
❖ As rodadas devem durar tempo suficiente para

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