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Plano da Eletiva “Diálogo, Debate e Negociação” Ementa Título da Eletiva Diálogo, Debate e Negociação Área do Conhecimento Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Carga horária semanal 2 horas/aula Carga horária total 30 horas/aula Etapa de ensino Ensino Médio Nome completo do(a) autor(a) Anna Paula Vivolo Lopes e Souza Descrição da Ementa A Eletiva busca fortalecer nos(as) estudantes processos-base de comunicação saudável e levar a compreensão de que, quando articulados com intencionalidade, os diálogos, debates e negociações estabelecem alicerces para a criação e manutenção de espaços democráticos. Para isso, são mobilizados conceitos como: escuta ativa; comunicação não-violenta; reflexão, estruturação e exposição de argumentos e mediação/negociação para resolução de conflitos, propondo que os(as) estudantes pautem o embate saudável de ideias como um elemento fundamental para a consolidação da democracia e compreendam que devemos nos responsabilizar pela forma como nos colocamos em espaços de tomada de decisão para exercermos efetivamente nossa cidadania. Ao final, os(as) estudantes construirão um coletivo social que busca, a partir de técnicas de comunicação saudável, refletir sobre uma situação-problema dentro da comunidade escolar e tomar uma ação prática para solucioná-la. Descrição sintética da Eletiva Você já saiu de uma conversa com a sensação de que disse tudo que podia e, ainda sim, percebeu que não foi compreendido(a)? O que será que precisamos fazer para sermos efetivamente compreendidos(as) e evitarmos conversas ruidosas? Ao participar de um diálogo, debate ou negociação, podemos ter a sensação de que não estamos sendo verdadeiramente escutados(as) e compreendidos(as). Mas será que nós sabemos escutar verdadeiramente e expressar necessidades e pedidos, de forma que as outras pessoas compreendam também? Até onde vai a responsabilidade de cuidar da forma como nos comunicamos? E até onde isso pode interferir em questões políticas de maior escala? Se quisermos nutrir relações mais saudáveis e transformar politicamente o nosso ambiente, a forma como nos comunicamos é uma das principais chaves de mudança. Venha (se) transformar! Tema Diálogo, Debate e Negociação Módulos ● Módulo 1 - Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta Este módulo está estruturado em dois elementos principais: a fala e a escuta. Desenvolvendo habilidades de escutar ativamente e construir discursos não violentos, os(as) estudantes serão capazes de identificar e gerenciar suas emoções e necessidades durante diálogos, posicionando-se empaticamente e com respeito à fala de uma ou mais pessoas. ● Módulo 2 - Dialogando por meio de boas práticas de comunicação Neste módulo, os(as) estudantes compreenderão que problemas individuais são também entendidos em uma escala maior, denominados problemas sociais. Propõe-se que eles(as) observem situações onde esses problemas sociais se aplicam, sem colocar qualquer juízo de valor ou avaliação, fazendo o uso de práticas assertivas de comunicação, como a paráfrase e perguntas de checagem. ● Módulo 3 - A riqueza da diversidade de opiniões O Módulo 3 se pauta na diferenciação da liberdade de expressão e discurso de ódio, propondo a discussão sobre os reflexos da polarização de ideias na democracia. Serão mobilizados os tipos de discriminação por trás de discursos de ódio presentes nas redes sociais e em falas cotidianas, bem como os impactos das opiniões polarizadas em uma sociedade democrática. ● Módulo 4 - Praticando debates construtivos Neste módulo, foca-se que o(a) estudante aprenda a estruturar coerentemente um debate, construindo argumentos embasados em fontes verificadas e refletindo criticamente durante a construção de argumentos. Os debates propostos terão como temáticas: a cultura do cancelamento, a desinformação e a polarização de ideias, a manipulação em massa e a influência dos algoritmos das redes sociais no comportamento humano. ● Módulo 5 - Mediando conflitos, negociando soluções O penúltimo módulo tem o intuito de identificar o que é um conflito, investigar suas causas e propor formas de enfrentamento, respaldado na técnica da escalada para cessar um conflito. O módulo também mobiliza as variáveis (poder, tempo e informação) e as etapas de uma negociação (preparação e planejamento; definição de regras básicas; esclarecimentos e justificativas; barganha e resolução de problemas; encerramento e implementação). ● Culminância A proposta da culminância é que se construa um coletivo para intervir intencional e proativamente na escola. Os(as) estudantes serão divididos em grupos de até 10 pessoas, nos quais 5 estudantes ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente relevante para os(as) demais 5 membros do grupo. Cada metade do grupo deve dialogar, debater e negociar para com os restantes a fim de chegarem a um consenso sobre qual temática será tratada no coletivo. Após escolhida a temática, os grupos deverão planejar e executar, pelo menos, uma ação de intervenção social na escola que promova as ideias e pontos de vista defendidos por cada coletivo. Ao final, para a divulgação do coletivo junto com a comunidade escolar, sugere-se que seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ações de cada coletivo, que pode ser por meio de uma apresentação oral em um formato de programa de televisão ou através do incentivo de que os coletivos divulguem suas ações em programas de rádios e TV locais. Objetivo geral Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e produtiva do diálogo, debate e da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam crítica e assertivamente e busquem fortalecer espaços democráticos. Objetivos específicos ● Exercitar práticas saudáveis de comunicação, como escuta ativa e comunicação não-violenta; ● Valorizar diferentes visões de mundo como alicerce para uma sociedade democrática; ● Formular processos de argumentação baseados reflexões críticas e verificação de fatos; ● Fomentar a democracia a partir do entendimento de que a comunicação assertiva e saudável é um exercício de responsabilidade cívica; ● Aplicar habilidades de mediação e intervenção por meio de processos diversos de comunicação objetivando a resolução de conflitos; ● Entender a importância de uma sociedade democrática que garanta a liberdade de expressão, crença e associação, respeito pelos direitos de todos os indivíduos e meios de comunicação livres; ● Desenvolver um coletivo social que busque resolver uma situação-problema e utilize técnicas de comunicação saudável para mobilizar uma solução. Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos A Eletiva está estruturada, sobretudo, no eixo de Mediação e Intervenção Sociocultural. Além disso, contempla determinadas habilidades dos demais eixos estruturantes e também de Competências Específicas de Ciências Humanas e Linguagens e suas Tecnologias. Habilidades dos Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos Investigação científica: (EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas, coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade. Processos criativos: (EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens, mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os interlocutores pretendidos. (EMIFLGG06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais, utilizando as diversas línguas e linguagens (imagens estáticas e em movimento; línguas; linguagens corporais e do movimento, entre outras), em um ou mais campos de atuação social, combatendo a estereotipia, o lugar comum e o clichê. Empreendedorismo: (EMIFCHSA10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionadosàs Ciências Humanas e Sociais Aplicadas podem ser utilizadas na concretização de projetos pessoais ou produtivos, em âmbito local, regional, nacional e/ ou global, considerando as diversas tecnologias disponíveis, os impactos socioambientais, os direitos humanos e a promoção da cidadania. Mediação e Intervenção Sociocultural: (EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis. (EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade. (EMIFCHSA09) Propor e testar estratégias de mediação e intervenção para resolver problemas de natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, relacionados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Habilidades de Ciências Humanas: (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. Habilidades de Linguagens (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. (EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Humanos. (EM13LGG304) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos. Linguagens Campo de atuação na vida pública: (EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.), agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns de discussão etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro (como solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro, parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas e reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum. Objetos do Conhecimento ● Eixo 1: Escuta ativa e comunicação não-violenta. ● Eixo 2: Problema individual e social; observação ou avaliação e diferentes pontos de vista de uma situação problema. ● Eixo 3: Liberdade de expressão, discriminação, discurso de ódio, polarização e a importância da diversidade na democracia. ● Eixo 4: Estrutura de um debate, construção e análise de argumentos embasados, cultura do cancelamento, desinformação e polarização de ideias ● Eixo 5: Conceito e aspectos que definem um conflito, técnicas de mediação e etapas de negociação. ● Culminância: Formação de um coletivo social. Metodologia A Eletiva está pautada no uso de metodologias como: trabalho em equipe, expressão em público, autorreflexão, práticas circulares e atividades ligadas à análise das emoções pessoais, que objetivam desenvolver as habilidades necessárias para o convívio em sociedade e exercício da cidadania. Também se utiliza práticas ativas ligadas ao mundo jovem, como mímicas, desafios práticos, experimentos sociais e estudos de casos, a fim de desenvolver a capacidade de identificação e resolução de conflitos. Além disso, busca-se simular processos de diálogos, debates e negociações, com o intuito de sustentar posicionamentos que fomentem o embate saudável e fundamentado de ideias. Produtos ● Criação de um coletivo social; ● Ações de intervenção social na escola. Processos avaliativos As avaliações serão, em sua maioria, formativas, não excluindo a possibilidade de fazer avaliações diagnósticas escritas na apresentação dos temas e orais, por meio de técnicas de chuvas de ideias e diálogos, a fim de sondar os conhecimentos prévios dos estudantes. Cada plano de aula possui também evidências de aprendizagem, que são produtos ou momentos específicos das aulas em que pode-se averiguar o cumprimento dos objetivos propostos. Estas averiguações podem ser realizadas pelo(a) próprio(a) Professor(a) ao longo da aula ou pelos(as) próprios(as) estudantes em exercícios de autoavaliação. A prática de arremate é um processo avaliativo básico, no qual em todas as aulas os(as) estudantes realizarão reflexões e sistematizações sobre o conteúdo aprendido. A avaliação final da Eletiva observará a aplicação das habilidades de diálogo, debate e negociação adquiridos no decorrer das aulas e a capacidade do(a) estudante se comunicar de forma respeitosa, assertiva e colaborativa sobre as temáticas determinadas pelo coletivo criado e durante o planejamento e a realização das ações de intervenção. Referências bibliográficas Metodologia BACICH, Lilian; MORAN, José (orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB; BACICH, Lilian; NETO, Adolfo Tanzi; TREVISANI, Fernando de Mello (org.). Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015; CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB; LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre: Penso, 2018. COHEN, Elizabeth. G.; LOTAN, Rachel A. Planejando o trabalho em grupo. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2017. Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006. BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS, 2014. Dialogando por meio de boas práticas de comunicação COVEY, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 30º ed., tradução de Alberto Cabral Fusaro, Márcia do Carmo Felismino Fusaro, Claudia Gerpe Duarte. Consultoria Tereza Campos Salles. Rio de Janeiro: BestSeller, 2007. CATÃO, Ana Lucia Catão; ZURAWSKI, Maria Paula. Mediação de conflitos. São Paulo: Vlado Educação, 2019. A riqueza da diversidade de opiniões COSTA, Cristina; BLANCO, Patrícia. Liberdade de expressão: questões da atualidade. São Paulo: ECA-USP, 2019. 222 p. FREITAS, Riva Sobrado de; CASTRO, Matheus Felipe de. Liberdade de expressão e discurso do ódio: um exame sobre as possíveis limitações à liberdade de expressão. Sequência (Florianópolis), n.66, pp.327-355. Florianópolis, 2013. Praticando debates construtivos LISBOA, Marcos; PESSÔA, Samuel. O valor das ideias: debate em tempos turbulentos. 1 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Democraciae os códigos invisíveis - Como os algoritmos estão modulando comportamentos e escolhas políticas. São Paulo: Edições Sesc, 2019. Mediando conflitos, negociando soluções CARVALHAL et al. Negociação e Administração de Conflitos (Série Gerenciamento de Projetos). 2. ed. Rio de Janeiro: FGV., 2009. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. JUNQUEIRA, Luiz Augusto. Negociação: Tecnologia e Comportamento – 11ª edição. p. 51 e 52. SATHLER, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2017. (Série Universitária) Escola da Advocacia-Geral da União Ministro Victor Nunes Leal. Manual de Negociação Baseado na Teoria de Harvard. Brasília : EAGU, 2017. Introdução da Eletiva “Diálogo, Debate e Negociação” Prezado(a) Professor(a), Esta Eletiva foi construída com a finalidade de promover reflexões e mudanças de comportamento, a partir da promoção de técnicas saudáveis de comunicação, como a escuta ativa e comunicação não-violenta. Ela objetiva compreender, valorizar e analisar diferentes visões de mundo, bem como exercitar conscientemente diálogos, debates e negociações, focando no desenvolvimento de cidadãos que interajam crítica e assertivamente dentro dos diversos espaços da sociedade e sejam comprometidos com a democracia. A Eletiva foi estruturada com carga horária total de 30 horas/aula dentro das áreas de conhecimento de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens, no campo de atuação na vida pública. Além disso, foi desenvolvida a partir de cinco grandes módulos, de modo que cada um deles tem como foco aspectos específicos relacionados a práticas de diálogo, debate e negociação, culminando no desenvolvimento de um coletivo social estudantil. No primeiro desses módulos, aborda-se os dois elementos principais da comunicação: a fala e a escuta. Objetiva-se desenvolver habilidades de escuta ativa e comunicação não-violenta. Os(As) estudantes começam uma jornada de autoconhecimento e autopercepção, aprendendo a gerenciar suas emoções e necessidades e perceber as da outra pessoa, sendo capazes de exercer a empatia e o respeito à fala de uma ou mais pessoas. Desse modo, conseguem desenvolver relações cada vez mais harmoniosas, dentro e fora do espaço escolar, interagindo de forma crítica e assertiva e prezando por espaços mais democráticos. Em sequência, o segundo módulo tem a finalidade de levar o(a) estudante a compreender problemas em escala pessoal e social, analisando-os sem colocar qualquer juízo de valor ou avaliação, fazendo o uso de práticas assertivas de comunicação, como a paráfrase e perguntas de checagem. Visa, sobretudo, promover práticas de diálogo nas quais os(as) estudantes se certificam da transmissão efetiva da mensagem, evitando ruídos de comunicação. Nessas primeiras 4 aulas, existem os momentos de abertura e fechamento, que são formas dinâmicas simples que fornecem conexão entre Professor(a)-estudante e estudante-estudante. Essa estrutura vem a partir do pressuposto de que, para que toda comunicação seja efetiva, é importante se conectar com a outra pessoa em primeira instância. O terceiro módulo tem como objetivo propor discussões sobre liberdade de expressão, discurso de ódio e os reflexos da polarização de ideias nos debates públicos, reforçando que o respeito à diversidade é algo que legitima uma sociedade democrática, gerando benefícios mútuos. Por sua vez, o quarto módulo mobiliza debates acerca da cultura do cancelamento e como os mecanismos de filtragem e seleção de informações e dados inferem nos espaços democráticos e cívicos, abordando a manipulação em massa, o fenômeno do enrijecimento de ideias e a influência dos algoritmos no comportamento humano, buscando a reflexão sobre como as informações são acessadas nos ambientes virtuais e quais são as consequências desses fenômenos em larga escala. Por fim, o último módulo visa instrumentalizar o estudante no exercício da mediação e da negociação de conflitos, promovendo simulações em que eles(as) ajam de forma empática, compreendendo o que é demandado por cada parte da negociação e propondo barganha e concessões que resultem em soluções que contemplem a todos os envolvidos. Ao final de cada aula, será proposta uma atividade para sintetizar os aprendizados obtidos em sala e apoiar reflexões que conduzirão os(as) estudantes no exercício de seu autoconhecimento, autopercepção e autoanálise a respeito dos conhecimentos adquiridos. A Eletiva parte do pressuposto de que para a formação de cidadãos engajados e participativos na construção de uma sociedade que aja de acordo com os valores democráticos, os estudantes entendem que são incubidos, enquanto cidadãos, de construir e validar esses valores a partir de diálogos, debates e negociações dentro e fora do ambiente escolar. Além disso, assumem a responsabilidade por entender o que sentem, observar sem imprimir julgamentos premeditados e articular argumentos sem ruídos para outras pessoas. Ao final, este caderno da eletiva apresenta orientações didáticas para o ensino remoto, munindo o(a) Professor(a) de dicas e ferramentas para incorporar às aulas. Depois, segue-se com 6 aulas adaptadas para o ensino remoto (extraídas das 15 totais do caderno presencial). O objetivo foi selecionar aulas que desenvolvem a espinha dorsal cognitiva da Eletiva, partindo do pressuposto de que as aulas de forma remota, geralmente, têm menos tempo para serem aplicadas. Portanto, acredita-se que as 6 aulas adaptadas conseguem manter a proposta pedagógica da jornada da Eletiva e cumprir adequadamente com seu objetivo geral. Sumário de Aulas Presenciais Módulo 01: Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta (CNV) ● Aula 01 - Tema: A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa ● Aula 02 - Tema: Interpretando emoções e identificando necessidades para exercer uma comunicação não-violenta Módulo 02: Dialogando por meio de boas práticas de comunicação ● Aula 03 - Tema: Observação e avaliação de problemas nas esferas individuais e sociais sob diferentes perspectivas ● Aula 04 - Tema: Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a assertividade da mensagem transmitida Módulo 03: A riqueza da diversidade de opiniões ● Aula 05 - Tema: Liberdade de expressão, discriminação e discurso de ódio refletidos sobre o ambiente escolar ● Aula 06 - Tema: Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia Módulo 04: Praticando debates construtivos ● Aula 07 - Tema: Estruturando argumentos e praticando debates sobre a cultura do cancelamento ● Aula 08 -Tema: Disputa argumentativa sobre como algoritmos das redes sociais afetam os processos democráticos. Módulo 05: Mediando conflitos, negociando soluções ● Aula 09 -Tema: Interpretando conflitos no ambiente escolar ● Aula 10 - Tema: Negociando necessidades humanas universais ● Aula 11 - Tema: Simulando negociação sobre direitos fundamentais negados durante a pandemia Culminância: Desenvolvendo um coletivo social estudantil ● Aula 12 - Tema: Determinação da temática central, público alvo e persona do coletivo ● Aula 13 - Tema: Construindo o Plano de ação e as estratégias de comunicação da ação do coletivo ● Aula 14 - Tema: Caracterizar e simular a intervenção no ambiente escolar ● Aula 15 - Tema: Apresentando o coletivo e sua ação Sumário das Aulas Remotas Módulo 01: Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta (CNV) ● Aula 01 - Tema: A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa Módulo 02: Dialogando por meio de boas práticas de comunicação ● Aula 02 - Tema: Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a assertividade da mensagem transmitida Módulo 03: A riqueza da diversidade de opiniões ● Aula 03 - Tema: Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia Módulo 04: Praticando debates construtivos ● Aula 04 -Tema: Disputa argumentativa sobre como algoritmos das redes sociais afetam os processosdemocráticos. Módulo 05: Mediando conflitos, negociando soluções ● Aula 05 - Tema: Simulando negociação sobre direitos fundamentais negados durante a pandemia Culminância: Desenvolvendo um coletivo social estudantil ● Aula 06 - Tema: Determinação da temática central, público alvo e persona do coletivo https://docs.google.com/document/d/1RSdoX3eGCOFNRB7qwgrZNEnH_ye7EJPal4s2KTwr3C4/edit#heading=h.k3gxy0iuu0yf https://docs.google.com/document/d/1RSdoX3eGCOFNRB7qwgrZNEnH_ye7EJPal4s2KTwr3C4/edit#heading=h.y09riprw26qg Planos de Aula Presenciais Aula 1 Tema A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos) Fase 1 - Resultados Desejados Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC ● EMIFCG08; EM13CHS502, EM13LGG204. Objetivos ● Conhecer o objetivo geral da Eletiva e o que é um coletivo estudantil. ● Avaliar os conhecimentos prévios sobre escuta ativa e comunicação não-violenta. ● Analisar um diálogo a partir de diferentes funções: sujeito que fala, sujeito que ouve e observador, identificando a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa. Perguntas Essenciais ● O que é escuta ativa? ● Qual é a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa? ● Como exercer a escuta ativa? ● Por que a escuta ativa é importante? Compreensões Duradouras ● A escuta é um ato de atenção plena e interesse genuíno na fala da outra pessoa. ● Empatia significa estar atento(a) ao que a outra pessoa fala, sem focar em réplicas imediatas. ● Se auto observar e analisar são formas maduras de reagir durante um diálogo. Fase 2 - Plano de Aprendizagem Materiais para aula ● Lousa; pincel/giz; caderno, caneta, lápis, borracha e uma cópia do arquivo modelo da Dinâmica de Escuta Ativa impresso ou no celular (Anexo II). Passo-a-passo: 1) Abertura: (5 min.) Professor(a), é importante que você inicie a aula com os objetivos já descritos no quadro. Explicitar os objetivos visualmente para os(as) estudantes garante que eles(as) consigam realizar uma autoavaliação de sua aprendizagem ao longo e ao final da aula, fornece autonomia e incentiva a análise do(a) estudante sobre si mesmo(a). Encorajamos que essa tarefa deva ser aplicada, inclusive, em todas as aulas deste componente curricular. Peça para que os(as) estudantes pensem em uma palavra que descreva como eles(as) estão se sentido com relação ao início da Eletiva. Conduza os(as) estudantes para que exponham suas palavras para a turma um(a) por um(a). Sugere-se que o(a) Professor(a) comece dizendo qual sua escolha de palavra para se integrar como parte do grupo e demonstrar como se dará a atividade. 2) Introdução: (15 min.) Explique que a Eletiva tem como proposta aprimorar a capacidade de comunicação dos(as) https://docs.google.com/document/d/1OssW5-OSIxDzfBMIjKuAqOkwHnzLj7Etrc83YVpPvdU/edit estudantes, estabelecendo espaços de troca seguros, de reflexão e confiança para que eles(as) possam reconhecer esses espaços fora da escola e prezar por eles também. Destaque que o objetivo central da Eletiva é: Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e produtiva do diálogo, debate e da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam crítica e assertivamente e que busquem fortalecer espaços democráticos. Nesse momento, frise que eles(as) serão desafiados(as) a se autoconhecer, refletir sobre seus pontos de vista e no que eles(as) implicam dentro do sistema político que vivemos e construímos cotidianamente. O foco será a prática das três formas de comunicação - diálogo, debate e negociação - em diversos níveis. A culminância se dará por meio da criação de um coletivo social que promova, ao menos, uma ação prática dentro do ambiente escolar. Para a escolha do coletivo, os(as) estudantes serão divididos(as) em subgrupos de 5 estudantes e ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente relevante, devendo dialogar, debater e negociar para chegar a um consenso sobre qual temática será realmente abordada para o grupo todo, composto de 10 estudantes. Assim, cada grupo deverá planejar e executar alguma ação de intervenção social na escola, que promova as ideias e pontos de vista defendidos pelos coletivos. Ao final, para a divulgação junto com a comunidade escolar, sugere-se que seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ações de cada coletivo. 3) Atividade diagnóstica: (15 min.) Para esta atividade, proponha que os(as) estudantes estejam completamente concentrados(as) para emergirem total e profundamente dentro dela, pois seu produto final será um termômetro importante da turma sobre o nível de conhecimento sobre a escuta ativa e a comunicação não-violenta. Uma sugestão é que o(a) Professor(a) realize com os(as) estudantes um combinado de silêncio e atenção plena durante sua fala, algo que deve ser reforçado ao longo da Eletiva toda. Apresente aos(às) estudantes proposta de atividade em que deverão preencher um roteiro de perguntas (Anexo I) relativas aos assuntos que serão abordados ao longo dos módulos 1 e 2. Ressalte que as questões devem ser respondidas de acordo com as convicções que possuem naquele momento, sem se preocuparem com o certo ou errado. A atividade deverá ser realizada individualmente pelos(as) estudantes. Por fim, esclareça que, no último dia de aula destes dois primeiros módulos, a atividade será devolvida a eles(as), para que analisem as respostas que deram e avaliem qual foi a intensidade de mudanças de pensamento e comportamentos que atingiram. 4) Dinâmica de Introdução à Escuta Ativa: (40 min.) Professor(a), o passo a passo da organização e realização da dinâmica encontra-se descrito neste arquivo (Anexo II). Antes de realizar a dinâmica, pergunte aos(às) estudantes, com a finalidade de atrair a atenção deles(as) e engajar a discussão:“Quando conversam, vocês ouvem ou escutam as pessoas?, “Vocês acham que existe uma diferença entre ouvir e escutar?”. Explique aos(às) estudantes que existe uma diferença entre simplesmente escutar ou ouvir e praticar efetivamente a escuta ativa. No primeiro caso, dividimos a nossa atenção em vários aspectos, sobretudo no pensamento “O que eu vou dizer depois?“, ao invés de ouvir o outro com presença e https://docs.google.com/document/d/1kpeg8BKUu0hnMxuc4u-sXKK-zZ_voxKmrz7XbYtMmJA/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1OssW5-OSIxDzfBMIjKuAqOkwHnzLj7Etrc83YVpPvdU/edit atenção, demonstrando interesse pelo assunto e livre de qualquer julgamento, como no segundo caso. A escuta ativa ocorre em um diálogo onde há o sentimento da compaixão. Não é preciso concordar com tudo o que é dito, mas entender que existe uma pessoa com pensamentos, ideias, raízes e histórias diferentes das nossas, que pode e, às vezes, precisa compartilhar aquilo que está sendo dito. Eventualmente, nossa função é apenas escutar atentamente a outra pessoa, não necessariamente procurar respostas para seus questionamentos. Explique primeiro como será a atividade, através dos passos 1 e 2, alertando a necessidade de total presença e atenção para que a atividade cumpra seu objetivo. Depois siga para a divisão dos grupos, passo 3, e certifique-se de que houve a compreensão do que é para ser realizado. Uma sugestão é solicitar que algum(a) estudante explique para a turma o que deverá ser feito ,com suas palavras. O tempo estimado para a realização dos passos 1 a 3 da dinâmica é de 30 minutos. . 5) Arremate/Fechamento: (15 min.) Peça que reflitam sobre, pelo menos, dois aprendizados que tiveram com a aula e, em seguida, registrem-nos em seus cadernos. Convide os(as) estudantes a escolherem uma palavra que define como se sentiram na aula. Esse compartilhamento deve ocorrer de forma bem rápida e fluida, por isso, a sugestão é que siga a ordem das fileiras. Verifique também se os objetivos do início da aula foram contemplados, pedindo que façam um movimento de afirmação com a cabeça ou com o polegar. Fase 3 - Evidências para avaliação Evidências de que os estudantes compreendem ● Introdução: participação e exposição de ideias de maneira assertiva.Os estudantes demonstram conseguir aproveitar das suas próprias vivências para elaborar hipóteses a respeito de conceitos possivelmente novos - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes. ● Escuta Ativa na Prática: cumprem com suas funções específicas, respeitando o tempo de fala do(a) outro(a), analisando como se deu o diálogo e expondo suas experiências pessoais - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes. ● Arremate: conseguem sintetizar os tópicos e as teorias apresentadas e sistematizar seus aprendizados - autoavaliação pelos(as) estudantes. Fase 4 - Materiais de Apoio Anexos ● Anexo I: Atividade Diagnóstica do Módulo 1. ● Anexo II: Passo a passo da Dinâmica de Escuta Ativa na prática. Para saber mais ● Exemplos de Coletivos Estudantis ● Comunicação Não-Viole primeiros componentes - Instituto CNV Brasil. ● Além dos 4 passos da CNV - Instituto CNV Brasil. Referencial Teórico: ● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em: <https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coraca o_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021. ● Métodos & Ferramentas com curadoria da Hyper Island. Kit de Ferramentas da HI - Escuta Ativa. Disponível em <https://toolbox.hyperisland.com.br/active-listening> Acesso em: 18/03/2021. ● ROSENBERG, Marshall. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos https://docs.google.com/document/u/0/d/1kpeg8BKUu0hnMxuc4u-sXKK-zZ_voxKmrz7XbYtMmJA/edit https://docs.google.com/document/d/1OssW5-OSIxDzfBMIjKuAqOkwHnzLj7Etrc83YVpPvdU/edit https://www.ufrgs.br/jornal/coletivos-estudantis-constituem-espacos-de-acolhimento-e-troca-entre-os-alunos/ https://www.institutocnvb.com.br/materiais https://www.institutocnvb.com.br/materiais https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf https://toolbox.hyperisland.com.br/active-listening https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006. https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false Aula 2 Tema Interpretando emoções e identificando necessidades para exercer uma comunicação não-violenta Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada) Fase 1 - Resultados Desejados Habilidade dos eixos estruturantes e BNCC ● EMIFCG08. Objetivos ● Identificar emoções primárias e secundárias por meio do processo de nomear o que sentimos. ● Identificar as necessidades humanas básicas relacionadas às emoções. ● Observar necessidades não atendidas, pessoais e coletivas, como primeiro passo para construir uma comunicação não violenta. ● Compreender que conhecer suas emoções é o primeiro passo para exercer uma comunicação não-violenta. Perguntas Essenciais ● Como estou me sentindo agora? ● Qual a intensidade da minha emoção? ● Qual o nome da minha emoção? ● Qual a necessidade que está por trás da emoção que estou sentindo? Compreensões Duradouras ● Observar as próprias emoções é o caminho para construção de diálogos honestos e saudáveis. ● Nomear as emoções e necessidades é o primeiro passo para identificar emoções e comportamentos saudáveis e não saudáveis. ● O processo de nomear as emoções é uma forma de diferenciar o que sinto daquilo que é factual. ● Emoções negativas são advindas de necessidades não atendidas e de não saber identificar a necessidade não atendida do outro. ● Quando julgamos sem procurar validar e entender a necessidade da outra pessoa, estamos exercendo uma comunicação violenta invisível. Fase 2 - Plano de Aprendizagem Materiais para aula: ● Pincel/giz, lousa, caderno, materiais impressos (Anexo I, Anexo II e Anexo III) e um objeto da palavra para a atividade de círculo. Passo-a-passo: 1) Abertura/Introdução: (20 min.) Inicie a aula incentivando os(as) estudantes a responder a seguinte pergunta: “Como estou me sentindo agora?'' Para auxiliá-los(as), disponibilize a roda das emoções (Anexo I). Após essa primeira reflexão, exponha aos(às) estudantes que, aqueles(as) que tenham escrito sensações não positivas, respondam a pergunta: “Estou me sentindo _____ por precisar de _______?”. Enquanto isso, os(as) que tiverem pensado em sensações positivas completem a afirmação: “Estou me sentindo _____ porque recebi _______”. Disponibilize uma lista de necessidades (Anexo II) para consulta. O objetivo de ambas as atividades é mostrar que dar nomes às emoções e necessidades é o primeiro passo para detectar se elas são saudáveis ou não e se devemos mudá-las ou encará-las de outra forma. https://docs.google.com/document/u/0/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1MeSrIaPrd3Bcey9hVoLpffUNfn5Dn6uLxyAoLNtZT_E/edit https://docs.google.com/document/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit https://docs.google.com/document/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit 2) Círculo das emoções: (40 min.) Dica: Professor(a), esta é uma atividade de reflexão e conexão, sendo assim, mais importante do que cumprir as 4 rodadas de perguntas pré-estabelecidas, é manter um ambiente de acolhimento e escuta ativa. Como é um momento relacionado às emoções, pode ser que você escute compartilhamentos sensíveis. Organize os(as) estudantes em um círculo e diga a eles(as) que este é um momento de autoconhecimento e autorreflexão, em que todos os pensamentos e sentimentos serão respeitados e acolhidos com atenção e cuidado. Explique que o círculo será guiado por um objeto da palavra (escolha qualquer objeto que deseje, pode ser o apagador, ou até mesmo um urso de pelúcia que traga de casa) e que só poderá falar quem possuir o objeto, que será passado de mão em mão. Lembre os(as) estudantes que eles(as) não são obrigados a falar, mas que expressar como se sentem e o que pensam são habilidades muito importantes a serem desenvolvidas. ❖ 1a Rodada Inicie o círculo com a pergunta: “O que são emoções?”, pedindo para que fiquem em silêncio um tempo e escolham uma emoção na roda das emoções (Anexo I), podendo ser: calma, animação, frustração, etc. Comunique que eles(elas) terão que explicar o que é essa emoção, descrevendo-a através de uma situação específica em que a sentiram. Você pode expor outras perguntas para que pensem sobre, como: “Que acontecimentos ativaram a emoção? Quais sensações tiveram no corpo?” ❖ 2a Rodada A segunda rodada deve se dar em torno da pergunta: “O que você sente agora e qual acontecimento desencadeou essa emoção?”. ❖ 3a Rodada Na última rodada, os(as) estudantes devem refletir e compartilhar sobre: “O que você aprendeu hoje, escutando as pessoas falarem sobre suas emoções?”. ❖ 4a Rodada Para o fechamento do círculo, peça que cada estudante expresse em uma palavra qual foi a necessidade atendida ou não atendida que o(a) fez sentir as emoções da rodada 1. Lembre-os(as) que possuem a lista de necessidades (Anexo II) como guia para consulta. Professor(a), ao finalizar os compartilhamentos do círculo, é importante agradecer a todos(as) que participaram e encorajar os(as) que não participaram a se permitirem ser vulneráveis e interagir em outros momentos. 3) Exposição dialogada sintética sobre conceitos teóricos da CNV: (20 min.) Este é o momento de fazer um gancho com elementos básicos da Comunicação Não-Violenta (CNV). A ideia aqui é trazer a reflexão que visa distinguir o que realmente houve em uma determinada situação do que é nossa avaliação ou julgamento sobre o ocorrido. É importante que os(as) estudantesentendam a importância de nomear nossas emoções e observar factualmente, onde detectamos, através dos nossos sentidos, o que de fato ocorreu em um https://docs.google.com/document/u/0/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit determinado evento, sem depositar nossas emoções sobre ele. ❖ O desconhecimento e o descontrole com relação a nossas emoções faz com que nos comuniquemos de uma maneira violenta. ❖ Se comunicar de forma violenta não é, somente, xingar ou agredir o outro com palavras severas e gritos. Tudo aquilo que coloca o outro (ou nós mesmos) na culpa, na vergonha e no julgamento é um ato de violência invisível. ❖ Uma escuta não empática pode ser uma forma de violência, por exemplo, quando em um diálogo você começa a competir com a pessoa para ver quem sofre mais. Exemplos de escutas não empáticas, caso haja necessidade de exemplificar: Hierarquização de sofrimentos ■ Maria conta à Laura que machucou o braço e Laura comenta da vez em que cortou a perna, comprando as duas dores, de forma a inferiorizar e invalidar o sentimento de Maria. ■ João conta a Paulo que seu cachorro fugiu e, por isso, ele está muito triste. Paulo responde, dizendo que não devia se preocupar com isso, já que existem cães que ficam sem donos a vida toda e, pelo menos, o cachorro de João teve dono por um tempo. 4) Arremate/fechamento: (5 min.) Este é o momento de visualizarmos nossos sentimentos. Convide os(as) estudantes a fecharem os olhos e mentalizar um momento de discussão agressiva que presenciaram. Peça para que, de olhos fechados, escrevam os nomes dos sentimentos que estão experimentando no papel. Ao abrirem os olhos eles(as) irão visualizar uma escrita disforme e, até mesmo,confusa. Estimule-os(as) para que pensem que, durante uma discussão agressiva, os nossos sentimentos e os da outra pessoa ficam confusos e embaraçados e que, por isso, temos que compreender como estamos no sentindo, controlando nossas emoções e transmitindo-as de forma mais direta e harmoniosa. 5) Autoconhecimento para casa: (5 min.) Explique aos(às) estudantes que o autoconhecimento a respeito de suas emoções não é algo possível de desenvolver de uma hora para outra, é necessário que seja exercitado. Distribua para eles(as) o Relatório de Análise das Emoções (Anexo III) e peça que realizem, durante uma semana, a observação de suas emoções e sensações. Estratégia pedagógica: O relatório será utilizado novamente pelos(as) estudantes na Aula 12, a fim de que eles(as) apontem incômodos dentro do ambiente escolar, identificados a partir da observação de seus próprios sentimentos ao longo do tempo. Esses incômodos podem desencadear ações a serem realizadas pelos coletivos. Fase 3 - Evidências para avaliação Evidências de que os estudantes compreendem ● Abertura/Introdução: os(as) estudantes identificam suas emoções e necessidades atendidas ou não atendidas - autoavaliação pelos(as) estudantes. ● Roda das emoções: os(as) estudantes apresentam a interpretação das suas emoções e necessidades, em uma situação anterior à aula e no momento presente, e escutam ativamente https://docs.google.com/document/u/0/d/1MeSrIaPrd3Bcey9hVoLpffUNfn5Dn6uLxyAoLNtZT_E/edit as respostas dos demais colegas - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes. ● Arremate/fechamento: cada estudante identifica emoções vivenciadas em discussões agressivas e as consequências delas em seus corpos, distinguindo sua avaliação do fato. - autoavaliação pelos(as) estudantes. ● Relatório de Análise das Emoções: cada estudante se empenha em realizar o Relatório, através de um exercício de autoanálise e autoconhecimento a respeito de suas emoções - autoavaliação pelos(as) estudantes. Fase 4 - Materiais de Apoio Anexos ● Anexo I - Roda das emoções. ● Anexo II - Lista de necessidades. ● Anexo III - Relatório de Análise das Emoções. Para saber mais ● Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Referencial Teórico: ● Instituto CNV Brasil. Lista de Sentimentos. Disponível em: <https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819 b799a72774b57699.pdf> Acesso em: 19/03/2021. ● Instituto CNV Brasil. Lista de Necessidades. Disponível em: <https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318 ee1e27845ebc677.pdf> Acesso em: 19/03/2021. ● Instituto CNV Brasil. Comunicação não-violenta: os primeiros componentes - Disponível em: <http://798f851.contato.site/primeiros-componentes> Acesso em: 19/03/2021. ● Instituto CNV Brasil - Além dos 4 passos da CNV - Disponível em: <http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos> Acesso em: 19/03/2021. ● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em: <https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coraca o_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021. ● LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre: Penso, 2018. Cap. 9; p. 265 - 274. Aula 3 Tema Observação e avaliação de problemas nas esferas individuais e sociais sob diferentes perspectivas Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada) Fase 1 - Resultados Desejados Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC ● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204. Objetivos https://docs.google.com/document/u/0/d/10VyupHZiSQsTcaDbe9f46RMf9t8Bv33si9LKNHSUHcc/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1TG65C82Z_150GPYK8MCEYDR7_5Q1efC9dbLpzuViUwE/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1MeSrIaPrd3Bcey9hVoLpffUNfn5Dn6uLxyAoLNtZT_E/edit https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819b799a72774b57699.pdf https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819b799a72774b57699.pdf https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318ee1e27845ebc677.pdf https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318ee1e27845ebc677.pdf http://798f851.contato.site/primeiros-componentes http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao_da_esperanca.pdf ● Compreender que um problema é qualquer processo que exige tomada de decisão e possui escalas individual e social. ● Diferenciar os atos de observação e avaliação, identificando quando trazemos elementos de avaliação pessoal a uma realidade objetiva. ● Reconhecer que uma situação pode ser avaliada por meio de diversos pontos de vista, mas que as observações de uma realidade objetiva permanecem iguais. ● Associar que quando criamos avaliações antes de observarmos em detalhe o problema, corremos o risco dele não ser classificado corretamente e, assim, as medidas que podemos tomar para enfrentá-los podem não ser as mais eficientes. Perguntas Essenciais ● O que é um problema? ● Como distinguir problemas em suas esferas individuais e coletivas? ● Qual a diferença entre observar e avaliar? ● Por que é valioso reconhecer que uma situação pode ser avaliada por meio de diversos pontos de vista? ● Por que é importante observar antes de elaborar a minha avaliação? Compreensões Duradouras ● Observar é simplesmente relatar o que está explícito a partir dos 5 sentidos. ● Os problemas que me afetam podem vir a afetar outras pessoas também, ou seja, o mesmo problema tem esferas individuais e coletivas. ● Enxergar uma situação por pontos de vista diferentes pode auxiliar na resolução de problemas advindos dela. ● Nossas avaliações não devem vir antesde uma observação cuidadosa e detalhada do problema. Fase 2 - Plano de Aprendizagem Materiais para aula: ● Anexos impressos, canetas, folhas, pincel/giz, lousa. Passo-a-passo: 1) Abertura/introdução: (5 min.) Inicie a aula pedindo aos(às) estudantes para refletirem e anotarem em seus cadernos a resposta para a seguinte pergunta: “Qual problema mais afeta você diariamente?” Problema é qualquer situação que estamos enfrentando e que exige uma tomada de decisão. Assim, por exemplo, decidir se vamos levantar às 6h00 ou 6h15 é um problema, mas não necessariamente algo "difícil", grandioso, sem solução, que dependa de fatores externos ou envolva mais de uma pessoa. O essencial dessa parte introdutória é provocá-los(as) para a reflexão de que as habilidades de saber enfrentar e resolver problemas se iniciam a partir de uma postura de dar nomes e classificar nossos problemas, observando-os com consciência e propor soluções a eles. Nesse sentido, a aula de hoje é uma forma de aprender a detectar e classificar os problemas da nossa vida, entendendo que eles têm esferas individuais e sociais. 2) Exposição dialogada sobre problema social: (15 min.) Após o momento de reflexão inicial, solicite voluntários(as) para compartilhar os problemas que selecionaram e sistematize-os no quadro, onde você também pode escrever o problema da sua própria reflexão. Através de perguntas orientadoras, tais quais: “Quem mais é afetado por algum dos problemas que estão descritos no quadro?” e “Qual desses problemas vocês acham que afetam pessoas em todo o país ou em todo mundo?”, conduza a discussão para que os(as) estudantes notem a diferença entre um problema dentro da esfera individual, que tem uma perspectiva moral individual, e um problema social, que tem perspectiva moral que se projeta além do individual, podendo afetar vários setores da população e, de alguma maneira, toda população em seu conjunto. Portanto, deixe claro que um problema pessoal pode ter duas dimensões: uma interna e outra externa. Exemplo: Um(a) jovem não consegue terminar os estudos por ter necessidade de trabalhar. Este problema o(a) afeta, mas, ao mesmo tempo, engloba um conjunto maior de pessoas na mesma situação que ele(a). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) ,divulgada pelo IBGE em 15/07/2020, aproximadamente quatro em cada dez jovens que não concluíram o Ensino Médio porque precisaram deixar as salas de aula para trabalhar. Neste sentido, certas situações individuais têm um significado coletivo e social. Mostre para a turma que, mesmo numa esfera muito específica, os problemas individuais de uma pessoa podem se estender, também, a outras pessoas, mas a crucial distinção entre ambos mora na forma como fazemos a leitura do problema, como criamos sua narrativa. Assim, ele pode ser narrado a partir de uma ótica individual, quando tratamos de tomadas de decisões que competem ao indivíduo. 3) Observando o entorno: (20 min.) Realize um processo de chuva de ideias com os(as) estudantes tendo como temática central: “Como detectar um problema social?“ Exemplos de respostas: afetar um grupo de pessoas, ter consequência moral além do individual e ser detectado em diversas localidades. Traga a provocação de que, quando evitamos observar os problemas como eles são, estamos, de certa forma, negligenciando nosso poder de atuar para a melhoria da sociedade no geral. Um exemplo que pode ser citado é o fato de vermos lixo na rua e não nos preocuparmos em compreender em que instância estamos envolvidos com esse problema. Ao chegarem na conclusão da relevância da observação, solicite aos(às) estudantes que observem o seu entorno e descrevam sucintamente no caderno o que observam nele. Após esse primeiro momento, questione-os se eles(as) realmente observaram ou se também avaliaram ou julgaram o que estava retratado no entorno. Explique que a observação deve ser um ato sem avaliação, onde apenas deve ser coletado aquilo que foi efetivamente visto, escutado e notado através dos nossos sentidos. A observação é algo objetivo, isso é, toda e qualquer pessoa a percebe dentro dos mesmos padrões sensoriais (visão, escuta, tato, olfato e paladar). Guie essa reflexão para a situação de um diálogo: “Quantas vezes colocamos nossa avaliação ou julgamento no que estamos observando ou ouvindo de outra pessoa?” Assim, para que um problema social seja detectado, precisamos extrair esse manto da nossa avaliação para que ele possa ser devidamente observado e classificado. Dica: Escreva na lousa uma ou mais frases do Anexo I e peça aos estudantes que as classifiquem como observação e avaliação. https://docs.google.com/document/d/1A_mwZr_Odlk3iBugPvmEMcyPUpsiDOP-0TxIGlOxHdQ/edit 4) Analisando um problema depois de classificá-lo: (30 min.) Mantenha os(as) estudantes em duplas e forneça um relato de uma situação na qual um mesmo problema é resolvido ao ser analisado por duas perspectivas diferentes (Anexo II). Cada estudante deve realizar a leitura silenciosa e individual. O foco, Professor(a), é que os(as) estudantes tentem realmente realizar o exercício de se colocar no lugar das personagens. Você pode utilizar o seguinte roteiro de perguntas para guiar os(as) estudantes na atividade: ❖ “O que pode ser observado na situação descrita pelo narrador no metrô?”; ❖ “O que está sendo avaliado pelo narrador na situação descrita?”; ❖ “Ao ouvir a situação pelo ponto de vista do pai das crianças, o que você acha que mudou na maneira com a qual o narrador compreendeu a situação?”; ❖ “Agora que o narrador conseguiu enxergar a situação por um aspecto diferente, foi mais fácil compreender e ter paciência para lidar com o ocorrido?” Para finalizar, Professor(a), peça que os(as) estudantes façam paralelismos deste tipo de situação em suas realidades. Essa provocação é importante para que eles comecem a destacar e sistematizar momentos em que suas avaliações poderiam ter sido mais pautadas em observações factuais do que em julgamentos. 5) Observação cotidiana: (5 min.) Peça aos(às) estudantes que, agora que já entenderam o que é, de fato, uma observação sem avaliação, observem o ambiente escolar com o objetivo de levantar possíveis problemas sociais que ocorrem na escola. Encoraje-os(as) a buscar opiniões de perfis diferentes de pessoas sobre o problema. 6) Arremate/Fechamento: (10 min.) Esse é um momento que eles(as) deverão verificar se conseguiram cumprir os objetivos da aula. Em seguida, convide-os(as) a refletirem sobre as seguintes perguntas: “O que essa aula mudou na maneira que eu enxergo um problema? O que farei a partir de agora, quando enfrentar um problema?” Fase 3 - Evidências para avaliação Evidências de que os estudantes compreendem ● Exposição dialogada sobre problema coletivo: classificam de maneira correta um problema coletivo e o diferenciam de um problema individual - avaliação pelo(a) Professor(a) a partir das contribuições e respostas dos(as) estudantes. ● Observando o entorno: conseguem compreender a distinção entre observar e avaliar uma situação, a partir da análise e registro de suas observações sobre as imagens - avaliação pelo(a) Professor(a), a partir das considerações gerais dos(as) estudantes e escuta da atividade em duplas, e autoavaliação pelo(a) estudante. ● Analisando um problema depois de classificá-lo: analisam que uma situação pode ser avaliada de, pelo menos, duas formas diversas. O critério é que o que é observado deve permanecer igual em ambas as análises. Por fim, levantam situações onde fizeram avaliações equivocadas dos problemas. - avaliação pelo(a) Professor(a), a partir da circulação em sala e escuta dos diálogos, e autoavaliação pelo(a) estudante. ● Arremate: refletem sobre o que aprenderam e como colocaram em prática esse aprendizado - https://docs.google.com/document/d/1RxHpjN8Xr97tFDJlDatjLugqzCUKsucLG5xrEGNSLnU/edit autoavaliação pelo(a) estudante. Fase 4 - Materiais de Apoio Anexos ● Anexo I - Exemplos de frases para serem classificadas como observação ou avaliação. ● Anexo II - Situaçãoproblema em duas perspectivas. Para saber mais ● Texto sobre Comunicação não violenta: “Observar sem avaliar” ● CNV: Um Guia Prático: Ravi Resck. Referencial Teórico: ● SAAD, Neide; EVANGELISTA, Rafael. Curso: Comunicação Não Violenta (CNV). Disponível em:<http://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-6.pdf> Acesso em: 19/03/2021. ● Problemas sociais - conceito, o que é, significado. Conceitos. Disponível em: <https://conceitos.com/problemas-sociais/> Acesso em: 19/03/2021. ● Instituto CNV Brasil. Comunicação não-violenta: os primeiros componentes - Disponível em: <http://798f851.contato.site/primeiros-componentes> Acesso em: 19/03/2021. ● Instituto CNV Brasil. Além dos 4 passos da CNV - Disponível em: <http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos> Acesso em: 19/03/2021. ● Covey, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 30º ed., tradução de Alberto Cabral Fusaro, Márcia do Carmo Felismino Fusaro, Claudia Gerpe Duarte. Consultoria Tereza Campos Salles. Rio de Janeiro: BestSeller, 2007. https://docs.google.com/document/d/1A_mwZr_Odlk3iBugPvmEMcyPUpsiDOP-0TxIGlOxHdQ/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1RxHpjN8Xr97tFDJlDatjLugqzCUKsucLG5xrEGNSLnU/edit https://oespaco.net/2017/11/cnv-observar-sem-avaliar.html https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/ http://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-6.pdf https://conceitos.com/problemas-sociais/ http://798f851.contato.site/primeiros-componentes http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos Aula 4 Tema Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a assertividade da mensagem transmitida Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos) Fase 1 - Resultados Desejados Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC ● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204. Objetivos ● Identificar a diferença entre a informação ou mensagem que é transmitida por uma pessoa e a que é recebida por outra. ● Elaborar perguntas de verificação e paráfrases da mensagem transmitida para compreender os elementos (fatos e sentimentos) dela. ● Associar que os “pequenos ruídos” do dia-a-dia também geram forte impacto nos processos maiores de comunicação da sociedade. Perguntas Essenciais ● O que eu falo é o mesmo que a outra pessoa escuta? ● Quais as consequências para a sociedade quando se estabelece uma comunicação ruidosa? ● Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem? Compreensões Duradouras ● Para uma comunicação efetiva, a mensagem que foi transmitida é a mesma que foi recebida. ● Para evitar ruídos de comunicação, é necessário exercer a escuta ativa e utilizar de perguntas de verificação para identificar elementos da mensagem. ● Comunicar com assertividade as informações aumenta a probabilidade de termos nossas necessidades atendidas e evita que conflitos tomem lugar, favorecendo uma sociedade mais equânime. ● É responsabilidade do transmissor escolher intencionalmente os gestos, sentimentos e palavras para garantir que o ouvinte tenha clareza sobre a mensagem. Fase 2 - Plano de Aprendizagem Materiais para aula ● Lousa; pincel/giz; caderno, caneta, lápis, borracha, cartolinas, materiais para o campo minado: garrafas PET, copos, latas, caixas (Convide cerca de 10 estudantes a trazerem materiais recicláveis para a aula, coletados em casa ou na escola). Passo-a-passo: 1) Abertura/introdução: (15 min.) Inicie a aula pedindo que os(as) estudantes reflitam como estão se sentindo e traduzam isso através de mímicas rápidas. Você pode começar fazendo a mímica e, em seguida, escolher um lado da sala para seguir a dinâmica. A ideia com essa breve dinâmica é mostrar que, até mesmo através dos gestos, nós sinalizamos mensagens a serem ditas. Prestar atenção ao que outra pessoa diz é um exercício que precisa ser praticado cotidianamente, porque carregamos, em nosso discurso e gestos, significados que podem não ser os mesmos para os(as) demais colegas, o que pode gerar conflitos desnecessários e/ou evitáveis. Portanto, Professor(a), ao promover essa reflexão, sinalize que o objetivo principal da aula é se aprofundar em formas de interpretar a mensagem da outra pessoa, por meio de técnicas de verificação do nosso entendimento. 2) Quem conta um conto, aumenta um ponto: (15 min.) Convide os(as) estudantes a fazer um círculo, podendo ficar sentados ou em pé, desde que o centro da sala fique livre. Em seguida, o(a) Professor(a) começa contando uma história curta no ouvido do(a) estudante à sua direita e assim segue sucessivamente até chegar no último estudante da roda, que deverá relatar para a turma a história que ouviu. Lembrando que os(as) demais não poderão ouvir a história, somente aquela pessoa que está como ouvinte no momento destinado à escuta. Exemplo de história: “Eu fui à padaria comprar leite, ovos e pão. Mas a vendedora disse que só tinha ovos e pão. Disse também que o leite chegaria somente na parte da tarde. Pois a vaca ainda está no brejo do seu Francisco Vasconcelos...” Não é necessário verbalizar aos(às) estudantes para que prestem atenção à história e nem as regras prévias da dinâmica. A ideia é justamente não dar instruções a ninguém, seguindo os passos sem revelar que haverá uma história e que o(a) último(a) estudante deverá relatá-la para todos(as). O fato dos(as) estudantes estarem desprevenidos é que prova o objetivo da atividade: todo(as)s, atentos(as) ou não, corremos o risco de não escutarmos a informação da forma como ela é passada. 3) Paráfrase e Perguntas de Verificação: (10 min.) Instigue os(as) estudantes a pensarem por que realizaram a dinâmica anterior e o que podem aprender com ela. Provoque-os(as) também a relacionar “pequenos” ruídos a uma escala maior, dentro de processos importantes da sociedade, como em debates eleitorais, por exemplo, e peça que eles(as) tragam possíveis consequências quando as partes não se preocupam em estabelecer uma comunicação assertiva. Depois, apresente as técnicas da paráfrase e perguntas de verificação, que contribuem para nos certificarmos se a informação que foi transmitida é justamente a mesma que foi recebida. Exemplos de perguntas de verificação: “Você trouxe TAL fato e levantou TAL hipótese, chegando a TAL conclusão?” “Quando você fala X, eu entendo Y. Está certo?”, “O que você quis dizer com X, pode me explicar de novo?” Paráfrase: A paráfrase consiste em repetir a mensagem que você ouviu, usando outras palavras ou mudando a ordem delas, para se certificar que ela foi entendida corretamente. 4) Campo minado, um fala e o outro joga: (30 min.) Requisite auxílio para montar no centro da sala um campo minado, utilizando os materiais da aula ou qualquer tipo de obstáculo, como cadeiras e mesas. Divida os(as) estudantes em trios (elabore previamente os trios, incentivando que interajam com quem geralmente não estão acostumados). Um(a) dos(as) estudantes será o(a) participante vendado(a), que irá caminhar no campo minado e os(as) outros(as) dois(suas) deverão guiá-lo(a) a partir de comandos de ação. O seu papel, Professor(a), será cronometrar o tempo que cada equipe leva para realizar a trajetória. Instrua que as duplas terão 3 minutos iniciais para criar estratégias sobre como irão se comunicar com o(a) participante vendado. Se algum participante tocar em algum objeto no campo minado uma vez, terá que voltar para o início do percurso. Caso haja um segundo choque do(a) estudante com os obstáculos, a equipe cede a vez para o próximo trio. A equipe que organizar mais eficientemente os comunicados e conduzir o estudante ao final do trajeto em menos tempo, vence. 4) Arremate/fechamento: (20 min.) Pergunte à turma: “Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?” e “Caso não nos comuniquemos com clareza, qual o impacto direto isso tem na construção de uma sociedade democrática?”. Escolha 4 perfis diferentes de estudantes para responderem oralmente. Pergunte à turma se alguém teria algo a acrescentar no que foi respondido pelos(as) colegas. Em seguida, devolvaa pergunta aos(às) estudantes que iniciaram a resposta para que verifiquem se os(as) colegas fizeram boas colocações. Oriente-os(as), então, a registrarem, de forma resumida, as reflexões que foram levantadas. A nossa principal conclusão do debate é que é responsabilidade do(a) cidadão(ã) que transmite a mensagem a forma como o faz para o(a) ouvinte, incluindo a escolha de gestos, fatos, sentimentos, comandos e palavras, e que isso está diretamente relacionado ao exercício sadio da cidadania. Fase 3 - Evidências para avaliação Evidências de que os estudantes compreendem ● Quem conta um conto, aumenta um ponto: conseguem levantar hipóteses sobre como os ruídos de comunicação afetam processos de pequenas e grandes escalas e reconhecem a importância de elaborar um discurso assertivo ao se comunicar - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a). ● Paráfrase e Perguntas de Verificação: os(as) estudantes compreendem que paráfrase e as perguntas de checagem são formas construir uma comunicação efetiva - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a) ● Campo minado, um fala e o outro joga: conseguem experienciar que uma comunicação feita sem assertividade gera conflito de entendimento - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a) ● Arremate: sistematizam os conhecimentos desenvolvidos na aula, refletindo sobre as consequências de uma comunicação ruidosa e contribuindo para uma construção colaborativa entre a turma - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a). Fase 4 - Materiais de Apoio Anexos ● Não possui. Para saber mais ● Comunicação assertiva: 7 dicas certeiras para desenvolver essa habilidade ● Perguntas para construir diálogos poderosos ● Perguntas poderosas. 7 Dicas para fazer e conseguir as respostas certas Referencial Teórico: ● RESCK, Ravi. CNV: Um Guia Prático. Disponível em: <https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/> Acesso em: 22/03/2021. ● ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006. https://robsoncamargo.com.br/blog/Comunicacao-assertiva https://www.aberje.com.br/?coluna=perguntas-para-construir-dialogos-poderosos https://professoresdosucesso.com.br/7-dicas-para-fazer-perguntas-poderosas.html https://raviresck.com/cnv-um-guia-pratico/ https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false https://books.google.com.br/books/about/COMUNICACAO_NAO_VIOLENTA.html?id=2HGf_-uVBEQC&printsec=frontcover&source=kp_read_button&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false Aula 5 Tema Liberdade de expressão, discriminação e discurso de ódio refletidos sobre o ambiente escolar Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos) Fase 1 - Resultados Desejados Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC ● EMIFCG07, EM13CHS502, EM13LGG204, EM13LGG304, EM13LP25. Objetivos ● Reconhecer discursos de ódio e quais as consequências dessa prática especialmente dentro do ambiente virtual. ● Diferenciar estruturalmente frases de liberdade de expressão e discurso de ódio. ● Identificar quais tipos de discriminação estão implícitos nos discursos de ódio. ● Refletir sobre ocorrência de casos de discriminação no âmbito escolar. Perguntas Essenciais ● Como diferenciar liberdade de expressão e discurso de ódio? ● Qual a diferença entre uma opinião gentil e uma opinião discriminatória? ● Como opiniões, mesmo em conversas informais, podem gerar impactos grandes e induzir comportamentos nocivos à sociedade? ● Como os discursos de ódio corroboram com o afrouxamento da democracia? ● Quais são as nossas responsabilidades, enquanto indivíduos, no combate aos discursos de ódio? Compreensões Duradouras ● Discurso de ódio não é, ética e legalmente, sinônimo de liberdade de expressão. ● Conhecer a realidade de diferentes grupos faz com que a sociedade seja efetivamente mais empática com questões que transcendem à ótica do indivíduo. ● Fomentar a diversidade de opiniões é um exercício essencial para que uma sociedade desenvolva ações em prol do benefício mútuo. ● Uma cultura de tolerância a ofensas ou discursos de ódio corrobora com o desrespeito aos Direitos Humanos e ao afrouxamento da democracia. Fase 2 - Plano de Aprendizagem Materiais para aula ● Lousa, pincel/giz, caderno, lápis, borracha, caneta, cartolina e materiais impressos para os grupos (Anexo II) Passo-a-passo: 1) Introdução: (20 min.) Escreva no quadro, ao lado dos objetivos da aula, duas frases (Anexo I). Como título, coloque a pergunta: “Quais são as diferenças entre as frases?”. Para tornar esse momento mais impactante, receba os(as) estudantes em silêncio, se comunicando através de gestos, apontando as frases no quadro e a pergunta do título, indicando que eles(as) devem respondê-la. Anote as respostas dos(as) estudantes que levantaram a mão e souberam esperar o seu turno de fala. Assim, aos poucos, todos(as) vão entendendo a dinâmica, respondendo à pergunta e ficando instigados sobre por que você optou não verbalizar qualquer palavra. https://docs.google.com/document/u/0/d/1ybnx3b02QiXhahEnMgDixZ2zopPQz2V4L1FQbx4lO6Q/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1SITWKbjOBqQ6MjSdStCqtq8_lr8uuTNHrIJ4-S59iiE/edit Quando terminado o processo de diferenciação, volte a verbalizar suas palavras e traga a reflexão para os(as) estudantes de que, muitas vezes, nos antecipamos em nossas conclusões e queremos colocar nossas opiniões prontamente nas rodas de conversa, sem antes notarmos se elas não trazem palavras e deduções ofensivas e/ou generalizadas. Desta forma, ficar em silêncio para refletir sobre o teor da sua fala é uma forma de prevenir que ela venha carregada de elementos ofensivos. 2) Exposição dialogada: (10 min.) Explique que liberdade de expressão é um dos direitos fundamentais dos(as) cidadãos(ãs), respaldado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, um documento que serve como referência para a construção da constituição de várias nações em todo o mundo. A Constituição Federal brasileira dá garantia à liberdade de expressão em seu quinto artigo e define o termo pela livre manifestação do pensamento, de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença, sendo vedado o anonimato. De uma forma mais coloquial, liberdade de expressão é quando opinamos de forma mais gentil. O discurso de ódio, por sua vez, é definido pela ONU como sendo: ”Qualquer tipo de comunicação por discurso, texto ou comportamento que ataque ou use linguagem pejorativa ou discriminatória referente a uma pessoa ou grupo baseado em quem são ou, em outras palavras, baseado na sua religião, etnia, nacionalidade, raça, cor, descendência, gênero ou outro fator identitário. Isso geralmente está enraizado e gera intolerância e ódio e, em certos contextos, pode ser humilhante e excludente”, e é considerado crime no Brasil pela Lei Contra o Preconceito (7.716/89), que versa sobre a proibição de "Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, por religião, etnia ou procedência nacional." Desta forma, a prática é considerada um atentado aos Direitos Humanos. 3) Discriminação por detrás dos discursos de ódio: (20 min.) Divida os(as) estudantes em quartetos. Antes de iniciarem a atividade propriamente dita, peça que eles(as) sistematizem a classificação das frases do Anexo I em uma cartolina. Em seguida, forneça ao grupo a folha com as definições de tipos de discriminação (Anexo II) e solicite que todos(as) do grupo leiam-na atentamente e busquem identificar quais tipos de discriminações estão implícitas em cada frase de discurso de ódio. Instrua-os(as) para que escrevam em cada frase sua(as) discriminação(ões) correspondente(s) e o que ela(s) incita(m) na sociedade. Leve os(as) estudantes a perceberem que as frases de discursos de ódio incitamuma violência direcionada a grupos específicos e carregam argumentos generalizados ao invés de embasados. Considerando que eles rompem com a lógica de uma comunicação saudável, podem vir a ser formas de afrouxar processos democráticos já estabelecidos. Por isso, o ato de se conscientizar sobre esse tipo de discurso e refletir formas de como preveni-lo, especialmente no meio digital, é um desafio coletivo. 4) Debatendo sobre discriminação na escola: (30 min.) A partir das evidências sistematizadas na cartolina, os(as) estudantes devem debater sobre discriminação na escola. O debate deve seguir a seguinte estrutura: ❖ Etapa 1: Exposição inicial. Cada participante responde a essas duas perguntas: “A escola é um ambiente onde há discriminação? Quais são as evidências disto?”. Aqui, os(as) estudantes devem https://docs.google.com/document/u/0/d/1ybnx3b02QiXhahEnMgDixZ2zopPQz2V4L1FQbx4lO6Q/edit trazer evidências presenciadas no ambiente escolar. (7 min.) ❖ Etapa 2: Discussão. O grupo entra em uma discussão sobre quais medidas devem ser tomadas para evitar discriminações na escola. "Do lugar que eu estou hoje, o que posso fazer a respeito para evitar processos discriminatórios e discursos de ódio?" (10 min.) ❖ Etapa 3: Conclusão. Cada participante traz sua responsabilidade para reverter o quadro discriminatório. "Qual é o meu dever, enquanto estudante, para garantir que não haja discriminação na escola?" (4 min.) 5) Arremate: (5 min.) Convide os(as) estudantes a refletirem e sistematizarem em seus cadernos, respondendo às perguntas: “O que eu aprendi sobre meus próprios discursos? O que devo evitar na hora de expressar minha opinião?” Fase 3 - Evidências para avaliação Evidências de que os estudantes compreendem ● Exposição dialogada: compreendem a diferença entre discurso de ódio e liberdade de expressão. - observação pelo(a) Professor(a). ● Discriminação por detrás dos discursos de ódio: classificam as discriminações implícitas nas frases de discurso de ódio e levantam evidências de suas implicações na democracia - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a). ● Debatendo sobre discriminação na escola: durante o debate, se comunicam de forma respeitosa e saudável, expondo sua opinião sem ferir os Direitos Humanos, constroem argumentos baseados nas definições do Anexo I e levantam soluções concretas que corroboram com a tolerância e o respeito à diversidade. - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a). ● Arremate: sistematizam os conhecimentos desenvolvidos na aula, refletindo sobre as consequências de discursos de ódio e sobre a importância da diversidade de opiniões, desde que não firam os Direitos Humanos - autoavaliação pelos(as) estudantes. Fase 4 - Materiais de Apoio Anexos ● Anexo I - Exemplos de discursos de ódio e opiniões gentis ● Anexo II - Tipos de Discriminação Para saber mais ● COSTA, Cristina; BLANCO, Patricia. Liberdade de expressão: questões da atualidade. São Paulo: ECA-USP, 2019. 222 p. ● FREITAS, Riva Sobrado de; CASTRO, Matheus Felipe de. Liberdade de expressão e discurso do ódio: um exame sobre as possíveis limitações à liberdade de expressão. Sequência (Florianópolis), n.66, pp.327-355. Florianópolis, 2013. Referencial Teórico: ● Catão, Ana Lúcia. Diversidade e Discriminação. Caderno integrante da série “Educação em Direitos Humanos” do Projeto Respeitar é Preciso! Disponível em: <https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/> Acesso em:14/04/2021. ● Catão, Ana Lúcia. Educação em Direitos Humanos para todas as idades. Caderno integrante da série “Educação em Direitos Humanos” do Projeto Respeitar é Preciso! Disponível em: <https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/> Acesso em: 14/04/2021. https://docs.google.com/document/u/0/d/1SITWKbjOBqQ6MjSdStCqtq8_lr8uuTNHrIJ4-S59iiE/edit https://docs.google.com/document/u/0/d/1ybnx3b02QiXhahEnMgDixZ2zopPQz2V4L1FQbx4lO6Q/edit https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/ https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/ ● Assembleia Geral da ONU. "Declaração Universal dos Direitos Humanos". "Nações Unidas", 217 (III) A, 1948, Paris, art. ● Constituição Federal de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 14/04/2021. Aula 6 Tema Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos) Fase 1 - Resultados Desejados Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC ● EMIFCG02, EM13CHS502, EM13LGG102, EM13LGG304, EM13LP25. Objetivos ● Compreender que a polarização é uma tendência inerente de estabelecer rótulos aos grupos e indivíduos. ● Reconhecer os elementos dos discursos ou ações polarizadas, em especial no meio digital. ● Debater os reflexos explícitos e implícitos da polarização no debate público. Perguntas Essenciais ● O que é polarização? ● Quais as consequências da polarização no debate público? ● Como minhas ações nas redes sociais estão relacionadas à polarização de ideias? ● Como a polarização afeta as relações em uma sociedade democrática? Compreensões Duradouras ● O excesso de polarização prejudica a democracia, pois compromete o respeito a regras comuns, reconhecimento da legitimidade dos adversários, tolerância e diálogo. ● O comportamento em meio digital, que favorece conteúdos e informações que se encaixam com uma visão particular de mundo, pode levar a uma polarização radical de ideias. ● Por meio de ideias e ações extremistas, o discurso de polarização se concebe, agrava-se e prejudica o diálogo e debate de ideias em espaços democráticos. ● Prezar por espaços democráticos incube os cidadãos de não perpetuarem discursos polarizados. Fase 2 - Plano de Aprendizagem Materiais para aula ● Pincel/giz, lousa, materiais impressos (Anexo I). Passo-a-passo: 1) Introdução: (5 min.) Escreva no quadro a palavra: “Polarização” e instigue dois(duas) estudantes a responderem qual eles(as) acham que é o seu significado. As possíveis respostas que você pode obter, Professor(a), estão relacionadas a termos como: "Diferença", "dois lados" ou "duas opiniões''. A polarização indica extremos, pólos energeticamente opostos, mas serve também como uma representação/metáfora da forma como tratamos diversos temas, a maioria sensíveis, em diferentes espaços, tendo uma necessidade de manutenção de rótulos (“caixinhas de opinião formada”) e ânsia em enxergar apenas a nossa opinião como a verdade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://docs.google.com/document/u/0/d/1j0ZVvq33VbC8Jll0qY3Cu5p2kBf3SIube3ZvcPfJz44/edit 2) Leitura individual: (20 min.) Distribua o texto: “O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?” (Anexo I) e solicite aos(às) estudantes que realizem a leitura concentrada e silenciosa. Instrua-os(as) que, em seguida, respondam perguntas a respeito do texto. Perguntas norteadoras que devem ser respondidas pelos(as) estudantes após a leitura: ❖ O que é polarização? ❖ Quais as consequências da polarização para sociedades democráticas? ❖ Qual o meu papel para evitar a polarização de ideias? ❖ Quais sinais preciso estar atento(a) para não fomentar discursos polarizados? 3) World Café sobre Polarização: (50 min.) Explique aos(às) estudantes que irão realizar uma dinâmica de debates de ideias com trocas de participantes. Os comandos para o debate são: ❖ Divida os(as) estudantes em grupos de 5 e sorteie um(a) estudante para ser o(a) anfitrião(ã) de cada grupo. Numere os(as) demais estudantes de 1 a 4 em cada uma das mesas. ❖ Papel do(a) anfitrião(ã): este(a) estudante permanecerá na mesa e fará o papel de mediação do debate, determinando qual o momento de fala de cada participante. ❖ Cada participante terá 2 minutos para expor sua opinião e, em seguida, as opiniões complementares podem ser de participação voluntária, encorajando que os(as) participantes expressem suas ideias vividamente, conectando ideias de uma rodada à outra. ❖ As rodadas devem durar tempo suficiente para
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