Buscar

resumo e critica do filme uma prova de amor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resenha do filme uma Prova de Amor
A trama do filme: ”uma prova de amor desenrola-se em um clima de amor incondicional e justiça,
Sara, ao descobri que sua filha,Sofia está com leucemia,um tipo grave de câncer,desespera-se. Em uma das várias consultas médica da filha ,o médico da mesma sugere a mãe que ela tenha um bebê de proveta ,ressaltando que apesar da sugestão ser ilegal vale a pena para salvar a vida da filha, já que esse filho pode ser um doador em potencial compatível com a medula de Sofia .
Ao nascer o filha que fora programada,a mãe coloca a filha desde bebê para submeter-la a procedimentos médicos para abreviar a vida da filha.
Sara, perde a noção de tudo,não aceita a idéia de perder a filha mesmo se for preciso passar por cima das leis ela o fará.Em uma dessas intervenções a mãe diz a filha que terá que doar o rim para sua irmã para mais uma tentativa de evitar a morte da filha, nesse impasse a mãe hora nenhuma se atenta para os atos impensáveis e imprudentes que comete tanto em nível jurídico quanto de mãe,desrespeitando a todo momento a vontade da filha doadora.
Ana então com onze anos decide procurar um advogado e contratá-lo para entrar com um processo contra seus pais pelo direito ao corpo,Ana não quer doar seu rim, a mãe afirma ser sua guardiã legal e por isso pode obrigá-la a fazer o procedimento.
Analisando trechos do filme à luz do código civil brasileiro, que, perpassa por questões de ordem jurídica verifica-se que no artigo 15 do c/c que: “Ninguém pode ser constrangido submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica(...)mas a mãe quer lhe obrigar a fazer a doação, o advogado de Ana fala que isso não pode, a mãe mesmo sendo guardiã de sua filha não pode submetê-la a fazer doação de órgão contra sua vontade. O artigo 13 ainda fala que: salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Neste viés, trazendo o caso fictício para a realidade jurídica brasileira, Anna estaria falando de um DIREITO DA PERSONALIDADE: DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA que encontra base no art.13 do Código Civil,: 
Art.13: Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único: O ato previsto neste artigo será admitido para fins de trans plante, na forma estabelecida em lei especial. 
 Neste sentido, não seria Anna que estava passando por essa exigência médica, ela não necessitava receber transplante. Por isto, quis e la decidir se quer ou não doar. 
Assegura isso ao dizer que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (Art. 5º, II) ou ainda quando diz que todos possuem direito à liberdade e à dignidade humana. Sendo assim, a retirada de um rim acarretaria em Anna di minuição permanente da integridade física, pois os próprios médicos a avisaram que o cuidado seria para toda a vida. 
 Importante salientar que Anna estava com 10 anos de idade e para o Estado onde residia, a emancipação civil só poderia o correr a partir dos 14 anos de idade, o que gerou discussões acerca se Anna teria capacidade de pedir essa emancipação médica. No Brasil, a Emancipação só pode ocorrer a partir dos 16 anos conforme arti go 5º do Cód igo Civil. Porém, o que se comenta aqui é a capacidade dela decidir s obre o p róprio corpo, pois até então, já teria passado por diversas situações médicas para do ar san gue, medula e outras partes necessárias par a Kate, procedimentos que ela realizou com medo e inconsciência (muitos quando ela ainda era bebê). 
 Essa situação trouxe muita discussão. No tribunal, Anna foi apresentada por um advogado e a parte ré estava sendo defendida por sua mãe que atuava como advogada (estava afastada do trabalho para cuidar de Kate). 
 Por fim, o desfecho é surpreendente qu ando nos deparamos com a reviravolta de que Kate é quem pediu para Anna não se submeter mais a cirurgias e pedir emancipação médica. Kate, na verdade, estava agindo como nos disposto no artigo 15 do código civil : Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou à intervenção cirúrgica. Ela já havia entendido que estava no “ônibus de partida”, não tinha nada mais a se r feito, mais cirurgias e transplantes só a faria sofrer mai s, estava na hora de diz er adeus. Kate faleceu. A decisão saiu dias depois: Anna finalmente consegue a Emancipação, o direito sobre o próprio corpo.
Concomitantemente aos dramas e ao plot de Uma Prova de Amor, corre o debate jurídico acerca da possibilidade de uma criança poder ou não pleitear a emancipação médica, uma vez que tal instituto jurídico não existe – nem no Brasil, nem nos Estados Unidos – e a emancipação legal somente pode ser requerida por jovens de 14 anos nos Estados Unidos. O pleito consistia na intenção de a criança ser considerada capaz para não ter de ser submetida às cirurgias que seus pais desejassem que ela se submetesse, contudo, não haveria que se falar em emancipação total, de modo que, para todos os outros fins, a jovem continuaria sendo considerada menor relativamente incapaz.
No Brasil, as pessoas com menos de 16 anos de idade são consideradas absolutamente incapazes para os atos da vida civil, sejam elas crianças – de zero a doze anos de idade incompletos – ou adolescentes – a partir dos doze anos de idade -, ao passo que os adolescentes com a idade entre dezesseis e dezoito anos são considerados relativamente incapazes para os atos da vida civil. É visando o fim desta incapacidade que existe, no ordenamento jurídico, a figura da emancipação, um instituto que antecipa a capacidade na esfera civil, a qual, legalmente, ocorre quando as pessoas atingem a maioridade, ou seja, os 18 anos completos, e se tornam habilitadas à prática de todos os atos da vida civil. Se tornam, portanto, plenamente capazes.
As formas de emancipação existentes no Brasil estão previstas no artigo 5º do Código Civil. São elas: emancipação voluntária – por concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, se o menor tiver dezesseis anos completos -; emancipação judicial – por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; ou emancipação legal – pelo casamento; pelo exercício de emprego público efetivo; pela colação de grau em curso de ensino superior; ou pela existência de economia própria, mediante estabelecimento civil ou comercial, ou existência de relação de emprego.
Vale destacar que o ordenamento jurídico brasileiro preza pelo melhor interesse da criança e do adolescente, conforme se prescreve a própria Constituição Federal, a qual diz ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Constata-se que, de acordo com a Constituição Federal, a criança e o adolescente, assim como qualquer adulto, é sujeito de direitos e, portanto, são detentores do direito à vida, à integridade física, à dignidade da pessoa humana e da autonomia da vontade, respeitados os limites de seu desenvolvimento mental e físico. Sendo detentores de direitos, as crianças e adolescentes, portanto, estão abrangidospelo art. 15 do Código Civil que diz que “ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de morte, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”, afinal, deve prevalecer o direito à vida e à autonomia de vontade dos indivíduos que irão se submeter à intervenção cirúrgica, logo, se não for do desejo do indivíduo submeter-se a procedimento que ponha em risco sua vida, ninguém pode constrangê-lo a fazer.
Vale mencionar, ainda, que a Lei no 9.434/97 define que a doação, mesmo sendo aceita pelo doador, só será executada através de autorização judicial. Indo além, o § 1º, do art. 10 institui regras para o receptor juridicamente incapaz, concedendo-lhe o direito de receber a doação, no entanto, é omissa quanto ao doador incapaz. No caso de Anna, mesmo sendo uma menor absolutamente incapaz, assistida por seus pais, não poderia ser obrigada a se submeter a tal procedimento, pois o art. 9.º, da Lei n.º 9.434/97, determina que a doação, mesmo sendo da vontade do doador, só será efetuada mediante autorização judicial.
Neste sentido, portanto, sendo a doadora uma criança, não é menos sujeito de direitos do que qualquer adulto que se submetesse à cirurgia médica para transplante de órgãos, razão pela qual não deve ser desconsiderada sua autonomia da vontade, nem deve ser ignorado o procedimento legal de prévia autorização judicial. O caso de Anna, no Brasil, imporia tanto a observância da autonomia da vontade, quanto do melhor interesse e da dignidade da vida humana da criança e do adolescente, logo, a vontade da criança deveria ser questionada e somente poderia ser concluído pela intervenção cirúrgica caso se vislumbrasse que a qualidade de vida da doadora não seria comprometida.

Outros materiais