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CURSO DO UOL DITADURA MILITAR DO BRASIL 3

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CURSO DO UOL DITADURA MILITAR DO BRASIL 3
3- Os Porões E O Palácio
A Junta Militar e o governo de Médici
Em agosto de 1969, o presidente Costa e Silva sofreu um AVC que o deixou parcialmente paralisado. Contrariando a Constituição, as lideranças militares impediram o vice, Pedro Aleixo, de assumir o cargo.
Pedro Aleixo, além de ser civil, havia se recusado a assinar o AI-5, no ano anterior, e por isso era mal visto pelas lideranças militares.
Fake news! Tudo bem com Costa e Silva!
Os militares esconderam a doença de Costa e Silva da população e continuaram a agir como se tudo estivesse dentro da normalidade.
Os “três patetas”
Uma Junta Militar, então, foi formada para assumir o governo interinamente. Lira Tavares, ministro do Exército, Augusto Rademaker, ministro da Marinha, e Márcio de Souza Melo, ministro da Aeronáutica, governaram o país por cerca de dois meses.
Eles eram chamados, não publicamente, pelo general Ernesto Geisel  de “os três patetas”.
O legado: uma constituição autoritária
Pouco antes do declínio de sua saúde, Costa e Silva assinaria uma nova Constituição, mais branda que a vigente. Isso, porém, não chegou a acontecer e a Junta Militar incorporou à Carta Magna medidas cada vez mais repressoras.
A sucessão: general três ou quatro estrelas?
Diante da impossibilidade de recuperação de Costa e Silva, a Junta Militar declarou vagos os cargos de presidente e vice-presidente. O nome mais popular entre os oficiais para dar continuidade ao regime era o de Albuquerque Lima, um general de três estrelas.
Nesse momento, porém, o Alto Comando das Forças Armadas decidiu que, para ocupar o cargo da presidência, o oficial deveria ter quatro estrelas. Coincidentemente, poucos meses antes, o general Emílio Garrastazu Médici  recebera sua quarta estrela.
Assim, foi aceito seu nome como o novo presidente da República. Ele assumiu o cargo em 30 de outubro de 1969.
O estilo Médici
Como milhões de brasileiros, Médici era um apreciador do futebol. Graças à máquina de propaganda, terminou seu governo com uma popularidade bastante elevada, mesmo em um dos períodos mais sombrios da história do Brasil.
“Brasil: ame-o ou deixe-o”
O governo de Médici se beneficiou da onda de ufanismo que se alastrava pelo país no período. Pela primeira vez o brasileiro assistiu pela televisão, ao vivo, à Copa do Mundo. O time de Zagallo, formado por Pelé, Carlos Alberto Torres, Rivellino e Tostão, encantou o mundo com seu futebol-arte e deu ao Brasil mais uma taça Jules Rimet.
A conquista do tricampeonato no México serviu também para neutralizar o que acontecia nos porões do governo.
Noventa milhões em ação/ Pra frente Brasil, no meu coração/ Todos juntos, vamos pra frente Brasil/ Salve a seleção!!!/ De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão!/ Todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração!/ Todos juntos vamos pra frente Brasil!/ Salve a seleção!/ Todos juntos vamos pra frente Brasil!/ Salve a seleção!/ Gol!
“Pra frente Brasil”, canção composta para a Copa de 1970
O “milagre” econômico
De 1969 a 1974, o Brasil viveu um crescimento econômico sem precedentes. A cada ano, o PIB crescia acima de 10% e os investimentos estrangeiros, principalmente oriundos da indústria automobilística, chegavam abundantemente. Esse clima de prosperidade econômica colaborou para que a população tivesse uma percepção bastante positiva do governo.
O dinheiro do petróleo
O dinheiro da exportação de petróleo pelos países da OPEP foi emprestado a juros baixos a países como o Brasil. Mas os juros subiram e a dívida externa explodiu.
A era das empreiteiras (e a corrupção)
O dinheiro que entrava no país, aliado à construção de obras monumentais, colaborou para consolidar a visão de integração nacional do Brasil. A expansão das telecomunicações e a construção de obras monumentais fizeram parte desse projeto do Brasil como grande potência. A Rodovia Transamazônica, a Hidrelétrica de Itaipu e a Ponte Rio-Niterói impulsionaram as empreiteiras, que passaram da atuação nacional para a projeção internacional.
É possível supor que houvesse corrupção nos processos, mas a censura à imprensa e a ausência de fiscalização não permitem estimar com precisão os valores, como acontece hoje. Não havia Ministério Público nos moldes criados pela Constituição de 1988 e a Polícia Federal não tinha a autonomia necessária para investigar.
“Fazendo o bolo crescer para depois repartir”
O milagre econômico não chegou para todos. O modelo de concentração de renda não resolveu problemas estruturais, como a gigantesca desigualdade social brasileira.
Os grupos da luta armada
A implantação de um regime autoritário não foi recebida sem reação. Antigos membros do Partido Comunista Brasileiro (PCB), como Carlos Marighella , insatisfeitos com a orientação partidária, que foi contra a luta armada, começaram a organizar grupos, entre eles, a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de outubro, o MR-8.
Assim como há um recrudescimento dos aparelhos de repressão pelo AI-5, a luta armada, em 1969, também se intensifica.
A utopia de uma revolução
A maioria dos que pegaram em armas contra a ditadura era muito jovem e tinha como modelo a Revolução Cubana.
Quem foi Carlos Marighella?
Um dos maiores ícones da luta armada brasileira, Carlos Marighella já era um político experiente quando fundou a ALN.
As ações espetaculares
Em 1967 marca o início das ações dos grupos armados. O principal objetivo era combater o regime militar por meio de guerrilhas. No início, os grupos realizavam assaltos para financiar suas atividades futuras.
O roubo do cofre do Adhemar
Em julho de 1969, 2,5 milhões de dólares são roubados do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo, morto pouco tempo antes.
O sequestro do embaixador norte-americano
Em setembro de 1969, ocorre uma das ações mais ambiciosas: o sequestro do embaixador Charles Elbrick, no Rio de Janeiro.
As mortes de Mariguella e Lamarca
A morte de dois grandes expoentes da guerrilha urbana marca praticamente o fim da luta armada.
A guerrilha do Araguaia
Diferentemente do PCB, o Partido Comunista do Brasil, o PC do B, seguia a linha do comunismo chinês, ligado à luta do campo e não às guerrilhas urbanas. Assim, entre 1970 e 1971, cerca de 70 guerrilheiros já estavam instalados na região do rio Araguaia, entre o leste do Pará e norte do Tocantins.
O fim da luta armada
A luta armada, ao contrário do que acreditavam seus líderes, não ganhou a simpatia da população ao se opor ao regime militar. O sucesso econômico do governo de Médici ofuscava qualquer tentativa de desmascarar o autoritarismo e os aparelhos de repressão. Além disso, a censura à imprensa impedia que informações a esse respeito também viessem à tona.
Assim, com a morte dos seus líderes pelo confronto direto ou pela tortura e com grande parte dos guerrilheiros exilados ou presos, os grupos perdem expressividade.
A tortura como política de Estado
O embate entre governo e seus opositores mais aguerridos teve um desdobramento sombrio: a tortura. O emprego das Forças Armadas e do seu aparelhamento militar para repreender os membros dos grupos guerrilheiros, a maioria jovens, revelou a assimetria dessa guerra.
Apesar de ocorrer nos bastidores, ela era de conhecimento da alta hierarquia do governo, que por meio do AI-5 obteve o endosso para essa prática como política de Estado.
Os porões da ditadura
Algumas instituições se tornaram símbolos desse período: o Departamento de Ordem e Política Social (DOPS)  , seu desdobramento estadual (DEOPS) e o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) . 
Os regimes militares e as ditaduras latino-americanas
O Brasil não foi um caso isolado na região a ter um governo militar. Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai também vivenciaram governos militares ou civil-militares nesse período da história.
Os mortos na América Latina
A duração desses regimes em cada país variou e teve aspectos específicos, mas um deles é comumem todos eles: os torturados, os mortos e os desaparecidos políticos.
Censura na imprensa
 Censura branca
A imprensa sofria censura de duas maneiras. Alguns jornais aceitavam as ordens passadas pelo censor. Praticavam a autocensura, ou censura branca. Esse foi o caso da Folha de S.Paulo na época.
Censura prévia
Poucos veículos eram submetidos a uma censura prévia e a denunciavam por meio de um artifício: no lugar da matéria que fora censurada eram publicados versos d’ Os Lusíadas, de Camões, ou receitas culinárias. Esse foi o caso do Estado de S. Paulo e do Jornal de Tarde, do mesmo grupo editorial
O surto de meningite
O governo não censurava apenas notícias de cunho político, mas também aquelas relacionadas à saúde pública.
“Roque Santeiro” censurado!
A cultura no país também sofreu censura em diversos aspectos, na música, no teatro, no cinema, na literatura e, inclusive, nas novelas. Esse foi o caso da primeira edição de “Roque Santeiro”, de 1975, que foi censurada às vésperas da estreia. Somente em 1985, quando foi novamente produzida, ela conseguiu ser exibida.
O governo Geisel e o projeto de distensão política
Em março de 1974, o general Ernesto Geisel  tornou-se o penúltimo presidente da República do regime militar. Sua eleição pelo Colégio Eleitoral  na época foi, de certa forma, uma vitória sobre a “linha dura”, uma vez que Geisel foi um militar próximo de Castello Branco.
O governo de Geisel marcou o início da distensão política, isto é, um aceno para a abertura democrática. Seu interesse era controlar essa abertura, evitar qualquer tipo de revanchismo e garantir a unidade das Forças Armadas. Para isso, ele contou com a articulação do general Golbery, que voltou ao governo como chefe de gabinete civil da presidência. Em termos econômicos, esse período marcou também o início de dificuldades que se acentuariam a partir daí.
A festa acabou!
Em outubro de 1973, uma coalizão de países árabes entrou em conflito com Israel, provocando um choque no petróleo que impactou drasticamente o cenário econômico no Brasil.
A ascensão do MDB e as eleições de 74
Antes da eleição de Geisel, e apesar da impossibilidade eleger seu candidato, o MDB decidiu lançar a candidatura simbólica de Ulysses Guimarães  à presidência como forma de pressionar pela abertura democrática. A campanha deu visibilidade para a legenda de modo que, nas eleições de 1974, conquistou uma vitória expressiva na Câmara dos Deputados. Com isso, o governo obteve menos de 2/3 das cadeiras e ficou sem condições de aprovar automaticamente reformas constitucionais.
A Lei Falcão
Um dos recuos do governo de Geisel foi a Lei Falcão, de julho de 1976. A lei criada pelo ministro da Justiça, Armando Falcão, determinava que os candidatos não poderiam mais fazer campanha pelo rádio ou pela televisão. A única forma de comunicação com os eleitores seria por meio dos conhecidos “santinhos”, o que obviamente desfavorecia os candidatos da oposição.

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