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NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO Coordenação Pedagógica – IBRA DISCIPLINA AUDITORIA, AVALIAÇÃO E FINANCIAMENTO DA SAÚDE SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 1 REGULAÇÃO DA SAÚDE............................................................................ 07 1.1 Instrumentos utilizados para regulação da saúde ...................................... 13 2 AUDITORIA .................................................................................................. 17 3 AVALIAÇÃO ................................................................................................. 21 4 FINANCIAMENTO DA SAÚDE E A EMENTA CONSTITUCIONAL N.29 .... 24 4.1 Custeio mínimo e as consequências do seu descumprimento................... 24 4.2 O sistema de informações sobre orçamentos públicos de saúde (SIOPS) 26 4.3 Conceitos básico: verbas públicas e execução orçamentária .................... 28 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.......................................... 33 3 INTRODUÇÃO Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/ seus alunos. Melhorar os programas e serviços bem como uma orientação para a distribuição dos recursos humanos e financeiros na área de saúde foram os objetivos definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1981, o que acontece através da regulação e da avaliação. No caso do Brasil, um dos maiores desafios do SUS na atualidade consiste no desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão que auxiliem na regulação da atenção e assistência à saúde. Segundo Tomimatsu (2006) para que esta regulação ocorra de forma satisfatória, este mecanismo deve ser fundamentado em sistema de planejamento, " 4 controle, avaliação e regulação integrados tanto entre os três níveis de governo quanto em cada um dos níveis. Somente esta integração pode garantir o direcionamento e condução do SUS, nos moldes definidos na Lei nº 8080/90, reforçada pela NOAS 01/02 e, mais atualmente, pela edição do Pacto de Gestão no Pacto pela Saúde 2006. Mas o que vem a ser regulação? Se tomarmos por base as Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS 01/02) veremos que se trata de disponibilizar alternativas assistenciais mais adequadas às necessidades do cidadão de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada. Entretanto, antes das ações de regulação, controle e avaliação, Tomimatsu (20060) nos lembra que é importante considerar os instrumentos que norteiam as ações do gestor como veremos ao longo da apostila. O instrumento de controle administrativo que se destaca como ponto de convergência de todos os feitos, fatos e informações no sentido de que sejam confiáveis, adequados, totais e seguros é a auditoria, outro tópico a ser analisado. Como penúltimo assunto a ser estudado temos a avaliação dos programas de saúde que deve incorporar a abordagem da avaliação econômica. A complexidade crescente dos sistemas de saúde e o reconhecimento de que as necessidades de saúde são inesgotáveis exigem que se avalie a relação entre os recursos utilizados e a prestação de serviços ou atividades desenvolvidas. É importante considerar que nem todos os benefícios decorrentes de serviços, programas ou atividades de saúde desenvolvidos podem ser quantificados. Esse é o limite da avaliação econômica (TANAKA, 2001). A partir das informações estatísticas é possível realizar o planejamento, o controle e a avaliação dos serviços de saúde. O planejamento deve ser realizado de acordo com a necessidade local, recursos disponíveis, objetivos propostos, entre outros. A avaliação pode ser considerada uma das partes do planejamento. O controle é o processo de avaliação dos serviços e ações em relação ao que foi planejado; tem como objetivo medir e corrigir o desempenho e assegurar que os planos sejam alcançados (CERCHIARI; ERDMANN, 2008). " 5 Em saúde, é indispensável o acompanhamento dos custos decorrentes dos serviços e ações desenvolvidas. Uma dificuldade reconhecida na avaliação econômica diz respeito à necessidade de calcular o custo unitário da atividade ou procedimento. Os custos dizem respeito ao consumo de tudo que é incorporado ao produto (TANAKA, 2001). Sob o ponto de vista econômico, custo significa aplicações de recursos, sob diferentes formas e expressa em seu valor monetário, para produção ou prestação de serviços. Em qualquer administração, o controle dos custos determina a análise sistemática das variações, tanto em seu aspecto numérico, quanto nos motivos que as tenham determinado. O cálculo dos custos deve ser o mais completo e exato possível, para servir de meio de conhecimento das condições econômicas dinâmicas e de controle de produtividade e eficiência administrativa (LIMA, 1979). A análise dos custos é essencial para o controle dos programas desenvolvidos em saúde. Para tal análise deve-se considerar todos os fatores envolvidos nos processos em questão. Além dos custos, um fator importante é o aproveitamento adequado dos recursos, ou seja, por meio do planejamento, coordenação, direção e controle (CERCHIARI; ERDMANN, 2008). Em procedimentos de avaliação, os indicadores proporcionam visualização de tendências e resultados dos fatores a serem analisados. Com o auxílio de indicadores hospitalares, por exemplo, torna-se possível avaliar se os programas e os serviços hospitalares estão influenciando de maneira positiva na saúde e na população, ao mesmo tempo em que também evidenciam a qualidade e a quantidade produzidas, bem como a imagem do institucional e nível de satisfação do cliente. Segundo Tanaka (2001), o indicador é uma variável, característica ou atributo de estrutura, processo ou resultado que é capaz de sintetizar e/ou representar e/ou dar maior significado ao que se quer avaliar. Para avaliar o grau de saúde da população estabeleceram-se níveis de saúde que permitem a comparação de coeficientes obtidos em outras áreas e períodos. Para isso, são utilizados indicadores que mensuram o grau de saúde (MORAES, 1994). " 6 O direito à saúde é um direito social, dependendo de verbas públicas para ser assegurada que por sua vez depende de recursos orçamentários, ou seja, a saúde depende de financiamento para cumprir suas metas. Enfim, regulação, auditoria, avaliação e financiamento serão os assuntos discutidos ao longo desta apostila. Ressaltamos que este material trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemosserem os mais importantes para a disciplina. Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar dúvidas e aprofundar os conhecimentos. " 7 1 REGULAÇÃO DA SAÚDE Para Nascimento et al (2009) o termo Regulação, aplicado ao setor saúde no país, tem diversos entendimentos, concepções e práticas, sendo definida como regulação da atenção à saúde, a regulação assistencial e a regulação do acesso. Existem conceitos que definem a regulação estatal na saúde apenas como o ato de regulamentar, de elaborar as regras, mas a regulação em saúde tem uma aplicação mais ampla: é um conjunto de ações mediatas, que se interpõem entre as demandas dos usuários e seu acesso aos serviços de saúde, traduzidas em fluxos, protocolos assistenciais, centrais de leitos, centrais de consultas e exames, além dos processos de trabalhos correspondentes. A concepção ampliada de regulação no setor saúde, além da fiscalização e controle, incorpora funções de regulação à condução política, à análise da situação, ao planejamento e à comunicação, confundindo-se, assim, com o conceito de gestão (BRASIL, 2004). Dessa forma, a regulação é definida em três dimensões: Regulação da atenção à saúde, que ―compreende a contratação, a regulação assistencial, o controle assistencial, a avaliação da atenção à saúde, a auditoria assistencial e as regulamentações da vigilância epidemiológica e sanitária‖; Regulação assistencial, definida como o ―conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações, que intermedeiam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a eles‖; e, Regulação do acesso, considerada como o ―estabelecimento de meios e ações para a garantia do direito constitucional de acesso universal, integral e equânime‖ (BRASIL, 2007). Para Tomimatsu (2006) a regulação assistencial como uma das funções de fortalecimento da capacidade de gestão, institui ao poder público e desenvolvimento de sua capacidade sistemática em responder às demandas de saúde em seus diversos níveis e etapas do processo de assistência, de forma a integrá-la às necessidades sociais e coletivas. " 8 A regulação sobre os serviços de saúde é realizada pelo responsável pela gestão desses serviços, reforçando o comando único. Em todos os municípios, independentemente do nível de gestão, deverão ser desenvolvidas atividades de regulação, controle e avaliação. O que varia são os instrumentos mais adequados a serem empregados para a regulação. Enquanto alguns instrumentos são úteis ao desempenho de mais de uma das funções – controle, regulação ou avaliação (ex. CNES) – outros são mais específicos (ex. protocolo clínico) (TOMIMATSU, 2006). A regulação pode ser realizada de duas formas, em nível municipal e regional: a) Regulação da atenção à saúde: tem por objetivo atuar sobre a produção das ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigindo-se mais a prestadores de saúde, públicos ou privados, compreendendo: contratação; regulação do acesso à assistência; avaliação da atenção à saúde; controle assistencial. b) Regulação do acesso à assistência ou regulação assistencial: conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermediam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a esses. Deve viabilizar o acesso do usuário aos serviços de saúde de forma a adequar, à complexidade de seu problema, a assistência mais adequada ao caso. O processo regulatório abrange três aspectos: a regulação das referências intramunicipais, das referências intermunicipais e a regulação sobre os prestadores de serviços de saúde. Principais ações: regulação médica pré-hospitalar de urgência/emergência; controle dos leitos disponíveis e agenda de consultas especializadas e de exames complementares; padronização das solicitações de internações, consultas, exames e terapias especializadas por meio de protocolos assistenciais; estabelecimento de referência entre unidades de saúde e atenção especializada; organização de fluxos de referência especializada intermunicipal; subsídio ao redimensionamento da oferta; implantação de complexos reguladores. A função de regulação é entendida como estratégia em estreita interface com o planejamento, o controle, a avaliação e com os diversos níveis de complexidade da assistência, buscando garantir a assistência integral aos usuários " 9 do SUS. A regulação é um dos instrumentos de gestão que viabiliza o ordenamento da relação dos usuários com os prestadores de saúde (BRASIL, 2002, 2004). Assim, os marcos conceituais da regulação em saúde delimitam claramente a regulação de acesso dos usuários aos serviços assistenciais, trazendo também a noção de complexos reguladores. Desse modo, a Política de Nacional de Regulação, no sistema de serviços de saúde, vem trazendo ações ou instrumentos de operacionalização, através do pacto de gestão do SUS, a efetivação dos princípios e diretrizes do SUS, viabilizando o acesso equânime e oportuno à atenção integral e de qualidade, a universalidade e a garantia de direitos sociais dos usuários. Na busca do conceito de Regulação em trabalhos, portarias ministeriais, artigos e livros, encontrou-se a expressão Regulação como ações diretas e finais de atenção à saúde. No aspecto econômico, a Regulação é entendida como a capacidade de intervenção estatal nos mercados. Num conceito mais restrito, pode ser considerada como a compatibilização de oferta e serviços assistenciais (BATISTA, 2000). A palavra regulação, neste sentido, traz raízes fincadas na intervenção do Estado, destacando a regulamentação e a fiscalização de algo. No decorrer dos anos, sempre o Estado é soberano nas decisões, fato que vem desde o início da história das políticas de saúde, como, por exemplo, no Brasil. O Pacto Pela Saúde define regulação como um conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermediam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a eles. A Regulação do acesso é o estabelecimento de meios e ações para a garantia do direito constitucional de acesso universal, integral e equânime, independente de pactuação prévia estabelecida na Programação Pactuada e Integrada (PPI) ou da disponibilidade de recursos financeiros (MESQUITA, 2002). Portanto, a regulação da assistência à saúde é uma estratégia de serviço adequada à necessidade do usuário, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada, que deverá ser efetivada através de complexos reguladores, que façam congregar unidades de trabalho responsáveis pela regulação das urgências, consultas, leitos, entre outros. Desse modo, a regulação é definida como um " 10 conjunto de ações e instrumentos para organizar a oferta, conforme a necessidade da população, estabelecendo competências, fluxos e responsabilidades, a fim de garantir o acesso com qualidade e resolubilidade, em todos os níveis de atenção à saúde (BRASIL, 2007). Entendido o conceito de regulação, especificamente na área de saúde, vamos tentar compreender a organização e a hierarquização do SUS, pressupondo a regionalização, considerada como princípio orientador, constitucionalmente definido, que integra as ações e serviços de saúde numa rede regionalizada e hierarquizada. Para conseguir a regulação em saúde é preciso entender o que é um processo técnico, científico e político de intervenção no sistema de saúde e decoordenação da integração dos sistemas municipais, a fim de adequar a relação entre a oferta e a demanda das ações e serviços de saúde e obter resultados superiores, do ponto de vista social, viabilizando o acesso à saúde (NASCIMENTO ET AL, 2009). Na perspectiva da concretização das diretrizes da regulação no Pacto de Gestão do SUS, onde estabeleceram que cada prestador responde apenas a um gestor; a regulação dos prestadores de serviços deve ser, preferencialmente, do Município, conforme desenhado na rede de assistência pactuada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), observando o termo de compromisso de gestão do pacto; a regulação das referências intermunicipais é responsabilidade do gestor estadual (MESQUITA, 2002). Resumidamente, a regulação dos prestadores não tem um modelo único para o País, pois cada Comissão Intergestores Bipartite (CIB) poderá adotar o modelo que melhor se adapte à realidade do Estado e dos Municípios envolvidos. No entanto, a regulação assistencial não é, exclusivamente, prerrogativa de uma esfera do governo. Inicialmente, a regulação em saúde deve ser pensada sempre no contexto dos princípios norteadores do SUS, e não apenas como forma de racionalizar os recursos existentes. A Política Nacional de Regulação, no tocante à função de regulação, propõe três eixos a serem operacionalizados pelos gestores, conforme estabelecido nas diretrizes do Pacto de Gestão do SUS, os quais são definidos " 11 como os Recursos financeiros para a implantação e para o custeio dos Complexos Reguladores, os instrumentos para operacionalização dos Complexos Reguladores e o Programa de capacitação permanente de recursos humanos. O primeiro eixo traz o financiamento inicial, visando à implantação dos complexos reguladores e contempla uma estrutura mínima composta por: estrutura logística, elétrica e de telefonia, inerentes ao seu funcionamento; infraestrutura de mobiliário e equipamentos, inclusive de informática, o aplicativo do Sistema de Regulação (SISREG III). Em relação ao eixo dois são definidos instrumentos para operacionalização dos Complexos Reguladores como o pacto de gestão, que define toda a política norteadora do SUS; os contratos com os prestadores de serviços, que expressam formalmente a oferta de serviços de saúde e sua coerência com as necessidades populacionais; o cadastramento das pessoas através do Cartão Nacional de Saúde (CNS) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos e Profissionais (CNES); o Plano Diretor de Regionalização (PDR); a Programação Pactuada e Integrada (PPI); o Programa Nacional de Avaliação de Serviços de Saúde (PNASS) e outros. O eixo três aborda o Programa de capacitação permanente de recursos humanos. A capacitação pretende formar multiplicadores proporcionando à Gestão Estadual e as Gestões Municipais as condições para o estabelecimento de um polo de educação permanente, que garanta a formação de novos atores no processo de regulação, bem como a contínua atualização (LOCKS, 2002). Com relação aos complexos reguladores definidos no primeiro eixo, esses deverão estruturar a relação entre os vários serviços, formando uma rede de atenção, determinando o fluxo dos pacientes no sistema e gerando um canal de comunicação aberto à população, através dos quais os pedidos são recebidos, avaliados e hierarquizados e a resposta fornecida, de acordo com as necessidades de cada caso, com o consequente acompanhamento da solução (SES-CE, 2006). Ao entender que os Complexos Reguladores são estruturas que agregam todas as ações da Regulação do Acesso à Assistência, de modo articulado e integrado, adequando a oferta de serviços de saúde à demanda, que mais se aproxima das necessidades reais em saúde, podemos inferir que essas estruturas permitem aos gestores articular e integrar os dispositivos de Regulação do Acesso, " 12 como as Centrais de Internação, as Centrais de Marcação de Consultas e Exames Especializados, os Protocolos Assistenciais com outras ações de Regulação da Atenção em Saúde como: Contratação, Controle e Avaliação, assim como em outras funções de gestão, como programação e regionalização. Regular a oferta e a demanda por meio de Complexos Reguladores possibilitam a organização das ações de regulação do acesso, no sentido de garantir a integralidade das ações de Atenção à Saúde, com qualidade e equidade (LOCKS, 2002). De fato, a efetivação dessa política depende da existência da rede assistencial estruturada e com o fluxo estabelecido, utilizando instrumentos de acompanhamento e monitoramento de conformidades, na questão da operacionalização, ou seja, instituído o complexo regulador. Observa-se, em alguns municípios brasileiros, que a implantação das Centrais de Marcação de Consultas (CMC) tem funcionado como uma estratégia necessária para operacionalizar o Sistema de Referência e Contra-referência, a partir de um modelo assistencial que propõe a reorganização do acesso dentro do Sistema de Saúde. As CMC funcionam como um centro aglutinador das consultas especializadas. A função das CMC é, portanto, contribuir para a regulação das ações de saúde ao administrar as consultas especializadas, geradas pelas unidades básicas de saúde nos Municípios (SILVA, 2008). Portanto, considera-se que a Central de Regulação é uma ferramenta de gestão, constituindo-se em um instrumento que fortalece o papel do gestor, dando maior transparência à relação com a rede prestadora, tornando possível planejar e distribuir equitativamente os recursos de saúde de uma região, tendo como referência sua respectiva Programação Pactuada Integrada (PPI). A Central de Regulação é uma estrutura que compreende toda a ação meio do processo regulatório, ou seja, é o local que recebe as solicitações de atendimento, avalia, processa e agenda, garantindo o atendimento integral de forma ágil e de qualidade aos usuários do Sistema de Saúde. Faz-se necessário o conhecimento da capacidade instalada nas unidades prestadoras de serviços e a oferta dessas unidades, pois isso possibilitará a identificação dos déficits e falhas do " 13 sistema e a tomada de decisões de forma consistente, eficaz e eficiente em cada esfera do governo (SES-CE, 2006). Esperamos que tenha ficando entendido que: 1. A função de regulação possui uma estreita relação com o planejamento, o controle, a avaliação e com os diversos níveis de complexidade da assistência, buscando garantir a assistência integral aos usuários do SUS. 2. A regulação em saúde é uma necessidade absoluta no SUS, através da qual são operadas as pactuações entre Municípios e Regiões da unidade federada. Enfim, na linha do fortalecimento e da concretização, o Pacto de Gestão do SUS traz importantes mudanças para a reorganização dos processos de gestão e de regulação do sistema, destacando o papel fundamental dos entes federados, Municípios, Estados e Ministério da Saúde, para melhorar e qualificar o acesso do cidadão aos serviços de saúde, na busca da universalidade e da integridade, com eficiência, eficácia e efetividade. 1.1 Instrumentos utilizados para regulação da saúde citar: Para execução da regulação, existem instrumentos, entre os quais podemos Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) – Banco nacional de dados, comportando informações cadastrais atualizadas dos estabelecimentos de saúde no país, prestador ou não do SUS, de qualquer esfera administrativa, base para a programação, regulação, controle e avaliação assistencial. Cartão Nacional da Saúde (Cartão SUS) – Sistema informatizado de base nacional que possibilita a vinculação dos procedimentos realizados pelo SUS ao usuário, ao profissional que o realizoue também à unidade de saúde, estabelecendo um sistema de identificação comum, integrando estes atores. Considerado do ponto de " 14 vista da atenção à saúde, sua adoção promove a identidade entre usuários e profissional com o SUS. Visto pelo ângulo da gestão, aprimora o processo de integração dos sistemas de informação em saúde e viabiliza o registro eletrônico de dados e informações, facilitando o processo de gestão. Propicia também a integração com o processo geral de planejamento, orientado por problemas de saúde com base nas prioridades locais. Também deve ter conectividade com outros sistemas de regulação e controle do SUS, como o Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), Sistema de Informações Hospitalares (SIH), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e outros sistemas de regulação. Centrais de Regulação (CR) - Consistem em estruturas de operacionalização da regulação do acesso assistencial, incluindo marcação de consultas, exames, internação, atendimento pré-hospitalar, urgência e emergência, etc. A abrangência da CR deve contemplar: Ações e serviços existentes no município; Ações e serviços existentes em outros municípios que integrem a microrregião ou regional de saúde. A complexidade das ações que devem estar sob o controle da central, é decisão do gestor do município e deve ter como princípios: a) Se a oferta de serviços é menor que a demanda da clientela, é necessário o controle, a fim de garantir o acesso do cliente de maneira racional, bloqueando-se a utilização inadequada dos serviços; b) Se a oferta de serviços é maior que a necessidade da clientela, é necessário controle a fim de não haver excesso de utilização das ações de saúde (por exemplo excesso de oferta procedimentos de alta complexidade). As centrais de regulação devem atuar de forma articulada, constituindo os complexos reguladores. Estes, devem ser implementados de acordo com os Planos Diretores de Regionalização e os desenhos de rede, da atenção básica, atenção especializada ambulatorial e hospitalar, atenção às urgências e emergências e centrais de leitos. Podem ter abrangência municipal, micro ou macrorregional, " 15 estadual ou nacional, devendo essa abrangência e respectiva gestão ser pactuada em processos democráticos e solidários entre as três esferas de gestão do SUS. Para operacionalização das CR, poderão ser utilizados os instrumentos abaixo relacionados, dependendo de sua complexidade. Protocolo técnico (clínico) - Instrumento normativo do processo de atenção à saúde que visa garantir a alocação dos recursos terapêuticos e propedêuticos mais adequados a cada situação clínica considerada e devem ser elaborados a partir da colaboração da comunidade acadêmica, do corpo técnico da Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde, Ministério da Saúde, dos conselhos profissionais e outras fontes. Ex.: protocolo clínico para manejo e tratamento de diabetes e hipertensão arterial; protocolos clínicos para investigação de doenças; Protocolos operacionais - Visam orientar as referências a partir das quais os gestores farão as adequações às situações específicas, em termos de prioridades, recursos disponíveis, quadro epidemiológico, etc. Os protocolos deverão ser pactuados entre os gestores, formalizados e implementados nas unidades de saúde e nas comissões autorizadoras. Ex.: a sistematização dos mecanismos de referência e contra-referência da clientela; a utilização racional dos recursos de diagnose e terapia disponíveis; Comissões autorizadoras/médicos autorizadores - Organiza os processos autorizativos dos procedimentos especializados, de alta complexidade e de internações que exigem uma análise clínica mais detalhada, subsidiada, quando necessário, por protocolos clínicos definidos; Indicadores e parâmetros assistenciais de cobertura e produtividade - Padrões e medidas norteadoras do planejamento, programação, controle, regulação e avaliação assistencial, adequados à realidade local e definidos pelo gestor com base em parâmetros nacionais, estaduais e municipais; " 16 Manuais dos Sistemas de Informações Ambulatoriais e Hospitalares (SIA e SIH); Mecanismos de acompanhamento da PPI e da programação dos estabelecimentos; Portarias técnicas; Sistemas de Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS; Instrumentos de avaliação da qualidade assistencial e da satisfação dos usuários. " 17 2 AUDITORIA Auditoria, tem origem no Latim Audire e significa ouvir, mas o termo melhor representado pela língua inglesa, Audit, significa examinar, corrigir, certificar. Sendo assim, essa é uma especialização da contabilidade que pode ser utilizada por outras profissões e tem por função avaliar a eficiência e a eficácia de serviços, bem como o controle do patrimônio (ATTIE, 1998; RIOLINO; KLIUKAS, 2003). No entanto, é difícil precisar quando se deu início à auditoria, pois toda pessoa que verificava financeiramente os registros, e tinha dever de prestar contas a um superior era considerado um auditor. Os imperadores romanos, por exemplo, encarregavam auditores de supervisionar as finanças de suas províncias (RIOLINO; KLIUKAS, 2003). Oficialmente a auditoria teve origem na Inglaterra, quando esta dominava os mares e o comércio, criando o cargo de auditor do tesouro inglês, em 1314. Em 1559, a Rainha Elizabeth I estabeleceu a auditoria dos pagamentos a servidores públicos (ATTIE, 1998). A auditoria no Brasil surgiu com a vinda de empresas internacionais e com o crescimento das nacionais, ou seja, a partir da evolução dos mercados capitais. Porém, só foi oficializada em 1968, através do Banco Central do Brasil (ATTIE, 1998). Em retrospectiva histórica sobre auditoria encontra-se que os primeiros registros hospitalares foram encontrados no Antigo Egito, isso comprova que os prontuários existem há cerca de dois mil anos (RIOLINO; KLIUKAS, 2003). Na Grécia Antiga encontraram-se traços de prontuários de hoje, mas foi Hipócrates quem fez os primeiros registros sobre as doenças de seus pacientes no ano de 460 antes de Cristo. Efetivamente só em 1137, no Hospital São Bartolomeu de Londres encontraram-se documentações de pacientes (MEZZOMO, 1977). Em 1580, na Itália, Camilo de Lellis passou a exigir que, dentre os documentos dos pacientes, constasse a prescrição médica individual, prescrição alimentar, passagem de plantão e relatórios de enfermagem em cada plantão. Em 1877, o Hospital Geral de Massachussets, nos Estados Unidos, começou a arquivar " 18 os documentos clínicos, organizando assim o Serviço de Arquivo Médico e Estatística e, em 1928 foi fundada a Associação Americana de Arquivo Médico. No ano de 1952, no Brasil, foi criada a Lei Alípio Correia Neto na qual, era dever dos hospitais filantrópicos a documentação das histórias clínicas completas de todos os pacientes. No Brasil foi fundada em 18 de julho de 1966 a Associação Brasileira de Arquivo Médico e Estatístico (MEZZOMO, 1977). Foi a partir da extinção do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), em 1993 que a Lei 8.689/93, ―cria o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) e estabelece como competência o acompanhamento, a fiscalização, o controle e a avaliação técnico-científica, contábil, financeira e patrimonial das ações e serviços de saúde‖. O SNA enquanto "sistema" que deveria englobar as três esferas de governo - neste período de sua criação, esteve estagnado, demandando, portanto, a edição de instrumentosde forma a avançar a sua consolidação e para que pudesse ser reconhecida sua importância. A partir da reestruturação do Ministério da Saúde (MS), a Portaria MS nº. 1.069, de 19 de agosto de 1999, estabelece nova organização de atividades do SNA: "as de controle e avaliação ficam com a Secretaria de Assistência à Saúde, e as atividades de auditoria com o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS), representados em todos os estados da federação e no Distrito Federal (DF)". (http://sna.saude.gov.br/historia.cfm). Segundo o DENASUS (2007) Auditoria é um conjunto de técnicas que visam verificar estruturas, processos, resultados e a aplicação de recursos financeiros de forma planejada, independente e documentada, baseada em evidências objetivas e imparciais, para determinar se as ações, serviços e sistemas de saúde encontram-se adequados quanto a sua eficiência, eficácia e efetividade, mediante a confrontação entre uma situação encontrada e critérios técnicos, operacionais e legais estabelecidos. A auditoria verifica, constata e valida. A Auditoria tem uma atuação direta na realidade, quando as informações já adquiriram o status de fato. Seu objeto é a atividade já concluída, o feito, o executado, e, possui, portanto, um caráter de fiscalização. As atividades de Auditoria devem estar voltadas exclusivamente para a fiscalização das ações e serviços de " http://sna.saude.gov.br/historia.cfm 19 saúde do SUS, com a finalidade de verificar a conformidade com a legislação e aspectos técnicos (PERON, 2009). Em saúde, a auditoria tem ampliado seu campo de atuação para a análise da assistência prestada, tendo em vista a qualidade e seus envolvidos, que são paciente, hospital e operadora de saúde, conferindo os procedimentos executados com os valores cobrados, para garantir um pagamento justo. Essa análise envolve aspectos quantitativos e qualitativos da assistência, ou seja, avaliação da eficácia e eficiência do processo de atenção à saúde (SCARPARO, 2005). Nesse campo de atuação destaca-se a auditoria em contas hospitalares, realizadas em prontuários, considerado processo necessário para a qualidade do serviço, além de reduzir desperdício de materiais e de medicamentos. Afinal, todos os procedimentos geram custos e o meio mais seguro para se comprovar e receber o valor gasto da assistência prestada, evitando glosas1, é o registro, principalmente em se tratando de um convênio do hospital com operadoras de saúde (ITO et al, 2004). Em enfermagem, auditoria pressupõe avaliação e revisão detalhada de registros clínicos selecionados por profissionais qualificados para verificação da qualidade da assistência. Sendo, portanto, uma atividade dedicada à eficácia de serviços, que utiliza como instrumentos o controle e a análise de registros. Atualmente, o conceito mais ampliado de auditoria refere-se à análise das atividades realizadas pela equipe de enfermagem, através do prontuário em geral, principalmente das anotações, tendo em vista a qualidade da assistência prestada (RIOLINO; KLIUKAS, 2003). Inclui ainda, a condição de diminuir custos, conciliando a qualidade do cuidado prestado com a sustentabilidade financeira da instituição de saúde (PINTO; MELO, 2005). Em síntese, as atuais funções em auditoria são: Fiscalizar se um serviço está sendo realizado corretamente; 1 Cancelamento ou recusa, parcial ou total, de orçamento, conta, verba por serem considerados ilegais ou indevidos, ou seja, no caso de um hospital, refere-se aos itens que o auditor da operadora (plano de saúde) não considera cabível para pagamento. " 20 Verificar o que é para ser feito, o que está sendo feito e a qualidade dessas ações; Analisar sistematicamente documentos, objeto de informação, observando e registrando as falhas que possam levar a uma compreensão errônea aos leitores do registro; Verificar se as normas institucionais e/ou legais estão sendo seguidas; Levantar fatos ou evidências objetivas que permitam avaliar o estado de conformidade e adequação do sistema da qualidade da informação escrita com procedimentos, instruções, códigos e normas estabelecidas e outros requisitos contratuais, e para monitorar a efetividade da implementação dessas informações (LUZ; MARTINS; DYNEWICZ, 2007). " 21 3 AVALIAÇÃO Para Donabedian (1984), a avaliação constitui um processo sistemático e objetivo que busca analisar a efetividade ou o impacto de determinada atividade, a partir de objetivos predeterminados, de maneira a reorientá-la para a conquista de benefícios. Já na perspectiva de Vaitsman, Rodrigues e Paes-Souza (2006, p. 22), a avaliação compreende estudos que buscam analisar os processos e resultados de um programa ou política, a partir de indicadores relacionados à ―relevância, eficiência, efetividade, resultados, impactos ou a sustentabilidade‖. A avaliação geralmente tem como objetivo melhorar a qualidade de determinado programa ou política e oferecer subsídios que reorientem os processos de formulação e implementação. A avaliação é uma atividade de pesquisa que visa a solução de questões relativas a determinada coletividade, através da análise da efetividade ou não das intervenções sociais. Essa modalidade de atividade valoriza a formulação e a implementação do programa, considerando, principalmente, condições sociais problemáticas (BARZELAY, 2002). Um processo clássico de avaliação baseia-se nos princípios da confiabilidade e da isenção dos avaliadores. Para Barzelay (2002) e Noronha (2004) a pesquisa de avaliação deve focalizar os objetivos preestabelecidos ou a eficácia das ações, envolvendo suas diversas fases, desde a formulação até os impactos das políticas, além de suas causas e consequências. No entanto, ainda tem sido mantida como objetivo principal a análise dos impactos dos programas, verificando-se sua efetividade. O parâmetro utilizado para definir a efetividade é o seu alcance em relação ao controle ou à cura de determinado mal social, preservando-se a sociedade em geral. O mérito de um programa está no cumprimento de seus objetivos com um adequado custo- benefício. Nessa perspectiva, um avaliador tem a função de sugerir e implementar pesquisas capazes de emitir pareceres técnicos sobre o processo que envolve uma política pública. " 22 A avaliação pode ser caracterizada como um processo analítico, que pode ser utilizado no âmbito da administração pública e em todas as etapas do processo de formulação e implementação das políticas públicas, compreendendo seus produtos e impactos, bem como viabilizando reformulações necessárias para a melhoria na tomada de decisões. As análises a posteriori, ou seja, aquelas que se baseiam apenas nos impactos das ações governamentais exigem procedimentos minuciosos de monitoramento, sistematização e classificação dos resultados das ações implantadas, pois é a partir dessas análises que poderão ser previstas melhorias futuras nessas ações (MELO; VAITSMAN, 2008). Falar de avaliação requer falar em planejamento, pois só podemos avaliar algo que foi planejado. No caso da saúde, a figura abaixo mostra o ciclo do planejamento, os passos envolvidos no planejamento dos cuidados em saúde e fornece uma estrutura útil para assegurar que toda a informação requerida pelos tomadores de decisão seja identificada. O processo é cíclico e os passos são os seguintes: Avaliação da carga da doença; Identificação das causas da doença; Avaliação da efetividade das intervenções existentes; Determinação da eficiência; Implementação das intervenções; Monitoração das atividades e avaliação dosprogressos. " 23 Normalmente, apenas uma parte da informação necessária para a tomada de decisão está disponível e precisa ser sempre avaliada criticamente. Se a informação for insuficiente, novos dados devem ser coletados para assegurar que a tomada de decisões seja feita de maneira racional. Isso pode ser aplicado a outros pontos relacionados com a política de saúde. Entretanto, é necessário ter cautela. " 24 4 FINANCIAMENTO DA SAÚDE E A EMENTA CONSTITUCIONAL N.29 O SUS é financiado com recursos das três esferas de governo. É atribuição constitucional dos poderes público municipal, estadual e federal destinarem uma parcela de seu orçamento para ações e serviços de saúde. É composto pelo orçamento da seguridade social (contribuições dos empregadores incidentes sobre a folha de salários, faturamento e o lucro; dos trabalhadores e sobre a receita de concursos de prognósticos - loterias oficiais), e orçamento fiscal da União, estados e municípios. Os recursos para saúde, repassados pelo Tesouro Nacional e seguridade social, geridos pelo Ministério da Saúde, são divididos em duas partes: uma é retida para o custeio e investimentos das ações federais; a outra é repassada às secretarias de Saúde estaduais e municipais, de acordo com critérios previamente definidos em função da população, necessidades de saúde e rede assistencial (CERCHIARI, ERDMANN, 2008). Em setembro de 2000, foi aprovada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional n. 29 que vincula, no caso dos estados e municípios, recursos advindos de receitas de impostos para a manutenção e desenvolvimento das ações e serviços de saúde de maneira semelhante ao que já acontece com a educação. O valor desse recurso é de 12% das receitas de impostos no caso dos estados e Distrito Federal e de 15% no caso dos municípios, e quem estivesse aplicando um percentual inferior ao estipulado teve até o exercício financeiro de 2004 para atingi-lo (CERCHIARI, ERDMANN, 2008). 4.1 Custeio mínimo e as consequências do seu descumprimento Nós vimos que tratando-se a saúde como um direito social, depende de políticas públicas para ser assegurada. Essas, por sua vez, dependem de recursos orçamentários. Atento a essa peculiaridade, tratou o constituinte (tanto o originário como o derivado) de estabelecer não só os deveres do Estado para com esse " 25 fundamental direito social – uma vez que intimamente ligado à garantia da vida e da dignidade humana, sem dúvida direitos prioritários em nossa ordem constitucional –, como também as fontes de custeio (BRASIL/MPU, 2008). Sabiamente, e imbuído da mesma percepção de que a implementação do direito à saúde pressupõe investimentos públicos, o X Encontro Nacional dos Procuradores da Cidadania, ao colocar esse direito entre as prioridades para atuação dos PDC, destacou, para enfoque, uma temática dependente de gastos públicos (os medicamentos excepcionais), ao lado de outra relacionada ao custeio: implementação da Emenda Constitucional n. 29/2000 – que prevê a estrutura mínima de financiamento da saúde. Em setembro de 2000, foi aprovada pelo Congresso Nacional a Emenda Constitucional n. 29 que vincula, no caso dos estados e municípios, recursos advindos de receitas de impostos para a manutenção e desenvolvimento das ações e serviços de saúde de maneira semelhante ao que já acontece com a educação. Em última análise deve-se controlar para conquistar a boa qualidade, a maior eficiência e eficácia. Controlar não é castigar, mas eficientizar‖. Sobre a intervenção federal que os estados podem sofrer, encontramos respaldo no artigo 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: [...] VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: [...] e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Alínea “e” com a redação dada pela EC n. 29/2000.) A União pode condicionar o repasse de verbas constitucionalmente destinadas ao Estado ao cumprimento da Emenda: Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. " 26 Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: [...] II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2o, incisos II e III. (Parágrafo único e incisos com redação determinada pela EC n. 29/2000.) Portanto, o objetivo maior e único de todo o controle é a conquista de um Sistema Único de Saúde de qualidade. 4.2 O sistema de informações sobre orçamentos públicos de saúde (SIOPS) O sistema de informações sobre orçamentos públicos de saúde SIOPS tem como principal objetivo a coleta e a sistematização de informações sobre as receitas totais e despesas com ações e serviços públicos de saúde das três esferas de governo. A implantação do SIOPS teve origem no Conselho Nacional de Saúde em 1993, tendo sido considerado relevante pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) quando da instalação dos Inquéritos Civis Públicos n. 001/94 e 002/94 sobre o Funcionamento e Financiamento do SUS. Em 1998, a Procuradoria e o Ministério da Saúde viabilizaram a formalização do SIOPS, que passou a coletar dados por meio de planilhas eletrônicas, dadas as dificuldades das primeiras tentativas de coleta através de ofício e de formulários contidos em disquetes, principalmente devido à falta de padronização das respostas. Em 30 de abril de 1999, foi assinada a Portaria Interministerial n. 529 pelo Ministro da Saúde e pelo Procurador-Geral da República, designando uma equipe para desenvolver o projeto de implantação do SIOPS, que passou a coletar dados por Internet por intermédio de um sistema informatizado desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), possibilitando a transmissão dos dados pela Internet (BRASIL/MPU, 2008) A partir do ano-base 1998, os dados transmitidos estão disponibilizados na Internet, tanto no formato das planilhas informadas, quanto na forma de indicadores, permitindo comparações e agregações de dados das mais diversas formas, por " 27 municípios, por Unidade da Federação (UF), por porte populacional ou qualquer outro a ser escolhido pelo usuário, de forma a fortalecer o controle social sobre o financiamento do SUS. Aos Conselhos de Saúde é facilitada a transparência sobre a aplicação dos recursos públicos do setor. A consolidação das informações sobre gastos em saúde no país é uma iniciativa que vem proporcionar a toda a população, em especial àquela parcela que de alguma forma tem vínculo com o SUS, o conhecimento sobre quanto cada unidade político-administrativa do país tem aplicado na área (BRASIL/MPU, 2008) O objetivo do Ministério Público Federal ao firmar, em conjunto, as Portarias Interministeriais n. 529, de 30 de abril de 1999, e n. 1.163, de 11 de outubro de 2000, que regulamentaram o SIOPS, era facilitar, para seus membros, a obtenção de dados que lhes permitissem acompanhar o financiamento e a execução orçamentária da saúde no Brasil, tendo em vista sua função institucional prevista no art. 5º, inciso V, alínea a, da Lei Complementar n. 75, de 20 de maio de 1993 (BRASIL/MPU, 2008) A Constituição Federal foi alterada em seus arts. 34, 35, 156, 160, 167 e 198, passando a União, os estados e os municípios a teremem seus orçamentos percentuais vinculados à saúde. O sistema de informações sobre orçamentos públicos em saúde (Siops) será utilizado para subsidiar o acompanhamento. A parcela de custeio da esfera federal para assistência ambulatorial e hospitalar configura um teto financeiro global para cada estado e município. O teto financeiro do estado contém os tetos dos municípios (em qualquer gestão). É composto por: PAB — piso de atenção básica é o montante de recursos destinados ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica de responsabilidade tipicamente municipal. O município recebe o recurso independentemente do quantitativo da produção; MAC — média e alta complexidade ambulatorial é o montante de recursos que corresponde aos procedimentos ambulatoriais apurados pelo sistema de informações ambulatoriais (SIA/SUS), tais como exames laboratoriais, raios X, medicamentos e insumos excepcionais, órteses e próteses ambulatoriais, " 28 ultra-som, terapia renal substitutiva, oncologia e tratamento fora do domicílio de estado. O valor do teto financeiro para a MAC é pactuado e definido de acordo com critérios preestabelecidos na comissão bipartite (CIB); AIH — autorização de internação hospitalar consiste no pagamento dos valores apurados por intermédio do sistema de informações do SUS (SIH/ SUS), englobando o conjunto de procedimentos realizados em regime de internação hospitalar, com base na autorização de internação hospitalar (AIH), documento de autorização e faturamento dos serviços. É quantificada de acordo com o número de habitantes do município. Os recursos do PAB, variáveis e fixos, são creditados em uma mesma conta e deverão estar identificados nos orçamentos municipais como receita de transferências intergovernamentais. Os recursos do MAC e AIH, destinados aos municípios em gestão plena de atenção básica, são transferidos diretamente às unidades prestadoras de serviços, conforme programação definida na comissão intergestores bipartite ou diretamente ao fundo municipal de saúde, quando o serviço oferecido for da rede própria. Para aplicação dos recursos, o plano municipal de saúde é o instrumento que disciplinará a destinação dos recursos, por ser o documento que explicita as intenções do gestor no período de governo específico e aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde (CERCHIARI, ERDMANN, 2008). As informações sobre os recursos financeiros repassados para o fundo municipal de saúde e os dados estatísticos sobre atendimentos estão disponíveis no site do Ministério da Saúde.. Algumas informações também podem ser coletadas nas secretarias municipais de Saúde. 4.3 Conceitos básico: verbas públicas e execução orçamentária O financiamento do SUS deve ocorrer com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes, isso atendendo ao que dispõem os artigos 195 e 198, parágrafo único, da Constituição Federal. " 29 Além de encabeçar o SUS, a União, através do Ministério da Saúde, deve repassar recursos aos demais entes federados com o objetivo de financiar as políticas públicas de saúde realizadas em todo o país, fato que se reflete nas transferências do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os Fundos estaduais e municipais de saúde. De fato, dispõem os arts. 2º e 3º da Lei n. 8.142/1990. O empenho é o primeiro estágio da despesa pública. Despesa legalmente empenhada é aquela: a) ordenada por agente competente, investido ou delegado; b) previamente empenhada; c) anteriormente autorizada por lei orçamentária ou constante de créditos adicionais; d) advinda de processo licitatório ou dos casos de dispensa de tais formalidades. Portanto, sendo emitido o empenho, fica o Estado obrigado ao desembolso financeiro, desde que o fornecedor do material ou prestador dos serviços atenda a todos os requisitos legais de autorização ou habilitação de pagamento. A liquidação é o segundo estágio da despesa pública e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, ou seja, o reconhecimento de que o serviço foi prestado ou que o bem foi adquirido e integrado ao patrimônio. O pagamento é o terceiro estágio da despesa e resulta na extinção da obrigação. Quando o pagamento deixa de ser efetuado no próprio exercício, procede-se, então, à inscrição em restos a pagar. A inscrição em restos a pagar decorre da observância do regime de competência para as despesas. Portanto, as despesas empenhadas, não pagas até o dia 31 de dezembro, não canceladas pelo processo de análise e depuração, e que atendam os requisitos previstos em legislação específica, devem ser inscritas em restos a pagar, pois referem-se a encargos incorridos no próprio exercício. Os restos a pagar podem ser processados, ou seja, liquidados, mas somente aqueles cujo pagamento não se deu no mesmo exercício para o qual se deu a autorização orçamentária; ou o não processado, ou seja, empenhado no exercício para o qual se deu a autorização orçamentária, mas sequer liquidado nesse mesmo exercício. " 30 Não podem os entes federativos adquirir bens ou serviços sem observância do disposto na Lei n. 4.320/1964. Isso significa que essa aquisição somente se efetiva mediante emissão de empenho, dando início ao processo acima explicitado. Para o fim de verificação do cumprimento do comando constitucional de aplicação dos recursos mínimos nas ações e serviços de saúde, impõe-se conferir, tanto para a União quanto para os Estados, Municípios e Distrito Federal, o montante dos empenhos liquidados, pois somente nesse caso há reconhecimento de que o bem integrou o patrimônio do ente federativo ou foi o serviço efetivamente prestado. Empenhos podem ser cancelados, de forma que a sua simples soma pode não retratar o verdadeiro montante aplicado e a obediência ao comando constitucional (BRASIL/MPU, 2008) O fenômeno do cancelamento pode ocorrer também em Restos a Pagar não processados (ou seja, não liquidados), prejudicando, da mesma forma, o atendimento da aplicação mínima exigida constitucionalmente. Há que se observar os casos em que o empenho liquidado (ou Restos a Pagar processado) é cancelado. Nesse caso, o bem ou serviço já integrou o patrimônio do ente federativo, mas significa dívida deste para com o credor do bem ou serviço prestado. Ocorre, muitas vezes, que essa dívida é paga, indevidamente, com recursos orçamentários do exercício orçamentário subsequente àquele que autorizou a despesa, ocorrendo indevida dupla contagem da aplicação, tanto para o exercício anterior quanto para o subsequente, frustrando o atendimento ao comando constitucional de aplicação mínima em ações e serviços de saúde (BRASIL/MPU, 2008) Outro fenômeno que deve ser cuidadosamente observado é o dos empréstimos efetuados com terceiros, para que o ente federativo se desincumba de sua tarefa constitucional. No caso dos Estados e Municípios, não se computa, para a verificação do cumprimento da Emenda Constitucional n. 29/2000, no ano em que a ação ou o serviço público de saúde foi executado (em face do empréstimo auferido), mas no ano do pagamento (observado que o pagamento deve ser feito com a receita dos impostos). No caso da União Federal, computa-se no ano em que a ação ou o serviço público de saúde foi executado. " 31 Por fim, é preciso estar atento, em relação a Estados e Municípios, aos procedimentos de desvinculação de receita. Expedientes pelos quais se retira do montante dos impostos valores destinados ―fundos‖, e tais valores, destacados, diminuem a base de incidência do percentualprevisto no art. 77 do ADCT2, frustrando o seu cumprimento. No âmbito da União tal fenômeno (desvinculação de receita) não afeta a base para a incidência, pois esta é a variação do Produto Interno Bruto (BRASIL/MPU, 2008) É oportuno registrar que toda a interpretação que se deve dar a esses conceitos deve apontar somente para a garantia de que o recurso tenha efetivamente se transformado em alguma ação ou serviço público de saúde ou, no mínimo, que esteja disponível na conta corrente do Fundo de Saúde respectivo (municipal, estadual ou federal) para que essa transformação ocorra. Isso significa que o recurso que não se realiza nessas ações não pode ser computado de forma alguma para o atendimento do comando constitucional do art. 77 do ADCT. As modificações ocorridas ao longo do tempo no sistema de saúde público e privado no Brasil, bem como sua enorme complexidade de serviços, tanto em sua conformação (consultórios, ambulatórios, policlínicas, hospitais) quanto em seus suprimentos e insumos, levam a concluir que há necessidade progressiva do trabalho de auditoria no serviço de prestação de assistência à saúde. Em face da crescente e desordenada incorporação de tecnologia e medicamentos de custo altíssimo e muitas vezes sem comprovação de sua efetividade, agravam-se os problemas relacionados à escassez de recursos financeiros para a saúde, tornando necessária a adoção de estratégias para o enfrentamento da questão. 2 ADCT quer dizer atos das disposições constitucionais transitórias. Elas Garantiram a transição do regime Constitucional de 1967 para a Constituição de 1988, e outras regras, estabelecendo situação de transição, porém após a sua implementação tem a sua eficácia exaurida. Exemplo: o art 3 da ADCT de caráter revisional já perdeu seu efeito, pois previa revisão da Constituição de 88 após 5 anos, de sua vigência. ADCT tem natureza transitória e não é considerada norma permanente. " 32 Assim sendo, a avaliação e o controle em saúde constituem instrumentos fundamentais de monitoramento das políticas de saúde para a redefinição dos objetivos da instituição, a realocação dos recursos e a readequação de suas ações. Ademais, como diz Menezes (200?) a auditoria deixa de ser técnica ou modalidade de trabalho voltada para o policiamento dos profissionais de saúde e passa a assumir o significado de instrumento para avaliar a qualidade, a propriedade e a efetividade dos serviços de saúde prestados à população e para a educação continuada dos atores envolvidos, visando a melhoria progressiva da assistência à saúde, dentro das propostas de universalidade, igualdade e equidade. " 33 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ATTIE, W. 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