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2 - Gestão Pública Municipal Da Saúde

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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL 
DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rebeca Fernandes Rocha 
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CONVERSA INICIAL 
A saúde brasileira, até 1988, trabalhava com uma gestão centralizada no 
estado. Com a elaboração da nova Constituição, na qual a saúde tornou-se um 
direito de todo cidadão e dever do estado, foi promulgada a Lei Orgânica n. 
8.080/90 do Sistema Único de Saúde (SUS) com novas diretrizes de saúde no 
Brasil, descentralizando a gestão do SUS nas três esferas do governo, cada qual 
com suas responsabilidades distintas (Saúde, 1990). 
 A Gestão Pública Municipal em Saúde trouxe autonomia para os 
municípios em toda sua extensão, melhorando processos de trabalho, 
proporcionando pactos intermunicipais com o estado e a federação e trazendo 
responsabilidades como: prestação de serviços, fiscalização por parte dos 
munícipes e qualidade do serviço ofertado. 
TEMA 1 – GESTÃO PÚBLICA 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se 
que a população brasileira, em 2018, seja de 208.494.900, distribuídas em um 
total de 5570 municípios mais a capital Brasília (IBGE, 2018). Todos esses 
municípios tendo autonomia para tomar suas próprias decisões gerencias, as 
quais irão interferir diretamente na qualidade de vida dos munícipes. 
Os gestores são escolhidos democraticamente pelo voto direto que 
ocorrem de 4 em 4 anos. Sobre os três Poderes, a Constituição Federal do Brasil 
estabelece o seguinte: poder legislativo, poder executivo e poder judiciário (Brasil, 
1988). Somado a isso, o art. 2º define que: "São Poderes da União, independentes 
e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário" (Brasil, 1988). 
1.1 Poder Legislativo 
Em síntese, elaborar leis e fiscalizar são as principais atribuições do 
legislativo (Rio de Janeiro, 2011). São divididas em três esferas, detalhadas a 
seguir. 
1.1.1 Esfera Federal 
Exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados 
e Senado Federal. 
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1.1.1 Esfera Estadual 
Assembleias Legislativas Estaduais. 
1.1.2 Esfera Municipal 
Câmara de Vereadores. 
1.2 Poder Executivo 
Tem como função típica executar as leis que são elaboradas pelo Poder 
Judiciário, em síntese tem como responsabilidade gerir os serviços do Brasil (Rio 
de Janeiro, 2011). 
1.2.1 Esfera Federal 
O Poder Executivo, nessa esfera, é exercido pelo Presidente da República, 
auxiliado pelos Ministros de Estado (Brasil, 1988). 
1.2.2 Esfera Estadual 
É representado pelo Governador do Estado. 
1.2.3 Esfera Municipal 
Tem como representante o prefeito do Município. 
1.3 Poder Judiciário 
No caso do poder Judiciário cabe à ele diante de conflitos de interesse ou 
desobediência, por exemplo, aplicar a lei. (Rio de Janeiro, 2011). No art. 92, da 
Constituição Federal, os órgãos do Poder Judiciário são elencados da seguinte 
forma: 
 Supremo Tribunal Federal; 
 Superior Tribunal de Justiça; 
 Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
 Tribunais e Juízes do Trabalho; 
 Tribunais e Juízes Eleitorais; 
 Tribunais e Juízes Militares; 
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 Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
Todos são independentes entre si, sendo cada um responsável por sua 
área, tendo, porém, a mesma importância. A organização judiciária dos 
Estados é a mesma, que vale também para os Municípios. É por isso que 
o Juiz de Direito de uma Comarca está vinculado ao Tribunal de Justiça do 
Estado (Brasil, 1988). 
TEMA 2 – PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES DO SUS 
Após a recapitulação da formulação da Constituição Federal, relembrando 
os desdobramentos dos poderes que norteiam todas as esferas do governo, bem 
como o fato de que, com base nesta, a saúde passou a ser um direito de todo 
cidadão, devendo ser respeitada e cumprida em todos essas esferas, primando 
pela promoção, proteção e recuperação da saúde (Saúde, 1990). 
Sendo assim, faz-se necessário conhecer um pouco da legislação básica 
do Sistema Único de Saúde (SUS), referente à estrutura, princípio, legislação, 
pacto pela saúde, sistemas de informações em saúde a fim de fundamentar e 
auxiliar o gestor de saúde. 
2.1 Lei Orgânica do SUS 
A Lei Orgânica da Saúde (LOS) surgiu da Constituição de 1988 com o 
intuito de organizar o funcionamento do SUS. É dividida em duas leis: a de n. 
8.080/1990 e a Lei de n. 8.142/1990. 
2.1.1 Lei n. 8.080/1990 
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da 
saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá 
outras providências (Saúde, 1990). 
2.1.2 Lei n. 8.142/1990 
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único 
de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros 
na área da saúde e dá outras providências (Saúde, 1990). 
 
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2.2 Princípios doutrinários do SUS 
2.2.1 Universalidade 
Desde a constituição de 1988, o art. 196 dispõe que todo cidadão brasileiro 
tem direito a saúde gratuita, sendo dever do estado promovê-la (Brasil, 1988). 
2.2.2 Integralidade 
Todo cidadão tem o direito a ser atendido de forma integral, inserido na 
comunidade, tendo acesso aos programas ofertados pelo estado, garantindo 
desde as ações curativas. Porém deve-se investir em ações de promoção, 
proteção e recuperação, assim como ter acesso a todos os níveis de atenção 
(Brasil, 1988). 
2.2.3 Equidade 
Para ser justo o SUS deve atender de maneira diferente cada cidadão, 
como um ser único, direcionando para sua necessidade. Por exemplo, ofertando 
programas que atinjam a uma determinada população de acordo com seu perfil 
(Brasil, 1988). 
2.3 Princípios organizativos do SUS 
Define a organização que o SUS deve distribuir suas responsabilidades 
para cada nível de atenção. 
2.3.1 Descentralização 
Os municípios ganham autonomia para gerir seu trabalho local, sendo 
fundamentado na teoria “quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais 
chance haverá de acerto”, conforme o art. 198 da Constituição Federal/1988: 
“descentralização, com direção única em cada esfera do governo” (Saúde, 1990). 
2.3.2 Regionalização e hierarquização 
 Regionalização é a distribuição de serviços específicos em uma 
determinada população; 
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 Hierarquização é a organização hierárquica de acordo com a capacidade 
de atender determinada população. 
2.3.3 Participação dos cidadãos 
Direito garantido pela Lei n. 8.142/1990, que institui a participação da 
comunidade na gestão e controle do SUS por meio de dois mecanismos de 
Controle Social: Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde, nas três esferas 
de Governo (Nacional, Estadual e Municipal) (Saúde, 1990). 
2.3.4 Complementaridade do setor privado 
Quando o SUS não consegue garantir todos os serviços por intermédio do 
setor público, o gestor pode criar parcerias por meio de contrato ou convênios 
para complementar a saúde pública. Quem define as regras para a utilização 
desse serviço é o SUS. 
TEMA 3 – PACTO PELA SAÚDE 
Por sua grande diversidade, tanto geográfica, como cultural e populacional, 
dentre outras, os gestores de saúde sentiram uma necessidade de rever as 
necessidades que cabiam a cada um de seus pares para prestar um atendimento 
de forma global eficiente e eficaz à sua demanda. 
Dentro disso, foi criada uma aliança política chamada de Pacto pela Saúde, 
estabelecendo uma gestão solidária, dentro dos princípios do SUS, trazendo 
responsabilidade em cada esfera da gestão em saúde (Saúde, 2006). 
Segundo o Ministério da Saúde:Envolve uma série de prioridades em âmbito nacional, incluindo e 
integrando ações de promoção à saúde, atenção primária, assistência 
de média e alta complexidade, epidemiologia e controle de doenças, 
vigilância sanitária e ambiental, educação permanente em saúde, gestão 
do trabalho, planejamento, controle, avaliação e regulação do sistema, 
além de reafirmar o fortalecimento do controle social. 
O Pacto pela Saúde destaca a regionalização, descentralização e 
integração dos recursos federais, criando assim, o chamado de Termo de 
Compromisso de Gestão (Machado, 2009). Por meio da Portaria GM/MS n. 399, 
foram definidas as diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde, sendo elas: Pacto 
pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS. A portaria também 
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estabelece o Termo Compromisso de Gestão, apontando as metas, objetivos, 
responsabilidades e atribuições dos gestores, tendo como dever apresentar 
indicadores de monitoramento e avaliação dos pactos supracitados, com a 
finalidade de garantir a qualidade da gestão pública do SUS. 
3.1 Pacto pela Vida 
Define-se como conjunto de ações permanentes dentro da área da saúde 
com objetivos e metas, proveniente do exame situacional da saúde e das diretrizes 
delimitadas pelos gestores de saúde. O Pacto pela Vida é uma dimensão do Pacto 
pela Saúde, por meio dele foram definidas prioridades, que serão guias 
norteadores para as decisões estratégicas a serem tomadas, também o destino 
final dos recursos (Saúde, 2006): 
1. Atenção à saúde do idoso; 
2. Controle do câncer de colo de útero e de mama; 
3. Redução da mortalidade infantil e materna; 
4. Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e 
endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, 
influenza, hepatite, aids; 
5. Promoção da saúde; 
6. Fortalecimento da atenção básica; 
7. Saúde do trabalhador; 
8. Saúde mental; 
9. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às 
pessoas com deficiência; 
10. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; 
11. Saúde do homem. 
Com base no Relatório do Pacto pela Vida, com seus indicadores de 
Monitoramento e Avaliação, podem ser criados novas estratégias a ser pleiteadas 
pelos gestores, novas metas e novos objetivos de pactuação (Saúde, 2006). 
3.2 Pacto de gestão 
Possui dois dois objetivos principais: delimitar a responsabilidade sanitária 
em cada esfera governamental e definir as diretrizes para a prática da gestão do 
SUS, não esquecendo de utilizar como principais diretrizes a descentralização, 
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regionalização, financiamento, planejamento, regulação, participação social, 
gestão do trabalho, controle social, educação na saúde e outros pactos 
relacionados (Saúde, 2006). 
Para tanto, se estabelece responsabilidades dos gestores de forma 
solidária, visando eliminar, ou pelo menos reduzir, competências concorrentes. 
Reforça-se a territorialização da saúde como base para organização dos 
sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão 
regional. 
Com o Termo de Cooperação entre Entes Públicos foi estabelecido 
contratos e delimitado a gestão e gerência de cada estabelecimento, com termos 
de cooperação mútua, financiamento por blocos, atenção básica, média e alta 
complexidade, vigilância sanitária, assistência farmacêutica, os quais devem ser 
pactuados em todas as esferas, tendo como base o Termo de Compromisso de 
Gestão. 
O Termo de Compromisso de Gestão apresenta as ações ainda não 
realizas pelo gestor e os prazos para sua execução, sendo monitorados pelo 
sistema informatizado que deve ser preenchido exclusivamente pelo gestor, 
permitindo o acompanhamento do seu trabalho, assim como, a fiscalização do 
trabalho que está sendo realizado (Machado, 2007). 
3.3 Pacto em Defesa do SUS 
O Ministério da saúde informa que: 
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações articuladas pelas três 
instâncias federativas, no sentido de reforçar o SUS como política de 
Estado e não somente como uma política de governos. Além disso esse 
pacto busca defender e reforçar, vigorosamente, os princípios basilares 
da Política Nacional de Saúde instituída pela Constituição Federal. 
O Pacto em Defesa do SUS tem como propósito garantir o incremento dos 
recursos orçamentários e os financeiros para a saúde, bem como aprovar o 
orçamento do SUS, composto pelo orçamento das três esferas de gestão, 
explicitando o compromisso de cada uma delas. Tem como proposta a 
mobilização social, lembrando sempre que a saúde é um direito de todos. 
TEMA 4 – INSTÂNCIAS COLEGIADAS 
A seguir, apresentaremos as principais instâncias colegiadas: 
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4.1 Comissão Intergestores Bipartite (CIB) 
Criado pelo Ministério da Saúde, a Norma Operacional Básica SUS/01/93 
que criou a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), constitui-se em um fórum 
permanente de negociação e pactuação entre os estados e os municípios, cuja 
composição é paritária (Brasil, 1993). Constituem à CIB, Câmaras Técnicas, 
técnicos da Secretaria de Estado da Saúde e dirigentes e técnicos das Secretarias 
Municipais de Saúde. 
4.2 Participação e Controle Social no SUS 
Com o pressuposto de que quanto maior a participação da sociedade 
acompanhando as diretrizes do SUS, maior será a chance de existir um controle 
social. A sociedade ganhou espaço por meio da Lei n. 8.142/90, com a criação 
das Conferências de Saúde e dos Conselhos de Saúde, nas três esferas de 
gestão (Saúde, 1990). 
Conselho de Saúde: de acordo com a Lei n. 8.142/90 e diretrizes definidas 
na Resolução n. 333/2003, Conselho de Saúde é um órgão colegiado, deliberativo 
permanente do Sistema Único de Saúde, em cada esfera de governo, integrante 
da estrutura básica do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estado, 
do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e 
competência fixadas na Lei (Saúde, 1990). Segundo o ministério da saúde: 
O Conselho de Saúde será composto por representantes de Usuários, 
de Trabalhadores de Saúde, do Governo e de Prestadores de Serviços 
de Saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do Conselho, 
em Reunião Plenária. A representação dos usuários nos Conselhos de 
Saúde e Conferências de Saúde será paritária em relação ao conjunto 
dos demais segmentos. Os conselhos devem obedecer à paridade, de 
acordo com a legislação vigente e as recomendações da 10ª e 11ª 
Conferências Nacionais de Saúde. 
Sobre a distribuição de vagas: 50% de entidades de usuários, 25% de 
entidades dos trabalhadores de saúde, 25% de representação do governo, 
prestadores de serviços privados conveniados (Saúde, 1993). 
Ocorrendo por meio de conferências de saúde, que se constituem em 
espaços para a participação e o Controle Social no SUS com representação dos 
vários segmentos sociais, que se reúnem a cada quatro anos, para avaliar a 
situação de saúde de uma determinada região e propor as diretrizes para a 
formulação da política de saúde (Saúde, 1993). 
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A mais famosa e importante foi a 8ª Conferência de Saúde que ocorreu em 
1986, a qual trouxe marcos históricos para a saúde brasileira, assim, relembrar 
esse momento é de suma importância para gestores e futuros gestores de saúde. 
Fica como dica. 
4.3 Colegiados de Gestão Regional (CGR) 
O Colegiado de Gestão Regional (CGR) é uma estratégia para implantação 
do pacto pela saúde, editado pelo Ministério da Saúde em 2006, que define e 
articula prioridades e soluções (Saúde, 2006). 
TEMA 5 – INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO 
O planejamento é o primeiro passo para definir o sucesso ou não de um 
projeto, não sendo diferente para osgestores de uma forma geral, assim como os 
gestores de saúde. Devendo traçar seus objetivos, métodos de trabalho, recursos 
humanos, financeiros, insumos, prazos, e por fim ver a concretização dos 
objetivos traçados. 
 No SUS existe um instrumento norteador chamado PlanejaSUS, sendo 
preconizado o planejamento construído coletivamente, com a adoção de 
instrumentos básicos a serem utilizados nas três esferas de gestão, sendo: Plano 
de Saúde, Programação Anual e o Relatório Anual de Gestão (Portaria n. 
3.085/2006). 
5.1 Plano de saúde 
Por meio da análise situacional são criados objetivos, diretrizes e metas, 
que buscam resultados a serem concretizados em um período de quatro anos, 
esse instrumento político de grande valor para o gestor ter a oportunidade de 
negociar suas propostas chama-se Plano de Saúde. 
Segundo o Ministério, para a elaboração do plano devem ser considerados 
alguns procedimentos sequenciais (Saúde, 2006): 
 Formalizar a decisão do gestor de construir o plano por meio de uma 
portaria ou outro instrumento próprio, da respectiva esfera de gestão, ou 
apresentar uma proposta de construção do plano, ao respectivo Conselho 
de Saúde, para que se manifeste por meio de uma resolução, a ser 
aprovada pelo gestor; 
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 Incumbir a área de planejamento da respectiva esfera de gestão, ou no 
caso de sua inexistência, uma equipe designada pelo gestor para reunir e 
analisar alguns insumos indispensáveis à elaboração do plano, como o 
Plano Pluri-Anual; os Relatórios das Conferências de Saúde (respectiva, se 
disponível; estadual e nacional); os Relatórios de Avaliação do Plano 
vigente e os Relatórios Anuais de Gestão disponíveis; 
 Formular a proposta inicial com base na análise dos documentos citados 
anteriormente, adotando o modelo básico proposto pelo PlanejaSUS e 
adotado pela SES/SC, o qual se encontra disponível no endereço eletrônico 
<www.saude.sc.gov.br>, na barra de ferramentas azul – PlanejaSUS; 
 Promover encontros/ reuniões com o Conselho de Saúde e eventos 
específicos com a comunidade ou representações de segmentos sociais 
para a discussão dessa proposta inicial; 
 Promover encontros/ reuniões com outros setores, cuja atuação tem 
impacto sobre a saúde; 
 Analisar as propostas oriundas dessas iniciativas para incorporá-las à 
proposta inicial que, nessa etapa, passa a ser considerada versão 
preliminar; 
 Submeter novamente às áreas técnicas para apreciação e aprovação e, 
posteriormente, ao respectivo gestor; 
 Submeter formalmente ao Conselho de Saúde, sendo que essa versão 
passa a ser a proposta de Plano de Saúde da respectiva esfera de gestão; 
 Publicar em ato formal do gestor a versão aprovada pelo CS, que será 
assumida como instrumento orientador estratégico da gestão, do qual 
decorrem os demais instrumentos. 
Todos os passos são de suma importância, não podendo deixar nem um 
desses, pois assim, corre-se o risco de que a proposta feita pelo gestor seja 
rejeitada. 
5.2 Programação Anual de saúde 
É um instrumento primordial para o funcionamento do PlanejaSUS, 
devendo nele contar todas as ações que foram definidas, tais como o Plano Diretor 
de Regionalização e o Plano Diretor de Investimento. Deve ainda, contar períodos 
definidos para o ano calendário como o plano de saúde, responsabilidade de cada 
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esfera quando couber, sendo suas bases legais de elaboração: a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). 
Segundo o Ministério da saúde são objetivos da Programação Anual de 
Saúde: 
 Integrar o processo geral de planejamento das três esferas de governo, de 
forma ascendente: planos municipais, estadual e nacional de saúde, para 
o ano correspondente; 
 Consolidar o papel do gestor na coordenação da política de saúde; 
 Viabilizar a regulação, controle e avaliação do sistema de saúde; 
 Definir a macro alocação dos recursos do SUS para financiamento do 
sistema; 
 Promover a integração dos sistemas municipais de saúde; 
 Explicitar o pacto de gestão e o comando único em cada esfera de Governo; 
 Contribuir no desenvolvimento de processos e métodos de avaliação de 
resultado e controle das ações e serviços de saúde; 
 Do ponto de vista da estrutura, a Programação Anual de Saúde deve 
atender minimamente o seguinte formato: 
 Definir as ações que, no ano especifico, irão garantir o alcance dos 
objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde; 
 Estabelecer as metas anuais relativas a cada uma das ações definidas; 
 Identificar os indicadores que serão utilizados para o monitoramento da 
Programação; 
 Definir os recursos orçamentários necessários ao cumprimento da 
Programação. 
Importante lembrar que é essencial a criação de indicadores para monitorar 
o processo da programação anual de gestão. 
5.3 Relatório Anual de Gestão 
É um instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução 
da Programação Anual de Saúde, contemplando a comprovação da aplicação dos 
recursos repassados do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde dos 
Estados, Distrito Federal e Municípios (Saúde, 2006). 
São analisados por meio dos indicadores criados pelos gestores 
responsáveis. Sendo assim, Relatórios Anuais de Gestão apresentam as 
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dificuldades para realizar o trabalho, quais as medidas a serem tomadas e quais 
os resultados alcançados, dentre outros, e é importante ressaltar que sua 
elaboração deve ocorrer com base no Plano de saúde. 
Pode gerar inúmeros indicadores mediante seu resultado, podemos citar 
como exemplo: números de consultas eletivas, número de parto natural, consultas 
de emergência, entre muitos outros. Deve se lembrar que esses indicadores 
devem ter um propósito definido para terem validade e poderem ser aproveitados 
na análise dos resultados. 
Chegamos ao fim do primeiro módulo, no qual tivemos a oportunidade de 
iniciar uma breve recapitulação histórica da saúde no Brasil, com a criação do 
SUS, um marco em nossa história, trazendo um novo conceito de saúde pública. 
E apesar de consideradas de difícil entendimento, as leis, diretrizes, 
portarias dentre outras relacionadas são essenciais para o trabalho que um gestor 
de saúde pública deve desempenhar, facilitando o processo de trabalho, bem 
como direcionando para as metas traçadas, para atingir o objetivo proposto. 
Para reflexão: um gestor de saúde pública, sendo ele na esfera estadual 
ou municipal, pode interferir na qualidade da assistência prestada ao cidadão se 
ele não conhecer todas as normas, diretrizes, leis, portarias que regem a sua 
função? Sendo assim, você acredita ser importante para o gestor estar por dentro 
de grande parte da legislação em saúde pública? 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 6 
set. 2019. 
BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 20 set. 1990. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso em: 6 set. 2019. 
_____. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 31 dez. 1990. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm>. Acesso em: 6 set. 2019. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. 
Disponível em: <http://www.saude.gov.br/gestao-do-sus/articulacao-
interfederativa/comissao-intergestores-tripartite/pacto-pela-saude>. Acesso em: 6 
set. 2019. 
_____. PortariaGM n. 1.286, de 26 de outubro de 1993. Disponível em: 
<http://www.lex.com.br/doc_4362_portaria_n_1286_de_26_de_outubro_de_199
3>. Acesso em: 6 set. 2019. 
_____. Portaria GM n. 3.085, de 1º de dezembro de 2006. 
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt3085_01_
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em 2018. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/panorama>. Acesso 
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Descentralização e Regionalização: dinâmica e condicionantes da implantação do 
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Entendendo o pacto pela saúde na gestão do SUS e refletindo sua 
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RIO DE JANEIRO. Câmara Municipal. O Legislativo e os outros Poderes, 2011. 
Disponível em: <http://www.camara.rj.gov.br/funclegisla_opoderes.php?tamanho
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planeja-sus/2293-manual-de-orientacao-para-gestores-municipais-de-
saude/file>. Acesso em: 6 set. 2019. 
 
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AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL 
DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rebeca Fernandes Rocha 
 
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CONVERSA INICIAL 
Instrumentos de Planejamento 
Nesta aula, discutiremos os principais instrumentos para o planejamento da 
saúde por meio do PlanejaSUS. Planejar é fundamental para o sucesso de um 
empreendimento, uma habilidade indispensável para o gestor e sua equipe. Os 
instrumentos utilizados podem variar de acordo com a necessidade no momento 
do planejamento, por isso o planejamento deve ser dinâmico e passar por 
constantes avaliações. 
No âmbito do PlanejaSUS, é preconizado o planejamento construído 
coletivamente, com a adoção de instrumentos básicos a serem utilizados nas três 
esferas de gestão, sendo elas: o Plano de Saúde, a Programação Anual e o 
Relatório Anual de Gestão (Portaria nº 3.085/2006). 
TEMA 1 – PLANO DE SAÚDE 
Devido à grande diversidade inerente a cada município, com suas 
necessidades e peculiaridades, o Plano de Saúde deve ser direcionado a cada 
realidade, priorizando-as e permitindo que sejam realizadas adaptações e 
incorporações toda vez que houver necessidade, garantindo a participação social 
e dos gestores do SUS em conjunto (Brasil, 2017). 
Considerado um instrumento de análise situacional, bem como suas 
intenções e os resultados a serem alcançados no período de quatro anos, o Plano 
de Saúde é claramente delimitado em objetivos, diretrizes e metas, para facilitar 
o trabalho do gestor e outros atores envolvidos no processo (Oliveira; Reis, 2016). 
No início de cada gestão deve ocorrer a formulação do planejamento. O 
último ano de vigência do plano corresponde ao primeiro ano de um novo governo. 
Portanto, o governo que inicia faz uso do plano já elaborado, realizando os ajustes 
que se fizerem necessários, utilizando a Programação Anual de Saúde, a qual 
abordaremos na sequência (Santa Catarina, 2008). 
Sendo um instrumento de grande relevância política, o Plano de Saúde 
auxilia a negociação do gestor, visto que nele são apresentados as intenções e 
os resultados a serem buscados no período de quatro anos (Berreta et al., 2011). 
 
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1.1 Procedimentos 
Segundo o Ministério da Saúde, para a elaboração do Plano de Saúde, 
devem ser considerados alguns procedimentos. A seguir os descreveremos 
(Santa Catarina, 2008): 
 Formalizar a decisão do gestor de construir o plano por meio de uma 
portaria ou outro instrumento próprio, da respectiva esfera de gestão, ou 
apresentar uma proposta de construção do plano ao respectivo Conselho 
de Saúde, para que se manifeste por meio de uma resolução, a ser 
aprovada pelo gestor. 
 Incumbir a área de planejamento da respectiva esfera de gestão ou, no 
caso de sua inexistência, uma equipe designada pelo gestor, de reunir e 
analisar alguns insumos indispensáveis à elaboração do plano, tais como 
o Plano Plurianual, os Relatórios das Conferências de Saúde (respectiva, 
se disponível; estadual e nacional), os Relatórios de Avaliação do Plano 
vigente e os Relatórios Anuais de Gestão disponíveis. 
 Formular a proposta inicial a partir da análise dos documentos citados 
acima, adotando o modelo básico proposto pelo PlanejaSUS. 
 Promover encontros/reuniões com o Conselho de Saúde e eventos 
específicos com a comunidade ou representações de segmentos sociais 
para a discussão da proposta inicial. 
 Promover encontros/reuniões com outros setores, cuja atuação tem 
impacto sobre a saúde. 
 Analisar as propostas oriundas dessas iniciativas para incorporá-las à 
proposta inicial que, nessa etapa, passa a ser considerada versão 
preliminar. 
 Submeter novamente às áreas técnicas para apreciação e aprovação e, 
posteriormente, ao respectivo gestor. 
 Submeter formalmente ao Conselho de Saúde, sendo que essa versão 
passa a ser a proposta de Plano de Saúde da respectiva esfera de gestão. 
 Publicar em ato formal do gestor a versão aprovada pelo Conselho de 
Saúde, que será assumida como instrumento orientador estratégico da 
gestão, do qual decorrem os demais instrumentos. 
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Não necessariamente deve-se seguir o modelo acima. Adaptações podem 
ser feitas conforme a realidade local, dependendo de suas necessidades, a qual 
deve ser discutida com as respectivas áreas técnicas, para que sejam procedidas 
as correções, ampliações e aperfeiçoamentos necessários. 
TEMA 2 – PROGRAMAÇÃO ANUAL DE SAÚDE (PAS) 
A Programação Anual de Saúde tem por objetivo operacionalizar as 
intenções quadrienais expressas no Plano Nacional de Saúde (PNS). A 
Programação Anual de Saúde é detalhada a partir dos objetivos, das diretrizes e 
das metas do Plano de Saúde, as ações, as metas anuais e os recursos 
financeiros que operacionalizam o respectivo plano, bem como os responsáveis e 
as parcerias necessárias para a execução das ações determinadas. São 
apresentados também os indicadores de processo para o seu monitoramento 
(Brasil, 2018). 
2.1 Ações 
As ações são as medidas ou iniciativas concretas a serem desenvolvidas, 
que deverão contribuir para o alcance dos objetivos e das metas propostas no 
Plano de Saúde (Brasil, 2006). São exemplos de ações: 
 Contratar profissionais para compor as equipes de saúde bucal; 
 Realizar cursos para as equipes de saúde bucal. 
2.2 Metas Anuais 
As metas anuais da programação são expressões quantitativas das ações 
definidas. O estabelecimento das metas anuais deve levar em conta, 
necessariamente, as metas definidas no Plano de Saúde. Considerando as ações 
apresentadas anteriormente, são exemplos de metas anuais da Programação 
(Brasil, 2009): 
 Contratar (x) dentistas e (y) técnicos em higiene dental; 
 Realizar (x) cursos para as equipes de saúde bucal. 
Instrumentos específicos são utilizados e informatizados pelo SUS o para 
facilitar o controle e coleta de dados. São eles: a Programação Pactuada Integrada 
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da Assistência (PPI/Assistência) e a Programação Pactuada Integrada da 
Vigilância em Saúde (PPI/VS)(Santa Catarina, 2008). 
Sendo um instrumento operacional, a Programação Anual de Saúde 
apresenta as necessidades contidas no Plano de Saúde. São pactuados os 
recursos financeiros e procedimentos relativos à assistência à saúde que será 
prestada na PPI, proporcionando ao gestor maior controle sob suas metas, 
recursos e necessidade de mudanças de estratégia, caso seja necessário. 
2.3 Objetivos 
São objetivos da Programação Anual de Saúde (Santa Catarina, 2008): 
 Integrar o processo geral de planejamento das três esferas de governo, de 
forma ascendente, coerente com os respectivos planos municipais, 
estadual e nacional de saúde, para o ano correspondente; 
 Consolidar o papel do gestor na coordenação da política de saúde; 
 Viabilizar a regulação, controle e avaliação do sistema de saúde; 
 Definir a macroalocação dos recursos do SUS para financiamento do 
sistema; 
 Promover a integração dos sistemas municipais de saúde; 
 Explicitar o pacto de gestão e o comando único em cada esfera de governo; 
 Contribuir no desenvolvimento de processos e métodos de avaliação de 
resultado e controle das ações e serviços de saúde. 
Do ponto de vista da estrutura, a Programação Anual de Saúde deve 
atender minimamente as seguintes exigências: 
 Definir as ações que, no ano específico, irão garantir o alcance dos 
objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde; 
 Estabelecer as metas anuais relativas a cada uma das ações definidas; 
 Identificar os indicadores que serão utilizados para o monitoramento da 
Programação; 
 Definir os recursos orçamentários necessários ao cumprimento da 
Programação. 
A seleção dos indicadores que permitirão o monitoramento da programação 
também deve ser feita com especial atenção. Como no Plano de Saúde, é 
importante considerar as fontes a serem usadas. 
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TEMA 3 – INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 
Existem distintos instrumentos e sistemas informatizados de programação 
no SUS, como a Programação Pactuada Integrada da Assistência (PPI/ 
Assistência) e a Programação Pactuada Integrada da Vigilância em Saúde 
(PPI/VS) (Brasil, 2006). 
Esses instrumentos apresentam aberturas programáticas específicas, de 
acordo com o objeto da pactuação. Na PPI estão pactuados os procedimentos e 
recursos financeiros relativos à assistência à saúde (Brasil, 2018). 
Para que o PlanejaSUS funcione adequadamente, o PAS é o instrumento 
fundamental. Deve-se levar em conta ou ser o orientador de todos os instrumentos 
específicos da programação existente, como os supracitados, assim como os 
outros definidos no escopo do Pacto pela Saúde, tais como o Plano Diretor de 
Regionalização e o Plano Diretor de Investimento (Brasil, 2018). 
O horizonte temporal da Programação Anual de Saúde coincide com o 
período definido para o exercício orçamentário, ou seja, um ano calendário. 
Portanto, as bases legais para sua elaboração são: a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) (CONASS, 2016). 
A Programação Anual de Saúde é o instrumento que reúne, portanto, todas 
as iniciativas a serem implementadas pela respectiva esfera de gestão, em 
determinado ano, devendo, a exemplo da elaboração do Plano de Saúde, ser 
coordenada pela área de planejamento ou, no caso de sua inexistência, por uma 
equipe designada para esse fim. 
TEMA 4 – RELATÓRIO ANUAL DE GESTÃO 
Os resultados alcançados são apurados, com base no conjunto de 
indicadores que foram definidos na programação para acompanhar o 
cumprimento das metas anuais, dos valores orçamentários e dos recursos 
financeiros nela fixadas (Carvalho et al., 2012) 
No final do período vigente do plano de saúde, é necessário que seja feita 
a avaliação, com apresentação dos resultados efetivamente alcançados, dando 
subsídio para a elaboração do novo plano, apresentando as correções de 
situações que foram necessárias, bem como a inclusão de novos desafios ou 
inovações (Brasil, 2006). 
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O Relatório Anual de Gestão é um material riquíssimo e único, com 
informações tanto quantitativas quanto qualitativas. Nele podem ser analisados os 
resultados propostos e os resultados obtidos. 
O Relatório Anual de Gestão deverá ser elaborado em conformidade com 
a Programação e indicar, inclusive, as eventuais necessidades de ajustes no 
Plano de Saúde. Esse relatório é também instrumento das ações de auditoria e 
de controle (Brasil, 2006). 
 Para acompanhar o cumprimento das metas, são definidos indicadores, 
como já citado anteriormente, que serão avaliados durante a execução do plano 
anual de saúde. 
4.1 Indicador 
Para determinar as variáveis do índice de uma determinada situação, 
devemos fazer uma relação para medir as mudanças e delimitar o cumprimento 
das metas. 
Um exemplo da construção de indicadores pode ser formulado a partir de 
uma das prioridades do Pacto pela Saúde – Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 
2006: 
 Prioridade: Redução da mortalidade infantil e materna 
 Metas: (i) reduzir a mortalidade neonatal em 5% no ano; (ii) reduzir em 50% 
os óbitos por doenças diarreicas e 20% por pneumonia em no ano; (iii) criar 
comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com população 
acima de 80 mil habitantes no ano; e (iv) reduzir em 5% a razão de 
mortalidade materna no ano. 
Para o acompanhamento do cumprimento dessas metas, poderiam ser 
usados alguns indicadores, tais como: 
 Taxa de mortalidade neonatal; 
 Taxa de mortalidade infantil por causa; 
 Número de comitês de vigilância do óbito criados em municípios com 
população acima de 80 mil habitantes; 
 Razão de mortalidade materna. 
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O objetivo dos indicadores é concentrar informações consideradas críticas 
em relação aos problemas identificados e objetivos propostos, fornecendo 
elementos para elaboração da programação. 
4.2 Variáveis 
São exemplos de variáveis para avaliar o número de exames por consulta 
eletiva: 
 Número de exames por consulta eletiva. 
 Total de consultas médicas eletivas. 
São os dados sobre determinado fato ou situação que compõem o 
numerador e o denominador do indicador, contribuindo como facilitador na análise 
de dados e qual estratégia será elaborada. 
4.3 Estrutura 
Do ponto de vista da estrutura, o Relatório Anual de Gestão deverá conter 
minimamente, sob um olhar estrutural (Brasil, 2013): 
 O resultado da apuração dos indicadores; 
 A análise da execução da programação (física e orçamentária); 
 As recomendações (como revisão dos indicadores e reprogramação). 
No Relatório Anual de Saúde os gestores obtêm subsídios para embasar a 
Programação Anual de Saúde, verificando se foram atingidas as metas propostas, 
entre outras informações relevantes. 
As áreas técnicas precisam de orientação e apoio da equipe de 
planejamento para analisar os resultados apresentados e seus impactos dentro 
do Plano de Saúde (Brasil, 2013). 
O Plano de Saúde pode sofrer ajustes tanto na programação, quanto em 
outras necessidades que surgirem, a partir de recomendações elaboradas pelas 
áreas técnicas. Cabe à equipe de planejamento sistematizar o trabalho realizado 
pelas áreas técnicas, gerando assim o documento final que será o Relatório Anual 
de Gestão (Santa Catarina, 2008). 
 
 
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TEMA 5 – INTRODUÇÃO AOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO 
Os instrumentos de gestão não são engessados. Eles precisam revisão 
periódica de objetivos, que podem ocorrer com a mudança das necessidades ou 
surgimento de obstáculos. Eles devem seguir as decisões dos gestores, pois 
foram baseados nessas decisões e nas suas percepções sobre as necessidades 
sociais. 
Mais do que uma exigência local,os instrumentos de gestão são 
importantes para a concretização dos compromissos assumidos pelos gestores 
quando assinaram o Termo de Compromisso de Gestão (Santa Catarina, 2008). 
Quando apresentam o planejamento das ações de saúde, os gestores trazem 
para si a responsabilidade de garantir o acesso e a integralidade da atenção à 
saúde, deixando patente a necessidade de articulação entre os processos de 
regulação e de Programação Pactuada e Integrada (PPI) em conformidade com o 
Plano Diretor de Regionalização (PDR) e com o Plano Diretor de Investimento 
(PDI). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Nesta aula, discutimos a importância do planejamento na área da saúde. 
Aprendemos os principais instrumentos para o planejamento da saúde com o 
PlanejaSUS. Aprendemos também a importância do Relatório Anual de Gestão, 
por apresentar indicadores que irão nortear as ações do gestor. 
O PlanejaSUS é construído com a participação de vários atores. Está à 
disposição de todos os indivíduos que tenham interesse em saber o que acontece 
com a saúde, seja na esfera federal, estadual ou municipal. 
 
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REFERÊNCIAS 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.085, de 1º de dezembro de 2006. 
Regulamenta o sistema de planejamento do SUS. Disponível em: < 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt3085_01_12_2006.html>. 
Acesso em: 13 set. 2019. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Programação Anual de Saúde (PAS) 2019. 
Brasília, 2018. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/programacao_anual_saude_PAS_2
019.pdf>. Acesso em: 13 set. 2019. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS): 
uma construção coletiva – trajetória e orientações de operacionalização. Brasília, 
Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/planejaSUS_livro_1a6.pdf>. Acesso 
em: 13 set. 2019. 
BRASIL. Portaria n. 2.436, de 21 de setembro de 2017. Política Nacional De 
Atenção Básica. Diário Oficial da União. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>. 
Acesso em: 13 set. 2019. 
CARVALHO, A. L. B. et al. A gestão do SUS e as práticas de monitoramento e 
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estratégica. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 4, p. 901-911, 2012. 
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Apoio à Gestão Estadual do SUS. 2016. Disponível em: 
<https://www.conass.org.br/guiainformacao/programacao-anual-de-saude/>. 
Acesso em: 13 set. 2019. 
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OLIVEIRA A. M. F; REIS R. S. Gestão Pública Em Saúde Os Desafios Da 
Avaliação Em Saúde. 1. ed. São Luís: EDUFMA, 2016. Disponível em: 
<http://www.unasus.ufma.br/site/files/livros_isbn/isbn_gp14.pdf>. Acesso em: 13 
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SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Saúde. Sistema Único de Saúde. 
Manual de Orientação para Gestores Municipais de Saúde. Florianópolis: 
IOESC, 2008. Disponível em: 
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ento-em-saude/planeja-sus/arquivos-soltosplanejasus/2293manualdeorientacao-
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AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL 
DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Rebeca Fernandes Rocha 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Neste módulo, falaremos sobre as principais ferramentas utilizadas para 
nortear o trabalho do gestor municipal de saúde, auxiliando seu planejamento e 
sua tomada de decisão, sendo um facilitador dentro de tantas responsabilidades 
desenvolvidas por ele. 
A maior responsabilidade do gestor municipal de saúde, bem como dos 
gestores da união e estadual, é garantir que a saúde chegue a todos os cidadãos 
(Brasil, 1988). 
TEMA 1 – INSTRUMENTOS DE GESTÃO 
As ferramentas utilizadas na gestão pública municipal na regionalização 
são chamadas de instrumentos de gestão: 
 Plano Diretor de Regionalização – PDR; 
 Plano Diretor de Investimento – PDI; 
 Programação Pactuada Integrada – PPI. 
Para construir esses instrumentos, os gestores devem conhecer de perto a 
comunidade, buscando sempre atender às necessidades desta, por isso, são 
dinâmicos, passando por revisão periódica dos objetivos toda vez que houver 
necessidade (CNS, 1996). 
O Termo de Compromisso de Gestão é necessário ao desenvolvimento 
regional e imprescindível à concretização dos compromissos assumidos pelos 
gestores no momento da assinatura. O planejamento das ações de saúde é mais 
que uma exigência formal; ele expressa as responsabilidades dos gestores na 
garantia do acesso e da integralidade da atenção à saúde, deixando patente a 
necessidade de articulação entre os processos de regulação e de PPI em 
conformidade com o PDR e com o PDI (Conasems, 1999). 
Por ser um país de grandes dimensões, há suas peculiaridades, assim, os 
gestores – juntamente com os usuários do SUS e responsáveis técnicos – devem 
periodicamente reunir-se para discutir as necessidades de cada localidade, para 
construir um instrumento único que identifique as necessidades de seu município, 
bem como acompanhar as ações e os serviços de saúde que serão 
desenvolvidos, sem deixar de trabalhar com a prevenção, promoção, assistência 
e reabilitação da saúde dos munícipes. 
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O gestor municipal tem um papel fundamental e de grande relevância no 
SUS, devendo estar preparado para tal, isso acontece por meio de conhecimento 
científico, político, estudo, experiência profissional, bem como perfil para gestão. 
TEMA 2 – PLANO DIRETOR DE REGIONALIZAÇÃO – PDR 
Sendo parte integrante do plano de saúde estadual, o PDR tem como 
função organizar de forma regionalizada e hierarquizada a assistência à saúde, 
para garantir o acesso da população a todos os níveis de complexidade dos 
serviços de saúde (Brasil, 2002). 
A regionalização é o princípio que deve orientar a descentralização das 
ações e serviços de saúde e os processos de negociação e pactuação entre os 
gestores. Os instrumentos de planejamento, controle e avaliação devem seguir a 
mesma lógica de organização e distribuição regional, que permita coerência, 
consistência e eficiência na alocação e gestão dos recursos do SUS (Brasil, 1988). 
2.1 Objetivos da regionalização 
Conforme a Portaria n. 399, de 2006, seus objetivos são: 
 garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de saúde 
cuja complexidade e contingente populacional transcendam a escala 
local/municipal; 
 garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais e 
promover a equidade, ampliando a visão nacional dos problemas, 
associada à capacidade de diagnóstico e decisão loco-regional, que 
possibilite os meios adequados para a redução das desigualdades no 
acesso às ações e serviços de saúde existentes no país; 
 garantir à integralidade na atenção a saúde, ampliando o conceito de 
cuidado à saúde no processo de reordenamento das ações de promoção, 
prevenção, tratamento e reabilitação com garantia de acesso a todos os 
níveis de complexidade do sistema; 
 potencializar o processo dedescentralização, fortalecendo estados e 
municípios para exercerem papel de gestores e para que as demandas dos 
diferentes interesses loco-regionais possam ser organizadas e 
expressadas na região; 
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 racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando ganho em 
escala nas ações e serviços de saúde de abrangência regional. 
O Ministério da Saúde é responsável por planejar, organizar, executar, 
avaliar e controlar as ações e os serviços de saúde públicos e privados sob sua 
gestão, bem como prestar apoio técnico-financeiro aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional. 
Elaborar normas e protocolos para regular as relações entre o SUS e os serviços 
privados (Brasil, 1988). 
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), responsável por planejar, 
organizar, executar, avaliar e controlar as ações e os serviços de saúde públicos 
e privados sob sua gestão, bem como prestar apoio técnico-financeiro aos 
Municípios em caráter suplementar. Coordenar a rede estadual de laboratórios de 
saúde pública e hemocentros, propondo e formulando normas e protocolos dos 
serviços com a realização de acompanhamentos e monitoramentos de todos os 
serviços vinculados ao SUS (Brasil, 1988). 
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é responsável por planejar, 
organizar, executar, avaliar e controlar as ações e os serviços de saúde públicos 
e privados sob sua gestão. É de sua exclusiva responsabilidade a garantia da 
atenção básica, conforme estabelecido na Política Nacional de Atenção Básica 
(Brasil, 1988). 
2.2 Regiões de Saúde 
As Regiões de Saúde são consideradas recortes territoriais inseridos em 
um espaço geográfico contínuo, identificadas pelos gestores municipais e 
estaduais com base em identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de 
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território (Brasil, 
2006). 
Seus deveres são: 
 organizar a rede de ações e serviços de saúde; 
 favorecer a ação cooperativa e solidária entre os gestores e o 
fortalecimento do controle social; 
As regiões podem ter os seguintes formatos: 
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 regiões intraestaduais, compostas de mais de um município, em um mesmo 
estado; 
 regiões intramunicipais, organizadas em um mesmo município de grande 
extensão territorial e densidade populacional; 
 regiões interestaduais, conformadas a partir de municípios limítrofes em 
diferentes estados; 
 fronteiriças, conformadas a partir de municípios limítrofes com países 
vizinhos. 
O processo para a aprovação do PDR é baseado no pacto entre os 
gestores, e a iniciativa cabe às secretarias estaduais de saúde. A elaboração do 
plano diretor de regionalização consiste em um processo de planejamento 
integrado, coordenado pela respectiva Secretaria Estadual de Saúde, que envolve 
um conjunto específico de municípios que comporão uma região de saúde do 
estado. 
Macrorregião de Saúde, organização e estrutura: 
 Formada por uma ou mais Regiões de Saúde. 
 Organizado/Estruturado para atender a parte da média complexidade que 
se evidencia mais complexo e a Alta Complexidade Ambulatorial e 
Hospitalar. 
 Não possui município sede e sua definição depende de cumprimento de 
critérios que levam em conta serviços de alta complexidade instalados. 
 Ter serviços de Alta Complexidade Ambulatorial em pelo menos 2 (dois) 
itens de assistência de Alta Complexidade (conformes grupos da PPI); 
 População referenciada, mínima de 300.000 habitantes não excluindo 
nenhuma das macrorregiões já existentes não podendo haver quebra no 
desenho da macrorregião. 
 Ficam mantidas as pactuações hoje aprovadas na PPI da assistência 
sendo que as mesmas serão revistas conforme a solicitação do município 
que recebe e ou que encaminha, ou por habilitação de novos serviços. 
 Possuir ou estar vinculado a uma central de regulação de urgência e 
emergência (SAMU). 
 Possuir leitos de UTI adulto e infantil disponível ao SUS. 
 Possuir leitos de AIDS, disponível ao SUS. 
 Possuir Busca e/ou Captação de órgão e ou realizar um tipo de transplante. 
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 Ser referência nas redes assistenciais de alta complexidade definidas nos 
planos estruturantes aprovados na CIB. (Terapia Renal Sustitutiva, 
Cardiologia, Neurologia, Traumato-Ortopedia, Saúde Auditiva, oncologia, 
Oftalmologia entre outros). 
 Realizar procedimentos de média complexidade e alta assistência de Alta 
Complexidade 
 Base territorial de planejamento da atenção à saúde. 
 Não necessariamente coincidente com a divisão administrativa do estado 
(Lei n. 381/2007). 
 Ser referência para uma população mínima de 100.000 habitantes. 
 Possuir um serviço do Centro de Especialidades Odontologia (CEO) e que 
faça referência para no mínimo dois municípios circunvizinhos ou conforme 
parâmetros populacionais de cobertura específicos do serviço. 
 Respeitar na definição dos limites geográficos da Região de Saúde sempre 
que possível à configuração definida pela reforma administrativa Lei 
Complementar n. 381/2007. 
 Município que por seus equipamentos urbanos e de saúde exerce força de 
atração sobre os demais. 
 Representada por procedimentos classificados pela PPI como de média 
complexidade ambulatorial e ou hospitalar. (No mínimo para 02 (dois) 
municípios circunvizinhos). 
TEMA 3 – PLANO DIRETOR DE INVESTIMENTO – PDI 
Com o objetivo de superar a desigualdade, apresenta os recursos de 
investimento tripartite. Garantindo a integralidade de atenção a saúde, em 
conjunto com o planejamento estadual e regional. Na esfera municipal deve 
alcançar suficiência na atenção à saúde. 
A organização da rede de ações e serviços, em uma lógica de 
regionalização e hierarquização, baseada em critérios que levem em conta as 
necessidades de saúde da população, demanda certa racionalidade na 
organização dos serviços (que devem se orientar por critérios de complexidade 
crescente, qualidade, economia de escala, compatibilidade entre disponibilidade 
de profissionais e tecnologias), garante o acesso e a qualificação das portas de 
entrada (Atenção Básica em geral, pronto-atendimento e emergências) e 
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assegura os fluxos e as referências para todos os serviços necessários, 
superando os limites político-administrativos e as barreiras geográficas. 
O PDR, o PDI e a PPI são ferramentas de planejamento técnico e financeiro 
da política de saúde na lógica da regionalização solidária proposta pelo Pacto pela 
Saúde. 
Os planos de investimento serão discutidos e aprovados na CIB, sendo que 
seu desenho final pode conter os recursos financeiros de investimento destinados: 
 ao processo de regionalização; 
 ao desenvolvimento de ações de promoção à saúde; 
 à recuperação, readequação, expansão e organização da rede física de 
saúde; 
 à aquisição de equipamentos; 
 ao desenvolvimento de ações de vigilância em saúde; 
 à constituição dos espaços de regulação; 
 à promoção da equidade inter-regional; 
 a outras necessidades pactuadas regionalmente. 
o incentivos para a Atenção Básica: Programa de Inclusão Social – Procis, 
Cofinanciamento da Atenção Básica, Assistência Farmacêutica Básica; 
o incentivos específicos de Média Complexidade: Serviço de Atendimento 
Móvel - SAMU, Centro de Especialidades Odontológicas – CEO; 
o incentivos específicos de Alta Complexidade: Incentivo Hospitalar; 
o convênios estaduais. 
O PDI deve também considerar a integralidade da atenção, incluindo 
investimentos em serviços e ações de vigilância e promoção em saúde. 
O PDI reflete as possibilidades de negociação de prioridades regionaise a 
alocação de recursos de investimento tripartites que visam à superação das 
desigualdades de acesso e à garantia da integralidade da atenção à saúde. 
TEMA 4 – PROGRAMAÇÃO PACTUADA INTEGRADA – PPI 
Por meio da PDI, os gestores apresentam os “pactos de referência” pelos 
quais um município passa a atender à população de outro município, ambos 
integrados à mesma Região de Saúde e/ou macrorregião, detalhando os recursos 
destinados ao atendimento de sua própria população e da população a ele 
referenciada (Tamaki; Moreira, 2017). 
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A PPI deve procurar integrar as várias áreas de atenção à saúde, em 
coerência com o processo global de planejamento, considerando as definições 
anteriores expressas nos planos de saúde e as possibilidades técnicas dos 
diversos municípios. Essa integração deve se dar no que diz respeito à análise da 
situação de saúde e estimativa de necessidades da população e definição das 
prioridades da política de saúde em cada esfera, como orientadores dos diversos 
eixos programáticos. 
A Programação Pactuada e Integrada da Assistência foi normatizada por 
meio da aprovação da Deliberação CIB n. 005/04, de 29 de janeiro de 2004, e 
vem sendo atualizada parcialmente conforme a necessidade de revisão da 
programação física e financeira. A Deliberação CIB n. 200/2018 é o instrumento 
mais atualizado que estabelece os critérios para a PPI estadual. 
Dando assistência por meio de um processo instituído no SUS, no qual são 
definidas e quantificadas as ações e os serviços de saúde para a população 
residente de cada território, garantindo seu acesso, independentemente do local 
de execução. 
A PPI tem por objetivo organizar as redes de serviços, dando transparência 
aos fluxos estabelecidos e definindo, a partir de critérios e parâmetros, os limites 
financeiros destinados à assistência da população de cada município (Brasil, 
2006). 
São objetivos da PPI: 
 buscar a equidade de acesso; 
 orientar a alocação dos recursos financeiros baseados em parâmetros 
assistenciais, para atendimento das necessidades da população; 
 definir os limites financeiros dos municípios; 
 fornecer subsídios para o processo de regulação do acesso; 
 contribuir para a organização de redes de assistência 
 possibilitar transparência dos pactos intergestores. 
A PPI deve ser pauta de discussão e avaliação nos Colegiados de Gestão, 
com base no Pacto pela Saúde, construindo um SUS solidário e regionalizado. A 
proposta da PPI reflete determinadas intencionalidades, buscando garantir o 
acesso, o que na prática nem sempre é assegurado, frente a esta situação e no 
intuito de cumprir com os princípios e diretrizes do SUS, as pactuações 
contempladas na PPI da Assistência que não forem cumpridas, o recurso 
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correspondente deverá retornar ao Gestor de origem do usuário. O prazo entre a 
pactuação e a realização é no mínimo semestral, cabendo ao gestor que não foi 
atendido, o respectivo ressarcimento, e ele deverá prestar contas dos 
atendimentos realizados com esse recurso (Brasil, 2006). 
O controle das pactuações é realizado e acompanhado mediante emissão 
de termo de garantia de acesso, podendo ser acompanhado pelas diversas 
instâncias de controle interno e externo. 
TEMA 5 – FICHA DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA – FPO 
A ficha de programação orçamentária é o aplicativo que possibilita ao 
gestor local registrar a programação física orçamentária de cada estabelecimento 
de saúde que presta atendimento ao SUS. A programação deve estar coerente 
com a PPI e baseada em contrato/convênio com o SUS. Tem como principais 
funcionalidades: 
 permitir o registro da programação físico orçamentária por grupo, subgrupo, 
forma de organização e/ou procedimento; 
 possibilitar ao gestor local informar o limite financeiro por tipo de 
financiamento; 
 possibilitar ao gestor local informar valores a maior para os procedimentos, 
tendo como base a tabela de referência do SUS; 
 permitir a importação e exportação de dados. 
É o documento que registra a programação física e orçamentária da 
unidade que deve retratar o teto da PPI, as alterações da PPI não devem ser 
frequentes, em razão do processo de contratualização e o fluxo dos pacientes. 
FINALIZANDO 
Utilizando instrumentos para auxiliar na gestão pública municipal, 
abordamos três ferramentas principais: o PDR, PDI e o PPI, bem como a 
importância de conhecer todas as necessidades da comunidade. Esses 
instrumentos são dinâmicos e mudam de acordo com a necessidade da população 
local. 
Compreendemos, neste módulo, as ferramentas utilizadas pelos gestores 
municipais que os auxiliam em suas tomadas de decisões, plano orçamentário, 
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pacto entre as esferas municipais, estaduais e federais, garantindo que a saúde 
chegue a todos os cidadãos. 
 
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REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF, Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 
16 set. 2019. 
______. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 3.085, de 1º de dezembro de 2006. 
Disponível em: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1098>. Acesso 
em: 16 set. 2019. 
______. Ministério da Saúde. Portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006. 
Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0399_22_02_2006.html>. 
Acesso em: 16 set. 2019. 
______. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Sistema Único de Saúde 
(SUS): instrumentos de gestão em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. 
Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sus_instrumento.pdf>. Acesso em: 
16 set. 2019. 
______. Ministério da Saúde. Tabela de Procedimentos, OPM e Medicamento 
do SUS e apresentação SIA/SUS dos procedimentos VISA. Maio 2010. 
Disponível em: 
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33856/419800/capacitacao.pdf/ace8d7d3-
5e45-45a7-b172-42d2c98a0373?version=1.0>. Acesso em: 16 set. 2019. 
CNS – CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Norma Operacional Básica do 
Sistema Único de Saúde – SUS. Diário Oficial da União, 6 nov. 1996. Disponível: 
<https://conselho.saude.gov.br/legislacao/nobsus96.htm#4>. Acesso em: 16 set. 
2019. 
CONASEMS – CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE 
SAÚDE. Estatuto. 1999. Disponível em: 
<https://www.conasems.org.br/institucional/estatuto/>. Acesso em: 16 set. 2019. 
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OUVERNEY A B. Regionalização do SUS: uma análise da estratégia de 
integração intermunicipal. Administração em Diálogo, São Paulo, n. 7, 2005, p. 
91-106. 
TAMAKI E. M.; MOREIRA, L. C. O. A Programação Pactuada e Integrada como 
instrumento de garantia da integralidade da atenção à saúde no SUS. Interações, 
Campo Grande, MS, v. 18, n. 4, p. 99-108, out./dez. 2017. 
 
 
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AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL 
DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Rebeca Fernandes Rocha 
 
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INTRODUÇÃO 
Quando se fala em gestão, torna-se impossível não falar sobre questões 
financeiras, sobre quem ficará responsável em arrecadar, quantificar, avaliar as 
necessidades e distribuir de acordo com a demanda gerada, com isso, 
apresentaremos, então, o financiamento do SUS. 
Os recursos ficam em posse da União, logo, o financiamento das ações e 
serviços de saúde criados pelos estados,municípios e Distrito Federal são 
distribuídos por esta. Todos devem estar no Orçamento da Seguridade Social, e 
os valores devem ser repassados por meio de transferências regulares e 
automáticas, remuneração por serviços gerados, contrato de repasses, 
convênios, entre outros instrumentos (Brasil, 2017). 
TEMA 1 – FORMAS DE TRANSFERÊNCIAS NO SUS 
1.1 Transferências legais (TL) 
As transferências legais de recursos consistem em repasses do Governo 
Federal para estados, Distrito Federal e municípios, sendo direcionadas em leis 
específicas. Há duas formas de transferência legal cujos recursos estão 
vinculados a um fim específico: a transferência automática e a transferência de 
fundo a fundo. A Saúde utiliza apenas a modalidade de transferência de fundo a 
fundo (Krüger, 2017). 
1.2.1 Transferências de fundo a fundo (TFF) 
Sendo instrumento de descentralização de recursos disciplinado em leis 
específicas, caracterizando-se pelo repasse diretamente de fundos da esfera 
federal para fundos das esferas estaduais, municipais e do Distrito Federal, 
dispensando a celebração de convênios (Brasil, 2019). 
Os fundos que operam essa modalidade de transferência são o Fundo 
Nacional de Saúde (FNS) e o Fundo Nacional da Assistência Social (FNAS). Esse 
tipo de transferência é realizado por repasses fundo a fundo e pagamento direto 
a prestadores de serviços e a beneficiários cadastrados, de acordo com o 
estabelecido em portarias. 
Segundo Pacto de Gestão e a qualificação e a certificação aos programas 
e incentivos do Ministério da Saúde e os respectivos tetos financeiros, ocorre a 
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transferência fundo a fundo, que se caracteriza pelo repasse dos recursos, 
diretamente do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os Fundos Estaduais e 
Municipais de Saúde (Brasil, 2014). 
As normas norteadoras para essa forma de transferência, no âmbito do 
FNS, são a Lei n. 8.142/1990, regulamentada pelo Decreto n. 1.232/1994. Os 
recursos das transferências fundo a fundo destinam-se à cobertura das ações e 
serviços de saúde implementados pelos estados, Distrito Federal e municípios 
(Brasil, 2014). 
 A aplicação dos recursos deve ser realizada conforme o previsto no plano 
de saúde dos estados, Distrito Federal ou municípios. As contas para 
transferências de recursos regulares e automáticos, na modalidade fundo a fundo, 
destinadas ao financiamento das ações e serviços de saúde, serão abertas pelo 
Fundo Nacional de Saúde (Brasil, 2014). 
Os recursos referentes a cada bloco de financiamento devem ser aplicados 
nas ações e serviços de saúde relacionados ao próprio bloco. Os recursos 
referentes aos blocos da Atenção Básica, Atenção de Média e Alta Complexidade 
Ambulatorial e Hospitalar, Vigilância em Saúde e de Gestão do SUS. 
TEMA 2 – DESTAQUES DE FINANCIAMENTO 
Divididos em blocos, destacam-se da seguinte forma (Santa Catarina, 
2008): 
 Bloco da Atenção Básica: Componente Piso da Atenção Básica Fixo (PAB) 
Fixo; Componente Piso da Atenção Básica Variável (PAB Variável) 
 Bloco da Atenção Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar: 
Componente Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial 
e Hospitalar (MAC) 
 Bloco da Vigilância em Saúde: Componente da Vigilância Epidemiológica 
e Ambiental em Saúde 
 Bloco do Financiamento para a Assistência Farmacêutica 
 Bloco de Financiamento de Gestão: Componente para a Qualificação da 
Gestão do SUS 
Outros blocos e componentes poder ser criados por meio de ato normativo 
para fins de implantação de políticas específicas. 
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TEMA 3 – FUNDOS DE SAÚDE 
Em todos os níveis, os fundos de saúde são geridos conjuntamente com a 
participação colegiada de órgãos públicos e da sociedade organizada. Na Lei 
8.080/1990, no seu Art. 33., os recursos financeiros do (SUS) serão depositados 
em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob 
fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde (Brasil, 1990). 
Essas receitas somente serão aplicadas se estiverem vinculadas a 
dotações consignadas na lei do orçamento ou em créditos adicionais; seus saldos 
positivos, salvo restrições da lei de criação do fundo, serão transferidos para o 
exercício financeiro seguinte. A lei que instituir o fundo especial poderá determinar 
normas peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem, de qualquer 
modo, elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente 
(Brasil, 1964). 
O Fundo Municipal de Saúde (FMS) é um instrumento legal de naturezas 
contábeis, orçamentárias e financeiras, destinado a gerir centralizadamente, com 
racionalidade e transparência, a totalidade dos recursos da saúde do município. 
Ele compõe-se de: Lei de criação; Regulamento, se for necessário; Plano de 
Contas Contábil; Elenco de contas corrente em seu nome, complementado pela 
especificação do tipo/origem do recurso, devendo utilizar o CNPJ (Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica) da própria Prefeitura. Deve ser inserido na lei do 
orçamento como unidade orçamentária e ter sua operação comprovada por 
balancetes, relatórios financeiros mensais e balanços específicos (Santa Catarina, 
2008). 
O FMS obedece, na execução de suas atividades, às mesmas leis, normas 
e procedimentos comuns à administração pública, tais como: As leis federais n. 
4.320/1964 e n. 8.666/1993 e suas alterações; a Lei complementar n. 101/2000 
(lei de responsabilidade fiscal); bem como as leis e normas municipais 
complementares. As atividades do FMS deverão ser realizadas por servidores da 
própria prefeitura, porém coordenadas pelo Secretário de Saúde. 
As atividades mais comuns no dia a dia do FMS são: 
 elaboração dos orçamentos e das programações de execução de receitas 
e despesas; 
 abertura e controle de contas bancárias; 
 realização de licitações, 
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 administração de contratos e convênios; 
 elaboração de relatórios financeiros; prestação de contas; captação de 
recursos etc. 
Nos municípios pequenos, essas atividades poderão ser realizadas nas 
estruturas existentes na prefeitura (contabilidade, comissão de licitação), 
evitando-se o acréscimo desnecessário de custos com estruturas paralelas. 
Municípios de médio e grande porte poderão optar por montar, na própria 
Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estruturas específicas de apoio à operação 
do FMS, como comissão de licitação, almoxarifado, serviço de contabilidade 
específica e designação de um gerente/técnico para auxiliar o Secretário de 
Saúde na coordenação da execução, controle e avaliação dessas atividades, visto 
que, geralmente, o gestor da SMS não possui formação ou experiência na área 
de administração e finanças públicas (Conass, 2016). 
Essa medida objetiva trazer para o âmbito da SMS o manejo da questão do 
planejamento, administração, controle e avaliação dos recursos financeiros da saúde, 
assegurando-se a autonomia do gestor, como manda a legislação do SUS, rompendo-se 
com o modelo tradicional, ainda vigente na maioria dos municípios. no geral, os recursos 
são geridos nos departamentos ou secretarias de finanças, dificultando, muitas vezes, o 
controle social e a programação da aplicação coerente com os planos de saúde (Conass, 
2016). 
TEMA 4 – EMENDA CONSTITUCIONAL N. 29 (EC 29) 
Ficou estabelecido na elaboração do SUS, pela constituição de 1988, que 
o financiamento seria de responsabilidade compartilhada pela União, estados, 
Distrito Federal e municípios (Brasil, 1988). 
Em 2000, por meio do processo de negociação no Congresso, foi elaborada 
a Emenda Constitucional n. 29 (EC 29), definindo a vinculação de recursos para 
ações e serviços públicos de saúde para União, estados, Distrito Federal e 
municípios, ficandoassim definido a responsabilidade compartilhada no 
financiamento segundo a constituição. (Brasil, 2000) 
4.1 União 
Os recursos destinados à saúde passaram a ser corrigidos pela variação 
nominal do Produto Interno Bruto (PIB). 
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4.2 Estados, municípios e DF 
 Um montante mínimo de recursos aplicado em saúde deve corresponder 
a um percentual da receita de impostos e transferências constitucionais e legais. 
Os recursos públicos destinados à saúde devem ser aplicados, obrigatoriamente, 
por meio dos Fundos de Saúde, sendo acompanhados pelos Conselhos de 
Saúde, tanto da União quanto dos estados, Distrito Federal e municípios, o que 
garante a participação da comunidade no controle dos recursos destinados à área 
da saúde (Brasil, 2000). 
A Emenda Constitucional n. 29/2000 é autoaplicável, sendo suas 
exigências e efeitos imediatos. Tal Emenda tem definido os limites mínimos de 
aplicação em saúde, em que trouxe regras de adequação para o período de 2000 
a 2004, a partir daí, serão definidos por meio de Lei Complementar que será 
reavaliada pelo menos a cada cinco anos. 
Caso não haja edição dessa lei, os critérios válidos continuarão sendo os 
expostos na própria EC n. 29, que preconiza a décima diretriz da Resolução n. 
322 CNS. Havendo o descumprimento da EC n. 29, deverá haver uma 
suplementação orçamentária no exercício seguinte para compensar a perda 
identificada, sem prejuízo do previsto na legislação, sendo tratado por meio de 
Termo de Compromisso. 
Os estados, o Distrito Federal e os municípios que não cumprirem os limites 
mínimos estabelecidos pela Constituição Federal estarão sujeitos às mesmas 
sanções da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que vão desde a retenção das 
transferências do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e dos Municípios 
(FPM) até a intervenção da União nos estados, no Distrito Federal e nos 
municípios, e/ou da União, ou dos estados, nos municípios, bem como a cassação 
de mandatos (Brasil, 2000). 
4.2.1 Ações e serviços públicos de saúde 
 Promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde são 
consideradas despesas com ações e serviços públicos de saúde, como: 
 vigilância epidemiológica e controle de doenças; 
 vigilância sanitária; 
 vigilância nutricional e controle de deficiências nutricionais; 
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 orientação alimentar e segurança alimentar, promovida no âmbito do SUS; 
educação para a saúde; 
 saúde do trabalhador; 
 assistência à saúde em todos os níveis de complexidade; 
 assistência farmacêutica; 
 atenção à saúde dos povos indígenas; 
 capacitação de recursos humanos do SUS; 
 pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, promovidos 
por entidades do SUS; 
 produção, aquisição e distribuição de insumos setoriais específicos, tais 
como medicamentos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados e 
equipamentos; 
 serviços de saúde penitenciários, desde que firmado Termo de Cooperação 
específico entre os órgãos de saúde e os órgãos responsáveis pela 
prestação dos referidos serviços; 
 atenção especial às pessoas com deficiência; 
 ações administrativas realizadas pelos órgãos de saúde no âmbito do SUS 
e indispensáveis para a execução das ações indicadas nos itens anteriores. 
4.2.2 Despesas dos serviços públicos de saúde 
Em conformidade com a Lei n. 8.080/1990 e com os critérios da Resolução 
CNS n. 322/2003, para efeito da aplicação da EC n. 29, não são consideradas 
como despesas com ações e serviços públicos de saúde as relativas a: 
 pagamento de aposentadorias e pensões; 
 assistência à saúde que não atenda ao princípio da universalidade 
(clientela fechada); 
 merenda escolar; 
 saneamento básico, mesmo o previsto no inciso da Sexta Diretriz, realizado 
com recursos provenientes de taxas ou tarifas e do Fundo de Combate e 
Erradicação da Pobreza, ainda que excepcionalmente executado pelo 
Ministério da Saúde, pela Secretaria de Saúde ou por entes a ela 
vinculados; 
 limpeza urbana e remoção de resíduos sólidos (lixo); 
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 preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos órgãos de meio 
ambiente dos entes federativos e por entidades não governamentais; 
 ações de assistência social não vinculadas diretamente à execução das 
ações e serviços referidos na Sexta Diretriz e não promovidas pelos órgãos 
de Saúde do SUS; 
 ações e serviços públicos de saúde custeados com recursos que não os 
especificados na base de cálculo definido na primeira diretriz. 
O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos (SIOP) possibilita o 
acompanhamento do cumprimento da Emenda Constitucional 29 (Brasil, 2000). 
TEMA 5 – ORÇAMENTO PÚBLICO 
Sendo um instrumento legal em que são previstas as receitas e fixadas às 
despesas de um determinado ente político (União, estados, Distrito Federal e 
municípios) para o exercício financeiro. A Lei. n. 4.320/1964, que institui normas 
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, em seu artigo 34, 
afirma que “o exercício financeiro coincidirá com o ano civil” (Brasil, 1964). 
 O orçamento público é um instrumento importante na gestão dos recursos 
públicos, tendo a sociedade no controle das despesas efetuadas e das receitas 
arrecadadas. 
5.1 Princípio orçamentário 
Para que haja a elaboração do orçamento público, alguns princípios devem 
ser respeitados: Unidade, Universalidade, Anualidade, Equilíbrio, Publicidade, 
Clareza. A seguir, apresentamos uma breve conceituação sobre cada um deles 
(Santa Catarina, 2000). 
5.1.1 Princípio da Unidade 
Estabelece que a lei orçamentária deve reunir, em um único orçamento, 
todas as receitas e despesas de um ente. O orçamento é único na esfera federal, 
estadual e municipal. 
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5.1.2 Princípio da Universalidade 
Estabelece que a lei orçamentária deve conter todas as receitas e 
despesas do ente da federação, ou seja, nenhuma instituição pública deve ficar 
fora do orçamento. 
5.1.3 Princípio da Anualidade 
Estabelece um período limitado de tempo para as estimativas de receita e 
fixação da despesa, ou seja, o orçamento deve compreender o período de um 
exercício, que corresponde ao ano civil. Portanto, é o período de tempo entre 1º 
de janeiro e 31 de dezembro, em que são apuradas as receitas e despesas do 
ente público. 
5.1.4 Princípio do Equilíbrio 
As receitas e despesas de um exercício financeiro devem ser equilibradas. 
Assim, não podem ser fixadas despesas no orçamento além do montante de 
receitas previstas. 
5.1.5 Princípio da Publicidade 
Os orçamentos elaborados devem ser publicados, inclusive na internet, 
para que a sociedade tenha consciência das receitas previstas e as despesas 
fixadas. 
5.1.6 Princípio da Clareza 
Os orçamentos devem ser suficientemente claros e compreensíveis para 
que qualquer indivíduo possa entendê-lo. 
5.2 Aspectos Legais 
As determinações legais sobre a prática orçamentária no Brasil estão 
fundamentadas na Lei n. 4.320/1964, que institui normas gerais de Direito 
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e demonstrações 
financeiras da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. Essas leis 
proporcionam todas as instruções normativas sobre o orçamento no Brasil, suas 
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implicações legais, seu alcance como instrumento de controle e normatização dos 
gastos públicos, e de participação popular, por meio das ementas do legislativo 
(Brasil,1964). 
5.3 Plano Plurianual (PPA) 
 O Plano Plurianual é um instrumento

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