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Desenho Técnico I Profa. Esp. Geisla Aparecida Maia Gomes 1ª Edição Gestão da Educação a Distância Todos os direitos desta edi- ção ficam reservados ao Unis - MG. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume (ou parte do mesmo), sob qual- quer meio, sem autorização expressa da instituição. Cidade Universitária - Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br 0800 283 5665 Autoria Currículo Lattes: Graduada em Engenharia Civil pelo UNIS. Graduada em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Vale do Rio Verde. Pós graduada em Matemática e Estatística pela Universidade Federal de Lavras. Pós graduada em Física pela Universidade Federal de Lavras. Pós graduada em Gestão Educacional pela FACECA. Pós graduada em Design Instrucional pela Universidade de Federal de Itajubá. Pós Graduada em Metodologias Ativas pelo Unis. Pós graduanda em Engenharia de Estruturas pelo Unis. Pós Graduanda em Engenharia de Avaliações e Perícias pelo Unis. Mestranda em Estatística Aplicada pela Unifal. Atualmente atua como professora da Escola Estadual Coração de Jesus, como Engenheira Civil na empresa GR Soluções Engenharia e como professora na Unidade de Gestão da Educação a Distância do Unis-MG. Profa. Esp.Profa. Esp. Geisla Aparecida Maia Gomes Geisla Aparecida Maia Gomes http://lattes.cnpq.br/7396303156419720 http://lattes.cnpq.br/7396303156419720 5 Unis EaD Cidade Universitária – Bloco C Avenida Alzira Barra Gazzola, 650, Bairro Aeroporto. Varginha /MG ead.unis.edu.br GOMES, Geisla Aparecida Maia. Desenho Técnico I. Varginha: GEa- D-UNIS/MG, 2020. XX p. 1. Desenho Técnico. 2.Vistas. 3.Projeções. 4. Desenho Arquitetônico. Prezado aluno, Este guia faz parte do material didático da disciplina de Desenho I do curso de Enge- nharia Civil do Centro Universitário do Sul de Minas – UNIS, com o objetivo de auxiliar na arte de representar um objeto ou fazer sua leitura por meio do desenho técnico, pois é este que fornece as informações necessárias para a construção de uma peça. Para isto, a primeira Unidade do Guia foi pensada de modo a fazer uma Introdução destacando um breve histórico sobre a Geometria Descritiva, destacando-se conceitos básicos, sistemas e métodos de projeção, bem como os equipamentos necessários para desenho. As Unidades 2, 3 e 4 destacam conceitos básicos da Geometria Descritiva como o ponto, a reta e o plano, mostrando seus conceitos e aplicações. A quinta Unidade apresenta as Normas Técnicas utilizadas na construção de um desenho técnico, também o conceito e aplicação de escalas e por fim, aborda a representação de peças e desenhos de Arquitetura, oferecendo exercícios práticos e um estudo de caso. O trabalho com dedicação, fará com que você consiga atingir todos os objetivos pro- postos em sua vida acadêmica e pessoal !! Bom trabalho! Bons Estudos! Profº Esp. e Engª Civil Geisla Ap. Maia Gomes Ementa Orientações Palavras-chave Equipamentos para desenho. Elementos básicos de geometria descritiva, cons- truções geométricas fundamentais, concordâncias. Aplicação do desenho geo- métrico ao desenho técnico. Normas. Representação de peças. Cortes. Projeções ortogonais de vistas múltiplas. Vistas auxiliares. Verdadeira grandeza. Perspecti- va: isométrica e cavaleira. Escalas. Desenho de arquitetura. Ver Plano de Estudos da disciplina, disponível no ambiente virtual. Desenho Técnico; Vistas; Projeções; Desenho Arquitetônico. Unidade I - Introdução 13 1.1. Histórico 13 1.2. Conceitos Básicos da Geometria Descritiva 13 1.3. Sistemas e Métodos de Projeção 15 1.3.1. Projeção Cônica ou Central 15 1.3.2. Projeção Cilíndrica ou Paralela 16 1.3.3. Projeção Cilíndrica Ortogonal 16 1.3.4. Método da dupla projeção de Monge 18 1.4. Equipamentos para desenho 25 1.4.1. Prancheta 25 1.4.2. Régua Tê 26 1.4.3. Escalímetro 27 1.4.4. Esquadros 27 1.4.5. Lápis ou Lapiseira 28 1.4.6. Compasso 29 1.4.7. Transferidor 29 Unidade II - Elementos Básicos da Geometria Descritiva. 31 2.1. O Ponto 31 2.1.1. Coordenadas do ponto 32 2.1.2. Posições particulares do ponto 35 2.1.3. Simetria de Pontos 38 2.2. A Reta 39 2.2.1. Projeção de uma reta 39 2.2.2. Segmentos de retas paralelos ao plano de projeção 40 2.2.3. Segmentos de retas perpendiculares ao plano de projeção 40 2.2.4. Segmentos de retas oblíquos ao plano de projeção 41 2.2.5. Posições particulares das retas em relação aos planos de projeção 42 2.2.5.1. Reta Fronto-horizontal (ou Horizontal de Frente) 42 2.2.5.2. Reta de Topo 43 2.2.5.3. Reta Vertical 43 2.2.5.4. Reta Horizontal ou Reta de Nível 44 2.2.5.5. Reta Frontal ou Reta de Frente 45 2.2.5.6. Reta qualquer ou genérica 46 2.3. O Plano 49 2.3.1. Traços do Plano 49 2.3.2. Posições particulares do Plano 50 2.3.2.1. Plano Horizontal 50 2.3.2.2. Plano Frontal 51 2.3.2.3. Plano de Topo 51 2.3.2.4. Plano Vertical 52 2.3.2.5. Plano de Perfil 52 2.3.2.6. Plano de Rampa 53 2.3.2.7. Plano que passa pela linha de terra 53 2.3.2.8. Plano qualquer 54 Unidade III - Aplicação ao Desenho Técnico – Normas e Escalas 57 3.1. Normas para Desenho Técnico 57 3.1.1 NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura 57 3.1.2. NBR 10068 – Folha de Desenho – Leiaute e dimensões 57 3.1.3. NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico 60 3.1.4. NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico 61 3.1.5. NBR 13142 – Desenho técnico – dobramento de cópia 61 3.1.6. NBR 8402 – Execução de caracter para escrita em desenho técnico 64 3.1.7. NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das linhas 65 3.1.8. NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico 67 3.1.9. NBR 8196 – Desenho técnico – Emprego de escalas 67 3.2. Escalas 68 3.2.1. Escala Numérica 68 3.2.2. Tipos de Escalas 69 Unidade IV - Vistas Múltiplas e Vistas Auxiliares 75 4.1. Vistas Múltiplas e Vistas Auxiliares 75 4.1.1. Vistas Ortográficas 75 4.2. Perspectiva Isométrica e Cavaleira 76 4.2.1. Traçando perspectivas isométricas 77 Unidade V - Projeto Arquitetônico 84 5.1. Projeto Arquitetônico 84 5.1.1. Planta Baixa 84 5.1.2. Planta de Situação 84 5.1.3. Planta de Locação 86 5.1.4. Planta de Cobertura 87 5.1.5. Cortes 88 5.1.6. Fachadas 90 5.1.7. Carimbo 91 5.1.8. Quadro de áreas 93 Referência Bibliográfica 100 Objetivos da Unidade Unidade I - IntroduçãoI - Conhecer e aplicar conceitos fundamentais que envolvem a Geometria Descritiva. - Identificar os materiais e instrumentos utilizados nos diferentes tipos de desenho técnico. 13 Unidade I - Introdução 1.1. Histórico Figura 1: Gaspar Monge O desenho técnico tem como base a Geometria Descritiva, que tem sua aplicação desde a antiguidade. As bases da Geometria Descritiva foram criadas no final do século XVIII pelo matemático Gaspar Monge. De ori- gem francesa, destacou-se como desenhista e inventor. No exército, apresentou um método inédito para solu- cionar problemas voltados à construção de fortificações, método que seria a base da Geometria Descritiva. Mas Monge somente foi autorizado, pelos militares, a publi- ca-lo, em 1794, revolucionando o Desenho Técnico e a Engenharia Militar. Fonte: gigantesdamatematica.wordpress. com 1.2. Conceitos Básicos da Geometria Descritiva A Geometria Descritiva é um ramo da Matemática Aplicada que estuda os objetos em 3D, mediante as projeções desses sólidos no plano. Para entender melhor a geometria, preci- samos definir dois conceitos: forma e dimensão. A forma é o aspecto, ou configuração de um determinado objeto (arredondada, elíptica, etc.) e dimensão caracteriza a medida desse objeto (largura, comprimento, etc.). Os principais elementos da geometria são o ponto, a reta e o plano. O ponto (Figura 2), por não possuir forma e dimensão, é o elemento mais simples da geometria, mas a partir dele, podemos obter qual- quer outra forma geométrica. Figura 2: O Ponto Fonte: SCHULER.D.; MUKA.H. A Ponto A 14A reta (ou linha) pode ser construída a partir do movimento de um ponto no espaço, ela pode ser comparada a uma série de pontos enfileirados no espaço, possuindo apenas uma di- mensão: o comprimento. Uma reta não possui inicio e fim mas, se mercarmos dois pontos A e B sobre ela (Figura 3), o conjunto infinito de pontos formados entre eles determina um segmento de reta, tendo como extremos os pontos A e B. Se marcarmos apenas um ponto O sobre a reta, esta ficará dividida em duas semi-retas (Figura 4). Figura 3: Segmento de Reta Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 Figura 4: Semi-reta Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 O plano ou superfície plana pode ser definido pelo conjunto de retas paralelas entre si (Figura 5). Quando a superfície é obtida por linhas paralelas curvas, temos uma superfície curva (Figura 6). Figura 5: Superfície Plana Figura 6: Superfície Curva Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012) A B O 15 1.3. Sistemas e Métodos de Projeção Projeção é um fenômeno físico natural e que pode ser reproduzido pelo homem. Como exemplo, podemos citar a sombra de um objeto, que nada mais é do que sua projeção em uma superfície, sob a ação de raios de luz. O sistema de projeção é formado por cinco elementos: o objeto (ou ponto objetivo), a projeção, o centro de projeção, as projetantes e o plano de proje- ção. Projeção é o conjunto de operações geométricas que permite obter a figura formada pelos pontos de interseção dos raios projetan- tes que partem de um centro projetivo e incidem sobre uma figura do espaço, com uma superfície. 1.3.1. Projeção Cônica ou Central É quando, do centro de projeção partem as projetantes, passando pelos pontos obje- tivos até interceptarem o plano de projeção. As projeções dos pontos objetivos são os pontos onde as projetantes inter- ceptam o plano de pro- jeção. Quando o centro de projeção está situado a uma distância finita do objeto, as projetantes são divergentes. (Figura 7) Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 Figura 7: Projeção Cônica ou Central 16 1.3.2. Projeção Cilíndrica ou Paralela É quando o centro de projeção está localizado a uma distância infinita do objeto e as projetantes são paralelas entre si (Figura 8). Figura 8: Projeção Cilíndrica ou Paralela Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 1.3.3. Projeção Cilíndrica Ortogonal É quando a direção das projetantes é ortogonal (perpen- dicular) ao plano de projeção (Fi- gura 9). Figura 9: Projeção Cilíndrica Ortogonal Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 17 Para a melhor compreensão de um objeto, sua forma e dimen- são devem ser representadas em verdadeira grandeza (VG), mas isso não se torna possível se o objeto não estiver paralelo ao plano de pro- jeção (Figura 10). Sendo o objeto paralelo ao plano de projeção, temos, no Sistema de Projeções Cônicas (a), o objeto não representado em sua verdadeira grandeza. No Sistema de Projeções Cilíndri- cas Oblíquas (b), o objeto é representado em verdadeira grandeza, podendo se localizar em posições diferentes, pois o ângulo das projetantes pode assumir qualquer valor. No Sistema de Projeções Cilíndricas Ortogonais (c), o objeto é representado em VG e só podem der projeta- dos em apenas uma posição pelo fato das projetantes poderem assumir apenas uma direção, fazendo com que o Sistema de Projeções Cilíndricas Ortogonais seja o mais utilizado em Geo- metria Descritiva e Desenho técnico (Figura 11). Figura 10 – Objetos oblíquos ao plano de projeção Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 18 Figura 11 – Objetos paralelos ao plano de projeção Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 1.3.4. Método da dupla projeção de Monge É um método caracterizado pela dupla projeção ortogonal de dois planos perpendi- culares (plano horizontal – π e plano vertical – π’), ilimitados em todos os sentidos. A interse- ção desses dois planos determina a Linha de Terra (LT) e dividem o espaço em quatro regiões, denominadas diedros (Figura 12). Os dois planos de projeção definem, quatro semiplanos: horizontal anterior (πA), horizontal posterior (πP), vertical superior (π’S) e vertical inferior (π’I) (Figura 13). Figura 12: Planos de projeção perpendiculares Figura 13: Semiplanos Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 19 Figura 14: Projeções ortogonais do objeto Figura 15: Épura do objeto Fonte: CRUZ.D.C; AMARAL.L.G.H.,2012 A épura possibilita a representação de um objeto tridimensio- nal em um espaço bidimensional, tornando possível a resolução de inúmeros problemas geométricos. O Sistema Mongeano representa o objeto em duas projeções, uma no plano horizontal π e outra no plano vertical π’. É possível representar uma figura do espaço tridimensional em um plano, rebatendo-se o plano horizontal (π) sobre o vertical (π’), ou vice-versa (Figura 14), obtendo-se o que se chama de épura (Figura 15). 20 1. Sabendo-se que o triângulo (A)(B)(C) é paralelo ao plano (α) de pro- jeção, completar a projeção deste triângulo sobre o referido plano. Posteriormente, identificar o sistema de projeção utilizado. Dados: (O): (155, 70); (A): (110, 113); (B): (125, 85); (C): (100, 80); Vértice inferior esquerdo do plano (α): (5, 5); Vértice inferior direito do plano (α): (95, 55); Vértice superior esquerdo do plano (α): (5, 155); Vértice superior direito do plano (α): (95, 205). Resolução: Observe que para a resolução deste exercício, o ideal seria utilizar-se de um papel milimetrado e valer-se de um plano cartesiano definindo a origem no canto esquerdo infe- rior da página. O primeiro passo é locar os pontos através de suas coordenadas, lembrando-se que: Figura 16: Exemplo Fonte: Arquivos do autor 21 Figura 17: Exemplo Fonte: Arquivos do autor 22 Uma vez que temos centro de projeção e os pontos objetivos já representados, basta traçarmos as projetantes, que partem de (O), passam pelos pontos objetivos e se estendem até o plano de projeção formando o triângulo A B C, que é paralelo a (A) (B) (C). Obteremos então a figura a seguir: Figura 18: Exemplo Fonte: Arquivos do autor É fácil de se observar que temos um centro de projeção a uma distância dita finita dos pontos objetivos, que as projetantes não são paralelas entre si (ou seja, divergentes) e 23 formam uma projeção que não será em verdadeira grandeza, o que caracteriza claramente um sistema de projeções cônicas. Realize: Na representação dos elementos apresentados, utilizar o sistema cartesiano (x, y), defi- nindo o canto inferior esquerdo da folha de papel milimetrado como a origem dos eixos carte- sianos (0, 0) e posicionando os elementos conforme as coordenadas informadas. 01 - O hexágono (D)(E)(F)(G)(H)(I) é paralelo ao plano (β) de projeção e o seu centro de proje- ções está localizado no infinito, represente a projeção deste hexágono sobre o referido plano. Em seguida, identifique o sistema de projeção utilizado. Dados: - Coordenado dos pontos objetivos: (D): (120, 95) (E): (150, 85) (F): (150 , 55) (G): (130, 35) (H): (100, 45) (I): (100, 75) - Coordenadas do plano β: Vértice inferior esquerdo: (5, 5) Vértice inferior direito: (95, 55) Vértice superior esquerdo: (5, 155) Vértice superior direito: (95, 205) 24 25 a) A Geometria é o ramo da matemática que tem por objetivo principal estudar a forma, o tamanho e a posição de figuras. b) A Geometria Descritiva foi criada na França no século XVIII por Gaspar Monge. c) Um sistema de projeção é composto por cinco elementos básicos: o objeto (ou ponto objetivo), a projeção, o centro de projeção, as projetantes e o plano de projeção. d) No sistema de projeção cônica ou central, temos um centro de projeçãoa uma distância dita finita do objeto e as projetantes não são paralelas entre si, sendo portanto, divergen- tes. e) A projeção cilíndrica oblíqua apresenta as “retas” projetantes paralelas entre si, o centro de projeção (O) está localizado a uma distância infinita do objeto e a direção das projetan- tes é oblíqua ao plano de projeção. Quando a direção das projetantes é perpendicular ao plano de projeção, temos a chamada projeção cilíndrica ortogonal. f ) A verdadeira grandeza corresponde a representação das dimensões reais do objeto no plano de projeção. g) Os objetos representados no sistema mongeano possuirão duas projeções: projeção horizontal, representada sobre o plano π e projeção vertical, representada sobre o plano π’. (PEREIRA, Armando Belato 2014) 1.4. Equipamentos para desenho 1.4.1. Prancheta A prancheta possui formato retangular, geralmente de madeira e coberta com material que proporcione uma superfície suave e uniforme. É onde se fixam os papeis para os desenhos. 26 Figura 19: Prancheta Fonte: SCHULER.D.; MUKA.H. 1.4.2. Régua Tê Régua destinada ao traça- do de linhas paralelas horizontais e no sentido do comprimento da prancheta. Serve de apoio para os esquadros. Deve ser um pouco menor que a prancheta. Figura 20: Régua Tê Fonte: iStock.com 27 1.4.3. Escalímetro Utilizado na marcação de medidas, na escala do desenho. Para arquitetura utiliza-se a graduação com as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Não deve ser utilizado como régua. Figura 21 : Escalímetro Fonte: iStock.com 1.4.4. Esquadros Conjunto formado por duas peças em formato de triângulo retângulo, com ângulos de 45º, 30º e 60º. Utiliza-se para traçado de linhas verticais, horizontais e inclinadas, sendo com- binado com a régua tê. Os esquadros devem ser de acrílico e sem marcação de graduação. Figura 22: Jogo de esquadros Fonte: SCHULER.D.; MUKA.H. Podemos utilizar combinação desses esquadros de modo a traçar linhas com outros ângulos conhecidos. 28 Figura 23: Composição de ângulos Fonte: SCHULER.D.; MUKA.H. São denominados “jogo de esquadros” quando os esquadros são de dimensões compatíveis, ou seja, o cateto maior do esquadro de 30/60 tem a mesma dimensão da hipotenusa do esquadro de 45. (SCHULER.D.; MUKA.H.) 1.4.5. Lápis ou Lapiseira O lápis ou a lapiseira possuem vários graus de dureza: ponta mais fina e traços mais claros são obtidos com uma grafite mais dura, traços mais escuros e com pontas robustas, com uma grafite mais macia. Para traços finos recomenda-se uma grafite HB, F ou H e para traços fortes uma grafi- te HB ou B. Para o uso de lapiseiras recomenda-se uma grafite de diâmetros 0,5 ou 0,3 mm. Figura 24: Lapiseira Fonte: iStock.com 29 1.4.7. Transferidor Utilizado para medir ângulos podendo ser de 180º ou 360º. Figura 25: Transferidor Figura 25: Compasso1.4.6. Compasso O Compasso é usado para se traçar cir- cunferência e para transportar medidas. Possui uma ponta seca e uma ponta com grafite. Fonte: iStock.com Fonte: iStock.com Embora a mão e a mente controlem o desenho acabado, materiais e equipamentos de qualidade tornam o ato de desenhar agradável, facilitando, a longo prazo, a obtenção de um trabalho de qualidade. CHING, Francis D. K. Objetivos da Unidade Unidade II - Ele- mentos Básicos da Geometria Descriti- vaII - Conhecer as coordenadas do ponto e saber localizá-lo no espa- ço tridimensional; - Conhecer as posições assumidas pelo ponto em relação aos planos de projeção; - Conhecer os tipos de retas; - Analisar as posições das retas no espaço e em épura; - Conhecer a relação de pertinência entre ponto e reta. - Conhecer os diversos tipos de traços de planos; - Conhecer as posições particulares assumidas pelos planos; - Conhecer e aplicar a relação de pertinência entre plano e reta. 31 Unidade II - Elementos Básicos da Geometria Descritiva. 2.1. O Ponto Um ponto, no sistema mongeano, possui duas projeções: uma na horizontal e outra na vertical. Com essas duas projeções, podemos determinar a projeção do ponto no espaço. Por convenção, identificamos o ponto por letra maiúscula estre parênteses e a projeção, nos pla- nos de projeção, pela mesma letra maiúscula sem parênteses (Figura 26). Figura 26: Representação do ponto e suas projeções Fonte: Cruz, D. C.; Amaral, L. G. H. (2012). Contrapondo o plano horizontal sobre o plano vertical temos a épura do ponto que de- vem ser ligados por uma linha vertical chama- da “linha de chamada” e que deverá ser sempre perpendicular à linha de terra (Figura 27). Figura 27: Épura do ponto (A) Fonte: Cruz, D. C.; Amaral, L. G. H. (2012). 32 2.1.1. Coordenadas do ponto Chamamos de “afastamento” a distância de um ponto ao seu plano vertical de projeção e “cota” a distância de um ponto ao seu plano horizontal de projeção. Se o afastamento for po- sitivo, temos o ponto na frente do plano vertical de projeção e negativo quando o ponto está atrás deste plano. Se a cota for positiva, temos o ponto na parte de cima do plano horizontal e negativa quando o ponto está abaixo deste plano. Para se definir um ponto, além do afastamento e da cota, necessitamos de uma terceira cota, a “abscissa”. A abscissa é tomada acima da linha de terra a partir de um ponto O, chamado “origem” e marcado arbitrariamente sobre esta linha e considerada negativa à esquerda do ponto O e positiva à direita do ponto O (Figura 28). Figura 28: Coordenadas do ponto e a épura correspondente Fonte: Cruz, D. C.; Amaral, L. G. H. (2012). 33 Em épura: Positivo (a) Negativo (a) Afastamento Projeção horizontal do ponto está abaixo da li- nha de terra. Projeção horizontal do ponto está acima da linha de terra. Cota Projeção vertical do ponto está acima da li- nha de terra. Projeção vertical do ponto está abaixo da linha de ter- ra. Abscissa O ponto está à direita da origem. O ponto está à esquerda da origem. Para as três coordenadas descritas (afastamento, cota e abscissa), temos as “coordena- das descritivas do ponto” apresentadas por: abscissa (x), afastamento (y) e cota (z), sendo indi- cada por (P) [x, y, z]. mm) e a sua posição no espaço. Dados (A) [0; 20; 20]; (B) [-10; 20; -20] e (C) [10; -30, 20]. Figura 29: Exemplo Fonte: Arquivos da autora 1. Represente os pontos (A), (B) e (C) na épura ao lado, conhecendo-se as suas coordenadas (em 34 Resolução: Fonte: Arquivos da autora 2. Representar os pontos (D), (E) e (F) na épura abaixo, sabendo-se que (D) [10; 20; 10]; (E) [-10; 30; -20] e (F) [10; 0; 20]. Resolução: Figura 30: Resolução Figura 31: Resolução Fonte: Arquivos da autora 35 2.1.2. Posições particulares do ponto Temos, no sistema mongeano, nove posições diferentes do ponto em relação ao seu plano de projeção. Conhecendo-se as coordenadas do ponto, podemos definir o lugar no es- paço ocupado por ele. O afastamento e a cotas são as coordenadas que determinam a posição do ponto em relação aos seus planos de projeção como mostrado no quadro 1: Quadro 1: Posições assumidas pelo ponto em função de suas coordenadas. Fonte: Cruz, D. C.; Amaral, L. G. H. (2012) PESQUISE as perspectivas e as épuras correspondentes a cada um das nove posições possíveis para um ponto no espaço. conhecendo-se as suas projeções dadas na épura a seguir: 1. Indicar as posições dos pontos (J), (K), (L) e (M) em relação aos planos de projeção, Figura 32: Exemplo Fonte: Arquivos da autora 36 Resolução: Para a resolução do exercícioproposto precisamos fazer uma análise para cada uma das projeções do ponto, como será feito a seguir: - Ponto (J): a projeção horizontal J encontra-se sobre a LT e a projeção vertical J’ é ne- gativa, pois, encontra-se representada abaixo da LT, ou seja, temos afastamento nulo (0) e cota negativa (-) portanto, podemos dizer que o ponto (J) está localizado no semi plano vertical inferior (π’i). - Ponto (K): a projeção horizontal K encontra-se acima da LT e a projeção vertical K’ abaixo da LT, ou seja, temos uma situação em que cota e afastamento são negativos (-), portanto, podemos dizer que o ponto (K) encontra-se no 3° diedro. - Ponto (L): a projeção horizontal L encontra-se abaixo da LT e a projeção vertical L’ acima da LT, ou seja, temos uma situação em que cota e afastamento são positivos (+), portanto, podemos dizer que o ponto (L) encontra-se no 1° diedro. - Ponto (M): a projeção horizontal M encontra-se sobre a LT e a projeção vertical M’ acima da LT, ou seja, temos uma situação em que o afastamento é nulo (0) e a cota é positiva (+), portanto, podemos dizer que o ponto (M) encontra-se no semiplano ver- tical superior (π’s). Para saber mais sobre o estudo do ponto acesse vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=eER4nfY8FPA&list=PLE33F- 148F70AD2BD3 https://www.youtube.com/watch?v=eER4nfY8FPA&list=PLE33F148F70AD2BD3 https://www.youtube.com/watch?v=eER4nfY8FPA&list=PLE33F148F70AD2BD3 37 Realize: 1. Representar uma épura com os pontos (A), (B) e (C), conhecendo-se as suas posições no espaço conforme a figura abaixo: Figura 33: Exercício Fonte: Arquivos da autora 2. Representar os pontos (D), (E), (F), (G), (H), (I), (J), (K) e (L) no espaço e informar a sua posição, conhecendo-se as suas representações em épura conforme a figura abaixo: Figura 34: Exercício Fonte: Arquivos da autora 38 3. Representar cada ponto do exercício número 2 em um desenho separado, desenhando-se os planos de projeção em perspectiva com as seguintes dimensões: Figura 35: Exercício Fonte: Arquivos da autora 2.1.3. Simetria de Pontos Dois pontos são simétricos em relação a um plano, se este for o mediador do segmento de reta formado pelos dois pontos. Ou seja, dois pontos são simétricos em relação a um plano quando o plano é perpendicular ao segmento formado por esses dois pontos e contém o seu Figura 36: Simetria de pontos Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012). ponto médio. No exem- plo apresentado ao lado (Figura 36) é fácil obser- var a simetria existente entre os pontos (A) e (B) com relação ao plano vertical superior (π’s). 39 Realize: 1. Representar em épura o ponto (C), simétrico do ponto (D) em relação ao plano (π), e o ponto (E), simétrico do ponto (F) em relação ao plano (π’). Dados: (D) [0; 10; 20] e (F) [15; -30; 15]. 2.2. A Reta 2.2.1. Projeção de uma reta Para traçarmos uma reta necessitamos de apenas dois pontos, mas não podemos nos esquecer de que a reta é formada por um conjunto infinito de pontos. Com isso, a projeção de um segmento de reta sobre um plano corresponde ao lugar das projeções dos infinitos pontos que compõe esse segmento sobre o plano (Figura 37). Figura 37 - Projeção do segmento de reta (A)(D) sobre o plano (π). Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012. 40 Analisando a Figura 37, observamos que AD é a projeção ortogonal do segmento (A)(D) sobre o plano (π). O plano (α) é formado pelas projetantes dos infinitos pontos da reta que con- tém o segmento (A)(D) e é chamado de plano projetante da reta. O plano (α) é perpendicular ao plano (π) de projeção por ter sido gerado no sistema de Projeções Cilíndricas Ortogonais. 2.2.2. Segmentos de retas paralelos ao plano de projeção Um segmento de reta paralelo ao plano de projeção sempre apresentará projeções em verdadeira grandeza, ou seja, com dimensões idênticas às reais, qualquer que seja a posição do plano. (Figura 38) Figura 38: Segmentos de retas paralelos aos planos de projeção. Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.2.3. Segmentos de retas perpendiculares ao plano de projeção Os segmentos de retas perpendiculares ao plano de projeção sempre apresentarão projeções na forma de um ponto, qualquer de seja a posição do plano. (Figura 39) 41 Figura 39: Segmentos de retas perpendiculares aos planos de projeção. Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.2.4. Segmentos de retas oblíquos ao plano de projeção Projeções formadas por segmentos oblíquos a um plano sempre apresentarão proje- ções deformadas, tanto em relação à sua medida linear, quanto em relação ao seu ângulo, qualquer que seja a posição do plano. (Figura 40) Figura 40: Segmentos de retas oblíquos aos planos de projeção. Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 42 2.2.5. Posições particulares das retas em relação aos planos de projeção 2.2.5.1. Reta Fronto-horizontal (ou Horizontal de Frente) A reta fronto-horizontal é paralela aos planos horizontal e vertical de projeção (π e π’) e possuir pontos com cota e afastamentos constantes (Figura 41). Sua épura é caracterizada por possuir ambas as projeções pa- ralela à linha de terra e qualquer uma das projeções (que são iguais) representam a verdadeira grandeza da reta. Figura 41: Reta fronto-horizontal no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 43 2.2.5.2. Reta de Topo A reta de topo é paralela ao plano horizontal de projeção (π) e perpendicular ao plano vertical de projeção (π’) e possui pontos de mesmas abscissa e cota (Figura 42). Sua épura é caracterizada por possuir a projeção vertical redu- zida a um ponto (projeção pontual) e projeção horizontal perpendicu- lar à linha de terra (L.T.), esta representada em verdadeira grandeza. Figura 42: Reta de topo no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.2.5.3. Reta Vertical A reta vertical é paralela ao plano vertical de projeção e perpendicular ao plano hori- 44 zontal de projeção e possui pontos com mesma abscissa e afastamento (Figura 43). Sua épura é caracterizada por possuir a projeção horizontal reduzida a um ponto (projeção pontual) e a vertical perpendicular à linha de terra, esta representada em V.G. Figura 43: Reta vertical no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.2.5.4. Reta Horizontal ou Reta de Nível A reta horizontal é paralela ao plano horizontal de projeção e oblíqua ao plano vertical de projeção e possui pontos com cota constante (Figura 44). 45 Sua épura é caracterizada por possuir a projeção vertical pa- ralela à L.T. e a projeção horizontal oblíqua à mesma. Observe que a projeção horizontal da reta de nível é obtida em V.G. Figura 44: Reta horizontal no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.2.5.5. Reta Frontal ou Reta de Frente A reta frontal é oblíqua ao plano de projeção e paralela ao plano vertical de projeção e possui pontos com afastamento constante (Figura 45). 46 Sua épura é caracterizada por possuir as duas projeções per- pendiculares à L.T. e nenhuma destas projeções em verdadeira gran- deza (V.G.). Figura 45: Reta de perfil no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.2.5.6. Reta qualquer ou genérica A reta qualquer apresenta como características principais: ser oblíqua aos dois planos de projeção e à linha de terra e possuir todos os pontos de abscissa, afastamento e cota dife- rentes (Figura 46). 47 Figura 46: Reta qualquer no 1° diedro e em épura Sua épura é caracterizada por possuir as duas projeções oblí- quas à linha de terra. Fonte:CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 Acesse o link abaixo para conhecer um pouco mais sobre os tipos de retas: https://www.youtube.com/watch?v=RHr70Q-0MFk https://www.youtube.com/watch?v=RHr70Q-0MFk 48 Dar a épura das retas (A)(B) e (C)(D) e defini-las (nomeá-las). Resolução Para a resolução deste exercício, inicialmente é necessário representar a épura das retas. Começamos então representando a épura dos pontos (A) (B) (C) (D). Sabemos que o conhecimento de dois pontos pertencentes a uma reta é suficiente para que possamos traçá-la, portanto, obtida a épura dos pontos, basta unir as projeções verticais A’ e B’ para encontrarmos a projeção vertical do segmento de reta (A)(B) e unis as projeções horizontais A e B para encontrarmos a projeção horizontal do segmento do mesmo. De maneira análoga, fazemos o procedimento descrito para o segmento de reta (C)(D). Uma vez representada a épura das retas, é o momento de classificá-las. Obser- ve que o segmento de reta (A)(B) possui tanto a sua projeção vertical quanto horizontal (A) [1; 2; 1] (B) [3; 1; 3] (C) [-3; -2; -2] (D) [0; -2; 3] Figura 47: Exemplo Fonte: Arquivos da autora oblíquas à linha de terra e, consequen- temente, pontos com abscissa, cota e afastamento diferentes, portanto, fica claro que trata-se de uma reta qual- quer. O segmento de reta (C)(D) pos- sui projeção horizontal paralela à linha de terra e projeção vertical oblíqua à mesma e, consequentemente pontos com afastamento constante, portanto, trata-se de uma reta frontal. 49 Realize: Representar as retas (E)(F), (G)(H), (I)(J), (K)(L) e (M)(N) em épura, nomeando-as. Dados: (E) [2; 1; 1] (F) [2; 3; -2] (G) [0; 1; 2] (H) [3; 1; 2] (I) [-1; 1; -2] (J) [2; 2; -2] (K) [2; 1; 1] (L) [2; 1; 3] (M) [1; 1; 2] (N) [1; 3; 2] 2.3. O Plano 2.3.1. Traços do Plano A reta formada pela interseção de dois planos é chamada de Traço do Plano. Veja na Figura 48 a reta αβ que é a interse- ção do plano (α )com o plano (β). “Traço de um plano” é a interseção de um plano com seus planos de projeções. Com isso, o traço de um plano (α) sobre o plano horizontal de projeção é chamado de traço horizontal do plano (α) ou απ, en- quanto o traço deste mesmo plano sobre o Figura 48: Traço αβ Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 plano vertical de projeção é chamado de traço vertical do plano (α) ou απ’ (CRUZ, D. C.; AMA- RAL, L. G. H., 2012) (Figura 49). 50 Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 Figura 49: Traços do plano α sobre os planos de projeção 2.3.2. Posições particulares do Plano 2.3.2.1. Plano Horizontal Plano horizontal é um plano paralelo ao plano horizontal de projeção. Portanto, sua épura caracteriza-se por possuir apenas o traço vertical que será paralelo á linha de terra (Figu- ra 50). Figura 50: Representação do plano horizontal no1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 51 2.3.2.2. Plano Frontal Plano frontal é o plano paralelo ao plano vertical de projeção. Sua épura é caracterizada por possuir apenas o traça horizontal que será paralelo à linha de terra (Figura 51) Figura 51 – Representação do plano frontal no1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.3.2.3. Plano de Topo É o caracterizado por ser perpendicular ao plano vertical e oblíquo ao horizontal. Em épura possui traço horizontal perpendicular à linha de terra e traço vertical oblíquo à mesma linha (Figura 52). Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 Figura 52: Representação do plano de topo no1° diedro e em épura 52 2.3.2.4. Plano Vertical É o plano caracterizado por ser perpendicular ao plano horizontal e oblíquo ao vertical de projeção. Em épura possui o traço vertical perpendicular á linha de terra e o horizontal oblí- quo à mesma (Figura 53). Figura 53: Representação do plano vertical no1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.3.2.5. Plano de Perfil O plano de perfil é perpendicular aos dois planos de projeção. Em épura possui ambos os traços em coincidência, perpendiculares à linha de terra (Figura 54). Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 Figura 54: Representação do plano de perfil no1° diedro e em épura 53 2.3.2.6. Plano de Rampa É um plano paralelo à linha de terra e oblíquo aos dois planos de projeção. Em épura apresente dois traços que são paralelos entre si e entre à linha de terra. (Figura 55). Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 2.3.2.7. Plano que passa pela linha de terra É um plano oblíquo aos dois planos de projeção e que contém a linha de terra, tendo os dois traços coincidentes. Se a inclinação deste plano não for conhecida, ele só será determina- Figura 56: Representação do plano que passa pela linha de terra no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 do se algum elemento pertencente ao mesmo (ponto ou reta) for co- nhecido (Figura 56). Figura 55: Representação do plano de rampa no1° diedro e em épura 54 2.3.2.8. Plano qualquer É caracterizado por ser oblíquo aos dois planos de projeção e à linha de terra. Em épura possui os dois traços oblíquos à linha de terra (Figura 57). Figura 57: Representação do plano qualquer no 1° diedro e em épura Fonte: CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H., 2012 Para saber mais sobre o estudo do ponto acesse vídeo a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=qXIP8flWz00&index=4&lis- t=PLE33F148F70AD2BD3 REVENDO: a) Determinar as projeções de um ponto (A) para os conceitos da Ge- ometria Descritiva significar obter suas projeções horizontal e vertical. b) As coordenadas do ponto são apresentadas sempre em ordem alfabética: abscissa (x), afastamento (y) e cota (z). Portanto, para um determinado ponto (P), a indicação das coor- https://www.youtube.com/watch?v=qXIP8flWz00&index=4&list=PLE33F148F70AD2BD3 https://www.youtube.com/watch?v=qXIP8flWz00&index=4&list=PLE33F148F70AD2BD3 55 denadas é feita da seguinte maneira: (P)[ x ; y ; z ]. c) O afastamento é a distância do ponto até o plano vertical de projeção (π’) e a cota como distância deste ponto ao plano horizontal de projeção (π). Por convenção, o afastamento é dito positivo quando o ponto está ao lado direito do plano vertical, ou seja, quando ele ocupa o primeiro ou o quarto diedro e, por consequência, negativo quando está no 2° ou 3° diedro. A cota é dita positiva quando o ponto está situado acima do plano horizontal (π), podendo então ocupar o 1° ou 2° diedro. d) É importante compreender as posições particulares assumidas pelo ponto apresenta- das na “Tabela 2.1 – Posições assumidas pelo ponto em relação aos planos de projeção”. e) Dois pontos são simétricos em relação a um plano quando o plano é perpendicular ao segmento formado por esses dois pontos e contém o seu ponto médio.(PEREIRA, Arman- do Belato 2014) f ) A reta é constituída por um conjunto de pontos consecutivos, em que, dois pontos bas- tam para definir um segmento de reta. g) A projeção de um segmento de reta sobre um plano é o lugar das projeções dos infini- tos pontos que o compõem sobre o plano citado. h) É muito importante compreender os diversos tipos de reta apresentados no item “3.2.5 – Posições Particulares entre Reta e Plano”. Objetivos da Unidade Unidade III Aplicação ao Dese- nho Técnico – Nor- mas e EscalasIII - Conhecer e aplicar as normas que regem o desenvolvimento de desenhos técnicos. - Conhecer e aplicar escalas de ampliação e redução nas mais variadas representações de desenho técnico. - Compreender a importância do uso de escalas para facilitar a leitura de um projeto. 57 Unidade III - Aplicação ao Desenho Técnico – Normase Escalas 3.1. Normas para Desenho Técnico A finalidade das Normas Técnicas é regulamentar e uniformizar os elementos consti- tuintes de um Desenho Técnico, de forma a padronizar sua produção em áreas voltadas à En- genharia e Arquitetura. Aqui abordaremos as principais normas vigentes. 3.1.1 NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura A NBR 6492 faz suas considerações acerca de projetos arquitetônicos, definições, fases de projeto, representações gráficas de arquitetura, etc., assunto que abordaremos ainda nessa unidade. 3.1.2. NBR 10068 – Folha de Desenho – Leiaute e dimensões A NBR 10068 aborda basicamente os formatos das folhas utilizadas para o desenho téc- nico, questões de legendas e margens. Conforme cita a NBR 10068, o formato básico para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1 m² e de lados medindo 841 mm x 1189 mm (folha A0), isto é, guardando entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal: x/y = ½. A Figura 58 apresenta os formatos derivados da série “A”. 58 Figura 58: Formatos derivados da série “A” Fonte:ABNT, 1987 A Tabela 1 apresenta os formatos de folhas da série “A”. Tabela 1: Formatos da série “A” Fonte: ABNT, 1987 59 A legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal forma que contenha a identificação do projeto (número de registro, título, origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas folhas posicionadas horizontalmente como verticalmente (Figura 59). Figura 59: Posição da legenda nas folhas posicionadas verticalmente e horizontalmente Fonte: ABNT, 1987 As margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho (Figura 60). Figura 60: Margem e quadro Fonte: ABNT, 1987 60 As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas, devem ter as dimen- sões constantes na Tabela 2. A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arqui- vamento. Tabela 2: Largura das linhas e das margens Fonte:ABNT, 1987 3.1.3. NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico A Figura 61 apresentada um desenho esquemático das disposições para desenho, tex- to e legenda. Figura 61: Disposição para desenho, texto e legenda Fonte: ABNT, 1988 61 A Figura 62 apresentado um exemplo de legenda que utilizaremos em trabalhos no formato A4 (dimensões em mm). Figura 62: Modelo de legenda (carimbo) Fonte: Arquivos da autora 3.1.4. NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico A NBR 10067 normaliza o método de projeção, a denominação das vistas, cortes, etc. Ambos serão objetos de estudo posteriormente. 3.1.5. NBR 13142 – Desenho técnico – dobramento de cópia A NBR 13142 (ABNT, 1999) fixa a forma de dobramento de todos os formatos “A” de fo- lhas desenho. As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda (NBR 10582). Esta dobragem facilita a fixação das folhas em pastas que serão arquivadas, sendo assim as folhas são dobradas até que suas dimensões sejam as da folha A4. As Figuras 63, 64, 65 e 66 indicam como deve ser feito o dobramento das cópias A4, A3, A2, A1 e A0. 62 Figura 63: Dobramento de cópia A4 e A3 Fonte: UFPA Figura 64: Dobramento de cópia A2 Fonte: UFPA 63 Figura 65: Dobramento de cópia A1 Fonte: UFPA Figura 66: Dobramento de cópia A0 Fonte: UFPA 64 3.1.6. NBR 8402 – Execução de caracter para escrita em desenho técnico A NBR 8402 normatiza as condições para a escrita usada em Desenhos Técnicos, visan- do a uniformidade e a legibilidade. A Tabela 3 e a Figura 67 apresentam como deve ser feita a escrita em desenho técnico. A altura h das letras maiúsculas deve ser tomada como base para o dimensionamento. Tabela 3: Proporções e dimensões de símbolos gráficos Fonte: ABNT, 1994 Figura 67: Características da forma de escrita Fonte: ABNT, 1994 65 3.1.7. NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Largu- ras das linhas A NBR 8403 fixa tipos e escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes. A NBR 8403 apresenta os seguintes tipos de linha: Tabela 4: Tipos de linhas Fonte: ABNT, 1984 66 As linhas são elementos gráficos do desenho arquitetônico que, além de definirem o formato, dimensões e posicionamento das paredes, portas, janelas, pilares, vigas, escadas, etc., também apresentam as características e dimensões de cada elemento projetado. Sendo assim, deverão estar perfeitamente representadas dentro do desenho (XAVIER, S., 2011). As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir contraste umas com as outras. Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundi- dade, as linhas sofrem uma gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em planos mais próximos serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as dos demais planos visualizados (mais afastados) serão menos intensas. Também se diferem as espessuras das linhas dos elementos seccionados (transpassados pelos planos de corte) das linhas dos ele- mentos em vista (que estão além do plano de corte), representando-se com maior intensidade visual os primeiros (elementos em seção) em relação aos últimos (elementos em vista) (XAVIER, S., 2011). Nesta disciplinas trabalharemos os seguintes tipos de linhas (Tabela 5): Tabela 5: Tipos de linhas utilizadas em Desenho Técnico Fonte: XAVIER, S., 2011 67 3.1.8. NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico A NBR 10126 fixr os princípios gerais de cotagem, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida. As recomendações na aplicação de cotas são: • Cotagem completa para descrever de forma clara e concisa o objeto; • Desenhos de detalhes devem usar a mesma unidade para todas as cotas sem o emprego do símbolo; • Evitar a duplicação de cotas, cotar o estritamente necessário; • Sempre que possível evitar o cruzamento de linhas auxiliares com linhas de cotas e com linhas do desenho; • A cotagem deve se dar na vista ou corte que represente mais claramente o elemento. Os elementos gráficos para a representação da cota são (Figura 68): Figura 68: Elementos de cotagem Fonte: UFPA • Linha de cota; • Linha auxiliar; • Limite da linha de cota (seta ou traço oblíquo); • Valor numérico da cota. 3.1.9. NBR 8196 – Desenho técnico – Emprego de escalas A NBR 8196 fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas designações 68 em desenhos técnicos, onde veremos melhor no próximo item. REVENDO: Normas técnicas têm por função principal uniformizar os diver- sos elementos componentes do Desenho Técnico, de maneira a padro- nizar a forma como se produz desenhos voltados à Engenharia e Arquitetura, por exem- plo. - NBR 6492: Representação de projetos de arquitetura. - NBR 10068: Folha de desenho – Leiaute e dimensões. - NBR 10582: Apresentação da folha para desenho técnico. - NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico. - NBR 13142: Desenho técnico – dobramento de cópia. - NBR 8402: Execução de caracter para escrita em desenho técnico. - NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das linhas. - NBR 10126: Cotagem em desenho técnico. - NBR 8196: Desenho técnico – Emprego de escalas. 3.2. Escalas 3.2.1. Escala Numérica As Escalas são utilizadas para manter, reduzir ou ampliar o tamanho da representação de algum objeto. (FERREIRA, J.; SILVA, R. M., Telecurso 2000). Utilizamos as escalas quando for impossível representar um objeto em seu tamanhoreal. Como exemplo, podemos imaginar uma edificação com área de 400,00 m², ou seja, se considerarmos essa edificação quadrada, 69 temos os lados de 20,0 m, o que é impossível a representação em verdadeira grandeza na folha de papel. Nesses casos, utilizamos as escalas para redução de suas dimensões e, com isso, caiba em uma folha A1 ou A0, por exemplo. Portanto, definiremos escala como uma forma de representa- ção que mantém as proporções das medidas lineares do objeto ou ele- mento representado. 3.2.2. Tipos de Escalas Temos três tipos de escalas: a) Escala 1:1, que é a representação do objeto ou elemento em escala real, ou seja, em ver- dadeira grandeza. b) Escala X:1 (X > 1), que é a representação do objeto de maneira ampliada, ou seja, trata-se de uma escala de ampliação. c) Escala 1:X (X > 1), que retrata o objeto de maneira reduzida, ou seja, trata-se de uma escala de redução. 01 - Um terreno tem testada (frente) de 20 m, qual medida representa essa dimensão no papel, na escala 1:50? Resolução: Fazer a representação de uma grandeza de 20 metros na escala 1:50, é desenhar essa medida 50 vezes menor do que sua medida real, uma vez que estamos trabalhando 70 com uma escala de redução. Para resolvermos a questão, vamos estabelecer a seguinte relação, por analogia: Onde, D = medida do desenho a ser calculada e R = a mesma medida feita no ter- reno (ou seja, a medida real = 20 m). Portanto: Lembrando que 1 metro = 100 centímetros, temos que 0,40 m = 40 cm. Concluindo, temos que um terreno de 20 m de frente será representado na escala 1:50, com 40 cm. 02 - Um Identifique a escala de redução utilizada para reproduzir a residência abaixo. Figura 69: Exemplo Fonte: Arquivos da autora 71 Resolução: Fazendo-se uma análise geral do problema, temos uma edificação que na escala real, ou em verdadeira grandeza tem 800 cm (8,0 m) de largura, porém quando reproduzida em um escala, essa mesma dimensão passa a ser de 16 cm. Trata-se, então, de uma escala de redução, 1:X. De maneira análoga ao exercício resolvido anterior, temos: Concluímos então que o desenho fora reproduzido na escala 1:50. Realize: Dada a planta baixa abaixo (próxima página), reproduza-a na escala 1:100. 72 Fonte: Arquivos da autora Figura 70: Exercício 73 REVENDO: Escala: forma de representação que mantém as proporções das medi- das lineares do objeto ou elemento representado. - Escala 1:1: representação do objeto ou elemento em escala real, ou seja, em verdadei- ra grandeza. - Escala X:1 (X > 1): representação do objeto de maneira ampliada, ou seja, trata-se de uma escala de ampliação. - Escala 1:X (X > 1): retrata o objeto de maneira reduzida, ou seja, trata-se de uma escala de redução. Objetivos da Unidade Unidade IV - Vistas Múltiplas e Vistas AuxiliaresIV - Desenvolver vistas ortográficas e perspectivas isométricas de peças. - Compreender a importância da utilização de vistas isométricas para o real entendimento de um desenho técnico. 75 Unidade IV - Vistas Múltiplas e Vistas Auxiliares 4.1. Vistas Múltiplas e Vistas Auxiliares 4.1.1. Vistas Ortográficas No Desenho Técnico precisamos de projeções para representar um desenho e o objeto é colocado com suas faces principais paralelas aos planos de projeção, de modo a obtê-las em verdadeira grandeza (VG) na pro- jeção em que seja paralela. Por exemplo, vamos imaginar uma peça envolvida por um cubo, deste, cada uma de suas faces representará uma vista do obje- to, assim como mostra a Figura 71. Separando-se cada uma das vistas apresentadas na Figura 71, temos a Figura 72 em que são apresentadas 6 vistas ortográfi- cas, ou seja, 6 vistas em verdadeira grandeza. Figura 71: Vistas de uma peça no 1° diedro Fonte: ABNT, 1995 Figura 72: Vistas do objeto Fonte: ABNT, 1995 76 Fixando a vista frontal (A) conforme a Figuras 72, as posições relativas das vistas são: a) vista superior (B), posicionada abaixo; b) vista lateral esquerda (C), posicionada à direita; c) vista lateral direita (D), posicionada à esquerda; d) vista inferior (E), posicionada acima; e) vista posterior (F), posicionada à direita ou à esquerda, conforme a conveniência. 4.2. Perspectiva Isométrica e Cavaleira Olhando para um objeto, temos a sensação de profundidade e relevo. As que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais distantes aparentam menores. A fotografia mostra um objeto como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a ideia de três dimensões: comprimento, largura e altura. O desenho, para transmitir essa mesma ideia, precisa recorrer a um modo especial de representação gráfica: a perspectiva. Ela representa graficamente as três dimensões de um objeto um único plano, de maneira a transmitir a ideia de profundidade e relevo (DORNELES, V., SENAI) (Figura 73). Figura 73: Tipos de perspectivas 77 Fonte: DORNELES, V., SENAI Nas disciplinas de Desenho Técnico I e II trabalharemos basicamente com a perspectiva isométrica, onde Iso quer dizer mesmo e métrica quer dizer medida, ou seja, são mantidas as mesmas proporções de comprimento, largura e altura do objeto representado. 4.2.1. Traçando perspectivas isométricas Na perspectiva isométrica, os eixos or- togonais serão encontrados com ângulos de 120º entre si. Esta posição dos eixos é facilmen- te encontrada com o auxílio do esquadro de 30°/60°, usando seu menor ângulo para traçar os eixos X e Y, com o eixo Z na vertical (FERREI- RA, J.; SILVA, R. M., Telecurso 2000). (Figura 74) Ferreira, J.; Silva, R. M., SENAI, apresen- tam um passo a passo para o traçado de pers- pectivas isométricas que será reproduzido a seguir (Figura 75). Figura 74: Eixos isométricos Fonte: FERREIRA, J.; SILVA, R. M., Telecurso 2000 78 Figura 75: Prisma e dimensões Fonte: FERREIRA, J.; SILVA, R. M., Telecurso 2000 Para aprender o traçado da perspectiva isométrica você vai partir de um sólido geomé- trico simples: o prisma retangular. No início do aprendizado é interessante manter à mão um modelo real para analisar e comparar com o resultado obtido no desenho. O traçado da perspectiva será demonstrado em cinco fases apresentadas separada- mente. Na prática, porém, elas são traçadas em um mesmo desenho. Aqui, essas fases estão representadas nas figuras da esquerda. Você deve repetir as instruções no reticulado da direita. Assim, você verificará se compreendeu bem os procedimentos e, ao mesmo tempo, poderá praticar o traçado. Em cada nova fase você deve repetir todos os procedimentos anteriores. 1ª passo - Trace levemente, à mão li- vre, os eixos isométricos e indique o comprimento, a largura e a altura so- bre cada eixo, tomando como base as medidas aproximadas do prisma re- presentado na figura anterior. Figura 76: 1º passo Fonte: Arquivos da autora 79 2ª passo - A partir dos pontos onde você marcou o comprimento e a altu- ra, trace duas linhas isométricas que se cruzam. Assim ficará determinada a face da frente do modelo. 3ª passo - Trace agora duas linhas iso- métricas que se cruzam a partir dos pontos onde você marcou o compri- mento e a largura. Assim ficará deter- minada a face superior do modelo. 4ª passo - E, finalmente, você encon- trará a face lateral do modelo. Para tanto, basta traçar duas linhas isomé- tricas a partir dos pontos onde você indicou a largura e a altura. Figura 77: 2º passo Fonte: Arquivos da autora Figura 78: 3º passo Fonte: Arquivos da autora Figura 79: 4º passo Fonte: Arquivos da autora 80 5ª passo - Apague os excessos das li- nhas de construção, isto é, das linhas e dos eixosisométricos que serviram de base para a representação do mode- lo. Depois, é só reforçar os contornos da figura e está concluído o traçado da perspectiva isométrica do prisma retangular. Figura 80: 5º passo Fonte: Arquivos da autora 01. Ordene as fases do traçado da perspectiva isométrica do modelo, escrevendo de 1 a 5 nos círculos. Fonte: Arquivos da autora Figura 81: Exercício 81 02. Dadas as peças a seguir, esboçar suas vistas frontal, lateral esquerda e superior. Dimensões em centímetros (cm). Figura 82: Exercício Fonte: Arquivos da autora 82 REVENDO: - Na Geometria Descritiva duas projeções são suficientes para repre- sentar um objeto, já no Desenho Técnico, esta identificação torna-se impraticável, utilizando-se, normalmente, uma terceira projeção, para definir de modo inequívoco a forma dos objetos. - Normalmente no desenho técnico, três vistas são suficientes para definir uma peça: vista frontal, vista lateral esquerda ou direita e vista superior. - Em Desenho Técnico o objeto é colocado com suas faces principais paralelas aos pla- nos de projeção, de modo a obtê-las em verdadeira grandeza (VG) na projeção em que seja paralela. - A perspectiva é uma maneira de traduzir a ideia de comprimento, altura e largura de um objeto, ou seja, trata-se de uma tentativa de reprodução em 3D deste. - Perspectiva isométrica: iso quer dizer mesmo e métrica quer dizer medida, ou seja, são mantidas as mesmas proporções de comprimento, largura e altura do objeto represen- tado. Objetivos da Unidade Unidade V - Projeto Arquite- tônicoV - Conhecer todos os desenhos e elementos que compõem um projeto de cunho arquitetônico. - Elaborar plantas baixas, cortes, fachadas, as built, etc. de edifi- cações residenciais, comerciais ou industriais. 84 Unidade V - Projeto Arquitetônico 5.1. Projeto Arquitetônico O Desenho Arquitetônico têm por finalidade a produção de projetos de arquitetura que se constituem dos seguintes elementos: planta baixa, planta de situação, planta de locação, planta de cobertura, cortes, fachadas, carimbo, quadros de esquadrias e de áreas. 5.1.1. Planta Baixa A planta baixa (Figura 83) é a representação gráfica de uma construção onde cada am- biente é visto de cima, sem o telhado, a partir do corte horizontal à altura de 1,5m da base. Nela devem estar detalhadas em escala as medidas das paredes, portas, janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo nível. A partir da planta baixa são feitos os lançamentos dos demais projetos complementares de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, telefônicas, prevenção e combate a incêndio, sistema de proteção a descargas atmosféricas, sonorização, segurança, assim como o cálculo estrutural e de fundações de uma obra (PEREIRA, A. G, 2009). 5.1.2. Planta de Situação É a representação do projeto arquitetônico que indica as dimensões do terreno, a qua- dra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geográfico), ruas de acesso e opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno dentro de um perímetro urba- no ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos órgãos públicos competentes na regularização e fiscalização da obra. (veja a figura 84). A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande, por isso, normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500, 1/750, 1/1000, 1/2000 etc. (CALDAS, D. B., 2011). 85 Figura 83: Planta baixa de edificação Fonte: PEREIRA, 2014 86 Figura 84: Planta de situação Fonte: PEREIRA, 2014. 5.1.3. Planta de Locação Conforme Caldas, 2011, a planta de situação é a representação do projeto arquitetônico que indica a posição da construção no terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vegetação existente, orientação magnética (norte geográfico), passeio público e opcionalmen- te construções vizinhas. A Planta de Locação é o ponto de partida para o inicio de uma obra. Pois representa graficamente a sua marcação no terreno. Normalmente é desenhado em escalas médias, ex.: 1/200, 1/250, 1/500. Na planta de locação identificamos as dimensões do terreno conforme o registro de imóveis, os afastamentos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de fundos, a presença de calçadas, piscinas etc. 87 Figura 85: Planta de locação Fonte: PEREIRA, 2014 5.1.4. Planta de Cobertura Planta de cobertura é a representação do projeto arquitetônico que indica os detalhes da cobertura de uma construção. Nesse tipo de desenho, por se tratar de uma vista superior, estarão representados as inclinações da cobertura, quantidade de “águas”, material emprega- do, localização da caixa d'água, calha etc. 88 Figura 86: Planta de cobertura Fonte: PEREIRA, 2014 5.1.5. Cortes Conforme Caldas, 2011, corte é um desenho que representa a projeção de uma seção vertical em uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em planta baixa; indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos estruturais, altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc. Montenegro, 1978, recomenda que a identificação dos cortes numa planta, seja feita por letras consecutivas, do tipo AA’ e BB’. 89 A escolha da seção de corte numa planta baixa pode ser influenciada por uma série de fatores, dependendo do grau de detalhes que o arquiteto pretenda demonstrar. Porém, recomenda-se que pelo menos um dos cortes passe pelo banheiro, visualizando o sanitário, lavatório e chuveiro. Existindo pavimento superior, a posição do corte deve passar pela escada, mostrando detalhes dos degraus e as alturas de seus espelhos. Figura 87: Representação de corte longitudinal de uma edificação Fonte: PEREIRA, 2014 Figura 88: Representação de corte transversal de uma edificação Fonte: PEREIRA, 2014 90 5.1.6. Fachadas Fachada é um desenho que representa as faces externas do edifício (frontal e lateral). Podem ser interpretadas como a representação daquilo que se almeja construir. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75 (CALDAS, D. B., 2011). Figura 89: Fachada Fonte: PEREIRA, 2014 91 5.1.7. Carimbo Conforme Sarapka, et al, 2010, o carimbo inferior direito das folhas de desenho deve ser reservado à legenda de titulação e numeração dos desenhos. Devem constar na legenda, no mínimo, as seguintes informações: • Identificação da empresa e do profissional responsável pelo projeto; • Identificação do cliente, nome do projeto ou do empreendimento; • Título do desenho; • Indicação sequencial do projeto (números ou letras); • Escalas; • Data; • Autoria do desenho e do projeto; • Indicação de revisão. Outras informações devem localizar-se próximas do carimbo: • Planta; • Escalas gráficas; • Descrição de revisão; • Convenções gráficas; • Notas gerais; • Desenhos de referência. 92 Figura 90: Carimbo Fonte: PEREIRA, 2014 93 5.1.8. Quadro de áreas O quadro de áreas é utilizado para discriminar a área total construída, área pavimenta- da, área permeável, taxa de permeabilidade, projeção da edificação, coeficiente de aproveita- mento, taxa de ocupação e área do terreno. Tais parâmetros são fundamentais para que se consiga a aprovação do projeto junto à Prefeitura do município. Figura 91: Quadro de áreas Fonte: PEREIRA, 2014 EXEMPLO: Dada a planta baixa a seguir, elaborar o diagrama de cobertura e realizar dois cortes: um longitudinal e um transversal. 94 Figura 92: Planta baixa Fonte: Arquivos da autora 95 Figura 93: Diagrama de coberturaFonte: Arquivos da autora 96 Figura 94: Corte AA Fonte: Arquivos da autora Figura 95: Corte BB Fonte: Arquivos da autora 97 REVENDO: - Planta baixa: desenho de uma construção feito, em geral, a partir do corte horizontal à altura de 1,5m da base. Nela devem estar deta- lhadas em escala as medidas das paredes (comprimento e espessura), portas, janelas, o nome de cada ambiente e seu respectivo nível. - Planta de situação: representação gráfica do projeto arquitetônico que indica as di- mensões do terreno (lote), a quadra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geo- gráfico), ruas de acesso e opcionalmente pontos de referência. - Planta de locação: representação gráfica do projeto arquitetônico que indica a posi- ção da construção no terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vege- tação existente, orientação magnética (norte geográfico), passeio público e opcional- mente construções vizinhas. - Planta de cobertura: representação gráfica do projeto arquitetônico que indica os de- talhes da cobertura de uma construção, popularmente chamada de água. - Corte: representa graficamente a projeção de uma seção vertical (ou plano) em uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em planta baixa; indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos estruturais, altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc. - Fachada: representa graficamente as faces externas do edifício (frontal e lateral). As fachadas podem ser interpretadas como a representação daquilo que se almeja cons- truir. - Quadro de áreas: utilizado para discriminar a área total construída, área pavimentada, área permeável, taxa de permeabilidade, projeção da edificação, coeficiente de apro- veitamento, taxa de ocupação e área do terreno. 98 01. Dada a planta baixa a seguir (próxima página), elaborar o diagrama de cobertura e realizar dois cortes: um longitudinal e um transversal. 99 ABNT. NBR 6492 - Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994. ABNT. NBR 8196 - Desenho técnico - Emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999. ABNT. NBR 8402 - Execução de caracter para escrita e desenho técnico. Rio de Janeiro, 1994. ABNT. NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das linhas. Rio de Janeiro, 1984. ABNT. NBR 8196 – Desenho técnico – Emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999. ABNT. NBR 10067 - Princípios gerais de representação em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1995. ABNT. NBR 10068 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões. Rio de Janeiro, 1987. ABNT. NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1987. ABNT. NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro, 1988. ABNT. NBR 13142 - Desenho técnico - Dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999. ARRUDA, C. K. C. Apostila de Desenho Técnico básico. Niterói: Universidade Candido Mendes, 2004. BALIEIRO, C. Centro de Ensino Superior do Amapá. CALDAS, D. B. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Leitura e interpretação de projetos: noções sobre projeto arquitetônico – noções sobre projeto estrutural – noções sobre projeto hidráulico – noções sobre projeto sanitário. Rio Grande do Norte: Natal, 2011. CRUZ, D. C.; AMARAL, L. G. H. Apostila de Geometria Descritiva. Bahia: Barreiras, 2012. DORNELES, V. Caderno de Exercícios – Desenho 1. SENAI. FERREIRA, J.; SILVA, R. M. Desenho Técnico. Telecurso 2000. JUNQUEIRA, W. B. Desenho Arquitetônico – Projetos técnicos. Instituto Consciência GO, 2011. MONTENEGRO, G. A. Desenho Arquitetônico. 4ª Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. ISBN 8521202911. PEREIRA, Armando Belato. Guia de Estudo – Desenho I. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2014. PEREIRA, A. G. Módulo 16: Técnicas de construção. Brasília : Universidade de Brasília, 2009. 124 p. ISBN: 978-85-203-0989-2 PRÍNCIPE JÚNIOR, A. R. Noções de geometria descritiva. São Paulo: Nobel, 1983. ISBN 978-85- 213-0163-9 SARAPKA, E. M.; SANTANA, M. A.; MONFRÉ, M. A. M.; VIZIOLI, S. H. T.; MARCELO, V. C. C. Desenho arquitetônico básico. 1ª Ed. São Paulo: Pini, 2010. ISBN 978-85-7266-222-2. XAVIER, S. Desenho Arquitetônico. Universidade Federal do Rio Grande (FURG), 2011. Unidade I - Introdução 1.1. Histórico 1.2. Conceitos Básicos da Geometria Descritiva 1.3. Sistemas e Métodos de Projeção 1.3.1. Projeção Cônica ou Central 1.3.2. Projeção Cilíndrica ou Paralela 1.3.3. Projeção Cilíndrica Ortogonal 1.3.4. Método da dupla projeção de Monge 1.4. Equipamentos para desenho 1.4.1. Prancheta 1.4.2. Régua Tê 1.4.3. Escalímetro 1.4.4. Esquadros 1.4.5. Lápis ou Lapiseira 1.4.6. Compasso 1.4.7. Transferidor Unidade II - Elementos Básicos da Geometria Descritiva. 2.1. O Ponto 2.1.1. Coordenadas do ponto 2.1.2. Posições particulares do ponto 2.1.3. Simetria de Pontos 2.2. A Reta 2.2.1. Projeção de uma reta 2.2.2. Segmentos de retas paralelos ao plano de projeção 2.2.3. Segmentos de retas perpendiculares ao plano de projeção 2.2.4. Segmentos de retas oblíquos ao plano de projeção 2.2.5. Posições particulares das retas em relação aos planos de projeção 2.2.5.1. Reta Fronto-horizontal (ou Horizontal de Frente) 2.2.5.2. Reta de Topo 2.2.5.3. Reta Vertical 2.2.5.4. Reta Horizontal ou Reta de Nível 2.2.5.5. Reta Frontal ou Reta de Frente 2.2.5.6. Reta qualquer ou genérica 2.3. O Plano 2.3.1. Traços do Plano 2.3.2. Posições particulares do Plano 2.3.2.1. Plano Horizontal 2.3.2.2. Plano Frontal 2.3.2.3. Plano de Topo 2.3.2.4. Plano Vertical 2.3.2.5. Plano de Perfil 2.3.2.6. Plano de Rampa 2.3.2.7. Plano que passa pela linha de terra 2.3.2.8. Plano qualquer Unidade III - Aplicação ao Desenho Técnico – Normas e Escalas 3.1. Normas para Desenho Técnico 3.1.1 NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura 3.1.2. NBR 10068 – Folha de Desenho – Leiaute e dimensões 3.1.3. NBR 10582 – Apresentação da folha para desenho técnico 3.1.4. NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico 3.1.5. NBR 13142 – Desenho técnico – dobramento de cópia 3.1.6. NBR 8402 – Execução de caracter para escrita em desenho técnico 3.1.7. NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das linhas 3.1.8. NBR 10126 – Cotagem em desenho técnico 3.1.9. NBR 8196 – Desenho técnico – Emprego de escalas 3.2. Escalas 3.2.1. Escala Numérica 3.2.2. Tipos de Escalas Unidade IV - Vistas Múltiplas e Vistas Auxiliares 4.1. Vistas Múltiplas e Vistas Auxiliares 4.1.1. Vistas Ortográficas 4.2. Perspectiva Isométrica e Cavaleira 4.2.1. Traçando perspectivas isométricas Unidade V - Projeto Arquitetônico 5.1. Projeto Arquitetônico 5.1.1. Planta Baixa 5.1.2. Planta de Situação 5.1.3. Planta de Locação 5.1.4. Planta de Cobertura 5.1.5. Cortes 5.1.6. Fachadas 5.1.7. Carimbo 5.1.8. Quadro de áreas Referência Bibliográfica
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