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Ciclo 3 Aprendizagem_ da Teoria à Prática

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30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 1/19
CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM
CICLO 3 – APRENDIZAGEM: DA TEORIA À PRÁTICA
INTRODUÇÃO
Neste ciclo de aprendizagem, você terá a oportunidade de compreender as premissas da Andragogia,
conhecer as principais abordagens de ensino e identificar a que melhor se aplica a cada proposta de
ensino. Além disso, conhecerá algumas metodologias ativas que podem ser aplicadas na Educação nos
diversos níveis de ensino.
ANDRAGOGIA
Iniciaremos nossos estudos sobre Andragogia partindo da etimologia da palavra:
Andragogia andros, “adulto”, e agogus, “educar, guiar, conduzir”, refere-se à educação de
adultos, particularmente aqueles inseridos no contexto de trabalho, que leva em consideração
aspectos como experiências, motivações e necessidade de aprender (FILATRO; AZEVEDO
JUNIOR; NOGUEIRA, 2019, p. 57).
Na perspectiva da Andragogia, o adulto é um ser independente e autônomo que acumula suas
experiências ao longo da vida, tornando sua capacidade de aprender progressiva e autodirecionada.
Para o adulto, a aprendizagem está relacionada aos seus papéis sociais e a problemas práticos a serem
resolvidos, em que a aplicabilidade do conhecimento deve ser imediata, sobretudo no contexto
profissional (FILATRO; AZEVEDO JUNIOR; NOGUEIRA, 2019).
Neste contexto, Munhoz (2017) acrescenta a necessidade de uma maior compreensão de como os
adultos aprendem e enfatiza que o facilitador/orientador/professor deve construir um ambiente favorável
à aprendizagem em que o aluno se sinta motivado e destaca algumas recomendações, tais como:
selecionar conteúdos relevantes; propor situações desafiadoras que considerem os conhecimentos
prévios; realizar feedback; respeitar a individualidade; e possibilitar que o aluno aprenda fazendo.
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 2/19
Para ampliar seus conhecimentos sobre Andragogia, sugerimos a leitura do Capítulo 1, O que é
andragogia, da obra Andragogia: a educação de jovens e adultos em ambientes virtuais, de
autoria de Antonio Siemsen Munhoz (2017, p. 18-25). A obra está disponível na Biblioteca
Virtual Pearson.
ABORDAGENS DE ENSINO
Ao longo dos anos, ao considerarmos a história da Educação, várias abordagens de ensino foram
incorporadas em sala de aula, sendo influenciadas por diversos teóricos.
Neste material, vamos considerar como principais abordagens de ensino: a abordagem tradicional, a
abordagem comportamentalista, a abordagem humanista, a abordagem cognitivista, a abordagem
sociocultural, a abordagem construtivista e o conectivismo, sendo a última uma teoria de aprendizagem
que ainda está em construção diante das inovações do século XXI.
ABORDAGEM TRADICIONAL
Na abordagem tradicional de ensino, predominam as aulas expositivas. O aluno é considerado um
receptor passivo que reproduz o conhecimento adquirido. O conhecimento é medido, e a avaliação é um
fim em si mesmo, em que é medida a quantidade de informações que o aluno consegue adquirir.
Predomina a educação bancária e individual e há ênfase na memorização do conhecimento. Os
professores devem seguir um modelo pedagógico rígido e detêm todo o conteúdo a ser transmitido para
os alunos, ao passo que as escolas devem manter um ambiente austero para que não haja a distração
do aluno. A aprendizagem deve seguir um mesmo ritmo para todos os alunos (MIZUKAMI, 2019).
Neste contexto da aula expositiva, Bates (2017) afirma que, para uma aula expositiva ser eficaz, é
necessário que o aluno se envolva com o material, fazendo com que ele manipule mentalmente a
informação.
https://plataforma.bvirtual.com.br/
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 3/19
Para ampliar seus conhecimentos sobre a aula expositiva, sugerimos a leitura do Tópico 3.3.2
As origens da aula expositiva, p. 114-122, disponível na obra Educar na era digital: design,
ensino e aprendizagem, de autoria de Bates (2017).
Na abordagem tradicional, a preocupação estava na transmissão do conhecimento, e não com o aluno.
O professor era o “todo-poderoso”, era o dono do saber.
A memorização defendida pela abordagem tradicional ainda é muito exigida em concursos e
vestibulares em que a pessoa deve saber, por exemplo, uma fórmula, as conjunções adversativas, os
princípios expressos da Constituição Federal etc. E, para auxiliar nesta memorização, podemos fazer
uso dos mnemônios.
ABORDAGEM COMPORTAMENTALISTA
A abordagem comportamentalista, conhecida também como behaviorismo, enfatiza comportamentos
observáveis com menor foco aos processos mentais internos. Prioriza o experimento em que a
aprendizagem é construída por meio da recompensa e do reforço demonstrado por mudanças externas.
Segundo o comportamentalismo, é possível controlar o pensamento observável e obter mudanças
desejáveis por meio do autocontrole. O professor é responsável por planejar as atividades e controlar
todo o percurso do aluno, enfatizando a instrução programada (MIZUKAMI, 2019).
Segundo Filatro e Cairo (2015, p. 40), nesta abordagem, as “estratégias são mais adequadas a
domínios de conhecimento estruturados, à solução de problemas bem definidos e às tarefas que exigem
baixo processamento cognitivo”.
O teórico Skinner é considerado o expoente desta abordagem. Para ele, a aprendizagem é construída
por meio de estímulos e respostas, induzidas pela repetição e pelo esforço. Suas ideias corroboram com
as ideias de Mizukami, em que enfatiza “[...] as ações educacionais se concentram na transmissão do
conhecimento [...] com o objetivo de promover mudanças comportamentais observáveis” (FILATRO;
CAIRO, 2015, p. 40).
ABORDAGEM HUMANISTA
http://www.abed.org.br/arquivos/Educar_na_Era_Digital.pdf
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 4/19
Esta abordagem de ensino enfatiza as relações interpessoais, e um dos principais teóricos é Carl
Rogers. Para ele (1985), os interesses dos alunos devem vir em primeiro lugar, e o professor deve ser
um facilitador da aprendizagem. Sugere a singularidade e o respeito às diferenças, e a relação
professor-aluno deve transcender a sala de aula. O aluno deve refletir sobre sua aprendizagem,
questionar e fazer escolhas; o professor, por sua vez, deve auxiliar o aluno na busca de seus objetivos
para não se tornar um mero acumulador do conhecimento. O ambiente na escola deve ser o mais
favorável possível, possibilitando a liberdade para novas descobertas (LIMA; BARBOSA; PEIXOTO,
2018).
Nesta abordagem, a aprendizagem é significativa (que faça sentido para o sujeito que aprende) e
transformadora, visando ao bem-estar do indivíduo na sociedade.
Para ampliar seus conhecimentos sobre a abordagem humanista, sugerimos que você assista à
entrevista com a Profa. portuguesa Dra. Luisa Fernandes sobre Pedagogia Humanista.
Educação Humanista
ABORDAGEM COGNITIVISTA
Na abordagem cognitivista, segundo Filatro e Cairo (2015), ao adquirir novas informações, o aluno as
relaciona com os conhecimentos anteriores em uma estrutura mental, para, posteriormente, armazenar
na memória.
Esta abordagem se consolidou com o avanço da tecnologia educacional. Sua ênfase está mais no que
os alunos sabem e como adquiriram esse saber, exigindo, assim, maior poder de abstração. As
mudanças que ocorrem nos alunos são resultados de aprendizagens indiretas (FILATRO; CAIRO,
2015).
A aprendizagem para o aluno deve ser significativa, em que ele processa as informações e as relacionacom seus conhecimentos prévios. Segundo Ausubel, pesquisador que apresentou a aprendizagem
significativa, a aprendizagem é significativa quando faz sentido para o aluno, quando os novos
conteúdos a serem estudados se relacionam com os conceitos preexistentes na memória cognitiva dos
alunos. “E, segundo esse teórico, a atribuição de significado depende de um único fator: aquilo que o
aluno já sabe” (FILATRO; CAIRO, 2015, p. 43).
Bates (2017, p. 87) afirma que:
Cognitivistas têm aumentado nossa compreensão de como os seres humanos processam e
dão sentido a novas informações, como acessamos, interpretamos, integramos, processamos,
organizamos e gerimos o conhecimento, e têm nos dado uma melhor compreensão das
condições que afetam os estados mentais dos alunos.
Ainda, segundo Bates (2017), a taxonomia de Bloom, em seu domínio cognitivo, é a mais utilizada na
Educação.
https://www.youtube.com/watch?v=_SD-ir90vZk
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 5/19
Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos a leitura das páginas 84 a 87 – Tópico 2.4
Cognitivismo. Disponível no obra Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem, de
autoria de Bates (2017).
ABORDAGEM SOCIOCULTURAL
Os principais teóricos da abordagem sociocultural são Paulo Freire e Vygotsky. Esta abordagem
enfatiza os aspectos sociais, políticos e culturais e, após a Segunda Guerra Mundial, demonstrou
preocupação com a cultura popular.
Ribas e Moura (2006, p. 130) enfatizam que: “A atividade humana, nesta abordagem, é entendida como
dotada de um sistema de significação que é permanentemente construído e transformado pelo próprio
grupo cultural”.
Nesse sentido, destacamos a importância do sujeito inserido em um contexto cultural em que ocorram
trocas entre os membros do grupo, enfatizando a mediação entre o sujeito e o meio discutida por
Vygotsky. Para Vygotsky (1991, apud RIBAS; MOURA, 2006, p. 131), “a alteração provocada pelo
homem sobre a natureza altera a própria natureza do homem”.
Corroborando as ideias de Ribas e Moura (2006), Mizukami (2019) apresenta que, quanto mais o
homem reflete sobre sua realidade, mais ele se torna consciente e comprometido a intervir na realidade
para mudá-la.
Em consonância com Mizukami (2019), é necessário que haja a desmistificação entre o opressor e o
oprimido no processo de ensino e aprendizagem, e isso somente se dá por meio de um processo de
conscientização crítica do homem sobre a realidade. Além disso, diante de cada desafio, por meio da
conscientização crítica sobre a realidade, o homem é capaz de modificá-la.
Na abordagem sociocultural, o homem é o sujeito da Educação, na qual não há neutralidade. A
Educação assume um caráter amplo e não está restrita à escola e nem a um processo de educação
formal. A escola existe em um contexto histórico de uma sociedade (MIZUKAMI, 2019).
http://www.abed.org.br/arquivos/Educar_na_Era_Digital.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=4M69rga5ENo&t=5s
https://www.youtube.com/watch?v=BS8o_B5M9Zs&ab_channel=InstitutoClaro
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 6/19
A relação professor-aluno não é imposta. O professor deve se colocar na posição de aluno; e o aluno,
se colocar na posição de educador, para, juntos, questionarem a cultura dominante, superando, dessa
maneira, a consciência ingênua, percebendo as contradições da sociedade em que vivem (MIZUKAMI,
2019).
ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
De acordo com Bates (2017, p. 88), “[...] o construtivismo enfatiza a importância da consciência, do livre
arbítrio e da influência social na aprendizagem”.
Para Filatro e Cairo (2015, p. 47):
A abordagem construtivista entende a aprendizagem como um processo pelo qual o aluno
constrói o conhecimento a partir da sua interação com o mundo exterior, por meio de uma ação
permanente de (re)construção que resulta na formação de novas estruturas cognitivas.
Analisando as definições anteriores, podemos destacar que os construtivistas acreditam que os seres
humanos são livres, ativos e estão em constante procura de significados para termos internos. Também,
que o indivíduo constrói seus conhecimentos por meio da assimilação de novas informações, as quais
são relacionadas com os conhecimentos já existentes e processadas cognitivamente. Para os
construtivistas sociais, é essencial que haja uma discussão e interação social, possibilitando testar e
confrontar nossos conhecimentos com os de outras pessoas (BATES, 2017).
Os problemas e incongruências são resolvidos empregando estratégias como a busca de
relações entre o que era conhecido e o que é novo, identificando semelhanças e diferenças, e
testando hipóteses ou suposições. A realidade é sempre experimental e dinâmica (BATES,
2017, p. 89).
Para o construtivismo, cada indivíduo é único, dessa forma, no nível individual, o comportamento não é
previsível nem determinante, e a aprendizagem vai ocorrer somente por meio da interação entre os
indivíduos, e é um processo em constante mudança.
A abordagem construtivista pode ser aplicada em todas as áreas do conhecimento, mas é mais
encontrada nas áreas de Humanas, Ciências Sociais, Educação e áreas em que a temática seja menos
quantitativa. A ênfase do construtivismo sobre o desenvolvimento do aluno no sentido pessoal acontece
por meio da reflexão, análise e construção do conhecimento, que se dá de maneira mais aprofundada
com o passar dos anos, em que cada indivíduo relaciona o conhecimento prévio com o novo
conhecimento para obter o conhecimento atual. Podemos destacar a reflexão, os seminários, os fóruns
de discussão e os trabalhos em grupo como métodos a serem aplicados na abordagem construtivista no
ensino presencial e a aprendizagem colaborativa no ensino on-line (BATES, 2017).
CONECTIVISMO
O conectivismo é uma teoria de aprendizagem em construção que surgiu no início do século 21 como
contraponto ao behaviorismo. Essa perspectiva se sedimenta ao construtivismo na década de 1980.
Nesse momento, começou-se a reconhecer as relações entre o conhecimento e as experiências
pessoais para:
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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[...] explicar a aprendizagem no mundo digital e para integrar princípios explorados pelas teorias
de rede, da complexidade e da auto-organização. De acordo com o conectivismo, a
aprendizagem é um processo que ocorre em ambientes nebulosos cujos elementos centrais
são mutáveis e não estão inteiramente sob o controle do indivíduo” (FILATRO; AZEVEDO
JUNIOR; NOGUEIRA, 2019, p. 58).
Ainda segundo Filatro, Azevedo Junior e Nogueira (2019), a ideia de trabalhar o conectivismo é que haja
uma rede de especialistas, sejam humanos ou computacionais, que possibilitam o conhecimento aos
alunos por meio da tecnologia. O especialista terá a função de orientar os alunos, mediando o
conhecimento e oferecendo técnicas e ferramentas que possibilitem o desenvolvimento da criatividade e
da proatividade em suas experiências de aprendizagem.
Na prática, o conectivismo se traduz na organização de ambientes de aprendizagem abertos,
motivadores, dinâmicos e em rede, possibilitando a aquisição e a aplicação de conhecimento, a
participação (virtual) e as ações em equipes interdisciplinares, multissetoriais, multiculturais e
até multinacionais, abordando problemas e oportunidades desafiadoras (FILATRO; AZEVEDO
JUNIOR; NOGUEIRA, 2019, p. 58).
Ainda neste contexto, Carbonell (2016, p. 11) nos apresenta que:
Na prática, o conectivismo exige conhecimento e muita conversação, colaboração e
participação social ativa, horizontalidade e dimensionalidade, aprendizagem autônoma e
contínua, inteligência coletiva,ambientes não estruturados nem regulados e, finalmente,
empoderamento e formação para a cidadania digital.
Carbonell (2016) nos chama atenção em relação a este empoderamento, que pode ser coletivo e
individual e, muitas vezes, gerar dúvidas nos discursos atuais, como, por exemplo:
[...] relativizar o valor crítico e a fidedignidade do conhecimento gerado na rede
(BUCKINGHAM, 2013); ao mostrar o paradoxo de que a sociedade do conhecimento gera
desinformação e ignorância (INNERARITY, 2011); ou ao indicar que, muitas vezes, o mito do
ágora, como elemento de dinamismo e coesão social comunitária, é reduzido a uma mera
presença de uma massa acrítica e manipulável (ZAFRA, 2013) (CARBONELL, 2016, p. 11).
Desse modo, o grande desafio do conectivismo é oferecer respostas rápidas diante do crescimento do
conhecimento, estimular a criatividade e impulsionar a inovação para a competitividade e a criação de
novos valores para o século 21.
Bates (2017, p. 94) apresenta que as críticas ao conectivismo podem ser superadas: “[...] conforme a
prática melhora, com o desenvolvimento de novas ferramentas para avaliação, organização do trabalho
cooperativo e colaborativo com números massivos, conforme mais experiência é adquirida”.
Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos as seguintes leituras:
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 8/19
Tópico O conectivismo: uma nova teoria da aprendizagem, disponível na obra
Pedagogias do Século XXI: bases para a inovação educativa, p. 11. Disponível na Minha
Biblioteca.
Tópico Uma Visão sobre o conectivismo, disponível na obra Andragogia: a educação de
jovens e adultos em ambientes virtuais, de autoria de Antonio Siemsen Munhoz (2017, p.
89-92). Disponível na Biblioteca Virtual Pearson.
Páginas 92 a 94 do Tópico 2.6 Conectivismo.
Considerando o conhecimento das abordagens de ensino apresentadas, percebemos que elas
fundamentam a ação pedagógica dos professores, sendo fundamental que eles tenham clareza sobre a
especificidade de cada uma e tenham consciência de que suas concepções contribuem para uma
prática docente reflexiva.
Neste contexto, sugerimos a leitura do artigo Rever, Pensar e (Re)significar: a importância da
reflexão sobre a prática na profissão docente, de autoria de Valter Carabetta Júnior (2010).
Além disso, as abordagens de ensino apresentadas nos fazem refletir sobre a necessidade de uma
articulação entre teoria e prática, sobre as vivências dos docentes em suas práticas de ensino, sendo
necessárias a confrontação e a articulação entre as diferentes abordagens, possibilitando, assim, que a
aprendizagem ocorra de maneira satisfatória. Ao pensarmos na aprendizagem dos alunos, devemos
considerar, também, os diversos estilos de aprendizagem.
No próximo tópico, estudaremos as metodologias ativas. Vamos lá?
METODOLOGIA ATIVAS
A expressão “metodologias ativas” é nova, e seu uso intensificou-se mais a partir do ano de 2014,
conforme demonstra a Figura 1. Mas, segundo Mattar (2017), as metodologias ativas em si não são
novidade. Prova disso é que, se voltarmos aos primórdios dos tempos, podemos ver que este
pensamento é bem antigo e pode ser notado em um processo de questionamento utilizado por Sócrates
(469-399 a.C.) denominado maiêutica, que é um método utilizado pelo filósofo grego que indicava o
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
https://plataforma.bvirtual.com.br/
http://www.abed.org.br/arquivos/Educar_na_Era_Digital.pdf
https://www.scielo.br/pdf/rbem/v34n4/v34n4a14.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=eJbb7qXQ4mk&ab_channel=DanielaMelar%C3%A9VieiraBarros
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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caminho para as pessoas com quem conversava por meio de questionamentos, fazendo com que
houvesse a reflexão sobre o que as pessoas pensavam que sabiam.
Fonte: Mattar (2017, p. 20). 
Figura 1 Metodologias Ativas – Google Acadêmico.
 
Quem é esse aluno ativo afinal? As metodologias ativas convidam o aluno a deixar de ser um mero
receptor e tornar-se um participante ativo do processo de aprendizagem, ou seja, ao trabalhar com
metodologias ativas, há o envolvimento comportamental, psicológico e emocional em atividades que
afetam a aprendizagem. O aluno aprende sobre uma nova perspectiva em que será um pesquisador,
participará de interações, decidirá quando e como aprender.
Antes de apresentarmos alguns exemplos de metodologias ativas, vale fazer uma distinção entre
técnicas e metodologias. Para isso, analisamos a definição de Masetto (2015, p. 99, apud MATTAR,
2017, p. 22).
Entende-se que o termo ‘estratégia’ ou ‘metodologia’ refere-se ao conjunto de todos os meios e
recursos que o professor pode utilizar em sala de aula para facilitar a aprendizagem dos alunos.
[...] Já por ‘técnica’ ou ‘método’ entende-se uma atividade que se realiza obedecendo a
determinadas regras metodológicas visando alcançar um objetivo de aprendizagem.
A metodologia, por sua vez, deve ser escolhida pelo docente, proporcionando o alcance dos objetivos
educacionais, e pode se aplicada em sala de aula presencial, virtual, de maneira individual ou em grupo
e em ambiente corporativo.
Sugerimos, agora, que assista ao vídeo a seguir:
Agora, apresentamos alguns exemplos de metodologias ativas que podem ser aplicadas na Educação
Básica, no ensino superior e na educação corporativa, na educação presencial, híbrida e a distância.
SALA DE AULA INVERTIDA (INVERTED CLASSROOM)
Você já ouviu falar em Sala de Aula Invertida? Já participou de uma Sala de Aula Invertida? Neste
tópico, vamos fazer algumas considerações desta metodologia de ensino. Vamos lá?
A Sala de Aula Invertida não é uma metodologia nova de estudos e consiste em realizar leituras de
textos ou assistir vídeos antes da aula. Dessa forma, o tempo em sala de aula é otimizado, e os eventos
que ocorriam em sala ocorrem fora dela. O aluno assume a responsabilidade pelo estudo teórico e leva
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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para a sala de aula sua dúvida ou um questionamento sobre o conteúdo estudado. Dessa forma, o
professor terá mais tempo para se dedicar às discussões, às explicações, ao esclarecimento de dúvidas
dos alunos, à realização de atividades práticas e aplicação de exercícios e, por fim, poderá realizar uma
revisão de todo o conteúdo estudado.
Vamos a alguns conceitos de Sala de Aula Invertida:
Aprendizagem invertida é uma abordagem pedagógica na qual a exposição de conteúdo se
desloca do espaço de aprendizagem em grupo para o espaço de aprendizagem individual e o
espaço em grupo resultante é transformado em um ambiente de aprendizagem dinâmico e
interativo, onde o educador orienta os estudantes na aplicação de conceitos e no engajamento
criativo com a matéria estudada (TALBERT, 2014, apud AZEVEDO; BERGMANN, 2020).
E, ainda:
Aprendizagem invertida é uma estrutura que possibilita que educadores alcancem cada
estudante. A abordagem invertida inverte o modelo tradicional de sala de aula apresentando
conceitos antes do encontro de sala de aula e permitindo que educadores usem o tempo em
sala de aula para orientar cada estudante através da aplicação ativa prática e inovadora de
conceitos (AALAS, apud AZEVEDO; BERGMANN, 2020).
Analisando os conceitos, observe que eles podem ser apresentados tanto para os pais quanto para os
alunos para que compreendam como será a Sala de Aula Invertida.
Neste contexto, Mattar (2017) e Mello, Almeida Neto e Petrillo (2019) afirmam que apenas inverter a
sala de aula não garante que haja aprendizagem invertida, pois é necessário que os professores
incorporem os quatro pilares fundamentaisda aprendizagem invertida em sua prática, que são:
ambiente flexível, cultura de aprendizagem invertida, conteúdo intencional e que o educador tenha uma
postura profissional diferente do educador de uma sala de aula tradicional.
Fonte: adaptado de FLN (2014 apud MELLO, 2019, p. 74). 
Figura 2 Pilares da Aprendizagem Invertida.
 
Para trabalhar a Sala de Aula Invertida, podemos disponibilizar para o aluno textos impressos ou digitais
para leitura antes da aula, vídeos preexistentes de fontes confiáveis ou vídeos produzidos pelo próprio
professor utilizando como recurso um smartphone, por exemplo.
INSTRUÇÃO POR PARES (PEER INSTRUCTION)
A instrução por pares é um estilo de ensino interativo desenvolvido por Mazur em 1991, em que o aluno
conversa com seus colegas, discutindo os conceitos abordados. O professor terá a função de encorajar
o aluno a expor o seu ponto de vista (MATTAR, 2017).
Observe, na figura a seguir, o fluxo de peer instruction elaborado por Mattar (2017, p. 42).
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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Fonte: Mattar (2017, p. 42). 
Figura 3 Peer instruction.
 
Ao analisar a figura, podemos notar que o fluxo da instrução por pares está estruturado em três fases:
Pré-aula: o aluno deverá realizar a leitura e assistir aos vídeos previamente. Para garantir que o
aluno leia ou assista ao vídeo, são propostas questões on-line antes da aula.
Aula: explicação do professor sobre o tema, o qual se orientará a que tipo de explicação dará
pelas respostas das questões prévias à aula. Testes conceituais que os alunos responderão
individualmente; na sequência, serão propostas discussões, e os alunos serão encorajados
pelos professores a discutirem o tema com seus colegas para chegarem a um consenso da
resposta correta.
Pós-aula: o aluno deverá responder a questões após a aula.
“A instrução por pares incentiva os alunos a resolverem problemas. Assim, o professor não deve ensinar
apenas o conteúdo das disciplinas, mas também estratégias para a resolução de problemas” (MATTAR,
2017, p. 45).
Segundo Mello, Almeida Neto e Petrillo (2019, p. 70), a instrução por pares tem como objetivo:
Promover a interação em sala de aula para envolver os alunos e abordar aspectos
críticos da disciplina;
Aumentar a produtividade e o interesse dos alunos na sala de aula;
Incentivar o aluno a aprender com fontes primárias;
Possibilitar o feedback constante aluno-professor.
Para trabalhar com a instrução por pares, podemos utilizar recursos tecnológicos como softwares
específicos, formulário do Google Drive e, se não houver a tecnologia, não será um empecilho, pois
podemos utilizar cartões de respostas, textos escritos, formulários escritos e, até mesmo, a
manifestação do aluno ao indicar que deseja falar.
APRENDIZAGEM BASEADA EM EQUIPES – ABE (TEAM-BASED LEARNING – TBL)
O que é Aprendizagem Baseada em Equipes – ABE (Team-Based Learning – TBL)? Segundo Krug
(2016, p. 603):
A ABE é uma estratégia educacional constituída por um conjunto de práticas sequenciadas de
ensino-aprendizagem. Ela visa promover o desenvolvimento de equipes de aprendizagem de
alto desempenho e fornecer a estas equipes oportunidades para se envolver em tarefas de
aprendizagem significativas.
A ABE é uma metodologia de ensino que envolve três etapas essenciais: preparo; garantia do preparo;
e aplicação dos conceitos. Vamos analisar o que acontece em cada etapa segundo Mello, Almeida Neto
e Petrillo (2019, p. 57-60):
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
https://mdm.claretiano.edu.br/conapr-p01894-2021-01-pos-ead/2019/12/10/ciclo-3-aprendizagem-da-teoria-a-pratica/ 12/19
Preparo: esta etapa e/ou atividade é realizada extraclasse, e o professor deverá indicar para os
alunos quais materiais são mais adequados para o estudo de maneira que possibilitem o preparo
prévio e individual do aluno. Além disso, o aluno deve ser estimulado a pesquisar outras fontes
de pesquisa. Exemplos: ler artigos, capítulos de obras, realizar experimentos, assistir filmes,
realizar entrevistas etc.
Garantia do preparo: esta etapa é realizada na sala de aula. O professor deverá explicar
claramente como ela deverá ocorrer, tal como o tempo previsto, a formação de grupo (sugere-se
que os grupos sejam formados por um número ímpar de participantes, cinco ou sete integrantes,
para facilitar o desempate e a aprendizagem ativa e colaborativa), o formato das respostas etc.
O professor deve avaliar o preparo individual dos alunos para poder formar grupos homogêneos.
Cada grupo deverá dar apenas uma resposta aos questionamentos propostos, possibilitando aos
integrantes do grupo discussão, argumentação e conclusão conjunta. Nesta etapa, é
fundamental que seja dado um feedback para os alunos logo após a realização da tarefa, pois
terá um impacto positivo na aprendizagem, na retenção do conteúdo e no trabalho em grupo,
possibilitando apontar o que foi bom ou ruim e propondo melhoras para uma nova tarefa.
Aplicação dos conceitos: esta etapa é realizada ao longo da aula é e considerada a mais
importante para a consolidação do conhecimento. Ela envolve a aplicação de exercícios práticos
para os grupos, em que todos os grupos deverão realizar o mesmo exercício, discutir as
respostas, defender a opinião do grupo e apresentar simultaneamente suas respostas. O
feedback é dado imediatamente e pode haver discussão entre os grupos para defender a
decisão de cada grupo. Inicialmente, são propostos exercícios mais simples e, na sequência,
exercícios mais complexos. Os exercícios devem ser significantes, relevantes, autênticos e
possibilitarem ao estudante situações semelhantes às que vivenciarão em sua vida profissional
ou aspectos essenciais para avançar em seus estudos durante sua formação acadêmica. Há
várias maneiras para apresentar simultaneamente as respostas de cada grupo, veja alguns
exemplos: cartazes, placas, cartões enumerados e coloridos, histogramas projetados, afixação
das respostas na parede, possibilitando, assim, que sejam inseridos comentários de outros
grupos. Este momento é muito positivo para a aprendizagem, sobretudo quando há divergência
de opiniões entre os grupos, o que gerará uma grande discussão na sala de aula.
Cabe destacar que todos os processos que ocorrem em cada etapa são avaliados.
Para aprofundar seus conhecimentos, sugerimos a leitura artigo O “Bê-Á-Bá” da Aprendizagem
Baseada em Equipe.
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PROBLEM-BASED LEARNING –
PBL)
A Aprendizagem Baseada em Problemas – ABP vem do inglês Problem-Based Learning – PBL.
Segundo Mattar (2017), a ABP foi utilizada inicialmente apenas nos cursos de Medicina, mas,
atualmente, é utilizada em diversas áreas. É uma metodologia de ensino desenvolvida no Canadá pela
Faculdade de Medicina da Universidade de McMaster.
Nesta metodologia de ensino, o problema apresentado é utilizado pelos alunos para identificarem suas
necessidades de aprendizagem. Os alunos, à medida que tentam entender o problema, sintetizam e
aplicam informações a ele.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022016000400602&lng=pt&tlng=pt
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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Na ABP, os alunos trabalham individualmente e em grupos, e os professores têm a função de conduzir
as discussões e estabelecer um equilíbrio, procurando garantir que as lacunas do conhecimento sejam
abordadas e resolvidas (MATTAR, 2017).
Vamos acompanhar, a seguir, os fundamentos da ABP segundo Mattar (2017).
Os objetivos de aprendizagem devem ser previamente estabelecidos, havendo uma sequência a ser
estudada. Para que tenham motivação para os estudos, os alunos devem elaborar hipóteses antes do
estudo do problema, considerando os conhecimentosprévios que possuem. É essencial também que,
ao final de cada módulo, haja uma avaliação.
Inicialmente, o estudo é teórico e realizado individualmente, sendo que o aluno busca soluções para os
problemas. Os conhecimentos adquiridos são apresentados e discutidos no grupo tutorial, e, em
seguida, é apresentado um novo problema.
Um exemplo de ABP aplicada na área da Saúde é a apresentação de um caso clínico aos alunos no
primeiro encontro. Os alunos deverão estudar e investigar o caso e apresentar seus resultados no
próximo encontro.
Na ABP, ocorre o distanciamento entre a teoria e a prática, e o foco da aprendizagem é o aluno.
Mello, Almeida Neto e Petrillo (2019, p. 62) apresentam alguns objetivos da ABP, que são:
Desenvolver o pensamento crítico, a capacidade analítica e argumentativa;
Aumentar o senso de responsabilidade dos estudantes, que agora precisam ter vontade
e disciplina para estudar e aprender por conta própria;
Estimular a leitura, o emprego do raciocínio lógico e as discussões;
Incentivar os estudantes a investigarem os problemas apresentados, a fim de encontrar
soluções para eles;
Estimular e desenvolver a habilidade de trabalho em equipe através da discussão em
grupo;
Permitir a interlocução das disciplinas e especialidades distintas e a troca de
informações entre elas;
Possibilitar o acesso precoce dos estudantes ao meio prático da profissão escolhida.
A ABP pode ser aplicada em ambiente on-line e tem como vantagem a flexibilidade do tempo;
possibilidade de estudo on-line; profundidade das informações; chats que podem auxiliar os alunos nas
interações com os colegas e tomadas de decisão. Apresenta algumas desvantagens, que são:
dificuldade de seguir e superficialidade nas discussões, dificultando a tomada de decisões; desperdício
de tempo, frustrações e um ritmo de trabalho mais árduo em relação ao presencial (MATTAR, 2017).
Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos a leitura do artigo Vantagens da utilização do
método de aprendizagem baseada em problemas (mapb) em cursos de graduação na área da
Saúde.
ESTUDO DE CASO
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/11660/8022
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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O estudo de caso é uma maneira de conectar o aluno à vida profissional, pois ele permite a
contextualização dos conteúdos aprendidos com a prática. Geralmente, é construído tendo como base
situações reais ou histórias que se aproximam da realidade.
As situações propostas promovem o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à
resolução de problemas e pressupõem a participação ativa do estudante em um ambiente colaborativo
com seus pares. O estudo de caso pode ser realizado de maneira individual, mas a riqueza desta
abordagem está no trabalho em equipe. Durante as discussões, os estudantes buscam os saberes
necessários para resolver o problema proposto (SPRICIGO, 2014).
Para Spricigo (2014), o estudo de caso não necessita de um preparo prévio por parte do estudante,
mas, ao fazê-lo, agilizará a atividade em sala de aula. O professor deve oferecer ao estudante material
de apoio, propondo questionamentos para a resolução do caso e, se os estudantes estiverem indo em
uma direção errada, pode propor novos questionamentos para redirecionar o aprendizado dos alunos. A
avaliação é feita de maneira individual e coletiva, e a participação do estudante em sala de aula permite
saber quem não participou durante o desenvolvimento da atividade nos grupos, podendo o professor
chamar o aluno a participar. O professor é o mediador das discussões e conduz ao fechamento correto
de cada caso.
Bates (2017) afirma que o estudo de caso pode ser um valioso instrumento ao propor conteúdos
complexos ou que não apresentam soluções óbvias; os alunos devem avaliar e decidir sobre opções
alternativas de resolução, como em exemplos de prática clínica em Medicina. Para ele, “com o ensino
baseado em casos, os alunos desenvolvem competências em pensamento analítico e crítico pela leitura
e discussão de situações complexas reais” (BATES, 2017, p. 137).
Após estudarmos a ABP e o estudo de caso, vamos propor um quadro comparativo entre essas duas
metodologias segundo Spricigo (2014).
Quadro 1 Comparativo entre ABP e estudo de caso.
ESTUDO DE CASO APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
(ABP)
Geralmente restrito a um conteúdo específico.
Normalmente abrange vários conteúdos, e o
estudante precisa definir o que é preciso
pesquisar.
Geralmente necessita de preparo prévio por parte
do estudante.
Não necessita de preparo prévio por parte do
estudante.
Possui questões que guiam o estudo. Propõe a solução de problema de forma genérica,
ou coloca questões abertas.
O professor realiza algum direcionamento durante
as discussões.
O professor não realiza direcionamento, a
discussão é mantida dentro do grupo de
estudantes.
O estudante costuma necessitar de nenhuma ou
apenas de algumas informações adicionais para
a resolução do caso.
O estudante costuma pesquisar muitas
informações para a resolução de problema.
Fonte: Spricigo (2014, p. 3)
 
Considerando os exemplos de metodologias ativas apresentados, sugerimos que você finalize este
tópico de estudos assistindo ao vídeo a seguir, que tem o intuito de fazer você refletir sobre as
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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possibilidades e desafios da utilização de metodologias ativas na Educação. Bom vídeo!
POSSIBILIDADES DE USO DAS METODOLOGIAS ATIVAS
De uma maneira geral, podemos apresentar algumas possibilidades que as metodologias ativas trazem
para a aprendizagem. Inicialmente, podemos destacar o protagonismo do aluno, em que ele é o foco de
sua aprendizagem, possibilitando que desenvolva a autonomia e a confiança.
Ao trabalhar com metodologias ativas, o aluno aprende a resolver problemas e, assim, aproxima a teoria
da prática, pois desenvolve uma postura crítica sobre o mundo, refletindo sobre o problema proposto,
analisando a situação e procurando respostas para solucionar o problema. O aluno demonstra maior
satisfação no ambiente da sala de aula ao perceber que aprendeu o conteúdo proposto de uma maneira
mais tranquila.
Uma estratégia muito utilizada nas metodologias ativas é o trabalho em grupo, o que faz com que os
alunos opinem, aprendam a ouvir opiniões dos colegas e a lidar com sugestões e opiniões diversas,
sempre procurando chegar a uma solução do problema proposto.
De acordo com Zaluski; Oliveira (2018) apud Santos et al. (2019, p. 84):
A aplicação da metodologia ativa proporciona ao aluno assimilar maior volume de conteúdo,
retenção de informações por mais tempo com aulas mais prazerosas. Assim, vivenciando os
conteúdos na prática, o aluno torna-se mais seguro na aplicação do conhecimento, reforçando
sua autonomia em tomadas de decisões, senso de responsabilidade, iniciativa criadora,
cooperação, espírito crítico e, com o trabalho em equipe/grupo, melhora suas características de
relacionamento e liderança, tornando o aluno o principal agente na aprendizagem, promovendo
seu próprio desenvolvimento.
Analisando as considerações de Santos et al. (2019), podemos destacar mais alguns benefícios do uso
das metodologias ativas, tais como a criatividade, o senso crítico e a possibilidade de descoberta de
líderes nas salas de aulas, o que poderá ser despontado na vida profissional em um cargo a ser
exercido.
DESAFIOS DO USO DAS METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO SUPERIOR
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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A implementação das metodologias ativas no ensino superior é uma tendência do século 21, e existem
alguns desafiosa serem superados para que o seu uso seja efetivo. Para tanto, é necessário que haja a
conscientização dos professores e dos alunos quanto à necessidade de inovação no processo de
ensino e de aprendizagem.
Como a rotina das aulas se altera, tanto professores quanto alunos precisam se adaptar e se capacitar
para trabalhar com as novas atividades e o desenvolvimento das habilidades emocionais, cognitivas,
comportamentais e psicológicas. Além disso, é necessário que haja maior receptividade às críticas e às
sugestões durante o processo, bem como discernimento para lidar com as adversidades da nova
configuração da sala de aula.
É preciso que as instituições de ensino superior (IESs) invistam em infraestrutura para atender à
demanda da nova rotina, garantindo a implementação das metodologias ativas. Além disso, cabe
analisar se haverá necessidade de investimento em recursos humanos, uma vez que o processo exigirá
um grande esforço do professor, pois o processo de avaliação pode exigir um contato mais próximo dele
com a produção do aluno.
Como a aprendizagem é significativa, a tendência é que o aluno retenha mais o aprendizado do que em
uma aula expositiva ou por meio da leitura de um artigo ou capítulo de obra.
PERSPECTIVAS PARA O FUTURO
Filatro, Azevedo Junior e Nogueira (2019) apresentam uma evolução do conceito de metodologias
ativas, a qual já está sendo utilizada nos meios escolares e acadêmicos e também no ambiente
corporativo, que é metodologias (cri)ativas, que tem como embasamento o conceito de criatividade e
colaboração e possui três princípios básicos:
1. protagonismo do aluno - em correspondência à centralidade na pessoa;
2. colaboração – em referência à aprendizagem e à centralidade nas pessoas;
3. ação-reflexão – em relação ao processo de transformar a experiência individual em
conhecimento e o conhecimento adquirido em experiência prática (FILATRO; AZEVEDO
JUNIOR; NOGUEIRA, 2019, p. 57).
Nesse sentido, as metodologias (cri)ativas abrangem diversas técnicas e estratégias educacionais.
Sugerimos que você assista a este vídeo, em que Andrea Filatro fala sobre as metodologias inov-ativas
na educação e no ambiente corporativo.
Durante o estudo deste ciclo, você pôde compreender o conceito de Andragogia, conhecer e refletir
sobre algumas abordagens de ensino, tendo a oportunidade de selecionar as que mais se adequem à
realidade de seus alunos e, assim, obter resultados satisfatórios de aprendizagem. Além disso,
compreendeu o que são as metodologias ativas de ensino e como elas podem auxiliar no processo de
30/05/2021 Ciclo 3 – Aprendizagem: da Teoria à Prática – Conhecimento e Aprendizagem
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ensino e aprendizagem, fazendo com que os alunos tenham uma participação mais ativa em sua
aprendizagem.
Em seguida, no Ciclo 4, será discutida a Gestão do Conhecimento na Era Digital. Vamos adiante?
 
Na disciplina Didática do Ensino Superior você não terá que realizar atividades e postá-las
no Portfólio, nem participar de interatividades propostas no Fórum, sua avaliação na Sala
de Aula Virtual será apenas formativa e comporá a nota final da disciplina. Portanto, é
fundamental que realize os dois blocos de questões on-line propostas.
QUESTÕES ON-LINE
 
Nesta disciplina você deverá realizar dois blocos de questões on-line em cada
Ciclo de Aprendizagem.
Responda as Questões on-line disponibilizadas na Sala de Aula Virtual.
PONTUAÇÃO
Ciclo 1.1 - de 0 a 0,75 ponto.
Ciclo 1.2 - de 0 a 0,75 ponto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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© 2021 Conhecimento e Aprendizagem | Claretiano
http://claretiano.edu.br/

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