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Prótese Parcial Removível I – PRF.: Marcelo Peçanha 07/02/22 – CONFECÇÃO LABORATORIAL DE PRÓTESE PARCIAL REMOVÍVEL Caso clínico PPR Delineamento, prova da infraestrutura, registro intermaxilar, montagem de dentes e acrilização. Sequência clínica PPR 1. Exame clínico/moldagem preliminar (Alginato) – análise do modelo e delineamento 2. Preparo dos dentes e Moldagem de trabalho – silicone pesado 3. Prova da infraestrutura 4. Prova da PPR em cera 5. Instalação da PPR Duas coisas que vocês precisam saber ao final da disciplina: 1º - Saber planejar uma PPR; 2º - Como fazer uma PPR (sequência clínica da PPR). Então, na prova, teremos uma pergunta referente ao planejamento e a outra em relação a sequência clínica. 1ª Fase Laboratorial Preparo dos modelos - Delineamento com demarcação do equador protético dos dentes. - Demarcação da região de ponta ativa dos grampos de retenção. A primeira coisa que fazemos é o modelo de estudo e o delineamento; segunda coisa que fazemos é o modelo de trabalho. E esse modelo de trabalho quando o enviamos para o laboratório, a primeira coisa que o técnico precisa fazer delinear. Então, o técnico irá pegar o registro que fizemos do eixo de inserção e montar no delineador e assim que ele fizer isso, ou seja, usar o nosso registro para delinear o modelo de trabalho; ele irá começar a trabalhar nesse modelo. O técnico, em cima do delineamento, irá construir as estruturas da PPR. Por isso, me pergunto com que alguém faz uma PPR sem delinear; pois observem que a primeira coisa que o técnico faz é traçar o equador protético. Então, o técnico pega o modelo de trabalho traça o equador protético e irá isolar as áreas retentivas. Porque? Pois a peça que ele confeccionar não ter estruturas rígidas abaixo do equador protético. Então, o técnico traça o equador protético e isola/elimina as áreas retentivas com cera. O técnico irá deixar apenas uma área sem cera que é a vestibular dos dentes que é aonde vai o grampo de retenção. Então, se planejarmos um grampo de retenção por lingual, o técnico irá deixar a lingual sem cera. E isso irá garantir que estrutura rígida da PPR se ela for desenhada abaixo do equador protético traçado fará com que peça tenha uma folga, então, essas estruturas rígidas não irão entrar abaixo do equador protético pois se não a peça não irá encaixar ou a peça irá encaixar e não irá sair. A única estrutura de toda a PPR que irá estar em área retentiva é a ponta ativa do grampo de retenção e é isso que o técnico está marcando com cera e lápis. Então, ele isolou todas as regiões retentivas e na vestibular foi deixando sem cera, pois na vestibular queremos que a ponta do grampo de retenção realmente entre nesse local. Então, isso é a primeira coisa que o técnico faz no modelo. A segunda coisa que o técnico faz no modelo é um alivio em cera das regiões sob a sela no modelo superior, pois a sela metálica não encosta na mucosa, ou seja, ela tem uma folga para que o acrílico entre por baixo da sela. Então, precisamos cercar a sela metálica com acrílico e o técnico já prevê isso no modelo. Então, a primeira etapa do técnico no laboratório é delinear, planejar, fazer os nichos e moldar. Nessa primeira etapa, o técnico utiliza o registro do eixo de inserção, vai delinear e vai começar o trabalho. E ele começa o trabalho encerando as partes retentivas e as áreas que ele quer gerar alívio. Depois, o técnico irá usando o próprio delineador para retirar o excesso de cera se quiser. Remoção de qualquer excesso de cera com a faca de corte do delineador. Depois, o técnico faz um esboço do que seriam as peças, como, por exemplo o conector maior, conector menor, grampos e outros. O técnico deveria, pelo menos, seguir as medidas que já conversamos na aula de conectores. No arco inferior, o técnico faz a mesma coisa. A confecção incorreta da escultura em cera na região de alívio pode... E essa etapa é importante, pois se essa etapa por feita de forma incorreta podemos ter uma desadaptação dos grampos e podemos ter um desconforto por parte da sela metálica esbarrando sobre os tecidos. Então, o técnico vai desenhando a estrutura e já vai colocando a cera levando em consideração as áreas de alívio. Esse é um vídeo do Youtube que irei disponibilizar o link, aonde a pessoa vai colocando cera na região de sela e nas regiões abaixo do equador protético (regiões de alívio). Essa é a primeira etapa. 2ª Fase Laboratorial – Duplicação dos modelos A segunda etapa chama-se duplicação dos modelos. O técnico não faz a PPR em nosso modelo (não pode fazer), pois o técnico duplica o modelo por meio de um material próprio (agente duplicador – hidrocoloide reversível). Por que o técnico não pode fazer a PPR em nosso modelo? Porque ele irá fazer uma fundição, então, o técnico irá transformar o que é cera em metal e nosso gesso não aguenta isso. Logo, se o técnico fizer a PPR no nosso modelo, nós iriamos perder o modelo já que o mesmo iria estourar/quebrar. O modelo que ele faz irá quebrar no final. E qual o material que ele usa para duplicar o nosso modelo? É um material que não vemos mais na odontologia; é o hidrocoloide reversível. Nós, da odontologia, trabalhamos com material hidrocoloide irreversível. Qual é o hidrocoloide irreversível que usamos? Alginato. Então, o técnico poderia moldar com alginato? Poderia. Poderia moldar com silicona? Poderia. Mas, esses materiais ficariam caro, pois para cada modelo que ele iria ter que duplicar, teria que usar um material de novo. Então, o técnico utiliza o hidrocoloide reversível que é fácil, esse material é uma gelatina, então, é um material que posso usar e depois que usei, lavo/limpo e depois esquento e uso de novo, então, posso usar várias vezes no laboratório. Por que não podemos usar no consultório? Pois é anti-higiênico já que não consigo fazer a desinfecção. O técnico consegue usar, pois o modelo está descontaminado. Então, como funciona isso? O técnico não usa uma moldeira e sim uma mufla, então, ele usa uma base metálica aonde ele coloca o modelo dentro e fecha a caixinha e deixa um buraco em cima; nesse buraco o técnico joga o material e esse material é fluido/viscoso, igual a uma gelatina mesmo, e joga por cima. Depois, ele tira o modelo. O técnico usa um material igual ao alginato para copiar o nosso modelo, então, a nossa PPR tem a precisão de um modelo com alginato. E isso faz que muitos indiquem que a nossa moldagem seja feita com alginato. Atualmente, acredito até ser possível moldarmos com alginato, mas o custo-benefício não vale a pena, pois preciso comprar um alginato melhor e esse alginato melhor apresenta quase o mesmo preço de uma silicona de condensação. Então, hoje não se justifica utilizarmos o alginato já que temos materiais melhores. O técnico não vaza esse modelo com gesso e sim com o revestimento que é um gesso “diferente”. É como se ele vazasse em um gesso que aguente altas temperaturas, pois esse modelo será utilizado para fundir metal. Modelo duplicado com material refratário (revestimento) e removido do molde após a sua presa. Material refratário é tudo aquilo que podemos colocar no forno. Então, a segunda etapa consiste na duplicação dos modelos. A diferença do modelo de gesso para o modelo de revestimento que ao passarmos a mão nele; ele se encontra poroso, então, o técnico ainda precisar trabalhar esse modelo. O revestimento é igual o gesso; tenho revestimento bons e ruins e, isso, pode dar distorção devido a contração e expansão do material. Então, o técnico precisa utilizar um bom revestimento para que não haja fraturas indesejadas e pode ser que a peça não fique tão fiel. Secagem do modelo – desidratar o modelo de revestimento no forno, por 40 minutos a 300º C. O técnico pega esse modelo refratário e, agora, ele irá secar esse modelo. Esse processoé feito no forno e isso que aquece; levanta um cheiro muito forte de amônia. Então, laboratório de PPR/laboratório que tem fundição são laboratórios em terraço (área externa) ou em um lugar com exaustor muito bom, pois é um cheiro tóxico. Banho impermeabilizante (álcool – BREU-GOMA LACA) – para melhorar a adesão a cera. Imergir o modelo de revestimento durante 5 segundos no banho a 80ºC. Aguardar que esfrie e seque em temperatura ambiente. Depois disso, o modelo fica branco e parecendo um gesso de baixa resistência e, por isso, o técnico dá um “banho” nesse modelo para impermeabiliza-lo com uma mistura de álcool – breu – goma laca para justamente deixar esse modelo mais resistente. Então, o técnico fez o revestimento, secou o revestimento e, agora, deu um banho impermeabilizante. E aí temos o modelo final (foto). Observem que todas as áreas retentivas foram preenchidas e, em baixo, região de sela observamos aonde ele colocou a cera, então, em cima desse modelo o técnico irá fazer a PPR. Logo, esse é o modelo de trabalho do técnico. 3ª Fase laboratorial – escultura em cera da PPR A terceira fase consiste na escultura em cera da PPR. O técnico precisa estar ciente de todas as espessuras. A barra precisa ter 7 a 10 mm; a ponta do grampo de retenção tem que ser mais fina e todas as demais informações já passadas devem ser respeitadas. O importante de sabermos disso é justamente para saber se o erro foi do laboratório ou não. Geralmente, eles não desenham isso errado pois já tem fios de cera com espessuras prontas. Essa etapa é a etapa que chamamos de fixação dos ductos de alimentação, então o técnico encera tudo e pega esse bastão maior de cera e direciona para cima e, em média, ele faz três ductos desses. E essa região é aonde será realizada a entrada do metal fundido. E em cima desses bastões, o técnico coloca um cone que chamamos de base formadora de Cadinho. Então, isso é o caminho que o metal irá percorrer para chegar na estrutura por dentro do revestimento. Então, o técnico termina o enceramento fazendo os ductos de alimentação e colocando a base formadora de Cadinho. Depois disso, o técnico coloca o anel de fundição que nada mais do que uma proteção em volta e completou todo o espaço com refratário/revestimento formando o anel de fundição (bloco de revestimento com a PPR desenhada em cera em seu interior). Fundição metálica Agora, vamos para a parte de fundição metálica. O anel de fundição e o cadinho são levados ao forno, para adequada evaporação da cera e aquecimento do revestimento e tamém para a uniformização da temperatura de ambos previamente a fundição. O tecnico coloca o anel de fundição em um forno específico de altas temperaturas e, isso, faz com que a cera evapore de forma que o local da cera está vazio/oco e por meios dos ductos de alimentação e a base formadora de cadinho o metal fundido penetra e preenche o espaço deixado pela cera, formando, assim, a PPR metálica. Mas, dão para jogar o metal aí e achar que o metal irá entrar, pois o metal não é tão fuido assim. Então, precisamos de uma centrifuga onde observamos uma base maior para o posicionamento do anel e base menor para adaptar o cadinho, para empurrar o metal para o interior do anel de fundição. O maçarico é ativado sobre o metal posiconado no cadinho, segue-se a fundição da liga. O metal deve estar líquido o suficinete para entrar no anel quando for disparada a centrifuga (ato contínuo). O problema disso é que o técnico não pode reaproveitar metal; pois se ele reaproveitar metal teremos uma PPR que se perde elasticidade e isso faz com que a PPR se solte em pouco tempo da boca do paciente; isso falamos que o metal perdeu sua tempera, ou seja, sua capacidade de voltar ao lugar inicial. Então, tudo que estava vazio no interior do anel de fundição virou metal. Então, depois da fundição, o tecnico quebra o anel de fundição de forma a remover o material metálico do revestimento. Como ele quebra; por isso que ele não pode fazer no nosso modelo. 4ª Fase laboratorial – acabamento e polimento Ao final a peça fica assim (após o jateamento de areia e banho químico); observem que ainda há os ductos de alimentação e a base formadora de Cadinho em metal. Então, agora o técnico irá remover os canais de alimentação com o disco (acabamento). E é esse excesso metálico que o técnico não pode aproveitar. Esse material que o técnico usa para dar acabamento e polimento na peça; mas acaba sendo também o material necessário para o cirurgião-dentista dar acabamento/ajustar a peça. Então, temos que ter discos de oxido de alumínio; pedras de óxido de alumínio; pontas diamantadas, borrachas de polimento de metal e feltro. Nessa fase, o técnico utiliza o nosso modelo de trabalho para adaptar a peça e isso é algo que temos que avaliar no momento que a peça chega ao consultório. Então, a primeira coisa que faço é avaliar a adaptação da peça no gesso. Temos que saber se o grampo de retenção foi feito de forma adequada. Se o grampo de oposição está legal. Se precisarmos ajustar, primeiro vamos com as pontas diamantadas, depois as pedras e depois para as borrachas mesma sequência que o técnico faz. Mas, o certo em PPR é não precisarmos de ajuste; pois a PPR é muito mais difícil de ajustar do que uma coroa. Como a PPR se prende a vários dentes se precisarmos ajustar; iremos ajustar várias coisas, por isso, geralmente, mando de volta para o laboratório identificando os erros. • Grampo de retenção – a flexibilidade de um grampo é inversamente proporcional ao seu diâmetro. • Grampo de oposição – para exercer corretamente sua função sem deformar, devem apresentar espessura uniforme. O que o acabamento pode dar de erro? Ele pode desgastar demais; pode deixar grampo a mais; então muitas coisas podem acontecer. Mas, no geral, se a peça não encaixou; o erro foi do laboratório ou o dentista moldou e demorou a vazar o gesso. Pois temos que lembrar que o silicone sofre uma deformação de contração e, por isso, se demorarmos a vazar o gesso; o modelo estará menor do que deveria não dando ajuste na peça inteira. Então, temos de 1 a 6- 8 horas para vazar em gesso o molde com silicona de condensação. A silicona ade adição temos até 7 dias para vazar. Fora isso, a maioria dos erros estão correlacionados a confecção incorreta da peça ou a falta de delineamento por parte do técnico. E, por último, o técnico faz a limpeza final das infraestruturas com escova e detergente. E, depois, o técnico limpa com água quente o nosso modelo; pois ele colocou um monte de cera para o planejamento. Depois, o técnico confere tudo que ele fez com o nosso modelo. E aí ele manda para nós a PPR e o modelo enviado. A primeira coisa que devemos avaliar quando chega o material do laboratório é se os dentes não estão quebrados. Um bom laboratório cobra em torno de 350 a 600 reais uma PPR. Ao final eles dão um “banho de ouro” que consiste em emergir a peça em uma solução eletroquímica que tem um pozinho muito fininho de ouro e ele pinta com caneta permanente todos os locais que ele não quer que o ouro/metal agarre. O problema desse banho é que com o tempo essa parte dourada sai. Sempre temos que observar se a PPR está justa sobre o modelo e se sai rente ao mesmo sem danificar o modelo. Conclusão - Sequência completa de Fundição 1ª coisa que o técnico faz – fazer as áreas de alivio das áreas retentivas e da sela metálica no modelo enviado pelo dentista; 2ª coisa – duplica o nosso modelo e encera; 3º coisa - confecção do anel de fundição; 4º coisa – quebra o anel de fundição e faz acabamento e polimento da peça. Link do vídeo: https://youtu.be/vECDTKJyJY8 https://youtu.be/vECDTKJyJY8