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2 Exame físico do Abdome

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Exame físico do abdome 
Limites: 
• Superior: diafragma 
• Inferior: músculos do assoalho pélvico 
• Anterior: músculos retos abdominais 
• Posterior: M. psoas e M. quadrado lombar 
• Lateral: músculos oblíquo e transverso do abdome 
 
*Uma parte do abdome está coberto pelas costelas, por isso, o fígado 
e os rins, são protegidos por elas. 
 
 
Para a divisão destas regiões do abdome, a linha hemiclavicular 
anterior, linhas acima das critas alíacas e linha abaixo do rebordo das 
costelas são feitas. 
 
Região umbilical = região mesogástrica 
Região supra-púbica = região hipogástrica 
 
Também pode ser dividida em quadrantes: 
 
A junção dos quadrantes superiores ou inferiores formam o 
andar. A junção dos quadrantes esquerdo ou direito formam o 
hemi. Por exemplo, se o paciente relata que está com dor nas 
regiões dos quadrantes superiores esquerdo e direito, 
podemos diretamente dizer que estar com dor no andar 
superior do abdome. Se o paciente relatar dor nos quadrantes 
superior e inferior esquerdos, podemos relatar sua dor no 
hemiabdome esquerdo. 
 
A parede abdominal anterior e o peritônio parietal, recebem 
inervação sensitiva através dos nervos intercostais de T6-T12. 
A parede abdominal lateral também recebe inervação dos 
nervos intercostais T5 (superiormente) e de L1 (inferiormente). 
A região do períneo recebe inervação de S3 e S4. 
As fibras somáticas aferentes suprem os músculos voluntários. 
 
 
Inervação da parede abdominal 
A região do umbigo é inervado por T10. 
DOR ABDOMINAL: 
• Somática: músculos da parede abdominal e peritônio 
parietal. Dor bem definida. Fibras mielinizadas 
• Visceral: vísceras. Dor mal definida. Fibras não 
mielinizadas. 
• Referida: áreas distantes porém com inervação por 
um mesmo seguimento neural. É a dor irradiada. 
Lei de Stonkes: toda vez que a serosa que envolve uma 
musculatura lisa é irritada, ocorre uma contratura involuntária 
ou paralisia desta musculatura lisa. 
Se houver uma lesão na alça intestinal que progride pra pleura 
visceral, o paciente não sabe descrever onde é a dor de modo 
preciso, mas se a irritação alcançar o peritônio parietal, há uma 
contratura muscular involuntária e a dor passa a ser bem 
definida. 
Áreas que são anatomicamente distantes, mas com inervação 
vinda do mesmo segmento neural podem apresentar sensação 
dolorosa sem que haja um estímulo direto no local = dor 
irradiada/ referida. Quando há uma irritação diafragmática, 
pode haver dor no ombro, já que o nervo frênico é formado 
pelos nervos C3,C4 e C5, provenientes da cadeia cervical. 
 
 
PONTOS DOLOROSOS: 
 
Ponto esplênico- baço 
Ponto cístico- vesícula (pode indicar colecistite aguda) 
Pontos ureterais- frequentes dores nos casos de cólica renal 
 
DOR REFERIDA (por irradiação): 
 
PRINCÍPIOS: 
• Quanto mais distante dos orifícios externos, menor a 
dor. 
Ex: uma afta na boca dói mais que uma afta no 
estômago. 
• Vísceras são insensíveis ao corte, esmagamento, 
queimadura, mas são sensíveis a estiramentos, 
contrações, inflamações e isquemias. 
 
INSPEÇÃO 
• Expor desde o apêndice xifoide até o púbis (até a 
região da crista ilíaca) 
• Colocar-se à direita do paciente, dar 3 olhares: 
1- olhar ao lado da barriga, na posição inicial 
2-olhar a barriga depois de se afastar e se abaixar, para os 
olhos e a barriga ficarem no mesmo nível 
3- olhar a barriga dos pés do paciente 
• Observar posição e atitude do paciente; 
• Irritação peritoneal imobiliza o paciente; 
 
TIPOS DE ABDOME: 
PLANO: superfície alinhada com o tórax e pelve 
 
GLOBOSO: aumento do diâmetro anteroposterior, convexidade 
simétrica verticalmente e horizontalmente. Pode estar globoso 
por gordura ou por líquido da ascite. Comum na obesidade, 
mas não forma borda de gordura 
 
 
BATRÁQUIO: aumento do diâmetro lateral maior que o antero-
posterior, com abaulamento nos flancos, com a superfície 
quase alinhada ao tórax (é reto em cima) 
 
 
ESCAVADO: comum no emagrecimento/ caquexia. Quando a 
superfície está abaixo do nível do tórax. 
 
 
AVENTAL: as gorduras caem para os lados 
 
• Simetria: simétrico ou assimétrico (comum em 
neoplasias). Para ter simetria, o umbigo precisa estar 
no meio 
 
• Abaulamentos 
• Cicatrizes – deve ter sua descrição e tamanho, se está 
de modo horizontal ou vertical. 
 
 
 
*cicatriz de Cesária: cicatriz de Pfannenstiel 
 
 
• Retrações 
• Centralidade do umbigo 
• Outras lesões cutâneas 
-equimoses na região peri-umbilical: Sinal de Cullen 
(indica pancreatite aguda) 
 
-equimoses em flanco esquerdo: Sinal de Grey-Turner 
(indica pancreatite aguda) 
 
-nódulo irmã maria josé 
 
• Circulação colateral – varizes aparentes 
• Movimentos respiratórios. 
Ex.: quem tem peritonite (inflamação no peritônio), o 
abdome não mexe, então a presença de movimento 
respiratório no abdome quer dizer que o peritônio não 
foi atingido 
• Movimentos peristálticos 
• Hérnias 
 
*Diástase dos retos abdominais: ocorre quando não há linha 
alba, então quando o paciente levanta a cabeça, eles vão para 
fora. 
 
Descrição base da inspeção: 
“Abdome plano, simétrico, sem abaulamentos, herniações, 
movimentos peristálticos, circulação colateral ou equimoses, 
com cicatriz suprapúbica longitudinal de 6 cm” 
Em pacientes magros, pode-se observar a configuração 
anatômica das alças intestinais e seus movimentos 
peristálticos. 
 
AUSCULTA 
Depois da inspeção, logo fazer ausculta, pois de fazer a 
palpação antes, pode gerar sons peristálticos para a ausculta e 
tirar o abdome da situação de repouso. 
RUÍDOS HIDRO-AÉREOS (RHA)→ podem estar aumentados ou 
diminuídos. São produzidos pela interação do peristaltismo 
com os líquidos e os gases. A presença dos gases é 
indispensável para que os sons sejam ouvidos 
Em condições usuais, uma vez a cada 2 minutos , consegue-se 
ouvir algum tipo de som, ou seja, pode-se colocar o 
estetoscópio por 2 minutos no mesmo local, até escutar. 
Em média, os RHA ocorrem a cada 5-10 segundos. 
Os RHA alteram-se ao longo da evolução de um quadro 
obstrutivo. 
As reduções dos RHA são mais importantes que as 
exacerbações. 
Ruídos aumentados nas diarreias, hemorragias intraluminais 
(pois há mais líquido) e reduzidas nas hemorragias peritoneais. 
Não ter os RHA é um sinal de síndrome oclusiva/ intestino 
parado. 
 
Tipos de RHA → 
➢ PATINHAÇÃO: estômago e ceco 
-som semelhante à palmadas sobre uma superfície 
líquida 
-comprimir rápida e suavemente a topografia do 
órgão com o 2º, 3º e 4º quirodáctilos. 
-demonstra estase e acúmulo de líquido 
-A patinhação pode estar presente no tumor de piloro, 
pois faz o estômago se encher de líquido. 
*auscultar o colón ascendente, transverso e 
descendente 
 
➢ GARGAREJO: som de bolhas grossas durante a 
palpação deslizante (quase uma massagem). Pode 
haver gargarejo quando há tumor. 
Cicatriz xifoumbilical 
➢ BORBORIGMO: som agudo audível à distância, quando 
há muitos gases. 
➢ VASCOLEJO: som produzido por movimentar 
bruscamente o abdome a partir dos flancos. 
 
Sangue dentro da luz intestinal irrita a mucosa e aumenta o 
peristaltismo, sangue extra luminal faz o oposto (comum em 
traumas, pois o abdome fica duro- há diminuição do 
peristaltismo). 
 
SOPROS → 
• Ocorre em 20% das pessoas saudáveis 
• Sopro no epigástrio indica isquemia da artéria 
mesentérica 
• Lateralmente à linha mediana: artérias renais 
• A esquerda da linha mediana: aorta abdominal, 
verificar aneurisma 
• Sopros na região umbilical: recanalização da veia 
umbilical na hipertensão portal *Sinal de Cruveillier-
Baumgarten. 
• Sopro no Espaço de Traube pode indicar malária, 
leucemia, tumor esplênico. 
• Sopro na área hepática pode indicar aneurisma de 
artéria hepática, cirrose, carcinoma hepatocelular e 
metástases. 
 
Baço normal é timpânico. Caso o baço esteja aumentado, pode-
se encontrar o espaço de Traube com som maciço.Artérias abdominais para fazer a ausculta: 
• Mesentérica superior 
• Aorta (voltada para a esquerda do umbigo) 
• Renais (como os rins ficam protegidos pelas costelas, 
o ideal é afundar o estetoscópio, para eliminar 
possíveis ruídos externos) 
• Ilíacas 
 
Fazer primeiro uma ausculta difusa, depois uma ausculta 
específica. 
A ausculta dos RHA no estômago em pacientes que se 
alimentaram a mais de 3 horas sugere estase gástrica por 
dificuldade de esvaziamento pilórico. 
 
PERCUSSÃO 
A percussão ajuda a diferenciar a consistência do conteúdo 
palpável (se há ar, líquido ou algo sólido); 
A percussão deve iniciar longe do sítio doloroso. 
No abdome, o som é predominantemente timpânico, mas 
variável ao longo de todo abdome. Há macicez na área hepática 
e sobre massas. O timpanismo é aumentando caso haja 
distensão por gases ou obstrução intestinal 
Através da percussão, é possível medir os órgãos, como o 
fígado (HEPATIMETRIA) e o baço (sempre a nível da linha 
hemiclavicular) 
Hematomas são maciços à percussão. 
Descrição da percussão: “timpanismo normalmente distribuído, 
exceto por macicez em flanco esquerdo sobre a massa palpável. 
Percussão hepática indolor com hepatimetria de 8cm na LHCD. 
Espaço de Traube timpânico” 
Timpanismo- presença de ar 
Maciço- material sólido 
 
PALPAÇÃO 
É a parte mais importante no exame físico do abdome. O 
paciente precisa ficar com os pés relaxados (pés relaxados 
ficam para os lados). Primeiro fazer uma palpação superficial e 
depois uma palpação profunda. 
• A palpação inicia-se pela região mais distante da dor. 
• Acessa aproximadamente 2 cm de profundidade 
• Pode ser mono ou bimanual 
 
PALPAÇÃO SUPERFICIAL 
Dar depressões com as duas mãos 
Alguns pacientes contraem reflexamente a musculatura 
parietal em resposta à palpação. 
 
Avalia a parede quanto à: 
• Integridade (presença de hérnias- é uma protrusão de 
parte de um órgão por um orifício que se abre) 
 
• Sensibilidade e tumores 
MANOBRA DE CARNETT → é útil para diferenciar a dor 
abdominal de origem visceral da dor da parede 
abdominal. O paciente fica em decúbito dorsal, 
enquanto o examinador localiza o ponto de dor, com 
indicação do paciente. Enquanto o examinador 
pressiona o ponto de dor com os dedos, o paciente 
flexiona o tronco e as pernas, o que deve manter ou 
piorar a dor. Uma dor visceral deveria desaparecer 
com a manobra (a dor que é menos intensa à palpação 
com o abdome fletido tem alta probabilidade de ser 
visceral), enquanto a dor de origem da parede 
abdominal aumenta. Pode-se também colocar a mão 
na testa do paciente. 
 
 
 
MANOBRA DE SMITH-BATES → é uma técnica usada 
para a palpação do baço. O paciente fica em decúbito 
lateral direito, com a perna direita estendida e a 
esquerda flexionada sobre a perna direita e a mão 
esquerda sobre a cabeça 
 
• Tensão 
É testada palpando-se delicadamente a parede 
abdominal com as falanges distais dos dedos. 
O aumento de tensão PARIETAL é geralmente acompanhado 
de contratura da musculatura; depois de detectada a 
contratura muscular, é preciso analisar se é voluntária ou 
involuntária. Já o aumento da tensão INTRA-ABDOMINAL não 
é acompanhada de contratura e ocorre nos casos de 
distensão, ascite, gestação, tumores... 
 
PALPAÇÃO PROFUNDA 
Afundar a ponta dos dedos. Pode acontecer de não ser possível 
fazer a palpação profunda, como no caso de contratura, dor, 
ascite e obesidade. 
Deve-se fazer preferencialmente bi-manual. 
A palpação profunda pode acessar até 10 cm de profundidade 
Avalia massas intra-abdominais quanto ao local, volume, 
formato, consistência, mobilidade, superfície, limites, 
sensibilidade e pulsatilidade. 
Avalia vísceras 
Usar a técnica deslizante de Hausmann 
BLUMBERG → quando há aumento súbito da dor após a 
descompressão. Consiste em afundar a mão profundamente no 
abdome e tirar rapidamente. A entrada da mão no abdome é 
lenta. Caso haja inflamação, vai doer bastante. É uma ótima 
técnica para avaliar irritação no peritônio. Pode-se fazer essa 
técnica em toda a área do abdome. 
 
PERITONISMO → quando ocorre contratura + Blumberg 
Ou seja, seria um conjunto de dores por conta de inflamação 
no peritônio. 
 
ÓRGÃOS PALPÁVEIS SOMENTE EM CONDIÇÕES PATOLÓGICAS: 
• Bexiga vazia 
• Apêndice cecal 
• Vesícula biliar 
• Flexuras do cólon 
• Intestino delgado 
• Baço 
 
ÓRGÃOS NORMALMENTE PALPÁVEIS 
• Grande curvatura gástrica 
• Ceco 
• Sigmoide 
• Cólons, especialmente o transverso. 
 
ÓRGÃOS NATURALMENTE HIPERSENSÍVEIS 
• Aorta 
• Ceco 
• sigmoide 
DESCRIÇÃO DA PALPAÇÃO: “Abdome depressível, sem defesa, 
com dor à palpação profunda do flanco esquerdo, onde palpa-
se massa de consistência pétrea, imóvel e indolor, de 5 por 7 
cm. Blumberg e Murphy ausentes. Fígado com borda fina e 
consistência normal. ” 
SINAL DE MURPHY → quando na inspiração profunda o 
examinador toca o fundo da vesícula, o paciente reage com 
uma contratura de defesa. Apertar abaixo do rebordo costal ( a 
nível da LHC) e pedir para inspirar profundamente; assim, o 
diafragma vai para baixo e o fígado e vesícula também, saindo 
da proteção das costelas. Se a vesícula estiver inflamada, há 
muita dor e o paciente interrompe a inspiração 
 
 
 
O EXAME DE ALGUNS TIPOS DE ABDOME 
ABDOME PROTUBERANTE: 
➢ Obesidade: 
-É a principal causa do abdome protuberante 
-Parede abdominal fica espessa e pesada 
-Umbigo normal (central e sem abaulamento) 
-Distribuição normal do timpanismo 
-Levantar a dobra parietal nas regiões inguinais para palpar 
 
 
➢ Gás: 
-Distensão localizada ou generalizada 
-Timpanismo à percussão 
-Obstruções e íleos adinâmicos (é quando o intestino para; 
a luz intestinal está normal, não precisa ser 
necessariamente por obstrução. Ocorre nos casos de sepse) 
-Quanto mais distal a obstrução, maior a distensão 
 
➢ Ascite: 
-Deposição de líquido nas bordas e porções mais profundas 
do abdome (nestas partes é macicez à percussão) 
-Abaulamento do umbigo 
-Acúmulo de ar na parte mais central e superficial do 
abdome, gerando timpanismo 
 
 
 
➢ Tumor: 
-Macicez localizada, deslocando as alças e seus 
timpanismos 
-tumores intestinais, uterinos e ovarianos 
-diferenciar de bexigoma (bexiga dilatada e palpável na 
parte inferior do abdome) e gestação 
 
 
FÍGADO 
Avaliar: durante a inspiração. 
Ser impalpável não significa normalidade! 
➢ Consistência: elástica (normal), amolecida, pétrea 
➢ Sensibilidade: indolor (normal), dolorosa 
➢ Tamanho: 6 a 12 cm. Quando começamos a beber, o fígado 
cresce, mas quando começar o processo de cirrose, ele 
diminui de tamanho. O tamanho do fígado também é 
proporcional à altura da pessoa. 
➢ Distância em relação ao rebordo costal direito- no caso de 
DPOC o fígado pode estar rebaixado, mas isso porque o 
diafragma fica mais rebaixado para compensar o aumento 
do pulmão. 
➢ Superfície: lisa (normal) ou nodular 
➢ Borda: fina (normal), romba ou nodular 
Quando o fígado cresce, a cápsula de Glisson cresce também, 
tornando o processo doloroso. 
Técnicas: 
• POLEGAR DE GLENARD → o examinador coloca a mão 
esquerda sobre o ângulo costolombar direito do paciente, 
ficando o polegar a face anterior do abdome, de modo a 
formar uma pinça. A seguir, solicita ao paciente que 
inspire profundamente e tenta palpar a borda hepática 
com o polegar. 
 
• LEMOS TORRES → para analisar a borda do fígado. Uma 
mão vai no dorso (para dar apoio, levanta o fígado, a nível 
das 2 últimas costelas) e a outra abaixo do rebordo costal 
direito, apontando os dedos em direção à clavícula, 
durante a inspiração profunda. Ao sentira borda do fígado 
com as mãos, ir passando a mão para o lado para sentir a 
borda completa. 
 
• MATHIEU → ir perto da cabeça, colocar 8 dedos em garra 
(polegar não é incluso) abaixo do RCD e pedir para inspirar 
profundamente. Pedir pro paciente segurar a respiraçãoum pouco e então avaliar a borda. 
 
Primeira coisa a se fazer é palpar o fígado, pra depois buscar 
seus limites e bordas. Começar palpando pelo umbigo e vai 
subindo. 
 
PERCUSSÃO DO FÍGADO: 
• A partir do 4º EICD (altura do mamilo 
aproximadamente), na LHC 
• Submacicez nas bordas e macicez central. 
• Percussão intensamente dolorosa, localizada e 
circunscrita consiste no Sinal de Torres-Homem, que é 
característico de abscesso hepático (ou seja, se tiver 
um abcesso hepático, ao percutir em cima do local 
dói, e se não percutir no local não dói) 
Percutir o fígado logo abaixo do mamilo. Percute-se em linha 
reta, na LHC, descendo. Observar a mudança do pulmão para o 
fígado (som claro pulmonar → pra maciço) 
Na insuficiência cardíaca o fígado pode estar inchado, pela 
deficiência de débito cardíaco e pode doer por estender a 
capsula de Glisson. 
 
AUSCULTA DO FÍGADO: 
• Atrito na superfície do fígado caso houver tumoração 
• Sopro em carcinomas e hepatite aguda alcoólica. 
 
 
FÍGADO E AS DOENÇAS: 
o HEPATITE AGUDA: fígado aumentado, superfície lisa, 
borda fina, consistência normal a macio e doloroso. 
o HEPATITE CRÔNICA: fígado aumentado, consistência 
firme e indolor. 
o CIRROSE: fígado aumentado no início e reduzido em 
estágio terminal, superfície nodular, borda romba, 
consistência rígida e indolor. 
o CÂNCER: fígado aumentado, superfície nodular, borda 
romba, consistência pétrea e indolor 
o DPOC: fígado rebaixado, superfície lisa, borda lisa, 
consistência normal e indolor 
o ICC: fígado aumentado, superfície lisa, borda romba e 
doloroso 
 
VESÍCULA BILIAR 
• Normalmente impalpável. Pode ser confundível com 
nódulo hepático. A vesícula biliar mexe com os 
movimentos da respiração. 
• Técnica de Mathieu 
• Processo de Chiray e Pavel: como Mathieu, mas com o 
paciente em decúbito lateral esquerdo e com as coxas 
fletidas, assim o fígado fica mais exposto para o 
examinador. 
• Manobra de Pron: pressiona-se o ponto cístico com os 
dois polegares, se o paciente interrompe a inspiração, 
significa sinal de Murphy positivo. 
 
• Sinal de Murphy. 
• Sente-se como uma saliência na borda hepática, piriforme 
(formato de pera), móvel com a inspiração, macio e 
indolor. 
 
BAÇO 
• Possui 13 cm, mas como localiza-se a 5 cm acima do RCE, 
normalmente é impalpável 
• É palpável somente quando está a 1,5 a 2x maior 
• Naturalmente indolor 
PALPAÇÃO DO BAÇO: 
Pode-se usar a técnica LEMOS TORRES, quando em decúbito 
dorsal. 
 
 
Quando em posição de Schuster, usar a técnica MATHIEU. 
A posição de Schuster (imagem abaixo) é quando o paciente 
está em decúbito lateral direito, com a perna esquerda fletida 
a 90 graus. A mão vai na nuca. 
 
 
Avaliar: 
➢ Tamanho: distância em relação ao RCE 
➢ Consistência: firme (normal), amolecida 
➢ superfície: lisa (normal), irregular 
 
PERCUSSÃO DO BAÇO: 
Baço normal é timpânico. Caso o baço esteja aumentado, pode-
se encontrar o espaço de Traube com som maciço. 
 
ESPAÇO DE TRAUBE → superiormente fica o 6º EICE, 
inferiormente o rebordo costal esquerdo, na medial fica a 
borda esternal esquerda e lateralmente a linha axilar anterior. 
 
TÉCNICA DE CASTELL → fazer percussão ao longo da linha axilar 
anterior durante a inspiração com o paciente em decúbito 
dorsal 
 
ESPLENOMEGALIA → 
o G I (grau 1): no RCE (já com o dobro do tamanho 
normal) 
o G II (grau 2): entre o RCE e o umbigo 
o G III (grau 3): abaixo do umbigo 
 
 
 
 
AUSCULTA DO BAÇO: 
Haverá atrito em casos de periesplenite (inflamação do 
peritônio que está envolvendo o baço) 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: (podemos sentir os itens listados 
abaixo e acharmos que é o baço): 
• Tumor renal 
• Rins policísticos 
• Câncer do ângulo esplênico do cólon 
• Dilatação colônica por fezes 
• Tumores gástricos 
• Massas retroperitoneais 
• Última costela flutuante 
BAÇO E AS DOENÇAS: 
o INFECÇÕES AGUDAS: endocardite, malária, 
mononucleose: 
-baço aumentado, amolecido, doloroso e liso 
 
o HIPERTENSÃO PORTAL: 
-baço aumentado, rígido, pouco doloroso e liso 
 
o LEUCEMIAS/LINFOMAS/LEISHMANIOSE: 
-baço muito aumentado, rígido, indolor e irregular 
 
o DESTRUIÇÃO DE ERITRÓCITOS: esferocitose, 
talassemia 
- baço aumentado, discretamente rígido. 
 
o INFARTO ESPLÊNICO: baço com dor à palpação 
 
HIPERESPLENISMO: esplenomegalia associada a anemia, 
leucopenia, trombocitopenia e hiperplasia de medula óssea. 
Ou seja, inclui a esplenomegalia com consequências aos 
problemas dos elementos figurados do sangue 
Como diferenciar uma esplenomegalia de um tumor renal? 
Na esplenomegalia, há a presença de: 
o Chanfraduras 
o Aumento do baço em aspecto de “vírgula” (ele não 
fica mais tão próximo a linha reta da cintura). 
o Cólon permanece mais profundo que o baço 
 
 
RIM 
• Palpação bimanual (palpa-se o polo inferior do rim). Prensar 
as mãos para sentir 
• Aumento unilateral → tumor 
• Aumento bilateral → rins policísticos 
 
PPL (PUNHO PERCUSSÃO LOMBAR) OU MANOBRA DE 
GIODANO → técnica do “soquinho nas costas”. Procurar a 
última costela e levar o punho abaixo dela. É um movimento 
inteiro, de cotovelo, não de punho; ou seja, o punho fica 
parado, quem mexe é o cotovelo. Se doer, indica probabilidade 
de doença renal. 
 
 
PÂNCREAS 
• Normalmente impalpável. 
• A dor é irradiada ao dorso. 
• É retroperitoneal, ou seja, é uma massa fixa na região 
do epigástrio, não se movimenta com a respiração. 
• Para senti-lo, é preciso afundar a mão no epigástrio. 
Se sentirmos um nódulo, para diferenciar se é do pâncreas ou 
do estômago, podemos usar a técnica da INSPIRAÇÃO → como 
o pâncreas é retroperitoneal, um nódulo de origem pancreática 
não se mexeria com a respiração, mas um nódulo gástrico se 
mexeria. 
 
CECO 
O ceco fica do lado direito: 
 
 
MANOBRA DE OBRASTZOW → mão direita estendida na fossa 
ilíaca esquerda, com movimentos de compressão 
intermitentes. Mão esquerda palpando o ceco 
 
MANOBRA DE SIGAUT → polegar esquerdo comprimindo o 
cólon ascendente (fica na direita) e a mão direita em garra no 
ceco. 
 
MANOBRA DE MERLO → 2º, 3º, 4º e 5º dedos da mão esquerda 
comprimindo o cólon ascendente. Mão direita em garra no 
ceco (quando aperta-se o cólon ascendente, o ceco sobe) 
Presença de massas e abaulamentos: avaliar: 
o Local 
o Tamanho 
o Forma 
o Bordas 
o Superfície 
o Consistência 
o Mobilidade 
o Motilidade espontânea 
o Sensibilidade 
o Pulsátil 
o redutibilidade 
 
AORTA ABDOMINAL 
Fica entre o hiato diafragmático (T12) e sua bifurcação (L4). 
Tem 13 cm e fica à esquerda da linha mediana. 
• Inspeção: durante a apneia expiratória. 
• Palpação: discretamente dolorosa, à esquerda do 
umbigo. Sente-se a pulsatilidade 
• Ausculta: pesquisa de sopros

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