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Síndromes Abdominais Agudas

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Síndromes Abdominais Agudas 1
Síndromes Abdominais Agudas
Abdome agudo será toda condição dolorosa no abdome, em geral de ínicio súbito, 
que requeira uma decisão rápida seja ela clínica ou cirúrgica.
Em casos de derramaneto de liquidos dentro do abdome, quanto mais ácido o 
líquido extravasado maior a irritação peritoneal, a consequente contratura 
muscular e dor
Classificação das Síndromes
Importante entender que elas podem estar relacionadas entre si, uma pode gerar a 
outra.
Inflamatória
Perfurativa
Oclusiva
Hemorrágica
Vascular
Síndrome Inflamatória 
São doenças que potencialmente podem causar FEBRE
Apendicite aguda
Colecistite aguda
Pancreatite Aguda
Abcesso subfrênico
Abcesso pélvico
Diverticulite cólica
APENDICITE AGUDA
Causa mais comum da síndrome inflamatória
Anamnese
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Pródromos: flatulência, constipação ou diarreia
1: dor leve em abdome central, geralmente mesogástrico ou epigástrico e 
anorexia (perda de apetite) - periumbilical
2: Irradiação para FID e febre
3: dor localizada na FID com dor contínua e mais intensa, quando surge íleo 
adinâmico, naúseas e/ou vômitos
Íleo adinâmico: intestino normal, mas para de funcionar por outra causa → 
não há comprometimento da luz
Geralmente dentro de 48 horas
Exame Físico
Inspeção: normal de início mas pode ter abaulamento quando tem plastrão → 
a medida que o quadro evolui, o peritônio tenta isolar essa região inflamada, e 
ao fazer isso, o peritônio acaba se enrolando em si gerando uma massa - ajuda 
se tiver perfuração
Pode impedir abcesso pélvico
Ausculta: normal no início, se chegar no íleo adinâmico (peritonite) ou 
perfuração ocorrerá perda total dos ruídos hidroaéreos
Percussão: dor no Ponto de McBurney (local mais comum de se encontrar o 
apêndice)
Traça uma linha entre o umbigo e espinha ilíca ântero superior - divide-se 
em 3 porções - o ponto de encontro entre a segunda e a terceira porção é o 
ponto (1)
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É nesse ponto que se faz a Manobra de Blumberg
Pode ocorrer Sinal de Lenander - temperatura retal > 1º acima da axilar
Febre: moderada à alta, especialmente se houver perfuração
Complicações: o ideal é o paciente chegar ao atendimento sem perfuração
Plastrão e obstrução
Perfuração e peritonite generalizada → abdome em tábua
Variantes na dor
É conforme a localização do apêndice cecal
Dor na base da coxa direita pode acontecer se o apêndice for muito longo, 
chegando no forame obturador → Teste do Obturador
Apêndice retrocecal: dor irradia para as costas → Manobra do Psoas
Palpação
Defesa voluntária evoluindo à contratura: medo à palpação, paciente 
endurece a barriga - porém se houver perfuração, causará contratura (defesa 
involuntária)
Blumberg + (positivo) em 75% dos casos
Manobra de Rovsing → aperto retrógrado feito no abdome - o conteúdo dos 
colos é deslocado e causará dor (pela distenção do ceco)
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Sinal do PSOAS - quando retrocecal: dor mais posterior, pode dar blumberg 
negativo - usa a mão esquerda para segurar o paciente (quadril) e puxa a perna 
do paciente para trás forçando o m. psoas, se o apêndice estiver inflamado, ao 
forçar o psoas, vai doer bastante
Sinal do Obsturador: apêndice não está no ponto, mas mais para baixo - sente 
dor na base da coxa (pode estar no forame obturador) - coxa e perna em 90 
grausa, joga a coxa de um lado para o outro, com a intenção de abrir e fechar o 
forame obturador - pode dar Blumberg negativo
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Toque retal/vaginal: doloroso, especialmente vaginal - pode ser útil quando os 
outros testes não forem evidentes
Os testes que não sejam Blumberg, servem para quando a anamnese nos leva à 
apendicite, mas Blumberg dá negativo
Diagnósticos Diferenciais
Psoíte: processo inflamatório do PSOAS
Gastrpenterite
Salpingite Aguda: inflamação de trompa direita
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Torção de Cisto Ovariano: pode nem ter acontecido o atraso menstrual ainda
Ovulação
Gravidez Ectópica Rota
Ileíte de Chron
Adenite Mesentérica
Diverticulite de Meckel
COLECISTITE AGUDA
Inflamação da vesícula → se fetar o colédoco, daí TEM que ter icterícia
Pedra na vesícula: colelitíase → principal causa da colecistite
Inflamação do colédoco: colangite (não existe sem icterícia) - pedra: 
colédocolitíase
Esteriótipo
Mulheres (4:1) obesas acima de 40 anos → mais comum pois mulher tem 
mais colelitíse - quando tem pedra: colecistite litiásica (93% dos casos de 
colecistites)
A pedra da vesícula é simplesmente gordura ressecada
Fisiopatologia: pedra causa certo grau de obstrução → aumenta pessão 
intrabiliar → isquemia da parede biliar → proliferação bacteriana → formação de 
pus e sangramento intra-biliar → desconjugação dos sais biliares → ácidos 
biliares lesivo à mucosa → necrose → perfuração
Anamnese
Inicialmente dor visceral em cólica no HD ou epigástrico irradiada para a região 
subescapular D, às vezes até para o ombro
Evolui com dor parietal fixa no HD por mais de 6h
Exacerbação da dor acompanhada de vômitos
Icterícia se edema acometendo o colédoco (colangite)
Febre: 38 - 39,5 ºC
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Sempre perguntar se já fez ultrassom e tem diagnóstico de litíse biliar → torna o 
diagnóstico de colecistite mais provável
Exame Físico
Inspeção: auemento da FR, pois cada respiração profunda haverá dor → 
respiração superficial 
Posição antálgica: muitas vezes o paciente vem com a mão na região e o com o 
tronco fletido
Auscula: normal - não há envolvimento de alça intestinal
Percussão: dor em hipocôndrio direito (HD)
Palpação: defesa voluntária e sinal de Murphy em 65% das vezes
Complicações
Surpuração: resultado da formação de pus
Perfuração: causando peritonite biliar ou até abcesso sub-hepático
Dor localizada
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Íleo biliar: pedra de dentro da vesícula vai para intestino (cólon transverso) pelo 
contato → pode parar na válvula iléo biliar
Diagnóstico Diferencial
Colangite: inflamação do colédoco, e não da vesícula
Úlcera péptica perfurada
IAM
Pneumonia de base direita
Apenadicite
 
COLANGITE
Obstrução do colédoco + infecção por bactérias de origem intestinal
Anamnese
Obrigatório Tríade de Charcot: cólica em HD, febre com calafrios e icterícia → 
como o colédoco está obstruído, a bile reflui para a circulação, deixando o 
paciente amarelo
Pêntade de Reynold: evolução do caso → Tríade + hipotensão e confusão 
mental
Exame Físico
Icterícia
Febre
Sinal de Murphy+ → colédoco bem próximo da vesícula
O pus que há no colédoco pode subir ao fígado e causa abcesso hepático pós 
colangite dando Sinal de Torres Homem positivo
PANCREATITE AGUDA
Anamnese
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Pancreatite Biliar: pedra que desceu da vesícula e entupiu o ducto pancreatíco 
(duto de Wirsung) → mais comum em mulheres
Pancreatite alcoólica: gerada pelo abuso de álcool - mais comum em homens
Dor intensa em epigástrico e hipocôndrio esquerdo 
Evoluindo para dor em faixa por ser retroperitoneal - alívio com a flexão do 
tronco
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Náuseas e vômitos em 70% dos casos, no início pela dor e depois pela 
compressão duodenal e íleo
Esteatorreia: evacuação gordurosa → pâncreas para de funcionar
Exame Físico
Sinais de Hipovolemia devido à perda de líquido para o terceiro espaço, 
criando grande edema ao redor do pâncreas
Primeiro espaço: dentro dos vasos sanguíneos
Segundo: interstício
Terceiro: dentro de cavidades serosas → pleura, peritônio e pericárdio
A mortalidade em pacreatite é alta em idosos
Taquipneia e ventilação superficial pois o pâncreas é logo abaixo do diafragma
Icterícia em 50% dos casos
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Inspeção: distensão abdominal epecialmente no andar superior, pode haver um 
tipo especial de ascite e quando for uma pancreatite necrohemorrágica 
apresentam: 
Sinal de Cullen (equimose periumbilical)
Grey-Turner (equimose em flanco esquerdo) 
Fox (equimose em base do pênis ou abaixo do ligamentoinguinal)
Obs: se for mulher perguntar se tem história de cálculo, se for homem, perguntar de 
abuso de alcoól nos últimos 1-2 dias
Palpação: contratura da parede no epigástrio ou até difusa se peritonite 
generalizada (abdome em tábua)
Em 20% dos casos é palpável uma massa epigástrica, pelo acúmulo de água 
atrás do peritônio
Percussão: normal, ou timpanisno se íleo adinâmico
Ausculta: RHA diminuídos ou ausentes se íleo adinâmico
Pela proximidade pâncreas diafragma → 1/3 dos pacientes apresentam 
derrame pleural 
Desencadeantes
Coledocolitíase: pedra no colédoco
Alcoolismo
Traumatismos
Caxumbas: propismo por glândulas
Úlcera duodenal perfurante: pode fazer com que o conteúdo ácido atinja o 
pâncreas
Complicações
Evolução para diabetes ou um quadro de hipoglicemia mais persistente - 
sintomas de diabetes e hipoglicemia
ABCESSO SUBFRÊNICO
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Geralmente é secundário a outro processo infeccioso que aconteceu no abdome.
Região: entre diafragma e colo transverso e mesocólon
Sintomas
Febre, anorexia, perda de peso, sudorese, dor unilateral → abcesso é surdo, 
sinais ‘’crônicos’’
Exame Físico
Dor à palpação do HD e PPL + se abcesso posterior (toma remédio para 
infecção urinária)
O melhor tratamento é a retirada do pus
ABCESSO PÉLVICO
Causas: 
DIPA (Doença Inflamatória Pélvica Aguda) - IST mal tratada, processo 
infeccioso nas trompas
Cirurgias Abdominais
Sintomas:
Dor pélvica, dispaurenia (dor durante o sexo), febre com calafrios, dor ao 
evacuar e urinar
Exame Físico
Inspeção: normal ou distenção pélvica
Ausculta: normal (sem envolvimento de alça intestinal)
Palpação: toque vaginal doloroso à mobilização do colo uterino - abaulamento 
do fundo do saco de Douglas
Percussão: dolorosa
Exame bastante baseado em exame ginecológico
DIVERTICULITE CÓLICA
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Divertículos ocorrem em 30-40% das pessoas acima de 45 anos e 66% das 
pessoas com 80 anos → risco: constipação crônica
Mais comum no sigmoide e colo descendente - quadro doloroso no hemi-
abdome esquerdo, podendo evoluir obstrução intestinal
Pode perfurar gerando peritonite generalizada
Podendo infectar vísceras vizinhas, como a bexiga
Anamnese
Dor intensa, principalmente à evacuação, muitas vezes hematoquesia (raias de 
sangue nas fezes)
Dor na FIE e hipogástrico
Exame Físico
Inspeção: normal, a não ser que já tenha quadro oclusivo, distendendo o 
abdome
Ausculta: normal
Palpação: dor forte em FIE, com contratura, Blumberg+ - massa palpável via 
abdominal ou no toque retal que é muito doloroso
OBS: Divertículos = doença diverticular, que não é uma condição fisiológica, mas 
no decorrer da vida a pessoa pode ter. Não são tratados, paciente só é orientado a 
cuidar na alimentação → só tera intervenção em casos de Diverticulite, com 
antibióticos ou cirurgia
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Síndrome Perfurativa
Úlcera Péptica Perfurada
Perfuração Uterina
Perfuração de Bexiga e Ureter
O principal sintoma é DOR!
Perfuração de víscera oca no tubo digestivo, útero, trompa, ureter e bexiga
Se perfuração em peritônio livre:
1º Peritonite química local ou difusa
2º Peritonite bacteriana local ou difusa
Se penetrante em outro órgão → quadro mais localizado
ÚLCERA PÉPTICA PERFURADA
Geralmente duodenal e em homens entre 30-50 anos (stress, abuso café)
Mias comum à noite, após vômito e tosse
50 a 70% com histórico de úlcera antiga
Úlcera gástrica: queixa de dor assim que se alimenta
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Úlcera duodenal: a dor passa a ser em torno de 2h após alimentação
Anamnse
Dor aguda intensa em punhalada, persistente, gerando palidez, sudorese, medo 
(pois foi pego de surpresa), náuseas e vômitos com protração
Sinal de Kehr: dor com irradiação para ombro, geralmente esquerdo - quando 
há algum processo de doença no andar superior do abdome - o motivo seria a 
proximidade com o diafragma, que é inervado pelo frênico
Após 2-6h evolui com melhora da dor e dos vômitos - porque o epílon, parte do 
peritônico, passa a proteger um pouco a região perfurada - igual plastrão na 
apendicite
Appós as 12 horas iniciais ocorre o quadro toxêmico (inflamatório) com febre, 
prostração, vômitos, soluços (irritação do diafragma), oligúria, sinais de 
hipovolemia (proliferação bacteriana), pulso filiforme
Exame Físico
Inspeção: pouco ou nenhum movimento respiratório (repiração mais torácica), 
pernas fletidas
Ausculta: ruídos diminuiídos ou ausentes 
Sinal de Jakoucheff: som dor ar passando pela fístula à respiração
Palpação: contratura em tábua, dor intensa ao palpar 
Blumberg+ 
Kullen Kampf: toque retal doloroso pela deposição de ácido no fundo do 
saco de Douglas (posição mais inferior do peritônio)
Percussão: dor intensa difusa
Sinal de Jobert: percussão da área hepática, que ao invés de maciça 
estará timpânica → devido ao pneumoperitônio (acúmulo de ar no peritônio)
Cuidado com o Sinal de Chilaidt: o paciente pode ter o ângulo hepático 
do cólon se posicionando entre o fígado e a parede abdominal - podendo ter 
ar dentro dessa alça, sendo timpânico à palpação - podendo não ser por 
pneumoperitônio
Para saber se o timpanismo na região hepática é Jobert ou Chilaidt deve-se pedir 
um Raio-X de abdome agudo → se não houver ar livre na cavidade abdominal, não 
é Jobert
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Uma terceira situação em que podemos percutir sobre o fígado e estar timpânico, 
não tendo nem Jobert e Chilaidit, é quando o paciente tem tórax em tonel por ser 
enfisematoso → a estrutura óssea do tórax se modifica, porém o fígado não 
acompanhou, ficando afastado das costelas, e como o diafragma do paciente 
enfisematoso é rebaixado, percutiremos área pulmonar.
Síndrome Hemorrágica
Perda de sangue dentro do abdome, causando uma instabilidade hemodinâmica - 
paciente fica pálido, sonolento e/ou em choque
É dividida em:
Intraluminal: dentro da luz do tubo digestivo - irrita a mucosa e aumenta 
peristaltismo
HD Alta
HD Baixa
Extraluminal: fora da luz, haverá redução do peristaltismo
Pneumoperitônio
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HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA (HDA)
Qualquer sangramente que se originou acima do ligamento de Treitz (entre o 
jejuno e o duodeno)
Sintomas das principais causas de Hemorragia Digestiva
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Pode ser duodeno, esôfago e estômago
Geralmente gera somente sangramento oculto nas fezes, hematêmese e 
melena
Melena: necessário mais de 100mL de sangramento e surge 8-10 horas 
após o evento hemorrágico digestivo alto
Mortalidade:
5-10% casos não varicosos
10-50% em casos de hipertensão portal
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Doenças que podem cursar com apenas aparecimento de SANGUE OCULTO 
NAS FEZES
Esofagite: paciente que sofre com pirose frequente, gera erosão no esôfago
Esofagite erosiva: sangramento discreto, sem causar instabilidade 
hemodinâmico
CA de esôfago
CA gástrico
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OBS: esses dois tipos de CA não sangram tanto, a não ser que perfurem 
algum vaso calibroso
Doenças que podem cursar com Hematêmese e Melena
Úlcera Péptica → duodenal: 40-50% dos casos de HDA
Varizes esofágicas: 20% dos casos de HDA
Quando rompem, causam sangramento muito intenso e grave → 
hematêmese
Mallory Weiss
É a erosão da transição entre o esôfago e o estômago 
Acontece especialmente em paciente que acabam vomitando com 
frequência, pois ao vomitar causa aumento da pressão intra abdominal
O ponto de maior pressão é o hiato esofágico - podendo ocorrer erosão 
dessa mucosa
10% dos casos de HDA
Pessoas que vomitam: quimioterapia, alcoolistas
CA gástrico: 6% dos casos de HDA
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15% das hematoquesias (sangue vivo nas fezes, mas não o suficiente para 
chamar de enterorragia) são por HDA
As hematoquesias geralmente são por HD baixa - a HDA precisa gerar um 
grande volume de sangue para causar hematoquesia
Dieulafoy
Doença, geralmente à nível de estômago, em que os vasos são mais 
superficiais (perto do lúmen) doque o normal - pode haver uma úlcera que 
rompa esse vaso, causando sangramento intenso - endoscopia faz 
diagnóstico e tratamento
HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA (HDB)
Qualquer sangramento distal ao ligamento de Treitz
É 3x menos frequente que HDA, com mortalidade 2-3x menor
Cessa espontaneamene em 80-90% dos casos
Causa mais comum: Doença Diverticular
Gera sangue oculto nas fezes, melena, hematoquesia ou enterorragia
Doenças que costumam cursar entre sangue oculto à hematoquesia:
Neoplasias
Coagulopatias: apresentará outras situações, como equimoses 
frequentemente, sangramento ao passar fio dental, entre outras
Íleo Vascular
Doença diverticular
Angiodisplasias: teleangiectasis na mucosa
Doenças do Canal Anal, Reto e Sigmoide → neoplasias, pólipos, hemorróidas, 
fissuras
Fissuras anais e hemorroidas não costumam sangrar muito, portanto não 
causam instabilidade hemodinâmica
Doenças que podem causar sangramento maior - Enterorragia
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Doença Diverticular (mais comum em cólon descendente e sigmoide)
O paciente pode ter descoberto essa patologia em alguma colonoscopia de 
rotina, para avaliar os cólons, sigmoide e reto
Agiodisplasia (mais comum em ceco e cólon ascendente)
Neoplasias: cólon, reto e sigmoide
Doença Inflamatória Intestinal: paciente com disenteria - sangue, muco e pus 
nas fezes
Coagulopatias
Raciocínio Clínico para HDB
Conforme a idade:
Jovens, pensar em:
Doença inflamatória intestinal
Pólipos: como a polipose familiar
Divertículo de Mckel - mal formação congênita
Idosos:
Angiodisplasia: formando essas teleangiectasuas com o 
envelhecimento da mucosa dos vasos
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Neoplasias
Doença diverticular
Conforme o momento do sangramento:
Durante a evacuação: doença do canal anal e do reto
Independente da evacuação: doença de cólons, com neoplasia que atingiu 
vaso sanguíneo
Conforme o hábito intestinal:
Diarreia: doença inflamatória intestinal
Constipação: tumores de reto, sigmoide e algum caso de estenose
LEMBRETES
Hematêmese sangue vivo + melena: HDA severa
Hematêmese borra de café + melena: HDA moderada
Melena sem hematêmese: HDA menor
Hematoquezia, enterorragia: HDB
SÍNDROME HEMORRÁGICA EXTRALUMINAL
Não há sangramento exteriorizado, ou seja, em nenhum momento o sangue sai 
pelo canal anal ou pela boca
Pode ser causado por trauma = trauma fechado
Teremos um HEMOPERITÔNIO = hematoma retroperitoneal
CAUSAS:
★ Gravidez Ectópica Rota: não é intrauterina e rota de rompida
Com 2 a 4 semanas de gestação: talvez a mulher nem saiba que esteja grávida
Dor súbita intensa unilateral, sudorese, palidez, hipotensão, dor ao evacuar e 
urinar (o sangramento irrita os órgão ao redor), polaciúria (urinar váruas vezes 
com um intervalo menor que 2h), distensão pélvica (por causa do sangue)
O quadro súbito é o que nos ajuda a diferenciar de um caso de apendicite
Sinal de Lafont: em 35% dos casos, paciente refere durante o quadro agudo, 
dor interescapular
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Blumberg+ pela irritação peritoneal
Percussão dolorosa e macicez móvel presentes
★ Cisto Ovariano Roto: única forma de diferenciar de uma gravidez ectópica rota 
é um teste de gravidez
★ Pancreatite Aguda: às vezes a pancreatite é muito intensa que causa perda de 
sangue
Pode haver Cullen, Gray-Turner e Fox
★ Trauma de Abdome Fechado
Ruptura de fígado ou baço
Equimose em parede abdominal, costelas fraturadas
★ Ruptura de aneurisma de aorta abdominal: massa pulsátil com sopro na aorta 
abdominal
Para saber se o paciente tem um quadro hemorrágico, avaliar o volume da perda e 
as consequências hemodinâmicas:
Avaliar a mucosa onde refere dor
Se a PA está caindo a cada medição (intervalo de uns 30 minutos)
FC aumentará para compensar a queda da PA
Pulsos periféricos ficarão débeis
Estado mental fica mais sonolento
Sudorese
Em caso de Hemorragia Digestiva Grave:
Hipotensão ortostática: tonteira ao ficar em pé
Queda de 2g/dL na hemoglobina
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Necessidade de transfusão sanguínea de 2 unidades de concentrado de 
hemácias
Geralmente tal quadro ocorre com:
PAS < 100mmHg
FC > 100bpm
Queda de PAS maior que 10mmHg e aumento de FC acima de 20 bpm quando 
o paciente deitado assume a posição ortostática
EXAME FÍSICO GERAL DE SÍNDROMES HEMORRÁGICAS
Inspeção: distensão pélvica, abaulamentos (tumores), equimoses (coagulopatia ou 
trauma)
Ausculta:
Intraluminal: aumento do peristaltismo
Extraluminal: redução do peristaltismo
Palpação: pesquisa de massas e megalias e Blumberg
Percussão: pouco útil - pode ajudar quando há um sangramento grande que cause 
até macicez móvel - movimentamos o paciente e percutimos em diferentes pontos, 
vendo que a macicez é móvel
SÍNDROME VASCULAR
Poucos sinais e sintomas característicos
Sintomas vagos
Desfechos graves
Fatores de Risco
Dislipidemia
Hipertensão
Arritmias cardíacas (pode liberar êmbolo na circulação)
Diabetes (alteração vascular e dislipidemia)
Vasculites (doença reumatológica contra os vasos)
Aterosclerose
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Doenças autoimunes
Esatdos de hipercoagulabilidades
ACO (anticoncepcional oral, uso de hormônios)
Tabagismo
Verificar história de dor pós-prandial sugestiva de sub-oclusão prévia
ÍLEO VASCULAR
Se divide em:
Embolia mesentérica - 50% dos casos
Trombose arterial mesentérica - 25%
Trombose venosa mesentérica - 5%
Isquemia por baixo fluxo não oclusiva - 20% → pode ser ICC, estenose que não 
ocluiu
SINTOMAS
Dor
Súbita, intensa, epigástrica, periumbilical
Evolui pata constante e difusa
Paciente com a mão aberta na reguão periumbilical, e ele fica espalhando 
na barriga, geralmente diz que é dor em peso
Pode haver vômitos e disenteria seguida de constipação (síndrome oclusiva) + 
quadro de peritonite (síndrome inflamatória), perfuração (síndrome perfurativa 
→ no ponto de oclusão as partes das alças que dependem da mesentérica 
entram em sofrimento vascular, fazendo necrose e perfurando), evoluindo 
para um quadro séptico
Síndromes Abdominais Agudas 27
EXAME FÍSICO
Avaliar o volume da perda e suas consequências (semelhante síndrome 
hemorrágica)
Mucosas
PA
FC
Pulsos periféricos
Estado mental
Sudorese
Inspeção: distensão abdominal, abaulamentos, pode haver equimoses na parede 
abdominal
Ausculta: é a grande pista
Sopro: quando há alteração da mesentérica (principalmente da superior), 
haverá sopro nessa região
RHA reduzidos
Palpação: defesa involuntária e voluntária
Percussão: timpanismo e som metálico
SÍNDROME OCLUSIVA
Presença de vômitos e constipação
Síndromes Abdominais Agudas 28
Impedimento à evolução do conteúdo abdominal
Quanto mais distal a origem da obstrução, maior será a distensão abdominal
Retenção do conteúdo proximal e eliminação do conteúdo distal
Obstrução alta: vômitos são mais proeminentes quanto mais alta for a oclusão - 
mais rapidamente e com mais intensidade o paciente vomita
Obstrução baixa: bastante distensão e interrupção da eliminação de gases e fezes
OBSTRUÇÃO MECÂNICA DO ESTÔMAGO
Pode ser parcial ou total
Plenitude pós-prandial
Vômitos precoces de alimentos não digeridos
Pouca distensão abdominal
Ondas de Kussmaul: movimentos no sentido do estômago, 3x/min para tentar 
vencer o ponto de obstrução
Nódulo Irmã Maria José: se for um câncer gástrico obstruindo, pode evoluir 
para metástase periumbilical causando esse nódulo - pétreo, fixo e indolor
Sinal de Troisier: quando há um tumor intra-abdominal que faz metástase 
supraclavicular esquerda, chegando pelo ducto torácico
OBSTRUÇÃO MECÂNICA DO DELGADO
Síndromes Abdominais Agudas 29
Responsável por 80% dos casos de oclusão intestinal
CAUSAS
Enovelamento de áscaris
Aderências (70-75% dos casos): são cicatrizes que se formam no interior do 
abdome (pós cirurgia, por exemplo) que acabam retraindo as alças do intestino, 
prendendo-as, fazendo um ângulo agudo internamente, causando um poonto de 
oclusão
Hérnias encarceradas (20-25%): alça intestinal que entra num orifícioda 
parede abdominal, ficando trancada
Intussucepção, tumores, tuberculose, sarcodoide, Doença de Chron, Íleo Biliar
Hérnia Inguinoescrotal = Hérnia Indireta → alça intestinal chegando no escroto, 
passou pelo cordão espermático, que é um local bem estreito, tendo grande chance 
de ficar presa - alta chance de obstrução
SINTOMAS
Dor, náuseas e vômitos e constipação (exceto pelo conteúdo distal à oclusão - 
que foi evacuado)
Agravação da dor se estrangulamento, isquemia e nercronse (sofrimento 
vascular) evoluindo à síndrome inflamatória (pode susrgir febre)
Sinal de Wahl: quando há visivelmente na parede do abdome o aumento do 
peristaltismo - chamado de peristaltismo de luta → porção proximal ao ponto 
Síndromes Abdominais Agudas 30
ocluído tenta vencer
Periumbilical ou difuso
Ritmo irregular
Causa dor
Som metálico na ausculta: mostra que tem líquido preso
RHA aumentados em 40% dos casos: ínico do quadro
RHA reduzidos em 25%: caso mais crônico
ÍLEO ADINÂMICO
Perda da capacidade contrátil da víscera sem obstrução mecânica, portante 
sem Sinal de Wahl
CAUSAS
Pós-operatório: uma das coisas que o cirurgião verifica no paciente antes de dar 
alta é se o intestino está funcionando corretamente
Uremia: insuficiência renal → acúmulo de componentes nitrogenados (ureia, 
creatinina, ácido úrico) que são tóxicos para o peristaltismo intestinal
Cetose (diabetes), quadro séptico, desequílibrio eletrolítico
Em ambas obstruções (mecânica e íleo adinâmico) deve-se pedir raio-X do 
paciente:
Distenção de alça → Sinal de Empilhamento de Moedas - alça bem distendida a 
ponto de aparecer linhas
Ficam água e ar presos nas alças
Síndromes Abdominais Agudas 31
OBSTRUÇÃO MECÂNICA DO INTESTINO GROSSO
90% dos casos é por obstrução após o ângulo esplênico (colo descendente, 
sigmoide ou reto)
CAUSAS
Câncer 67%: principalmente em idosos → 75% dos tumores de reto estão ao 
alcance do toque retal
Volvo 9% → torcimento
Diverticulite 7%
Fecalomas: fezes retidas
SINTOMAS
Dor intensa em cólica no hipogástrio, intermitente, com períodos de acalmia de 
15min, com início progressivo de distensão abdominal
EXAME FÍSICO
Inspeção: distenção, verificar cicatrizes (aderências), abaulamentos, alças e 
peristaltismo lento visível na projeção dos cólons, especialmente o transverso
Ausculta: aumentado no início do processo, reduzindo-se gradualmente
Palpação: tensão de causa intra-abdominal, desconforto, toque retal é 
obrigatório, verificar Blumberg
Síndromes Abdominais Agudas 32
Sinal Gersuny: não muito comum - especialmente quando há fecaloma - 
palpa-se no sigmoide fezes duras, fazendo compressão sem tirar a mão, e 
ao movimentar essas fezes passará algum conteúdo de ar ou líquido por 
cima do fecaloma e sentiremos
Percussão: timpanismo
Princípio de Raciocínio sobre Exame Físico de Síndrome Oclusiva
O estrangulamento gera isquemia, evoluindo para necrose e irritação peritoneal, 
surgindo Blumberg
A eliminação de sangue e muco sugere invaginação (intussuscepção) ou 
isquemia
A distenção é maior quanto mais o tempo passa e quanto mais distal está a 
causa
O toque vaginal pode apresentar tumores ginecológicos geradores da obstrução

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