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Síndromes abdominais agudas É toda condição dolorosa no abdome, em geral de início súbito, que requeira uma decisão rápida seja ela clínica ou cirúrgica. Quanto mais ácido o líquido extravasado, maior a irritação peritoneal, e a consequente contratura muscular e dor. As síndromes abdominais agudas podem ser: ➢ Inflamatórias ➢ Perfurativas ➢ Oclusivas ➢ Hemorrágicas ➢ Vascular SÍNDROMES INFLAMATÓRIAS Principal sinal: FEBRE Uma síndrome inflamatória pode progredir pra uma síndrome obstrutiva, ou seja, a classificação de uma síndrome pode acabar virando outra. APENDICITE AGUDA É a síndrome inflamatória mais comum. Sinais e sintomas: • Flatulência, constipação ou diarreia • Com o tempo, surge dor leve no abdome central (mesogástrio ou epigástrio) e anorexia (perda de apetite) • A dor progride para a FID e surge a febre. • Posteriormente a dor em FID fica contínua e mais intensa, surge o íleo adinâmicos, náuseas e vômitos. Exame físico: o INSPEÇÃO: normal no início ou com abaulamento quando plastrão o AUSCULTA: normal no início ou ruídos ausentes de perfuração ou peritonite o PERCUSSÃO: dor no ponto de McBurney o PALPAÇÃO: → Defesa voluntária evoluindo à contratura → Manobra de Blumberg em +75% dos casos → Toque retal ou vaginal Plastrão é uma complicação. Quando há algo inflamatório próximo ao peritônio, ele reúne sua estrutura em direção a essa região inflamatória; e isso é palpável (resulta em abaulamento). Significa que o processo se agravou. O lado positivo do plastrão é que ele pode segurar o pus, caso o apêndice estoure. O plastrão pode evoluir para uma obstrução Se o apêndice estourar, há muito mais febre e mais dor abdominal. Para as pessoas que tem o apêndice atras do ceco (apêndice retrocecal), a dor de uma apendicite aguda pode ser confundida com uma dor renal. ❖ Febre → moderada ou alta se houver perfuração ❖ Complicação → plastrão, obstrução, perfuração e peritonite generalizada PONTO DE MCBURNEY: é a área exata que, quando comprimida profundamente e descomprimida bruscamente (Manobra de Blumberg), desencadeia dor no paciente com apendicite Há uma linha traçada entre o umbigo e a crista ilíaca. O ponto de McBurney fica no terço lateral. SINAL DE LENANDER: temperatura retal > 1 grau que a axilar Manobra de Rovsing: pressionar o cólon descendente e transverso, seguindo seus trajetos (sentido retrógrado); quando chegar perto do ângulo hepático, essa pressão que colocamos distende o ceco e o paciente sente dor caso haja apendicite. Sinal do Psoas: quando retrocecal: paciente em decúbito lateral esquerdo, colocar a mão no quadril do paciente e colocar as suas pernas para trás; isso força o M. psoas e, quando ele vai para trás, ele encosta no apêndice. Sinal do obturador: caso o apêndice estiver localizado mais para baixo, o paciente com apendicite aguda pode sentir dor no início da coxa. A manobra consiste em abduzir o quadril, para liberar o forame obturador e, assim, o forame obturador fica aliviado, mas se colocar a coxa novamente para dentro, vai sentir dor. ❖ Variantes na dor → conforme localização do apêndice cecal Diagnóstico diferencial: • Gatroenterite • Salpingite aguda • Torção de cisto ovariano • Ovulação • Gravidez ectópica rota • Ileíte de Chron • Adenite mesentérica • Diverticulite de Meckel • Psoíte (processo inflamatório do M. psoas) COLECISTITE AGUDA É a inflamação da vesícula biliar Mais comum em mulheres e em obesas acima dos 40 anos. Obstrução → pressão intra-biliar → isquemia da parede biliar → proliferação bacteriana → formação de pus e sangramento intra-biliar → desconjugação dos sais biliares → ácidos biliares lesivos à mucosa → necrose → perfuração Sinais e sintomas: o Inicialmente há dor visceral em cólica no hipocôndrio direito ou epigástrio, irradiada para a região subescapular D. o Evolui para dor parietal fixa no HD por mais de 6h o Exacerbação da dor acompanhada de vômitos o Icterícia caso acometer o ducto colédoco o Febre 38- 39 graus Importante perguntar se tem diagnóstico de litíase biliar (Já fez ultrassom mostrando pedra na bexiga?) Exame físico: o INSPEÇÃO: -respiração superficial (já que toda vez que respira, o diafragma desce e mexe o fígado e vesícula biliar) -posição antálgica o AUSCULTA: normal o PERCUSSÃO: dor em HD o PALPAÇÃO: -defesa voluntária Complicações da colecistite aguda: • Supuração (criação de pus); • Perfuração → peritonite biliar e abcesso sub-hepático • Íleo biliar: quando tem uma pedra na vesícula e a vesícula está apoiada em uma alça intestinal, então pode haver transferência dessa pedra do vesícula para a alça intestinal, podendo essa pedra provocar posteriormente uma síndrome oclusiva. Diagnóstico diferencial: • Colangite • Úlcera péptica perfurada • Pancreatite aguda • IAM • Pneumonia • Apendicite Vesícula com parede espessada Colelitíase- pedras/ cálculos na vesícula Colangite- inflamação no ducto colédoco. Há icterícia Coledocolitáse- pedras/cálculos no ducto colédoco. Colecistite litíase: quando uma pedra causa obstrução do ducto colédoco; assim, a bile de acumula na vesícula, a deixando distendida e inflamada Sinal de Murphy: paciente inspira, a vesícula toca na nossa mão e então a paciente vai interromper a expiração porque vai sentir muita dor. COLANGITE Obstrução do colédoco + infecção por bactérias de origem intestinal. Sinais e sintomas: o TRÍADE DE CHARCOT: cólica em HD, febre com calafrios e icterícia o PÊNTADE DE REYNOLD: tríade de Charcot + hipotensão e confusão mental (a pentade resulta de uma colangite que chegou a uma situação tóxica para o corpo) Exame físico: • Icterícia • Febre • Sinal de Murphy PANCREATITE AGUDA O pâncreas é um órgão retroperitoneal. Sinais e sintomas: o Dor intensa em epigástrio e hipocôndrio esquerdo, evoluindo para dor no andar superior do abdome. Dor pode irradiar para o dorso e há alívio da dor com flexão do tronco. o Náuseas e vômitos (no início pela dor, mas depois pela compressão do duodeno e do íleo) o Esteatorreia (gordura nas fezes) Exame físico: • Sinais de hipovolemia devido a perda de líquido para o terceiro espaço • Icterícia em 50% dos casos • Taquipneia e ventilação superficial • 1/3 dos pacientes apresentam derrame pleural E INSPEÇÃO: Distensão abdominal, ascite e necrohemorrágica apresentam: → Equimose periumbilical ou Sinal de Cullen → Equimose em flanco esquerdo ou Sinal de Grey-Turner → Equimose em base do pênis ou abaixo do ligamento inguinal ou Sinal de Fox Abcesso hepático pós colangite: é uma complicação da colangite Dor em faixa Dor localizada Primeiro espaço: sangue Segundo espaço: Interstício Terceiro espaço: pleura, peritônio e pericárdio (coisas dentro de pericárdio). PALPAÇÃO: contratura da parede inicialmente no epigástrio ou até difusa se peritonite generalizada. Tumor palpável no epigástrio em 20% dos casos PERCUSSÃO: normal ou timpanismo se íleo adinâmico. AUSCULTA: diminuído ou ausente se íleo adinâmico. Desencadeantes da pancreatite aguda: • Alcoolismo • Coledocolitíase • Traumatismos • Caxumba • Úlcera duodenal perfurante Complicações da pancreatite aguda: • Sintomas de diabetes • Sintomas de hipoglicemia Pancreatite biliar: quando a pedra na vesícula (litíase) evoluiu para a ampola hepatopancreática e causou uma inflamação no pâncreas. ABSCESSO SUBFRÊNICO Coleção de pus na região subfrênica. Região subfrênica: acima se encontra o diafragma e abaixo o colo transverso e mesocólon. Sintomas: febre, anorexia, perda de peso, sudorese e dor unilateral Exame físico: dor à palpação do HD e PPL(punho percussão lombar= manobra de Giordano) Giordano positivo (soquinho) se tiver abcesso posterior, infelizmente. ABSCESSO PÉLVICO Acúmulo de pus na região pélvica *Questionar se no passado teve obstrução ou passou por cirurgia. Causas: • DIPA – Doença inflamatória pélvica aguda • Cirurgias abdominais Sinais e Sintomas: • Dor, dispareunia (dor nas relações sexuais), febre, calafrios, sintomas urinários e evacuatórios. Exame físico: • INSPEÇÃO: normal ou distensão pélvica • AUSCULTA: normal • PALPAÇÃO: toque vaginal doloroso à mobilização do colo uterino. Abaulamento do fundo de saco de Douglas (fossa retouterina) • PERCUSSÃO: dolorosa DIVERTICULITE CÓLICA Inflamação nos divertículos que se formaram ao longo do trato intestinal. → Divertículos ocorrem em 30-40% das pessoas acima dos 45 anos e 66% das pessoas com 80 anos. → Há divertículos principalmente no sigmoide, gerando obstrução, mas também pode ter no colón descendente (dor é geralmente no hemiabdome esquerdo) → Pode perfurar, gerando peritonite generalizada → Pode infectar vísceras vizinhas, como a bexiga. Anamnese: o Dor intensa, principalmente à evacuação, na FIE e hipogástrio. o Hematoquezia (sangue nas fezes). Exame físico: • INSPEÇÃO: normal • AUSCULTA: normal • PALPAÇÃO: dor forte em FIR, com contratura Massa palpável via abdominal ou no toque que é muito doloroso SÍNDROMES PERFURATIVAS Principal sintoma: DOR → A dor pode surgir por perfuração de víscera oca do tubo digestivo, útero, trompa, ureter e bexiga; Sinal de Blumberg: dor intensa a descompressão rápida → Se houver perfuração em peritônio livre: - 1º peritonite química local ou difusa (se perfurar em locais mais ácidos, como o estômago, vai doer mais) - 2º peritonite bacteriana local ou difusa → Se penetrante em outro órgão, o quadro de dor fica mais localizado. ÚLCERA PÉPTICA PERFURADA o Comum em quem é muito estressado ou/ e faz o uso de antinflamatório (AINE) o Perguntar se o paciente já tem histórico de úlceras (50- 70% possuem histórico de úlcera antiga) o Geralmente a úlcera péptica é duodenal e em homens entre 30 e 50 anos o Depois de vômitos e tosse, é mais comum ter a úlcera o péptica e perfurada o Gastrite pode evoluir para úlcera Anamnese: o Dor aguda intensa em punhalada, persistente, palidez (reação do SN autônomo simpático), sudorese, medo, náuseas e vômitos com prostração (fraqueza) o Sinal de Kehr: quando a dor irradia para o ombro esquerdo o Após 2-6 horas evolui com melhora da dor e dos vômitos o Após as 12 horas iniciais ocorre o quadro toxêmico com febre, prostração, vômitos, soluços (irritação diafragmática), oligúria (pouca urina), sinais de hipovolemia (diminuição da quantidade de sangue) por possível proliferação bacteriana, pulso filiforme. Exame físico: • INSPEÇÃO: pouco ou nenhum movimento respiratório abdominal, pernas fletidas (para não estender a parede abdominal, causando assim dor) • AUSCULTA: ruídos diminuídos ou ausentes. • PALPAÇÃO: contratura, em tábua, dor intensa ao palpar. • PERCUSSÃO: dor intensa difusa. SÍNDROMES HEMORRÁGICAS INSTABILIDADE HEMODINÂMICA INTRALUMINAL (maior é o peristaltismo) o Alta o baixa EXTRALUMINAL (menor o peristaltismo) HEMORRAGIA DIGESTIVA INTRALUMINAL ALTA → É qualquer sangramento proximal ao ligamento de Treitz (distingue ponto de hemorragia digestiva alta e baixa) → Geralmente gera somente sangramento oculto nas fezes (quando tem pequenas quantidades de sangue nas fezes, mas não são visíveis a olho nu), Sinal de Jakoucheff: som do ar passando pela úlcera péptica perfurada/ fístula (já que criou-se um canal) durante a respiração. Sinal de Blumberg: dor intensa a descompressão rápida Sinal de Kullen Kampf: toque retal doloroso, pois há inflamação peritoneal no próprio reto Sinal de Jobert: quando percute na área do fígado e está timpânico, por conta de ar na cavidade peritoneal. Ocorre por complicação da úlcera péptica perfurada: pneumoperitônio (o acúmulo de ar levanta a cúpula diafragmática) *Não confundir com o Sinal de Chilaidit → quando uma alça intestinal está repleta de ar e então a percussão apresenta-se timpânica. A diferença é que o próprio órgão está com ar, não a cavidade peritoneal hematêmese (vômito com sangue) e melena (fezes pretas, com muito sangue) → Para ter melena, é necessário mais de 100 ml de sangramento e surge 8-10 horas após o evento hemorrágico digestivo alto. Sintomas das principais causas de hemorragia digestiva alta: Ulcera péptica gástrica sangra mais pois os vasos são maiores, comparado a ulcera péptica do duodeno; ▪ Varizes esofágicas representam 20% dos casos de hemorragia digestiva alta. ▪ Mallory Weiss representa 10% dos casos ▪ Câncer gástrico representa 6% dos casos ▪ 15% dos casos de hematoquezia são por HDA Hemorragia digestiva alta pode sim causar hematoquezia, mas somente grandes volumes de sangue causam hematoquezia. Sangue oculto nas fezes: • Esofagite • câncer de esôfago • câncer gástrico HEMORRAGIA DIGESTIVA INTRALUMINAL BAIXA ▪ Causa mais comum: DOENÇA DIVERTICULAR. ▪ Sangramento distal ao ligamento de Treitz ▪ É 3x menos frequente que a hemorragia digestiva alta ▪ Ocorre em pacientes mais idosos que na HDA ▪ Cessa espontaneamente em 80-90% dos casos ▪ Gera: -sangue oculto nas fezes -melena -hematoquezia -enterorragia (hemorragia de origem intestinal) -só gera hematêmese se a origem for próximo ao ligamento de Treitz ou em grande volume Causas de sangue oculto e hematoquezia • Neoplasias • Coagulopatia • Íleo vascular (trombose da artéria mesentérica- causa sangramento e isquemia na região) • Doença diverticular • Angiodisplasias (telangectasia que se formam com a idade, são frágeis, podendo sangrar muito) • Doenças do canal anal, reto e sigmoide (como pólipos, hemorroidas, fissuras...) Causas enterorragia: • Doença diverticular (cólon descendente e sigmoide) • Angiodisplasia (ceco e cólon ascendente) Tanto melena quanto hematoquezia é a presença de sangue nas fezes, porém: → MELENA: fezes pretas/ escuras/ negras. Aspecto de borra de café → HEMATOQUEZIA: sangue vermelho vivo Mallory Weiss: vômitos em excesso, tosse ou outros sintomas que causam aumento de pressão intra-abdominal, causam uma erosão na transição do esôfago-estômago. Comum no alcoolista e nas gestantes. Dieulafoy: alteração genética. Vasos são hiperdilatados e podem se romper. • Neoplasias • Doença inflamatória intestinal • coagulopatia Conforme a idade: • JOVENS -doença inflamatória intestinal -pólipos -divertículos de Meckel • IDOSOS -angiodisplasia -neoplasias -doença diverticular Conforme o momento do sangramento: • Durante a evacuação -doenças do canal anal e do reto • Independente da evacuação -cólons Conforme o hábito intestinal: • Diarreia -doença inflamatória intestinal • Constipação -tumores e estenoses HEMORRAGIA DIGESTIVA EXTRALUMINAL • O peristaltismo é baixo • Hemoperitônio (sangue na cavidade peritoneal) • Hematoma retroperitoneal (acúmulo de sangue fora dos vasos sanguíneos) Síndrome vascular é referente a entupimento Síndrome hemorrágica é referente a vazamento Exame físico da síndrome hemorrágica: • Avaliar o volume da perda e suas consequências hemodinâmicas; • Mucosas • PA caindo. • FC aumentando. • Pulsos periféricos fracos • Estado mental confuso • Sudorese HEMORRAGIA DIGESTIVA GRAVE → Hipotensão ortostática → Queda de 2g/dl na hemoglobina (ou seja, terá queda do valor da hemoglobina) → Necessidade de transfusão sanguínea de 2 unidades de concentrado de hemácias→ PAS sistólica < 100 mmHg → FC > 100 bpm → Queda de PAS >= 10 mmHg e aumento de FC >=20bpm quando o paciente que estava deitado fica em pé (posição ortostática), significa perda sanguínea superior a 1 litro e configura hemorragia digestiva grave. Divertículo de Meckel: aquele formado por todas as camadas da parede intestinal. Tem origem de falha embrionária. Angiodisplasia Hematêmese sangue vivo + melena = HDA severa Hematêmese borra de café + melena = HDA moderada Melena sem hematêmese= HDA menor Hematoquezia, enterorragia= HDB GRAVIDEZ ECTÓPICA ROTA → rota= rompeu • Embrião se desenvolve fora da cavidade uterina • Com 2-4 semanas de gestação • Dor súbita intensa unilateral em fossa ilíaca, sudorese, palidez, hipotensão, tenesmo, polaciúria (micção frequente), distensão pélvica • Sinal de Blumberg presente • Percussão dolorosa e macicez móvel presente • Sinal de Laffont em 35% dos casos: dor interescapular CISTO OVARIANO ROTO → • Sintomas semelhantes, menos intensos PANCREATITE AGUDA → • Sinal de Cullen • Sinal de Grey-Turner • Sinal de Fox TRAUMA ABDOME FECHADO → • Ruptura de fígado e/ou baço: equimoses em parede abdominal, costelas fraturadas. RUPTURA DE ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL → • Massa pulsátil com sopro. Exame físico do abdome: INSPEÇÃO: • Distensão pélvica • Abaulamentos/ tumores • equimoses AUSCULTA: • HD intraluminal: aumento do peristaltismo • HD extraluminal: redução do peristaltismo PALPAÇÃO: • Pesquisa de massas e megalias • Sinal de Blumberg PERCUSSÃO: pouco útil SÍNDROMES VASCULARES → Diz respeito a entupimento de vasos → Há poucos sinais e sintomas característicos → Sintomas vagos → Desfechos graves FATORES DE RISCO: dislipidemia, hipertensão, arritmias cardíacas, diabetes, vasculites, aterosclerose, doenças autoimunes, uso de anticoncepcional oral, tabagismo, estados de hipercoagubilidades ÍLEO VASCULAR Trombose (obstrução por coágulos)/ êmbolos (um coágulo que caiu na circulação): → Embolia mesentérica -50% → Trombose arterial mesentérica -25% → Trombose venosa mesentérica -5% → Isquemia de baixo fluxo não oclusiva -20% Sinais e sintomas: Dor súbita, intensa, epigástrica, periumbilical, evolui para constante e difusa (dor em todo o abdome) Vômitos e disenteria (gelatina de groselha) seguida de obstipação (Síndrome Oclusiva), peritonite (Síndrome Inflamatória), perfuração (Síndrome Perfurativa) e sepse. Comum o paciente ficar espelhando a mão pelo abdome quando é embolia mesentérica. EXAME FÍSICO GERAL: • Avaliar o volume da perda e suas consequências hemodinâmicas; • Mucosas • PA • FC • Pulsos periféricos • Estado mental • Sudorese INSPEÇÃO: distensão, abaulamentos, equimoses AUSCULTA: ▪ Sopro. ▪ RHA reduzidos. PALPAÇÃO: defesa voluntária e involuntária PERCUSSÃO: timpanismo e som metálico. SÍNDROMES OCLUSIVAS Sintomas mais comum: VÔMITOS E CONSTIPAÇÃO ▪ Impedimento à evolução do conteúdo intestinal ▪ Quanto mais distal a origem da obstrução, maior a distensão abdominal. ▪ Retenção do conteúdo proximal e eliminação do conteúdo distal (ou seja, o que está antes fica retido da obstrução fica retido; por exemplo, o íleo torceu, então o conteúdo fecal antes do íleo fica retido e o que fica depois é eliminado) OCLUSÕES ALTAS: → Vômitos mais proeminentes quanto mais alta for a oclusão. OCLUSÕES BAIXAS: → Distensão, interrupção da eliminação de gases e fezes. OBSTRUÇÃO MECÂNICA DO ESTÔMAGO: Há algo obstruindo, como tumor. Pode ser uma obstrução parcial ou total → Plenitude pós- prandial (sensação de alimentos no estômago por um longo período de tempo, empachamento) → Vômitos precoces de alimentos não digeridos → Pouca distensão abdominal (pois é oclusão alta) → Ondas de Kussmaul (peristaltismo perceptível), no sentido do estômago, 3x/min → Nódulo Irmã Maria José: metástase periumbilical, pétreo, fixo e indolor Oclusão intestinal é mais comum no delgado do que no grosso, pois ele é mais solto e é mais fácil ele torcer sobre ele mesmo. OBSTRUÇÃO MECÂNICA DO INT. DELGADO Responsável por 80% dos casos de oclusão intestinal CAUSAS: → Áscaris, aderências (70-75% dos casos), hérnias encarceradas (20-25%), intussuscepção, tumores, TBC, sarcoidose, Chron, Íleo Biliar. SINTOMAS • Dor, náuseas e vômitos e obstipação (= constipação/ intestino preso- exceto pelo conteúdo distal à oclusão). *A dor piora se houver também síndrome vascular. • Agravação da dor se estrangulamento, isquemia e necrose evoluindo à síndrome inflamatória (pode surgir febre). • Sinal de Whal, periumbilical, difuso, ritmo irregular, doloroso, com som metálico. • RHA (ruídos hidroaéreos) aumentados em 40% dos casos e reduzidos em 25%. Tipos de obstrução ÍLEO ADINÂMICO Perda da capacidade contrátil da víscera sem obstrução mecânica, portanto sem Sinal de Wahl. CAUSAS do íleo adinâmico: Pós-operatório com anestesia geral, uremia (insuficiência renal), cetose (diabetes descompensado), sepse, desequilíbrio hidroeletrolítico. Distensão de alças modelo empilhamento de moedas: OBSTRUÇÃO MECÂNICA DO INT. GROSSO • 90% da obstrução de intestino grosso ocorre após a ângulo esplênico (a partir do colón descendente); • Incidência aumenta com a idade, sendo maior após os 60 anos CAUSAS: • Câncer de intestino grosso 67% (75% dos tumores de reto estão ao alcance do toque retal) • Volvo 9% (torção/ nó no intestino- tranca a passagem de fezes e de sangue para o local, podendo ocorrer necrose) • Diverticulite 7% • Fecalomas (grande massa de fezes empedradas e endurecida) SINTOMAS: • Dor intensa em cólica no hipogástrio, intermitente, com períodos de acalmaria de 15 min, com início progressivo de distensão abdominal EXAME FÍSICO: • INSPEÇÃO: distensão, cicatrizes, abaulamentos, alças e peristaltismo lento visível na projeção dos cólons (é mais visível no cólon transverso). • AUSCULTA: aumentado no início do processo de obstrução e reduzindo-se gradualmente. QUANDO TEM OBSTRUÇÃO, HÁ AUMENTO DO PERISTALTISMO PRA TENTAR VENCER A OBSTRUÇÃO, depois desse período de luta, o peristaltismo diminui. • PALPAÇÃO: tensão intra-abdominal, desconforto, toque retal é obrigatório (sem fezes e talvez com Sinal de Whal: aumento do peristaltismo próximo a oclusão intestinal. “peristaltismo de luta” Hérnia inguinoescrotal, também chamada de HÉRNIA INDIREITA. Uma alça intestinal entrou no canal espermático e chegou no escroto massa palpável, intrínseca ou extrínseca), Blumberg, Gersuny. • PERCUSSÃO: timpanismo (pois na obstrução há acúmulo de gases e de líquidos) PRINCÍPIOS DE RACIOCÍNIO → O estrangulamento gera isquemia, necrose e irritação peritoneal, surgindo Blumberg. → A eliminação de sangue e muco sugere invaginação ou isquemia (redução do fluxo sanguíneo) → A distensão é maior quanto mais o tempo passa e quanto mais distal está a causa. → O toque vaginal pode apresentar tumores ginecológicos geradores da obstrução Gersuny: comprimir a massa por 15-20 segundos e aliviar a pressão, mantendo a mão no local. Verificar o surgimento de crepitações que significam a interposição de ar entre o bolo fecal e a parede intestinal. Quando desloca o fecalito, passa líquido e bolhas de ar, perceptível com o tato. Acontece no sigmoide principalmente (serve também pra diferenciar se estamos tocando em um fecaloma ou em um tumor). Caso a massa fosse um tumor, não haveria mobilidade e consequentemente não existiria sons, devido a não passagem de ar; Distensão das alças intestinais
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