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Estrutura de Análise Macroeconômica Você já viu que os economistas e os seguidores da Escola Clássica defendem uma pequena intervenção do governo na economia, enquanto que a Teoria Keynesiana reforça a importância da participação do governo na economia, principalmente para estimular a Demanda Agregada e, consequentemente, a produção. Funções do Governo Função Alocativa: Participação direta ou indireta do Governo na Produção de Bens e Serviços. Função Estabilizadora: Ações do Governo para estabilizar as variáveis econômicas. (preço, produção, emprego, câmbio etc.). Função Distributiva: Ações do governo para melhorar a distribuição de renda entre a população. Função Fiscalizadora: Ações governamentais que estabelecem e arrecadam tributos (impostos, taxas e contribuições) Função Reguladora: Ações do Governo para regular as relações entre os agentes econômicos através de leis e disposições administrativas. O governo é o único agente econômico que tem o papel de zelar pelos interesses (bem-estar) da comunidade em geral. Para esta finalidade, o governo procura atuar sobre determinadas variáveis e, através destas, alcançar determinados fins tidos como positivos para a população. É comum, por exemplo, encontrarmos no jornalismo econômico notícias a respeito da elevação ou redução da taxa de juros promovida pelo governo. Essas modificações nos juros buscam afetar outros objetivos maiores no país (no caso: crescimento econômico e/ou controle inflacionário). Quando o governo faz política econômica, ele está preocupado com quatro tipos de metas, que atingirão diretamente cinco mercados que formam a estrutura básica da economia de qualquer país. ❖ Políticas Macroeconômicas: •Política Fiscal •Política Monetária •Política Cambial e Comercial •Política de Rendas ❖ Metas: •Nível de Crescimento Econômico (PIB e emprego) •Inflacionárias (controle dos preços de bens e serviços) •Externas (saldos nas contas do Balanço de Pagamentos) •Distributivas (diminuição da desigualdade social) ❖ Mercados Econômicos: •Mercado de Bens e Serviços •Mercado de Trabalho •Mercado Monetário •Mercado de Títulos •Mercado de Divisas Assimile A Demanda Agregada do país soma a intenção de compra de todos os agentes econômicos. A intenção de compra (Demanda) das famílias é chamada, em economia, de Consumo. A Demanda das Empresas chama de Investimento. A Demanda do Governo é traduzida pelo conceito econômico Gasto Governamental. Demanda dos outros países (Resto do Mundo) é chamada de Exportação. No Mercado de Bens e Serviços, o equilíbrio é dado pela igualdade entre Oferta Agregada (intenção de produção de bens e serviços) e Demanda Agregada (intenção de compra de bens e serviços por parte dos Agentes Econômicos). As determinações do nível de produção e do nível médio de preços do país dependem das interações entre Oferta Agregada e Demanda Agregada. Com relação à produção, havendo mais demanda (intenção de compra) de sapatos por parte das pessoas, por exemplo, haverá aumento na produção de sapatos (o que também ampliará o emprego do país, já que para se produzir mais sapatos, as empresas necessitam de mais trabalhadores). Com relação ao nível médio de preços, se a demanda (de) cresce mais rápido do que a oferta, ou se a oferta aumenta/diminui além (aquém) da demanda, temos alterações (aumentos ou diminuições) dos preços. No Mercado de Trabalho, o equilíbrio é dado pela igualdade entre Oferta de Trabalho e Demanda por Trabalho. Em economia, quem oferece trabalho são os trabalhadores (as pessoas são as detentoras do fator de produção “Trabalho”), enquanto a demanda por trabalho fica a cargo das empresas (as empresas demandam trabalhadores para produzirem bens e serviços). A interação entre Demanda por Trabalho e Oferta de Trabalho vai determinar o nível de emprego desse país e o nível médio de salários, conforme Quadro 3.3. Temos que, quanto maior for o salário, mais funcionários oferecem o seu trabalho, e quanto menor for o salário, menos gente está interessada em trabalhar (Curva da Oferta de Trabalho). No entanto, os empresários pensam de maneira oposta a essa, ou seja, quanto menor for o salário, mais trabalhadores eles demandam, e, quanto maior for o salário, menor é o interesse em contratar funcionários (Curva da Demanda por Trabalho). Assim, haverá um ponto que iguala a quantidade de funcionários que oferece trabalho, e do número de trabalhadores que é demandado pelas empresas (visualizado no cruzamento das duas curvas), a um dado nível de salário. O Mercado Monetário refere-se ao mercado de moeda do nosso país. O equilíbrio desse mercado é dado pela igualdade entre Oferta de Moeda e Demanda por Moeda. A interação entre a Demanda por moeda e a Oferta de moeda vai determinar a taxa de juros do país, o que impacta a produção, os preços e os investimentos externos no país. O Mercado de Títulos está relacionado com a parte monetária da economia. O seu equilíbrio é encontrado quando há uma igualdade entre a Oferta de Títulos e a Demanda por Títulos. Imagine que o governo arrecadou R$ 100,00 com tributos, mas gastou R$ 120,00 para pagar os funcionários públicos. Nessa situação, o governo está gastando mais dinheiro do que está arrecadando (ou seja, o governo está numa posição de fazer dívida; o chamado déficit público). Quando o governo apresenta resultados públicos deficitários, ele precisa encontrar uma solução para isso (no exemplo, o governo precisa de mais R$ 20,00 para honrar com seus compromissos financeiros atuais). Sabe qual é a solução para esse problema? Tomar emprestado o dinheiro que falta para equilibrar suas contas atuais. Esse financiamento do déficit público (ou a tomada de dinheiro emprestado por parte do governo) é conseguido pelo governo quando ele vende títulos públicos. Se a esfera pública precisa de R$ 20,00 emprestados, por exemplo, o governo vende um papel (título público) no valor de R$ 20,00, prometendo devolver o dinheiro ao comprador no prazo estipulado (5, 10, 15 anos...), com o acréscimo de juros. Assim, naquele momento da venda do título público entra dinheiro no caixa do governo, resolvendo seus problemas financeiros momentâneos (pagar os funcionários públicos); mas o setor público terá que conseguir acumular dinheiro no futuro para pagar pelo empréstimo tomado (no prazo de vencimento estipulado para o título). Os mercados monetário e de títulos, normalmente, são analisados ao mesmo tempo, devido à sua grande interligação. Na verdade, a taxa de juros da economia deve levar em consideração esses dois mercados. O Mercado de Divisas refere-se a qualquer moeda internacional. Este mercado estará equilibrado quando a Oferta de Divisas for igual à Demanda por Divisas. As políticas econômicas são feitas para que sejam alcançadas as metas produtivas, inflacionárias, externas e distributivas do país. Desde que a inflação brasileira caiu drasticamente, após o Plano Real iniciado em 1994, o governo brasileiro deu muita importância para a estabilidade dos preços na nossa economia. Essa preocupação com a inflação justifica-se porque a inflação causa, principalmente, dois problemas graves para um país: 1- Perda do poder de compra (se R$ 10,00 hoje compram a mercadoria A, com inflação, os mesmos R$ 10,00 não compram mais a mercadoria A no próximo mês – na década de 80 e início da década de 90, o Brasil chegou a remarcar preços diariamente, tamanha era a inflação); 2- Desestruturação do sistema financeiro no que diz respeito à inviabilidade de empréstimos de médio e longo prazos (imagine a loucura que era o Brasil da década de 80, que chegou a ter uma inflação superiora 50% ao mês. Se nesse contexto alguém quisesse comprar um carro financiado, pagaria mais de 50% de juros mensais pelo financiamento, ou seja, em dois meses, o comprador pagaria mais do que 100% do valor do carro só em juros). Desde 1999, o Brasil adota um regime de Metas de Inflação para manter os preços dos bens e serviços estáveis. Neste regime, o Banco Central estipula/determina qual taxa de inflação anual ele vai aceitar para determinado ano, conduzindo suas políticas econômicas para atingir essa meta (as metas inflacionárias no Brasil são vistas como prioritárias, estando à frente de metas produtivas, externas e distributivas, ou seja, se, para manter a inflação dentro da meta estabelecida, o governo tiver que fazer uma ação que prejudicará a produção, ele vai fazê-la). O que aconteceria caso a meta inflacionária do país não fosse cumprida? Na verdade, não há nenhum tipo de punição ao país quando ele estoura o teto da meta. No entanto, isso pode dar um sinal negativo para o mercado de que o governo não cumpre com o que promete, gerando insegurança (maior risco) aos investidores, que podem exigir juros maiores para comprarem títulos do governo. Referência: Macroeconomia - Vaine Fermoseli Vilga e Maria de Fátima Gimenes Valente Sprogis
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