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Termos de crédito

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ADMINISTRAÇÃO 
DO CAPITAL DE 
GIRO 
Rodolfo Vieira Nunes
Termos de crédito
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as condições de comercialização utilizadas.
  Identificar os termos de desconto financeiro e bancário.
  Relacionar as técnicas de cobrança praticadas no mercado.
Introdução
O custo elevado do financiamento no Brasil é um dos fatores que limita 
o crescimento da economia e aumenta a desvantagem competitiva das 
empresas nacionais. Que também enfrentam grandes dificuldades para 
encontrar financiamentos com custo e prazo adequados. Neste capítulo, 
você vai estudar alguns conceitos relacionados à política de crédito das 
empresas, compreendendo os tipos de condições de crédito disponíveis, 
as formas de desconto utilizadas e a sua importância, além das ferramentas 
de cobrança aplicadas. 
Você também vai compreender as práticas e os motivos que levam 
uma empresa a valer-se de políticas de desconto com seus fornecedores e 
até com seus clientes. Por fim, você vai conferir a política de cobrança que 
as organizações costumam utilizar para tentar diminuir a inadimplência 
da sua carteira de crédito.
1 Condições de comercialização
O custo de fi nanciamento apresenta forte impacto sobre o resultado fi nan-
ceiro e operacional da empresa, além de aumentar o seu custo de capital. 
Assim, é importante a cautela no momento da escolha de um crédito. Deve 
ser considerada a adequação entre as fontes e as aplicações de recursos em 
termos de prazos e custos. A compra de um equipamento cujo valor investido 
somente será recuperado em alguns anos por meio das receitas de vendas 
deve ser fi nanciada com recursos permanentes. Se forem utilizados recursos 
provenientes de um empréstimo com prazo inferior ao da maturação fi nanceira 
desse investimento, a empresa poderá enfrentar difi culdades para liquidar a 
dívida no vencimento do contrato.
Os juros e os demais encargos incidentes sobre os empréstimos e finan-
ciamentos oneram o resultado econômico, reduzindo a parcela de lucro que 
restará aos acionistas. Além disso, os emprestadores de recursos podem exigir 
garantias reais e impor condições contratuais que reduzam a flexibilidade 
de gestão da empresa. Mesmo os créditos obtidos junto aos fornecedores 
envolvem custo financeiro, representado pelo desconto para pagamento a vista 
que deixou de ser desfrutado. Observa-se a existência de custos explícitos, 
perfeitamente mensuráveis em termos de valor e taxa. Poucas fontes de recursos 
de curto prazo não têm custos financeiros, como salários, impostos a pagar, 
contribuições a recolher etc. 
É importante destacar que o crédito pode ser obtido via terceiros por meio 
de duas fontes de financiamento: fontes operacionais e fontes financeiras. As 
fontes de financiamento atendem à necessidade de capital para o financiamento 
das operações das empresas, podendo ser suprida pela captação de recursos 
no mercado (fontes financeiras) ou pela utilização de recursos gerados inter-
namente (fontes operacionais), conforme Padoveze (2005).
Fontes operacionais
As possibilidades de obter crédito via fontes operacionais (MATIAS, 2014), 
que serão abordadas na sequência, são:
  fornecedores;
  impostos e obrigações;
  salários;
  adiantamento de clientes.
Fornecedores
Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolve atividades 
de produção montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de 
serviços. As condições de compra e de matéria-prima são a principal fonte de 
fi nanciamento a curto prazo para a empresa (ASSAF NETO, 2014). O crédito 
é estabelecido de acordo com o nível de atividades da empresa (volume e 
Termos de crédito2
tamanho), havendo a possibilidade de consignação e/ou parcerias. Nesse sen-
tido, é fundamental considerar três elementos dos termos de crédito: prazos, 
condições de pagamento e descontos.
Impostos e obrigações sociais (governo)
Segundo Braga (1988), o imposto é uma imposição de um encargo fi nanceiro 
ou outro tributo sobre o contribuinte (pessoa física ou jurídica) por um Estado 
ou o equivalente funcional de um Estado, a partir da ocorrência de um fato 
gerador. É estabelecido pela aplicação de uma alíquota a uma base de cálculo, 
de forma que o seu não pagamento acarreta sanções civis e penais, impostas 
à entidade ou ao indivíduo não pagador, segundo a lei.
Os encargos sociais e trabalhistas são responsabilidades da empresa com 
seus contratados por meio da carteira de trabalho. Essas obrigações são conhe-
cidas como custos indiretos (MEGLIORINI; VALLIM, 2009). Esses custos 
indiretos podem ser divididos em duas modalidades:
  aqueles que são pagos diretamente ao trabalhador, como os benefícios;
  aqueles que são pagos para fundos específicos, como o Instituto Nacional 
do Seguro Social (INSS).
Esses encargos são também conhecidos como financiamento público ou 
do governo, pois estão relacionados com a obrigatoriedade dos impostos 
e obrigações devidas. As organizações devem ficar atentas em relação a 
prazos para recolhimento, postergação (atrasos) e questões de inadimplência 
(possibilidade de parcelamento).
Salários (funcionários)
O salário é um conjunto de vantagens habitualmente atribuídas aos empre-
gados, em contrapartida pelos serviços prestados ao empregador, em quantia 
sufi ciente para satisfazer as necessidades (GITMAN, 2010). Por outro lado, 
o salário, na visão da gestão de pessoas da empresa, pode ser considerado 
como custo de aquisição e manutenção de recursos humanos, sendo, assim, 
denominado de despesa de pessoal. Os encargos trabalhistas, porém, não 
podem ser considerados nem quitados como salário do colaborador.
Quando a organização, por alguma razão, atrasa o pagamento de salários 
dos colaboradores, de forma intencional ou não intencional, acaba por realizar 
um financiamento de crédito operacional junto a seus funcionários. Essa 
3Termos de crédito
medida, porém, tem duas possíveis repercussões: desmotivação e queda de 
produtividade de parte dos colaboradores. 
Adiantamento de clientes
O termo cliente faz alusão à pessoa que tem acesso a um produto ou serviço 
mediante pagamento. A noção tende a ser associada a quem recorrer ao pro-
duto ou serviço em questão com assiduidade, ainda que também existam os 
clientes ocasionais (ou pontuais) (MATIAS, 2014). O recebimento antecipado 
de valores por uma entrega futura do produto, ou seja, uma antecipação de 
pagamento advinda de produtos sob encomenda ou de mercados compradores, 
em que é característica pagar antes por um produto, é enquadrado como um 
fi nanciamento operacional.
Fontes financeiras
Agora, vamos ver as possibilidades de fontes fi nanceiras de fi nanciamento. 
Podemos dividi-las entre as fontes advindas de bancos comerciais, múltiplos 
e de investimentos, e a factoring. Essas fontes fi nanceiras representam en-
dividamento da empresa perante terceiros. A necessidade de empréstimos e 
fi nanciamentos pode ser para fi ns específi cos ou não.
A função dos bancos comerciais, múltiplos e de investimentos é viabilizar 
transações. Em outras palavras, um banco capta recursos de quem os obtém 
de maneira abundante (agentes superavitários), pagando uma certa taxa de 
juros, e busca transferir esse capital para quem, naquele momento, necessita 
do mesmo por algum motivo (agentes deficitários), normalmente cobrando 
por isso uma taxa de juros acima daquela pela qual o dinheiro foi captado. 
Dessa forma, temos as seguintes opções de créditos financeiros, que serão 
abordadas na sequência: hot money, desconto de títulos, cheque pré-datado, 
conta garantida, crédito rotativo, empréstimo para capital de giro, financia-
mento de tributos e obrigações sociais e crédito rural.
Hot money
Hot money é um empréstimo de dinheiro em curto prazo (ou curtíssimo), 
entre 1 e 29 dias(HOJI, 2014). Isso deixa claro que ele é uma alternativa para 
empresas que precisam realizar um pagamento e não têm capital de giro. Ou 
seja, serve como um ajuste do deslocamento de dinheiro do caixa de uma 
forma muito mais rápida, para cobrir despesas imediatas sem burocracia.
Termos de crédito4
A taxa de juro que incide sobre a quantia emprestada é mais altas do que 
outros tipos de empréstimos, exatamente pela rapidez do acesso ao dinheiro. 
Elas são baseadas na taxa do certificado de depósito interbancário do dia da 
operação, somada ao valor dos impostos do Programa de Integração Social e da 
contribuição para o financiamento da Seguridade Social sobre o faturamento 
da transação. O objetivo do hot money nada mais é do que resolver problemas 
pontuais da tesouraria. Exatamente por essa razão ele é considerado como 
um crédito de curto prazo.
Desconto de títulos
Chama-se desconto a operação bancária de entrega do valor de um título 
ao seu detentor, antes do prazo do vencimento e mediante o pagamento de 
determinada quantia por parte deste. Assim, para Assaf Neto (2014), o des-
conto de títulos ou duplicatas é um adiantamento de recursos, feito por uma 
instituição fi nanceira sobre os valores dos respectivos títulos (duplicatas ou 
notas promissórias). Nesse tipo de operação, o cliente recebe antecipadamente 
o valor correspondente às suas vendas a prazo. Ao apresentar um título de 
vencimento futuro para desconto no presente, entretanto, o cliente não recebe 
seu valor total, pois, sobre esse valor, as instituições deduzem a chamada taxa 
de desconto, além de impostos (como o imposto sobre operações fi nanceiras) 
e encargos administrativos.
Cheque pré-datado
Comumente chamado de "cheque pré" ou simplesmente "pré-datado", o cheque 
pré-datado é uma operação de crédito não regulamentada pela lei do direito 
econômico que permite que um comprador pague de forma parcelada por um 
bem adquirido (PADOVEZE, 2005). É muito utilizado em razão da praticidade, 
não exigindo elaboração de contratos ou nota promissória, carnês ou boleto 
de compensação para pagamento. É importante lembrar que um cheque é uma 
ordem de pagamento à vista (independentemente da data preenchida na folha 
de cheque). Assim, o comprador não tem garantia legal de que o vendedor 
honrará as datas acordadas para desconto de cada folha de cheque pré-datado. 
Assim, a data colocada no corpo do cheque deve ser respeitada pela pessoa 
que o recebe; do contrário haverá quebra de contrato entre as partes. O banco 
não tem responsabilidade sobre o depósito antecipado de um cheque.
5Termos de crédito
Conta garantida
A conta garantida é uma linha de crédito pré-aprovada, que se assemelha ao 
cheque especial. Com esse serviço, o banco disponibiliza à pessoa jurídica ou 
física uma outra conta, com um limite disponível para retirada. Dessa forma, 
em situações emergenciais, para cobrir o caixa da empresa, por exemplo, 
pode-se realizar o saque dos valores. Ou seja, o propósito é dar cobertura a 
eventuais saldos devedores registrados nas contas correntes, possibilitando 
às empresas atenderem às necessidades urgentes de caixa (MATIAS, 2014).
Crédito rotativo
O crédito rotativo é um tipo de crédito que funciona de forma semelhante 
a um empréstimo de emergência, sendo concedido tanto a pessoas físicas 
quanto jurídicas. Mediante o contrato de crédito rotativo, abre-se uma linha 
de crédito a uma pessoa física ou jurídica, com limite preestabelecido e que 
pode ser utilizado de forma automática pelo tomador, de acordo com suas 
necessidades (SILVA, 2012).
O crédito disponível diminui à medida que o tomador o utiliza e aumenta 
à medida que é feito o pagamento do principal já utilizado. Geralmente, esse 
tipo de crédito é concedido pelos bancos a seus clientes, após análise de cré-
dito. Outra característica desse tipo de crédito é que o cliente paga encargos 
e impostos somente pelos recursos usados e pelo tempo que os utilizou.
Empréstimo para capital de giro
O empréstimo para capital de giro é uma linha de crédito concedida pelos 
bancos para fi nanciar a operação do dia a dia da empresa (GITMAN, 2010). 
Geralmente, é oferecido em melhores condições pelo banco em que a empresa 
possui conta; em muitos casos, um bom relacionamento com o banco pode 
render melhores condições em sua contratação.
Existem inúmeras opções de empréstimo de capital de giro, com formas de 
pagamento mensais, bimestrais, trimestrais e semestrais, ou até mesmo com 
a quitação sendo feita de uma só vez no final do contrato — tudo depende do 
fluxo da empresa. Além disso, algumas linhas de capital de giro oferecidas 
pelos bancos são destinadas a empresas com ramos de atividades específicos, 
o que faz com que tenham condições diferenciadas.
O detalhe principal desse tipo de empréstimo é que ele só é feito para pessoas 
jurídicas. Então, a empresa precisa estar ativa e devidamente formalizada. Ao 
Termos de crédito6
solicitar esse empréstimo, você será orientado a apresentar alguns documentos, 
como o CPF e a carteira de identidade dos sócios, o CNPJ, o contrato social 
e os demonstrativos de resultados dos anos anteriores. Diferentemente de 
outras modalidades de empréstimos, você não será obrigado a dizer qual é 
a finalidade do dinheiro que está solicitando. Porém, é importante ter bom 
senso e usar esse capital de forma correta e eficiente.
A análise de balanços surgiu por motivos eminentemente práticos e se mostrou, desde 
cedo, um instrumento de grande utilidade, pois fornece uma série de dados sobre a 
empresa, de acordo com as regras contábeis. Os demonstrativos financeiros de uma 
empresa são muito importantes na concessão de crédito, embora não sejam a única 
fonte utilizada na tomada de decisão. A análise de balanço deve ser entendida por 
suas possibilidades e limitações: por um lado, aponta problemas a serem investigados 
e, por outro, pode se transformar em uma poderosa ferramenta para controle.
Financiamento de tributos e obrigações sociais
O fi nanciamento de tributos e obrigações sociais é a operação de crédito em 
que o banco proporciona à empresa a possibilidade de recolher pontualmente 
os valores referentes a impostos e obrigações sociais. Para a obtenção desse 
tipo de crédito, é necessário apresentar certidões negativas de débito junto ao 
INSS, à Secretaria da Receita Estadual e Federal, ao Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço e a outros órgãos (BRAGA, 1988).
Crédito rural
O crédito rural consiste na destinação de recursos para contratação de opera-
ções de crédito por produtores rurais e agricultores familiares. Ele fi nancia 
o custeio da produção e da comercialização de produtos agropecuários e 
estimula os investimentos rurais, incluindo armazenamento, benefi ciamento 
e industrialização dos produtos agrícolas (MEGLIORINI; VALLIM, 2009). 
Além de fortalecer o setor rural, o crédito rural incentiva a introdução de 
métodos racionais no sistema de produção. As instituições fi nanceiras dispõem 
de várias modalidades de fi nanciamento para o atendimento das necessidades 
correntes na produção agropecuária.
7Termos de crédito
Captar recursos externos por meio de modalidades de empréstimos e financiamentos 
é uma das formas de estados e municípios poderem executar obras de infraestru-
tura nas cidades. Aliás, muitos projetos de saneamento, trânsito, oferta de água ou 
energia, entre outros, dependem de verbas advindas das diferentes modalidades de 
empréstimos internacionais. 
2 Termos de desconto financeiro e bancário
Nas operações comerciais e na prestação de serviços, é bastante comum as 
empresas se utilizarem do artifício do desconto, como um meio fl exível para 
resolver diversas situações em suas operações negociais, como:
  repor mercadoria faltante;
  fidelizar clientes;
  alavancar o volume de vendas;
  incentivar o pagamento em dia;
  premiar clientes que pagam pontualmente;
  entre outras situações.
Os descontos podem ser divididos em duas espécies: descontos condicio-
nais e descontosincondicionais. O desconto condicional, também chamado 
de desconto financeiro, é aquele concedido mediante uma condição futura 
específica acordada entre vendedor (credor) e comprador (devedor), quando 
da realização do negócio. Normalmente, ele visa a incentivar o pagamento 
do débito em dia, evitando, dessa forma, transtornos para o credor, tanto no 
aspecto de liquidez financeira quanto no burocrático (ASSAF NETO, 2014).
Quando o direito ao desconto depender do exercício até a data convencio-
nada, essa é a condição em que, se não exercida naquela data, corresponderá 
à renúncia ao benefício por decurso de prazo de seu exercício. O desconto 
financeiro não deve ter seu valor mencionado na nota fiscal, pois ele é oriundo 
de "recebimento", normalmente, no prazo ou em data antecipada, o que faz 
gerar contabilmente uma despesa financeira para a empresa concedente (des-
pesa operacional).
Termos de crédito8
Já o desconto incondicional, também conhecido como desconto comercial, 
é aquele que não depende de qualquer condição futura, sendo concedido por 
mera liberalidade do vendedor ao comprador. Ele incide diretamente no preço 
das mercadorias ou produtos vendidos e/ou nos serviços prestados. Por isso, 
nessa espécie, o desconto deve ser mencionado na nota fiscal de venda ou de 
prestação de serviço, ou documento similar (BRAGA, 1988).
Portanto, temos que os descontos comerciais se diferenciam dos descontos 
financeiros pelo simples fato de a concessão desse último estar atrelada ao 
cumprimento de uma condição de pagamento do título (normalmente, uma 
duplicata) até determinada data pactuada entre as partes (credor e devedor). 
Veja a seguir uma síntese que explica onde a empresa terá um impacto se 
houver algum tipo de desconto comercial ou financeiro (SILVA, 2012).
  Desconto comercial ou incondicional: deduzido do valor da mercadoria.
  Desconto financeiro ou condicional: receita financeira.
É importante conhecer detalhadamente as diferenças entre desconto fi-
nanceiro e desconto comercial. Isso porque a primeira opção, embora fre-
quentemente utilizada no mundo empresarial, é uma prática que não traz 
benefícios para o vendedor, muito menos para o comprador, pois é muito cara 
em termos tributários.
Os descontos incondicionais são considerados parcelas redutoras do preço de 
vendas, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e 
não dependerem de evento posterior à emissão desses documentos. Esses descontos 
não se incluem na receita bruta da pessoa jurídica vendedora e, do ponto de vista 
da pessoa jurídica adquirente dos bens ou serviços, constituem redutor do custo de 
aquisição, não configurando receita. Veja um exemplo:
  Mercadorias R$ 100.000,00
  ( – ) Descontos incondicionais R$ 20.000,00
  ( = ) Valor de venda/nota fiscal R$ 80.000,00
Os R$ 80.000,00 constituirão a receita bruta da vendedora e, para o comprador, o 
custo das mercadorias.
Já os descontos condicionais são aqueles que dependem de evento posterior à 
emissão da nota fiscal, usualmente, do pagamento da compra dentro de certo prazo, e 
configuram despesa financeira para o vendedor e receita financeira para o comprador.
9Termos de crédito
Conforme visto anteriormente, o desconto financeiro está associado ao 
cumprimento de uma condição futura específica, como no caso da antecipação 
do pagamento do débito ou da fidelidade do cliente. Por outro lado, o desconto 
comercial é considerado uma operação incondicional, ou seja, não está atre-
lada a uma condição futura e, por isso mesmo, acaba sendo uma bonificação 
concedida na nota fiscal de venda e/ou de prestação de serviço.
O desconto é uma prática ou mecanismo de compensação recebida pelo 
tomador do empréstimo, relacionada ao pagamento adiantado de uma operação 
de crédito. O desconto chamado de comercial é um tipo de desconto aplicado 
em cima do valor nominal, ou seja, do valor futuro de um título financeiro. O 
desconto financeiro é o mesmo valor dos juros produzidos pelo valor inicial; 
logo, esse desconto é a diferença entre o valor dito nominal e o valor real que 
tal título possui.
Suponha um pagamento de duplicata com desconto por pagamento pontual de R$ 
1.000,00, oferecido pelo vendedor ao comprador. Teremos, então:
  para o vendedor: contabilização de R$ 1.000,00 a título de despesa financeira 
(desconto concedido);
  para o comprador: contabilização de R$ 1.000,00 a título de receita financeira 
(descontos obtidos).
3 Técnicas de cobrança praticadas no mercado
A política de cobrança deve conter critérios e diretrizes que orientem as 
atitudes e condutas do cobrador; ou seja, deve levar em consideração que 
o cliente devedor ainda é um cliente, que este pode estar passando por uma 
difi culdade momentânea e que logo vai colocar sua dívida em dia e continuar 
comprando (HOJI, 2014). É importante destacar que a política deve ser faci-
litadora, evitando critérios ou diretrizes rígidos demais, a fi m de recuperar 
os ativos da empresa.
Em resumo, uma política de cobrança reflete os procedimentos adotados 
para receber uma dívida na data do vencimento e as ações a serem adotadas 
no caso de atraso no pagamento, com definições específicas das medidas a 
serem tomadas e o tempo necessário para sua implementação. Essa prática 
Termos de crédito10
tem por objetivo uma gestão de crédito e pressupõe uma eficiente recuperação 
de parcelas em atraso. Com esse instrumento, a organização pode aumen-
tar a eficiência dos processos de cobrança, reduzindo riscos e perdas com 
inadimplência.
O Quadro 1 traz um fluxo de cobranças, em que são especificadas as 
etapas e os prazos para cada tipo de cobrança da empresa. Trata-se de um 
exemplo ou parâmetro para que as organizações possam criar e implementar 
uma política de cobrança própria.
 Fonte: Adaptado de Hoji (2014). 
Cobrança Ações
1-30 dias  Envio de carta de cobrança I
  Contato por telefone
  Ações de cobrança
31-60 dias  Envio de carta de cobrança II
  Contato por telefone
  Negativação no programa de pendências financeiras do 
Serasa
  Acionamento da equipe de serviços
61-120 dias  Envio de carta de cobrança III
  Cobrança terceirizada
121-999 dias  Envio de carta de cobrança IV
  Contato por telefone
  Acionamento jurídico
 Quadro 1. Fluxo de cobrança 
Dentro da política de cobrança, devem ser definidos alguns processos de 
cobrança, para quando o cliente não vir a cumprir com os devidos pagamen-
tos dentro do prazo acordado entre as partes. Para Hoji (2014), o intuito da 
cobrança é o de recuperar créditos em atraso de uma forma que não cause 
prejuízos financeiros aos credores nem comprometa a idoneidade dos clientes 
no mercado de crédito. Assim, para que se possa administrar uma carteira de 
crédito, deve-se ter o suporte de uma política de cobrança que, por meio do 
uso de alguns procedimentos, possa recuperar total ou parcialmente o crédito 
devido pelo cliente. A seguir são descritas algumas práticas de cobrança.
11Termos de crédito
Cobrança por telefone
De acordo com Braga (1988), o procedimento de cobrança por telefone é o mais 
indicado e deve ser o mais usado entre as empresas, por ser rápido e efi caz. Esse 
contato deve ser feito direto com o devedor, a fi m de evitar desentendimentos. 
Silva (2012) acrescenta que a cobrança temque ser feita de forma elegante, 
sem constrangimento, possibilitando um acordo verbal, com a promessa de 
pagamento dentro de um determinado prazo.
Cobrança por meio de cartas
Conforme Padoveze (2005), passados alguns dias do vencimento, o credor 
envia uma carta ao cliente para lembrá-lo de suas obrigações. Se, dentro de 
certo período estipulado, o cliente ainda não efetuar o pagamento, envia-se 
uma segunda carta, mais enfática. Esse procedimento não coloca o cobrador 
em contato direto com o cliente, o que pode redundar em baixa efi cácia. 
Dependendo das intenções do cliente, este talvez não dê importância a essa 
cobrança.
Cobrança pessoal ou cobradores externos
Silva (2012) explicaque esse procedimento é muito comum para encontrar o 
cliente e buscar a regularização do crédito. Porém, pode haver difi culdades em 
localizar o cliente. Nesse procedimento de cobrança pessoal ou por cobradores 
externos, também se deve ter muito cuidado para não expor o cliente a nenhum 
constrangimento. A cobrança deve ser feita com muita cautela.
Cobrança por meio de agências de cobrança
Para Megliorini e Vallim (2009), esse procedimento deve ser adotado quando o 
gestor de cobrança já tiver esgotado todos os demais meios de cobrança. Assim, 
um serviço qualifi cado pode vir a complementar o processo de negociação 
junto ao cliente. Esse procedimento de cobrança é prestado por uma empresa 
terceirizada, devidamente capacitada para realizar a recuperação de crédito. 
Porém, esse procedimento de cobrança terceirizado é bem oneroso para a 
empresa que vai contratá-lo.
Termos de crédito12
Protesto
É a apresentação pública do título do devedor, para que seja feita sua liquidação. 
O título deve ser apresentado para protesto contra o sacado ou contra o emi-
tente da nota promissória (ASSAF NETO, 2014). Quando já foram efetuados 
todos os procedimentos de cobrança cabíveis e, mesmo assim, não houve êxito 
para recuperar o valor concedido ao cliente, a empresa pode optar por cobrar 
a divida em cartório, sob forma de protesto. De acordo com Matias (2014), 
o protesto de um título se dá em dois casos: pela falta ou recusa de aceite ou 
pela falta de pagamento.
Cobrança judicial
Se o título foi a cartório e ainda assim o pagamento não foi feito, ele é pro-
testado. Se, mesmo com o título já protestado, ainda não há jeito de cobrar 
o cliente, a empresa pode acionar o departamento jurídico e entrar com uma 
cobrança judicial contra o devedor. Braga (1988) salienta que a empresa só 
deve entrar com uma cobrança judicial depois de ter esgotado todas as formas 
de cobrança possíveis. Além de se levar em consideração o custo-benefício, 
deve-se ter em mente que o processo de cobrança judicial poderá levar muito 
tempo. Tudo isso deve ser analisado antes de se entrar com a cobrança na justiça.
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1988. 
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2010. 
HOJI, M. Administração financeira e orçamentária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MATIAS, A. B. Finanças corporativas de curto prazo: a gestão do valor do capital de giro. 
2. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MEGLIORINI, E.; VALLIM, M. A. Administração financeira: uma abordagem brasileira. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
PADOVEZE, C. L. Introdução à administração financeira. São Paulo: Pioneira Thomson 
Learning, 2005.
SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
13Termos de crédito
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Termos de crédito14

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