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INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA Breve História da Farmacologia. Para compreender os efeitos de um medicamento no organismo, foram necessários muitos anos de pesquisa e investimento nesta área do conhecimento. Na Antiguidade, as doenças eram usualmente consideradas como possessões demoníacas ou resultantes da raiva dos deuses. Para tratá-las, os povos utilizavam produtos naturais e rituais religiosos. Contudo, como ciência, a Farmacologia nasceu em meados do século XIX. Evolução da Farmacologia: Século 16 a.C – Papiro de Ebers (Egito): é uma compilação de textos médicos egípcios que datam de 1550 aC e é reconhecido hoje como uma das mais antigas e importantes obras médicas do mundo. Foi recuperado e restaurado pelo egiptólogo alemão George Maurice Ebers. O pergaminho contém 700 fórmulas e remédios populares, por exemplo cerveja, mirra, sal, pedras preciosas, sangue de lagarto, dentes de suínos, gordura de gansos, etc, para curar doenças, infecções e muitos outros problemas de saúde. Além disso, oferece descrições detalhadas de determinadas performances da anatomia do corpo humano. Século X – Foram criadas as primeiras boticas (Farmácias) na Espanha e França. Filósofos – Hipócrates foi considerado o pai da Medicina e Galeno o da farmácia e o precursor da alopatia. (Tratamento em que o médico administra ao doente medicamentos que produzem efeitos contrários aos sintomas da doença que se deseja combater. Por exemplo, se o paciente tem febre, o médico receita um remédio que faz baixar a temperatura.) Jesuítas – Foram os primeiros a instituir enfermarias e boticas em seus colégios. Metade do século XIX – Carl Binz estuda a Quinina (possui propriedades antitérmicas, antimaláricas e analgésicas) e o envenenamento pelo cianeto. 1805 – Morfina foi a primeira droga isolada por Sertüner, que a extraiu do ópio. 1847 – Rudolf Buchheim fundou o primeiro Instituto de Farmacologia, na Universidade de Dorpat, na Estônia. (No século II, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia de que se tem notícia, criando inclusive uma legislação para o exercício da profissão.) 1897 – Felix Hoffman sintetiza o ácido acetilsalicílico, conhecido hoje como AAS®, utilizado com finalidade analgésica (combatendo a dor), antitérmico (combatendo ou diminuindo a febre), anti-inflamatória (combatendo ou diminuindo a inflamação) e antirreumático (combatendo ou diminuindo o reumatismo). 1910 – Paul Ehrlich anuncia a preparação da arsfenamina, usada contra sífilis, que é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, caracterizada por lesões da pele e mucosas, atualmente utiliza-se antibióticos como a penicilina. 1914 – 1919 – Desenvolve-se a terapia antimicrobiana. 1920 – O mercurocromo é introduzido como antisséptico, método através do qual se impede a proliferação de micro- organismos em tecidos vivos com o uso de substâncias químicas. 1927 – Kann descobriu a oxitocina (Oxiton®), usada futuramente para indução do trabalho de parto, de uso exclusivo da farmácia hospitalar. 1928 – Alexander Fleming descobre a penicilina, usada futuramente para combater diversas infecções. 1541 – O cientista Paracelso introduziu novos medicamentos, defendendo a prescrição simples e, durante essa época, ocorreu o descobrimento dos primeiros antineoplásicos. 1943 – Surge a estreptomicina, primeiro agente antimicrobiano específico efetivo usado no tratamento da tuberculose. Essas descobertas foram de extrema importância para o avanço tecnológico, para que atualmente esses medicamentos fossem usados de maneira correta, na dosagem certa, prevenindo e combatendo as patologias diversas. Assim, a partir de uma melhor compreensão da natureza das enfermidades e o desenvolvimento da química orgânica, com a identificação e isolamento das primeiras drogas, foi possível a evolução da antiga disciplina de Matéria Médica para a farmacologia moderna. É importante ressaltar que, embora seja diretamente voltada para o estudo dos efeitos e mecanismos de ação das substâncias químicas, essa disciplina tem contribuído bastante para o conhecimento do funcionamento dos seres vivos. Em sua fundamentação, a Farmacologia é uma ciência que compreende o entendimento histórico, propriedades físico-químicas, composição, bioquímica, efeitos fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição, excreção e terapêutica, relacionados a substâncias químicas que são capazes de alterar a função normal do organismo. Conceptualização Farmacologia: Em seu sentido mais amplo, a Farmacologia (do Grego, pharmakos, droga, e logos, estudo) é a ciência que aborda o estudo das substâncias químicas e a sua interação com os sistemas biológicos. Finalidade da farmacologia: Médico no século XVII: o olfato era um sentido que se valorizava nessa época em que se acreditava que o ar pestilento transmitia as doenças e o bico do uniforme era preenchido com ervas aromáticas evitando a contaminação. Terapêutica: quando é destinada para a cura e/ou controle de doenças e para o alívio de sintomas. Ex.: Antibióticos, antitérmicos. Preventiva: quando se destina à prevenção de doenças, como é o caso das vacinas e da colocação de flúor na água (fluoração). Diagnóstica: quando se utiliza contrastes em exames. Ex.: Bário, Tomografia com contraste. Fármaco: É a substância química com ação terapêutica. Exemplos: Amoxicilina – penicilina (antibacteriano, antibiótico, do grupo dos betalactâmicos profusamente utilizados no tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis), Bromazepam – (ansiolítico, de classe benzodiazepínica, com propriedades específicas que o indicam como medicamento ansiolítico, hipnótico (que provoca sono), relaxante neuro-músculo-esquelético e sedativo), etc. Droga: É qualquer substância que modifica a função fisiológica. Exemplos: Maconha que é feita da planta Cannabis sativa (seus derivados em alguns países são utilizados de forma terapêutica para controle da dor, estimulação do apetite e controle da obesidade) e o ópio que tem origem nas flores da papoula (a morfina é um fármaco narcótico de alto poder analgésico usado para aliviar dores severas, é pertencente ao grupo dos opioides). Medicamento: É produto farmacêutico que contém um ou mais fármacos e tem a finalidade de prevenir, diagnosticar, tratar. Dose: É a quantidade de fármaco capaz de provocar alterações no organismo. Dose terapêutica: é a quantidade a ser administrada de uma vez a fim de produzir efeitos terapêuticos. Dose de manutenção: quantidade necessária para manter os níveis desejáveis de medicamento na corrente sanguínea e nos tecidos durante o tratamento. Dose letal: leva o organismo a falência (morte) generalizada. Dose máxima: é a maior quantidade de um fármaco capaz de produzir efeitos terapêuticos. Dose mínima: é a menor quantidade de um fármaco capaz de produzir efeitos terapêuticos. Dose tóxica: é a maior quantidade de um fármaco que causa efeitos adversos. Dose de ataque: dose única que é suficiente para elevar rapidamente a quantidade do fármaco no organismo atingindo a concentração terapêutica. Posologia: É o estudo da quantidade de medicamento (dosagem) que o paciente deve tomar de cada vez e o intervalo entre uma e outra dose. Forma farmacêutica: É a forma de apresentação do medicamento, em comprimidos, cápsulas, xaropes, etc. Placebo: É a substancia ou preparação inativa administrada para satisfazer a necessidade simbólica do paciente por terapia com medicamentos, e, também é utilizada em estudos controlados para determinar a eficácia de fármacos. Efeito Colateral: É qualquer efeito apresentado pelo fármaco diferente do efeito principal. Ex.: Sonolência no anti-alérgico. Efeito Profilático: Previne o surgimento de patologias. Ex.: vacina Efeito Paliativo: Melhora os sintomas da patologia, mas não cura. Ex.: insulina(Diabetes Mellitus) Interações Medicamentosas: São alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento (interações do tipo medicamento-medicamento) ou do consumo de determinado alimento (medicamento – alimento. Código de Ética da Enferamgem O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem reúne normas e princípios, direitos e deveres, pertinentes à conduta ética do profissional que deverá ser assumida por todos, levar em consideração, prioritariamente a necessidade e o direito de assistência de enfermagem à população, os interesses do profissional e da sua organização. Artigo 30 proíbe ao profissional de enfermagem: “Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos”. Artigo 31 Prescrever medicamentos ou praticar ato cirúrgico, exceto os previstos na legislação vigente e em caso de emergência. Artigo 32 Executar prescrições de qualquer natureza que comprometam a segurança da pessoa. Cuidados na Administração de Medicamentos - Todo medicamento deve ser prescrito e assinado pelo médico; - Nunca administrar medicamento com rótulo ilegível, sem rótulo ou vencido; - Nunca administrar um medicamento desconhecido; - Inteirar-se sobre as diversas drogas, para conhecer os efeitos terapêuticos esperados, reações adversas, inteirações com outros medicamentos e os cuidados específicos; - Não administrar medicamento que outro funcionário preparou. Você não tem certeza se ele realmente preparou a medicação de forma correta; - Em caso de dúvida sobre o medicamento, SEMPRE obter esclarecimento antes de administrá-lo; - O paciente tem alguma alergia? - Porque está recebendo esse medicamento? - Que informações devem ser dadas pela enfermagem em relação ao efeito desse medicamento sobre o paciente? - Existem cuidados de enfermagem específicos devido à ação das drogas contidas nesses medicamentos? - Que precauções devem ser tomadas na administração de tais medicamentos? - Existem precauções especiais que devem ser tomadas por causa da idade, condição física ou estado mental do paciente? - Higienizar as mãos (lavagem das mãos com água e sabão e após álcool 70%); - Uso de EPI’s: para preparo de quimioterápico (máscara, luvas óculos de proteção, avental). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CLAYTON, B.D.; STOCK, Y.N.; COOPER, S.E. Farmacologia na prática de enfermagem. [tradução Pedro Setti Perdigão. et al.]. 15. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Versão Saúde da Família. Introdução à administração de medicamentos e farmacocinética. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/medicamentos/administra%C3%A7%C3%A3o-de- medicamentos-e- farmacocin%C3%A9tica/introdu%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0- administra%C3%A7%C3%A3o-de-medicamentos-e- farmacocin%C3%A9tica. Acesso em 05 out. 2020. PORTAL EDUCAÇÃO. Conceitos Básicos em Farmacologia. Disponível em: https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/conceitos-basicos-em- farmacologia/12464. Acesso em 05 out. 2020.
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