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Noções de Administração Pública 1 Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização 2 Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização administrativa da União; administração direta e indireta 3 Gestão de processos. 4 Gestão de contratos. 5 Noções de processos licitatórios Características básicas das organizações formais modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza, finalidades e critérios de departamentalização ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS E DEPARTAMENTALIZAÇÃO Estruturas Organizacionais Estrutura organizacional é a forma como a empresa se organiza internamente, como articula suas atividades e seus negócios, em outras palavras, é a dinâmica de uma empresa no mercado, como ela desenvolve suas capacidades para melhor atender o público interno (colaboradores) e externo (clientes, fornecedores, acionistas, investidores, etc.), ou seja, ela é o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma empresa. É preciso enfatizar que a estrutura organizacional precisa ser flexível para se ajustar conforme as modificações e exigências do ambiente externo, de forma que a empresa possa suprir suas necessidades e alcançar certa competitividade. Não é algo estático, está irá se moldar conforme as necessidades da empresa, está sujeita às variações controláveis e incontroláveis do universo. Uma empresa precisa estar atenta ao que acontece à sua volta para que assim seja possível manter sua atuação no mercado com sucesso. Lembrando que uma empresa que não acompanha as tendências e variações do mercado, consequentemente sofrerá perdas e prejuízos. Existem alguns tipos de estruturas que podem colaborar com todas as questões de complexidade, especialização, tamanho da organização, grau de incerteza e relações de funções. Vale ressaltar que toda empresa possui dois tipos de estrutura organizacional, a estrutura formal e a informal, que se desdobram em estrutura mecânica (associada à estrutura formal) e estrutura orgânica (associada à estrutura informal). Estrutura Formal - Possui líder formal. Estrutura Mecânica É um tipo de estrutura onde as empresas se organizam por especialidades ou o que também podemos chamar de habilidades. A hierarquia é bastante evidente e exerce influência sobre o processo de tomada de decisão, portanto a centralização torna-se um elemento respeitado. 1 STONER, James & FREMAN, Edward. Administração. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1992. 1 Segundo Stoner1, a estrutura organizacional é a forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. Dá-se o nome de organização formal à estrutura de relações profissionais entre pessoas, planejada no sentido de facilitar a realização dos objetivos globais da organização. A organização formal é a organização oficialmente adotada e é geralmente caracterizada pelo organograma e pelos manuais de organização. Os principais aspectos apresentados pela organização formal são: - Os departamentos e divisão de tarefas; - Cargos (como de diretores, gerentes, supervisores, operários, etc.); - A hierarquia de autoridade (como autoridade e responsabilidade previamente definidas); - Os objetivos e planos definidos para alcançá-los adequadamente; - A tecnologia e instrumentos da organização, que constituem o modo de realizar o trabalho dentro da organização. Entre as características da organização formal, temos que ela é: - Deliberadamente planejada e formalmente representada, em alguns aspectos pelo seu organograma; - Reconhecida juridicamente de fato e de direito; - Estruturada e organizada; - Ênfase a posições em termos de autoridades e responsabilidades; - Estável; - Está sujeita a controle da direção; A estrutura mecânica é norteada por muitas regras, normas e controles, fazendo com que a cultura organizacional seja focada no cumprimento de burocracias. Esta estrutura pode ser considerada como conservadora e centralizadora. A visão do gestor frente ao seu funcionário é restrita e totalmente operacional, para o gestor o funcionário apenas faz o papel de execução. A variabilidade humana é vista como fontes de ineficiências e inconsistências. Quanto às características e condições mecanicistas: hierarquia clara e objetiva; definições claras de cargos e funções; estabelecimento de regras e normas de conduta; divisão de tarefas; poder de autoridade do superior imediato; cumprimento de burocracias; gestão mais autocrática; atividades objetivas e recompensas monetárias. - Representa as relações que não estão formalmente estruturadas em um organograma2 por exemplo. - É composta por relações não documentadas e não estruturadas entre os indivíduos, uma vez que surgem na informalidade e, portanto, não são reconhecidas pela hierarquia da organização; Do ponto de vista de administradores, a estrutura informal é um empecilho que regularmente oferece resistência às ordens formais, as altera ou ainda as cumpre por um procedimento diferente do desejado. Independentemente de ser útil ou prejudicial, a estrutura informal não poder ser extinta, por ser “Não- Oficial”, instável, menos sujeita ao controle da direção, e por existir em todos os níveis. Outras características que podemos citar é que: Estão nas pessoas: a informalidade surge da interação entre diferentes pessoas que convivem em um mesmo ambiente e que trocam informações, ideias, experiências e vivências e desta forma consegue identificar características em comum e que trazem maior aproximação/familiaridade entre os indivíduos. Sempre existirão: as relações informais sempre existirão dentro de uma empresa, pois por mais que se defina cargos e funções, tarefas, processos, fluxos, regras e normas, as pessoas sempre compartilharão de momentos em que terão maior abertura para uma discussão mais pessoal e menos profissional. Dessa forma as pessoas que compõem uma empresa podem estabelecer um contato mais solto, mais íntimo e dessa forma desenvolverem uma permanência do ambiente informal. A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal: a estrutura horizontal flui de maneira mais flexível, uma vez que não há uma estrutura hierárquica (de cargos e funções) rígida a ser cumprida. As pessoas possuem autonomia e flexibilidade para o processo de tomada de decisão, sendo assim a resolução de problemas. Estrutura Orgânica É um tipo de estrutura onde o trabalho ou as atividades são divididas em equipes, no qual a divisão das tarefas é realizada de maneira democrática, não há o recebimento constante de ordens, pois os funcionários são estimulados a terem maior responsabilidade e autonomia. A variabilidade humana é vista como um estímulo para o processo de tomada de decisão. Os funcionários possuem mais autoconfiança para darem ideias, opiniões, e sugestões de melhorias. Essa gestão mais democrática é um grande incentivo para otimização de tempo, redução de desperdícios e perdas e maior agilidade na resolução de problemas. Não há uma rigidez no cumprimento de normas e regras, justamente para que a gestão seja conduzida por um comportamento mais democrático, liberal e flexível, de forma a instigar a presença de novas ideias e novas atitudes. Esta organização tem constante presença do espírito de equipe e cooperação, e por isso, todos participam de maneira sistêmica tornando o ambiente muito mais dinâmico. Quanto às características e condições orgânicas: gestão participativa (empowerment), ou seja, oportunidades de todos opinarem, de darem ideias; tarefas divisíveis; empregados motivados; sistemas subjetivos de recompensas; tarefas e metas vagas; trabalho em equipe; maior responsabilidade e autonomia no processo de tomada de decisão; otimização de processos e atividades.2 Organograma é espécie de diagrama ou figura que é usada para representar as relações hierárquicas dentro de uma organização, ou simplesmente a distribuição dos setores, unidades funcionais e cargos, organização das filiais a comunicação entre os colaboradores. 2 Estrutura Informal Surge da interação social das pessoas, o que significa que se desenvolve espontaneamente e voluntariamente quando as pessoas se reúnem. Diferenças entre a Estrutura Mecânica e a Estrutura Orgânica Fatores Estrutura Mecânica Estrutura Orgânica Divisão do Trabalho Forte divisão do trabalho, tarefas específicas. Nem sempre há divisão do trabalho. Especialização A divisão do trabalho e as especificidades das atividades favorecem a especialização dos cargos. Cargos generalistas, vários indivíduos participam da execução das tarefas. Padronização Elevada padronização das atividades e processos. Baixa padronização, atividades inovadoras e diferenciadas. Centralização e Processo Decisório Alto grau de centralização, a tomada de decisão se dá na alta direção. Descentralização, decisão e responsabilidade compartilhada. Igualdade Organizacional Organização burocrática e conservadora, com grandes níveis hierárquicos. Organização flexível, proativa, inovadora, com poucos níveis hierárquicos. Formas de Organizar a Estrutura Podemos definir três tipos tradicionais de organização: - Organização e/ou Estrutura Linear; - Organização e/ou Estrutura Funcional; - Organização e/ou Estrutura Linha-Staff 3 Estrutura Linear, Militar, Tipo Linha ou Centralizada Características: - Chefia - fonte exclusiva de autoridade; - As ordens seguem a via hierárquica; - Cada empregado recebe ordens e se reporta exclusivamente com um chefe imediato a ele; - As comunicações entre órgãos são efetuadas exclusivamente através das linhas no organograma; - As decisões são centralizadas na cúpula da organização. Organograma de Estrutura Departamental Linear Observação: a distinção entre a organização formal e a informal é que, enquanto a primeira é uma organização planejada e a segunda constitui o resultado da interação espontânea dos membros da organização. Vantagens Desvantagens Clara definição das responsabilidades dos órgãos; A chefia centraliza as decisões – comando único e direto, exagerando a função de chefia; Estrutura simples e de fácil compreensão As equipes são preparadas para seguir ordens, não para inovar; Estabilidade e tipo de organização para pequenas empresas Lentidão (congestionamento) na comunicação; especialmente à medida que a empresa cresce; Fácil implantação. Pouca especialização dos líderes nas funções da organização. Estrutura Funcional Características - Agrupa pessoas que exercem funções em uma determinada área na organização; - Especialização das funções; - Os membros do quadro respondem unicamente ao superior do seu departamento, pelo que procura uma linha direta de comunicação entre os níveis inferiores e superiores; - Facilita a coordenação dentro da função; - A estrutura funcional é adequada para pequenas e médias empresas; - Quando há muito crescimento da empresa, torna-se ineficaz a comunicação e o controle organizacional, e torna a manutenção das diversas áreas muito dispendiosa; - Indicada para empresas estáveis. Organograma de Estrutura Departamental Funcional Vantagens Desvantagens Maior especialização dos funcionários (sabem mais sobre suas respectivas áreas); Dificulta a interdisciplinaridade das funções; Aumenta o relacionamento entre empregados dentro de um mesmo setor; Diminui a visão global da empresa; Autoridade baseada no conhecimento (e não na pura e simples hierarquia). Dificulta a tomada de decisão; Líderes têm menos poder hierárquico, o que leva à perda de autoridade. 4 Estrutura Linha-Staff Características - Fusão das estruturas (funcional e da linear). Cada órgão se reporta a apenas um órgão superior, porém também recebe assessoria e serviços especializados de diversos órgãos de staff; - Separação entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio (assessores) - órgãos especializados aconselham os chefes de linha; - No entanto, haja duas fontes de autoridade, apenas a dos chefes das unidades de linha se projeta diretamente sobre cada empregado. Vantagens Desvantagens Mistura a estrutura funcional (mantendo a especialização) com a linear (mantendo a autoridade). Traz as vantagens desses dois tipos de estrutura; Pode haver conflitos entre a área especializada (staff) e os executores (linha); Atividade conjunta entre linha e staff. Altos custos de se manter uma assessoria dentro da empresa; Pouca especialização de quem realmente toma as decisões (linha). 1. Estrutura por Produtos ou Serviços Esse tipo de estrutura é utilizado quando o agrupamento de atividades é baseado nos produtos ou serviços que a empresa oferta. Todas as atividades requeridas para suprir um produto ou serviço, mesmo não sendo atividades similares devem estar agrupadas em um mesmo departamento, pois o foco deve estar totalmente voltado a suprir as necessidades que o produto requer. Facilita em muito o emprego de tecnologia, dos maquinários e equipamentos, do conhecimento, da mão de obra, de modo que todos os esforços ficam concentrados para aumentar a eficiência dos produtos que manuseia. Há empresas que lidam somente com serviços, portanto, essa estrutura é denominada como estrutura por serviços, a única diferença é que o agrupamento das atividades tem o foco voltado para os serviços ao invés dos produtos. É o caso dos hospitais, que possuem divisão de departamentos conforme suas principais atividades oferecidas aos pacientes, tais como: - Cirurgia; - Radiologia; - Pediatria; - Quimioterapia; - Fisioterapia; - Entre outros. A estrutura por produtos separa a estrutura organizacional da empresa por unidades na base de produtos. Observe a figura que exemplifica a estrutura por produtos. 5 Organograma de Estrutura Departamental tipo Linha-Staff Departamentalização A departamentalização é uma forma de sistematização da estrutura organizacional que visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa. Dessa forma, a empresa consegue juntar recursos, unidades e pessoas que tenham esse ponto em comum. Até aqui foram visualizadas as formas de departamentalização por meio das estruturas organizacionais mais tradicionais. Porém, existem outras formas, uma vez que os departamentos são as unidades de trabalho responsáveis por uma função ou por um conjunto de funções. É um meio de se obter homogeneidade de tarefas em cada órgão, escolher homogeneidade das atividades, agrupando os componentes da organização em departamentos e divisões. Entre outros tipos de departamentalização podemos citar as 6 seguintes: Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. Vantagens Desvantagens Estimula a responsabilidade dos colaboradores para um produto ou linha de produtos específicos; Aumento dos custos operacionais, uma vez que exige um número maior de chefias ou coordenadores, já que as áreas são divididas por produtos, portanto necessita de uma coordenação mais efetiva; Maior especialização e domínio sobre as especificidades dos produtos que trabalha; Não é recomendado para empresas que lidam com poucos produtos no mercado, pois acarretaria em custos operacionais elevados; Facilita o processo de comunicação, pois os profissionais possuem os mesmos objetivos, com foco voltado para o produto; Como lida com um mercado de instabilidades, ocasiona certa insegurança frente aos colaboradores, que receiam em situações de altainstabilidade externa, serem demitidos ou mesmo terem uma desvalorização na carreira profissional; Contribui para o melhoramento do produto, os profissionais especializados podem trocar ideias, sugestões, possíveis mudanças com maior agilidade e credibilidade; É necessário maior coordenação por conta da especialização, fazendo com que a empresa tenha com isso maiores encargos salariais; Recomendada para empresas que lidam com fatores externos incontroláveis, situações de imprevisibilidade e mutação, pois os esforços já estão voltados para o constante aperfeiçoamento de melhorias e mudanças no produto. O foco voltado para o produto pode trazer maior satisfação por parte dos clientes. É necessário também investir em estrutura, pois a empresa deve investir na especialização dos profissionais para conseguir obter melhor desempenho do produto/serviço. 2. Estrutura por Localização Geográfica É também chamado de Estrutura Territorial, esse tipo de organização é mais indicado quando o agrupamento de atividades é de acordo com a localização do trabalho onde será desempenhada uma área de mercado da empresa. A ideia implícita nessa estratégia é que, onde os mercados estão dispersos, a eficiência pode ser melhorada, desde que todas as atividades estejam agrupadas em uma mesma região, ou local. Segundo Chiavenato3, “a estrutura por base territorial é geralmente utilizada por empresas que cobrem grandes áreas geográficas e cujos mercados são extensos. É especialmente atrativa para empresas de larga escala e cujas atividades são geograficamente dispersas”. Essa estratégia é bastante utilizada por empresas multinacionais para operar suas atividades fora do país de origem, como uma forma de facilitar as barreiras alfandegárias, impostos e também estrategicamente melhor para os clientes. 3 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da Administração. 8 – ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 6 Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. Vantagens Desvantagens Permite maior visibilidade por região quanto aos resultados, sejam custos, gastos, rentabilidade, etc.; O enfoque territorial pode ofuscar o enfoque nos aspectos de planejamento, execução ou controle da organização como um todo; Quando o ambiente externo exige da empresa um posicionamento mais estratégico por parte de suas atividades locais esse tipo de estrutura torna-se substancial; Cada gestor que coordena os departamentos tomará decisões baseadas na realidade regional, neste caso a organização está mais voltada para os aspectos regionais do que para os aspectos internos da empresa; Os profissionais podem aproveitar o desenvolvimento e economia local ou regional para investir em novos produtos ou serviços e investir cada vez mais na região; É mais indicada para empresas de varejo; Permite reduzir alguns custos como impostos, taxas, pedágios, etc. Se não for bem estudada, essa estratégia pode tornar-se um grande prejuízo para a empresa. Há muitos casos que a empresa precisou retornar suas atividades descentralizadas para matriz, por falta de rentabilidade. Permite localizar-se mais próximo do cliente, facilitando o cumprimento de prazos e entregas. 3. Estrutura por Clientes Acontece quando o agrupamento de atividades é dividido conforme o segmento de clientes, de acordo com o perfil de clientes que são atendidos. Devem ser levadas em consideração questões como as necessidades, preferências, exigências e desejos dos clientes. Isso precisa ser uma preocupação constante para que essa estratégia de departamento consiga resultar em sucesso. É uma forma de parceria entre o cliente e a empresa fornecedora, pois ambos possuem benefícios, uma vez que o cliente terá prioridade frente à empresa, pois terá profissionais especializados em cuidar somente de suas necessidades específicas, portanto oferecendo maior responsabilidade, melhores condições de pagamento e prazos e cumprimento de prazos e entregas. Bem como a empresa fornecedora poderá ter maior segurança nas vendas de seus produtos para o cliente, pois sabe que a relação estabelecida é de longo prazo, ou seja, de credibilidade e confiança. Esse tipo de estrutura é focada nos clientes, claro que a empresa precisa realizar um estudo muito preciso e detalhado sobre os principais clientes no que diz respeito à rentabilidade. Uma empresa não pode apostar sua organização, sua funcionalidade em detrimento de um cliente que não lhe proporciona retornos, principalmente financeiros. É preciso uma relação ganha-ganha entre empresa e cliente. Vejamos um exemplo: Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. 7 Vantagens Desvantagens Quando a satisfação do cliente é o ponto mais importante da organização; Dependência da demanda de clientes; Quando a empresa depende substancialmente do faturamento advindo de um cliente específico; O foco fica totalmente voltado aos clientes, podendo ocasionar uma perda significativa do foco em outros objetivos organizacionais que também são importantes; uando o negócio depende de diferentes tamanhos ou características de produtos ou serviços que variam conforme o tipo ou o tamanho do cliente. Se caso a economia local não apresentar significativo crescimento pode interferir direta ou indiretamente nos negócios. 4. Estrutura por Processos (ou Processamento) Acontece quando o agrupamento das atividades está centralizado nos processos de produção e equipamento. É encontrada com mais frequência em produção, por exemplo: as atividades de uma fábrica podem ser agrupadas em perfuração, esmerilamento, soldagem, montagem e acabamento, cada uma de acordo com os departamentos. Segue abaixo um exemplo: Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. Vantagens Desvantagens Maior especialização de recursos alocados; Possibilidade de perda da visão global do andamento do processo; Possibilidade de comunicação mais rápida de informações técnicas; Flexibilidade restrita para ajustes no processo. Visão especializada do processo, sendo possível ter mais habilidades dentro de um processo específico. 5. Estrutura por Projetos Os profissionais trabalham em função de um ou mais projetos, de forma que recebem atribuições temporárias levando em consideração que o projeto tenha data de início e término. Terminado o projeto as pessoas são deslocadas para outras atividades. Por exemplo: uma firma contábil poderia designar um sócio (como administrador de projeto), um contador sênior, e três contadores juniores para uma auditoria que está sendo feita para um cliente. Uma empresa manufatureira, um especialista em produção, um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser indicados para, sob a chefia de um administrador de projeto, completar o projeto de controle de poluição. Em cada um destes casos, o administrador de projeto seria designado para chefiar a equipe, com plena autoridade sobre seus membros para a atividade específica do projeto. Vejamos um exemplo: 8 Fonte: Adaptado de Chiavenato, 2011. Vantagens Desvantagens Permitem comunicação aberta e coordenação de atividades entre os especialistas funcionais relevantes; Capacita a organização a responder rapidamente à mudança; Pode haver choques resultantes das prioridades; Pode haver perda de controle e coordenação se a empresa tiver muitos projetos em funcionamento. São abordagens orientadas para a tecnologia, portanto contribuem para o melhor desempenho. 6. Estrutura por Matriz (ou Matricial) A departamentalização de matriz é semelhante à de projeto, com uma exceção principal. No caso da Departamentalização de matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de linha sobre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização do administrador de projeto é sobreposta aos vários departamentos funcionais, dando a impressão de uma matriz. A organização de matrizproporciona uma hierarquia que responde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é tipicamente encontrada em organização de orientação técnica, como a Boeing, General Dynamics, NASA e GE onde os cientistas, engenheiros, ou especialistas técnicos trabalham em projetos/programas sofisticados. Também usada por empresas com projetos de construção complexos. Características - É uma excelente alternativa principalmente para as organizações que desenvolvem projetos. - Multidimensional, por se utilizar de características de estruturas permanentes, por função e por projeto. - É permanente, sendo temporário apenas os grupos de cada projeto. - Proporciona à empresa condição de flexibilidade e de funcionalidade adequada para atender às mudanças ambientais. - Combina a estrutura hierárquica, vertical, tradicional, com uma estrutura superposta horizontal de coordenadores de projetos. A estrutura matricial é uma solução mista em que normalmente se combinam a estrutura com base em função e projetos. 9 Vantagens Desvantagens Maior estabilidade tanto para a empresa, como para os funcionários; Insegurança das pessoas, desde que a empresa tenha grande crescimento e consequente aumento da complexidade; Maior segurança na execução das tarefas e no relacionamento de pessoas; A comunicação deficiente, isso porque as decisões são normalmente centralizadas nos níveis mais elevados da empresa; Possibilidade de maior aprimoramento técnico de sua equipe de trabalho; Preocupação estritamente voltada para uma área deixando de lado outras partes; Melhor atendimento ao cliente e cumprimento dos prazos; Possibilidade de conflitos entre os diversos comandos, obrigando a uma permanente comunicação com os gestores de topo. Facilidade na coordenação dos resultados. Pode ser que a organização tenha uma Estrutura Mista, mistura os vários tipos de estruturas para se adaptar à realidade. Vejamos: 10 7. Estrutura Virtual Podemos imaginar uma organização sem estrutura ou espaço físico, com poucos, muitos ou nenhum empregado. Dependendo do grau de virtualidade esse tipo de estrutura pode existir nessas condições, fazendo negócios, estabelecendo parcerias, vendendo e criando necessidades a seus clientes, disponibilizando bens e produtos e tendo por base pessoas, tecnologias da informação e processo, independente do lugar do planeta que possa estar. A organização virtual é a possibilidade que o mundo dos negócios encontrou para cortar radicalmente os custos fixos e trabalhar com custos variáveis que são apropriados a cada caso. E seu ciclo de atuação se constitui em um grande processo. Portanto, as organizações virtuais são organizações que funcionam em rede, sem via de regra, recurso a estrutura física. Pode ser considerada como um acontecimento temporal, em alguns casos, e não pode se confundir com estrutura orientada a projeto. As novas tecnologias da informação possibilitam o surgimento desse tipo de estrutura. A ideia da virtualidade pode chegar ao extremo de criar uma organização para existir num tempo e espaço determinado, deixando de existir tão logo o objeto do contrato seja concluído. Ela pode existir dentro de uma rede de computadores ou na internet. 8. Estrutura Mista É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade organizacional. Além disso, ressalta-se que devido à competição de mercados, as estruturas organizacionais tendem a ficar cada vez mais enxutas. Princípios para melhorar a Forma de Departamentalizar Princípio do maior uso: o departamento que faz maior uso de uma atividade, deve tê-la sob sua jurisdição. Princípio do maior interesse: o departamento que tem maior interesse pela atividade deve supervisioná-la. Princípio da separação e do controle: as atividades do controle devem estar separadas das atividades controladas. Princípio da supressão da concorrência: eliminar a concorrência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no mesmo departamento. Outro critério básico para departamentalização está baseado na diferenciação e na integração, os princípios são: Diferenciação: as atividades diferentes devem ficar em departamentos separados, acontecem quando: - O fator humano é diferente; - A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes; - Os ambientes externos são diferentes; - Os objetivos e as estratégias são diferentes. Integração: quanto mais atividades trabalham integradas, maior razão para ficarem no mesmo departamento. Necessidade de coordenação. Avaliação da Estrutura Organizacional Procedimento através do qual se verifica o que a estrutura organizacional tem de bom e de ruim. Para tanto deve-se fazer: - Levantamento da estrutura atual; 11 Elaboração da Estrutura Organizacional Metodologia de Desenvolvimento O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos: - Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser desempenhadas. - Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou grupos. - Proporcionar aos empregados de todos os níveis: informação; recursos para o trabalho; medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas; motivação. - Delineamento da estrutura ideal. O analista de sistemas deve comparar estes dois aspectos e obter a avaliação da estrutura organizacional. Pode reforçar a avaliação determinando o desempenho da empresa em termos de: - Resultados apresentados; - Problemas evidenciados; - Nível de satisfação dos funcionários da empresa. Como resultado dessa avaliação, a empresa pode estar bem ou ruim devido a: - Problemas de estrutura organizacional ou outros aspectos. Etapas da Avaliação da Estrutura Organizacional 1. Levantamento - Identificação dos problemas evidenciados pelos usuários; - Entrevista com os elementos-chave da empresa (com ou sem questionário). Pode-se considerar como ideal a utilização de um roteiro estruturado de entrevistas. 2. Análise - Análise dos dados levantados anteriormente; - Interligação dos dados levantados, verificando sua veracidade e considerando os vários subsistemas da empresa; - Estabelecimento dos padrões e critérios de avaliação; - Identificação do efeito de cada um dos dados levantados na situação atual da estrutura organizacional da empresa. 3. Avaliação - Estabelecimento da situação dos quatro componentes da estrutura organizacional da empresa; - Verificação do envolvimento de cada um dos quatro condicionantes sobre a estrutura organizacional; - Verificação da influência de cada nível da empresa - estratégico, tático e operacional - para o delineamento da estrutura organizacional; - Verificação do nível de abrangência da abordagem da estrutura organizacional quer em nível da empresa, quer em nível de unidade estratégica de negócio, quer em nível de corporação. Políticas para Avaliação da Estrutura Organizacional Para uma adequada avaliação da estrutura organizacional, é necessário que se estabeleça anteriormente, um conjunto de políticas que devem servir de sustentação para todo o processo decisório. Políticas inerentes à estrutura organizacional que uma empresa pode julgar válido adotar podem visar uma estrutura organizacional: - Adequada aos mercados existentes; - Adequada às novas tecnologias; - Descentralizada no processo decisório e centralizada no sistema de controle; - Voltada para resultados; - Racionalizada com operacionalização descentralizada dos sistemas administrativos. Questões 01. (FUNPAPA - Auxiliar de Administração - AOCP/2018) Nas chamadas estruturas organizacionais do tipo funcional, o critério predominante de departamentalização é por (A) especialização ou área do conhecimento. (B) fase de um processo produtivo mais amplo.12 Benefícios de uma Estrutura Adequada - Identificação das tarefas necessárias; - Organização das funções e responsabilidades; - Informações, recursos, e feedback aos empregados; - Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos; - Condições motivadoras. (C) mercado ou cliente. (D) projetos. (E) área geográfica de atuação. 02. (ESAF - MPOG - EPPGG) Assinale como verdadeira (V) ou falsa (F) as afirmativas a respeito dos tipos tradicionais de organização. ( ) A estrutura funcional é caracterizada por uma autoridade funcional ou subdividida de acordo com as funções exercidas por cada um dentro da organização. ( ) Na estrutura linha-staff a especialização é substituída por uma abordagem holística da organização onde cada departamento é simultaneamente operação e assessoria. ( ) A estrutura linear é baseada na autoridade linear, que significa que cada superior tem autoridade única e absoluta sem reparti-la com ninguém. ( ) Na estrutura linha-staff as áreas responsáveis pelos objetivos vitais da empresa estão ligadas em linha enquanto os órgãos de assessoria não possuem uma autoridade linear. ( ) A estrutura linear é caracterizada por uma ênfase na especialização. Cada órgão contribui com sua especialidade para a organização sem diluição da unidade de comando. Escolha a opção correta. (A) V, F, V, V, V (B) F, V, F, V, F (C) V, V, F, F, V (D) V, F, V, V, F (E) F, F, V, V, V 03. (Técnico do CNMP - Administração - FCC CNMP) Sobre estrutura organizacional, é correto afirmar: (A) O grau de descentralização é outra decisão importante no delineamento da estrutura; quanto mais centralização maior será a falta de coordenação e controle. (B) A formalização, explicitada em manuais de organização que descrevem níveis de autoridades e responsabilidades dos vários departamentos, assegura que, na operação, não exista a estrutura informal. (C) A unidade de comando, princípio da administração clássica, é aplicada em todos os tipos de estrutura quando feito processo de departamentalização. (D) A definição precisa de direitos e obrigações dos membros da organização traduzidas em funções bem delineadas é uma característica de organizações mecanicistas. (E) Um dos pontos a observar na estrutura é a amplitude de controle. Quanto menor a amplitude de controle, menor o número de níveis hierárquicos. 04. (Técnico do CNMP - Administração - FCC CNMP) A estrutura organizacional por Projetos apresenta como vantagem: (A) possibilita economia pelo uso racional dos equipamentos. (B) predispõe todos os participantes da organização para a tarefa de satisfazer os clientes. (C) forma efetiva para conseguir resultados em problemas complexos. (D) economias de escala pelo uso integrado de pessoas, máquinas e produção em massa. (E) permite fixar a responsabilidade pelo desempenho no comportamento regional ou local. 05. (UFPB - Assistente Administrativo - INSTITUTO AOCP) Assinale a alternativa que apresenta o tipo de estrutura organizacional que tem por essência a combinação das formas de departamentalização funcional e de produto ou projeto na mesma estrutura organizacional. (A) Estrutura organizacional linha e staff. (B) Estrutura organizacional horizontalizada. (C) Estrutura organizacional verticalizada. (D) Estrutura organizacional matricial. (E) Estrutura organizacional informal. 06. (UFT - Assistente em Administração - COPESE) Um Assistente em Administração, integrante de uma comissão responsável para realizar estudos do funcionamento administrativo de uma Universidade Federal Brasileira, participou dos trabalhos para definição do que deve ser feito, ou seja, os resultados e intenções futuras a serem alcançados por essa instituição de ensino, e como deve ser feito, correspondendo aos recursos e ações necessários para alcance dos resultados. 13 Neste trabalho, o servidor percebeu que a universidade estava estruturada em um aspecto piramidal, em decorrência da centralização da autoridade no topo da organização - na reitoria - demonstrando claramente a unidade de comando e o escalonamento hierárquico. Constatou ainda que apresentava uma departamentalização constituída da agregação de tarefas de acordo com as funções principais desenvolvidas dentro da universidade. Esse assistente, em seu setor de trabalho e quando não estava na comissão, era responsável pela análise de processos administrativos para concessão de bolsas de auxílio estudantil, que compreendia a conferência dos documentos presentes nos processos administrativos, e, ao listar todos os processos, verificou que uma bolsa era requerida por sua esposa, fato que exigiu um posicionamento do Assistente. Qual o tipo de estrutura organizacional da universidade? (A) Linear (B) Matricial (C) Virtual (D) Rede 07. (FSC - Assistente Técnico Administrativo - CEPERJ) A estrutura organizacional que promove a retenção do processo decisório na cúpula da organização é denominada estrutura: (A) Facilitada (B) Matricial (C) Indelegada (D) Centralizada (E) Monocrática 08. (ESAF - DNIT/Técnico Administrativo) Julgue as afirmativas e selecione a opção correta. I. A estrutura organizacional é o gráfico que representa as unidades da organização. II. Hierarquia é sinônimo de cadeia de comando. O poder de dirigir desce de cada nível para o imediatamente inferior, que tem a obrigação de obedecer. III. A estratégia organizacional orienta a definição da estrutura organizacional. (A) Somente I está correta. (B) Somente II está correta. (C) Somente I e III estão corretas. (D) Somente II e III estão corretas. (E) Todas as opções estão corretas. 09. (Sergipe Gás - Assistente Técnico Administrativo - FCC) Estrutura Organizacional é: (A) O conjunto de tarefas desempenhado por uma ou mais pessoas, servindo como base para a departamentalização. (B) A posição hierárquica que uma pessoa ocupa na empresa e o conjunto de atribuições a ela conferido. (C) A forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. (D) A cadeia de comando que se inicia nos gestores de topo e segue até os trabalhadores não gestores, passando sucessivamente por todos os níveis organizacionais. (E) A guia de conduta, estável e de longo prazo, estabelecida para dirigir a tomada de decisões. 10. (Transpetro - Administrador - CESGRANRIO) A estrutura de uma organização deve ser estabelecida de acordo com os objetivos e as estratégias determinadas pela alta administração. Para definir a estrutura, é necessário que se avaliem a rotina e os procedimentos que darão suporte às atividades para que os objetivos sejam alcançados. As empresas constituem organizações de dois tipos: a organização formal e a informal. A estrutura organizacional requer principalmente uma organização: (A) Formal, que é aquela planejada e resultado das relações pessoais do corpo funcional. (B) Formal, que é instável porque está sujeita ao controle da direção da empresa. (C) Formal, que enfatiza as relações de autoridade e responsabilidade. (D) Informal, que pode ser extinta porque não faz parte do organograma. (E) Informal, que é aquela que se desenvolve espontaneamente e está retratada no organograma. 11. (TRT/PE - Analista Judiciário - FCC) Na estrutura organizacional de tipo linear (A) a autoridade é baseada na especialização e no conhecimento, e não na hierarquia. 14 (B) entre o superior e os subordinados existem linhas diretas e únicas de autoridade e responsabilidade. (C) os órgãos de linha estão diretamente relacionados com os objetivos vitais da empresa. (D) a hierarquia é flexível e mutável, capaz de se adaptar rapidamente às necessidades de cada projeto. (E) combinam-se a departamentalização funcional e por projeto, sacrificando o princípio da unidade de comando. 12. (TJ/RR - ADMINISTRADOR - CESPE) O modelo de departamentalização matricial é definido de acordo com critérios geográficos, estabelecidos em umamatriz que coordena as ações de suas filiais. ( ) Certo ( ) Errado 13. (TJ/RS - ANALISTA JUDICIÁRIO - FAURGS) Com relação às estruturas organizacionais, assinale a afirmação INCORRETA. (A) As estruturas são criadas para minimizar ou regular a influência das variações individuais nas organizações. (B) As estruturas têm por finalidade produzir resultados e metas organizacionais. (C) As estruturas são impostas para assegurar que os indivíduos se adaptem às exigências das organizações. (D) As estruturas são criadas para promover, nas organizações, adaptação às exigências dos indivíduos. (E) As estruturas são os cenários nos quais o poder é exercido, as decisões são tomadas e as atividades são realizadas. Gabarito 01.A / 02.D / 03.D / 04.C / 05.D / 06.A / 07.D / 08.D / 09.C / 10.C / 11.B / 12.Errado / 13.D Comentários 01. Resposta: A A estrutura funcional é departamentalizada por especialização ou área do conhecimento, como o próprio nome já diz, pelas funções que cada funcionário exerce. 02. Resposta: D A primeira afirmativa está correta. A estrutura funcional divide a organização em várias áreas ou departamentos, cada um com uma função diferente (contábil, de compras e de comunicação, por exemplo). A segunda afirmativa está errada. Há especialização, na estrutura linha-staff, mais especificamente na parte de staff (assessoria). Lembre-se de que a estrutura linha-staff pega as características das estruturas funcional e linear. A terceira afirmativa está correta. As grandes características da estrutura linear são a unidade de comando e a hierarquia. A quarta afirmativa está correta. Os órgãos de assessoria são especializados em suas áreas, mas quem realmente toma as decisões é o pessoal de linha. A quinta afirmativa está incorreta. Os líderes da estrutura linear não têm especialização nas funções básicas da administração. Isso é característica da estrutura funcional. 03. Resposta: D Na alternativa A, quanto maior a descentralização, maior a quantidade de pessoas para tomar decisão e supervisionar outras, isto quer dizer: maior é a coordenação e o controle. No caso da alternativa B organização/estrutura informal é inevitável e não é previsível em planejamento. Já na alternativa C existe autoridade nas estruturas: Matricial / Projetos. Alternativa D correta. Na alternativa E, quanto menor a amplitude de controle, a organização tende a ficar mais hierarquizada (Agudo-Estreita). 15 04. Resposta: C Dividida pelos projetos que a empresa recebe, cada projeto tem começo, meio e fim. Dessa forma, os departamentos podem ser criados ou extintos de acordo com o início e a finalização de um projeto. Tem como vantagem ser orientada pelos resultados e fácil adaptação a mudanças e possui como desvantagem a instabilidade dos funcionários, pois o projeto é temporário e cada projeto demanda novas estratégias e ideias voltadas exclusivamente para aquele projeto finito. 05. Resposta: D A estrutura matricial é um modelo misto, que comporta ao mesmo tempo uma estrutura funcional com uma estrutura horizontal, que normalmente se refere a um projeto, uma divisão específica ou um produto. 06. Resposta: A De maneira geral as estruturas piramidais (conforme o enunciado), são lineares. 07. Resposta: D A Estrutura centralizada fornece a retenção de informação por parte dos tomadores de decisão 08. Resposta: D A afirmativa “I” está errada. Lembrando a diferença entre organograma e estruturas organizacionais: o organograma é a representação gráfica de uma estrutura organizacional. A afirmativa “II” está certa, pois em uma hierarquia, o subordinado tem de obedecer, principalmente em um contexto de “cadeia de comando”, como afirma a questão. A afirmativa “III” está certa também. Como a estrutura organizacional é definida pela alta cúpula da organização, então obviamente ela é orientada pela estratégia organizacional. 09. Resposta: C O item “A” está errado. O conceito dele está relacionado à função de uma pessoa dentro da organização, não à estrutura organizacional. Além disso, departamentalização não serve como base para a estrutura organizacional, e sim o contrário: quem dá base para a departamentalização é a estrutura organizacional, ou seja, primeiro vem a estrutura organizacional e, depois, a departamentalização. O item “B” está errado. É um conceito relacionado ao cargo da pessoa dentro da organização, ou seja, percebe-se quando a alternativa trata a respeito da pessoa, e não sobre a estrutura organizacional. O item “C” está certo. Tem-se assim, o conceito de organização como “a forma pela qual as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas”. É necessário ter uma noção geral deste conceito, porque, se aplicado a outros contextos, poderá ser identificado. O item “D” está errado. O conceito expresso trata de hierarquia e não de estrutura organizacional. O item “E” está errado. Ele se refere à política de liderança da organização. 10. Resposta: C A estrutura organizacional é uma característica das organizações formais, o que nos possibilita descartar os itens “D” e “E”. O item “A” está errado. A estrutura organizacional não é planejada pelas relações pessoais do corpo funcional. Quem decide a estrutura organizacional é a alta administração, ou seja, são os níveis mais altos da empresa que tomam as decisões quanto a este tema. O item “B” está errado. Não há como conceber a ideia de que uma empresa mude cotidianamente a sua estrutura organizacional. A letra “C” está correta. A estrutura organizacional é formal e enfatiza as relações de autoridade e responsabilidade (tais como hierarquia, cadeia de comando, cargos etc.). 11. Resposta: B Para lembrar o conceito da organização linear basta fazer uma ligação com o exemplo das organizações militares: são baseadas na hierarquia e na unidade de comando (cada pessoa tem um único superior). O item “A” está errado. Uma das maiores características da organização do tipo linear é a hierarquia. O item “B” está correto. É o conceito da unidade de comando, o qual se relaciona diretamente com a estrutura linear. O item “C” está errado. Órgãos de linha são aqueles correlacionados na estrutura do tipo linha-staff, não na estrutura linear, uma vez que os órgãos de linha, na estrutura linha-staff, são os que têm poder de comando e decisão (duas das características que marcam a estrutura linear). 16 O item “D” está errado. A hierarquia, na organização linear, é extremamente rígida. Esta é uma das características mais presentes neste tipo de estrutura. O item “E” está errado. Pelos atributos do item, infere-se que ele se refere à departamentalização matricial, não à estrutura linear. 12. Resposta: Errado A departamentalização matricial observa a junção da abordagem funcional e divisional em uma mesma estruturação. Tem a finalidade de conseguir o máximo de rendimento da organização, onde a abordagem funcional é destinada para as funções internas e a divisional aos produtos ou serviços a serem realizados. A departamentalização por localização geográfica, pode também ser conhecida como departamentalização territorial ou regional, requer diferenciação e agrupamento das atividades de acordo com a localização onde o trabalho está desempenhado ou uma área de mercado a ser servida pela empresa. É utilizada normalmente por empresas que cobrem uma grande área geográfica. 13. Resposta: D A estrutura organizacional funciona definindo as responsabilidades, divisão de trabalho, autoridade e o sistema de comunicação dentro da empresa, influenciando possíveis variações individuais das organizações. O modelo de estrutura organizacional, é o produto da divisão do trabalho, sistema de autoridade e comunicação. As responsabilidades são as obrigações e os deveres que um indivíduo deve desempenhar. Já as tarefas, são atividades específicas e operacionais. As estruturas são os cenáriosnos quais o poder é exercido, as decisões são tomadas e as atividades são realizadas. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA A Organização Administrativa é a parte do Direito Administrativo que estuda os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem, além da estrutura interna da Administração Pública. Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. 200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. Para que as suas competências constitucionais sejam cumpridas, a Administração utiliza-se de duas formas distintas: a descentralização e a desconcentração. A análise desses dois institutos é basilar para considerar a organização interna da Administração Pública. Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços públicos, sendo dividida em administração direta e indireta. Administração Pública Direta A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou seja, não pode ingressar como autor ou réu em relação processual. Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda que pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de alguma vantagem pecuniária. Ele não irá 17 A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públicos vinculados diretamente ao chefe da esfera governamental que a integram. Não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são realizadas diretamente por meio do orçamento da referida esfera. Assim, ela é responsável pela gestão dos serviços públicos executados pelas pessoas políticas via de um conjunto de órgãos que estão integrados na sua estrutura. Sua competência abarca os diversos órgãos que compõem a entidade pública por eles responsáveis. Exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos e outros que, como característica inerente da Administração Pública Direta, não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direitos e assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa política (União, Estado, Distrito Federal e Municípios). 2 Organização administrativa: centralização, descentralização, concentração e desconcentração; organização administrativa da União; administração direta e indireta. propor a demanda em face da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa política dotada de personalidade jurídica para estar no outro polo da lide. Administração Pública Indireta São integrantes da Administração indireta as fundações, as autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Essas quatro pessoas são criadas para a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade e eficiência da prestação do serviço público. Têm característica de autônoma na parte administrativa e financeiramente. O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a título de exceção em duas situações previstas na CF/88, no seu art. 173: - Para fazer frente à uma situação de relevante interesse coletivo; - Para fazer frente à uma situação de segurança nacional. O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando explora atividade econômica. Quando estiver atuando na atividade econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88, inclusive quanto à livre concorrência. Dica de Estudo: FASE Fazem parte da Administração Pública Indireta: F - FUNDAÇÕES PÚBLICAS A - AUTARQUIAS S - SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E - EMPRESA PÚBLICA Questões 01. (CREF - 20ª Região/SE - Assistente Administrativo - Quadrix/2019) No que diz respeito à redação oficial de documentos oficiais e às noções de administração pública, julgue o item a seguir. A administração pública indireta é composta pelas autarquias, pelas fundações públicas, pelas empresas públicas, pelas sociedades de economia mista e pelos serviços sociais. ( ) Certo ( ) Errado 02. (SEPLAG/SE - Guarda de Segurança do Sistema Prisional - IBADE/2018) Fazem parte da Administração Pública Direta: (A) fundações públicas. (B) órgãos públicos. (C) sociedades de economia mista. (D) empresas públicas. (E) autarquias. 03. (UNICAMP - Profissional para Assuntos Administrativos - VUNESP/2019) Assinale a alternativa correta. (A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública direta. (B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública direta e indireta. (C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta. 18 (D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram exclusivamente a administração pública direta. (E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública indireta. 04. (Prefeitura de São Paulo/SP - Assistente de Gestão de Políticas Públicas I - CESPE). No que se refere à administração pública direta e indireta, assinale a opção correta. (A) As pessoas administrativas que formam a administração pública indireta são aquelas dotadas de personalidade jurídica de direito público (como as autarquias e as fundações públicas). (B) Na esfera municipal, a administração direta é formada pelos órgãos que compõem a prefeitura e a câmara municipal, além das fundações e das empresas públicas de âmbito local. (C) A administração indireta compreende as pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva administração direta, desempenham atividades administrativas de forma descentralizada. (D) Tanto a administração direta quanto a indireta são compostas por órgãos e por pessoas jurídicas administrativas, com a diferença de que todas as que integram a administração indireta estão submetidas a regime de direito privado. (E) O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo tempo, titular e executora de serviço público. 05. (CASAN - Advogado - INSTITUTO AOCP). Quanto à Administração Pública Indireta, assinale a alternativa correta. (A) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. (B) A criação de subsidiárias pelas empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como sua participação em empresas privadas, depende de autorização legislativa, exceto se já houver previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora. (C) A fundação pública não pode ser extinta por ato do Poder Público. (D) O chefe do Poder Executivo poderá, por decreto, extinguir empresa pública ou sociedade de economia mista. (E) A sociedade de economia mista poderá ser estruturada sob qualquer das formas admitidas em direito. 06. (TJ/RS - Contador - FAURGS). A Administração Direta compreende (A) as autarquias. (B) as empresas públicas. (C) as sociedades de economia mista. (D) as fundações públicas. (E) a presidência da república e os ministérios. 07. (Prefeitura de Cláudio/MG - Guarda Municipal - FUNDEP). Assinale a alternativa em que, segundo o direito positivo brasileiro, todas as pessoas indicadas são componentes da Administração Pública Indireta. (A) Autarquia, fundação e organização social. (B) Fundação, agência executiva e sociedade de propósitos específicos. (C) Organização da sociedade civil de interesse público,conselho popular e consórcio público. (D) Autarquia, sociedade de economia mista e empresa pública. Gabarito 01.Errado / 02.B / 03.E / 04. C/ 05.B/ 06.E/ 07.D Comentários 01. Resposta: Errado Serviços sociais não integram a Administração Pública Indireta, logo, a assertiva está errada. 19 02. Resposta: B Integra, a Administração Pública indireta as fundações públicas, as sociedades de economia mista, as empresas públicas e as autarquias. 03. Resposta: E (A) As sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública direta. Indireta. (B) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública direta e indireta. (apenas indireta) (C) As fundações não possuem personalidade jurídica e integram a administração pública direta. (indireta) (D) As empresas públicas possuem personalidade jurídica de direito público e privado e integram exclusivamente a administração pública direta. (indireta) (E) As autarquias possuem personalidade jurídica de direito público e integram a administração pública indireta. 04. Resposta: C Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a Administração Pública Indireta é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. (José dos Santos Carvalho Filho). 05. Resposta: B Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ( ) XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; Na ADIN 1.649-1 o STF firmou o seguinte entendimento: "é dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia mista matriz, tendo em vista que a lei criadora é a própria medida autorizadora". 06. Resposta: E DL 200/67 Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. 07. Resposta: D DL 200/67 Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. 20 Centralização e Descentralização A execução do serviço público poderá ser por: Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo feita pela Administração direta do Estado (ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.). Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como o prestador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a atividade. Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que não se confundem com a Administração direta do Estado. Esses terceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública (são sujeitos de direito distinto e autônomo). Se estiverem dentro da Administração Pública, poderão ser autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da Administração, serão particulares e poderão ser concessionários, permissionários ou autorizados. Assim, descentralizar é repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a titularidade dos serviços relativos à seguridade social à autarquia INSS. Na esfera federal, a Administração Direta ou Centralizada é composta por órgãos subordinados à Presidência da República e aos Ministérios, como o Departamento da Polícia Federal, Secretaria do Tesouro Nacional ou a Corregedoria-Geral da União. Concentração e Desconcentração Desconcentração (cria órgãos): consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em âmbito interno a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro de uma mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. A desconcentração não cria nova entidade, apenas órgãos, repartindo funções entre eles, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. Existe relação de hierarquia entre os órgãos. Concentração (extingue órgãos): ao contrário da desconcentração, a concentração consiste em técnica administrativa que promove a extinção de órgãos. Ou seja, ocorre quando a pessoa jurídica integrante da Administração Pública extingue determinados órgãos de sua estrutura e os reúne em um órgão central. As competências administrativas são realizadas pelo órgão central, sem distribuição interna entre vários órgãos. Ex.: Secretaria de um Município que tinha em sua estrutura superintendências, delegacias, agências ou postos de atendimento e os extingue por restrições orçamentárias, reunindo as competências desempenhadas por cada um dentro da própria Secretaria, sem divisões internas. 21 Dica de DescEntralização: Distribuição Externa Cria ENtidades Diferença entre Descentralização e Desconcentração As duas figuras dizem respeito à forma de prestação do serviço público. Descentralização, entretanto, significa transferir a execução de um serviço público para terceiros que não se confundem com a Administração Direta e, cria-se NOVAS ENTIDADES. Já a desconcentração significa transferir a execução de um serviço público de um órgão para o outro dentro da Administração Direta, permanecendo está no centro. Questões 01. (CORE/PE - Auxiliar Administrativo - INAZ do Pará/2019) O fenômeno jurídico que dá origem aos órgãos administrativos é denominado desconcentração administrativa. Quanto a desconcentração que pode ocorrer na Administração Direta do distrito federal, que nome deve ser dado ao órgão? (A) Ministério. (B) Autarquia. (C) Empresa Mista. (D) Fundação. (E) Secretaria. 02. (Prefeitura de Londrina/PR - Procurador do Município - COPS-UEL/2019) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, as principais distinções entre descentralização e desconcentração na administração pública. (A) Em caso da ocorrência da descentralização ou da desconcentração, as entidades ou os agentes não estarão sujeitos ao controle da administração pública. (B) A desconcentração exige a instituição de uma nova entidade autônoma, enquanto a descentralização está relacionada à delegação de poderes através de lei da entidade descentralizadora. (C) A entidade descentralizadora poderá instituir uma entidade autônoma para o exercício de funções públicas relevantes, sem a necessidade de lei, enquanto a desconcentração exigirá a edição de lei expressa a respeito. (D) A descentralização somente poderá recair sobre entidades públicas, enquanto a desconcentração poderá recair sobre as particulares. (E) A descentralização impõe a exigência de lei da entidade descentralizadora criando entidade autônoma, enquanto a desconcentração está relacionada à distribuição de competência no âmbito da mesma entidade. 03. (Câmara de Serrana/SP - Procurador Jurídico - VUNESP/2019) A respeito da desconcentração, é correto afirmar que (A) é sinônimo de descentralização, porém ocorre na Administração Indireta. (B) consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Administração Indireta. (C) foi vedada em recente decisãodo Supremo Tribunal Federal com repercussão geral. (D) consiste na Administração Direta deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para o particular. (E) se trata de forma de repartição interna da competência atribuída à entidade estatal e dela decorre a criação de órgãos públicos. 04. (PC/ES - Perito Oficial Criminal - INSTITUTO AOCP/2019) Dentro da organização da Administração Pública, pode-se conceituar o processo de desconcentração como (A) a distribuição de competências entre órgãos dentro da mesma pessoa jurídica, a fim de permitir o mais adequado e racional desempenho das atividades estatais. (B) o fenômeno inerente à Administração Indireta, que consiste na criação de entidades para atividades de fiscalização e regulação de um determinado setor. (C) a prestação de serviço ao Poder Público, por meio de contrato de gestão ou termo de parceria com empresas do setor privado. (D) a transferência de poderes e atribuições para um sujeito distinto e autônomo do ente federativo criador. (E) o ato de criação de pessoas jurídicas meramente administrativas, sem a característica de ente político. 22 Gabarito 01.E / 02.E / 03.E / 04.A Comentários 01. Resposta: E A alternativa correta é a letra “E” (Secretaria). Vale lembrar que os Ministérios são órgãos federais, da União, no entanto, a questão pediu “órgãos do DF”. Os Estados, Municípios e o Distrito Federal têm Secretarias. Já as Autarquias, Empresas Mistas e as Fundações, integram a Administração Indireta ou descentralizada do Estado. 02. Resposta: E A descentralização cria-se uma NOVA entidade. A desconcentração é uma distribuição interna, no âmbito da mesma entidade (não cria nova entidade, pode criar órgãos). DescOncentracao - ÓRGAO DescENtralizacao - ENTIDADE 03. Resposta: E A desconcentração consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em âmbito interno a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro de uma mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. 04. Resposta: A A desconcentração consiste em técnica administrativa de distribuição de atribuições em âmbito interno a fim de otimizar as prestações de serviços públicos. Pressupõe a criação de órgãos dentro de uma mesma pessoa jurídica, no âmbito de sua própria estrutura. Feitas essas considerações iniciais, passamos à análise das pessoas jurídicas que compõem a Administração Pública Indireta: Autarquias As autarquias são para executar as atividades típicas da Administração Pública. São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei para a prestação de serviços públicos, contando com capital exclusivamente público. As autarquias são regidas integralmente por regras de direito público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e contando com capital oriundo da Administração Direta (ex.: INCRA, INSS, DNER, Banco Central etc.). Características: Temos como principais características das autarquias: - Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 200/67 e no artigo 37, XIX, da Constituição; - Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obrigações próprios, distintos daqueles pertencentes ao ente que a instituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito público, quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios, sujeições; - Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o próprio direito, mas apenas a capacidade de se auto administrar a respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio próprio é necessária, sem a qual a capacidade de autoadministração não existiria. Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio próprios. - Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre as formas de descentralização administrativa por serviços ou funcional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas; e - Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a autarquia não se desvie de seus fins institucionais. - Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias (surgem como resultado dos serviços que presta) e verbas orçamentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade para manejar as verbas que recebem como acharem conveniente, dentro dos limites da lei que as criou. 23 - Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para desenvolver os seus serviços como acharem mais conveniente (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei que as criou. Classificação: há entendimentos doutrinários que apontam três fatores que de fato demarcam diferenças entre as autarquias. São eles: - O nível federativo: as autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e municipais, conforme instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e pelos Municípios; - Quanto ao objeto: dentro das atividades típicas do Estado, as que estão pré-ordenadas; e - As autarquias podem ter diferentes objetivos: as autarquias assistenciais são aquelas que visam a dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, ou à categorias sociais específicas, para o fim de minorar as desigualdades regionais e sociais, conforme artigo 3º, inciso III, da Constituição (ex.: SUDENE). Porém, há também os que classificam de acordo com os critérios abaixo: - Tipo de atividade: econômicas, de crédito e industriais, de previdência e assistência, profissionais ou corporativas; - Capacidade administrativa: geográfica ou territorial e a de serviço ou institucional; - Estrutura: fundações e corporativas; e - Âmbito de atuação: federais, estaduais e municipais. Quanto ao tipo de atividade elas ainda podem ser distribuídas em 5 grupos de classificação: - Econômicas: são destinadas para incentivar a produção e controle de produtos. Como é o exemplo do Instituto do Açúcar e do Álcool; - De crédito e industriais: para gestão de recursos financeiros, bem como sua distribuição mediante empréstimo. Atualmente foram substituídas por empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica Federal; - De previdência e assistência: para atividades de seguridade social. Como é o caso do INSS e o IPESP; - As profissionais ou corporativas: para fiscalizar as profissões; - As culturais ou de ensino: universidades federais. Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos, conforme dispõe o artigo 98, CC. Têm as seguintes características: a) São inalienáveis b) impenhoráveis; c) imprescritíveis d) não oneráveis. Pessoal: com o artigo 39 da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas (União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de instituir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único para todos os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de personalidade jurídica de direito público, podem praticar atos administrativos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último, controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais praticados por particulares. Já os atos administrativos, possuem algumas características especiais, pois eles são controlados pelo judiciário tanto por vias comuns, quanto pelas especiais, como é o caso do mandado e da ação popular. Necessário se faz destacar que os elementos do ato autárquico que resultam de valoração sobre a conveniência e oportunidade da conduta, são excluídos de apreciação judicial, assim como os atos administrativos em geral que trazem o regular exercício da função administrativa e são privativos dos seus agentes administrativos. Forodos litígios judiciais: a fixação da competência varia de acordo com o nível federativo da autarquia, por exemplo, os litígios comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e julgar mandados de segurança contra agentes autárquicos. 24 Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em que encontramos como partes ou intervenientes terão seu curso na Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições da lei estadual de divisão e organização judiciárias. Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime poderá ser estatutário ou trabalhista. Sendo estatutário, o litígio será de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processadas e julgadas nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o servidor, a natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser resolvido na Justiça do Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou municipal. Responsabilidade civil: prevê a Constituição que as pessoas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, aquela que independe da investigação sobre a culpa na conduta do agente. Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas prerrogativas de direito público, sendo elas: - Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade para as autarquias tem natureza condicionada. - Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode ser usado o instrumento coercitivo da penhora como garantia do credor. - Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como bens públicos, não podem ser eles adquiridos por terceiros através de usucapião. - Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevem em 5 anos. - Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são inscritos como dívida ativa e podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais. - Presunção de legitimidade de seus atos administrativos. - Principais situações processuais específicas As autarquias são consideradas como fazenda pública, razão pela qual, nos processos em que é parte, tem prazo em dobro para recorrer (art. 183 do NCPC). Elas estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição. A defesa de autarquia em execução por quantia certa, fundada em título judicial, se formaliza em outros apensos ao processo principal e por meio de embargos do devedor. Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal. § 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico. § 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de caráter administrativo e possuem as cláusulas exorbitantes, que garantem à administração prerrogativas que o contratado comum não tem, assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade e precisam respeitar os trâmites da lei 8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade licitatória do pregão para os entes públicos. 25 Chamamos a atenção com relação aos prazos: A redação do Código de Processo Civil de 1973, previa prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público se manifestarem e prazo em quádruplo para recorrer. Com o novo Código de Processo de 2015, esse prazo sofreu modificações, de forma que o Ministério Público, à Fazenda Pública e à Defensoria Pública gozam de prazo em dobro para manifestação nos autos, exceto nos casos em que a lei estabelecer, de maneira expressa, outro prazo específico para esses entes. Entretanto, esse benefício da contagem do prazo em dobro, não se aplica ao ente público, Ministério Público ou Defensoria Pública, quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público. (art. 183, §2º, NCPC) Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas jurídicas de direito público, as entidades autárquicas relacionam-se com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as prerrogativas estatais. Autarquia de regime especial: é toda aquela em que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública. O que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias que a lei criadora lhe confere para o pleno desempenho de suas finalidades específicas. 4 Assim, são consideradas autarquias de regime especial o Banco Central do Brasil, as entidades encarregadas, por lei, dos serviços de fiscalização de profissões. Com a política governamental de transferir para o setor privado a execução de serviços públicos, reservando ao Estado a regulamentação, o controle e fiscalização desses serviços, houve a necessidade de criar na administração agências especiais destinadas a esse fim. OBS: havia discussão no mundo jurídico acerca do regime jurídico da OAB, se seria autarquia de regime especial ou não. No julgamento da ADIn 3026/DF o STF decidiu que “a OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro”. Agências executivas: trata-se de uma entidade já preexistente (autarquia ou fundação) que quando cumprido os requisitos legais, recebe a qualificação de agência executiva. Estes requisitos estão previstos na Lei 9.649/1998, conforme artigos 51 e 52, vejamos: a) possuir um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; b) tiver celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. Podemos mencionar também duas características importantes tiradas dos artigos 51 e 52 da lei acima mencionada, vejamos: a) a formalização da qualificação da autarquia ou da fundação como agência executiva será feita por decreto do Presidente da República; e b) a entidade, qualificada como agência executiva, deverá implementar as metas definidas no contrato de gestão, de acordo com os prazos e critérios de desempenho definidos no ajuste, e, em contrapartida, receberá maior autonomia de gestão gerencial, orçamentária e financeira. As agências executivas foram criadas por meio dos Decretos 2.487/98 e 2.488/98. Em síntese, prevê que a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva poderá ser conferida mediante iniciativa do Ministério supervisor, com anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, que verificará o cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos requisitos “a” e “b” supramencionados. Por visar a melhor eficiência das entidades autárquicas e fundacionais, as agencias executivas devem passar por uma avaliação com base nos critérios de excelência do Prêmio Nacional de Qualidade, de forma a terem a terem subsídios para elaborar um plano de reestruturação e de desenvolvimento institucional. Se for aprovado esse plano, a entidade celebrará um contrato de gestão com o Ministério encarregado de exercer o controle administrativo sobre ela: nesse contrato, são definidas, entre outras coisas, as metas a serem atingidas, a compatibilidade
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