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INTERCORRÊNCIAS CIRURGICAS AULA II – PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO E INTRA-OPERATÓRIO PART. 1 PERÍODO PRÉ E INTRA OPERATÓRIO CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO CLIENTE PRÉ CIRURGICO: Cerca de 60% das cirurgias eletivas são, atualmente, realizadas no ambulatório ou no consultório. No passado, o paciente agendado para a cirurgia eletiva seria internado no hospital, pelo menos 1 dia antes da cirurgia para avaliação e preparação. Hoje, muitos chegam na manhã da cirurgia e vão para casa depois de passar pela unidade de recuperação pós- anestésica (URPA). O uso crescente da cirurgia ambulatorial ou do mesmo dia significa que os pacientes saem do hospital mais cedo, o que aumenta a necessidade de ensino, planejamento da alta, preparação para o autocuidado e referência para os cuidados domiciliares e serviços de reabilitação A cirurgia ambulatorial pode incluir a cirurgia sem internação (mesmo dia) que exige a permanência noturna no hospital ou de curta duração, com a internação por menos de 24 horas. Vantagens: MENOR EVIDÊNCIA DE INFECÇÃO HOSPITALAR, custo reduzido para o paciente, hospital, planos e seguros de saúde redução do estresse psicológico do paciente, menos tempo de trabalho perdido pelo paciente. Desvantagens: menos tempo para avaliar o paciente e realizar o ensino pré-operatório, menor oportunidade para avaliar as complicações pós-operatórias tardias. A redução da internação pré-hospitalar vem reduzindo os casos de Infecção hospitalar. Paralelamente, o tempo de internação pós-cirúrgico também. PEROPERATÓRIO Refere-se aos eventos ocorridos durante todo o período cirúrgico, desde o preparo da cirurgia até a recuperação dos efeitos temporários da cirurgia e anestesia. Divide-se em três períodos: ✓Pré-operatório ✓Trans-operatório / Intra-operatório ✓Pós-operatório PRÉ OPERATÓRIO Tem início no momento em que se identifica a necessidade de uma intervenção cirúrgica e termina com a transferência do cliente à sala cirúrgica. Pode ser dividido em: ✓ Mediato – É aquele período antes das 24 horas da cirurgia ✓ Imediato – São às 24 horas antes da cirurgia. INDICAÇÕES E CLASSIFICAÇÕES CIRÚRGICAS A cirurgia pode ser realizada por uma variedade de razões: ✓Diagnóstico – para determinar a causa do adoecimento, por exemplo, biópsia ou laparotomia exploradora; ✓Curativa - quando uma massa tumoral é extirpada ou um apêndice é removido; ✓Reparadora – quando múltiplas feridas devem ser corrigidas. Nesta, há quebra da função num órgão, como por exemplo, a pele que perde a função de barreira contra microrganismos. ✓Reconstrução ou estética– quando uma mamoplastia é realizada. ( mamoplastia ou lift facial) ✓Paliativa – quando a dor deve ser aliviada ou um problema corrigido, por exemplo, como reduzir um tumor para possibilitar o conforto ou remover uma vesícula biliar disfuncional) ✓ A cirurgia pode ser também classificada, conforme o grau de urgência envolvido, utilizando-se os termos emergência, urgência, necessária, eletiva e opcional. CONSENTIMENTO INFORMADO O consentimento informado ou consentimento livre e esclarecido é uma decisão autônoma do cliente sobre sua anuência com um procedimento cirúrgico. Esse documento é necessário antes de uma cirurgia não emergencial para proteger o cliente de uma cirurgia não autorizada e proteger o cirurgião de queixas contra uma cirurgia não autorizada ou lesão física. Trata-se de uma exigência legal, mas também ajuda o cliente a se preparar psicologicamente, pois visa garantir que ele compreende a cirurgia que será realizada (Rothrock, 2010). CONSENTIMENTO INFORMADO É NECESSÁRIO NAS SEGUINTES CIRCUNSTÂNCIAS: ✓ Procedimentos invasivos, como incisão cirúrgica, biopsia, cistoscopia ou paracentese ✓ Procedimentos que exijam sedação e/ou anestesia ✓ Procedimentos não cirúrgicos, como arteriografia, que impõem maior risco para o cliente ✓ Procedimentos que envolvam radiação. FATORES DE RISCO (complicações cirúrgicas) ✓ Hipovolemia ✓ Desidratação ✓ Déficits Nutricionais ✓ Extremos etários ✓ Infecção e sepse ✓ Condições tóxicas ✓ Anormalidades imunológicas ✓ Doença pulmonar ✓ Insuficiência renal ou doença do sistema urinário ✓ Gravidez ✓ Disfunção endócrina ✓ Doenças cardiovasculares ✓ Doenças hepáticas ORIENTAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIASPARA PREVENIR COMPLICAÇÕES PÓS- OPERATÓRIAS RESPIRAÇÃO PROFUNDA, TOSSE E EXERCÍCIOS DE RELAXAMENTO: Ensinar ao paciente como promover a ventilação pulmonar e a oxigenação sanguínea após a anestesia geral. Isto é conseguido pela demonstração para o paciente sobre como fazer uma respiração profunda e lenta (inspiração máxima sustentada e expiração lenta). Na posição sentada o paciente é estimulado a fazer exercícios respiratórios proporcionando o máximo de expansão pulmonar. Após praticar a respiração profunda várias vezes, o paciente é instruído a respirar profundamente, a expirar pela boca, a fazer uma inspiração curta e a tossir a partir das bases dos pulmões. A meta quanto à promoção da tosse é mobilizar as secreções de forma que elas possam ser removidas. Quando uma respiração profunda é feita antes da tosse, o reflexo da tosse é estimulado. Se o paciente não tosse efetivamente, a pneumonia hipostática e outras complicações pulmonares podem ocorrer. As infecções respiratórias adiam as cirurgias e os pacientes com DPOC e asma e demais doenças respiratórias são cuidadosamente avaliados. A tosse promove a retirada das secreções torácicas, deve sempre ser encorajada no pós-operatório. MUDANÇA DE DECÚBITO E MOVIMENTAÇÃO ATIVA DO CORPO A meta quanto à promoção de movimentos corporais deliberados no pós- operatório é melhorar a circulação, prevenir a estase venosa e contribuir para uma ótima função respiratória. • EXERCICIOS PARA MEMBROS INFERIORES CONTROLE DA DOR E MEDICAÇÕES O paciente é informado que a medicação pré-anestésica será administrada para promover o relaxamento, podendo causar sonolência e possivelmente sede. Nesse momento, a administração de água é contraindicada, pois o Sistema Nervoso Central (SNC) encontra-se deprimido podendo causar broncoaspiração por deficiência do reflexo da deglutição. No pós-operatório, medicações serão administradas para reduzir a dor e manter o conforto. Os antibióticos profiláticos são prescritos em circunstâncias específicas. Frequentemente as cefalosporinas (ex: cefazolina), são escolhidas porque tem uma baixa toxicidade e um largo espectro de ação. Entretanto, o uso de dose única ou de curto prazo de profilaxia antimicrobiana para procedimentos cirúrgicos limpos, deve ser cuidadosamente avaliado, uma vez que pode aumentar, ao invés de diminuir, a colonização bacteriana. Isso se deve ao fato dessas drogas matarem um tipo de bactéria proporcionando o aumento de outros tipos em lugares diferentes do seu sítio de colonização. RESUME DE METAS NACIONAIS DE SEGURANÇA DO CLIENTE ✓ Identificar corretamente o cliente ✓Melhorar a comunicação na equipe ✓Usar medicamento de modo seguro ✓Prevenir infecções ✓ Identificar os riscos á segurança do paciente ✓Evitar erros na cirurgia NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO O propósito da suspensão dos alimentos antes da cirurgia é evitar a aspiração. A aspiração acontece quando o alimento ou líquido é regurgitado do estômago e entra no sistema respiratório. ✓Jejum: As restrições dependem da idade e do tipo de alimento ingerido, Por exemplo, os adultos podem ser aconselhados a jejuar por 8 h após a ingestão de alimentos gordurosos e por 4 h depois da ingestão de produtos lácteos. Clientes saudáveis podem tomar líquidos claros até 2 h antes de um procedimento eletivo (Crenshaw, 2011). ➢PREPARAÇÃO INTESTINAL Os enemas não são comumente prescritos, a menos que o paciente vá se submeter a uma cirurgia abdominal pélvica. Nesse caso, um enema de limpeza ou laxante pode ser prescrito na noite anterior à cirurgia e talvez repetido na manhã da cirurgia Os objetivos desta preparação são permitir a visualização satisfatória do sitio cirúrgico e evitar o trauma do intestinoe a contaminação do peritônio por fezes. Além disso, podem ser prescritos antibióticos para reduzir a flora intestinal. PREPARAÇÃO DA PELE NO PRÉ-OPERATÓRIO A meta da preparação da pele no pré-operatório é diminuir as fontes bacterianas sem lesar a pele. Quando há tempo, como em uma cirurgia eletiva, o paciente pode ser instruído a utilizar um sabão contendo um detergente germicida para limpar a região da pele vários dias antes da cirurgia para reduzir o número de microrganismos da pele. Este procedimento pode ser realizado no domicílio. O horário do banho deve ser o mais próximo possível do horário da cirurgia e a finalidade é reduzir o risco de contaminação da pele da ferida cirúrgica. A lavagem dos cabelos no dia anterior à cirurgia é aconselhável a menos que a condição do paciente não o permita. É preferível que a pele no local e à volta da região a ser operada não seja tricomizada. Se o pêlo deve ser removido, os cortadores elétricos são usados para a remoção segura imediatamente antes da cirurgia. A tricotomia não deve ser feita de rotina, se os pêlos tiverem que ser removidos, deve-se fazê-lo imediatamente antes da cirurgia, utilizando tricotomizadores elétricos, e fora da sala de cirurgia. O uso de laminas está contra indicado. (ANVISA,2017) CIRURGIAS ELETIVAS Tomar banho com água e sabão antes da realização do procedimento cirúrgico, noite anterior ou manhã da cirurgia. BANHO COM ANTISSÉPTICO Está reservado a situações especiais como antes da realização de cirurgias de grande porte, cirurgias com implantes ou em situações específicas como surtos. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PRÉ- OPERATÓRIO IMEDIATO ✓Vestir camisola hospitalar apropriada; ✓Cobrir a cabeça com um gorro; ✓Remover próteses dentárias (podem gerar obstrução respiratória); ✓Remover joias, bijuterias, piercings, maquiagem e cabelos de náilon; ✓Roupas íntimas devem ser retiradas; ✓Orientar para urinar imediatamente antes da cirurgia, a fim de promover a continência durante a cirurgia abdominal baixa e tornar mais acessíveis os órgãos abdominais. O cateterismo vesical deverá ser feito somente em sala cirúrgica. ✓Administrar medicação pré-anestésica é administrada na área de espera pré-operatória” Muitas vezes, a cirurgia é adiada ou o seu horário, trocado, o que impossibilita a solicitação de que uma medicação seja administrada em um momento específico. Nessas situações, a medicação pré-operatória é prescrita para “assim que chamado à SO”. A enfermeira pode deixar o medicamento pronto para ser administrado assim que receber a ligação da equipe da SO. Em geral, leva-se de 15 a 20 minpara preparar o cliente para a SO.. Por provocar sonolência e tontura, as grades do leito ou da maca deverão ser elevadas. MEDICAÇÕES PRÉ-ANESTÉSICAS ✓Principais objetivos: ✓Diminuir ansiedade; ✓Potencializar os agentes anestésicos. Reduz as necessidades de anestésicos, pois já produzem um efeito de sedação e analgésia, diminuindo os riscos do uso de anestésicos. ✓Produzir amnésia e sedação; ✓Diminuir ou abolir dor eventualmente existente MEDICAÇÕES PRÉ- ANESTÉSICA ESTADO NUTRICIONAL E HÍDRICO: ✓ É um fator essencial na promoção de cura e resistência à infecção e a outras complicações cirúrgicas. ✓ Ao exame do estado nutricional e hídrico avaliar: obesidade, desnutrição, perda de peso, hipovolemia, edema, distúrbios eletrolíticos, desidratação, deficiências nutritivas/eletrólitos. ✓ Obs: qualquer alteração nutricional e hídrica deverá ser corrigida antes da cirurgia para favorecer o prognóstico cirúrgico. ✓ Proteína – repor massa corporal magra, restaurar o volume sanguíneo através da albumina, auxilia na reparação tissular e resistência à infecção. Para esses pacientes deve-se indicar o tratamento das cáries dentárias e a higiene bucal adequada, para evitar a infecção do trato respiratório. ✓ Calorias – poupar proteínas, restaurar peso. ✓ Água – repor líquidos perdidos em vômitos, hemorragias, febre, diurese, mantém homeostasia. A desidratação e distúrbio hidroeletrolítico podem ter efeitos adversos em relação à anestesia. A perda pode gerar ao choque e arritmias cardíacas. ✓ Vitamina A e C – formação capilar, síntese tissular e cura de feridas através da produção de colágenos, ajudam na formação de anticorpos. ✓ Vitamina K – faz coagulação sanguínea normal (*tem a síntese intestinal prejudicada quando usado antibióticos). ✓ Ferro - repor o ferro perdido através da perda sanguínea. ✓ Zinco- necessário para a síntese de proteína e cura da ferida, necessário para resposta normal de linfócitos e fagócitos. ✓ A obesidade aumenta a dificuldade quanto aos aspectos técnicos da cirurgia (suturas são difíceis de amarrar por causa das secreções gordurosas, a deiscência de sutura é maior). ✓ Aumenta a probabilidade de infecção por diminuição da resistência. FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO USO DE ÁLCOOL E DROGAS: ✓ Alcoolismo crônico – observar desnutrição. Apresenta resistência aumenta aos anestésicos ✓Conduta terapêutica: ✓Observar risco de abstinência alcoólica – Delirium tremens – previsto 72h após a abstinência do álcool. A abstinência está relacionada a uma taxa de mortalidade, quando ocorrida. ✓O risco cirúrgico é aumentado. FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO ESTADO RESPIRATÓRIO ✓ Doenças pulmonares crônicas podem contribuir para a hipoventilação, levando a pneumonia e atelectasia. A cirurgia pode ser contraindicada no paciente que apresenta infecção respiratória alta porque aumenta a probabilidade de doença mais grave, como pneumonia. ✓ A meta para pacientes cirúrgicos potenciais é a função respiratória ótima. ✓ Ensino sobre exercícios respiratórios/fisioterapia respiratória; ✓ Doenças obstrutivas crônicas (fazer tratamento vários dias antes no pré-operatório com broncodilatadores; a doença pulmonar crônica aumenta o risco de atelectasia e pneumonia, potencializando a depressão respiratória a partir dos narcóticos.); ✓ Tabagismo: parar de fumar 4 a 8 semanas antes ou no máximo 24 horas antes da cirurgia. ✓ “O ideal é que a abstenção seja um item obrigatório nas cirurgias eletivas pelo menos 30 dias antes da realização das mesmas “(ANVISA,2017) ✓ O uso de cigarro leva a depuração mucociliar diminuída, alterações fisiológicas nos sistema cardiovascular e imune. FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO ESTADO CARDIOVASCULAR: ✓Hipertensão e hipotensão artérial e descontrolada: pode contra-indicadar a cirurgia até a sua normalização. ✓Doença cardiovascular aumenta o risco de complicações por pedir um período de anestesia prolongado. ➢Conduta terapêutica ✓ Evitar a sobrecarga hídrica por causa de possível infarto do miocárdio, angina, insuficiência congestiva e edema pulmonar. ✓ Evitar a imobilização prolongada, que resulta em estase venosa. Atentar para TVP e embolia pulmonar. ✓ Estimular mudança de decúbito, mas evite o esforço súbito. ✓Usar meias antiembólicas nos períodos intra e pós-operatória ✓Observar evidência de hipóxia e iniciar terapia. FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO FUNÇÕES HEPÁTICA E RENAL: ✓Fígado: biotransformação e ELIMINAÇÃO dos compostos anestésicos. ✓Rins: EXCREÇÃO de medicamentos anestésicos e seus metabólicos. ✓Contraindicação cirúrgica: insuficiência renal aguda (IRA) com disúria ou anuria, nefrite aguda. ✓Exceção: medida salvadora ou necessária para melhorar a função urinária (uropatia obstrutiva). FUNÇÃO ENDÓCRINA: ✓Pacientes diabéticos: hiperglicemia é potencializada por catecolaminas e glicocorticoides aumentados devido ao estresse cirúrgico. ✓Meta: glicemia capilar em menos de 200mg/dl. ✓Aumenta o risco de infecção na ferida cirúrgica e aumenta o risco de acidose e glicosúria. FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO USO PRÉVIO DE MEDICAMENTOS: ✓ Possibilidadede intervenção medicamentosa quando associada a alguns anestésicos: Ex: ✓Certos antibióticos podem interromper a transmissão nervosa, quando combinados a um relaxante muscular curariforme, o que pode gerar paralisia respiratória e apneia. ✓Corticosteroides (prednisona): colapso cardiovascular quando interrompido imediatamente para quem faz o uso; inibem a cicatrização de feridas. Indicado o bólus antes e após o procedimento cirúrgico. ✓Diurético (hidroclorotiazida): Durante a anestesia, pode causar depressão respiratória por distúrbio eletrolítico. ✓ Fenotiazinas (clorpromazina): aumenta a ação hipotensora do anestésico. ✓ Insulina: potencializa efeito de alguns anestésicos ✓Anti-inflamatório: distúrbio de coagulação. OBS: medicamentos a base de ervas possui efeitos sobre a coagulação (Equinácea, Alho, Ginkgo, Ginseng, Kava Kava, Erva-São-João, Alcaçuz e outros). FATORES DE SAUDE QUE AFETAM OS PACIENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO ENVELHECIMENTO: ✓Potencial para lesão é maior no idoso; ✓O efeito cumulativo dos medicamentos é maior no idoso; ✓Observar medicamentos como a morfina e barbitúricos em doses usuais podem provocar confusão, desorientação e depressão respiratória. FUNÇÃO IMUNOLÓGICA: ✓Determinar a existência de alergias: medicamentosa, látex, transfusões sanguínea, agentes de contraste, alimentícia. ✓Avaliar imunossupressão: corticoterapia/anti-inflamatório, transplante renal/hepático, radioterapia, quimioterapia, distúrbios que afetam o sistema imune (leucemia, AIDS, etc). ✓Devem ser investigado os sintomas mais brandos ou a elevação de temperatura mais discreta. PERÍODO INTRA-OPERATÓRIO OU TRANS- OPERATÓRIO Tem início no momento em que o paciente é transferido para o leito da sala de cirurgia e termina quando o paciente é admitido na sala de recuperação anestésica (URPA) ou enfermaria. POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE SUPINA OU DECÚBITO DORSAL É a posição mais comumente usada para as cirurgias abdominais supra e infra umbilicais, algumas torácicas, vasculares e outras. É a posição mais utilizada e a que menos complicação traz ao paciente. Complicações: ✓ Lesão occiptal ✓ Lesão medular ✓ Lesão calcâneos, dos ombros e etc... POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO PRONA OU DECÚBITO VENTRAL É utilizada em cirurgias na coluna vertebral ,neurocirurgias em fossa posterior, cirurgia de cisto pilonidal, cirurgia de calcâneo, vasculares, plásticas e etc... Complicações: ✓ Olhos podem sofrer lesões de córneas ✓ Lesão cervical se utilizada rotação do pescoço ✓ Lesão do plexo braquial por estiramento das raízes nervosas (SOBECC, 2017) POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE TRENDELEMBURG Utilizada para cirurgia da parte inferior do abdome e da pelve, visando deslocar as alças intestinais para a região superior do abdome. Ainda utilizada como manobra para melhorar a oxigenação cerebral em quadro de hipotensão. Complicações: ✓ Alterações cardiovasculares ✓ Aumento do consumo de oxigênio do miocárdio ✓ Aumento da Pressão intracraniana (SOBECC, 2017) POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE LITOTOMIA OU GINECOLÓGICA Na posição de litotomia há fixação das pernas por uso de perneiras, enquanto na posição ginecológica, o paciente é colocado em decúbito dorsal com as pernas flexionadas e afastadas sob a mesa cirúrgica. Complicações ✓ Lesões em região pélvica ✓ Utilização de perneiras pode restringir a vascularização dos membros inferiores, ocasionando síndrome compartimental ✓ Lesão muscular POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE SIMS E POSIÇÃO DECÚBITO LATERAL Utilizadas em intervenções de acesso aos rins e cirurgias torácicas. Deve-se colocar um coxim sob a linha da cintura, fixando transversalmente o paciente à mesa cirúrgica, passando uma faixa sobre o quadril. Complicações ✓ Fortes dores laterais clássicas ✓ Dores musculares e de plexos nervosos ✓ Complicações cardíacas e respiratórias (SOBECC, 2017) POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE TRENDELENBURG REVERSA OU PRÓCLIVE É utilizada em procedimentos cirúrgicos que envolvam: ✓ Rosto e pescoço, ✓ Podendo auxiliar também em acessos ao diafragma e parte superior da cavidade abdominal, por permitir deslizamento caudal das vísceras abdominais. Complicações: ✓ Hipotensão postural ✓ Frequência cardíaca aumentada ✓ Fluxo sanguíneos renal e cerebral diminuído POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE FOWLER MODIFICADA Permite que o paciente fique sentado em ângulo que variam de 30º a 90º, em relação ao plano horizontal. É comumente conhecida como posição de “cadeira de praia” é utilizada em neurocirurgias Complicações: ✓ Lesões por pressões do dorso ✓ Lesões dos nervos por hiperextensão do ombro e dos braços ✓ Embolia gasosa adicional em função da pressão negativa da cabeça e pescoço POSIÇÕES CIRÚRGICAS POSIÇÃO DE KRASKE, OU CANIVETE SEMI-ABERTO (“JACK KNIFE”) Utilizada em cirurgias proctológicos que envolvem a região anal, cirurgia de cisto pilonidal. É uma posição que dificulta a expansão pulmonar. Complicações: ✓ Lesões de proeminências ósseas em região da crista ilíaca ✓ Compressões de genitália masculina (SOBECC, 2017) CUIDADOS COM O PACIENTE NO PERÍODO INTRA-OPERATÓRIO EQUIPE CIRÚRGICA: É constituída pelo paciente, anestesiologista, equipe médica e equipe de enfermagem. PACIENTE: Devido aos temores e ao estresse a respeito da cirurgia, a ansiedade aumenta, o ue pode levar ao aumento da quantidade de anestésicos, nível de dor pós-operatória e tempo de recuperação. Considerações gerontológicas: Pacientes idosos têm mais riscos anestésicos-cirúrgicos, devido principalmente às alterações cardiovasculares (débito cardíaco diminuído) e pulmonares relacionados com a idade. Necessita de menor quantidade de anestésico devido à diminuição da capacidade de excreção, menor capacidade de metabolização pelo fígado e maior capacidade de absorção que o anestésico possui pelo tecido adiposo, aumentado com idade. Além disso, a desnutrição observada em muitos clientes idosa pode levar aos anestésicos a permanecerem livres ou não-ligados, devido a ausência de proteína plasmática, o que potencializa o efeito dos anestésicos. Observa-se ainda a suscetibilidade a hipotermia (mecanismos termorreguladores prejudicados), perda óssea (cuidado na manipulação e posicionamento). EQUIPE CIRÚRGICA CIRCULANTE: monitora práticas assépticas, coordena movimento do pessoal de sala de cirurgia e o funcionamento seguro dos equipamentos e instrumentos, documenta atividades específicas durante toda a cirurgia, previne complicações durante todo o procedimento. INSTRUMENTADOR: Preparação de mesas cirúrgicas e equipamentos, instrumentação, auxilia o cirurgião e seus assistentes. É responsável pela contagem de compressas, instrumentais e agulhas para que não permaneçam como corpo estranho no cliente. É o primeiro a se paramentar. EQUIPE CIRÚRGICA CIRURGIÃO: Responsável pelo paciente, e pelo ato operatório e seu resultado. Deve conduzir a intervenção desde abertura ate o fechamento do ventre. Deve respeitar as indicações do anestesista. Ultimo a se paramentar. CIRURGIÃO ASSISTENTE: Médico que faz as incisões, suturas, cauterização, sucção e melhora o acesso ao órgão lesionado afastando outras camadas e órgãos. Deve facilitar à intervenção do cirurgião em todos os passos. Deve se paramentar após o instrumentador. ENFERMEIRO: Coordenador de Enfermagem pelo complexo cirúrgico. Tem como responsabilidade o fornecimento da segurança e o bem-estar do cliente, coordenação da sala de cirurgia e realização de atividade de circulante e instrumentador. Monitoram os fatores que podem provocar lesão, como posição do paciente, funcionamento errôneo do equipamento e perigos ambientais, reduzindo os riscos operatórios, além de observar se as boas práticas cirúrgicas estão sendo implementadas e auxiliando quando necessário nas salas cirúrgicas, além de responsável pelo escala da equipe de Enfermagem cirúrgica. EQUIPE CIRÚRGICA ANESTESIOLOGISTA: Entrevista e avalia o paciente antes da cirurgia, seleciona a anestesia,administra-a, intuba o paciente quando necessário, controla quaisquer problemas técnicos relacionados à administração dos anestésicos, e supervisiona toda a condição do paciente durante todo o procedimento cirúrgico. Os anestesistas utilizam o Sistema de Classificação do Estado Físico da AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS (ASA) para descrever o estado geral do paciente e identificar os riscos potenciais durante a cirúrgica. São eles: ASA 1 – Paciente saudável ASA 2 – Paciente com doença sistêmica branda ASA 3 – Paciente com doença sistêmica grave que não seja incapacitante ASA 4 – Paciente com doença sistêmica incapacitante que está sob constante ameaça de vida. ASA 5 – Paciente moribundo sem expectativa de sobreviver por 24 horas com ou sem cirurgia. Outra classificação (segundo Carvalho e Bianchi, 2007) ASA 5 – Paciente moribundo que se espera sobreviver sem a cirurgia ASA 6 – Paciente com morte cerebral declarada e doador de órgãos em potencial •
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