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COMPRAS GOVERNAMENTAIS 
COMO FORNECER PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E 
REDUZIR OS RISCOS 
 
 
MÓDULO 2 
A MPE na Licitação Pública 
Conhecer as Leis para Controlar os Riscos 
 
 
2 
 
© 2012. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. 
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui 
violação dos direitos autorais (Lei nº 9610/98). 
 
INFORMAÇÕES E CONTATOS: 
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Unidade de Capacitação Empresarial – UCE 
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Telefone: (61) 3348-7350 
Fax: (61) 3340-5095 
www.sebrae.com.br 
Presidente do Conselho Deliberativo 
Roberto Simões (Presidente do CDN) 
Diretor Presidente 
Luiz Barretto Pereira Filho 
Diretor Técnico 
Carlos Alberto dos Santos 
Diretor de Administração e Finanças 
José Claudio S. dos Santos 
Gerente da Unidade de Capacitação Empresarial 
Mirela Malvestiti 
Gerente da Unidade de Políticas Públicas 
Bruno Quick 
Coordenação Nacional 
Daniela Cristina Mendes Batista 
Equipe de Trabalho 
Wilson Correia de Azevedo Junior 
Rodrigo Estrela de Freitas 
Consultor Conteudista 
Luis Maurício Junqueira Zanin 
Consultora Educacional 
Maria Angela Soares Lopes 
Revisão Ortográfica 
TOTVS S.A. 
Editoração Eletrônica 
TOTVS S.A. 
 
 
http://www.sebrae.com.br/
 
3 
 
 
Sumário 
 
MÓDULO 2 
MPE NA LICITAÇÃO PÚBLICA – CONHECER AS LEIS PARA CONTROLAR OS 
RISCOS ....................................................................................................... 4 
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5 
UNIDADE 1 
ANÁLISE DE RISCO PARA PARTICIPAR DE UMA LICITAÇÃO. ........................... 6 
1. EDITAL – PREGÃO ELETRÔNICO. ........................................................ 7 
2. COTAÇÃO ELETRÔNICA (DISPENSA POR LIMITE DE VALOR). ............... 25 
UNIDADE 2 
A MPE NA LICITAÇÃO PÚBLICA: CAPÍTULO V DA LEI Nº 123/06. .................... 29 
MPE NA LICITAÇÃO PÚBLICA: CONHECER A SI MESMO E AS LEIS PARA 
CONTROLAR OS RISCOS. ......................................................................... 30 
RESUMO 
ASSUNTOS ABORDADOS ............................................................................. 61 
 
 
 
 
4 
 
MÓDULO 2 
 
MPE NA LICITAÇÃO PÚBLICA – CONHECER AS LEIS PARA 
CONTROLAR OS RISCOS 
 
 Unidade 1: Análise de Risco para Participar de uma Licitação. 
 Unidade 2: A MPE na Licitação Pública: Capítulo V da Lei Geral nº 123/06. 
 
O propósito deste Módulo 2 é propiciar condições para que você desenvolva 
competências para: 
 
 Conhecer o capítulo V da Lei nº 123/06 que explicita os benefícios da MPE na 
Licitação Pública. 
 Predispor-se a conhecer os limites operacionais da empresa para controlar os 
riscos de participar de uma licitação pública. 
 Aplicar a análise de risco do seu negócio para participar com segurança de uma 
licitação pública. 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Procedimentos licitatórios. 
Os procedimentos licitatórios são ritos operacionais, que podem ser descritos em 
forma de lei, decreto, portaria ou qualquer regulamento específico que disciplinarão 
como o órgão comprador realizará o seu processo de compra. 
Esses procedimentos podem variar entre a União, Estados, Distrito Federal, 
Municípios, Empresas Públicas, Sociedades de Economias Mistas, Autarquias, 
empresas do Sistema S (SEBRAE, SENAI, SENAC, SENAR e SESI), etc. 
Regras gerais da União. 
Cabe à União elaborar regras gerais sobre o tema. Essas regras serão disciplinadas 
nos aspectos específicos por cada ente da federação. 
Procedimentos licitatórios seguidos por entes da Federação. 
Neste módulo serão apresentados os componentes fundamentais dos procedimentos 
licitatórios que serão seguidos por todos os entes da Federação relativos ao 
tratamento das MPE. 
Linhas mestras das MPE nas licitações de órgãos públicos brasileiros. 
Deste modo, serão delineadas as linhas mestras que as MPE poderão seguir para 
atuarem na grande maioria das licitações dos órgãos púbicos brasileiros. 
Tais linhas serão uma base de conhecimento segura para que as MPE possam se 
adaptar a procedimentos específicos que, por ventura, venham a existir em um 
determinado órgão. 
 
 
6 
 
UNIDADE 1 
ANÁLISE DE RISCO PARA PARTICIPAR DE UMA LICITAÇÃO. 
 
Para lhe ajudar a entender as situações para as quais você deve desenvolver 
competências, serão realizadas as análises de risco de dois diferentes procedimentos 
de compras, que poderiam ser encontrados no site www.comprasnet.gov.br. 
Neste site você encontra: Editais de Pregão Eletrônico e Pedido de Cotação Eletrônica 
(Dispensa por limite de valor). 
Para realizar a análise de risco é imprescindível ler e compreender o que está sendo 
licitado. 
Veja como a equipe da Papelaria São Francisco faz a análise de risco dos diferentes 
procedimentos de compras. 
 
 
http://www.comprasnet.gov.br/
 
7 
 
1. EDITAL – PREGÃO ELETRÔNICO. 
 
Zito: - “Sr. Francisco, o que está fazendo?” 
Sr. Francisco: - “Baixei o Edital de um Pregão Eletrônico pelo site Comprasnet, 
utilizando o menu de Download de editais.” 
Zito: - “Que fácil!” 
Sr. Francisco: - “Zito, você sabia que é importante saber que o Código da UASG é o 
número de identificação do órgão no Comprasnet e é o item que nós devemos nos 
acostumar a ter em mãos para realizar as buscas no sistema?” 
Zito: - “Bem lembrado, Sr. Francisco! O senhor precisa de ajuda?” 
Sr. Francisco: - “Sim, mas primeiro chame toda a equipe, porque vamos ler este Edital 
do Pregão Eletrônico juntos, para depois todos ajudarem a preencher o formulário o 
formulário de análise de risco. Precisamos participar desta licitação conhecendo e 
tendo segurança sobre os riscos, pois somente assim a participação nas licitações 
abrirá um novo canal de negócios.” 
 
(Zito chama os demais 
membros da equipe da 
papelaria: Elza, Lúcia e João). 
Sr. Francisco: - “Agora que 
todos estão reunidos, vamos 
ler com calma e juntos o 
edital do Pregão Eletrônico no 
valor de R$80.000,00 para 
aquisição de material de 
escritório.” 
 
 
8 
 
Exemplo de Edital de Pregão Eletrônico. 
 
ÓRGÃO X 
Diretoria do Órgão X 
Código da UASG: 20010X 
Pregão nº 1/2012 
Objeto: Pregão Eletrônico – Aquisição de Material de Expediente. 
Edital a partir de: 29/02/2012 das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h. 
Endereço: Av. Brasil, nº 37, bairro Centro. Município Utopia. CEP: 0123-456 
Telefone: (099) 3232-3333 – Fax: (099) 3232-3332 
Entrega das propostas: A partir de 30/02/2012 às 8h30. 
Abertura das propostas: em 31/04/2012 às 9h, no endereço 
www.comprasnet.gov.br 
Itens de material 
1 – CAIXA ARQUIVO 
Caixa arquivo, material plástico, dimensões 135 x 250 x 360 mm, cor azul. 
Tratamento Diferenciado: Tipo I – Participação Exclusiva de ME/EPP. 
Quantidade: 2.500 
Unidade de Fornecimento: UNIDADE. 
2 – LÁPIS PRETO 
Lápis preto, material corpo madeira, diâmetro da carga 2 mm, dureza da carga 2b, 
características adicionais sem borracha apagadora, material da carga grafite. 
Tratamento Diferenciado: Tipo I – Participação Exclusiva de ME/EPP. 
Quantidade: 10.000 
Unidade de Fornecimento: UNIDADE. 
3 – PAPEL A4 
Papel A4, material reciclado, comprimento de 297 mm, largura 210 mm, aplicação 
impressora laser e jato de tinta, gramatura 75 g/m2 
Tratamento Diferenciado: Tipo I – Participação Exclusiva de ME/EPP. 
Quantidade: 500 
 
9 
 
Unidade de Fornecimento: Cx com 10 resmas. (5.000 folhas) 
“CAPÍTULO XV – DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS 
A Licitante que, dentro do prazo de validade de sua proposta, deixar de retirar a nota 
de empenho, ou deixar de entregar a documentação exigida para o certame ou 
apresentar documentação falsa, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, 
não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,comportar-se de 
modo inidôneo ou cometer fraude fiscal poderá ser suspensa temporariamente de 
participar em Licitação e de contratar com a Administração e, se for o caso, ser 
descredenciada no SICAF, pelo prazo de até 5 anos, sem prejuízo das multas 
previstas neste Edital e das demais cominações legais, garantida a prévia defesa. 
Pela inexecução parcial ou total do contrato, a Licitante vencedora ficará sujeita a 
uma ou mais das sanções administrativas previstas no Artigo 87 da Lei nº 8.666/93, 
a ser(em) aplicada(s) pela autoridade competente do Órgão X, conforme a gravidade 
do caso, assegurado o direito a ampla defesa, sem prejuízo do ressarcimento dos 
danos porventura causados à Administração, e das cabíveis cominações legais. 
A aplicação da sanção prevista no Inciso IV do Artigo 87 da Lei nº 8.666/93 é de 
competência exclusiva do Ministro de Estado do Ministério X. 
Caso a Licitante vencedora não forneça os bens nas condições e prazo avençados, 
estará sujeita a multa de 0,5% sobre o valor total da contratação, por dia de atraso 
injustificado, limitada sua aplicação até o máximo de 10 dias. Após o 10º dia de 
atraso, os bens poderão, a critério da Administração, não mais ser aceitos, 
configurando-se a inexecução total do contrato, com as consequências previstas em 
Lei e neste ato convocatório. 
Será aplicável, cumulativamente ou não com outras sanções, multa de 10% (dez por 
cento), por inexecução do contrato, sobre o valor total da contratação, e de 5% 
(cinco por cento) se ocorrer inexecução parcial, reconhecendo a contratada, desde já, 
os direitos da Administração, nos termos do Artigo 87 da Lei nº 8.666/93. 
No caso de não recolhimento do valor da multa, dentro de 5 (cinco) dias úteis a 
contar da data da intimação para o pagamento, a importância será descontada da 
garantia prestada ou da fatura, ou ainda cobrada judicialmente consoante o § 3º do 
 
10 
 
Artigo 86 e o § 1º do Artigo 87 da Lei nº 8.666/93, acrescida de juros moratórios de 
1,0% (um por cento) ao mês. 
Os atos administrativos de aplicação das sanções previstas no item 1 deste capítulo e 
nos Incisos III e IV, do Artigo 87, da Lei nº 8.666/93 bem como a rescisão 
contratual, serão publicados resumidamente no Diário Oficial da União. 
Em qualquer das hipóteses de aplicação de sanções previstas neste capítulo, é 
assegurada defesa prévia, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da notificação à 
Licitante vencedora ou contratada, salvo no caso de declaração de inidoneidade, em 
que o prazo será de 10 (dez) dias da abertura de vista do processo. 
Os recursos quando da aplicação das penalidades previstas no item 1 deste capítulo e 
no Artigo 87 da Lei nº 8.666/93, exceto para aquela definida no Inciso IV, poderão 
ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da 
lavratura da ata. 
No caso de declaração de inidoneidade, prevista no Inciso IV do Artigo 87 da Lei nº 
8.666/93, caberá pedido de reconsideração no prazo de 10(dez) dias úteis a contar 
da intimação do ato (conforme Inciso III do Artigo 109 da Lei de Licitações). 
 
 
 
11 
 
Sr. Francisco: - “Agora que já temos as informações do Edital do Pregão Eletrônico, 
vamos calcular o valor da nossa proposta comercial a partir dos nossos preços de 
venda. Vejamos... nossos preços para cada item são:” 
TIPO DE MATERIAL 
VALOR 
UNITÁRIO 
 
QUANTIDADE 
REQUERIDA 
 
VALOR 
TOTAL 
Caixa de arquivo R$ 2,50 X 2.500 = R$ 6.250,00 
Lápis preto número 2 R$ 0,50 X 10.000 = R$ 5.000,00 
Caixa de papel A4 
com 10 resmas 
R$ 135,00 X 500 = R$ 67.500,00 
PROPOSTA COMERCIAL = R$ 78.750,00 
Observação importante: prazo de entrega = 30 dias * 
* Sujeito a multa de 0,5% sobre o valor de contratação por dia de atraso injustificado 
 
É fundamental compreender o objetivo da Licitação, avaliar os valores, os prazos, as 
regras, as multas, as punições cabíveis, etc. Pois são vários os fatores que 
determinam os graus de riscos de participação das MPE numa Licitação Pública. 
Sr. Francisco: - “Agora faremos juntos a análise de risco da participação de nossa 
papelaria nesta Licitação por Pregão Eletrônico, respondendo e preenchendo as 10 
questões do formulário que os analistas nos indicaram. Devemos marcar apenas uma 
das 3 alternativas correspondentes.” 
Este formulário é muito útil para a MPE que deseja participar de uma Licitação sem 
risco. Este Formulário deve ser feito por Edital. Para obter êxito na vida real é 
importante que ele seja preenchido com sua equipe de trabalho, sócios, funcionários, 
família, ou seja, pessoas envolvidas na produção e entrega dos produtos. 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Preencha um formulário para cada Edital de Licitação 
em que planeja participar. Reúna-se com seus sócios, sua família ou com as pessoas 
responsáveis pela produção e entrega dos produtos / serviços e preencham o 
formulário com a opinião de consenso do grupo. 
 
12 
 
Data: ___/___/_____ Edital: __________________________________ 
Valor: _____________________________________________________ 
Equipe: ____________________________________________________ 
Marque “X” na 
resposta mais 
apropriada para este 
processo de 
Licitação. 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
1) Conseguiremos fornecer o Material / Serviço no Prazo? 
2) Ao analisarmos algumas variáveis que não dependem de nós, 
como, sazonalidade, safra, disponibilidade de matéria prima, etc., 
perguntamos: teremos condições de suprir essas restrições com nosso 
próprio recurso para atendermos ao pedido caso sejamos declarados 
vencedores? 
 
3) Os custos de transporte, mão de obra, impostos, embalagem e 
outros indiretos de qualquer natureza estão inclusos no preço que 
pretendemos praticar? 
 
4) Será que nós entendemos exatamente o que teremos de entregar, 
em que prazo, em qual local e com que nível de qualidade? Teremos 
condições de substituir algum produto, ou todos, se eles não forem 
aceitos pelo comprador? 
 
5) Qual o nosso preço mínimo para esta oferta? O preço mínimo cobre 
todos os custos? (Nunca reduza o valor da oferta abaixo do preço 
mínimo decidido em conjunto). 
 
6) Conseguiremos sobreviver se ocorrer atraso no pagamento? E se 
este atraso for maior do que seis meses? 
 
7) Conseguiremos nos comprometer com essa entrega sem prejudicar 
o dia a dia da Organização / Empresa / Produção? 
 
8) Podemos fazer a entrega sem comprometer a matéria-prima dos 
outros pedidos? 
 
9) Conhecemos claramente quais são os passos para receber o 
dinheiro?(O Órgão para o qual pretendemos fornecer está pagando em 
dia? Se não está, atrasa quanto tempo? Alguns dias? Meses?). 
 
10) Conseguiremos tocar o nosso dia a dia e manter todos os 
impostos pagos (em dia) durante todo o contrato? (Sabendo que isso 
é condição para receber os pagamentos junto aos compradores 
públicos?). 
 
TOTAL 
 
 
13 
 
Sr. Francisco: - “Os analistas me explicaram o seguinte:” 
“- A análise de risco não pode ser feita de modo abstrato com suposições, mas 
precisa ser feita sim com base em um Edital concreto, com: valores, prazos, regras, 
multas, contrato e punições cabíveis.” 
- “No cabeçalho deverá ser registrada a data, que servirá para que tenhamos bem 
claro até quando poderemos decidir se iremos ou não participar da Licitação. Ela 
funcionará como “data limite”. Além disto, também deverão ser registrados: o 
número do Edital, o valor e o nome dos componentes da nossa equipe. Estas 
informações possibilitarão organizar todos os formulários de análises, bem como seus 
respectivos editais.” 
Data: ___/___/_____ Edital: _______________ 
Valor: ___________________________________ 
Equipe: ________________________________ 
Marque “X” na resposta mais apropriada para 
este processo de Licitação. 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO NÃO SEI 
 
Sr. Francisco: - “Observação importante: só podemos preencher um formulário paracada Edital de Licitação em que planejarmos participar. Sempre nos reunindo com 
nossos sócios, nossa família ou com as pessoas responsáveis pela produção e 
entrega dos produtos ou serviços e preenchendo o formulário com a opinião de 
consenso do grupo. Depois interpretaremos o resultado.” 
- “A análise deve ser feita por nós, ou seja, as pessoas envolvidas direta ou 
indiretamente no fornecimento dos produtos ou serviços para a Administração 
Pública. Isto permitirá o nosso envolvimento e o comprometimento na busca de um 
fornecimento para a Administração Pública, sem riscos.” 
 
 
14 
 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO NÃO SEI 
 
Sr. Francisco: - “Se ao lermos a pergunta, quando estivermos efetuando a avaliação, 
nos sentirmos 100% confortáveis com a nossa capacidade de atendermos o que está 
sendo questionado, responderemos SIM.” 
“Se tivermos absoluta certeza que não atenderemos, responderemos NÃO.” 
“Se não houver consenso entre nós ou se, mesmo tendo realizado todos os 
levantamentos e pesquisas necessários para respondermos o item, nós ainda não nos 
sentirmos seguros quanto à resposta, responderemos NÃO SEI.” 
 
“Uma dessas três alternativas deverá ser marcadas para todos os 10 itens do 
questionário.” 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO NÃO SEI 
1) Conseguiremos fornecer o Material / Serviço no Prazo? 
 
Sr. Francisco: - “Analisaremos a pergunta: Conseguiremos entregar o material ou 
serviço no prazo? Refletiremos sobre a capacidade de produção e entrega dos 
produtos, pois muitos editais tratam exatamente dos produtos e serviços que as MPE 
trabalham, no entanto, possuem prazos muito exíguos de entrega do material ou 
serviço.” 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
2) Ao analisarmos algumas variáveis que não dependem de nós, como, 
sazonalidade, safra, disponibilidade de matéria prima, etc., perguntamos: 
teremos condições de suprir essas restrições com nosso próprio recurso 
para atendermos ao pedido caso sejamos declarados vencedores? 
 
 
 
15 
 
Para entender esta pergunta, vamos pensar em um exemplo real: 
Imagine uma MPE que fornecesse alface para a Prefeitura. Caso ela tivesse um 
imprevisto de geada, seca, alagamento e perdesse toda a sua produção em um 
determinado mês e, ainda assim, ela teria condições de suprir esses recursos e honrar 
a entrega? Como seria o mesmo fato e o mesmo valor com os 3 itens a que o Sr 
Francisco está se propondo a atender? Vocês se lembram dos valores?” 
Zito: - “Vamos pensar no problema de ordem financeira. Teremos condições de 
suportar uma perda no valor de R$80.000,00, ainda que oriunda de um imprevisto, 
mas mesmo assim honrar a entrega e não comprometer a produção e a nossa 
empresa? Nossa, se fosse só um produto ou dois, mas esse valor aqui do papel A4 
está muito alto.” 
Sr. Francisco: - “Muito bem pensado, Zito! Estas reflexões são fundamentais, pois 
não se esqueçam de que a autoanálise está baseada num Edital de Licitação no qual 
queremos muito concorrer!” 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
3) Os custos de transporte, mão de obra, impostos, embalagem e 
outros indiretos de qualquer natureza estão inclusos no preço que 
pretendemos praticar? 
 
 
Zito: - “Temos que verificar quais são os nossos custos diretos e indiretos. Pois 
muitas vezes podemos praticar um determinado preço para a venda de nossos 
produtos porque possuímos mão de obra ociosa, ou seja, ultimamente como não 
estamos vendendo, eu estou sem nada para fazer. Então, mais entregas apenas 
ocupariam a minha mão de obra que já está disponível. Porém, com uma possível 
ampliação do nosso canal de negócios, será exigida a contratação de mais pessoas 
para dar conta da entrega e é frequente as pessoas desconsiderarem esses custos.” 
 
16 
 
Sr. Francisco: - “Tem razão, Zito! Além disto, também temos que incluir na validação 
os custos de transporte.” 
Imagine o fato de que muitas vezes se, a empresa é do Rio Grande do Sul, e participa 
em uma Licitação no Acre, o custo da entrega não poderá ser algo desprezível. 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
4) Será que nós entendemos exatamente o que teremos de entregar, em 
que prazo, em qual local e com que nível de qualidade? Teremos 
condições de substituir algum produto, ou todos, se eles não forem 
aceitos pelo comprador? 
 
 
Zito: - “Sr. Francisco, o senhor entendeu bem o que teremos que entregar? Pergunto 
isto porque é um equívoco muito comum o fornecedor não entender exatamente o 
que precisará entregar. Assim ele apresenta uma proposta de preços pensando que 
terá de entregar um produto e, ao se sagrar vencedor, acaba descobrindo que o item 
a ser entregue é outro.” 
Sr. Francisco: - “Sim, entendi sim, Zito! Mas foi bem lembrado, porque este erro 
geralmente ocorre devido a uma prática muito comum, “a pressa”. Pois normalmente 
a pressa não nos permite ler com calma os detalhes e as especificações do edital.” 
Zito: - “Ufa, que bom! Fico preocupado porque caso o produto não esteja dentro das 
especificações pedidas no Edital ele deverá ser substituído, não é mesmo?” 
Sr. Francisco: - “Sim, está correto! Aliás, você tem toda a razão em ficar preocupado 
com esta questão, porque nós poderemos incorrer em sanções e multas pela não 
entrega da mercadoria dentro do que foi especificado.” 
Estas observações do Zito e do Sr. Francisco são importantes! Por exemplo, imagine 
uma MPE fornecedora de uniformes. A MPE já fornecia os uniformes para a 
prefeitura. Por ser esse o seu principal negócio e por possuir matéria prima suficiente 
baixou os preços para que fosse novamente vencedora. No entanto, no momento da 
 
17 
 
entrega da mercadoria, descobriu que a cor da Administração mudara e que, 
inclusive, estava descrito no edital, só que ela estava contando que produziria 
exatamente os mesmos produtos que já fazia anteriormente Resultado, todo o 
produto foi perdido. O erro cometido foi devido ao mau hábito de achar que já havia 
ganhado e não teve o cuidado de verificar EXATAMENTE o que deveria entregar.” 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
5) Qual o nosso preço mínimo para esta oferta? O preço mínimo cobre 
todos os custos? (Nunca reduza o valor da oferta abaixo do preço 
mínimo decidido em conjunto). 
 
 
Sr. Francisco: - “A definição do preço mínimo deverá ser a nossa linha de corte no 
momento da participação do Pregão. Por isto, esse preço mínimo deve ser definido 
em grupo, devendo conter todos os custos e a margem de lucro considerada segura 
para o processo.” 
Zito: - “Sr. Francisco, quero enfatizar que baixar o valor além do preço mínimo 
acarreta um risco muito alto para nós, pois, uma vez formalizado o contrato, os 
produtos deverão ser entregues, mesmo que a papelaria tenha prejuízo na venda.” 
“Acredito que a papelaria deverá desistir do negócio se o valor da Licitação 
ultrapassar o preço mínimo definido no momento da análise de risco.” 
Elza: - “Você está com toda a razão, Zito! Esta é uma decisão que deve ser tomada 
com a cabeça tranquila e não no calor de uma disputa de preços, pois é melhor 
aguardar outra oportunidade para fornecer com lucro do que ter prejuízo na entrega 
dos materiais.” 
Sr. Francisco: - “Agora concordo com vocês!” 
 
 
18 
 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
6) Conseguiremos sobreviver se ocorrer atraso no pagamento? E se 
este atraso for maior do que seis meses? 
 
 
Lúcia: - “Esclareço que é preciso considerar com muito critério a capacidade 
financeira da empresa, pois um mês sem capital de giro é suficiente para falir a 
papelaria.” 
João: - “Alerto para o fato de que o atraso do pagamento deve ser considerado para 
o valor total da Licitação ao qual estamos concorrendo. Ou seja, ao nos 
comprometermos com uma entrega no valor de R$80.000,00 deverá ser considerado 
o gasto para produzir o bem ou o serviço e para entregar o equivalenteaos 
R$80.000,00 e estar preparado para ficar até seis meses sem receber.” 
Elza: - “Vocês têm razão, meus filhos! Esse ponto da análise traz uma importante 
lição: a de que se deve concorrer em Licitações com valores pequenos, até 
efetivamente compreender a dinâmica, os prazos de pagamento e os riscos deste 
fornecimento.” 
- “Essa cautela é necessária, pois os atrasos no pagamento variam entre os diferentes 
Órgãos compradores. Há tanto compradores que pagam em dia quanto os que 
atrasam por vários meses.” 
Ao participar de um processo de aquisição em que o valor máximo é de R$8.000,00 
e se ao concorrer, apresentar apenas a proposta em um único item no valor de 
R$200,00, provavelmente conseguiria sobreviver a um atraso de seis meses de 
pagamento. 
 
 
 
19 
 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
7) Conseguiremos nos comprometer com essa entrega sem prejudicar o 
dia a dia da Organização / Empresa / Produção? 
 
 
Elza: - “Retomo que a transformação do fornecimento para a Administração Pública 
como um novo canal de negócios pressupõe a manutenção de todas as atuais 
atividades. Ou seja, não é possível permitir que uma venda comprometa o andamento 
de todo o nosso negócio. Trata-se de um risco que poderá nos levar a ter prejuízo, 
comprometendo, inclusive, nossa sobrevivência, como foi o caso da outra Licitação.” 
Zito: - “Ressalto também que devemos calcular se o fornecimento exigirá gastos com 
contratação de mais mão de obra ou qualquer outro. Cabe ao Sr. Francisco avaliar 
nossa capacidade de produção para então tomar a melhor decisão.” 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
8) Podemos fazer a entrega sem comprometer a matéria-prima dos 
outros pedidos? 
 
 
Zito: - “Acredito que essa pergunta diz mais respeito ao controle do estoque e da 
obtenção de matérias primas. Ela serve justamente para evitar que ocorra um 
esvaziamento da capacidade produtiva, como ocorreu antes com a Papelaria. Não é 
mesmo, Sr. Francisco?” 
Sr. Francisco: - “Sim, Zito! Mas por vezes, é possível fazer um processo de transição. 
Ou seja, utilizar parte do estoque disponível para atender a nova demanda e, 
progressivamente, ir repondo as mercadorias. No entanto, esse aspecto deverá ser 
mensurado para evitar prejuízos ou cálculos indevidos.” 
Zito: - “Entendo, mas ressalto que, de qualquer forma, essa transição não poderá 
comprometer a entrega nem a nossa credibilidade com os demais clientes.” 
 
20 
 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
9) Conhecemos claramente quais são os passos para receber o 
dinheiro?(O Órgão para o qual pretendemos fornecer está pagando em 
dia? Se não está, atrasa quanto tempo? Alguns dias? Meses?). 
 
 
Lúcia: - “Na maioria das vezes, ao fornecermos pela primeira vez, desconhecemos os 
passos para receber o nosso dinheiro.” 
João: - “Concordo! Agora podemos perfeitamente aprender os passos para receber o 
pagamento. Isso fará com que nas operações futuras estejamos mais aptos a cumprir 
os procedimentos exigidos.” 
Elza: - “Concordo com vocês! E também esclareço que às vezes as Administrações 
Públicas atrasam os pagamentos por problemas internos, de natureza burocrática. Por 
exemplo: necessidade de envio de nota fiscal, falta de disponibilidade de serviço de 
tramitação interna etc.” 
- “Acrescento ainda que o pagamento também atrasa porque o processo de 
liquidação das despesas, (ou seja, a verificação da regularidade de todos os passos 
que precisam ser cumpridos para autorizar o pagamento) é demorado e envolve a 
validação de diferentes Órgãos.” 
Zito: - “Concordo com todos! Conhecer a realidade sobre o pagamento das compras 
permite nos prepararmos para efetivamente obter êxito no fornecimento para a 
Administração Pública.” 
 
 
 
21 
 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO 
NÃO 
SEI 
10) Conseguiremos tocar o nosso dia a dia e manter todos os impostos 
pagos (em dia) durante todo o contrato? (Sabendo que isso é condição 
para receber os pagamentos junto aos compradores públicos?). 
 
 
Sr. Francisco: - “Essa última questão é importante para não corrermos o risco de 
entrarmos novamente no cheque especial e ficarmos com mais dívidas.” 
- “Agora saberemos efetivamente identificar o grau de risco a partir do preenchimento 
deste formulário.” 
 
 
 
22 
 
Data: 29/02/2012. / Edital: Pregão nº 1/2012. 
Valor: R$80.000,00. 
Equipe: Francisco, Zito, Elza, Lúcia e João. 
Marque “X” na resposta 
mais apropriada para este 
processo de Licitação. 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO NÃO SEI 
1) Conseguiremos fornecer o Material / Serviço no Prazo? X 
2) Ao analisarmos algumas variáveis que não dependem de nós, 
como, sazonalidade, safra, disponibilidade de matéria prima, 
etc., perguntamos: teremos condições de suprir essas 
restrições com nosso próprio recurso para atendermos ao 
pedido caso sejamos declarados vencedores? 
 X 
3) Os custos de transporte, mão de obra, impostos, embalagem 
e outros indiretos de qualquer natureza estão inclusos no preço 
que pretendemos praticar? 
 X 
4) Será que nós entendemos exatamente o que teremos de 
entregar, em que prazo, em qual local e com que nível de 
qualidade? Teremos condições de substituir algum produto, ou 
todos, se eles não forem aceitos pelo comprador? 
 X 
5) Qual o nosso preço mínimo para esta oferta? O preço 
mínimo cobre todos os custos? (Nunca reduza o valor da oferta 
abaixo do preço mínimo decidido em conjunto). 
 X 
6) Conseguiremos sobreviver se ocorrer atraso no pagamento? 
E se este atraso for maior do que seis meses? 
 X 
7) Conseguiremos nos comprometer com essa entrega sem 
prejudicar o dia a dia da Organização / Empresa / Produção? 
 X 
8) Podemos fazer a entrega sem comprometer a matéria-prima 
dos outros pedidos? 
 X 
9) Conhecemos claramente quais são os passos para receber o 
dinheiro?(O Órgão para o qual pretendemos fornecer está 
pagando em dia? Se não está, atrasa quanto tempo? Alguns 
dias? Meses?). 
 X 
10) Conseguiremos tocar o nosso dia a dia e manter todos os 
impostos pagos (em dia) durante todo o contrato? (Sabendo 
que isso é condição para receber os pagamentos junto aos 
compradores públicos?). 
 X X 
TOTAL 0 4 6 
RISCO ALTO = NÃO CONCORRER NA LICITAÇÃO 
 
 
23 
 
Veja que a análise de risco feita pela equipe da Papelaria São Francisco apresentou 
um alto risco de participação no Edital de Licitação, por isto decidiram não participar 
como fornecedores em todos os itens contidos no Edital. 
 
Agora você aprendeu com a equipe da Papelaria São Francisco como fazer a análise 
de risco antes de participar de um edital de licitação. Leia mais algumas explicações: 
CALCULANDO O RISCO 
ALTO – é considerado alto risco, quando a opção “sim” for marcada até 6 vezes. 
MÉDIO – é considerado médio risco, quando a opção “sim” for marcada de 7 a 8 vezes. 
BAIXO – é considerado baixo risco, quando a opção “sim” for marcada de 9 a 10 vezes. 
A quantidade de marcação dos ”SIM” definirá o risco. 
Diante da gravidade do risco, são sugeridas ações que devem ser tomadas pela MPE 
diante do risco encontrado. 
ALTO RISCO: o que fazer? 
1. Não participar da Licitação ou do processo de aquisição. 
2. Procurar processos de valores mais baixos ou com condições objetivas em que 
sua oferta possa ser mais competitiva. 
3. Tentar concorrer apenas em itens da Licitação e não no processo como um todo. 
MÉDIO RISCO: o que fazer? 
1. Decidir em grupo se o risco vale a pena. 
2. Prever alternativas, garantindo reserva financeira, estoque e estar preparado 
para atrasos de apagamentos. 
3. Participar de diferentes Licitações e de processos com valores mais baixos 
(Cotações Eletrônicas) e fazer ofertas apenas em itens da Licitação. 
 
24 
 
BAIXO RISCO: o que fazer? 
1. Participar da Licitação. 
2. Procurar aprender, ganhando processo de valores baixos ou concorrendo em 
itens da Licitação e progressivamentepartir para Licitações de valores maiores 
ou com gestão de contratos. 
3. Repetir o processo para tornar a compra governamental uma fonte recorrente de 
lucro, com baixo risco. 
 
Nesta análise, a MPE poderá, com segurança, identificar se deverá seguir no Edital ou 
tomar medidas adicionais para diminuir o risco de sua participação no processo de 
Licitação. 
 
 
 
25 
 
2. COTAÇÃO ELETRÔNICA (DISPENSA POR LIMITE DE VALOR). 
 
Sr. Francisco: - “Agora vamos ler o resumo do Processo por Dispensa que será feito 
por Cotação Eletrônica. Vamos ver novamente, após analisarmos os riscos, se vale a 
pena participarmos dessa oportunidade.” 
 
Resumo do Processo por Dispensa Eletrônica que será feito por Cotação Eletrônica: 
Necessita-se de uma aquisição por Dispensa Eletrônica no valor total máximo de 
R$8.000,00, composta de vários itens (papel A4, lápis, borracha, canetas, etc.). 
 
Sr. Francisco: - “Com este pedido de Cotação Eletrônica pretendo apresentar 
propostas e lances para apenas um item: Papel A4 no valor de R$200,00 (duzentos 
reais). Mas nós precisamos fazer uma nova Análise de Risco para efetivamente fazer 
a proposta.” 
 
 
 
26 
 
Data: 29/02/2012. 
Edital: Cotação Eletrônica (dispensa de limite de valor). 
Valor: R$8.000,00. 
Equipe: Francisco, Zito, Elza, Lúcia e João. 
Marque “X” na resposta 
mais apropriada para este 
processo de Licitação. 
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCO SIM NÃO NÃO SEI 
1) Conseguiremos fornecer o Material / Serviço no Prazo? X 
2) Ao analisarmos algumas variáveis que não dependem de 
nós, como, sazonalidade, safra, disponibilidade de matéria 
prima, etc., perguntamos: teremos condições de suprir essas 
restrições com nosso próprio recurso para atendermos ao 
pedido caso sejamos declarados vencedores? 
X 
3) Os custos de transporte, mão de obra, impostos, embalagem 
e outros indiretos de qualquer natureza estão inclusos no preço 
que pretendemos praticar? 
X 
4) Será que nós entendemos exatamente o que teremos de 
entregar, em que prazo, em qual local e com que nível de 
qualidade? Teremos condições de substituir algum produto, ou 
todos, se eles não forem aceitos pelo comprador? 
X 
5) Qual o nosso preço mínimo para esta oferta? O preço 
mínimo cobre todos os custos? (Nunca reduza o valor da oferta 
abaixo do preço mínimo decidido em conjunto). 
X 
6) Conseguiremos sobreviver se ocorrer atraso no pagamento? 
E se este atraso for maior do que seis meses? 
X 
7) Conseguiremos nos comprometer com essa entrega sem 
prejudicar o dia a dia da Organização / Empresa / Produção? 
X 
8) Podemos fazer a entrega sem comprometer a matéria-prima 
dos outros pedidos? 
X 
9) Conhecemos claramente quais são os passos para receber o 
dinheiro?(O Órgão para o qual pretendemos fornecer está 
pagando em dia? Se não está, atrasa quanto tempo? Alguns 
dias? Meses?). 
 X 
10) Conseguiremos tocar o nosso dia a dia e manter todos os 
impostos pagos (em dia) durante todo o contrato? (Sabendo 
que isso é condição para receber os pagamentos junto aos 
compradores públicos?). 
X 
TOTAL 9 0 1 
RISCO BAIXO = CONCORRER NA LICITAÇÃO 
 
 
27 
 
A papelaria poderia participar de pelo menos um processo deste sem risco por 
semana, que já seria uma boa entrada de novos recursos e uma excelente 
oportunidade de negócios, enquanto aprende e domina os processos mais complexos 
que exijam gestão de contratos. 
Sr. Francisco: - “Vocês percebem alguma mudança entre esta análise e a anterior?” 
“- Notem que as perguntas do formulário são as mesmas, somente mudamos agora: 
a) O tipo de Licitação; 
b) O volume de produto; 
c) O grau de responsabilidade envolvido.” 
Sr. Francisco: - Verifiquem que agora, após o nosso preenchimento dos formulários 
de avaliação de risco, notamos que se apresentarmos proposta e lances para apenas 
um item do Pedido de Cotação Eletrônica, utilizando o processo de Dispensa por 
Limite de Valor, o nosso risco é baixo. 
Zito: - “Entendi, mas alerto que, além destes fatores, há os de nossa responsabilidade 
como fornecedora. Para estarmos aptos a recebermos nosso pagamento, precisamos 
estar com a nossa situação fiscal regular.” 
Elza: - “Concordo com você, Zito! Participar das Licitações Públicas é uma atividade 
das empresas que possuem condições efetivas para manter todos os impostos em 
dia. Esta é uma condição para que qualquer ente Federal, Estadual, Distrital ou 
Municipal realize os pagamentos.” 
João: - “Mas... mãe, mesmo apresentando uma certidão com restrições, podemos 
concorrer e até ganharmos a Licitação, contudo, para recebermos o pagamento, 
deveremos regularizar nossa situação. Correto?” 
Elza: - “Correto, meu filho! Porém o nosso objetivo final como fornecedor não é 
sermos declarados vencedores, mas, sim, após isso, realizarmos a entrega dos 
produtos e serviços, recebendo os recursos com uma margem de lucro.” 
 
28 
 
Sr. Francisco: - “Concordo com vocês! Por isto, a finalidade da Análise de Risco é 
possibilitar que nós possamos efetivamente nos preparar para fornecermos com êxito 
para a Administração Pública. E esta planilha é um instrumento eficaz de análise 
criada pelos analistas para nos auxiliar sobre a melhor decisão.” 
Lúcia: - “Por isto é importante analisarmos vários oportunidades e editais antes de 
decidir por participar de algum deles.” 
Zito: - “Concordo, pois se antes de participarmos do primeiro processo de Licitação 
tivéssemos realizado a análise de risco, o resultado poderia ter sido outro.” 
 
Agora você sabe que o risco é determinado em grande parte pelo objeto da Licitação 
e pela capacidade da MPE em atendê-lo sem comprometer o funcionamento do dia a 
dia da empresa. 
 
O próximo passo agora é tratar profundamente e detalhadamente o Capítulo V do 
Acesso aos Mercados da Lei nº 123/06, que trata dos benefícios da MPE na Licitação 
Pública. 
 
 
 
29 
 
UNIDADE 2 
A MPE NA LICITAÇÃO PÚBLICA: CAPÍTULO V DA LEI Nº 123/06. 
 
Veja agora a segunda unidade do Módulo 2, sobre a MPE na Licitação Pública – 
Conhecer as Leis para Controlar os Riscos. 
Nesta exposição serão apresentados os artigos da Lei nº 123/06 que são 
autoaplicáveis. 
Os artigos que dependem de regulamentação ficaram para a próxima unidade. 
Fique atento! 
A partir de agora, estudaremos mais detalhadamente os procedimentos 
indispensáveis para o fornecimento com êxito para a Administração Pública. 
Nesta primeira etapa, trataremos dos aspectos dos procedimentos de Licitação 
aplicáveis às MPE, válidos para todos os processos de Licitação executados no 
território nacional. 
 
 
 
30 
 
MPE NA LICITAÇÃO PÚBLICA: CONHECER A SI MESMO E AS 
LEIS PARA CONTROLAR OS RISCOS. 
 
Há uma legislação específica que define a participação de uma MPE em um Processo 
Licitatório. A Lei Complementar nº 123/06 garante benefícios às MPE nas Licitações 
Públicas. 
A finalidade de pontuar tais benefícios tem o propósito de que os participantes se 
conscientizem do volume de recursos e da necessidade de sua regulamentação para 
viabilizar o que já está garantido pela legislação. 
Agora será apresentado um arcabouço legal que garante a participação com 
vantagens da MPE na Licitação Pública, com especial enfoque na Lei nº 123/06. 
Neste módulo será apresentado o conjunto de Leis que impactam sobre as MPE e 
seus procedimentos para tornar-se fornecedor da Administração Pública. 
Para se tornar um fornecedor em potencial, as MPE devem conhecer e compreender 
os termos e os processos descritos na legislação. 
No caso da Lei nº 123/06 é fundamental compreender quais são seus benefícios, 
onde estão descritos, quais são autoaplicáveis e quais necessitam de 
regulamentação. 
Teremos duas partes, uma dedicada aos mecanismos autoaplicáveis da Lei e outra 
dedicada aos mecanismos que necessitam ser regulamentados, que veremos na 
próxima unidade. 
Serão apresentados os principais aspectos da legislação sobre ComprasGovernamentais relativas à participação das MPE. 
É sugerido que reflitam sobre os exemplos que serão dados, buscando adaptá-los à 
sua realidade. 
 
31 
 
Os exemplos utilizados no curso são casos concretos que envolvem a União, tendo 
em vista que ela já regulamentou quase todos os procedimentos e benefícios para as 
MPE. 
Os riscos são controlados com pequenas ações, como buscar ganhar dinheiro com 
segurança em Licitações com valores menores. 
Outra ação é, depois de adquirir experiência e segurança com a prática de Licitação, 
começar a participar de outras modalidades de Licitação. 
Encarar o fornecimento para a Administração Pública como uma nova oportunidade 
para o seu negócio é uma interessante estratégia. 
LEGISLAÇÃO DA LICITAÇÃO PÚBLICA. 
 8.666/93 – Lei de Licitações e Contratos. 
 10.520/02 – Lei do Pregão. 
 123/06 – Lei Geral das MPE (com alterações da Lei nº 128/08). 
Este conjunto de Leis precisam ser conhecidas e interpretadas pelos empreendedores, 
pois são a base de todos os procedimentos licitatórios. 
A íntegra deste conjunto de Leis pode ser encontrada no site: 
www.comprasnet.gov.br. 
Toda compra pública estará obrigatoriamente regulamentada por um desses 
dispositivos legais. 
As Leis nº 8.666/93 e nº 10.520/02 definem quais são as “regras do jogo” no 
processo de Licitação Pública. Os Órgãos compradores são obrigados a segui-las. 
As Leis nº 123/06 e nº 128/08 criam mecanismos que regularizam, favorecem e 
priorizam a participação das MPE. 
http://www.comprasnet.gov.br/
 
32 
 
A Lei nº 128/08, cria a figura do Empreendedor Individual e disciplina a sua forma de 
operação. Esse passa a ser um novo ator no cenário da aquisição pública brasileira. 
O objetivo é ampliar a competitividade e fazer com que o processo de compra 
governamental funcione como uma política de Estado, que garanta o desenvolvimento 
do país por meio do estímulo às MPE. 
LEI DE LICITAÇÕES: Lei nº 8.666/93. 
 Cria as modalidades de Concorrência, Tomada de Preços e Convite. 
 Estipula as condições de Dispensa e Inexigibilidade de Licitação. 
 Disciplina os procedimentos de celebração e execução dos contratos. 
 Apresenta as sanções, os crimes e as penas. 
A Lei nº 8.666/93 apresenta os procedimentos tradicionais de Licitações. Nela estão 
descritos os ritos operacionais das compras, bem como as sanções e penalidades 
previstas para ações ilegais caracterizadas como crime pela legislação, praticada por 
qualquer um dos sujeitos envolvidos na Licitação. 
Descumprir o rito processual poderá causar não apenas a impugnação da Licitação, 
mas também o cumprimento de pena de reclusão, por ambas as partes, dependendo 
da gravidade da ação criminal. 
A Lei nº 8.666/93 é o alicerce dos procedimentos de compras governamentais. Ela 
estrutura as modalidades, bem como seus procedimentos para todas as necessidades 
de compras possíveis para a Administração Pública. Ela é utilizada desde as compras 
mais simples, como lápis e papel, até para a contratação da construção de uma usina 
hidroelétrica. 
A Lei nº 8.666/93 vai ampliando o grau de complexidade do procedimento licitatório 
e da sua forma de gestão de acordo com o grau de complexidade do bem ou do 
empreendimento que está sendo adquirido. Assim, ela estabelece mecanismos 
diferenciados para os diferentes tipos de aquisição ou contratação. 
 
33 
 
Como exemplo, a contratação da construção de uma usina hidroelétrica exigirá a 
execução de um contrato. Já a aquisição de lápis e papel poderá ser de entrega 
imediata, não exigindo a necessidade de celebração de um contrato. 
A necessidade de aquisição de produtos ou de contratação de serviços é que 
determina o tipo de aquisição, os prazos de divulgação, os documentos exigidos, bem 
como seus valores e tetos máximos. 
O teto dos valores para a realização de obras e serviços de engenharia é maior do que 
para aquisição de bens e serviços. Assim o teto das necessidades, seja de aquisição 
de produtos ou contratação de serviços, determinam a modalidade de Licitação a ser 
utilizada. 
Como exemplo, a modalidade “Convite” poderá ser aplicada para as compras de bens 
e serviços comuns até R$80.000,00 ou para obras e serviços de engenharia até 
R$150.000,00. Acima desses valores deverá ser utilizada a modalidade “Tomada de 
Preços”. 
LEI DO PREGÃO: Lei nº 10.520/02. 
 Cria a modalidade Pregão Presencial ou Eletrônico. 
 Funciona como um leilão reverso. 
 Procedimento de compra para bens e serviços comuns. 
 Permite negociação para valores mais baixos. 
 Inverte a fase de habilitação. 
A Lei nº 10.520/02 é a que cria a modalidade “Pregão” e o torna disponível para 
estados e municípios. Antes dessa Lei, o Pregão era um procedimento licitatório 
restrito à União e vinha sendo regulamentado por sucessivas medidas provisórias. 
Diferente da Lei nº 8.666/93, o Pregão não possui limites de valor para a contratação 
de serviços e nem para a aquisição de produtos. Ou seja, esta modalidade “Pregão”, 
 
34 
 
pode ser utilizada para uma compra de valores baixos ou para compras de grandes 
vultos. 
Compras de pequeno valor, até R$8.000,00 (ou R$16.000,00 para consórcios 
públicos, sociedade de economia mista e outros Órgãos declarados como agências 
executivas), são realizados por Dispensa de Licitação (conforme descrito na Lei nº 
8.666/93) e não por Pregão. As opções de dispensa são as previstas nos Incisos I e II 
do Artigo 24 da Lei nº 8.666/93. 
A modalidade “Pregão” é exclusiva para a aquisição de bens e serviços comuns, Ou 
seja, apenas para produtos e serviços amplamente disponíveis no mercado e para os 
quais a decisão possa ser tomada tendo em vista apenas o menor preço. 
O Pregão é a única modalidade que permite aos fornecedores baixarem os preços 
sucessivamente. 
O PREGÃO é um processo composto de duas fases: 
1) Propostas; 
2) Lances. 
Em comparação, enquanto no Pregão há lances nas outras modalidades, 
estabelecidas pela Lei nº 8.666/93, após a abertura dos envelopes não há mais o que 
fazer. O valor apresentado no envelope é o valor que ficará registrado como válido. 
Na fase de propostas do Pregão, os fornecedores possuem um período mínimo de 8 
dias para a preparação de sua oferta. Finalizando esse prazo, o Pregoeiro e sua equipe 
de Apoio, que são os funcionários do Órgão comprador responsáveis pelo processo 
licitatório, realizam a abertura das propostas e a classificação. Em seguida, as que 
estiverem de acordo com o descrito no Edital são encaminhadas para a fase de 
lances. 
Na fase de lances, os fornecedores apresentarão suas ofertas com valores mais 
baixos até que se chegue ao valor mínimo da fase de competição. Nesse momento, o 
 
35 
 
Pregoeiro poderá fazer sucessivas intervenções para que os fornecedores baixem 
ainda mais os preços. O Pregoeiro tem a função de negociador. Ele sempre tentará 
conseguir a condição mais vantajosa para a Administração Pública. 
Apesar do Pregoeiro sempre se posicionar a favor da redução do preço, o fornecedor 
não é obrigado a baixar o preço. Ele deverá reduzir apenas até o valor em que sinta 
que possui condições objetivas de ofertar os produtos e obter lucros. 
O fornecedor precisa estar preparado para o piso que consegue competir (o valor 
mais baixo definido em sua análise de risco). 
O Fornecedor precisa calcular previamente o piso para cada um dos produtos que for 
concorrer e que esse procedimento deverá ser feito no momento da elaboração da 
proposta. 
É muito arriscado para o fornecedor entrar em um processo de Pregão sem que seja 
definido previamente qual é o valor mínimo que a MPE estará disposta a concorrer 
para cada um dos itens. O fornecedor não deverá ceder por impulso e reduzir seu 
valor de forma a ter prejuízo. 
Há procedimentos distintos para participar da Modalidade de Pregão Presencial e 
Eletrônico. 
No Pregão Presencial apenas os 3 fornecedores que estiverem até 10% acima do 
menor lance serãochamados para participar da fase de lances. 
No Pregão Eletrônico todos os fornecedores que apresentaram propostas e estão com 
os demais documentos (como planilhas de custos, etc.) de acordo com o apresentado 
no edital, poderão participar da fase de lances. 
 
 
 
36 
 
LEI DAS MPE: Lei Geral nº 123/06: 
Capítulo V – Acesso aos Mercados. 
A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas – LC 123/06 trata de vários aspectos 
relacionados às questões fiscais, tributárias, previdenciárias e muitos outros 
assuntos, ou seja, da sua existência e funcionamento. 
Nesta Lei em especial, foi criado um capítulo específico para tratar do fornecimento 
para a Administração Pública. O Capítulo V – Do Acesso aos Mercados. 
A Lei nº 123/06 estabelece (Capítulo V): 
 Benefícios exclusivos para as MPE participarem das Licitações. 
 Prazo adicional para regularização fiscal. 
 Vantagens em caso de desempate. 
 Procedimentos licitatórios diferenciados ou exclusivos. 
É muito importante a Lei Geral das MPE, Lei nº 123/06 que estabelece os princípios e 
normas para o seu funcionamento, bem como para participar com condições 
diferenciadas nos processo de Licitação Pública. 
ARTIGOS E CONTEÚDOS DA LEI: 
 Artigos 42 e 43: tratam da regularidade fiscal. 
 Artigos 44 e 45: estabelecem critérios para o empate. 
 Artigo 46: Cédula de Crédito Microempresarial. 
 Artigo 47 e 48: cria benefícios específicos: 
Tipo I – Licitação exclusiva de até R$80.000,00. 
Tipo II – 30% subcontratação de MPE e pagamento direto. 
Tipo III – 25% em lotes para MPE. 
 Artigo 49 – quando não aplicar os benefícios dos Artigos 47 e 48. 
 
37 
 
Este módulo aprofundará os Artigos, do nº 42 até o nº 49, da Lei nº 123/06 que 
tratam especificamente sobre os benefícios oferecidos às MPE no fornecimento para 
as Administrações Públicas: Federal, Distrital, Estadual e Municipal. 
São 8 artigos, autoexplicativos e de fácil entendimento, e que serão apresentados 
com a finalidade de que a MPE se conscientize sobre seus direitos numa Licitação 
Pública. 
A Lei nº 123 (sobre a aplicação dos Artigos). 
Aplicação obrigatória: 
 Artigos 42 ao 45, que estabelecem a regularidade fiscal, o favorecimento em 
caso de empate. 
 Artigo 49, que estabelece quando os benefícios dos Artigos 48 e 49 não serão 
aplicados. 
Dependem de regularização: 
 Artigo 46, que trata da Nota de Crédito Microempresarial. 
 Artigos 47 e 48, que estabelcem benefícios específicos (Licitação exclusiva para 
até R$80.000,00 e subcontratação). 
Os benefícios dos Artigos 42 a 45 são autoaplicáveis e obrigatórios, válidos, 
portanto, para as modalidades de Licitação. 
Os benefícios dos Artigos 47e 48 necessitam de regulamentação dos diferentes entes 
da federação, sendo de aplicação facultativa. 
O Artigo 46 prevê o benefício da nota de crédito microempresarial, que ainda não foi 
regulamentado para que possa fazer valer seus efeitos. 
O Artigo 49 prevê os casos em que apenas os benefícios descritos nos Artigos 47 e 
48 não serão aplicáveis. 
 
38 
 
APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA: 
Artigos 42, 43, 44, 45 e 49 da Lei nº 123/06. 
Serão apresentados inicialmente e em detalhes os artigos que são autoaplicáveis e 
depois os artigos que ainda dependem de regulamentação. 
Agora saiba mais detalhes sobre os artigos 42, 43, 44, 45 e 49 da Lei nº 123/06. 
ARTIGO 42 (Lei nº 123/06): 
 Estimula a participação da MPE na Licitação Pública ao exigir a comprovação da 
regularidade fiscal somente na assinatura do contrato. 
O que se entende por regularidade fiscal é a apresentação de toda a documentação 
que comprove que a empresa está em dia com todos os tributos Federais, Estaduais, 
Distritais (para o Distrito Federal) e Municipais. 
A verificação da regularidade fiscal é, às vezes, feita parcialmente pelos Órgãos 
compradores. Por exemplo, a União somente exige a comprovação de quitação dos 
tributos federais, os Estados verificam a exigência dos tributos Federais e Estaduais / 
Distritais e os Municípios são obrigados a validar a regularidade de todos os tributos: 
Federais, Estaduais e Municipais. 
Há discussões jurídicas sobre o tema, ainda não pacificadas. No entanto, a MPE 
deverá estar atenta a quais são os documentos de regularidade fiscal que deverão ser 
apresentados para cada órgão comprador. 
O conhecimento prévio sobre a qual ente federado a MPE pretende fornecer indica 
quais serão os documentos fiscais. Mesmo assim, é importante destacar que tais 
informações deverão constar, obrigatoriamente, no Edital de Licitação. Se os 
documentos não estiverem descritos a MPE poderá questionar. 
 
39 
 
A melhor alternativa para evitar problemas é manter a regularidade fiscal de todos os 
entes da Federação, tendo como comprovar de maneira simples o pagamento de 
todos os tributos Federais, Estaduais / Distritais e Municipais. 
A Lei nº 123/06 é muito importante, porque antes da sua aprovação, a MPE que 
possuísse dívidas tributárias precisaria quitar ou negociar a dívida primeira, para 
depois participar da Licitação. Ou seja, a irregularidade fiscal em qualquer nível, antes 
da LC 123/06, era um fator de exclusão da MPE. 
Atualmente ela somente será exigida para fins da assinatura do contrato. Ou seja, a 
MPE poderá participar do processo de Licitação mesmo com a dívida, mas deverá 
regularizá-la no momento da formalização da contratação. 
ARTIGO 43 (Lei nº 123/06): 
 As MPE deverão apresentar toda a documentação exigida mesmo que possuam 
algum tipo de restrição. 
Um ponto muito importante é o de apresentar todos os documentos exigidos no 
edital, mesmo que eles estejam vencidos. 
Assim como os demais fornecedores, a MPE deverá apresentar todas as certidões 
solicitadas, mesmo que com restrições. Pois mesmo com restrições poderá participar. 
A MPE não poderá participar se não houver certidão, ocasionando, por consequência, 
a desclassificação da sua proposta e a perda da oportunidade de concorrer à 
Licitação. 
PRAZOS E DOCUMENTAÇÃO (§ 1º do Artigo 43 da Lei nº 123/06): 
A MPE terá até 2 dias, prorrogáveis por mais 2 a critério da Administração Pública, 
para regularizar a documentação: 
 Pagar ou parcelar o débito; 
 Apresentar as certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativas. 
 
40 
 
Veja agora esclarecimentos sobre a diferença entre “certidão negativa” e “certidão 
positiva, com efeito de negativa”. 
Na “certidão negativa”, o Órgão atesta que não existem débitos referentes à empresa 
consultada, enquanto que na “certidão positiva, com efeito de negativa”, o órgão 
atesta que existem débitos, mas que eles estão parcelados e que vêm sendo pagos 
em dia. Portanto, É importante destacar que mesmo com débitos, a MPE estará apta 
participar da Licitação. A certidão, portanto, mesmo sendo positiva, terá efeito de 
negativa. 
Esse aspecto é importante pois, caso a MPE deve tributos à União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios, ela poderá efetuar o parcelamento do débito e, a partir de 
então, terá condições objetivas de comprovar a regularidade fiscal e de participar das 
Licitações, mesmo sem ter pagado toda a dívida. 
Essa é uma estratégia para garantir maior fluxo de caixa e evitar, por outro lado, que 
os pagamentos da Administração Pública não ocorram (atrasem) por problemas de 
regularidade fiscal. 
Um erro muito frequente e que causa prejuízo é confundir prazos com isenção. É fato 
que a MPE possui o prazo de dois dias para regularizar a sua certidão, prorrogáveis 
por mais dois dias, mesmo que apresente certidões com restrição. Jamais ou em 
hipótese alguma haverá dispensa de certidão. 
As MPE que pretendem participar ativamente de Licitações Públicas, transformando-
as em um novo canal de negócios, precisam criar o hábito de manter a regularidade 
fiscal em dia, pois ela é pré-requisito para o recebimento dos pagamentos. 
As MPE devem contar com esse prazo adicional apenas para sanar alguma 
eventualidade e não considerá-locomo o momento de pensar na regularidade fiscal. 
Deixar para pensar na certidão após se sagrar vencedora do processo licitatório pode 
ser um erro fatal. 
 
41 
 
Outro importante aspecto de se manter sempre atualizadas as certidões é não 
depender da agilidade dos Órgãos emissores de certidões, que, devido ao excesso de 
burocracia e outros problemas, como greves, podem ocasionar a demora na 
renegociação e também na emissão dessas certidões. 
Caso a MPE possua alguma restrição, ela terá tempo para regularizá-la. Mesmo 
ultrapassando o período previsto, ela deverá requerer por escrito a ampliação do 
prazo ao Órgão. E essa solicitação poderá ser aceita ou não pelo Órgão. 
Na maioria das vezes, sempre que há solicitação de prorrogação de prazo pelas MPE 
aos Órgãos da Administração Pública Federal, ela é automaticamente aceita. Isso está 
garantido no Decreto nº 6.204/07, que estabelece este procedimento para todos os 
Órgãos da Administração Pública direta, Fundos Especiais, Autarquias, Fundações 
Públicas, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e demais entidades 
controladas direta ou indiretamente pela União. 
Há dois casos em que a Administração Pública Federal não concede prorrogação: 
1) Quando há urgência na contratação; 
2) O prazo solicitado não foi devidamente justificado (conforme o § 3º do Artigo do 
Decreto nº 6.204/97). 
Os Estados e Municípios deveriam criar instrumentos ou regulamentos próprios para 
disciplinar a questão, sendo-lhes obrigatória a concessão de dois dias e facultativa, de 
acordo com o descrito em seus regulamentos próprios, a concessão de mais dois dias 
para a regularização da documentação. 
 
Além de a MPE correr o risco de perder o negócio devido à ausência de certidões, ela 
poderá, inclusive, ser penalizada, como veremos a seguir. 
 
 
42 
 
Se a MPE se compromete e não regulariza ... 
... perde o direito de ser contratada e sofrerá sanções conforme justifica o Artigo 81 
(Lei nº 8.666/93): “(...) caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, 
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.” 
Se a MPE não conseguir regularizar a documentação, ela perderá o direito de ser 
contratada. Isso não impedirá ainda que a Administração Pública aplique sanções à 
empresa. 
Há um conjunto de sanções e penalizações que poderão ser aplicadas à MPE ou a 
qualquer empresa que, na condição de Licitante, não cumpra com as obrigações 
assumidas. Está previsto que a MPE poderá ser sancionada e a Administração poderá 
convocar os demais colocados. 
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS (Artigos 86 e 87 da Lei nº 8.666/93): 
 Advertência; 
 Multa (e a possível rescisão do contrato); 
 Suspensão temporária de participação em Licitação (2 anos) ou (5 anos) no 
Pregão (conforme estabelece a Lei nº 10.520/02); 
 Declaração de inidoneidade. 
Para todas essas sanções, qualquer empresa sempre terá o direito a defesa prévia Lei 
nº 8.666/93. 
É muito importante que a MPE saiba qual é o grau de responsabilidade de suas ações 
e os compromissos que estará firmando ao se vincular a um contrato com a 
Administração Pública. 
As MPE precisam conhecer detalhadamente os procedimentos em Licitações, manter 
uma postura firme e ética, para fornecer com perfeição para a Administração Pública. 
Pois, diante de qualquer eventualidade, precisa se defender da abertura de qualquer 
processo, seja administrativo ou criminal. 
 
43 
 
Novas oportunidades trazem consigo responsabilidades e obrigações que precisão ser 
cumpridas e as MPE precisam estar cientes disso. 
Saiba agora mais detalhes sobre os Artigos 93 a 95 da Lei nº 8.666/93 que tipificam 
quais são os crimes e suas respectivas penas. 
PENALIDADES (Lei nº 8.666/93) 
ARTIGOS CRIMES PENAS 
93 
Impedir, perturbar ou 
fraudar a realização de 
qualquer ato de 
Procedimento Licitatório. 
Detenção, 
de 6 (seis) a 2 (dois) anos e 
multa. 
94 
Devassar o sigilo de sua 
proposta apresentada em 
Procedimento Licitatório 
ou proporcionar a terceiro 
ensejo de devassá-lo. 
Detenção, 
de 2 (dois) a 3 (três) anos e 
multa. 
95 
Afastar ou procurar afastar 
Licitante, por meio de 
violência, grave ameaça, 
fraude ou oferecimento de 
vantagem de qualquer 
tipo. 
Incorre na mesma pena, 
quem se abstém de licitar 
em razão de vantagem 
oferecida. 
Detenção, 
de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos e multa, 
além de pena 
correspondente à violência. 
 
 
44 
 
Apesar de ser improvável que um Licitante seja preso ao tentar participar de um 
processo de Licitação, isso é um fato que pode ocorrer, caso ele tenha 
comportamento contrário ao estabelecido na lei. Isso demonstra ainda mais o grau de 
responsabilidade que é apresentar suas ofertas para a Administração Pública. 
É importante que a MPE aprenda a participar de Licitações, controlando seus riscos e 
atuando sempre dentro da Leu. Essa é a única forma de se agir, pois qualquer 
excesso ou desvio poderá acarretar sérios problemas que irão além dos de natureza 
financeira. 
ARTIGO 44 (Lei nº 123/06): 
Estabelece novo critério para caracterizar o empate, se a MPE apresenta proposta: 
 Igual ou até 10% superior à proposta mais bem classificada (§ 1º); 
 No Pregão, de até 5% superior ao melhor preço (§ 2º). 
O Artigo 44 demonstra a tomada de posição da Administração Pública em favor da 
MPE. A legislação estabelece um novo critério para caracterizar o empate e outros 
para o desempate, prolongando, inclusive, o processo licitatório. 
Os parágrafos 1º e 2º do Artigo 44 apresentam justamente a questão dos valores 
10% acima da proposta mais bem colocada (e dos 5% para o caso do Pregão) para 
que as MPE tenham direito ao desempate. 
Uma das principais vantagens para as MPE, válida de forma automática, sem 
necessidade de regulamentação, para todas as modalidades de Licitação, é a criação 
do Empate Ficto. O empate fictício, pois, a partir de agora em todas as modalidades 
de Licitação as MPE terão a chance de passar à frente antes da formalização do 
vencedor do certame licitatório. 
Na realidade, a legislação cria uma situação de empate onde não existiria. E, por isso, 
a MPE, tendo apresentado uma oferta maior, esta será considerada como empate 
caso esteja concorrendo com uma média ou grande empresa. Caracterizado o 
 
45 
 
empate, a MPE terá direito a fazer uma oferta de menor valor e poderá, com isso, 
sagrar-se vencedora. Isso é válido para todas as modalidades de Licitação. 
A preferência à contratação da MPE fica clara e inquestionável por meio desse 
mecanismo. 
A legislação estabelece como deve ser considerado e calculado esse empate. 
Variando em 10% acima da proposta mais bem classificada para todas as 
modalidades de Licitação e 5% para os casos em que for Pregão. 
Dessa forma, em qualquer procedimento de Licitação, há uma nova fase, a de 
desempate da MPE. Assim, todo processo licitatório que tenha uma MPE concorrendo 
com uma média ou grande empresa, o rito licitatório é paralisado e efetua-se primeiro 
o desempate. 
Será dada uma chance de a MPE apresentar sua proposta de menor valor, a fim de 
cobrir o valor da proposta mais bem classificado, caso a MPE esteja nos limites de 
10% acima ou 5% para o Pregão. 
O Artigo 45 estabelece como a MPE deve agir no caso de empate. Para melhor 
ilustrar estes procedimentos não seguiremos a ordem dos Incisos, mas efetivamente 
os passos que a MPE deve dar em caso de empate ao participar de um Pregão 
Eletrônico. 
ARTIGO 45 (Lei nº 123/06): 
 Estabelece o procedimento para o desempate. 
 A MPE melhor classificada poderá apresentar proposta de preço inferior àquela 
considerada vencedora do Certame (Inciso I). 
A Lei no Artigo 45 estabelece os procedimentos que devem ser seguidos ao se 
caracterizar o empate, revelando que esse mecanismo corresponde à criação de um 
instrumento novo de benefício para as MPE. 
 
46 
 
O principal ponto do Inciso primeiro é que ele apresenta que o benefícioé recorrente 
“àquela considerada vencedora do certame”. Ou seja, sempre antes de contratar o 
vencedor do certame, seja quem for o vencedor do certame no momento, deverá ser 
verificado pela Comissão Licitatória, ou pelo Pregoeiro e sua Equipe de Apoio, se há 
condição de desempate das MPE. 
Este ciclo deverá ocorrer quantas vezes for necessário, portanto, de forma recorrente. 
Vejamos alguns exemplos práticos. 
Como exemplo, um caso mais comum é aquele em que a MPE com o valor mais 
próximo do vencedor do certame e até 10% acima desse preço (ou 5% para o 
Pregão) apresentará a sua proposta, podendo ser declarada vencedora caso apresente 
uma proposta de preço inferior à vencedora do certame. Esse é um caso da aplicação 
normal e comum deste benefício. 
Nos procedimentos licitatórios do Pregão Presencial a atenção dos concorrentes ao 
certame deve ser redobrada, pois muitos Pregoeiros, às vezes, por desconhecimento 
da LC 123/06, pulam essa fase e não realizam o desempate das MPE. 
Quando o processo licitatório não segue rito obrigatório, a MPE participante do 
certame deverá imediatamente entrar com recurso contra a Administração Pública 
apresentando seus motivos. 
 
Analisaremos como se aplicam os Artigos 44 e 45 na simulação de dois casos na 
modalidade “Pregão Eletrônico” para que todos tenham a oportunidade de visualizar o 
funcionamento deste sistema eletrônico e percebam como devem agir neste ambiente 
virtual. 
 
Agora será avaliado o cenário de um Pregão Eletrônico em que a classificação final da 
fase de lances se deu nesta seguinte ordem: 
 
47 
 
EXEMPLO DE EMPATE NO PREGÃO 
GRANDE EMPRESA 1 Lance de R$100,00 
MPE 1 Lance de R$104,00 
GRANDE EMPRESA 2 Lance de R$120,00 
MPE 2 Lance de R$121,50 
MPE 3 Lance de R$125,00 
 
A MPE 1 terá o direito de realizar uma oferta menor que o valor apresentado pela 
grande empresa por estar com lance até 5% acima da melhor oferta. 
ANÁLISE DOS LANCES E PROCEDIMENTOS. 
Análise: 
 Melhor lance – Empresa 1 = valor R$100,00. 
 Melhor lance – MPE 1 = valor R$104,00. 
Procedimento: 
 É caracterizado empate e a MPE 1 será convocada no prazo de 5 minutos para 
apresentar proposta inferior a R$100,00. 
Resultado: 
 Se apresentar R$99,99, será considerada a vencedora da Licitação. 
Todos devem conhecer os procedimentos licitatórios do Pregão e seus prazos, para 
que possam concorrer, a fim de que saiam vitoriosos do certame. Considerando que o 
procedimento de desempate poderá aguardar dois dias, prorrogáveis por mais dois 
dias para a MPE apresentar os seus documentos, as demais MPE deverão ficar 
atentas para que exerçam também seu direito de preferência ao final desse prazo que 
será concedido pela Administração Pública. 
 
48 
 
Caso a primeira MPE não apresente a documentação de regularidade fiscal no prazo 
estabelecido, o Pregoeiro marcará uma nova data para que seja realizada a 
continuação do processo. Vale frisar que, caso existam mais MPE no limite dos 5%, 
será, então, dada a cada uma delas, ao seu tempo, o direito dos 5 minutos para 
apresentar um lance abaixo do valor ofertado pela grande empresa. Se a MPE não 
estiver na sala do sistema eletrônico (ou seja, conectada no aplicativo de compras) 
ela perderá esse direito e será consultada a próxima MPE que atenda a todas as 
condições estipuladas pela lei. 
O tempo determinado para o Pregão é válido independentemente de estar 
participando do processo presencial ou eletrônico. O Pregão pretende ser um 
procedimento ágil e rápido. Portanto, a MPE precisará ficar atenta ao procedimento 
eletrônico para não perder sua chance de realizar o desempate a seu favor. 
A preclusão pode ser entendida como a perda do direito de realizar um determinado 
ato processual, no caso, o de efetuar a proposta de valor inferior. 
As MPE precisarão ficar em alerta ao final da fase de lances aguardando as ações do 
Pregoeiro. Caso elas estejam dentro do percentual de 5% acima da empresa mais 
bem classificada, elas poderão ser convocadas para apresentar o seu lance. No 
entanto, não há como saber qual será a primeira MPE a ser chamada. A informação 
do menor lance sempre é disponível para todos. 
Uma estratégia que a MPE pode utilizar é a de ofertar lances para concorrer ao 
segundo lugar na classificação. As ferramentas eletrônicas atualmente permitem que 
ela faça um lance abaixo de seu último lance, mesmo que seja um valor acima do 
menor valor do Pregão no momento. Assim, seus novos lances poderão sempre se 
ajustar à margem de 5% acima do preço vigente na sala que estará garantindo o 
acesso ao direito do Desempate caso o primeiro colocado seja uma grande ou média 
empresa. 
 
49 
 
O procedimento de desempate no prazo de 5 minutos deverá ser descrito pelo 
Pregoeiro e Equipe de Apoio no caso dos pregões presenciais. Caso não sejam 
garantidos esses direitos à MPE, ela poderá entrar com recurso justificando os pontos 
que discorda e apresentando a fundamentação jurídica presente na lei. 
Até quando o mecanisco de desempate se mantém? 
 O mecanismo de desempate se mantém enquanto não ocorrer a contratação da 
MPE. 
 Serão convocadas, enquanto houver, as MPE remanescentes para usufruírem do 
direito de fazerem lances abaixo do oficialmente apresentado (Inciso II do Artigo 
4º da Lei nº 123/06). 
A Lei apresenta que o benefício será aplicado de forma recorrente enquanto houver 
empresas dentro dos percentuais que a permitam efetuar um lance abaixo do 
apresentado pela empresa vencedora do certame. 
EMPATE ENTRE MPE (Inciso II do Artigo 45 da Lei nº 123/06): 
Se as MPE participantes do processo licitatório apresentarem valores equivalentes, a 
legislação orienta a realização de sorteio para que seja definida qual MPE terá o direito 
ao desempate. 
Novamente, a legislação apresenta que o direito não será simultâneo a todas as MPE, 
mas, sim, somente àquela com o menor valor. Portanto, no caso do empate entre 
MPE, a legislação orienta a realização de sorteio para que seja definida qual MPE terá 
o direito de desempate. 
A contratação de grandes ou médias empresas ocorrerá quando não houver MPE 
dentro das condições descritas pelo empate, apta a tender as necessidades descritas 
no edital. 
 
 
50 
 
A Grande Empresa (GE) terá chance ... 
... quando a GE apresentar melhor proposta e não for realmente possível a 
contratação da MPE (parágrafos 1º e 2º do Inciso III do Artigo 45 da Lei nº 123/06). 
Por força de Lei, somente depois de vencidas todas as alternativas e formas de 
contratar as MPE, e não tendo ocorrido condições para tanto, o objeto licitado será 
adjudicado para o vencedor original do certame. Ou seja, as Médias e Grandes 
Empresas somente serão escolhidas quando forem exauridas todas as alternativas de 
contratação das MPE descritas na legislação. 
Há um ponto de equalização entre as MPE. Ou seja, todos esses benefícios deixam de 
existir se durante a fase competitiva tivermos uma MPE competindo com outra MPE. 
Nesse caso, ambas em condições de igualdade, a que apresentar a menor oferta será 
a empresa vencedora. 
ATRASOS JUSTIFICÁVEIS: 
Estes mecanismos de desempate, que viabilizam a participação vantajosa da MPE, 
ocasionam, por um lado, atrasos no andamento do rito licitatório, mas, por outro 
lado, são reflexos do cumprimento da Lei nº 123/06. 
Esta norma sobre o critério de desempate que favorece a contratação da MPE na 
Licitação acaba ocasionando atrasos no andamento do rito licitatório. 
Este atraso no procedimento administrativo para garantir o benefício às MPE é uma 
decisão de política de Estado, resguardada na forma da Lei e, por isso, não há 
dúvidas sobre a obrigatoriedade do seu cumprimento. 
O procedimento do Pregão exige celeridade, portanto, as decisões relativas a isso 
deverão ser rápidas e realizadas dentro dos prazos e tempos previstos pela lei. 
A mesma lógica será seguida para as Licitações que são exclusivas para as MPE. 
Como apenas elasparticipam no processo, não há qualquer benefício entre elas. O 
 
51 
 
benefício já foi o de impedir que as Médias e Grandes Empresas possam apresentar 
propostas e lances para esse procedimento licitatório. 
O simples conhecimento dos processos já poderá ser utilizado como argumento para 
questionar o andamento de qualquer Licitação que não esteja de acordo com os 
benefícios dados às MPE. 
O cumprimento da Lei nº 123/06 está em suas mãos! 
 A MPE que participa de umja Licitação tem, não apenas o direito, mas a 
obrigação de questionar, exigir o cumprimento da Lei nº 123/06 junto aos 
Órgãos compradores. 
 Está prática é imprescindível para garantir que a MPE encontre na Licitação 
Pública um novo, vantajoso e oportuno canal de negócios. 
Quanto mais a MPE questionar, apresentar seus motivos e exigir seus direitos junto 
aos Órgãos, mais rápido os Órgãos compradores poderão adquirir a cultura de 
aquisição das MPE. 
Isso efetivamente auxiliará as MPE a transformar Licitação Pública em um novo canal 
de negócios. Essa pratica obrigará os Órgãos próximos à sua região a cumprir, por 
exemplo: o quesito desempate já estabelecido pela Lei. 
Todos os mecanismos vistos até o momento são autoaplicáveis e que, portanto, são 
válidos para todas as modalidades de Licitação em qualquer local do Brasil. 
Serão apresentados agora os mecanismos da Lei nº 123/06 que necessitam de 
regulamentação. 
Artigos 46, 47 e 48 da Lei nº 123/06: 
Dependem de regulamentação. 
 
 
52 
 
CÉDULA CRÉDITO MICROEMPRESARIAL (CCM) - (Artigo 46 da Lei nº 123/06): 
Cria uma Cédula de Crédito Microempresarial (CCM), que garante ao fornecedor, após 
30 dias do não pagamento, descontar esta Cédula no Banco. 
O Artigo 46 foi um dos principais instrumentos jurídicos criados para garantir o fluxo 
de caixa positivo para as MPE e evitar os riscos financeiros decorrentes do atraso nos 
pagamentos. 
Este artigo prevê a criação de uma nota de crédito microempresarial para recepção 
dos valores atrasados. No entanto, o tema ainda não foi regulamentado pelo Poder 
Executivo Federal. 
A aplicabilidade do artigo, caso já tivesse sido regulamentado, utilizando a seguinte 
situação hipotética: se uma MPE participa de uma Licitação Pública e não recebe no 
período de 30 dias, esta MPE, de acordo com o Artigo 46, poderia procurar um Banco 
credenciado para realizar a operação financeira e trocaria a nota de crédito com um 
determinado desconto. 
Como exemplo, se a MPE tivesse de receber R$ 1.000,00, iria ao banco, realizaria a 
operação e receberia R$ 995,00. Os R$ 5,00 seriam a taxa cobrada pelo banco para 
a realização dessa operação. O banco ficaria com o direito de cobrar o valor devido da 
Administração Pública. 
Essa operação seria muito eficaz, pois as MPE já trabalham de forma parecida com a 
antecipação de valores pagos com cartões de crédito ou com cheques pré-datados. A 
nota de crédito microempresarial seguiria as taxas estipuladas no mercado. 
Até a última data de referência (Novembro de 2009) o tema ainda não havia sido 
regulamentado, portanto não está vigente. 
Várias ações estão sendo tomadas para garantir a regulamentação desse 
procedimento e a liberação desses benefícios às MPE. Tão logo ela esteja disponível, 
 
53 
 
esse material será atualizado para apresentar quase serão os procedimentos de 
obtenção. 
CCM – Regulamentação em andamento (§ único do Artigo 46 da Lei nº 123/06). 
 A CCM é o título de crédito regido subsidiariamente pela legislação prevista para 
as cédulas de crédito comercial. 
 Tem como lastro o empenho do poder público. 
 Eram previstos 180 dias a contar da publicação da Lei para sua regulamentação 
pelo Poder Executivo Federal. 
Tratamento diferenciado para a MPE (Artigo 47 da Lei nº 123/06). 
As MPE poderão receber tratamento diferenciado e simplificado para promover o 
desenvolvimento econômico social no âmbito municipal e regional. 
Nesse Artigo 47 são apresentados os principais motivos que justificam o tratamento 
diferenciado às MPE, a saber: 
1) O desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional; 
2) A ampliação de eficiência das políticas públicas; 
3) O incentivo à inovação tecnológica. 
A Administração Pública aposta no desenvolvimento das capacidades locais e no 
estímulo das economias regionais por considerar que isso é fator preponderante para 
o desenvolvimento econômico e também um incentivo à inovação. 
No que concerne às políticas públicas, a ação não deve ser vista como um 
favorecimento desmedido às MPE e nem como um critério de quebra da isonomia 
entre os participantes, muito pelo contrário, como uma estratégia para garantir o 
desenvolvimento local regional em médio e longo prazo, ao estimular as economias 
locais. Essa é uma prática comum que tem alavancado a economia em muitos outros 
países. 
 
54 
 
As políticas públicas buscam romper com situação de fragilidade das MPE frente à 
competição, e a Lei, de forma objetiva, cria mecanismos para corrigir essas 
diferenças. 
O Artigo 47 cria o fundamento legal para o tratamento diferenciado às MPE, e o 
Artigo 48 especifica quais serão e como deverão ser realizados. 
Os Órgãos Governamentais seguem os princípios do Direito Administrativo, portanto, 
somente podem atuar se houver uma Lei que permita ou que indique que isso poderá 
ser feito. 
É muito importante o Artigo 47, porque ao criar essa autorização, facultou ao Órgão 
decidir com qual intensidade aplicará tais benefícios. 
A definição da forma, da intensidade ou dos critérios que o ente público utilizará para 
aplicar os benefícios descritos nos Artigos 47 e 48 são facultativos, portanto 
dependem de regulamentação própria de cada ente da Federação. 
Como padrão, a União tornou obrigatório o favorecimento às MPE por meio do 
Decreto nº 6.204/2007 que, por exemplo, torna obrigatório que as compras sejam 
feitas exclusivamente de MPE para valores de até R$ 80.000,00. 
Alguns Estados, Distrito Federal e Municípios poderão seguir a União e regulamentar 
que os benefícios sejam preferencialmente utilizados ou até mesmo deixar a critério 
de cada Órgão como será feita a aplicação do benefício. 
Como exemplo, essa pequena informação já dará bastante segurança jurídica para as 
MPE cobrarem o posicionamento dos Órgãos com os quais elas se relacionam 
atualmente ou pretendem se relacionar. 
Licitação exclusiva para MPE (Inciso I do Artigo 48 da Lei nº 123/06). 
A Administração poderá realizar processo licitatório destinado exclusivamente para as 
MPE nas contratações cujo valor seja de até R$80.000,00 (oitente mil reais). 
 
55 
 
Como foi permitido à União, Estados, Distrito Federal e Municípios elaborarem 
procedimentos especiais para as MPE, a partir de agora esse tratamento será feito por 
meio de processo licitatório contendo condições privilegiadas. Ou seja, cada ente 
poderá utilizar o procedimento licitatório para favorecer a MPE segundo o que 
considere correto, respeitando os limites máximos estabelecidos nesse artigo. 
O primeiro privilégio é a realização de Licitações específicas para as MPE. Assim, as 
Grandes e Médias empresas não poderão participar. Elas não apresentarão propostas 
nem lances. Os sistemas eletrônicos serão bloqueados para essas empresas. 
Há uma diferença crucial em relação ao benefício do empate descrito anteriormente. 
Enquanto no caso do empate as grandes empresas poderiam usar seu poder de 
compras para reduzirem as ofertas para patamares que as MPE não teriam condições 
de cobrir. 
Com base nesse benefício, as Grandes e Médias Empresas serão impedidas de 
participar. Assim a competição ocorre somente entre as várias MPE. 
Desse modo, é criado um ambiente competitivo, para que a Administração Pública 
possa comprar sempre com a condição mais vantajosa, mas que impede que a 
pressão oriunda da capacidade econômica das grandes empresas defina o resultado. 
A competição existe e se dá entre iguais.

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