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APG 12 - PERICARDITE - 2022 1

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Julia Franco Fernandes - 3˚ PERÍODO 
MEDICINA - 2022.1
• PERICARDITE 
- Introdução: 
A pericardite primária é incomum e quase sempre 
resulta de infecção viral, que geralmente 
acompanhada uma miocardite, embora bactérias, 
fungos ou parasitas também possam estar 
envolvidos. Na maioria dos casos, a pericardite é 
secundária a IAM, cirurgia cardíaca, radiação do 
mediastino ou doenças que envolvem outras 
estruturas torácicas. A uremia é o distúrbio 
sistêmico mais comum associado à pericardite. As 
causas secundárias menos comuns incluem a febre 
reumática, o lúpus eritematoso sistêmico e os 
tumores malignos metastáticos. A pericardite pode 
causar complicações hemodinâmicas imediatas, se 
produzir um derrame grande (que provoca 
tamponamento cardíaco), desaparecer sem deixar 
sequelas importantes ou progredir para um processo 
fibrosante crônico. 
- Morfologia: 
Nos pacientes com pericardite aguda viral ou 
uremia, o exsudato normalmente é fibrinoso e 
confere um aspecto irregular, felpudo, à 
superfície do pericárdio (a chamada pericardite em 
“pão com manteiga”). Na pericardite aguda 
bacteriana, o exsudato é fibrinopurulento 
(supurativo) e, com frequência, há áreas de pus 
evidente; a pericardite tuberculosa pode exibir 
áreas de caseificação. A pericardite que resulta 
de tumor maligno com frequência está associada a 
um exsudato fibrinoso felpudo e exuberante e a um 
derrame sanguinolento; as metástases podem ser 
vistas a olho nu como excrescências irregulares ou 
ser macroscopicamente indistinguíveis, sobretudo 
no paciente com leucemia. Na maioria dos casos, a 
pericardite fibrinosa ou fibrinopurulenta aguda 
desaparece sem deixar sequelas. Contudo, quando há 
caseificação ou supuração extensa, a cicatrização 
pode levar à fibrose (pericardite crônica). 
A pericardite crônica pode estar associada a 
aderências delicadas ou a cicatrizes fibróticas 
densas que obliteram o espaço pericárdico. Em 
casos extremos, o coração fica totalmente 
envolvido por fibrose densa e não consegue se 
expandir normalmente durante a diástole — o que 
causa a chamada pericardite constritiva. 
- Características Clínicas: 
A pericardite manifesta-se classicamente como dor 
torácica atípica (não relacionada com os esforços 
e que piora quando o paciente se deita) e atrito 
intenso. Quando associada a acúmulo significativo 
de líquido, a pericardite aguda pode causar 
tamponamento cardíaco, acompanhado de redução do 
débito cardíaco e choque. A pericardite 
APG 10 
PERICARDITE, TAMPONAMENTO CARDÍACO E 
DERRAME PERICÁRDIO
Julia Franco Fernandes - 3˚ PERÍODO 
MEDICINA - 2022.1
constritiva crônica produz uma combinação de dis- 
tensão venosa do lado direito com baixo débito 
cardíaco — um quadro clínico similar ao observado 
na miocardiopatia restritiva. 
- Quadro Clínico: 
O quadro clínico de um paciente com pericardite 
parece com o de uma virose. Geralmente, ele 
apresenta sinais como: 
• Febre; 
• Dor muscular; 
• Infecção de vias aéreas superiores; 
• Gastroenterite. 
Esses sintomas costumam vir acompanhados de uma 
dor no tórax, que aumenta de intensidade quando 
inspira e também ao deitar. No caso de pericardite 
crônica, também podem ocorrer sintomas como 
cansaço, tosse e falta de ar. Quando a doença se 
encontra em estágios mais graves, pode levar ao 
inchaço nas pernas, assim como a hipotensão, ou 
seja, a pressão arterial baixa. 
- Diagnóstico: 
Somente os sintomas de pericardite não são capazes 
de indicar a existência da doença. Porém, existem 
alguns fatores que podem demonstrar que algo está 
errado. No exame clínico, o médico pode constatar 
ao auscultar o coração, utilizando estetoscópio, 
que há um barulho parecido com o de um atrito no 
pericárdio. Esse atrito é gerado justamente pela 
inflamação da camada em volta do coração. Também é 
possível detectar um derrame do pericárdio. Entre 
a membrana e o coração existe um líquido muito 
fino e em pequena quantidade que permite que o 
órgão deslize ali dentro. Quando a inflamação está 
bem acentuada, pode ficar um espaço que 
naturalmente não existe entre o pericárdio e o 
órgão. Com isso, há um acúmulo de secreção nesse 
espaço, que é chamado de derrame. Esse problema 
pode ser investigado através do Raio-X e do 
Eletrocardiograma. Outro exame comum de ser 
indicado é o Ecocardiograma, conhecido também como 
ultrassom do coração. Ele é essencial porque 
permite detectar se o pericárdio está mais 
espesso. 
OBS: Em alguns casos, não é possível ver isso 
através desse exame, sendo necessário realizar 
também a Ressonância Nuclear Magnética Cardíaca 
para verificar com mais precisão a estrutura. 
- Tratamento: 
O tratamento costuma ser realizado basicamente 
utilizando duas medicações: (1) Antiinflamatórios 
não-hormonais; (2) Colchicina. Elas ajudam a 
minimizar os sintomas de pericardite e, ao mesmo 
tempo, a reduzir o estado inflamatório. Por 
apresentarem contraindicações, eles somente devem 
ser prescritos por um médico, que igualmente deve 
acompanhar todo o período da terapia. Com o 
tratamento adequado, o paciente consegue se curar 
totalmente da pericardite. Porém, é importante 
manter um acompanhamento para evitar que retorne 
após um tempo. 
- SINAL DE KUSSMAUL 
Bastante comum em pericardite construtiva 
distinção inspiratória onde as veias jugulares 
ficam visíveis no retorno venoso, devemos lembrar 
que o pericárdio ele está lesado, seja por aumento 
de liquido, seja por uma calcificação. Logo, o 
átrio direito não se distende de forma suficiente 
para receber o sangue, causando assim uma 
insuficiência de retorno venoso, caracterizando o 
sinal de kussmal. 
• DERRAMES PERICÁRDICOS 
Normalmente, o saco pericárdico contém, no máximo, 
30-50 mL de um líquido seroso e transparente. Os 
derrames serosos e/ou fibrinosos que ultrapassam 
esses valores geralmente são vistos nos casos de 
inflamação pericárdica. Os outros tipos de derrame 
pericárdico e suas causas são: 
- Seroso: insuficiência cardíaca congestiva e 
hipoalbuminemia de qualquer causa 
- Serossanguíneo: trauma fechado de tórax, tumor 
maligno, IM com ruptura e dissecção da aorta com 
ruptura 
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- Quiloso: obstrução linfática mediastinal 
As consequências do acúmulo de líquido pericárdico 
dependem do volume do líquido e da capacidade do 
pericárdio parietal de se expandir; esta última 
depende em grande parte da velocidade de formação 
do derrame. Assim, os derrames que se acumulam 
lentamente — mesmo aqueles com 1.000 mL — podem 
ser bem tolerados. Por outro lado, as coleções de 
líquido com apenas 250 mL que surgem rapidamente 
(p. ex., IM com ruptura ou dissecção da aorta com 
ruptura) podem restringir o enchimen- to cardíaco 
diastólico a ponto de produzir um tamponamento 
cardíaco potencialmente fatal. 
• TAMPONAMENTO CARDÍACO 
- Introdução: 
O tamponamento cardíaco é uma emergência médica em 
que há acúmulo de líquido entre as duas membranas 
do pericárdio, que são responsáveis por revestir o 
coração, o que gera sintomas como dificuldade para 
respirar, diminuição da pressão arterial e aumento 
da frequência cardíaca. 
Como consequência do acúmulo de líquido, o coração 
não consegue bombear a quantidade de sangue 
suficiente para os órgãos e tecidos, o que pode 
resultar em choque e morte caso não seja tratada a 
tempo. 
- Morfologia: 
O tamponamento cardíaco é a pressão exercida no 
coração pelo sangue ou líquido que se acumula na 
membrana de duas camadas que circunda o coração 
(pericárdio). Este distúrbio interfere na 
capacidade do coração de bombear sangue. 
• As pessoas costumam sentir vertigem e falta 
de ar e podem desmaiar. 
• O diagnóstico se baseia em sintomas, 
resultados de exames e normalmente em uma 
ultrassonografia do coração (ecocardiograma) 
realizada no pronto-socorro. 
• O sangue ao redor do coração é drenado 
usando uma agulha e, às vezes, cirurgia. 
No tamponamento cardíaco, o líquido ou sangue se 
acumula entre as duas camadas do pericárdio, o 
qualpassa a comprimir fortemente o coração. Esta 
pressão pode impedir o coração de se encher de 
sangue. Consequentemente, menos sangue é bombeado 
para o corpo, algumas vezes causando choque (com a 
pressão arterial ficando perigosamente baixa) e 
morte. As causas mais comuns são ruptura de um 
aneurisma aórtico (uma protuberância na parede da 
aorta), câncer de pulmão avançado, pericardite 
aguda (inflamação do pericárdio), um ataque 
cardíaco e cirurgia cardíaca. As lesões no tórax 
também podem causar tamponamento cardíaco. As mais 
comuns dessas lesões são ferimentos provocados por 
punhaladas. As lesões contundentes que laceram a 
parede do coração podem causar tamponamento, mas 
muitas pessoas com esses ferimentos morrem antes 
que possam ser levadas para tratamento médico. 
- Características Clínicas: 
Existem diversas situações que podem provocar o 
acúmulo de líquido no espaço pericárdico e 
resultar no tamponamento cardíaco. As principais 
são: 
• Pancadas no tórax por acidentes de carro; 
• Histórico de câncer, especialmente dos pulmões 
ou coração; 
• Hipotireoidismo; 
• Pericardite, que é a inflamação do coração por 
infecções bacterianas ou virais; 
• História de insuficiência renal; 
• Infarto recente; 
• Lúpus eritematoso sistêmico; 
• Tratamento de radioterapia; 
• Uremia, que corresponde à elevação de ureia no 
sangue; 
• Cirurgia recente ao coração que causem lesões no 
pericárdio. 
As causas do tamponamento devem ser identificadas 
e tratadas rapidamente para que complicações 
cardíacas sejam evitadas. 
- Diagnóstico: 
• Avaliação de um médico 
• Ecocardiograma 
O diagnóstico e tratamento imediatos são 
essenciais, pois o tamponamento cardíaco pode ser 
rapidamente fatal. O diagnóstico baseia-se em 
sintomas, resultados de exames e, em geral, 
ecocardiograma.Normalmente se realiza um 
ecocardiograma (que utiliza ondas de ultrassom 
para produzir uma imagem do coração) para 
confirmar o diagnóstico. 
- Tratamento: 
• Retirada de sangue ou líquido ao redor do 
coração 
O tamponamento cardíaco é uma emergência médica. 
Os médicos o tratam imediatamente usando uma 
agulha para retirar o sangue ou líquido ao redor 
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do coração (pericardiocentese). Esse procedimento 
alivia a pressão no coração e permite que ele bata 
normalmente. Às vezes, a pericardiocentese deixa 
de retirar quantidade suficiente de líquido. Nesse 
caso, os médicos precisam fazer uma incisão na 
parede torácica (toracotomia) e depois no 
pericárdio (pericardiectomia) para drenar o 
líquido. Eles também podem ter que retirar parte 
do pericárdio (pericardiectomia). 
• DOENÇAS AUTOIMUNES 
As doenças autoimunes são aquelas caracterizadas 
pela resposta do sistema imunológico contra o 
próprio organismo, em que há destruição de células 
saudáveis pelo sistema imune, podendo resultar em 
algumas doenças como o lúpus, artrite reumatoide, 
anemia hemolítica e doença de Crohn, por exemplo, 
que devem ser identificadas e tratadas de acordo 
com a orientação do médico. 
O diagnóstico das doenças autoimunes é normalmente 
feito através da observação dos sinais e sintomas 
apresentados pela pessoa, que varia de acordo com 
a doença, e por meio de exames imunológicos, 
moleculares e de imagem. 
- Lúpus Eritematoso Sistêmico 
O lúpus eritematoso sistêmico, também conhecido 
por LES, é uma doença autoimune em que as células 
de defesa do organismo atacam as células saudáveis 
do organismo, resultando em inflamação nas 
articulações, olhos, rins e pele, por exemplo. 
Essa doença acontece devido a mutações genéticas 
que surgem durante o desenvolvimento fetal e, por 
isso, é normal que os sinais e sintomas do LES 
surjam em pacientes jovens. 
Principais sintomas: Os sintomas de lúpus surgem 
em surtos, ou seja, a pessoa possui períodos sem 
sintomas e outros com sintomas, sendo esse período 
normalmente desencadeado por fatores que 
interfiram no funcionamento do sistema imunológico 
ou que favoreçam o aparecimento das manifestações 
clínicas, como o uso de alguns medicamentos ou 
exposição prolongada ao sol. 
O principal sintoma de LES é o aparecimento de 
mancha vermelha no rosto em forma de borboleta, 
além de também poder haver dor nas articulações, 
cansaço excessivo e aparecimento de feridas na 
boca e no nariz. Na presença desses sintomas, o 
clínico geral ou reumatologista indica a 
realização de exames de urina e de sangue que 
ajudam a concluir o diagnóstico, podendo ser 
verificada a presença de grandes quantidade de 
proteína na urina, alterações no hemograma e 
presença de autoanticorpos. 
Como é o tratamento: O tratamento para o LES deve 
ser feito de acordo com a recomendação do 
reumatologista ou do clínico geral e tem como 
objetivo aliviar os sintomas e evitar que apareçam 
de forma frequente e extensa, já que essa doença 
não tem cura. Assim, o médico pode indicar o uso 
de medicamentos anti-inflamatórios, corticoides e 
imunossupressores. 
- Artrite reumatoide 
A artrite reumatoide é caracterizada pela 
inflamação e inchado das articulações devido à 
ação do sistema imune contra o próprio organismo. 
A causa da artrite reumatoide ainda não é muito 
bem esclarecida, mas acredita-se que alguns 
fatores podem favorecer o desenvolvimento dessa 
doença, como infecção por vírus ou bactérias por 
exemplo. Principais sintomas: Os sintomas de 
artrite reumatoide, assim como acontece no lúpus, 
podem aparecer e desaparecer sem qualquer 
explicação, sendo o principal a vermelhidão, o 
inchaço e a dor na articulação. Além disso, pode 
ser observada rigidez e dificuldade para 
movimentar a articulação, febre, cansaço e mal-
estar. Saiba reconhecer os sintomas. 
Como é o tratamento: O tratamento deve ser 
recomendado pelo reumatologista ou clínico geral, 
sendo normalmente indicado o uso de medicamentos 
anti-inflamatórios para diminuir a inflamação e 
aliviar os sintomas. Além disso, é importante que 
seja feita fisioterapia para evitar que aconteça a 
limitação da amplitude do movimento da 
articulação. 
- Esclerose múltipla 
A esclerose múltipla é caracterizada pela 
destruição da bainha de mielina, que é a estrutura 
que recobre os neurônios e permite a transmissão 
do impulso nervoso, pelas próprias células do 
sistema imunológico, resultando no comprometimento 
do sistema nervoso. Principais sintomas: Os 
sintomas da esclerose múltipla são progressivos, 
ou seja, pioram à medida que há comprometimento do 
sistema nervoso, resultando em fraqueza muscular, 
cansaço excessivo, formigamento nos braços ou 
pernas, dificuldade para andar, incontinência 
fecal ou urinária, alterações visuais e perda da 
memória, por exemplo. Dessa forma, à medida que a 
doença progride, a pessoa torna-se cada vez 
dependente, o que interfere diretamente na sua 
qualidade de vida. 
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Como é o tratamento: O tratamento para a esclerose 
múltipla normalmente envolve o uso de medicamentos 
para evitar a progressão da doença e para promover 
o alívio dos sintomas, como anti-inflamatórios, 
imunoglobulinas e corticoides. Além disso, é 
importante que a pessoa realize sessões de 
fisioterapia regularmente para que os músculos 
sejam constantemente ativados e, assim, a atrofia 
completa possa ser evitada. 
- Tireoidite de Hashimoto 
A tireoidite de Hashimoto é caracterizada pela 
inflamação da tireoide devido ao ataque do sistema 
imune às células da tireoide, resultando em uma 
atividade aumentada ou normal da tireoide, que 
logo é seguido por uma baixa atividade, se 
desenvolvendo um hipotireoidismo.Principais 
sintomas: Os sintomas relacionados com a 
tireoidite de Hashimoto são semelhantes aos do 
hipotireoidismo, havendo cansaço excessivo, queda 
de cabelo, pele fria e pálida, baixa intolerância 
ao frio, aumento fácil do peso e dores musculares 
ou na articulação. 
Como os sintomas da tireoidite de Hashimoto são os 
mesmos do hipotireoidismo, o endocrinologista 
necessita que a pessoa realize alguns exames queavaliam o funcionamento da tireoide para que seja 
confirmada a doença auto-imune e, assim, possa ser 
iniciado o tratamento mais adequado. Assim, pode 
ser recomendado a realização da dosagem de T3, T4 
e TSH, além da dosagem da antiperoxidase 
tireoidiana, também chamada de anti-TPO, que é um 
anticorpo produzido pelo sistema imune que 
encontra-se aumentado na tireoidite de Hashimoto 
Como é o tratamento: O tratamento para a 
tireoidite de Hashimoto só é indicado pelo 
endocrinologista quando a pessoa apresenta 
sintomas, sendo nesses casos recomendada a 
realização de reposição hormonal com Levotiroxina 
por um período de 6 meses. É importante também ter 
atenção à alimentação, ingerindo alimentos ricos 
em iodo, zinco e selênio, por exemplo, que são 
nutrientes que favorecem o bom funcionamento da 
tireoide. 
- Anemia hemolítica 
A anemia hemolítica acontece quando o sistema 
imune passa a produzir anticorpos que atuam 
destruindo as hemácias do sangue, causando a 
anemia. Esse tipo de anemia é mais comum em 
adultos jovens e ainda não se sabe exatamente qual 
a razão pela qual há produção de anticorpos contra 
as hemácias, no entanto acredita-se que a 
desregulação do sistema imune por alguma infecção, 
o uso de alguns medicamentos ou a presença de 
doença autoimune podem favorecer a ocorrência da 
anemia hemolítica. 
Principais sintomas: Os sintomas de anemia 
hemolítica estão relacionados com a diminuição da 
quantidade de hemácias, hemoglobina e, 
consequentemente, de oxigênio circulantes no 
sangue, havendo fraqueza, palidez, perda de 
apetite, dor de cabeça, unhas fracas, falha da 
memória, pele seca e indisposição. 
Apesar de muitas vezes não ser possível 
identificar a causa da anemia hemolítica 
autoimune, é importante que sejam feitos exames 
diagnósticos para verificar se há doenças ou 
fatores desencadeantes, como por exemplo 
hemograma, contagem de reticulócitos, dosagem da 
bilirrubina e testes imunológicos, como o teste de 
coombs direto. 
Como é o tratamento: O tratamento indicado pelo 
médico normalmente envolve o uso de medicamentos 
para regular a atividade do sistema imune, como 
corticoides e imunossupressores. Além disso, em 
alguns casos o médico pode indicar a remoção do 
baço, chamada de esplenectomia, já que é nesse 
órgão que as hemácias são destruídas.
- Vitiligo 
O vitiligo é uma doença caracterizada pela 
destruição dos melanócitos, que são as células 
responsáveis pela produção da melanina, substância 
responsável pela cor da pele. A causa do vitiligo 
ainda não é muito bem esclarecida, no entanto está 
frequentemente associada à desregulação do sistema 
imune, levando à destruição dos melanócitos pelas 
próprias células do sistema imune.Principais 
sintomas: Devido à destruição das células 
produtoras de melanina, surgem várias manchas 
brancas na pele, o que é característico do 
vitiligo. Essas manchas aparecem com mais 
frequente em locais que estão mais expostos ao 
sol, como mãos, braços, rosto e lábios. 
Como é o tratamento: O tratamento do vitiligo deve 
ser orientado pelo dermatologista, pois a pessoa 
precisa ter vários cuidados com a pele, já que 
fica mais sensível, além de ser necessário passar 
c r e m e s e p o m a d a s c o m c o r t i c o i d e s o u 
imunossupressores, além de poder haver a 
necessidade de realização de fototerapia. 
- Síndrome de Sjögren 
Essa síndrome é caracterizada pela produção de 
autoanticorpos responsáveis pela inflamação 
crônica e progressivas das glândulas do corpo, 
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como as salivares e as lacrimais, resultando no 
ressecamento das mucosas. Principais sintomas: 
Como há o acometimento de glândulas responsáveis 
pela hidratação de olhos e boca, por exemplo, os 
principais sintomas observados são olhos e boca 
secos, dificuldade para engolir, dificuldade para 
falar por muito tempo, maior sensibilidade à luz, 
sensação de vermelhidão nos olhos e aumento do 
risco de infecções. Essa doença pode acontecer 
apenas devido a alterações da imunidade ou 
associada a outras doenças autoimunes, como 
artrite reumatoide, lúpus e esclerodermia. Por 
isso, é importante que o médico solicite a 
pesquisa de autoanticorpos para verificar se há 
outra doença associada e, dessa forma, indicar o 
melhor tratamento. 
Como é o tratamento: O tratamento indicado pelo 
médico tem como objetivo aliviar os sintomas 
apresentados podendo ser indicado o uso de saliva 
artificial e colírios lubrificantes, além de 
m e d i c a m e n t o s a n t i - i n f l a m a t ó r i o s e 
imunossupressores. 
- Diabetes tipo 1 
A diabetes do tipo 1 também é uma doença 
autoimune, isso porque acontece devido ao ataque 
das células imunológicas às células pancreáticas 
responsáveis pela produção de insulina, não 
havendo reconhecimento da quantidade de glicose 
circulante, o que faz com que cada vez mais 
glicose seja acumulada no sangue. É mais comum em 
crianças e adolescentes, mas também pode acontecer 
em adultos-jovens. Principais sintomas: Os 
principais sintomas relacionados com a diabetes do 
tipo 1 é a vontade frequente para urinar, muita 
sede, fome excessiva e perda de peso sem causa 
aparente. É importante que o médico realize outros 
exames além da glicose em jejum e da hemoglobina 
glicada para diagnosticar a diabetes tipo 1, já 
que os sintomas são semelhantes aos da diabetes 
tipo 2. 
Como é o tratamento: Para esse tipo de diabetes o 
endocrinologista deve indicar o uso de insulina em 
várias doses durante o dia ou na forma de bomba, 
isso porque o pâncreas é incapaz de produzir 
insulina. Dessa forma, é possível manter os níveis 
de glicose circulante no sangue regulados. 
- Doença celíaca 
A doença celíaca é uma doença autoimune 
caracterizada pela intolerância ao glúten presente 
nos alimentos, uma vez que o organismo não produz 
quantidades suficientes de enzimas para degradar 
essa proteína, resultando na resposta exacerbada 
do sistema imunológico, que leva à inflamação e 
aparecimento de lesões no intestino. Principais 
sintomas: Os sintomas de doença celíaca são 
identificados após o consumo de alimentos que 
apresentam glúten em sua composição, podendo a sua 
intensidade variar de pessoa para pessoa de acordo 
com o grau de intolerância. Os principais sintomas 
indicativos de doença celíaca são vômito, 
emagrecimento, diarreia frequente, barriga 
inchada, fezes muito volumosas, pálidas e com mau 
cheiro. 
Como é o tratamento: O tratamento para doença 
celíaca consiste em realizar o controle dos 
sintomas, sendo recomendado evitar o consumo de 
alimentos que possuem glúten ou traços de glúten, 
assim como pode ser recomendado pelo médico ou 
nutricionista o uso de suplementos alimentares 
para evitar complicações, uma vez que a inflamação 
e as lesões do intestino podem interferir na 
absorção de nutrientes.

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