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UNIP INTERATIVA Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM V Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira RAIA DROGASIL S.A. Ana Carolina Reggiani RA: 0586287 Everton Gasques RA: 0590515 Iuri Nascimento Dos Santos RA: 0575721 João Paulo de Freitas Sinfães RA: 0577935 Mateus Felipe Constantino RA: 0585245 Roberta Kelly Moreira Rodrigues RA: 0588495 SÃO PAULO 2021 Ana Carolina Reggiani RA: 0586287 Everton Gasques RA: 0590515 Iuri Nascimento Dos Santos RA: 0575721 João Paulo de Freitas Sinfães RA: 0577935 Mateus Felipe Constantino RA: 0585245 Roberta Kelly Moreira Rodrigues RA: 0588495 Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM V Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira Trabalho de Projeto, apresentado do Curso de Gestão Financeira, como parte de requisitos para a conclusão da disciplina Projeto Integrador Multidisciplinar, sob a orientação da Prof.ª Ana Paula Carli Polazzo. SÃO PAULO 2021 UNIP UNIVERSIDADE PAULISTANA Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM V Curso Superior de Tecnologia em Gestão Financeira Orientadora: Prof.ª Ana Paula Carli Polazzo Aprovado em: BANCA EXAMINADORA _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP _______________________/__/___ Prof. Nome do Professor Universidade Paulista – UNIP Data da Aprovação: _____/_____/_____. SÃO PAULO 2021 DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho aos nossos familiares, em especial aos nossos avós e aos nossos pais, alguns infelizmente não presentes fisicamente, mas sempre em pensamento, onde sempre buscamos coragem e forças para não desistir, sempre com muito carinho, nos motivaram a chegar até aqui e concluir mais esta etapa de nossas vidas. Não podemos deixar de citar e dedicar todo este conhecimento, aos nossos professores e orientadores que tanto nos auxiliaram ao longo desta nova jornada acadêmica. AGRADECIMENTOS Agradecemos a equipe de gestores e orientadores de todas as disciplinas, a todos da instituição de ensino que, direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. Aos nossos familiares, que nos motivaram a chegar até aqui e sempre nos encorajaram para que não desistíssemos. Somos gratos por todo apoio, força e incentivo que nos foram dados, em especial aos nossos colegas de curso onde partilhamos conhecimentos e dificuldades, na certeza que tudo isso será levado para nossas vidas. “Os homens, em sua maioria, aprendem a ler para satisfazer uma mesquinha conveniência, assim como aprende a calcular a fim de organizarem sua contabilidade e não serem enganados no comércio, mas sabem pouco ou nada a respeito da leitura como um nobre exercício intelectual.” [THOREAU, David Henry] RESUMO O Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM V do curso de Gestão Financeira, tem como objetivo o aprendizado das Demonstrações Financeiras, Planejamento Tributário e a Matemática Financeira. Iniciamos nossa pesquisa com intuito de saber direcionar e aplicar os conceitos apresentados e desenvolvidos no decorrer desta disciplina para a empresa RAIA DROGASIL S.A. O foco do estudo é a estrutura organizacional, sempre visando ações e resultados com êxito, executando um planejamento estratégico, sendo ele a curto, médio e a longo prazo e atendendo as metas e objetivos da companhia. Poderá ser observado neste trabalho, alguns indicadores e métodos utilizados na empresa para que fossem gerados relatórios de atividades executadas ou a executar, tanto financeira, quanto econômica, pois desta forma, é possível analisar lucros ou prejuízos. Nosso propósito é demonstrar de forma clara e objetiva o funcionamento da gestão financeira e demostrar através destas disciplinas o que pode ser desenvolvido e executado, não só nesta, mas em qualquer empresa que precise de gestão financeira. As informações presentes foram baseadas a partir de pesquisas realizadas fundamentadas na empresa em questão. Palavras-chaves: Planejamento, Gestão Financeira, Gestão de Capital e Tributos. ABSTRATCT The Integrated Multidisciplinary Project - PIM V of the Financial Management course aims to learn about Financial Statements, Tax Planning and Financial Mathematics. We started our research in order to know how to direct and apply the concepts presented and developed in the course of this discipline for the company RAIA DROGASIL SA The focus of the study is the organizational structure, always aiming at successful actions and results, executing a strategic planning, being it the short, medium and long term and meeting the company's goals and objectives. It will be possible to observe in this work, some indicators and methods used in the company to generate reports of activities carried out or to be carried out, both financially and economically, as this way, it is possible to analyze profits or losses. Our purpose is to demonstrate clearly and objectively the functioning of financial management and to demonstrate through these disciplines what can be developed and executed, not only in this one, but in any company that needs financial management. The present information was based on research conducted based on the company in question. KeyWords: Planning, Financial Management, Capital Management and Taxes. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 13 1. HISTÓRIA ....................................................................................................................................... 14 1.1. Denominação e Forma de Constituição ................................................................................ 14 1.2. Sobre Raia Drogasil - RADL3 .................................................................................................. 14 1.3. História da Raia Drogasil ....................................................................................................... 15 1.4. Principais Pilares .................................................................................................................... 16 2. MATEMÁTICA FINANCEIRA .......................................................................................................... 17 2.1. Capital......................................................................................................................................... 18 2.2. Montante ................................................................................................................................... 18 2.3. Taxa de Juros .............................................................................................................................. 18 2.4. Juros ........................................................................................................................................... 19 2.5. Descontos ................................................................................................................................... 19 2.6. Período ....................................................................................................................................... 19 2.7. Investimento .............................................................................................................................. 19 2.8. Empréstimo ................................................................................................................................ 20 2.9. Amortização ............................................................................................................................... 20 2.10. Taxa de Juros ............................................................................................................................ 20 2.10.1. Taxa Unitária ..................................................................................................................... 20 2.10.2. Taxa Percentual ................................................................................................................. 21 3. TIPO DE JUROS .............................................................................................................................. 22 3.1. Juros exato e comercial .............................................................................................................. 22 3.2. Juros simples ............................................................................................................................. 22 3.3. Juros composto ......................................................................................................................... 23 3.4. Equivalência de taxas e capitais ................................................................................................ 24 3.5. Diagrama de fluxo de caixa ....................................................................................................... 25 3.6. Regime de capitalização dos juros ............................................................................................ 25 3.7. Desconto simples racional ou “por dentro” .............................................................................. 27 3.8. Desconto bancário ou comercial ou “por fora” ........................................................................ 28 4. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS ......................................... 29 4.1. Definições básicas .............................................................................................................. 29 4.1.1. Encargos financeiros ..................................................................................................... 29 4.1.2. Amortização ........................................................................................................................ 29 4.1.3. Prestação ............................................................................................................................. 29 4.1.4. Juros .................................................................................................................................... 29 4.1.5. Carência .............................................................................................................................. 30 4.1.6. Saldo devedor ...................................................................................................................... 30 4.2. Sistema de Amortização Constante (SAC) .................................................................... 30 4.3. Sistema de Amortização Francês (SAF) ......................................................................... 31 4.4. Sistema de Amortização Misto (SAM) ............................................................................. 31 4.5. Sistema de Amortização Americano (SAA) ................................................................... 32 4.6. Sistema de Amortização Crescente (Sacre) .................................................................. 32 5. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS (RISCO E RETORNO) ..................................................................... 34 6. APLICAÇÃO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA ................................................................................ 35 7. ANALISE DAS DEMOSNTRAÇÃO FINANCEIRA .............................................................................. 36 8. LIQUIDEZ ....................................................................................................................................... 37 8.1. Liquidez Geral ............................................................................................................................... 37 8.2. Liquidez corrente .......................................................................................................................... 37 8.3. Liquidez imediata ......................................................................................................................... 38 8.4. Liquidez Seca ................................................................................................................................ 38 9. ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO .......................................................................................................... 39 9.1 Composição do endividamento ..................................................................................................... 40 9.1.1 Patrimônio líquido ....................................................................................................................... 40 9.2 Garantia do capital próprio ............................................................................................................ 40 10. Índices de atividade ........................................................................................................................ 42 10.1 Prazo Médio de Recebimento (PMR) ........................................................................................... 43 10.2 Análise de risco ............................................................................................................................. 44 10.3 Prazo Médio de Estoques (PME) .................................................................................................. 45 11. Indicadores de rentabilidade ......................................................................................................... 47 11.1 Margem líquida ............................................................................................................................ 48 12. Projeção .......................................................................................................................................... 51 13 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ....................................................................................................... 52 13.1 - Revisão de Literatura ................................................................................................................. 52 13.1.2 - Elisão Fiscal .............................................................................................................................. 52 13.2 - Regimes Tributários .................................................................................................................... 53 13.2.1 - Simples Nacional ..................................................................................................................... 54 13.2.2 - Lucro Real ................................................................................................................................ 56 13.2.3 - Lucro Presumido ...................................................................................................................... 56 13.3 - Evasão Fiscal .............................................................................................................................. 57 13.3.1 Sonegação de Impostos ............................................................................................................. 57 13.3.2 - Nota Fiscal Adulterada ............................................................................................................ 58 13.3.3 - Caixa Dois ................................................................................................................................ 58 13.3.4 - Ocultação Patrimonial ............................................................................................................. 59 13.4 - Tributos ....................................................................................................................................... 60 13.4.1 – ICMS ........................................................................................................................................ 60 13.4.2 - IPI ............................................................................................................................................. 62 13.4.3 - ISS ............................................................................................................................................. 63 13.5 - Classificação Fiscal da Raia Drogasil S.A .................................................................................... 65 CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 67 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 69 13 INTRODUÇÃO Este Projeto Integrado Multidisciplinar PIM V, tem como objetivo abordar as disciplinas de Análise das Demonstrações Financeiras, Planejamento Tributário e Matemática Financeira. De um modo geral, a principal finalidade da gestão financeira, é obter dados e fatos que serão analisados pelo administrador e irão auxiliá-lo na tomada de decisões, a análise efetuada de forma correta é imprescindível para tomadas de decisões prudentes. O objetivo deste trabalho é apresentar alguns pontos específicos sobre a empresa Raia Drogasil S.A., aplicando os conceitos aprendidos neste bimestre, desta forma, o trabalho foi parcialmente subdividido, onde inicialmente relatamos um pouco sobre a empresa, sua história e trajetória, após este breve relato, passamos a explorar a parte financeira, aplicando a matemática específica para cada situação, utilizando cálculos Matemáticos. Abordamos também algumas formas de capitalização, sistemas de amortização, as demonstrações financeiras, balanço e DRE, índices financeiros, tributos específicos, investimentos, aplicações, análise de riscos, tributação e suas ocorrências e toda a abrangência do planejamento tributário. Por fim, tentamos utilizar e evidenciar todas as alternativas possíveis, para que assim facilitasse analisar e demostrar a estrutura financeira e econômica da empresa, desta forma, a conclusão faz um apanhado geral do trabalho, onde apontamos os pontos fortes e pontos fracos pesquisados, com base nas disciplinas estudadas neste bimestre. 14 1. HISTÓRIA 1.1. Denominação e Forma de Constituição Razão Social: Raia Drogasil S.A. Forma de Constituição: Uma sociedade anônima CNPJ: 61.585.865/0001-51 Atividade Principal: Comércio de Produtos Farmacêuticos. Perfumarias E Afins Classificação Setorial: Saúde / Comércio e Distribuição / Medicamentos e Outros Produtos Site: http://www.rd.com.br 1.2. Sobre Raia Drogasil - RADL3 A RD – Gente, Saúde e Bem-estar é uma empresa líder no mercado brasileiro de farmácias, com mais 2.100 lojas em 23 estados brasileiros e faturamento de R$ 18,4 bilhões em 2019. A companhia foi criada em novembro de 2011, a partir da fusão entre Raia S.A. e Drogasil S.A. e é a maior rede de farmácias do Brasil em receita e número de lojas. Cinco anos após a fusão, iniciamos uma nova etapa na história da empresa, pautando sua atuação em cinco valores essenciais: ética, eficiência, inovação, relações de confiança e visão de longo prazo. Além disso, selamos nosso compromisso com a sustentabilidade baseado em três pilares: cuidar da saúde das pessoas, cuidar da saúde do planeta e cuidar da saúde do negócio. http://www.rd.com.br/ 15 Hoje, combinamos um portfólio integrado de ativos focados na saúde e no bem- estar: RD Farmácias (Droga Raia, Drogasil e Onofre), RD Serviços (4Bio Medicamentos Especiais, Univers, plataforma de gestão de saúde, e Stix) e RD Marcas (Needs, Vegan by Needs, Triss, Caretech, Nutrigood e marcas Droga raia e Drogasil). 1.3. História da Raia Drogasil Fundada em 2011, a Raia Drogasil, surgiu a partir da união de duas empresas centenárias, que percorreram durante anos caminhos particulares, mas de muita expansão e no decorrer dessa jornada cruzaram o caminho uma da outra, assim, depois da fusão as empresas unirão seus nomes e passaram a ter nome que hoje se conhece. Em 1905, o farmacêutico João Batista Raia abriu a primeira unidade da farmácia Raia, em Araraquara. Em 1935, a farmácia Drogasil foi fundada, através da união das drogarias Bráulio e a Brasil. Durante várias décadas após a fundação das empresas, elas percorreram caminhos de expansão, realizando a aquisição de outras drogarias e aumentando cada vez mais suas contribuições no mercado brasileiro. Em 1977, a Drogasil entrou para a bolsa de valores brasileira, passando a ser a primeira companhia do setor varejista de farmácias a integrar na bolsa. Em 2010, a Raia também veio a integrar a lista de empresas que fazem parte da bolsa de valores. No entanto em 2011, as duas companhias comunicaram a fusão de suas atividades, passando a ser considerada a maior rede de farmácias do país. Após a fusão, em 2012, a companhia criou uma nova identidade corporativa para sua marca, dando origem ao nome Raia Drogasil S.A. Com isso, as ações das empresas que antes eram individualmente comercializadas pararam de existir, dando origem as negociações das ações com a nova marca, sob o código RADL3. 16 Em 2015, a companhia entrou para o setor de especialidades, ao comprar uma das mais renomadas varejistas de medicamentos especiais do país, a 4bio. Em 2017, a companhia comunicou uma nova mudança em sua marca corporativa passando a chamar RD – Gente, Saúde e Bem-estar. 1.4. Principais Pilares Os principais pilares do modelo de negócio são as bandeiras Droga Raia e Drogasil, duas das marcas mais icônicas do varejo brasileiro, que totalizam mais de 200 anos de tradição. Com um portfólio de lojas que inclui várias centenas das melhores esquinas brasileiras, as plataformas proprietárias de ponta, que permitem gerir a cadeia de abastecimento de forma eficiente e atender os clientes a partir de sistemas baseados em CRM, os formatos diferenciados de loja, com conceitos avançados de gestão de categorias e um portfólio de produtos de marca própria. E, especialmente, contam com profissionais qualificados e motivados tanto no nível da gestão como de operação, que trabalham dentro de uma cultura de formação de pessoas, com ingresso pela base da pirâmide. Estes pilares permitem a prestação de um serviço diferenciado para os seus clientes e a criação de valor para os seus acionistas. Refletindo o propósito da companhia de cuidar de perto da saúde e bem- estar das pessoas em todos os momentos da vida. 17 2. MATEMÁTICA FINANCEIRA Segundo Rovina (2009, p. 5), a Matemática Financeira é “incompreendida por muitos e amada por poucos”. Rovina (ibidem, p. 5) conceitua a Matemática Financeira, conforme o próprio nome indica, como um dos inúmeros ramos da Matemática, que surgiu da necessidade de termos que lidar com o dinheiro ao longo do tempo. Para a Matemática usual, aquela que sempre aprendemos, dois sempre é igual a dois, mas para a Matemática Financeira essa informação é insuficiente, pois, além de quantificar, ou seja, dizer que dois é igual a dois, precisa situar o momento temporal, ou seja, dois só é igual a dois, se, e somente se, os dois valores estiverem situados no mesmo momento temporal, ou, melhor falando, na mesma data. Albert Einstein disse uma vez que "A Matemática não mente”. Justamente por isso é que seu uso é extremamente essencial para tomadas de decisão. A matemática financeira se apresenta como ferramenta indispensável para o gestor financeiro ajudando-o a reduzir os custos e potencializar os lucros. Ela oferece os instrumentos necessários para que se realizem avaliações sobre os recursos mais viáveis e os investimentos que podem ser mais vantajosos, ao longo do período. Qualquer que seja o projeto deve ser fundamentado em uma análise financeira, pois é uma ferramenta essencial para resolver questões pequenas e grandes dentro da empresa. Também se vale dela na hora de escolher o melhor regime tributário para a empresa e, durante toda a sua gestão tributária. A matemática financeira é considerada também um exemplo fundamental da chamada Teoria dos Jogos, uma sofisticada teoria para aplicação na gestão estratégica das empresas. Para entender melhor com o esse processo funciona é necessário primeiro, conhecer seus princípios básicos: 18 2.1. Capital É o valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial. 2.2. Montante O montante equivale ao valor futuro de uma operação financeira, incluindo ao valor do capital inicial os juros correspondentes ao período em questão. 2.3. Taxa de Juros Indica qual remuneração será paga ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente expressa da forma percentual, seguida da especificação do período de tempo a que se refere: 8 % a.a. - (a.a. significa ao ano) 10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre) Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: 0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês) 0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) 19 2.4. Juros Representa o valor cobrado em dinheiro pelo empréstimo ou financiamento, expresso como percentual, divido em Juros Simples e Juros Compostos. i. Juros simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. ii. Juros compostos: o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também. 2.5. Descontos É a redução ou abatimento sobre uma operação financeira levando em conta o tempo e taxa de juros. 2.6. Período São os prazos envolvidos na operação financeira. Podem ser expressos em dia, semana, mês, semestre, ano. 2.7. Investimento Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros incorridos no período. 20 2.8. Empréstimo Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer frente às necessidades das mais variadas espécies. 2.9. Amortização Antecipação de pagamentos de operação de financiamentos, na qual se fazem necessários os conceitos de valor atual e futuro. 2.10. Taxa de Juros É o que determina o valor dos juros a ser cobrado sobre determinado valor aplicado ou emprestado. Sempre influenciado por uma unidade de tempo (dia, mês, semestre, ano, etc.) Podemos representar esta taxa de duas formas diferentes e complementares. 2.10.1. Taxa Unitária A taxa unitária é um número que varia de 0 a 1, ou seja, uma fração decimal que expressa quanto um juro representa do seu valor principal. 21 2.10.2. Taxa Percentual A taxa percentual é um número que varia de 0 a 100 seguido do símbolo de %. Para efeito de cálculos, a taxa percentual é substituída pela taxa unitária, resultante da divisão por 100. A taxa percentual e a taxa unitária são formas diferentes de apresentação de uma mesma taxa. Exemplo: A taxa percentual de 15% é igual à taxa unitária de 0,15 22 3. TIPO DE JUROS 3.1. Juros exato e comercial É a forma com que calculamos o número de dias, podendo ser pelo ano civil ou pelo ano comercial. Consideramos por exemplo, 12% ao ano equivale no regime de juros simples a taxa diária seria de: Exato: É apurado, utilizando o calendário civil, ou seja, utilizando os 365 dias do ano (Exemplo: 12% / 365 dias = 0,032877% ao dia) Comercial: É apurado, utilizando o calendário comercial, ou seja, utilizando os 360 dias do ano (Exemplo: 12% / 360 dias = 0,033333% ao dia) 3.2. Juros simples Os juros simples são uma porcentagem aplicada a um valor inicial para a sua correção em determinado período. Seu cálculo resulta no mesmo valor utilizado mês após mês, sempre aplicado ao valor inicial. Imagine que em determinado ano a RAIA DROGASIL S.A. aplique parte de alguns recursos financeiros, correspondentes a R$ 647.500,00 pelo período de 18 meses com taxa de juros simples de 1,5% ao mês, qual o valor dos juros e o valor do montante nessa aplicação? 23 𝐽 = 𝐶. i. n 𝐽 = 647.500,00 x 0,015 x 18 𝐽 = 174.825,00 𝑀 = 𝐶 + 𝐽 𝑀 = 647.500,00 + 174.825,00 𝑀 = 822.325,00 3.3. Juros composto Os juros compostos são aqueles nos quais os juros do mês são incorporados ao capital. Eles são somados aos juros acumulados de períodos anteriores. Em outras palavras, os juros compostos são juros sobre juros, onde se soma a parcela dos juros e para o próximo mês, o juro será feito com base neste montante. Imagine agora que a RAIA DROGASIL S.A. faça a mesma aplicação, utilizando os mesmos valores e períodos, mas desta vez com taxa de juros compostos. Qual o valor dos juros e o valor do montante nessa aplicação? 𝑀 = C. (1 + i) n 𝑀 = 647.500,00. (1 + 0,015) 18 𝑀 = 647.500,00. (1,015) 18 𝑀 = 647.500,00. 1,3073 𝑀 = 846.476,75 24 𝑀 = 𝐶 + 𝐽 846.476,75 = 647.500,00 + 𝐽 𝐽 = 846.476,75 - 647.500,00 𝐽 = 198.976,75 Obs.: Em juros compostos, o valor cresce muito mais rápido do que com juros simples. No caso de uma dívida, é perigoso. No caso de um investimento, é excelente. 3.4. Equivalência de taxas e capitais É uma forma de deixarmos uma determinada taxa igual para períodos diferentes, ou seja, uma taxa está estabelecida em 12% ao ano, qual o valor dela para um mês, um bimestre ou um semestre? Exemplo: Para transformar 6% ao trimestre em uma taxa anual, devemos pensar que um ano tem 4 trimestres, desta forma, teremos 6% (taxa trimestre) x 4 (trimestres) = 24% (taxa anual). Já para o capital, dizemos que são equivalentes, quando os seus valores, transferidos para a mesma data e com a mesma taxa, são iguais. Exemplo: Suponhamos que a RAIA DROGASIL S.A. precisa substituir um título de R$ 168.000,00, que vencerá em 2 meses, por outro título, com vencimento para 6 25 meses, ou seja, um aumento de 04 meses no prazo. Neste caso, o banco adota uma taxa de 8% a.m. Qual o valor deste título, com este novo vencimento? FV = PV. (1 + i) n FV = 168.000,00. (1 + 0,08) 4 FV = 168.000,00. (1,08) 4 FV = 168.000,00. 1,36049 FV = 228.562,32 3.5. Diagrama de fluxo de caixa É uma representação gráfica em uma reta, dos períodos e dos valores monetários envolvidos. O fluxo de caixa serve para demonstrar graficamente as transações financeiras em um período de tempo. O tempo é representado na horizontal dividido pelo número de períodos relevantes para análise e onde são demostrados os valores recebidos (seta para cima) e os valores pagos (seta para baixo). 3.6. Regime de capitalização dos juros Regime de capitalização é a forma em que se verifica o crescimento do capital, este pode ser pelo regime de capitalização simples ou composta. No regime de capitalização simples os juros são calculados utilizando como base o capital inicial, ou seja, só incide sobre o capital ou valor inicial. Já no regime 26 de capitalização composta as taxas de juros são aplicadas sobre o capital acumulado dos juros de cada mês. Exemplo: Imagine que a RAIA DROGASIL S.A. aplicou R$ 360.000,00 a uma taxa mensal de 1,5% no regime de capitalização composta, ao final de um semestre, ela terá um capital acumulado de quanto? 𝑀 = C. (1 + i) n 𝑀 = 360.000,00. (1 + 0,015) 6 𝑀 = 360.000,00. (1,015) 6 𝑀 = 360.000,00. 1,09344 𝑀 = 393.638,40 E se utilizarmos os mesmos valores para o regime de capitalização simples, ela terá um capital acumulado de quanto? J = 𝐶. i. n J = 360.000,00 x 0,015 x 6 J = 32.400,00 𝑀 = 32.400,00 + 360.000,00 = 392.400,00 27 3.7. Desconto simples racional ou “por dentro” O desconto simples racional também denominado de desconto real (verdadeiro) ou desconto por dentro, é o mesmo que um juro produzido pelo valor inicial. Porém, este valor é a diferença entre o Valor Nominal que é o valor teórico ideal de um título, e o Valor atual que é o valor real que esse título possui. Exemplo: A RAIA DROGASIL S.A. tem um duplicata a receber que vencerá em 01 ano no valor de R$ 660.000,00. O Banco ofereceu a compra deste título e pagará por ele o valor de R$ 600.000,00 vencendo em 06 meses, sendo que a taxa de juros é de 20% ao ano, podemos dizer que será feito um bom negócio nesta venda? A = N ____ (1 + i) n A = 660.000,00 (1 + 0,2) 0,5 A = 660.000,00 = 602.497,63 1,09544 Concluímos que nesta negociação haverá uma perda de R$ 2.497,63 28 3.8. Desconto bancário ou comercial ou “por fora” Desconto comercial simples, ou desconto por fora, é o desconto aplicado sobre o valor nominal, ou futuro, do título. O desconto é prática comumente exercida pelas instituições financeiras e no comércio em geral. Exemplo: A RAIA DROGASIL S.A. tem uma duplicata que foi paga 05 dias antes do seu vencimento no valor de R$ 2.820,00 e sofreu um desconto de 36% a.m. (36%/30dias=1,2 a.d). Desta forma, se este título fosse pago na data do vencimento original, qual seria o valor pago? N = Ac 1 - i. n N = 2.820,00 1 – 0,012 x 5 N = 2.820,00 1 – 0,06 N = 2.820,00 = R$ 3.000,00 0,94 29 4. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS O sistema de amortização é o pagamento de uma dívida através de parcelas. Conforme as parcelas são pagas, o saldo devedor vai sendo amortizado, diminuído, quitado ao mesmo tempo que são pagos juros ao banco. 4.1. Definições básicas 4.1.1. Encargos financeiros Os encargos financeiros são as taxas cobradas em transações realizadas com instituições financeiras, como bancos e operadoras de crédito. Os percentuais a serem cobrados, obrigatoriamente, devem constar nos contratos fechados. 4.1.2. Amortização A fração do capital pago ou recebido em um determinado período. 4.1.3. Prestação É o pagamento efetuado ao longo da série de pagamentos, sendo composto de uma parcela de capital chamada amortização e uma parcela de juros. 4.1.4. Juros 30 Redução constante do saldo devedor, os juros diminuem linearmente ao longo do tempo. 4.1.5. Carência É a postergação só do valor principal, excluídos os juros. 4.1.6. Saldo devedor Saldo devedor é o saldo total de uma dívida adquirida somado os seus respectivos juros. Sendo assim, ao ir pagando as prestações essa dívida vai diminuindo o que consiste dizer que o saldo devedor de financiamento também vai diminuindo. 4.2. Sistema de Amortização Constante (SAC) O Sistema de Amortização Constante é o modelo de amortização em que ocorre o abatimento programado de valores de um empréstimo por um período determinado, onde o valor das parcelas a serem pagas é decrescente, sendo automaticamente descontado do valor inicial da dívida. Isso quer dizer que, se as primeiras parcelas serão maiores, e ao longo do financiamento elas irão reduzindo. Entretanto, o valor amortizado será o mesmo para todas as parcelas. A redução será nos juros. Assim, o Sistema de Amortização Constante acaba ficando mais concentrado no mercado imobiliário. 31 4.3. Sistema de Amortização Francês (SAF) A tabela price representa como serão definidas as parcelas dos financiamentos, como os juros de um financiamento serão cobrados e o seu impacto no valor da parcela, ou seja, é a forma como a dívida contraída será amortizada. Além disso, a tabela price também é conhecida como Sistema Francês de Amortização. Uma das formas mais comuns de amortização no Brasil, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, é a tabela price. Isso porque ela geralmente é utilizada para financiamentos e empréstimos de curto e médio prazo. Pelo fato do valor amortizado começar com um percentual menor da prestação e ao longo dos meses sofrer elevações, esta modalidade é conhecida como amortização crescente. E seu uso, é mais comum no dia a dia, Isso porque ela é utilizada em empréstimos pessoais parcelados ou mesmo nas compras a prazo no cartão de crédito. Afinal, são parcelas iguais que vão amortizando o saldo devedor. 4.4. Sistema de Amortização Misto (SAM) O Sistema de Amortização Misto (SAM) é um sistema de amortização que apresenta características intermediárias entre os outros dois principais sistemas de amortização, o Sistema de Amortização Constante (SAC) e o Sistema Price, também conhecido como Sistema de Amortização Francês (SAF). Logo, no sistema de amortização misto, o tomador do empréstimo irá pagar uma parcela que é a média entre o SAC e o Sistema Price. Para calcular o sistema de amortização misto, é necessário somar a parcela do SAC e do Sistema Price e dividir por dois. 32 O sistema de amortização misto é mais utilizado para financiamento habitacional, sobretudo pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação). 4.5. Sistema de Amortização Americano (SAA) O sistema Americano de Amortização, é um sistema de amortização de dívidas onde os juros de um empréstimo são pagos periodicamente, porém a quitação do empréstimo se dá por meio de uma única parcela que deverá ser paga ao final do contrato. Há também a opção dos juros serem capitalizados e pagos juntos com o valor principal no final do contrato. Porém, nesse caso é preciso que seja especificado isso em contrato, caso contrário entende-se que os juros deverão ser pagos mensalmente. No Brasil o SAA é um sistema de amortização muito pouco usado, o SAA, favorece investimentos cujo retorno financeiro é superior aos juros pagos, mas não o suficiente para pagar o valor principal parceladamente. Desse modo, a empresa consegue criar capitalizações mensais para quitar o empréstimo após um determinado prazo. 4.6. Sistema de Amortização Crescente (Sacre) O Sistema de Amortização Crescente é uma mistura do Sistema Price e do SAC. As prestações sobem durante um determinado intervalo de tempo, até chegar a um ponto, a partir do qual vão diminuindo. Nesse tipo de sistema há também reajuste pela TR, que na maior parte dos contratos substitui a correção monetária. O Sistema SACRE implica numa prestação inicial muito alta. Por outro lado, esse valor vai diminuindo, facilitando a vida financeira do devedor no longo prazo. As amortizações vão subindo, ao passo que os juros caem ao longo dos anos, uma vez 33 que o saldo devedor diminui sempre. A vantagem das prestações decrescentes é que o risco de inadimplência, comparado ao Sistema Price, é infinitamente menor. Se você se encontra em uma posição financeira intermediária, ou seja, com um salário razoável mas sem projeções de crescimento em curto e médio prazo, então o SACRE pode ser a melhor opção já que dosa um pouco de cada modalidade. 34 5. ANÁLISE DE INVESTIMENTOS (RISCO E RETORNO) Para verificar as variáveis de risco e retorno de um investimento, o Fluxo de Caixa Descontado, também conhecido como FCD, é um aliado muito importante das tomadas de decisão. Trata-se de uma metodologia utilizada em qualquer situação em que o dinheiro seja aplicado em um ponto e recebido em outro, no futuro, uma vez que o FCD trabalha com o valor do dinheiro no tempo. O FCD parte do pressuposto de que o investimento gera fluxo de caixa durante um determinado período. 35 6. APLICAÇÃO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA Mitigamos a perda de vendas e margens através do digital, com resultados fortes no 4T20 › Crescimento de 16,7% nas vendas do 4T20, com lojas maduras crescendo 6,0%, 1,5% acima da inflação › R$ 1,2 bilhões em vendas digitais (5,9% das vendas do varejo), versus R$ 0,3 bilhão em 2019 › Cumprimos integralmente o guidance de 240 novas lojas e abrimos um novo CD no RS › R$ 103,9 milhões em geração total de caixa, com alavancagem reduzida para 0,6x dívida líquida/EBITDA 36 7. ANALISE DAS DEMOSNTRAÇÃO FINANCEIRA Balanço Patrimonial (R$ milhões) IAS 17 IFRS 16 ∆ 4T20 Ativo 1.665.655,6 13.828.087,8 3.162.432,2 Ativo Circulante 7.020.471,5 7.020.488,2 16,7 Tributos a Recuperar 61.490,6 61.531,2 40,6 Outras Contas a Receber 261.044,5 261.020,6 (23,9) Estoques 4.225.407 0,0 4.225.407 Ativo Não Circulante 3.645.184,1 6.807.599,6 3.162.415,5 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 34.604,6 36.260,5 1.655,9 Outros Créditos 352.350,1 351.864,6 (485,5) Investimentos 0,0 0,0 (0,0) Imobilizado 1.859.220,4 5.020.465,4 3.161.245,0 Passivo e Patrimônio Líquido 10.665.655,6 13.828.087,8 3.162.432,2 Passivo Circulante 4.366.522,1 4.801.304,1 434.782,0 Arrendamentos Financeiros a Pagar 0 503.318,5 503.318,5 Dividendo e Juros Sobre o Capital Próprio 66.295,0 16.491,7 (49.803,4) Outras Contas a Pagar 181.417,5 162.684,4 (18.733,1) Não Circulante 1.757.270,3 4.601.163,9 2.843.893,6 Arrendamentos Financeiros a Pagar 0,0 2.927.606,8 2.927.606,8 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 158.141,3 74.428,1 (83.713,2) Patrimônio Líquido 4.541.863,2 4.425.619,8 (116.243,3) Reservas de Lucros 1.780.379,4 1.664.171,5 (116.207,9) Participação de Não Controladores 62.530,6 62.495,2 (35,5) (Planilha do 4T20 da RD ,2020) Imagem 1 37 8. LIQUIDEZ Com os dados que se refere a mais de um exercício, trimestrais podem complementar a análise financeira com as análises verticais e horizontais. Demonstrar a capacidade da empresa de saldar suas obrigações com terceiros em geral, ou seja, pagar seus passivos. Para obtenção do índice, trabalhamos com: ativos circulantes e não circulantes; passivos circulantes e não circulantes. É a facilidade de um ativo ser transformado em dinheiro sem perdas significativas em seu valor. Esse conceito se refere à agilidade com que um investidor consegue se desfazer de um investimento para voltar a ter dinheiro na mão sem que, para isso, precise ter prejuízo. 8.1. Liquidez Geral Indica quanto a empresa possui de ativo circulante mais o realizável em longo prazo para cada unidade monetária de dívida geral (passivo circulante mais o exigível em longo prazo). Prof. Raquel, (Livro texto, pg61,2021) Neste caso serão 0,57. Interpretação: quanto maior, melhor. 8.2. Liquidez corrente Quanto a empresa possui de ativo circulante para cada unidade monetária de passivo circulante. AC/ PC = ILC (Prof.ª Raquel, pg21, 2021) 38 Ou seja, tem para cada R$ 1,00 de passivo circulante, a empresa tem 1,46 de ativo circulante. 8.3. Liquidez imediata Quanto a empresa possui de disponibilidade imediata para cada unidade monetária de passivo circulante. Disponibilidade/ PC = ILI (Prof.ª Raquel, pg21, 2021) Sendo assim, para cada R$ 1,00 de dívida, havia 0,15 disponíveis. 8.4. Liquidez Seca Quanto a empresa possui de ativo circulante líquido para cada unidade monetária de passivo circulante. (AC - Estoques)/PC=ILS Indica o quanto a empresa possui de ativo circulante líquido para cada unidade monetária de passivo circulante. A exclusão da conta estoque da formula é necessária, uma vez que há incerteza sobre quando os estoques serão vendidos – pode levar dias, meses ou anos. Prof. Raquela, ( Livro texto,pg62,2021) Neste caso, a empresa Raia Drogasil, tinha, para R$ 1,00 de dívida, R$ 0,64; em 2020 OBS.: Os cálculos foram baseados nos valor da fileira da “IAS17”. 39 9. ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO O Índice de Endividamento Geral, ou apenas EG, é utilizado como um indicador financeiro na análise do endividamento da empresa. De maneira geral, ele mede a proporção do endividamento da companhia em relação ao total do seu ativo, ou, em outras palavras, o quanto dos ativos da empresa está financiado por terceiros. Entretanto, para aplicá-lo, é necessário saber como funciona o cálculo do Índice de Endividamento Geral, além de entender quais cuidados devem ser tomados ao usar esse índice na análise da saúde financeira de uma empresa. Índice de Endividamento Geral (EG) é a representação da proporção do ativo total que está comprometida para custear o endividamento da empresa com terceiros (passivos exigíveis). Por isso, ele é usado como um indicador para a análise da saúde financeira de uma companhia. Relacionam: Composição de capitais próprios e de terceiros. Participação de capitais de terceiros: Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada unidade monetária de capital próprio. (Raquel,2021, p23) Cálculo: Pas. circ. + Pas.ELP =PCT Patrimônio líquido Interpretação: quanto menor, melhor. Em 2020 a empresa Raia Drogasil teve, de capital de terceiros$ 1,34 para cada R$ 1,00 de capital próprio. Uma situação não muito confortável para a empresa, que com estes dados, fica muito dependente de capital de terceiros. 40 A relação indica quanto a empresa possui, percentualmente, de recursos de terceiros (de curto e longo prazos) para cada unidade monetária investida com capital próprio. (Raquel,2021, p11 do livro texto) 9.1 Composição do endividamento Quanto as dívidas de curto prazo representam para cada unidade monetária do total da dívida com terceiros. (Prof. Raquel,2021, p23) Cálculo: Passivo circulante = CE 9.1.1 Patrimônio líquido Evidenciam: Relações na estrutura da dívida da empresa. Interpretação: quanto menor, melhor. Para cada R$ 1,00 de dívida total no ano de 2020 tem-se R$0,96 de dívida de curto prazo. 9.2 Garantia do capital próprio Quanto a empresa tem de capital próprio para cada unidade monetária de capitais de terceiros. (Raquel,2021, p23) 41 Cálculo: Patrimônio líquido = GCT Passivo circulante + ELP Mostram: A composição e a aplicação dos recursos da empresa. Indica quanto a empresa tem de capital próprio para cada unidade monetária de capitais de terceiros. Interpretação: quanto maior, melhor. Na Raia Drogasil, em 2020 para cada R$ 1,00 de capital de terceiros, a empresa tem R$ 0,74; 42 10. Índices de atividade Os indicadores de atividade têm o objetivo de, essencialmente, mensurar as várias etapas do ciclo de uma empresa. Tais processos, medidos pelos indicadores de atividade, vão da gestão de estoques até o prazo dado aos clientes a partir das vendas de mercadorias. Estes indicadores são essenciais para a gestão de uma empresa. Também têm a função de medir os processos do ciclo empresarial. Nesse grupo, estudaremos quantos dias a empresa demora, em média, para receber suas vendas, pagar suas compras e renovar seus estoques. (Raquel, 2021, pg12 livro texto) Para Assaf Neto (2007), os indicadores de atividade mensuram as diversas durações das possíveis etapas presentes no ciclo operacional da empresa. (Raquel, 2021, pg12 livro texto) Esse ciclo envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, podendo apresentar variações consequentes à natureza específica da empresa (industrial, comercial e prestadora de serviços). Essas 65 ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS fases, por sua vez, vão desde a aquisição de insumos básicos ou compra de mercadorias até o efetivo recebimento das vendas realizadas. (Raquel, 2021, pg12 livro texto) Prazo Médio de Recebimento (PMR) Prazo Médio de Estoque (PME) 43 Prazo Médio de Pagamento (PMP) Ciclo financeiro = PMR + PME – PMP 10.1 Prazo Médio de Recebimento (PMR) Indica quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas. Assim, o volume de duplicatas a receber é consequente de dois fatores essenciais: (i) montante de vendas a prazo e (ii) prazo concedido aos clientes para pagamento (Raquel, 2021, pg14) Segundo (SILVA, 2008) As vendas a prazo seguem uma política de crédito adotada pela empresa, que seja adequada ao seu tipo de atividade. Há diferenças fundamentais nos padrões para concessão de utilizados por empresas diferentes, especialmente quando atuantes em ramos de atividades diferentes. Para empresas de atividades semelhantes, os padrões de crédito tendem a ser parecidos [...] (Raquel, 2021, pg14) 4T19 4T20 Clientes 1.189.019 1.555.434 Receita Bruta de Vendas 2 1 . 1 8 0 , 5 (Balanço patrimonial RD,2021, pg18) 44 Duplicatas a receber média * 360 = PMR Vendas brutas (1.189.019+1555.434)/2= 1.372.226,5 Indicam quantos dias, em média, a empresa espera para receber suas vendas. Interpretação: quanto menor, melhor. No 4T20, a RD. Em média, 23 dias para receber suas vendas. 10.2 Análise de risco Neste caso, indica que, quanto maior for o prazo de recebimento das vendas, pior será a sua avaliação. Silva (2008) ressalta que as mesmas considerações sobre sazonalidades aplicadas ao PMRE devem ser aplicadas ao PMRV. Assaf Neto (2007) também destaca que a empresa deve abreviar sempre que possível o prazo médio de cobrança. (Raquel, 2021, pg15) Prazo Médio de Pagamento (PMP) 4T19 4T20 Fornecedores 2.653.237 3.106.937 Custo das mercadorias 14.175.656 (Balanço patrimonial RD,2021, pg18) 45 Obs.: Nem sempre a empresa cola “compras” para determinar o custo de tudo que foi adquiro para o cumprimento do exercício. Por isso no DRE da Drogasil, disponibiliza esta informação como custo de mercadorias. Fornecedores médios * 360 = PMP Compras (2.653.237+3.106.937)/2=2.880.087 Indicam quantos dias, em média, a empresa espera para pagar suas compras. Interpretação: quanto maior, melhor. No ano de 2020 a RD. Em média, 73 dias para efetuar seus pagamentos. 10.3 Prazo Médio de Estoques (PME) Segundo Assaf Neto (2007), indica o tempo médio necessário para a completa renovação dos estoques da empresa. Silva (2008) argumenta que, do ponto de vista da análise de risco, esse é um índice do tipo quanto maior, pior, porém uma análise conjunta envolvendo os prazos de recebimentos das vendas e pagamento das compras é bastante conveniente nesse caso. (PROF.: Raquel, 2021, pg15) 4T19 4T20 Estoques 3.851.389 4.225.407 Despesas de Venda 3.877,2 (Dados tirados do DRE, da RD, pg15,2021) 46 Estoques médios * 360 = PME Custos das vendas (3.851.389 + 4.225.407)/2=4038.398 Indica quantos dias, em média, a empresa leva para vender seus estoques. Interpretação: quanto menor, melhor. O giro dos estoques da Raia Drogasil leva 374 dias. Verificamos que a Raia Drogasil tem um ciclo financeiro de 324, ou seja, o número de dias que leva entre comprar (pagar) seus estoques, renová-los por vendas e receber esse montante. 47 11. Indicadores de rentabilidade Essa medida revela a rentabilidade, o retorno produzido (em termos percentuais) pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. O Retorno sobre o ativo indica a lucratividade que a empresa apresenta em relação aos seus investimentos totais (SILVA, 2008). 4T19 4T20 Ativo 9.212.488 10.665.656 Lucro Líquido 198,5 Lucro líquido = Ativo total médio (9.212.488+10.665.656)/2=9.939.072 A Raia Drogasil apresentou um lucro líquido de R$ 198,5 milhões no 4º trimestre de 2020, cifra 38,5% superior em comparação com o mesmo intervalo de 2019. No acumulado do ano passado, o montante atingiu R$ 579,3 milhões, crescimento de 6,7% no comparativo anual. Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido: 48 4T19 4T20 Lucro Líquido 198,5 Patrimônio Líquido 4.134.047 4.541.863 Lucro líquido= Patrimônio líquido médio (4.134.047+4.541.863)/2=4.337.955 Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária do patrimônio líquido. Interpretação: quanto maior, melhor. Esse índice mede o poder de ganho dos proprietários, ou seja, para cada R$ 1,00 investido, há um ganho de R$ 0,46. 11.1 Margem líquida Esse indicador é capaz de medir a eficiência de uma empresa em produzir lucro por meio de suas vendas. O Índice de Retorno sobre as Vendas (RSV) relaciona o lucro líquido às vendas líquidas de um mesmo período, fornecendo assim o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento (SILVA, 2008). 4T19 4T20 49 Lucro Líquido 198,5 Receita líquida de vendas e serviços 4.785.115 5.553.741 Lucro operacional antes do resultado financeiro 260.271 Lucro líquido * 100 = Receitas líquidas Indica o percentual de lucro líquido em cada unidade monetária vendida. Interpretação: quanto maior, melhor. No caso da Raia Drogasil, está com uma margem líquida de 3,5%. A margem operacional, bastando para isso colocarmos no numerador do índice o valor do lucro operacional;( Raquel, pg4,2021) A margem bruta, bastando para isso colocarmos no numerador do índice o valor do lucro bruto. (Raquel, pg4,2021) Giro do ativo Estabelece a capacidade dos ativos em gerar vendas; em outras palavras, é a relação entre as vendas efetuadas e os investimentos totais da empresa (SILVA, 2008) 50 4T19 4T20 Ativo 9.212.488 10.665.656 Receita líquida de vendas 4.785.115 5.553.741 Vendas líquidas = Ativo total médio (9.212.488+10.665.656)/2=9.939.072 Indica quanto foi vendido para cada unidade monetária de investimento total médio. Interpretação: quanto maior, melhor. (Raquel, pg4,2021) O giro do ativo evidencia quantas unidades monetárias foram captadas pela receita de vendas para cada unidade monetária que foi investida no ativo total da empresa. Exemplifica que, caso o giro do ativo de uma determinada empresa tenha resultado em 0,55 esse valor mostra que, para cada $ 100,00 do ativo total, aquela empresa vendeu R$ 55,00. 51 12. Projeção O Bank of America (BofA) comentou o anúncio da Raia Drogasil, de que a rede planeja abrir 240 novas lojas em 2021 e 2022, mantendo o mesmo número de inaugurações previstas para 2020. Segundo o BofA, o número está acima da estimativa do banco, de 230 novas lojas para ambos os anos, e significa um ritmo de expansão de cerca de 10% no número de lojas por ano. O banco, no entanto, manteve a recomendação de compra para as ações e o preço- alvo em R$ 29. Sinalizando que esta correção nas expectativas pode abrir uma oportunidade particularmente atraente nas ações da empresa. Os papéis da companhia estão sendo negociados na B3 com ganhos de 5% nesta quarta-feira, valendo R$ 23,03 às 12h18. O banco acredita que o pior já passou para as vendas e vê uma taxa de crescimento anual composta de 25% entre 2020 e 2025. 52 13 - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 13.1 - Revisão de Literatura Ao iniciarmos essa abordagem é importante termos em mente que ter um planejamento não é meramente uma atividade burocrática da empresa na qual “qualquer pessoa” poderá realizar, por alguns acharem ser essa uma atividade sem tanta importância ou que não vai trazer retornos operacionais ou dividendos para a empresa. Esse tipo de pensamento certamente não cabe mais, pois hoje há uma compreensão cada vez maior de que através do planejamento tributário a empresa não só pode evitar problemas com o fisco, como também, economizar no pagamento dos impostos ou até mesmo conseguir a isenção de alguns tributos. Praticar um planejamento tributário certamente implicará nos rendimentos da empresa, pois a obrigará também a fazer um planejamento financeiro, o que implica em avaliar o fluxo de caixa, a rodagem do estoque, os gastos com o pessoal e consequentemente os gastos com o pagamento de tributos. É claro que muitos empresários fogem desse assunto e simplesmente vão levando a vida da sua empresa de qualquer jeito ou vão postergando para futuro e não se dão conta de que estão criando um problema que eles poderiam ter evitado. Fazer um planejamento pode ser o fator que decidirá a sobrevivência da empresa para o próximo ano. Não é por acaso que no Brasil muitas empresas quebram antes do primeiro ano e a maioria das que são abertas quebram antes do terceiro ano de funcionamento. A falta de observância dos empresários é considerável e eles acabam relevando a necessidade de se ter uma organização financeira, tributária adequada e quando tem um Contador, só o consulta para pagar os impostos sem ter um entendimento adequado de como fazer ou qual o momento de fazer. Por isso é demasiadamente importante o conhecimento da prática de elisão fiscal. 13.1.2 - Elisão Fiscal A elisão fiscal é um mecanismo através do qual o empresário visa seu setor de contabilidade: se média ou grande empresa, ou contador: se for micro e pequena empresa, consegue de forma legal retardar o recolhimento de um 53 determinado tributo visando assim ter naquele período de postergamento do pagamento uma maior liquidez de caixa, ou ter nesse interstício um lucro operacional maior. Isso é possível porque a lei permite em alguns casos que o tributo seja auferido em um período e que o seu recolhimento seja feito posteriormente. Essa possibilidade dar as empresas uma maior folga no pagamento de tributos ainda que momentânea, já que ela terá de pagar posteriormente. Um bom exemplo disso é o Lucro Real. Usar dessa ferramenta tributária poderá dar uma liquidez e uma maior segurança financeira, além de trazer mais estabilidade para operação dos negócios da empresa. Agindo dessa maneira a empresa não irá correr o risco de ficar sem fundos para arcar com suas obrigações mais imediatas, tendo em vista que legalmente ela pode postergar o recolhimento do seu tributo para um momento mais auspicioso. Através dessa prática os empresários conseguem tocar os seus negócios de forma mais tranquila sabendo que somente precisarão arcar com os tributos num momento mais distante. Entretanto, cabe ressaltar que é preciso ter entendimento da matéria para fazer uso de tal prática, pois mesmo sendo legal, a elisão fiscal pode gerar muitos transtornos e problemas sérios com as autoridades tributárias. A empresa precisa de um bom planejamento financeiro para não acabar chegando ao final do ano sem o dinheiro necessário para pagar os tributos. Por isso é sensato que ao menos a empresa deixe uma parte do valor reservada para que em caso de eventuais problemas financeiros ela não fique sem o dinheiro para honrar seus compromissos tributários. Atrasar um tributo, por não ter dinheiro para pagá-lo, além de ser péssimo para a imagem da empresa, também implicará em juros por atraso. Logo fazer a opção pela prática de elisão fiscal pode até ser perigoso e requer um estudo de mercado para saber se no período final de pagamento das obrigações tributárias a empresa terá de fato o valor exigido pela lei. Pois para uma companhia que tem ações em bolsa, isso seria desastroso e prejudicaria a sua imagem, podendo inclusive afetar as relações com os seus parceiros de negócios e a futura negociação de suas ações. 13.2 - Regimes Tributários 54 Todo empresário precisa escolher um regime tributário para recolher os seus tributos. No Brasil a legislação tributária traz consigo algumas opções para aquele empreendedor que quer ter um negócio próprio. Sendo eles o Lucro Real, o Lucro Presumido e o Simples Nacional. Essas três modalidades de se auferir as tributações foram estabelecidas visando dar uma maior equidade no processo de declaração. Fazendo com que cada empreendedor pague os seus tributos de acordo com o nicho de atuação de sua empresa e de seu porte. Esses três regimes estão regulamentados a partir das seguintes leis: a lei complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 normatiza o Simples Nacional; já a lei 9.064 de 20 de junho de 1995 normatiza o Lucro real; e a lei 12814 de 2013 o lucro presumido. 13.2.1 - Simples Nacional É o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições aplicável às microempresas e empresas de pequeno porte. Tendo em vista as enormes dificuldades que os pequenos empreendedores enfrentavam no início de seus negócios com a burocracia inerente as grandes e médias empresas. Percebeu- se que eles não conseguiam se adequar a burocracia vigente e por isso foi necessário criar um novo regime tributário para abarcá-los. Como o próprio nome diz, é "simples, simplificado" ele veio para facilitar a vida dos pequenos empresários os quais encontravam dificuldades tanto em fazer a aferição como para pagar os tributos. Esse empecilho acabava por sua vez fazendo com que esses empresários abrissem e mantivessem seus negócios de forma irregular. Visando corrigir isso foi criado “O simples” e ele vêm com algumas regras que definem quais empresas se enquadram nele. O primeiro é o porte da empresa, que é definido pelo faturamento, as microempresas são aquelas com faturamento de até R$ 360.000,00 nos últimos doze meses. Já as empresas de pequeno porte são aquelas com o faturamento entre R$ 360.000,00 e R$ 4.800.000,00 nos últimos doze meses. 55 Além do faturamento há também alguns outros parâmetros: dentre eles, não possuir outra empresa no quadro societário; apenas pessoas físicas podem ser sócias; não ser sócio de outra empresa: o CNPJ (cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) não pode participar do capital social de outra pessoa jurídica; não ser uma sociedade por ações e caso os sócios possuem outras empresas a soma do faturamento delas não pode ultrapassar R$ 4.800.000,00. O simples também traz consigo alguns benefícios: dentre eles um que agiliza bastante quem opta por esse regime, a DAS (Documento de arrecadação do simples Nacional) é uma guia única de recolhimento de vários tributos como: o IRPJ ( Imposto de Renda Pessoa Jurídica), a CSLL ( contribuição Social sobre o Lucro Líquido), o PIS ( programa de Interação social), a COFINS ( Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social), o IPI ( Imposto Sobre Produtos Industrializados), o ICMS ( Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o ISSQN ( Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), e o CPP ( Contribuição Previdenciária Patronal). Os “MEIS" microempreendedores individuais também podem optar pelo “Simples” mas para isso eles devem se enquadrar em alguns limites específicos como o tamanho e o faturamento do seu negócio, os quais são inferiores as micro e pequenas empresas. Para poder recolher pelo Simples como MEI, é preciso que o faturamento não seja superior a R$ 81.000.000,00 e caso ultrapasse esse teto eles permanecem no Simples Nacional. Entretanto recolhendo os tributos com alíquotas maiores. Para ser MEI é preciso ter no máximo um colaborador cuja remuneração deve ser de no mínimo um salário mínimo ou o piso da categoria. Além disso, os tributos do MEI têm valor pré-fixado como o INSS R$ 55,00 (5% do salário mínimo vigente). Atualmente é cobrado R$ 56,00 para comércio e indústria, sendo R$ 1,00 para o ICMS e R$ 55,00 para o INSS. Para os prestadores de serviços serão R$ 60,00 sendo R$ 55,00 do INSS e R$ 5,00 de ISS. Já para as atividades de comércio e serviços serão R$ 61,00 sendo R$ 55,00 do INSS, R$ 1,00 do ICMS e R$ 5,00 do ISS. Os MEIS são profissionais autónomos e liberais que encontram nesse enquadramento a possibilidade de formalizar os seus negócios sendo que essa 56 modalidade parece ser a mais vantajosa para esse grupo, pois pagarão poucos tributos com valores baixos e pré-fixados. Portanto mudar para de enquadramento para simples tradicional requer bastante cuidado e análise, caso o negócio não vá de fato dar um salto em seu faturamento de modo a ultrapassar o teto ou necessite de mais de um colaborador é melhor permanecer como MEI. 13.2.2 - Lucro Real Algumas empresas são obrigadas a recolher os seus tributos por esta modalidade tributária de acordo com a sua atividade empresarial. As empresas que atuam no setor financeiro: bancos, cooperativas de crédito, seguros privados, entidades de previdência aberta e sociedades de crédito imobiliário. Empresas que obtiveram lucro e fluxos de capital com origem estrangeira. FACTORING, empresas que exploram a compra de direitos de crédito, como resultado de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços. Empresas com benefícios fiscais, como a redução ou a isenção de seus impostos. Todas as que atuam nestas áreas são obrigadas a apurar pelo Lucro Real. Também estão incluídas nesse grupo as que tem o faturamento superior a R$ 78.000.000,00 ao ano. Nessa modalidade, quanto maior for o lucro, maiores serão os valores devidos. As suas alíquotas variam 24% no IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), sendo (9% e 15%). Já na CSLL: (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) varia 34%, sendo 9% e 25% e incidem sobre o lucro e não sobre o faturamento. As empresas enquadradas no Lucro Real também pagam o PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Suas alíquotas são 1,65% e 7,60% respectivamente e não são cumulativos. Há uma grande vantagem em fazer a apuração pelo Lucro Real, pois a apuração pode ser feita trimestralmente ou anualmente e por meio de um bom planejamento tributário o pagamento dos tributos no Lucro Real poderá ser feito através da Elisão Fiscal. 13.2.3 - Lucro Presumido 57 A modalidade tributária do lucro presumido na prática acaba sendo um meio termo entre o simples nacional e o Lucro real. Principalmente pela sua faixa financeira, pois para optar pelo Lucro presumido é necessário que o faturamento anual não seja superior a R$ 78.000.000,00 e ficam obrigados a optar por ele empresas cujo faturamento seja de no mínimo R$ 6.500.000,00. A alíquota geral do Lucro Presumido é de 15% sobre o valor apurado, essa taxa se aplica as Pessoas Jurídicas tanto comerciais quanto as rurais. A apuração deverá ser feita trimestralmente, porém a opção pelo Lucro Presumido deve ser feita no primeiro trimestre do ano e a partir de então, seguir durante todo o ano-calendário. O período de apuração ocorre nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro, 31 de dezembro. O RPJ e a CSLL apuradas devem ser pagas até o último dia útil do mês subsequente, podendo ser pagos em três quotas mensais iguais e sucessivas. Entretanto a parcela do valor que exceder o montante da multiplicação do valor de R$ 20.000,00 mensais terá incidência da alíquota de 10%. 13.3 - Evasão Fiscal Já faz parte do nosso cotidiano assistirmos nos jornais operações polícias contra a fraude fiscal: emissão de nota fiscal adulterada, ocultação de património e a lavagem de dinheiro. A evasão fiscal ocorre por meio da não contabilização de valores ganhos pela empresa. Alguns empresários simplesmente não emitem a nota fiscal, quando todos sabem que devem fazer. Já que os Fiscais da Receita Federal, Estadual e Municipal não tem como saber o valor exato das vendas e aquilo que de fato entrou de recursos na empresa. 13.3.1 Sonegação de Impostos A sonegação dos impostos é uma prática comum e constante em nossa sociedade ela se dissemina geralmente por duas vias: a primeira é o não recolhimento do tributo de forma proposital, visando enganar as autoridades tributárias e o enriquecendo ilicitamente. A segunda via talvez até mais comum do que a primeira é quando um empresário em geral dono de uma empresa de pequeno ou médio porte, sonega por desconhecer o regramento tributário. 58 Importante ressaltar que mesmo que a legislação tributária possibilite ao empresário meios legais de economizar no recolhimento dos tributos, deve-se tomar bastante cuidado ao fazer uso deles. É importante ter a orientação de profissionais experientes e que dominem a norma legal, para que a empresa não corra o risco de infringir a lei e cometa a sonegação de impostos, ainda que sem ter a intenção. Para que isso não venha acontecer é preciso que haja um planejamento, esse planejamento deve ser feito antes do início do ano fiscal para que assim a empresa aja com previsibilidade e transparência. A sonegação fiscal por descuido não é punida penalmente tendo em vista que o que ocorreu foi um descuido ao fazer o planejamento tributário e a apuração dos impostos. É claro que nenhum empresário quer passar por este constrangimento e ainda ter que pagar multas e ficar com uma imagem negativa perante os fiscais tributários. Além disso hoje preza-se cada vez mais no meio empresarial pela idoneidade e pela transparência na realização dos negócios, pois ter a imagem “arranhada” por sonegação pode afetar a credibilidade da empresa e atrapalhar na hora de fechar novos contratos. 13.3.2 - Nota Fiscal Adulterada A emissão da segunda via da nota fiscal entregue ao consumidor ou receptor do serviço com um valor superior ao que de fato foi cobrado é um artifício bastante difundido entre aqueles que querem cometer uma fraude. Pois o valor que é repassado ao consumidor é superior ao que será repassado ao fisco, desta forma o fraudador declara um valor menor e não o justo e isso faz com que o empresário tenha um lucro extra ao final do período. Entretanto quase sempre isso gera problemas com a justiça e as autoridades tributárias, pois se ocorrer uma auditoria na empresa do cliente as notas fiscais dele deverão ser confirmadas. Ou caso os valores de venda declarados pela empresa vendedora estejam abaixo do valor de mercado isso poderá gerar uma auditoria. 13.3.3 - Caixa Dois A entrada de recursos sem registro na empresa não é recomendável, pois todos os recursos advindos de compra e venda ou da prestação de serviços deve ser 59 contabilizado, entretanto algumas empresas aproveitam essas entradas para fazer o chamado “caixa dois” e usa esse dinheiro para diversos fins, às vezes adversas a própria empresa. É nesse momento que surge a prática da “lavagem de dinheiro”. Bonificar um funcionário ou pagar pela prestação de determinados serviços é a forma que muitos empresários encontram para esses recursos. Contratar funcionários sem a assinatura da carteira pode ser um meio através do qual o empresário possa está usando esse dinheiro não contabilizado. Esse é o próximo passo da fraude fiscal: tentar a todo custo esconder o dinheiro auferido ilicitamente transformando o chamado “dinheiro sujo” em quantias limpas e legais sem nenhum aspecto de incoerência ou ilegalidade. Podendo assim, gozar de forma lícita daqueles recursos oriundos da fraude fiscal. É certo que atitudes criminosas com essa geram enorme prejuízo ao erário, ou seja, a sociedade brasileira. 13.3.4 - Ocultação Patrimonial Sem dúvida uma das práticas mais comuns dentre aqueles que agem com a intenção criminosa de sonegar e enganar as autoridades tributárias. A partir do momento em que os sonegadores estão com o dinheiro “sujo” na mão, eles entram em uma corrida contra o tempo para tentar de todo modo dar um aspecto lícito aquela quantia, daí a busca por investir esse dinheiro na compra de patrimônios, pois parece ser uma forma mais segura de se aplicar o dinheiro ilegal. Geralmente essa ocultação ocorre com a utilização dos chamados "laranjas" -pessoas que aceitam emprestar seu nome mediante algum retorno financeiro para assumir a compra e a titularidade de determinado bem, sendo, entretanto, o dinheiro utilizando para a compra de móvel ou imóvel, de um terceiro, o verdadeiro dono, o fraudador. Esses bens geralmente são casas, apartamentos, terrenos, sítios, carros de luxo, lanchas. Os mais utilizados como "laranjas" são os parentes; esposas, irmãos, cunhados, primos, preferencialmente membros da família. Contudo crimes como esse, chamam cada vez mais à atenção das autoridades, tanto fiscais como policiais. Um dos primeiros indícios é a evolução patrimonial repentina daqueles que as autoridades estão monitorando, pois é bastante suspeito a compra de um bem cujas cifras são elevadas, principalmente se for alguém 60 cuja renda da atividade laboral ou os lucros da atividade empresarial não sejam compatíveis com o valor desse bem. Por consequência a descoberta desse tipo de crime é tão constante, que a monitoração da evolução patrimonial é um forte indício de sonegação de imposto e fraude fiscal. 13.4 - Tributos 13.4.1 – ICMS É o imposto mais conhecido em nosso país pois ele influencia diretamente o nosso dia. Em toda a operação de compra e venda, nós cidadãos teremos que pagar o imposto. Seja na compra do pãozinho na padaria ou da carne no açougue, lá estará na sua nota fiscal o percentual do imposto sobre o produto. Disso é claro os cidadãos brasileiros geralmente já sabem, o que eles não entendem é como e o porquê de isso acontecer. O ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) é devido sobre as operações comerciais em todo o território nacional e está na Constituição Federal de 1988 no seu Artigo 155. Entretanto compete aos Estados e ao Distrito Federal, arrecadar esse tributo, pois a sua incidência é estadual. Sendo assim todos os valores arrecadados irão para o orçamento dos governos Estaduais e do Distrito Federal. Cabe a eles também determinar as alíquotas que serão cobradas e se for o caso conceder a isenção ou a suspenção temporária do pagamento do tributo. O Caput do artigo 155 da Constituição Federal e o seu artigo 2º estabelecem que compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. Essa tributação sobre as operações de compra e venda, mesmo que de um serviço de transporte, ocorre para que os Estados e o Distrito Federal possam financiar as operações que devem resultar na contraprestação de serviços públicos como saúde, segurança e educação, ou seja é a arrecadação dos tributos que permite aos estados retornar serviços à população. O ICMS ainda traz
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